GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Eduardo Henrique Accioly Campos Governador Dilson de Moura Peixoto Filho Secretário das Cidades Ana Suassuna Fernandes Secretária Executiva das Cidades Jamerson Antonio de Almeida da Silva Coordenador do Programa Academia das Cidades Coordenador de Ações Estratégicas da Secretaria das Cidades EQUIPE TÉCNICA DO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES Albenita Ferreira dos Santos Nippo Aline Ranzolin Antônio José de Medeiros Soares Bernardo Jorge Teixeira Beltrão Daniel Leite Sampaio Diógenes Tavares de Araújo Francisco Primo de Assis Carvalho Gabrielle de Melo Rodrigues Joana Isabel Alves L. de França José Ivan Vieira Soares Juliana Rebeka Davis Lanes Maíra da Rocha Melo Mário Duarte Barros Filho Micheline Américo Silva Ricardo Henrique de Oliveira Ramos Thiago Antonio Léo Alencar Thiago Miguel Graf Vasconcelos
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TEXTOS A GESTÃO DO PROGRAMA João Fernando de Melo Graduado em Administração Mestre em Planejamento e Gestão Organizacional Diogo Veloso de Melo Graduado em Administração Mestre em Administração ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE José Nildo Alves Caú Professor de Educação Física Mestre em Educação O CUIDADO EM SAÚDE Viviane Xavier de Lima e Silva Graduado em Medicina Mestre em Saúde Coletiva
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO Roberta Campelo Britto de O. Andrade Graduado em Nutrição Mestre em Planejamento e Gestão Organizacional EDUCAÇÃO FÍSICA Ebrivaldo Gonçalves Cavalcanti Junior Graduado em Educação Física Especialista em Avaliação e Prescrição de Programas de Exercício Físico SERVIÇO SOCIAL Pollyanna Fausta Pimentel de Medeiros Graduada em Serviço Social Mestre em Saúde Coletiva
Coordenação e Organização Jamerson Almeida Revisão de Texto Micheline Américo Projeto Gráfico e Diagramação Wilson Firmo Secretaria das Cidades do Governo de Pernambuco Programa Academia das Cidades Rua Montevidéu, 145 - Boa Vista - Recife - PE - CEP 50.050-250 Tel: (81) 3181.7073 / 3181.7066 | Fax: (81) 3181.7081 www.academiadascidades.pe.gov.br e-mail: academia@cidades.pe.gov.br 2
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Programa Academia das Cidades integra a missão da Secretaria das Cidades de promover o desenvolvimento social equilibrado e a melhoria das condições de vida do povo pernambucano, tendo como focos prioritários da sua ação a interiorização do desenvolvimento e a atenção aos estratos mais vulneráveis da população. É um programa intersetorial que articula às ações de requalificação de espaços públicos e equipamentos de lazer, o fomento à prática sistemática da atividade física e do esporte, a animação sociocultural, alimentação saudável e a formação para a cidadania. Pelo caráter intersetorial e participativo, a construção de um modelo de gestão para o programa pressupõe um grande esforço crítico e criativo, envolvendo diversas áreas do governo do estado, das gestões dos municípios e da sociedade civil, buscando uma organização político-administrativa que permita a sinergia de ações para construção de políticas públicas que respondam às complexas necessidades da população, e contribuam efetivamente para a melhoria da qualidade de vida. Este livro intitulado MANUAL DO MODELO DE GESTÃO DO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES apresenta um primeiro esforço de sistematização de indicações e referências teóricas, políticas, metodológicas e de organização da gestão, com a finalidade de estimular o debate e orientar a implementação do programa. Por definição um “manual” caracteriza-se por apresentar noções básicas sobre uma matéria de uma determina instituição e sua correta aplicação. Portanto, sugere um amadurecimento de experiências passíveis de serem multiplicadas, replicadas ou recriadas. Do ponto de vista da organização, deve ser composto por uma seleção de textos de fácil localização e, em relação a sua Apresentação
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forma, deve ser portátil, podendo ser manuseado também facilmente. Este trabalho pretende preencher estas características e finalidades. Os conceitos e indicações de aplicação nele apresentados têm referência no ideário do movimento de cidades saudáveis, das experiências similares em curso nos diversos municípios do estado de Pernambuco, em especial o Programa Academia da Cidade, coordenado pela Prefeitura do Recife, e também, na própria experiência da coordenação do programa pela Secretaria das Cidades nos últimos anos. Assim, ao mesmo tempo em que aponta os fundamentos básicos do programa indica caminhos e ferramentas de gestão, a serem apropriadas, replicadas, reinventadas, de acordo com cada realidade. Esta primeira síntese foi elaborada num processo que durou cerca de dois anos, dinamizado através de consultoria realizada pelo IAUPE/TECNASA e coordenado pela Secretaria das Cidades, através da direção do programa, e servirá de referência para formação de gestores e agentes municipais, bem como para pesquisas que possam criticá-lo e desenvolvê-lo. O manual está organizado em seis capítulos, contendo a fundamentação, os objetivos do programa, trazendo temas desafiadores como gestão intersetorial, participativa, avaliação de políticas públicas, animação sociocultural como estratégia metodológica para o desenvolvimento social, cidades saudáveis, promoção da saúde e qualidade de vida. Estes temas ainda, em processo de amadurecimento teórico e político, reforçam o caráter inovador e provisório do manual. Seu conteúdo apresenta valiosas informações e orientações nas áreas afins ao programa: Gestão do Programa, Animação Sociocultural e Tempo Livre, Cuidado em Saúde, Segurança Alimentar e Nutrição, Educação Física, Serviço Social. Todos os capítulos apresentam uma introdução ao tema e sua intersecção com o Programa Academia das Cidades, além das atribuições de cada campo profissional, o perfil do profissional do técnico para atuar no programa, sugestões de metodologias/ atividades e propostas de modelos de avaliação. O livro ain4
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da dedica um capítulo as “Potencialidades e Desafios” para a continuidade e consolidação da iniciativa. Finalmente este documento inaugura um novo momento do Programa Academia das Cidades: o de demarcar sistematicamente que o programa não se esgota na construção da infra-estrutura, mas se aprofunda na criação e disseminação de processos organizativos e metodológicos que visam a educação e o enriquecimento político-cultural da população, visando a mudança de estilo de vida e conquista de cidadania. Tudo isso articulado a um projeto político-social no qual a justiça e a igualdade social sejam a base para qualidade de vida nas cidades, em Pernambuco e no país.
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ACADEMIA DAS CIDADES: construindo municípios saudáveis e promovendo qualidade de vida
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ovimente-se para viver bem! Esta é uma frase pela qual o Programa Academia das Cidades quer transmitir duas mensagens. A primeira diz respeito à importância de se cultivar uma vida ativa e hábitos saudáveis para se viver com qualidade. Aqui movimento é sinônimo de qualidade de vida no sentido do desenvolvimento e preservação das condições corpóreas (físicas, psíquicas e sociais) que nos permitem trabalhar, conviver solidariamente com as outras pessoas e curtir a vida. Considera-se “corpóreo” não apenas na sua dimensão biológica ou morfofisiológica, mas na sua integralidade. Na outra mensagem, o sentido de movimento ganha uma conotação político-social. Quer-se dizer que a qualidade de vida é uma construção social, resultado da conjugação de uma série de fatores que permitem as pessoas viver bem, tais como acesso ao trabalho digno, moradia, educação, saúde, lazer e à cidadania plena. Portanto, “movimente-se” é um chamamento às pessoas para que se mobilizem para participação na construção da cidade e na conquista e ampliação dos direitos sociais e políticos. Como política pública, o Programa Academia das Cidades (PACID) tem como pilares fundamentais a promoção da qualidade de vida e da saúde e a construção de cidades saudáveis. Estes conceitos fundamentais orientam todas as ações do programa, incluindo a elaboração e execução dos projetos de intervenção urbanística, o modelo de gestão dos serviços oferecidos pelos pólos integrados, a intervenção, soIntrodução
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bretudo, pedagógica, da equipe multiprofissional que anima e mobiliza a população. Para tanto, é importante definirmos bem o sentido conferido a cada um desses fundamentos. Qualidade de vida nas Cidades No senso comum o termo qualidade de vida tem sido tratado como sinônimo de padrão de consumo. Acreditamos que esta definição não condiz com um projeto de sociedade que busque a emancipação humana, uma vez que ela não ajuda a população entender os graves problemas que a atinge. Qualidade de vida é um conceito fundamental do programa Academia das Cidades e diz respeito às condições materiais necessárias para uma sobrevivência digna, livre da miséria, bem como, a capacidade de se relacionar com outras pessoas, construir identidades sociais, sentir-se integrado socialmente e em harmonia com a natureza. Qualidade de vida pode ser definida a partir de dois outros conceitos, o de capacidade, e o de funcionalidade. O primeiro representa as possíveis combinações de potencialidades e situações que uma pessoa está apta a ser ou fazer. O segundo expressa parte dos estados de uma pessoa – mais precisamente, as várias coisas que ela realmente faz ou é. Assim, qualidade de vida pode ser avaliada em termos de capacidade de uma coletividade alcançar funcionalidades básicas tais como, alimentar-se, ter abrigo, saúde; e as que envolvem o respeito e a integração social, ou seja, participar na vida comunitária na condição de sujeitos. Nesta perspectiva, qualidade de vida não se reduz ao conjunto de bens, confortos e serviços, mas em função do acesso a eles, a construção efetiva de oportunidades para que as pessoas possam ser sujeitos de projetos e realizações. Portanto, qualidade de vida tem como componente básico a questão política e a possibilidade de influenciar nas decisões que dizem respeito à coletividade e participar na vida comunitária (Westphal, 2000, p. 45). Desta forma, qualidade de vida indica as capacidades e funcionali8
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dades que uma população possui para realizar um projeto de comunidade, cidade e país. Enfim, qualidade de vida resgata e enfatiza o princípio ético da vida. Cidades Saudáveis e Promoção da Saúde Para muitos técnicos, lideranças e até governantes a ideia de cidades saudáveis é uma forma de avaliação da cidade para oferta de prêmios ou selos de qualidade. Na verdade, este não é o sentido conferido pela Organização Mundial da Saúde(OMS ) e nem pelos os defensores da proposta. Uma cidade saudável não é apenas uma cidade que possui um alto índice de saúde, mensurados pelos indicadores de morbidade e mortalidade. O termo Cidades Saudáveis expressa um projeto de desenvolvimento social que tem como centro de sua atenção a saúde e suas múltiplas determinações. É ainda um movimento de luta por modelo de desenvolvimento sustentável, “(...) que satisfaça as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras de satisfazer suas próprias necessidades” (Guimarães, 1999). O ideário de Cidades Saudáveis tem na sua base o conceito de Promoção da Saúde, elaborado pelo movimento da nova saúde pública na década de 1970, buscando superar a perspectiva terapêutica e curativa de saúde pública, a partir do reconhecimento de que a saúde de um indivíduo ou de uma comunidade “(...) depende também de coisas que o homem criou e faz das interações sociais, das políticas adotadas pelo governo, inclusive dos próprios mecanismos de atenção à doença, do ensino da medicina, da enfermagem, da educação, das interações sobre o meio ambiente (Santos & Westphal, 1999). Nesta perspectiva, o conceito de promoção da saúde enfatiza a importância da ação ambiental e da ação política, bem como a mudança de estilo de vida, o que tem sentido fortemente cultural e pedagógico.
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Desta forma, entende-se promoção da saúde como “(...) um processo através do qual a população se capacita e busca os meios para conseguir controlar os fatores que favorecem seu bem-estar e o da comunidade ou que podem estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudicando sua qualidade de vida” (Ministério da Saúde, 1996). Assim, na perspectiva da promoção, saúde deixa de ser um objetivo a ser alcançado, tornando-se um recurso para o desenvolvimento da vida (Pilon, 1990, 1992; Russel, 1995 apud Westphal 2000, p.41). Como vemos, o conceito de Cidades Saudáveis reflete o amadurecimento da ideia de promoção da saúde, entendida na perspectiva de um projeto de desenvolvimento social e urbano para as cidades. Considerando o que foi posto em relação ao conceito de Cidades Saudáveis e Promoção da Saúde, emerge como princípios metodológicos para o desenvolvimento de ações e políticas a questão da intersetorialidade, participação e da animação sociocultural. A intersetorialidade é um princípio básico da gestão de políticas públicas sob o ideário das Cidades Saudáveis que tem como pressuposto a adoção de ações governamentais que possam atacar os determinantes dos problemas de saúde, nos múltiplos setores que se localizam. O planejamento também deve ser intersetorial e intersistêmicos, expressando a união de vários setores para resolução dos problemas com base no território. A intersetorialidade é um princípio que pressupõe a articulação de saberes e experiências no planejamento, execução e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em situações complexas, visando o desenvolvimento social, superando a exclusão social. Consiste numa lógica de gestão da cidade que busca superar a fragmentação das políticas, considerando o cidadão na sua totalidade (Junqueira, 2005). Este conceito decorre do deslocamento do conceito de desenvolvimento social do eixo da pobreza para a do desigualdade, exigindo a superação de propostas setorizadas, assistenciais, compensatórias, voltadas para o alívio de problemas 10
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decorrentes da pobreza, por outras intersetoriais, as quais incidem nas causas destes problemas. Parte-se do entendimento de que se os problemas são causados por interconexões de fatores, as soluções só podem ser realizadas através da articulação dos vários setores implicados. A participação é outro princípio para gestão de políticas públicas na perspectiva de Cidades Saudáveis. Esse princípio pode ser definido como “(...) uma forma de ação individual ou coletiva que implica um esforço racional e intencional de indivíduos e grupos nos processos de tomada de decisão, através de uma conduta colaborativa e coletiva, de inserção em espaços formais e informais de deliberação e desenvolvimento de uma democracia” (Nunes 2xxx,p.35). Fundamenta-se na compreensão de que o ser humano favorece seu bem-estar e o da comunidade ou que pode estar pondo em risco, tornando-a vulnerável ao adoecimento e prejudicando sua qualidade de vida” (Ministério da Saúde, 1996). Assim, na perspectiva da promoção, saúde deixa de ser um objetivo a ser alcançado, tornando-se um recurso para o desenvolvimento da vida (Pilon, 1990, 1992; Russel, 1995 apud Westphal 2000, p.41). Como vimos, qualidade de vida e promoção da saúde são conceitos que buscam enfatizar e fortalecer a condição de sujeitos das populações, que se organizam, lutam pela melhoria das condições de existência na cidade e participam da elaboração e execução do projeto de um desenvolvimento social. No entanto, essa condição de sujeito não é uma realidade já dada, precisando ser estimulada, incentivada, animada. Para tanto, a ideia de animação parece ser adequada no sentido de impulsionar uma superação da perspectiva de política pública como serviço, a ser fornecido pelo governo e recebido passivamente pelos “beneficiários”. Animar, segundo o dicionário Aurélio (2004) significa “dar alma”, “dar movimento”, “criar ânimo”, “cobrar esperança”. No bojo da intencionalidade da proposta de Cidades Saudáveis a ideia de animação assume uma amplitude muito maior, sugerindo uma mudança cultural que atinge diversas
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dimensões (estilo de vida, cultura política, cultura organizacional), aproximando-se bastante do que a pedagogia social define como animação sociocultural. Segundo Bernet (1997) animação sociocultural pode ser definida como “(...) um conjunto de ações realizadas por indivíduos, grupos ou instituições sobre uma comunidade (ou um setor da mesma) e em um território concreto, com um propósito principal de promover em seus membros uma atitude de participação ativa no processo do seu próprio desenvolvimento tanto social, quanto cultural” (p.140). É este o espírito do movimento de Cidades Saudáveis. Uma cidade saudável é aquela que, sobretudo tem um compromisso com o desenvolvimento social e cultural da sua população. O Programa Academia das Cidades do Governo de Pernambuco tem como objetivo geral requalificar e animar os espaços públicos com capacidade para o desenvolvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter interdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, desenvolvimento cultural e melhorias para na qualidade de vida da população pernambucana. Para tanto, coloca-se os seguintes objetivos específicos:
• Financiar a construção ou a requalificação de espaços
e equipamentos públicos de lazer, transformando-os em equipamentos multifuncionais adequados para as práticas esportivas, artísticas, educativas e cidadãs; • Fomentar a atividade física, a prática esportiva e a recreação, de forma planejada e sistemática; • Oferecer serviços de avaliação física, médica e nutricional, em articulação com a atenção básica de saúde dos municípios; • Promover o desenvolvimento das manifestações culturais locais, através da realização de atividades sistemáticas e do apoio aos eventos culturais espontâneos; • Desenvolver ações político-educativas que possibilitem a mobilização comunitária para conquista e ampliação de políticas públicas saudáveis. 12
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A fim de atingir seus objetivos, o PACID traça três linhas estratégicas de ação, a seguir: Financiamento da Infraestrutura Com o objetivo de oferecer infraestrutura adequada ao funcionamento do Programa, a Secretaria das Cidades (SECID) financia a construção e/ou requalificação de espaços potenciais, como parques e praças, transformando-os em equipamentos de lazer multifuncionais. O financiamento é realizado através de convênio com as prefeituras ou de contratação da obra pela SECID. O terreno deve ser de propriedade do município, cabendo à prefeitura a contrapartida mínima de 10 % (dez por cento) do valor total da obra. Qualificação do pessoal dos municípios A qualificação e o desenvolvimento do pessoal são ações fundamentais para o sucesso do PACID. Esse objetivo é alcançado por meio da formação continuada de gestores, profissionais e lideranças dos municípios, oferecendo serviços de qualidade à população. A qualificação do pessoal dos municípios está se dando em parceria com universidades públicas e privadas, institutos de pesquisas e redes sociais. Monitoramento e Avaliação dos Pólos Municipais O monitoramento e a avaliação são estratégias adotadas para assegurar o desenvolvimento e a consolidação do Programa em todo o Estado de Pernambuco. Os indicadores de monitoramento focam os meios e estratégias utilizadas pelos municípios para assegurar o modelo de gestão previsto pelo Programa, bem como os impactos das ações quanto aos objetivos estabelecidos. Os dados coletados também servem de base para reorganização da gestão nos âmbitos dos municípios e do Governo do Estado. Os resultados do monitoramen-
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to servem ainda como referência para elaboração das ações de formação continuada do pessoal dos municípios, garantindo uma estreita sintonia com as demandas municipais no tocante à qualificação e desenvolvimento dos profissionais. Colocados os objetivos específicos e as estratégias para realizá-los, o PACID espera obter como resultados: • Espaços requalificados e com apropriação adequada e democrática dos equipamentos públicos de lazer pelas diversas gerações e grupos socioculturais; • Aumento dos níveis de atividade física da população usuária, controle e diminuição dos fatores de risco de doenças e agravos não-transmissíveis; • Formação de grupos de convivência de caráter geracional e intergeracional, possibilitando o acesso sistemático ao esporte e à cultura, visando a elevação da autoestima e o fortalecimentos dos laços de solidariedade da população; • Prevenção à violência no entorno dos equipamentos; • Melhoria do nível de participação dos usuários nas instâncias formais e informais de controle social e nos espaços de vivência política comunitária. Jamerson Almeida Coordenador de Ações Estratégicas da Secretaria das Cidades Responsável pela Implantação do Programa Academia das Cidades
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uem de nós já não ouviu a expressão: melhorar a qualidade de vida! Esta é uma preocupação presente nas sociedades modernas; mas de fato o que é qualidade de vida? Como obter uma melhor qualidade de vida? As respostas a estas perguntas são extremamente complexas e difíceis apresentações, sobretudo quando se relaciona qualidade e estilo de vida a resultados e produtos de sociedades capitalistas onde têm prevalecido valores materiais e condições desiguais de sobrevivência e acesso a bens e serviços. Documentos importantes são considerados referências na discussão e construção de um ideário relacionado à vida das pessoas que inverta a lógica de funcionamento e compreensão acerca dos valores e, consequentemente, das posturas assumidas diante de uma realidade onde uma parcela importante da população vive com baixas condições de vida e uma pequena parcela desta mesma sociedade usufrui de regalias e benefícios diversos. Um destes documentos é a Carta de Otawa, importante marco na história da modificação dos conceitos de saúde e que tem sido amplamente utilizado para descrever novos conceitos, visto que, no bojo da sua construção levou em consideração diversos pré-requisitos importantes na consolidação de condições de saúde e “qualidade de vida”, tendo destaque: paz, habitabilidade, acesso à educação que favoreça a democratização da informação e formação do cidadão, disponibilidade de alimento, renda para as necessidades básicas, recursos renováveis garantidos por políticas agrárias e industriais, ecossistema preservado e manejável de forma sustentável. O documento destaca ainda a necessidade de que estes pré-requisitos sejam garantidos por políticas educacionais,
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agrícolas, ambientais, de transporte urbano voltadas a objetivos relacionados à melhoria da saúde e qualidade de vida da população orientado por valores democráticos de justiça e equidade (WESTPHAL, 2000). Nesse sentido, discussões atuais têm demonstrado a importância da implantação de políticas públicas voltadas à promoção de saúde, como o movimento CIDADES SAUDÁVEIS, que segundo a Organização Mundial de Saúde, não é somente uma cidade com alto nível de saúde, medido pelos indicadores de mortalidade e morbidade, mas é uma cidade comprometida com os objetivos de saúde de seus cidadãos sendo considerado um projeto de desenvolvimento social, que tem a saúde e suas múltiplas determinações como centro de atenções (WESTPHAL, 2000). Este movimento objetiva o estabelecimento de políticas públicas urbanas, voltadas à melhoria da qualidade de vida, com ênfase na intersetorialidade e na participação social (MENDES, 2004). É importante assimilar a ideia de que compreender a lógica da cidade , necessariamente, significa entender o funcionamento da vida das pessoas visto que a cidade é a representação do que cada um pensa, sente, entende, manifesta, vive, além de todas as representações sociais e políticas, inclusive de desigualdades, violência, disputa de poder, entre tantas. Essa forma de compreensão amplia o conceito de cidade para além de um espaço de concentração de pessoas, constituindo-se como fenômenos urbanísticos que expressam relações de economia, governo, política, infra-estrutura social e política permeados por trocas e comunicação e alimentado pela relação das diversas esferas de organização: comunidade/governo/sociedade civil organizada. Disponibilizar na cidade um espaço público requalificado e imbuído de uma proposta de utilização que permita uma apropriação pela comunidade, além de uma discussão e responsabilização em um processo de co-gestão denota um significado amplo de perspectiva sociopolítico no sentido de que este espaço será um espaço convergente de diversas ações 16
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intersetoriais e integradas referentes à vida das pessoas no tocante ao lazer (jogos, lazer planejado, lazer livre, brincadeiras, etc), cultura (literatura de cordel, cinema, atividades teatrais e cênicas), práticas de saúde (atividades físicas diversas, orientação de segurança alimentar, práticas integrativas, educação para saúde, saúde da mulher, etc). Ainda nesta linha de raciocínio, conteúdos relacionados à educação oferecem uma importante ferramenta de cidadania, visto que, esta prática volta-se aos princípios de liberdade e aos ideais de solidariedade humana e têm por finalidade o pleno desenvolvimento do ser humano, além do seu preparo para o exercício do ser cidadão. Cabe ao setor saúde contribuir para que a educação se vincule ao mundo do trabalho e às práticas sociais em saúde, por isso, propõe-se firmar uma política pública, intersetorial que estimule e favoreça a mudança, nesse sentido, o processo deverá ser composto por elementos da educação para a saúde, com práticas que envolvam a comunidade e resgatem os diversos saberes populares. Considerando ainda os direitos básicos que devem ser resgatados a partir de uma intervenção desta natureza, discutir o direito ao esporte e o lazer para a população significa recolocar a questão do papel do Estado como indutor de políticas públicas sociais. Democratizar o acesso ao esporte e ao lazer, com vistas à inclusão social e ao desenvolvimento humano, são princípios que aprofundam o compromisso com um projeto de desenvolvimento de um estado com perfil inclusivo e democratizante. Esta é a proposta de intervenção do Programa Academia das Cidades(PACID), uma concepção que, para além de uma simples prática, denota um significado muito mais amplo: o da responsabilidade de cada um no cuidado com um espaço público que representa um pouco da sua vida e que pode interferir positivamente na forma com que cada pessoa alcança um melhor estilo de vida. Introduzir um capítulo de Administração com conceitos tão filosóficos e inerentes à visão social pode soar estranho,
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mas fizemos questão de apresentar os princípios filosóficos deste programa para afirmarmos nas próximas páginas desse capítulo a importância de dotarmos a Academia das Cidades de Sustentabilidade Operacional, ou seja, a importância de planejar, organizar, agir e avaliar, na perspectiva de manter e desenvolver as Academias das Cidades espalhadas por todo Estado.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL A Administração de Empresas pode ser conceituada como um conjunto de normas e funções elaboradas para disciplinar elementos de produção, que tem como objetivo alcançar um resultado eficaz e retorno financeiro. Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de Administração. No caso da Academia das Cidades, podemos entender produção como a transformação social que esse equipamento urbano pode realizar por meio de seus serviços. O resultado eficaz não estará expresso em números financeiros, mas sim, em indicadores sociais e de saúde, o lucro que a empresa, Academia das Cidades, precisa fornecer é o Lucro Social, a transformação, a felicidade, a saúde da população. Quando afirmamos que precisamos implantar uma Administração Efetiva, queremos conquistar uma operação eficiente e eficaz, de acordo com os conceitos: Eficiência – Refere-se à relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados. Representa uma medida segundo a qual os recursos são convertidos em resultados de forma mais econômica. Eficácia – A eficácia mede a relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos, ou seja, ser eficaz é conseguir atingir um dado objetivo.
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Efetividade – Trata-se da capacidade de realizar ações com eficiência e eficácia e consequentemente gerar impacto positivo referente à ação realizada. Na perspectiva de implantarmos um estilo de administração moderno e efetivo, as atribuições fundamentais do profissional de Administração e/ou Coordenador da Academia das Cidades são: • Realizar diagnóstico sistemático da realidade dos ambientes interno e externo da Academia, identificando problemas, ameaças e desvios; • Elaborar e executar um Planejamento Estratégico, com definição de objetivos e meta, visando dotar de solução os problemas e desvios diagnosticados, as ameaças encontradas e aproveitar as oportunidades do ambiente externo; • Organizar o ambiente da Academia das Cidades no tocante à disponibilização dos recursos necessários, conservação do patrimônio e definição de rotinas operacionais para efetivo funcionamento da Academia; • Liderar a equipe multidisciplinar da Academia, funcionando com elo entre as áreas, integrando as ações por meio do conceito de líder que servidor; • Monitorar e avaliar, sistematicamente os resultados da Academia das Cidades visando um processo de melhoria sistemático.
PERFIL DO PROFISSIONAL
• Preferencialmente, possuir graduação em Adminis-
tração de Empresas. • O Coordenador pode ser um profissional graduado em outra especialidade, contemplando: conhecimento e experiência em administração que tenha entusiasmo e credibilidade junto à comunidade para coordenar a Academia; • Ter boa capacidade de comunicação com a população, Capítulo 1 |
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no âmbito da oralidade e no trato com as pessoas;
• Ter afinidade com a filosofia do Programa Academia das Cidades de Pernambuco;
• Ter a capacidade de elaborar um Planejamento; • Ter a visão crítica para identificar problemas e a
capacidade de desenvolver soluções criativas e inovadoras; • Ter visão de organização de recursos, pessoas e procedimentos para garantia de sustentabilidade da Academia; • Entender a importância do Monitoramento e da Avaliação para implementação de um processo de melhoria contínua no âmbito da Academia; • Ter capacidade de relacionamento e integração com o meio político, tais como prefeitos, vereadores, secretários municipais e estaduais; • Ter conhecimento de Elaboração de Projetos para captação de recursos; • Ter como foco a prática de gestão participativa; • Ter capacidade de engajar, envolver e comprometer as pessoas no objetivo comum de operar a Academia das Cidades da melhor maneira possível; • Conhecer os conceitos de Cidades Saudáveis.
ATIVIDADES SUGERIDAS 1 – Definir claramente a sua estrutura de equipe de trabalho para funcionamento da Academia das Cidades É de fundamental importância a definição da equipe de trabalho que comporá a Academia das Cidades. Sugerem-se, no conteúdo deste modelo de gestão, as seguintes especialidades a serem trabalhadas no âmbito da Academia:
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SERVIÇO SOCIAL
ANIMAÇÃO SOCIALCULTURAL
CUIDADOS COM A SAÚDE
NUTRIÇÃO
EDUCAÇÃO FÍSICA
ARQUITETURA E ENGENHARIA
ADMINISTRAÇÃO E EMPRESAS
COORDENAÇÃO DA ACADEMIA DA CIDADE
É importante destacar a necessidade de integração dessas áreas para que os serviços prestados contemplem coerência e integração de ações, como focos complementares e devidamente integrados. O coordenador deve buscar a integração desses entes ao máximo. O horário de funcionamento deverá ser adaptado à necessidade de cada local, contudo, em função da realidade climática do Estado de Pernambuco sugere-se a utilização dos espaços principalmente nos horários das 5h às 8h e das 17h às 20h. Os demais horários deverão ser discutidos no planejamento contemplando ações na comunidade (associações, clubes, igrejas, centros comunitários, outros) bem como nos equipamentos da rede municipal como escolas, unidades de saúde, Programa Saúde da Família (PSF) e Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), dentre outros. Estas e outras definições inerentes a cada área devem ser realizadas de forma participativa, considerando o conteúdo dos demais capítulos deste manual.
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2 – Definir claramente os recursos necessários para operacionalização da Academia: É preciso que a coordenação identifique e disponibilize os recursos necessários para operação da Academia. Segue abaixo uma lista sugestiva de recursos necessários para operação de uma Academia da Cidade. Equipamento de Avaliação Física
Equipamentos de Ginástica
Balança Antropométrica
Colchonete
Adipômetro
Bastões 2kg
Tensiômetro
Bastões 1kg
Estetoscópio
Arcos
Fita antropométrica
Steps
Régua de 45cm
Ruber-band
Banco de flexibilidade
Bola de voleibol
Frequencímetro
Bola de basquetebol Bola de futsal Bola em PVC Bola dente de leite Bola para fisioterapia Bola de handebol feminina Bola de handebol masculina Trave (barra) para futebol Rede de voleibol Bomba com pito Prancha natação Espaguete Cone Halter em EVA
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Equipamentos eletrônicos
Mobiliário
TV
Mesa plástica
DVD
Cadeira plástica
Sistema de som
Banco plástico
Microcomputador
Armário c/ 2 portas e 3 prateleiras
Impressora
Estante c/ 6 prateleiras
Máquina fotográfica digital
Ventilador de coluna
Caixa Acústica amplificada
Gelágua
Microfone auricular
Quadro de avisos
Microfone convencional
Flipchart
Cabo de conexão cx de som
Quadro branco
Extensão elétrica de 30m Recarregador de pilhas Pilhas recarregáveis Baterias recarregáveis Fardamento
Material de expediente e consumo
Calça masculina
Papel A4, guache, jornal e cartolina
Calça feminina
Tesoura
Camisa tipo Polo
Cola branca
Camiseta regata
Grampeador
Bermuda masculina
Pasta arquivo
Bermuda feminina
Pasta A a Z Livro de registro EVA Tinta guache Pincel atômico Gliter
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3 – Implementar um ciclo de melhoria contínua com base em Planejamento, Execução, Avaliação e Replanejamento É imprescindível que a Coordenação Geral implemente uma cultura de planejamento, execução, avaliação e replanejamento, para garantir o desenvolvimento da Academia que deve melhorar-se continuamente. Para tanto sugere-se a implementação do ciclo PDCA, conceito da Ciência da Administração, que busca implementar a cultura de melhoria contínua no âmbito de qualquer organização. Conforme figura 1, o ciclo PDCA envolve o Planejamento, a Execução, Controle (monitoramento e avaliação) e Agir Corretivamente (replanejar).
Figura 1: Ciclo PDCA
O ciclo PCDA começa pelo planejamento, momento em que acontece o processo de tomada de decisão para oferecer resposta à realidade diagnosticada do ambiente. Esse processo de planejamento deve ser participativo, buscando envolver e comprometer a equipe com os resultados que precisam ser conquistados e mantidos. Em seguida, parte-se para a execução, por meio de ações direcionadas à realização do que foi planejado. Neste momento é de fundamental importância o engajamento da equipe para geração dos resultados planejados. 24
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O processo de execução dá origem a um processo de controle dos resultados, caracterizado por um processo de monitoramento e avaliação, para verificar se o que foi executado estava de acordo com o planejado. Esta checagem acontece de forma constante através da avaliação dos resultados da Academia e o controle social, por meio de indicadores das diversas áreas que envolvem a Academia. Por fim, chega-se à fase de agir corretivamente, ou seja, de replanejamento, que fornece subsídios à retroalimentação do sistema, procedendo-se às correções e ajustes necessários ao planejamento para que o ciclo aconteça novamente. Caso o coordenação da Academia consiga implementar a utilização do ciclo PDCA com disciplina e comprometimento da equipe, pode-se garantir o desenvolvimento, a sustentabilidade e a efetividade de Academia. 4 – Liderar servindo a sua equipe Conceitos antigos e utrapassados afirmam que um coordenador deve gerir com “mão de ferro” e cobrar os resultados da equipe como um capitão cobra disciplina do seus soldados. Eis o tempo em que chamávamos o nosso superior de chefe e essa nomenclatura afirmava um distanciamento entre a figura do “chefe” e do subordinado. Os conceitos de Administração evoluíram e se adaptaram aos novos tempos. A figura do chefe se modificou a tal ponto de afirmarmos que o chefe, agora chamado de líder, deve promover um clima de felicidade na sua equipe e servir seus liderados para que os mesmos consigam alcançar os resultados planejados. Então, o “chefe” passa ser uma figura integradora, consultora e fornecedora de soluções a equipe, e não mais, um simples e rude cobrador de resultados e de padrões rígidos e engessados.
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Com base nisso, segue abaixo o perfil de um líder efetivo, que tem foco nos resultados e nas pessoas:
• Estimulador de parcerias: Deve entender profundamente a arte de estabelecer, conduzir e concluir processos de negociação, visando estabelecer parcerias; • Competitivo quanto a resultados: Tem a habilidade de identificar e caracterizar fatores de êxito de resultados. Jamais oferece desculpas e sim resultados; • Compreende a situação sob diferentes ângulos: Tem compromisso com o processo de captação, tratamento e uso intensivo e adequado de informações, transformando-as em conhecimento que lhe levem a entender as diversas situações e mudanças pertinentes ao ambiente no qual está inserido; • Cristalino em suas intenções: Desenvolve em nível pessoal a valorização da ética, fazendo exatamente o que for correto e jamais se envolver com percepções e práticas obscuras e desonestas, construindo, através das atitudes, um clima de respeito e confiança. • Fundamentado em suas decisões: Domina e pratica a habilidade de estruturar o pensamento, decidir de forma clara e transparente, comunicando de forma clara, objetiva e segura suas decisões. • Culturalmente pluralista: Desaprende ultrapassados conceitos e práticas, aprende novos e emergentes conceitos da forma mais abrangente possível, para compreender com clareza e precisão as mudanças que estão ocorrendo no ambiente que está inserido;
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•
Empenhado no desenvolvimento de sua equipe: Está envolvido e comprometido com o processo de desenvolvimento de todos os seus colaboradores, entendendo a importância do investimento em conhecimento; • Age em função de metas: Estuda, domina e compartilha com a equipe, a prática dos princípios, técnicas e métodos de planejamento estratégico, visando conquistar a habilidade de estabelecer metas e elaborar planos de resultados. • Sabe identificar oportunidades em cada situação: Desenvolve e aplica no dia o pensamento estratégico, ficando atento para perceber e aproveitar adequadamente e prontamente todas as oportunidades oferecidas por cada nova situação identificada e caracterizada nos ambientes interno e externo.
AVALIAÇÃO O termo gestão deriva do latim gestione e significa ato de gerir. Desse modo, define-se Gestão como o ato de gerir, administrar, organizar, planear e liderar um projeto, pessoas de uma equipe ou uma organização. Por sua vez, administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinados objetivos. E para atingir esses objetivos, em primeiro lugar, eles devem ser traçados, ou seja, planejados. Existem diversos modelos eficientes de Gestão que podem ser aplicados às mais variadas áreas do conhecimento: gestão de pessoas, gestão por competências, gestão financeira, gestão econômica, gestão escolar, gestão empresarial, etc. Uma boa gestão vem cada vez mais se tornando um fator de sucesso para todo e qualquer tipo de organização, seja ele uma empresa, uma escola, uma igreja, uma casa. Independente da área de atuação, um processo de gestão envolve Capítulo 1 |
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planejamento, execução, controle e ações corretivas. Ou seja, é necessário que se tenha um caminho traçado e que se saiba aonde se quer chegar, e o que se deseja alcançar. Um processo de avaliação da gestão nada mais é do que uma análise, para se saber se as decisões tomadas estão corretas, se os gestores estão agindo da melhor maneira, podendo, assim, comparar o desejado e o realizado. Uma das formas de atuar nesse processo é partir do monitoramento e da avaliação. Ambos possibilitam analisar a qualidade e o impacto do trabalho realizado, em relação aquilo que foi planejado. Para que essa ferramenta tenha validade, é importante que o planejamento tenha sido feito corretamente. O monitoramento diz respeito à coleta sistemática e análise da informação de como o projeto caminha. Ele é criado para melhorar a eficiência e a eficácia do projeto implementado. Tem por base as metas e as atividades estabelecidas durante a fase do planejamento do projeto. Sua principal função é auxiliar a manter o trabalho em sua linha geral, possibilitando seu gerenciamento e identificando quando as coisas não estão seguindo de forma correta. Quando se fala em avaliação, pode-se dizer que é uma comparação do impacto do projeto em relação ao que fora planejado. Durante a avaliação se pode averiguar o que foi formulado para ser realizado em relação ao que foi feito e como isso foi alcançado. Ela pode ser formativa, ou seja, elaborada ao mesmo tempo em que ocorre o projeto; ou resumida, quando aplicada ao final do projeto realizado. O monitoramento e avaliação são ferramentas que ajudarão um projeto ou organização a perceber quando seus planos não estão funcionando ou quando as circunstâncias sofreram mudanças. Eles fornecem à gestão a informação necessária para tomadas de decisões a respeito do projeto e da organização das mudanças que se mostrem necessárias em relação aos planos ou à própria estratégia. Ressalta-se que antes que se possa fazer uma avaliação e planejar novamente, normalmente, se monitora e se ajusta várias vezes um projeto.
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É importante reconhecer que o monitoramento e a avaliação não são soluções, em si, mas, sim, ferramentas valiosas e necessárias para o sucesso de qualquer projeto. O monitoramento e a avaliação podem: ajudar a identificar problemas e suas causas; sugerir soluções possíveis para os problemas; levantar questões importantes em relação à estratégia e às previsões realizadas; levar os responsáveis pelo projeto a refletir para onde estão indo e como estão chegando ao ponto desejado; e, aumentar as possibilidades de acertos. Como se sabe: O Programa Academia das Cidades tem como principal objetivo oferecer qualidade de vida aos pernambucanos, visando elevar a auto-estima da população, promover a adoção de hábitos saudáveis e reduzir os gastos com internação e atendimentos médicos. Para isso, o programa garante o acesso da população a espaços públicos que possibilitem a prática de exercícios, esportes, atividades culturais e ações de saúde e inclusão social - http://www.portais.pe.gov.br/c/portal/ layout?p_l_id=PUB.1381.12). Diante do exposto, para que o programa atinja os seus objetivos, que são grandiosos, visto que lidam com a promoção da qualidade de vida das pessoas, é necessário que ele seja constantemente monitorado e avaliado. O capítulo seguinte versará sobre a avaliação da gestão da academia das cidades e como se darão seus processos, os instrumentos necessários e como deverão ser utilizados. Em seguida, serão apresentados os passos para o preenchimento do Relatório de Monitoramento. No Anexo A deste trabalho, será apresentado um modelo do Relatório de Monitoramento, devidamente
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preenchido, como exemplo para a tarefa que terão os atores envolvidos neste processo. Em princípio, é fundamental que se faça uma explanação teórica, que trará alguns conceitos pertinentes ao processo. 1- AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA ACADEMIA No tocante ao processo de avaliação e monitoramento, uma ferramenta essencial é a estratégia de mapeamento, que consiste em identificar no território (comunidade) e seus entornos as potencialidades e a rede social de apoio existentes. Neste sentido, é importante, mediante uma ação articulada dos agentes públicos (equipes dos PSF, equipes dos CRAS, equipe matricial, equipes do NASF, dentre outros) e lideranças e/ou representantes comunitários, processar uma avaliação das necessidades daquele local, bem como de suas potencialidades. Este processo, embora pareça complexo na sua essência, se apresenta relativamente simples no que diz respeito à sua execução, visto que a ideia é “desenhar” o território, fazendo um levantamento, principalmente, de: • Equipamentos sociais do município: associações, grupos étnicos, grupos culturais, grupos geracionais, igrejas, clubes/equipamentos/centros esportivos, grupos religiosos, outros; • Informações quanto: à densidade demográfica, o porte populacional, o perfil populacional (sexo e idade) e o perfil de renda; • Informações quanto: aos hábitos de atividade física (lazer, trabalho e exercício organizado) e aos hábitos alimentares; • Equipamentos públicos: unidades disponíveis na rede municipal de saúde, educação, cultura, serviço social e outros. 1.1- Instrumentos de Avaliação Serão utilizados alguns instrumentos de avaliação, a saber:
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1- Nível de satisfação - deverá ser avaliado após implantação do programa, com instrumento próprio; 2- Aderência ao programa - também avaliado após o programa, contudo, podendo ser considerada a expectativa da população (a partir da aplicação de um questionário) quanto ao desenvolvimento do programa; 3- Ocupação do espaço público – SOPARQ; 4- Diminuição do sedentarismo – SOPARQ; 5 - Modificação do estilo de vida – Whoqol-Bref (versão curta). Utilizar-se-ão outros indicadores, tais como: 1- Redução da mortalidade – a partir dos dados do DATASUS; 2- Redução das DANT; 3- Alteração dos níveis de IMC – controle regular por processo de avaliação física/nutricional; 4- Elevação dos níveis de aptidão física – controle regular por processo de avaliação física/nutricional; 5- Redução dos indicadores de violência – CIODS + Observatório da violência. Por fim, serão utilizados os instrumentos de controle social descritos a seguir: 1- Avaliação semestral comunitária – para avaliar o funcionamento do programa; 2- Reuniões bimestrais - assembleias com a comunidade, para discutir o fazer cotidiano; 3- Participação em fóruns de discussão política – para garantir a institucionalização e o fortalecimento do programa; e, 4- Rodas de diálogo com frequência semanal – para discutir temas trazidos pela comunidade. Existe uma grande variedade de definições da avaliação, conforme já visto no capítulo que trata da Introdução. Para enriquecer este relatório, destacam-se duas definições de te-
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4- Rodas de diálogo com frequência semanal – para discutir temas trazidos pela comunidade.
Existe uma grande variedade de definições da avaliação, conforme já visto no apítulo que trata da Introdução. Para enriquecer este relatório, destacam-se duas óricos que de tomada tomada de de decisões. Para efinições de teóricos queatrelam atrelamaaavaliação avaliação àà possibilidade possibilidade de decisões. Para Patton (1997), a avaliação é a coleta sistemáatton (1997),tica a avaliação é a coleta sistemática de informações sobre as atividades, de informações sobre as atividades, características e proaracterísticas dutos e produtos dos programas para fazer julgamentos sobre o programa, dos programas para fazer julgamentos sobre o programa, melhorar a efetividade do mesmodecisões e ou informar elhorar a efetividade do mesmo e ou informar sobre decisões futuras programações, sobre futuras programações, enquanto que Contandriopoulos nquanto que Contandriopoulos (2000) afirma ser o julgamento que se faz sobre uma (2000) afirma ser o julgamento que se faz sobre uma intertervenção ouvenção sobre qualquer seus componentes com o objetivo auxiliar na tomada ou sobre dos qualquer dos seus componentes com ode objetie decisões. vo de auxiliar na tomada de decisões. de avaliação como objetivos auxiliar no proO processoOdeprocesso avaliação tem comotem objetivos auxiliar no processo de planejamento cesso de planejamento e tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, prestar contas à sociedade e contribuir para o prestar contas à sociedade e contribuir para o desenvolvimento esenvolvimento do conhecimento. Será utilizado como guiadeoavaliação modelo de avaliação do conhecimento. Será utilizado como guia o modelo proposto por Donabedian, defende a tríade Estrutura + Proroposto por Donabedian, que defendeque a tríade Estrutura + Processos + Resultados, tais cessos + Resultados, tais quais ilustrados no Quadro 1. uais ilustrados no Quadro 1. Quadro 1: Modelo de avaliação (DONABEDIAN, 1960 apud PEREIRA, 1995) Quadro 1: Modelo de avaliação (DONABEDIAN, 1960 apud PEREIRA, 1995)
MODELO DE AVALIAÇÃO DE DONABEDIAN ESTRUTURA
Recursos materiais Recursos humanos Características organizacionais
PROCESSOS
Atividades constitutivas do PACID
RESULTADOS
Produtos Modificações no estado de saúde Satisfação do usuário
partir do cruzamento entre osdo objetivos Projeto AcaA partir doAcruzamento entre os objetivos Projetodo Academia das Cidades e este demia das Cidades e este modelo, são observadas algumas posodelo, são observadas e desafios, que merecem um maior sibilidades ealgumas desafios, possibilidades que merecem um maior detalhamento. etalhamento. 1.1.1- Estrutura
1.1- Estrutura
No caso da Academia das Cidades, já existe uma clareza sobre a estrutura do projeto, os recursos materiais e huma-
No caso da Academia das Cidades, já existe uma clareza sobre a estrutura do rojeto, os recursos materiais e humanos e as características organizacionais já estão reviamente definidas, o que facilitaria a utilização de uma avaliação normativa, que mprega um check-list entre o que foi padronizado e o que realmente está presente naquela manual Academia das Cidades TESTE.indb 32
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nos e as características organizacionais já estão previamente definidas, o que facilitaria a utilização de uma avaliação normativa, que emprega um check-list entre o que foi padronizado e o que realmente está presente naquela unidade. Devem-se categorizar os itens em grau de importância, destacando aqueles que são imprescindíveis, cuja falta caracterizaria automaticamente a unidade como insatisfatória, bem como algumas características que mesmo que não sejam obrigatórias agreguem valor diferenciado à determinada proposta. A partir destes critérios, deve-se estabelecer um juízo de valor sobre a estrutura a ser avaliada. 1.1.2- Processo Dentro da avaliação de processos, podem-se analisar três atributos distintos a partir das características relacionais entre os agentes das ações:
• Usuário x profissional: percepção dos usuários sobre
as práticas, satisfação dos usuários, aceitabilidade, acolhimento, respeito à privacidade e outros direitos dos cidadãos; • Profissional x profissional: relações de trabalho e no trabalho; e, • Gestor x profissional: relações sindicais e de gestão. Nesta sugestão de avaliação, optou-se por analisar os atributos da relação entre usuários e profissionais dentro do contexto de processo, já que a proposta do Projeto Academia da Cidade se ancora numa proposta de co-responsabilidade social e do fortalecimento da participação popular. Em outras propostas, esses elementos poderiam ser encarados como resultados e não como processos relativos à implantação do serviço. Diferente da avaliação de estrutura, que dispõe de normas e padrões bem definidos, neste processo é necessário trabalhar com modelos mais dinâmicos e participativos de avaliação e com critérios e normas adequados à realidade local. Como guia, tem-
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-se um conjunto de elementos, divididos, hipoteticamente, em quatro dimensões, relacionados ao processo de trabalho e que influenciarão na qualidade do serviço da Academia das Cidades, conforme ilustrado pelo Quadro 2 e Figura 1. DIMENSÕES DO PROCESSO DE TRABALHO Quadro 2: Dimensões do processo de trabalho Qualidade da formação Cursos de especialização/aperfeiçoamento TRABALHADORES EDIMENSÕES DO PROCESSO DE TRABALHO Perfil da equipe em relação à proposta Qualidade da formação EQUIPE Adequação do dimensionamento da equipe Cursos de especialização/aperfeiçoamento TRABALHADORES E Relações na dinâmica Perfil daestabelecidas equipe em relação à propostade trabalho EQUIPE
TECNOLOGIAS TECNOLOGIAS
9 9
Adequação do dimensionamento Saber operante relativo à práticada deequipe cada Relações estabelecidas na dinâmica de trabalho profissional necessária para as atividades a Saberdesempenhadas operante relativo à prática de cada serem profissional necessária para as atividades a
FINALIDADE
Demandas e necessidades das pessoas que serem desempenhadas trabalham na Academia das Cidades
FINALIDADE TRABALHO EM SI
Ações e intervenções trabalham na Academia das Cidades
TRABALHO EM SI
Demandas e necessidades das pessoas que Ações e intervenções
Trabalhadores e Equipe Trabalhadores e
Tecnologias Tecnologias
Equipe Formação Formação Perfil Perfil Dimensionamento Dimensionamento Concepções Concepções Relações Relações
Finalidade Finalidade
Necessidades Necessidades Demandas Demandas
Instrumentos
PROCESSO DE PROCESSO DE TRABALHO
Instrumentos Saber operante Saber operante
TRABALHO
Trabalho Trabalho emem Si Si
Ações/ Ações/ Intervenções Intervenções
Figura 1: Dimensões do processo de trabalho 1: Dimensões do processo de trabalho Figura 1:Figura Dimensões do processo de trabalho
Estes vários elementos referentes ao processo de trabalho funcionarão como Estes vários elementos referentes ao processo de trabalho funcionarão como norteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e rteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e usuários, respeitando as especificidades de cada um desses setores. A sugestão é que estes uários, respeitando as especificidades deocorram cada um encontros de avaliação e replanejamento da desses seguintesetores. forma: A sugestão é que estes
contros de avaliação e replanejamento ocorram da seguinte forma: manual Academia das Cidades TESTE.indb 34
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Estes vários elementos referentes ao processo de trabalho funcionarão como norteadores da avaliação de processo, com a participação de gestores, profissionais e usuários, respeitando as especificidades de cada um desses setores. A sugestão é que estes encontros de avaliação e replanejamento ocorram da seguinte forma: • A cada dois meses: entre os próprios trabalhadores; • A cada quatro meses: entre os trabalhadores e gestores; e, • A cada seis meses: com a população. Estes prazos podem ser amplamente alterados, de acordo com as necessidades dos atores envolvidos. 1.1.3- Resultados Mais que atender aos apelos legítimos de financiadores de projetos, formuladores de políticas e “tomadores” de decisão em demonstrar a efetividade de procedimentos, também estamos preocupados em como fazer com que uma metodologia de avaliação possa contribuir para o aprendizado, a ação e a transformação de práticas sociais (AKERMAN; MENDES; BÓGUS, 2004). O estabelecimento de critérios de avaliação de resultados dentro de atividades de Promoção da Saúde não é uma tarefa simples. Como se leva em consideração a dimensão multifatorial dos problemas, as ações propostas para sua resolução são complexas. Além do que, as coletividades são dinâmicas, fazendo com que objetivos definidos no início das atividades possam perder seu sentido e serem substituídos por outros no decorrer do processo. Neste sentido, é importante, também,
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que os indicadores para avaliação sejam construídos coletivamente e revisados periodicamente. Considerando os objetivos do PACID, sugere-se, inicialmente, priorizar a avaliação da ocupação do espaço público, a redução dos níveis de violência e a melhoria do estado de saúde da população. Esta ocupação, além de avaliada quantitativamente, por entrevistas e registros fotográficos, deve também ser avaliada qualitativamente, mediante a utilização de instrumentos próprios da arquitetura para avaliação pós-ocupação. Para verificar mudança do padrão de mortes violentas, podem-se utilizar dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), disponíveis no site do DATASUS (www. datasus.gov.br). O grande problema do SIM é o atraso nas informações, pois os dados ficam disponíveis apenas no ano seguinte ao de ocorrência dos óbitos. Para dados mais atualizados e que contemplem ocorrência de violências, e não apenas de óbitos, pode-se disponibilizar de dados produzidos por ocorrências policiais e registros de entrada em unidades de saúde de emergência próximas ao pólo. A descrição dos objetivos do PACID faz referência direta à modificação no estado de saúde da população atendida, mediante a adoção de hábitos alimentares saudáveis, da prática regular de atividades físicas e do lazer. A primeira opção para se analisar esta melhoria no estado de saúde da população seria a partir da comparação de dados fornecidos pelos sistemas de informação em saúde e dos prontuários dos usuários da atenção básica de períodos antes e depois da implantação do PACID. Porém, os bancos de dados nacionais e os prontuários do paciente não contêm dados adequados sobre os diversos aspectos e níveis de análise necessários para se estudar desigualdades sociais na saúde e o consumo de serviços. Além desta questão, são necessários elementos que possibilitem afirmar que determinada mudança no padrão sanitário da população tem origem na atuação da Academia das Cidades e não em outros programas de saúde e assistência
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social promovidos por diversos órgãos do governo, ou mesmo averiguar se aquela mudança no estado de saúde não se deu pelo acaso ou pela melhoria no sistema de informação. Esta situação sugere que o PACID produza seus próprios dados de saúde, no formato de pré e pós-teste. Ainda neste caso, depara-se com os entraves comuns à realização de pesquisas, ou seja, questões financeiras, técnicas e operacionais. Uma alternativa seria focar a avaliação de resultados na percepção do usuário sobre o serviço e na satisfação do mesmo, e não na modificação dos indicadores de saúde. A metodologia sugerida seria a aplicação de questionários a determinada amostra de usurários, focando nos seguintes itens: 1 - Habilidades dos profissionais envolvidos no projeto; 2 - Disponibilidade dos espaços de realização das atividades; 3 - Disponibilidade dos equipamentos; 4 - A resolução dos seus problemas; 5 - O tempo gasto com o deslocamento 6 - O tempo de espera para ser atendido 7 - O respeito na maneira de tratá-los; 8 - A maneira como a sua intimidade e a sua forma de ser foi respeitada durante as atividades da academia; 9- A clareza nas explicações do profissional da academia e a adequação da linguagem; 10 - A disponibilidade de tempo para fazer as perguntas sobre o seu problema e esquema terapêutico ou esportivo. Essas questões seriam respondidas de forma direta, a partir de critérios como: excelente, bom, regular, ruim, péssimo, não sabe. Com base nisto, ter-se-ia um panorama do funcionamento da Academia da Cidade daquela localidade, possibilitando melhorias. Entretanto, talvez, o mais importante seja o quanto o processo de avaliação consegue ser realmente participativo e capaz de reorientar o planejamento e as práticas. A avaliação bem realizada deve ser encarada como uma poderosa
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ferramenta para apontar e/ou corrigir os problemas, visando atingir o objetivo maior do PACID: o bem-estar da população. 2- RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DAS ACADEMIAS DAS CIDADES O relatório a ser preenchido, relativo ao monitoramento das Academias das cidades, compõe-se dos seguintes dados1:
• Identificação • Atividades desenvolvidas, compostas por: • Atividades no polo; • Avaliação das atividades desenvolvidas; • Atividades espontâneas; • Grupos de convivência; • Intergeracional. Requalificação, que contempla:
• Pólo; • Forma de atuação; • Apropriação do PACID. Gestão do pólo, composta por:
• Profissionais; • Comissão de usuários; • Fórum de discussões. Avaliação de saúde; Análise do questionário QPAF; e Eventos. 1 O relatório respondido na íntegra, como exemplo, encontra-se no Anexo A deste documento
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2.1- IDENTIFICAÇÃO Neste item, serão preenchidos os dados relativos à identificação do município, a secretaria responsável. Além dos dados referentes ao coordenador, como nome, telefone e endereço eletrônico. 2.2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Este item se divide em várias etapas. A primeira delas diz respeito às atividades no pólo. Aqui, o respondente informará sobre o seu público, as atividades, os conteúdos aplicados durante as aulas, os profissionais envolvidos, os dias e horários de funcionamento no pólo. Quanto à avaliação das atividades desenvolvidas, o relatório deverá contemplar o número de participantes, os pontos positivos e negativos das atividades, bem como do pólo de atuação, e deverá, ainda, apontar sugestões para a melhoria do programa. No que se refere às atividades espontâneas, o relatório contemplará o público, o número de participantes e suas respectivas atividades. Quanto aos grupos de convivência, geracional e intergeracional, o relatório deverá conter dados relativos ao público, ao número de participantes e às atividades. 2.3- REQUALIFICAÇÃO O item Requalificação trará dados relativos aos pólos de atuação das Academias das Cidades. No que diz respeito ao pólo, ele deverá conter dados referentes aos equipamentos e aos espaços, e se estão preservados ou danificados. Quanto à forma de utilização, deverá ser evidenciado o modo como são utilizados os equipamentos e os espaços. Quanto à apropriação do PACID, é necessário que o relatório contemple a forma como isso se dá, de acordo com os profissionais e os usuários.
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2.4- GESTÃO DO PÓLO Quanto à gestão do pólo, deverão ser traçados os perfis e as formas de contratação dos profissionais envolvidos, a comissão de usuários, com nome e ocupação, e os fóruns de discussão, contemplando os temas abordados, as plenárias e as decisões tomadas. 2.5- AVALIAÇÃO DE SAÚDE Deverá ser apresentada uma avaliação de saúde, contendo dados sobre os usuários. Esta avaliação deverá ser feita a partir do número total de usuários, com percentuais identificando os totais de mulheres, homens, crianças, jovens, adultos e idosos que fazem parte do programa, além de dados coletados sobre as Unidades Básicas de Atenção à Saúde e instituições sociais mais próximas, e as principais doenças identificadas junto à população participante do programa. 2.6- ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO SOBRE A QUALIDADE DE PRONTIDÃO PARA ATIVIDADES FÍSICAS A análise do questionário do QPAF deverá apontar dados quantitativos sobre o Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, os encaminhamentos à avaliação médica, e as doenças mais prevalentes, todos separados por homens e mulheres. 2.7- EVENTOS Por fim, serão informados os dados relativos aos eventos realizados nos pólos, contendo nome do evento, os responsáveis, o local, o número de participantes, uma breve descrição sobre a ação que justifique o evento, os profissionais envolvidos e uma avaliação sobre as atividades realizadas durante o evento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALDAY, Herman E. C. O Planejamento estratégico dentro do conceito de administração estratégica. Revista da FAE – Faculdade Católica de Administração e Economia, Curitiba, maio / ago, 2000. AKERMAN, M.; MENDES, R.; BÓGUS, C.M. É possível avaliar um imperativo ético? Ciência & Saúde Coletiva, 9(3):605-615. Rio de Janeiro, 2004. BEATTY, Richard. Scorecard para recursos humanos: conceitos e ferramentas para medir a contribuição das equipes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CARVALHO, A. R. S.; OLIVEIRA, E.A.Q. Diagnóstico das barreiras do aprendizado organizacional que levam à deterioração da gestão pública moderna. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté-SP, janeiro / abril, 2005. COMIM, Flávio. Entrevista. Revista ComCiência. Ed.33. Disponível em: http://www.comciencia.br. Acesso em 16.05.2009. CONTANDRIOPOULOS, A.P. et al. A avaliação na área da saúde: conceitos e métodos. São Paulo: Editora Hucitec, pp. 29-47, 1997. CORREA, Izabela Moreira. Planejamento estratégico e gestão pública por resultados no processo de reforma administrativa do estado de Minas Gerais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, maio / junho, 2007. Cruz, Carlos Henrique de Brito. Entrevista. Revista da Fundação de Desenvolvimento Administrativo do Estado de São Paulo. 2008. Disponível em http://www.revista.fundap.sp.gov.br/revista3/paginas/entrevista3.htm. Acesso em 18.11.2008.
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ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E TEMPO LIVRE “... na medida em que um grupo social aparece na história, frequentemente ele se constitui inicialmente na cultura, meio de reconhecimento, de legitimação, de constituição de uma identidade, de uma visibilidade no espaço social” Jean-Claude Gillet (2007, p. 21)
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o decorrer do seu desenvolvimento, para além do estímulo à atividade física e à alimentação saudável, o Programa Academia das Cidades (PACID), vem assumindo uma importante função na mobilização cultural das comunidades. Em paralelo ou como desdobramento das atividades de caminhada e ginástica orientadas, a motivação dos diversos grupos de usuários para vivência de outras manifestações culturais como dança, teatro, música, jogos de mesa, passeios e realização de eventos é uma tendência de desenvolvimento do programa. O setor de animação sociocultural do PACID tem por finalidade ajudar a comunidade de usuários na construção do programa das atividades culturais também de maneira planejada e sistemática. O objetivo principal que este setor deve perseguir é o fortalecimento das manifestações culturais locais como possibilidade de um lazer comunitário que contribua ao desenvolvimento da consciência coletiva da necessidade de transformação social, e a afirmação de uma identidade cultural autônoma e democrática, entendendo-os como fatores cruciais na promoção da saúde e da qualidade de vida. Partimos do pressuposto de que o desenvolvimento cultural da comunidade é fator crucial da mudança de hábitos e da construção de um estilo de vida saudável. No entanto, como já afirmamos antes, a promoção da saúde e da qualidade de vida está na dependência do acesso aos direitos que permitem uma condição de vida digna, tais como saneamento Capítulo 2 |
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básico, habitação, trabalho, educação, lazer etc. No entanto, a conquista desses direitos está relacionada com o nível de consciência, informação e mobilização da população, e também do compromisso do poder público em prover políticas públicas saudáveis e emancipatórias (Silva 2005a). Assim, a cultura como lazer pode ser uma forte aliada nesse processo de elevação de consciência e organização comunitária, quando intencional e planejadamente fortalecemos seu potencial formativo e informativo. Isso porque, entendemos que as práticas de lazer possibilitam o desenvolvimento da personalidade, a socialização e criam novas formas de aprendizagem, contribuindo assim para perpetuação ou manutenção de um determinado modo de vida. A cultura, nesta perspectiva, ganha um sentido que supera a ideia de saber enciclopédico, assumindo a conotação de tomada de consciência histórica e organização: “A cultura é algo bem diverso. É organização, disciplina do próprio eu interior, apropriação da própria personalidade, conquista de consciência superior: é graças a isso que alguém consegue compreender seu próprio valor histórico, sua própria função na vida, seus próprios direitos e seus próprios deveres. Mas nada disso pode ocorrer por evolução espontânea (...), mas através da reflexão inteligente (...)” (Gramsci 2004, p.58). A importância desse conceito de cultura no desenvolvimento do programa de lazer na perspectiva da promoção da saúde, é que ele pressupõe que uma mudança radical de comportamentos e estilos de vida é resultado de uma tomada de consciência crítica e de organização social e política dos sujeitos para o enfrentamento dos fatores e agravos à saúde individual e coletiva, no contexto da luta por uma transfor48
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mação mais ampla da sociedade. Também permite superar a concepção de lazer como entretenimento banalizado, que ao afirmar a cultura de massas, principalmente através da indústria do lazer e do entretenimento, contribui à perpetuação da cultura do consumismo e, por conseguinte, à disseminação de mercadorias culturais diretamente associadas a fatores de riscos a agravos à saúde individual e coletiva tais como: alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, obesidade, violência etc. A animação sociocultural neste contexto ganha a conotação de programa e método, o que significa afirmar a necessidade de planejamento da intervenção pedagógica para o desenvolvimento do lazer como fator de promoção da saúde e qualidade de vida. De acordo com Bernet (1997) animação sociocultural como programa, projeto ou conjunto de programas e projetos destaca o trabalho de desenhar, elaborar, definir metodicamente as atividades, processos e ações. Como método, técnica ou uma maneira de fazer, animação enfatiza o aspecto elaborado e pedagógico da intervenção cultural. A necessidade do planejamento pedagógico da intervenção sociocultural no âmbito do lazer visando à promoção de saúde e da qualidade de vida é tarefa cada vez mais estratégica da educação contemporânea, marcada pela ampliação dos canais de disseminação da cultura de massa, sobretudo através da indústria do lazer e do entretenimento. Ao contraponto, faz-se necessário que o programa de animação sociocultural seja fundamentado numa verdadeira Pedagogia do Tempo Livre, tal como defendida por Puig & Trilha (2004), como forma de enfrentamento do conjunto de atividades (ou “passividades”) desvalorizadas, do ponto de vista formativo, e que ocupam a maior parte do tempo das pessoas: “Ócios consumistas, passivos, individualistas, egoístas, massificados, padronizados e uniformes, manipuladores, pouco criativos, alienante, banais, etc.” (Puig & Trilha 2004, p.60). Porém, quando falamos da animação sociocultural como meio de intervenção pedagógica no âmbito do lazer, não estamos defendendo a reprodução das práticas pedagógicas es-
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colares. Ao planejarmos a animação sociocultural no lazer é fundamental que sejam respeitadas as características e intencionalidades que marcam as práticas de lazer, quais sejam: a liberdade de escolha pelo usuário, a busca do prazer e do lúdico, a possibilidade de auto-expressão e de criatividade. Assim, consideramos a animação sociocultural um âmbito da educação não-formal, entendida como “(...) um conjunto de processos, meios e instituições específicas e diferencialmente concebidos em função de objetivos explícitos de formação ou instrução não diretamente voltados à outorga dos graus próprios do sistema educacional regrado (Trilla 2008, p.42). O lazer e a animação sociocultural como âmbitos da educação não-formal são marcados pelo desejo da acesso e usufruto da cultura, mas não em sentido utilitarista, nem acadêmico. Devido ao “caráter radicalmente ilimitado da história”, segundo Mészáros (2007), há um “potencial emancipatório positivo de tempo livre produtivamente desenvolvido da humanidade, uma vez submetido ao uso criativo pelos indivíduos sociais no curso do desenvolvimento histórico...” (p. 49). Esse elemento enfatizado pelo autor, na reflexão sobre a relação entre tempo livre e emancipação, é fundamental para entender a importância da perspectiva da animação sociocultural, sobretudo de forma a atuar no âmbito da cultura, no “tempo livre”. Puig & Trilha em sua Pedagogia do Ócio definiram alguns princípios gerais que devem orientar um programa de animação sociocultural: Liberar tempo para o lazer formativo Uma condição objetiva para o desenvolvimento de plano de ação educativa no âmbito do tempo livre é conseguir uma melhor distribuição e aproveitamento do tempo liberado do trabalho obrigatório. Muitas vezes o tempo liberado é perdido em função de uma planificação inadequada das cidades, do transporte e de outros serviços públicos, das tarefas familiares, da burocracia inútil, etc. O plano de ação do PACID deve 50
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se adequar ao tempo liberado dos participantes, observando os grupos de idade e ocupação, e tentar influenciar na reorganização das disfunções que consomem de maneira absurda o tempo liberado. Assim as pessoas poderiam aproveitar melhor o tempo para atividades formativas. Tornar compatível diversão, criação e aprendizagem Um dos traços essenciais das atividades de lazer é o prazer que produz independente dos efeitos que se busquem. Essa característica deve ser respeitada. A educação pelo lazer não pode acontecer através de uma prática triste ou tediosa. É preciso adequar o planejamento participativo, a uma atividade de livre escolha, que ao mesmo tempo possibilite a diversão, a criação e a aprendizagem. Respeitar a autonomia Para seguir o princípio anterior é importante considerar outro traço essencial das atividades de lazer: a autonomia do sujeito na decisão da atividade e no processo da sua execução. Não se deve tentar educar pelo lazer através de atividades impostas. A autodeterminação no que e no como fazer é precisamente um dos valores formativos mais importantes da educação pelo lazer. Assim, considera-se que o lazer não deveria ser algo a se consumir, mas a se criar, e a ação educativa protagonizada pelo PACID deve fomentar essa capacidade. Promover a possibilidade do extraordinário A capacidade e a predisposição para a criação, aventura e realização imaginativa são valores que no âmbito do tempo livre podem ser cultivados com menos restrições. Um princípio fundamental para organização das ações do PACID é estimular a criação individual e coletiva de alternativas culturais a serem vivenciadas no tempo liberado.
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Tornar compatíveis o lazer individual e coletivo A intervenção educativa no tempo livre deve potencializar duas formas aparentemente opostas de lazer: a individual e a coletiva. A necessidade do recolhimento individual para o encontro consigo mesmo ou como uma exigência de certas atividades de alto valor formativo (da leitura à meditação) é algo que deve ser respeitado, possibilitado e até preparado na pedagogia do tempo livre. No entanto, é importante que se esclareça que um dos principais objetivos da animação sociocultural é o desenvolvimento da sociabilidade. O combate às formas perniciosas de lazer Este princípio considera que um dos principais objetivos da animação sociocultural é a negação das formas de lazer massificadas, estereotipadas e uniformes, mas também “(...) classistas, individualistas, egoístas e ostentadores, consumistas e caros, manipuladores e alienantes, etc.” (Puig & Trilla 2004, p. 80). Esse combate deve se materializar através de duas formas e intervenção: a elucidação e a crítica a tais atividades e, principalmente, pelo contraponto prático através da promoção de atividades que possuem valores contrários aos mencionados.
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS Também são fundamentais para a construção de uma proposta que articule o setor da animação sociocultural à consideração de princípios que orientem o fazer pedagógico. Discorreremos, então sobre os princípios por nós construídos e refletidos através de diferentes produções, desde SILVA e SILVA (2004) até SILVAa (2005) e SILVAb (2005): Trabalho socialmente útil – numa perspectiva emancipatória, a realidade social concreta deve ser sempre a referência e, nesse caso, o trabalho socialmente útil é um elemento de integração com essa realidade concreta. Um objeto útil é 52
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aquele que “(...) por suas propriedades satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia” (Marx, 2002, p.57). Neste sentido, podemos dizer que uma educação que se realiza no âmbito do lazer, na perspectiva da autodeterminação, deve estar em profunda sintonia com as necessidades e interesses dos sujeitos e das comunidades envolvidas. A utilidade social de uma coisa faz dela um valor-de-uso. O trabalho socialmente útil produz então, necessariamente, valores-de-uso, e não valores de troca, que acaba prevalecendo, suprimindo tudo (coisas, pessoas, cidades, formas de lazer, etc). Desse modo, o trabalho socialmente útil relacionado com a conquista do tempo livre diz respeito à produção cultural lúdica, a partir das suas formas de manifestação, esportiva, artística, intelectual etc. Desenvolvimento da cultura popular - Tendo por base o trabalho socialmente útil, o trato com o lazer deve estar inspirado e voltado para o desenvolvimento da cultura popular. Entende-se por cultura popular aquela que, ao lado da chamada cultura erudita, transmitida na escola e sancionada pelas instituições, “(...) é criada pelo povo e articula uma concepção do mundo e da vida em contraposição aos esquemas oficiais” (Bosi, 1986, p.64). A cultura popular na verdade resulta de uma apropriação desigual do capital cultural e realiza “(...) uma elaboração específica das suas condições de vida através de uma intenção conflitiva com os setores hegemônicos” (Cancline, 1983, p. 26). Por isso ela é ambígua e contraditória, tecida de ignorância e de saber, de atraso e de desejo de emancipação. Tem como traço fundamental o fato de ser “(...) uma concepção desagregada, incoerente, inconseqüente (...)” em relação à posição social das multidões das quais ela é a filosofia: as classes populares. Na cultura popular podemos encontrar “(...) elementos dos homens das cavernas e princípios da ciência mais moderna e progressista, preconceitos de todas as fases históricas passadas, estreitamente localistas
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e intuições de uma futura filosofia que será própria do gênero humano mundialmente unificado” (Gramsci 2001, p.94). Fala-se ainda que cultura popular é “ambígua”. “Tecida da ignorância e de saber, de atraso e de desejo de emancipação, capaz de conformismo ao resistir e capaz também de resistência ao se conformar” (Chauí 1986, p.124). Por outro lado, pensando na cultura popular como arte, podemos perceber que nela existe um forte vínculo criador-comunidade que se manifesta nos objetos de uso diário como cestas, tecidos, cerâmicas, sendo expressão do seu povo. Este vínculo criador também se expressa através das práticas propriamente corporais, tais como as danças, os jogos, as brincadeiras e lutas, tendo ainda uma capacidade vital de absorver e reelaborar elementos urbanos já afetados de novas tecnologias. Neste caso, a cultura popular pode atravessar a cultura de massa tomando seus elementos e transfigurando esse cotidiano em arte. Neste sentido, se é certo dizer que na ambigüidade da cultura popular existe um convite à resignação e à paciência, é mais importante ainda ressaltar que também existe um convite à reflexão e à criação “(...) a tomada de consciência de que aquilo que acontece é, no fundo, racional, e que assim deve ser enfrentado, concentrando as próprias forças racionais e não se deixando levar pelos impulsos instintivos e violentos” (Gramsci 2001, p.98). Desenvolvimento da cultura popular, portanto, significa a elaboração desse núcleo de “bom senso” que existe no “senso comum” que merece ser “transformado em algo unitário e coerente” (Gramsci, 2001, p. 98). Auto-organização e Trabalho Coletivo - O desenvolvimento da cultura popular e a educação para o protagonismo dependem da materialização de um outro princípio fundamental que é o estímulo à auto-organização e ao trabalho coletivo no âmbito das práticas corporais, esportivas e artísticas. Dado que a produção cultural é realizada socialmente, a aptidão para trabalhar coletivamente é uma condição fundamental na vida das classes populares e que somente se 54
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adquire no exercício do trabalho coletivo. Trabalhar coletivamente significa saber organizar e dirigir um grupo quando é necessário e também saber obedecer quando for preciso. Tal exercício pode se dar através da organização de grupos de dança, de música, equipes esportivas, grupos de ginástica e também da organização de eventos participativos, onde todos assumam responsabilidades no interior da estrutura de organização (a própria organização dos Círculos, que pressupõe a divisão de responsabilidades e tarefas). Assim, “para atingir este objetivo, é preciso, na auto-organização das crianças, que todos, na medida do possível, ocupem sucessivamente todos os lugares, tanto as funções dirigentes como as funções subordinadas” (Pistrak, 1981, p.40). O trabalho coletivo e o estímulo à auto-organização, também forjam a aptidão para analisar cada problema novo como organizador. Isto pressupõe o desenvolvimento de hábitos de organização adquiridos no desempenho de diversas funções no interior de diversos organismos. Isso só será possível na medida em que se desenvolvam formas de auto-organização extremamente flexíveis, de maneira que possam ser adaptadas a cada problema novo que surgir e a cada novo objetivo traçado. Intergeracionalidade - Este princípio parte do pressuposto histórico de que “(...) a geração antiga realiza sempre a educação dos ‘jovens’” (Gramsci, 2001, p.63). Neste caso, existe uma vinculação entre as gerações que expressa a coexistência social inerente à condição humana. De fato, os “velhos” dominam os “novos”. Inclusive, no que se refere ao universo lúdico. “Assim como o mundo da percepção infantil está marcado por toda parte pelos vestígios da geração mais velha, com os quais a criança se defronta, assim também ocorre com os seus jogos. O brinquedo, mesmo quando não imita os instrumentos dos adultos, é confronto, na verdade não tanto da criança com os adultos, do que destes com as crianças” (Benjamim 1984, p. 72). Os conflitos e discórdias existentes são superficiais e próprios a todas as obras educativas e de
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“refreamento”. O fato da geração mais velha não conseguir guiar a geração mais jovem é também, em parte, a expressão da crise da instituição familiar e da nova situação do elemento feminino na sociedade. Dessa forma, a educação dos filhos é cada vez mais confiada ao Estado ou à iniciativas privadas de educação, causando um empobrecimento sentimental em relação ao passado. Em algumas situações, a velha geração chega a renunciar sua missão educativa, caindo, inclusive em formas diversas de “estatolatria”. Assim, fica reduzida a importância afetiva da memória passada de geração para geração, ficando esta a cargo do sistema dominante. Desta forma, o princípio da intergeracionalidade, expressa a necessidade de superação da segmentação entre as gerações (etárias), colocando a necessidade da construção de procedimentos e mecanismo que restabeleçam a coexistência e a convivência entre sujeitos das diferentes faixas etárias de maneira que seja garantida a preservação da memória cultural e política, fortalecida pelos vínculos sentimentais inerentes aos coletivos familiares. Por outro lado, faz-se imprescindível que tais mecanismos de coexistência possam reaproximar a velha geração com a dinâmica contemporânea da sociedade e suas exigências. Esta combinação de fatores é fundamental para a educação comum tanto da “nova” quanto da “velha” geração, sendo também o caminho comum de ambas no processo de análise, crítica e superação coletiva e histórica dos problemas que os assolam.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL Os agentes de animação sociocultural contribuem para organizar a dinâmica de apropriação cultural – são por isso educadores sociais e populares. No entanto, a prática desses próprios agentes de animação sociocultural é também contraditória – impregnada pelos valores dominantes. Por isso, os próprios educadores devem ser educados – processo constante de reflexão que se fundamenta na prática e na teoria – sem 56
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teoria revolucionária não pode haver prática revolucionária (Pistrak). Sem uma pedagogia social a ser estudada e incorporada pelos educadores, sua prática não passará de uma manobra sem finalidade social consciente, utilizada para resolver problemas pedagógicos de forma pragmática, caso a caso, e não baseada em concepções sociais bem determinadas. Considerando os elementos acima expostos, uma educação do educador não consiste em apontar a eles um conjunto de indicações práticas. Consiste em garantir espaço para reflexão de princípios, valores e intenções educativas. Desta forma, esses educadores serão capazes de criar um bom método de trabalho com base numa concepção pedagógica sólida. Mas este não pode ser um trabalho individual. O educador isolado, abandonado a si mesmo, não encontrará resposta aos problemas que enfrenta. Somente na coletividade é possível resolver os problemas coletivos. Segundo Waichman (2008), este tipo de atividade, denominada por ele como RECREAÇÃO EDUCATIVA, propõe práticas sociais no tempo não obrigatório que possibilitem o desenvolvimento da autonomia, através de processos autogestionários e uma modalidade participativa que enfatize o compromisso com a tarefa por todos os membros do grupo. Portanto, o coordenador não busca obediência exterior. Ao contrário, constrói o compromisso do grupo por gestar etapas e formas para que cada grupo, em função de sua idade, experiência e possibilidades possa se responsabilizar pelos êxitos e fracassos. O distanciamento entre o animador e o usuário tende a modificar-se sem desaparecer. Uma maior horizontalidade caracteriza as relações e nada baixa a responsabilidade, agora assumida pelas decisões do próprio grupo. É óbvio que esta posição requer um coordenador comprometido, profundamente democrático, permeável das inquietudes, disposto a dedicar muito tempo a planejar e avaliar com grande clareza os objetivos a alcançar e que entenda que todas as estratégias e técnicas são úteis e podem colaborar para forma-
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ção de indivíduos críticos e responsáveis. Waichman (2008) assim define o estilo produtivo-criativo: • Participação direta na criação do objeto cultural seja este um objeto material, uma norma, ou um valor a ser compartilhado por um grupo social; • Não delimitação rígida das funções de emissor e receptor no processo de comunicação; não definição de um padrão de relação onde aparecem uns poucos que pensam e outros muitos que recebem ou executam as decisões; • Possibilidade de surgimento do pensamento reflexivo na medida em que este surge nas situações em que se apresentam aos indivíduos problemas de adaptação; quer dizer, frente a uma situação problemática, com vistas à solução da mesma. A maioria das formas de conduta que denominamos cultura popular produtiva emerge de situações problemáticas da vida cotidiana. • Facilita a ação e as decisões sobre os fatos da vida cotidiana. As atividades podem ser divididas em quatro áreas de interesses: artísticos, físico-desportivos, manuais e intelectuais. Indicação de atividades sistemáticas de acesso à cultura e também à realização de eventos. Recomenda-se observar a articulação necessária entre as atividades sistemáticas e os eventos, seguindo o princípio da utilidade social; os interesses estão relacionados com as faixas etárias dos usuários; Os agentes da animação sociocultural são profissionais e voluntários. O perfil é polivalente; A avaliação das atividades leva em conta indicadores socioculturais.
PERFIL DO PROFISSIONAL Para Gillet (2007), o termo animação reúne técnicas e estratégias, especialistas e generalistas, animadores em múl58
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tiplos campos de intervenção e no encontro de públicos diversos, beneficentes, voluntários e profissionais, atores provenientes de correntes ideológicas múltiplas (laicas, convencionais, reformistas, revolucionárias). Nesse sentido, a delimitação do perfil do profissional que atua no âmbito da animação sociocultural, significa considerar que a sua definição irá depender da função que desempenha. Segundo VENTOSA (1998), o animador sociocultural, especialmente o que ele chama de monitor, desenvolve a sua função levando em consideração os seguintes elementos: “Fundamentalmente é um trabalhador e dinamizador de grupo que realiza e desenvolve sua função em um contexto, primeiro, grupal e, depois, social. Não se pode definir unicamente como uma pessoa que trabalha com meninos e meninas, fazendo brincadeiras, ou pessoa que diverte. Seus objetivos e funções são muito mais amplos. O monitor é um trabalhador (voluntário ou profissional) que desempenha uma função fundamentalmente dinamizadora nos grupos onde intervêm, que utiliza seus conhecimentos, aplica seus métodos e estratégias que ajudam ao desenvolvimento do grupo e individual de seus componentes (p. 260)1”. No entanto, é necessário que o animador sociocultural detenha alguns conhecimentos básicos, independente do fato dele ser um profissional ou um voluntário. São esses conhecimentos, segundo VENTOSA (1998, p. 260): • “Formação cultural suficiente. 1 Tradução nossa Capítulo 2 |
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• Habilidades sociais e de comunicação. • Conhecimentos sobre a animação sociocultural, associacionismo e tempo livre (recursos e panorama geral).
• Conhecimentos sobre metodologia da formação: Pe-
dagogia não diretiva, aprendizagem por descobrimento, educação para o desenvolvimento (educação para a saúde, educação ambiental, educação em valores positivos...). • Conhecimentos dos níveis de formação do grupo e suas etapas. • Conhecimento das características psicológicas de meninos, jovens ou adultos com os que interage; • Elaboração de projetos e técnicas de planejamento e trabalho em equipe; • Conhecimento sobre técnicas, recursos de diferentes áreas (expressão e criatividade, ar livre, esporte, jogos, etc)2”.
ATIVIDADES SUGERIDAS Do ponto de vista metodológico um programa que busque concretizar os princípios acima destacados devem se aproximar da caracterização de uma Recreação Educativa e de um estilo participativo em contraposição ao estilo consumista de entretenimento feita por Waichman (2008). Para o mesmo, o ENTRETENIMENTO é definido por um conjunto de ações eminentemente dirigistas e tendentes a “ocupar” o tempo livre das pessoas. São aquelas em que os coordenadores ou líderes levam adiante determinando o que, quando, como e com que se deve fazer tal ou qual atividade. Não existe margem para os participantes protagonizarem alguma tomada de decisão ou analise de situação. Neste caso, os participantes mais do que se divertirem são divertidos, gerando uma dependência 2 Tradução nossa
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do especialista e desqualificando o grupo no que se refere à elaboração das suas próprias ações com um progressivo nível de autodeterminação. Waichman (2008) caracteriza o estilo consumista da seguinte forma: • Distância entre o ato de criação do objeto cultural e o ato de recepção do mesmo; o sujeito recebe informações imagens, entretenimentos, sem participação na criação, produção e difusão do objeto cultural (pensamento predominante na cultura comercial do entretenimento); • Unilateralidade da comunicação: não existe intercâmbio de funções entre o emissor e o receptor que se mantém a distância no espaço-temporal; • Carência de estímulo para um processo reflexivo do pensamento no sentido de facilitar os instrumentos mentais que possibilitem a identificação dos problemas da vida cotidiana, a descrição dos mesmos, a busca das causas e a análise de suas conseqüências; • Dificuldade para transformar as mensagens recebidas numa práxis social dirigida à superação de problemas e à transformação da realidade. • Como sugestão de atividades a serem realizadas no âmbito do PACID, levando em consideração o setor da Animação Sociocultural, realizaremos uma reflexão amparada na organização do trabalho pedagógico. “Quando falamos em organização do trabalho pedagógico estamos nos referindo a maneira como organizamos as condições para realização do processo educativo: a formulação dos objetivos de ensino, a proposição de conteúdos, a utilização de métodos, formas de planejamento e avaliação, a relação entre educadores e educandos, a gestão do projeto pedagógico. (...)
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Neste sentido, o princípio básico que deve guiar a organização do trabalho pedagógico de educação para o tempo livre deve ser sempre o trabalho vivo, não o trabalho como faz-de-conta, mas o trabalho socialmente útil. (...) a apropriação de conhecimentos que permitam o entendimento crítico e a transformação das formas de organizar a cultura lúdica, os jogos, as artes, os festivais, as disputas esportivas, é e deve ser resultado de uma intervenção prática, de um desafio pedagógico com valor social. Como tal, o método de conhecimento que deve guiar o trabalho pedagógico deve ter sempre como referência a prática social, a realidade ampla, complexa e contraditória” (SILVA E SILVA, 2004, p. 43 e 44). A partir da compreensão acima, as formas de organização do tempo pedagógico deverão compreender também o Planejamento Participativo, como forma de integrar, através de uma ação consciente, os vários sujeitos envolvidos na atividade. Também deverá fazer parte das atividades, momentos de encontro, conclusão e catarse (como expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que os sujeitos envolvidos no processo ascenderam, o momento da criatividade, sem o qual o processo não se completa). Puig e Trilla (2004), citam alguns âmbitos a serem considerados, como “pedagogia do ócio”: • Colônias de férias e acampamentos; • Clubes de tempo livre; • Brinquedotecas; • Parques infantis e espaços abertos para o tempo livre; • Outras instituições, movimentos, associações e serviços relacionados com a pedagogia do ócio. 62
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AVALIAÇÃO Avaliar, de uma forma geral, significa atribuir uma valorização a algo. Significa comprovar a obtenção de resultados em relação aos objetivos estabelecidos. Objetivos e avaliação são categorias que se opõem em sua unidade. Os objetivos demarcam o momento final da objetivação/apropriação. Para Freitas (2005), a avaliação é um momento real, concreto e, com seus resultados, permite que o participante se confronte com o momento final idealizado, antes, pelos objetivos. A avaliação incorpora os objetivos, aponta uma direção. Os objetivos, sem alguma forma de avaliação, permaneceriam sem nenhum correlato prático que permitisse verificar o estado concreto da objetivação. Mas, ao tratarmos do tema da avaliação, muitas vezes chegamos ao entendimento de que esta serve para “regular”. No sentido amplo desse termo, “regular” é vocação de toda política pública. Entretanto “regulação” é algo construído no interior das “políticas públicas neoliberais”, que funcionam com um processo de desregulamentação da ação do Estado e da transferência dessa ação para o mercado, restando ao Estado apenas o seu caráter de “Estado avaliador”. Daí a centralidade da avaliação na atualidade. Junto com essa centralidade da avaliação, uma noção de qualidade a ser medida através de indicadores. Segundo Freitas (2005), as políticas regulatórias querem transferir o poder de regulação do Estado para o mercado, como parte de um processo amplo marcado por várias formas de produzir a privatização do público, que se dá tanto pela instituição da regulação via mercado como o seu complemento, a desregulação do público via Estado, para permitir aquela ação de regulação de mercado. Uma idéia de “quase-mercado”, muito presente, na atualidade, no âmbito da cultura e do lazer. Dessa forma, pensar a dimensão da Avaliação, numa perspectiva de Animação Sociocultural, significa considerar Capítulo 2 |
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que, ainda segundo Freitas (2005), os indicadores não são padrões aos quais devemos nos adequar. São, ou devem ser, significados compartilhados, sinalizações, linhas que indicam um percurso possível de realização de objetivos compartilhados. Dessa forma, algo construído numa perspectiva de um projeto coletivo, cuja função do animador sociocultural nesse processo é a de mediar a definição dos objetivos, problematizando e orientando as ações e garantindo as condições de uma avaliação permanente, crítica e propositiva. Uma condição para que isso aconteça é a liberdade de cada grupo delinear sua própria fisionomia educativa, tornando-as públicas e socializadas, bem com de responsabilidade de todos os sujeitos envolvidos na tarefa de realizá-la. Todos os sujeitos são importantes e deve haver, por parte do animador sociocultural, uma indiferenciação de seus usuários, trantando-os igualmente. Segundo FREITAS (2005), a indiferenciação no atendimento é uma questão ética/jurídica e não processual. Pela ética, todos têm direito a tratamento indiferenciado, o qual, do ponto de vista processual, em educação, pode significar um tratamento pedagógico diferenciado, ou seja, de acordo com as dificuldades de cada um.
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cadeiras. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007. PUIG, Josep Maria e TRILLA, Jaume. A pedagogia do Ócio. Porto Alegre: Artmed, 2004. ROSA, Maria Cristina. As Festas e o Lazer. In: MARCELIINO, Nelson Carvalho (org.). Lazer e cultura. Campinas, SP: Editora Alínea, 2007. SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da e SILVA, Katharine Ninive Pinto. Círculos Populares de Esporte e Lazer – Fundamentos da Educação para o Tempo Livre. Recife: Bagaço, 2004. SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da Silva. Política de Esporte e Lazer como Educação Emancipatória da Juventude – contradições e possibilidades das políticas democráticas e populares. Tese de Doutorado. Domínio Público: http:// www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm. do?select_action=&co_obra=34692 SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da. Educação para o Tempo Livre e Emancipação Humana. In: SILVA, Katharine Ninive Pinto e SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da (orgs.). Recreação, Esporte e Lazer: Espaço, Tempo e Atitude. Recife: Instituto Tempo Livre, 2007. SILVA, Jamerson Antonio de Almeida da e SILVA, Katharine Ninive Pinto Silva. Academia das Cidades: os desafios organizacionais para alcançar uma animação criativa. In: Revista Práticas de Animação, Ano 3, número 2, outubro de 2009. SILVA, Katharine Ninive Pinto Silva. Formação de Trabalhadores em Lazer – por uma educação no e para o Tempo Livre. Tese de Doutorado. Domínio Público: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_ action=&co_autor=14361 SILVA, Katharine Ninive Pinto. Formação de Trabalha66
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ste capítulo busca delimitar o trabalho do profissional do cuidado em saúde no âmbito do Programa Academia das Cidades (PACID), cujo objetivo principal é a melhoria da qualidade de vida da população e promoção da cidadania, através da inclusão social, prevenção da violência, incentivo à adoção de hábitos saudáveis e ao lazer. Para tal, o PACID toma como arcabouço teórico os conceitos de Promoção da Saúde e Cidades/Municípios Saudáveis, já discutidos na introdução deste manual. Para atingir estes objetivos, a prática cotidiana da resolução dos problemas enfrentados necessita incorporar os fundamentos da interdisciplinaridade, intersetorialidade e participação social (Westphal Mendes, 2000). Assim, os técnicos envolvidos nesta resolução de problemas necessitam fazer o esforço de analisar as situações para além da ótica inerente à sua categoria profissional e de buscar ao máximo a interlocução com outros atores capazes de colaborar. Para muitos profissionais do cuidado em saúde, isto se traduz apenas nos encaminhamentos de pacientes para atendimento com técnicos de outras profissões. Porém, a interdisciplinaridade se inicia desde o olhar ampliado para o problema do usuário, passa pela interlocução com outros campos do saber e deve oferecer meios para que o próprio usuário, exercendo sua autonomia, possa chegar a melhores níveis de saúde e qualidade de vida. Da mesma forma que o cuidado individual em saúde é mais do que fazer diagnósticos e prescrever tratamentos, o cuidar da saúde de uma coletividade envolve mais do que prestar assistência a um grupo de pessoas doentes ou buscar formas de evitar o surgimento de agravos à saúde naquele
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grupo. Envolve principalmente promover saúde na sua acepção mais ampla, auxiliando na construção da cidadania. Numa situação ideal, com as instituições locais de saúde cumprindo adequadamente seu papel, a tarefa do profissional do cuidado em saúde no âmbito do PACID é a de articulação. Este profissional deve colocar seu saber a serviço da interlocução entre os usuários, os outros técnicos do PACID, os profissionais de saúde da rede e trabalhadores/pensadores de outros campos do conhecimento, sempre tendo em vista que para gerar saúde/qualidade de vida, muito precisa ser feito para além do “setor saúde”.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL
• Desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade.
• Identificar as potencialidades existentes na comuni-
dade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população. • Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade. • Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam. • Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas pelos técnicos do PACID. • Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional. • Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar as ações do PACID. • Acompanhar estagiários, na qualidade de supervisor de campo, desde que tenha supervisão acadêmica. • Sistematizar e divulgar as experiências dos profissionais no PACID. 70
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PERFIL DO PROFISSIONAL Considerando a proposta do PACID e as atribuições do profissional do cuidado em saúde, alguns elementos compõem o perfil desejado para este técnico: • Ser graduado em Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Odontologia, Fonoaudiologia ou Psicologia, em instituição universitária reconhecida pelo MEC; • Preferencialmente com formação acadêmica ou experiência profissional em atenção básica à saúde; • Experiência com trabalho em comunidade; • Habilidade para fomentar atividades educativas; • Facilidade para trabalhar em equipe; • Habilidade para articulação intersetorial; • Iniciativa; • Responsabilidade; • Autonomia; • Inteligência prática; • Identificação ideológica com a proposta do PACID.
ATIVIDADES SUGERIDAS O fazer cotidiano do profissional do cuidado em saúde inclui os seguintes grupos de tarefas: diagnóstico inicial do território, atividades gerais do pólo, atividades de grupo, articulação intra e intersetorial, atendimentos individuais, atividades administrativas e de controle social.
Diagnóstico inicial do território O primeiro contato do profissional de saúde com o território em que vai atuar é pelo diagnóstico inicial. É através
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deste diagnóstico territorial que ele vai conhecer a situação da saúde na região e tem como prever os principais desafios e possibilidades daquela população, fazendo seu planejamento inicial de atividades baseado neles. Os passos para este diagnóstico serão descritos de forma muito resumida aqui; para maiores informações, é interessante buscar bibliografia complementar. Inicialmente, traça-se um mapa do território, considerando sua geografia física: suas ruas, avenidas, barreiras naturais à circulação de pessoas (por exemplo, cursos de água, morros, matas, etc), barreiras não naturais à circulação de pessoas (por exemplo, linhas de metrô, indústrias, grandes propriedades, etc) e sua delimitação. Para isto, além de percorrer pessoalmente o território, o profissional pode contar com mapas do local, já traçados pela prefeitura do seu município (secretarias das cidades, de planejamento, de obras, de desenvolvimento urbano, etc), por empresas (por exemplo, em listas telefônicas) ou por programas de computador disponíveis gratuitamente na internet (por exemplo, Google maps®). Depois do mapa físico, o profissional deve buscar informações sobre a população que habita o território, como, por exemplo, a distribuição por sexo e faixa etária, a escolaridade, as principais ocupações, as condições de habitação, etc. As condições do ambiente, como o acesso à água de boa qualidade, o destino do lixo e do esgoto, a presença de animais transmissores de doenças também devem ser pesquisadas. Se for possível, é interessante saber quais os principais tipos de agravos à saúde ocorrem no território. Estas informações podem ser obtidas através do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) nas regiões visitadas por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Também é possível conseguir algumas informações a este respeito através das páginas na internet do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br) e do Datasus (www.datasus.gov.br). O passo seguinte é conhecer como a população ocupa e utiliza o território, fazendo um levantamento dos equipamen72
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tos sociais (escolas, unidades de saúde, instituições culturais, instituições esportivas, instituições religiosas, etc) e das instâncias de controle social (associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos) já existentes ou que ainda precisam ser criados. Estas informações podem ser obtidas junto à associações de moradores, unidades de saúde ou órgãos da prefeitura do município. De posse destes dados, o profissional pode produzir um “mapa falante”, localizando nele as informações de interesse, que representam um resumo visual do território. Ao final deste diagnóstico, o profissional terá um conhecimento muito melhor da realidade em que vai atuar, o que vai lhe dar condições de fazer um planejamento mais adequado às reais necessidades da população. Atividades gerais do pólo Algumas atividades realizadas pelos pólos do PACID serão comuns a mais de um ou a todos os profissionais do programa, como atividades culturais, passeios ou grupos de discussão. Mas, mesmo em algumas atividades que não estejam sob sua condução direta, como as atividades físicas, é importante que o profissional do cuidado esteja presente em atividades gerais promovidas pelo pólo. Esta presença legitima o profissional como membro daquele pólo e ajuda na sua vinculação com os usuários e com os outros técnicos. Sugere-se que 10% a 20% de sua carga horária semanal sejam destinados a este tipo de atividade. Os profissionais que integram o PACID devem ter clareza de que sua prática de trabalho pode se tornar um meio de efetivar direitos sociais. Para tanto, eles precisam estar apropriados dos conceitos de cidadania, direitos humanos, direitos sociais, direito à saúde, qualidade de vida, etc. Assim, sugere-se incluir discussões e estudos sistemáticos (através de leitura comentada, seminários, etc) com a equipe de tra-
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balhadores do pólo e com a população do território, inclusive com suas lideranças, sobre estes temas. Atividades de grupo Provavelmente, as atividades de grupo serão as mais rotineiras no trabalho do profissional do cuidado, em torno de 30% a 40% de sua carga horária semanal. É preciso ter em mente que as pessoas se agrupam pelas mais diversas razões e as necessidades de cada grupo devem ser o guia principal para o planejamento de suas atividades. O critério inicial de formação dos grupos pode ser o sexo (grupos de mulheres, de homens), a faixa etária (grupos de crianças, de adolescentes, de idosos), o local de moradia (do bairro X, da rua y), alguma condição de saúde (de hipertensos, de diabéticos, de tabagistas) ou por qualquer outra característica comum aos participantes que traga para eles a sensação de pertencimento a aquele grupo. A periodicidade, o horário de funcionamento, a duração e o conteúdo dos encontros devem ser acordados com o próprio grupo, já nos primeiros contatos, porém estes acordos são dinâmicos e podem ser modificados a qualquer tempo, se as necessidades do grupo exigirem. Apenas é importante lembrar que qualquer mudança no acordo inicial (datas, locais, horários, etc) precisa ser pactuada com todo o grupo, pois o não cumprimento desses acordos por parte do profissional abre espaço para o não cumprimento dos acordos também por parte dos outros participantes do grupo. O local dos encontros pode ser variável, desde que mantenha condições mínimas de privacidade aos participantes. É comum os profissionais referirem que não fazem atividades coletivas por falta de uma sala na estrutura em que trabalham, mas pode-se buscar locais no próprio território capazes de abrigar os encontros, como escolas, instituições religiosas, associações de moradores, estabelecimentos comerciais, residências dos participantes e até a própria praça onde se localiza o PACID. 74
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Como uma linha geral de conteúdos a serem abordados nos grupos, as sugestões são: direitos humanos, o direito à cidade e o direito à saúde como direitos humanos, o conceito ampliado de saúde e seus determinantes sociais, informações sobre doenças/agravos à saúde de interesse daquele grupo e como enfrentar estes problemas coletiva e individualmente. Outras demandas podem surgir com o desenvolvimento das atividades e, na medida do possível, também devem ser incluídas nos conteúdos. Esta sugestão de conteúdos pode gerar nos profissionais uma certa angústia sobre como motivar os participantes dos grupos a aceitarem que estes temas entrem na programação dos encontros. Como resposta, sugere-se que estes temas entrem transversalmente, durante a discussão de problemas mais concretos dos participantes, ajudando a entender as raízes desses problemas, e não necessariamente precisem ser discutidos separadamente em um encontro do grupo. Por exemplo, numa discussão sobre a dificuldade das pessoas em seguir um hábito alimentar saudável, pode-se discutir a cultura alimentar daquela localidade como fruto da história daquele povo, dificuldade de acesso ao alimento saudável, a distribuição desigual de renda na sociedade e o que fazer, enquanto indivíduo e enquanto grupo para o enfrentamento dessas questões. Outra angústia comum aos profissionais de saúde quanto às atividades de grupo é através de que técnicas realizá-las. Para garantir o sucesso da atividade e, especialmente, a continuidade do grupo, a sensação de que o grupo é importante, útil, agradável para os participantes costuma ser mais importante do que as técnicas utilizadas durante suas atividades. Uma palestra sobre o mesmo tema pode ser enfadonha ou instigante dependendo do interesse do grupo no assunto, do momento que o grupo está vivendo, de sua relação afetiva com o profissional que coordena o grupo, etc. Várias linguagens podem ser utilizadas para trabalhar os conteúdos, como rodas de conversa, debates a partir de
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vídeos, peças teatrais, músicas populares, manifestações folclóricas, trabalhos manuais, atividades de alongamento, dança, palestras com convidados, etc. Na dúvida, o profissional pode fazer a experimentação, observando a resposta do grupo e pedindo sugestões. Também é possível pedir sugestões aos outros profissionais do PACID e consultar bibliografia sobre dinâmicas de grupo. É imprescindível que o profissional mantenha uma atitude democrática e igualitária perante o grupo, tendo consciência de não ser o detentor do saber que vai instruir os participantes, mas de ser depositário de um dos muitos tipos de saberes que podem ser trocados na experiência de grupo. O objetivo destas atividades educativas em saúde é mais do que divulgar para os usuários as informações técnicas de que o profissional dispõe. Estas ações precisam ser pensadas como alavancas para impulsionar a mudança social e não apenas os comportamentos individuais. Portanto, é importante que elas partam da própria realidade local, identificada no diagnóstico inicial do território. Através de articulação com lideranças e instituições locais, o profissional pode estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, esportivas, educativas e até de geração de renda, sempre respeitando as necessidades e características da população. Se for possível, é interessante que o profissional participe diretamente do desenvolvimento destas ações, pois este contato direto vai lhe mostrando que caminhos seguir para que suas atividades sejam cada vez mais bem aceitas e bem sucedidas. Articulação intra e intersetorial A visão ampliada dos determinantes da saúde tem como conseqüência natural a exigência de ações coletivas em busca da qualidade de vida. Ou seja, o profissional de saúde precisará contar com outros atores sociais, sejam do campo da saúde, sejam de outras áreas, para planejar e executar ativi76
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dades voltadas à promoção da saúde e da cidadania. Sugere-se que o profissional dedique em média de 20% a 30% de sua carga horária semanal a este tipo de atividade. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, o profissional deve identificar os equipamentos sociais existentes no seu território de ação. Entendendo que todos eles podem dar sua parcela de colaboração para a melhoria da qualidade de vida da população, é necessário se aproximar deles, através de reuniões e/ou visitas, somando esforços para os objetivos comuns. Para a elaboração e execução de planos de trabalho conjunto para o uso desses equipamentos sociais, visando a resolução de problemas práticos da população, o profissional pode se deparar com disputas e dificuldades entre pessoas e grupos. Manter a boa relação com todos, inclusive intermediando a articulação desses equipamentos sociais, pode ser uma boa estratégia de superação dessa dificuldade. Uma especial atenção precisa ser dispensada à articulação com a rede de assistência à saúde do seu território. É importante que o profissional conheça e se faça conhecer pelos profissionais de saúde que atuam em seu território. Esta relação pode ser uma via de mão dupla, com os profissionais da rede de saúde referenciando seus pacientes para as atividades do PACID, assim como o profissional do PACID referenciando as demandas dos usuários à rede de saúde. Assim, é possível evitar superposição de atribuições e ainda otimizar os esforços de ambas as partes. Atendimentos individuais É necessário ressaltar que o atendimento individual, apesar de ser parte importante das atividades do profissional do cuidado, não deve ser sua atividade prioritária. Sugiro que sejam destinados 10% a 20% da carga horária semanal do profissional para elas. Fazer o acolhimento de um problema, quer tenha sido uma demanda referenciada por outros téc-
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nicos do PACID, quer tenha sido uma demanda espontânea do usuário, disponibilizando escuta de qualidade, melhora o vínculo do usuário com o serviço, mas pode ter pouco impacto em mudar sua realidade social. Através de processos de investigação, o profissional deve estabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação, e traçar um plano de ação a partir delas. Esse plano de ação pode envolver aconselhamento individual (sugestões de mudanças no estilo de vida, suporte psíquico emergencial, etc) ou encaminhamento a unidades de saúde, educação, assistência social, etc, presentes no território e já previamente articuladas. Quando a demanda tiver sido referenciada por outro profissional, é importante dar o retorno a ele, através de contra-referência por escrito. Para o acompanhamento dos usuários, sugere-se um formulário (ANEXO 1) com informações básicas, que pode e deve ser compartilhado por outros profissionais do PACID. Lembrando que este acompanhamento não substitui o atendimento em unidades de saúde, o profissional do cuidado deve estar articulado com a rede municipal de saúde que atende seu território de atuação. A idéia é que o profissional de saúde no PACID seja um técnico vinculador daquele usuário e não um substituto. Podem ocorrer situações específicas, nas quais o profissional pode ser chamado a atuar como perito, respondendo às demandas externas (justiça, previdência, escolas, etc) por informações técnicas dentro da competência de sua categoria profissional ou nas quais haja a necessidade de emitir por escrito sua opinião técnica acerca de questões que envolvam a saúde de um determinado usuário. Em outras situações, também é possível que o profissional necessite fazer um resumo escrito da condição do usuário segundo sua avaliação, direcionado a outros profissionais do cuidado.
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Atividades administrativas e de controle social Neste texto, toma-se como conceito de controle social a participação efetiva da população no planejamento e execução das ações que o poder público destina a ela. Portanto, estimular a melhoria do controle social é, sem dúvida, uma forma legítima de promover a cidadania. Sugiro que 10% a 20% da carga horária semanal do profissional sejam destinados a este tipo de atividade. Mais uma vez, o trabalho do profissional deve contar com sua habilidade para articular as instâncias de controle social e a população em geral, para fortalecer, e até implantar onde ainda não existam, associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos. É importante que também sejam criados, fortalecidos e legitimados conselhos gestores de cada pólo. Os momentos de encontro destes conselhos, com participação de usuários, trabalhadores e gestores, representam um momento de escuta, tanto dos trabalhadores e gestores das demandas dos usuários, quanto dos usuários dos limites dos trabalhadores e gestores. Como frustrações, tensões e conflitos podem advir nestes momentos, é importante todos terem em mente que o objetivo comum de promover saúde e cidadania é o que deve unir os membros do conselho. Além disso, é necessário fazer o monitoramento e o ajuste do planejamento das ações, na medida em que elas são realizadas. As reuniões administrativas são os momentos em que os trabalhadores podem contar com os conhecimentos de todos os técnicos do pólo para fazer este trabalho. A partir destas observações, as atividades podem ser alteradas, seguindo o curso dinâmico das coletividades. Um outro instrumento que pode ser utilizado pelos profissionais para adequar sua prática é a pesquisa. Quando bem realizada, ela pode ser um excelente instrumento para auxiliar na resolução de problemas. Dentro do PACID, o profissio-
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nal pode identificar, a partir de suas inquietações rotineiras com seu trabalho, situações que sejam possíveis problemas de pesquisa e elaborar projetos de investigação baseados neles, buscando ajuda especializada se necessário. A baixa adesão dos homens às mudanças de estilo de vida, a dificuldade das famílias de criarem um hábito alimentar saudável nas suas crianças ou os altos níveis de abandono do programa de atividade física são exemplos de possíveis problemas de pesquisa. Definido o objeto da pesquisa, a etapa seguinte é buscar ajuda especializada para delinear a investigação, que pode ser obtida junto a universidades ou instituições públicas de pesquisa. Buscar financiamento e executar e/ou supervisionar a execução dos projetos de pesquisa são as etapas que se seguem na busca das respostas para as questões levantadas. É importante ter senso crítico e avaliar o processo de execução dos estudos, seus resultados e suas limitações, para evitar que eles levem a conclusões equivocadas e atrapalhem a resolução dos problemas ao invés de auxiliá-la. Mas este esforço só será válido se os resultados das pesquisas se traduzirem em mudanças nas práticas cotidianas dos profissionais.
QUADRO-SÍNTESE DE ATRIBUIÇÕES/ATIVIDADES ATRIBUIÇÃO
ATIVIDADES
Fomentar o desenvolvimento e/ ou desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade.
1. Através da análise do diagnóstico inicial do território a ser trabalhado, identificar os principais interesses, potencialidades e fragilidades da comunidade. 2. Através de articulação com lideranças e instituições locais, estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, esportivas, educativas e para geração de renda. 3. Se possível, participar diretamente do desenvolvimento destas ações.
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ATRIBUIÇÃO
ATIVIDADES
Identificar as potencialidades existentes na comunidade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.
1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar os equipamentos sociais existentes (escolas, unidades de saúde, instituições culturais, instituições esportivas, instituições religiosas, etc). 2. Fomentar junto à comunidade usuária a elaboração de planos de trabalho conjunto desses equipamentos sociais, para resolução de problemas práticos. 3. Se possível, articular diretamente o trabalho conjunto desses equipamentos sociais, dirimindo conflitos.
Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade.
1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar as instâncias de controle social existentes (associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos). 2. Identificar as lideranças comunitárias locais. 3. Promover discussões com os atores diretamente envolvidos nas instâncias de controle social sobre os temas cidadania, direitos sociais, qualidade de vida, etc. 4. Estimular a participação da população nos espaços de controle social.
Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam.
1. Incluir nas reuniões de equipe estudos sistemáticos (leitura comentada, seminários, etc) sobre cidadania, direitos humanos, direitos sociais, direito à saúde, qualidade de vida, etc. 2. Promover discussões com a população em geral sobre os temas cidadania, direitos humanos, direitos sociais, direito à saúde, qualidade de vida, etc.
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ATRIBUIÇÃO
ATIVIDADES
Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas do Programa Academia das Cidades.
1. Fazer acolhimento de demandas espontâneas e/ou referenciadas do PACID, disponibilizando escuta de qualidade aos usuários. 2. Através de processos de investigação, estabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profissional. 3. Traçar um plano de ação a partir destas hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profissional. 4. Fazer acompanhamento da evolução dos casos. 5. Promover atividades de educação em saúde a nível individual (aconselhamento). 6. Fazer a contra-referência do usuário, quando indicado.
Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional.
1. Quando necessário, fazer resumo escrito da condição do usuário segundo sua avaliação profissional. 2. Emitir por escrito sua opinião técnica acerca de questões que envolvam a saúde do usuário acompanhado no PACID. 3. Responder às demandas externas (justiça, previdência, escolas, etc) por informações técnicas dentro da competência de sua categoria profissional.
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Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar as ações do PACID.
1. Identificar situações que sejam possíveis problemas de pesquisa. 2. Elaborar projetos de pesquisa. 3. Buscar financiamento para a execução dos projetos elaborados. 4. Executar e/ou supervisionar a execução dos projetos de pesquisa. 5. Avaliar o processo de execução das pesquisas e seus resultados. 6. Rever as práticas cotidianas a partir dos resultados das pesquisas.
Acompanhar estagiários, na qualidade de supervisor de campo, desde que tenha supervisão acadêmica.
1. Em conjunto com o supervisor acadêmico definir o plano de estágio. 2. Receber o estagiário, inserindo-o nas atividades cotidianas. 3. Estimular a reflexão crítica e favorecer o aprendizado do estagiário. 4. Avaliar o estagiário ao final do estágio.
Sistematizar e divulgar as experiências dos profissionais no PACID.
1. Elaborar relatórios sistemáticos de atividades realizadas. 2. Participar de reuniões administrativas de equipe para a sistematização das experiências dos técnicos. 3. Buscar formas de divulgação (científica, jornalística, etc) para estas experiências, favorecendo o intercâmbio de saberes.
AVALIAÇÃO O processo de avaliação tem como objetivos auxiliar no processo de planejamento e tomada de decisões, aperfeiçoar as ações, prestar contas à sociedade e contribuir para com o desenvolvimento do conhecimento. Dentro do método de avaliação sugerido, a avaliação do trabalho do profissional do cuidado em saúde, no que diz respeito à estrutura e processo, Capítulo 3 |
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deve ser realizada através da própria avaliação geral do PACID, como já discutido na introdução deste manual. O estabelecimento de critérios de avaliação de resultados dentro de atividades de Promoção da Saúde não é uma tarefa simples. Como se leva em consideração a dimensão multifatorial dos problemas, as ações propostas para sua resolução são complexas. Além do que, as coletividades são dinâmicas, fazendo com que objetivos definidos no início das atividades possam perder seu sentido e serem substituídos por outros no decorrer do processo. Por isso, é importante que também os indicadores para avaliação sejam construídos coletivamente e revisados periodicamente. Na descrição dos objetivos do PACID há referência direta a modificação no estado de saúde na população atendida, através da adoção de hábitos alimentares saudáveis, da prática regular de atividades físicas e do lazer. Espera-se que a implantação do PACID alcance, entre outros, o controle e diminuição dos fatores de risco de doenças e agravos não-transmissíveis. A primeira opção para se analisar uma mudança no estado de saúde da população seria através da comparação de dados fornecidos pelos sistemas de informação em saúde e de prontuários dos usuários da atenção básica de períodos antes e depois da implantação do PACID. Porém, os bancos de dados nacionais e os prontuários do paciente não contêm dados adequados sobre os diversos aspectos e níveis de análise necessários para se estudar desigualdades sociais na saúde e o consumo de serviços. Além dessa questão, são necessários elementos que possibilitem se afirmar que determinada mudança no padrão sanitário da população tem origem na atuação da Academia das Cidades e não em outros programas de educação, saúde, cultura e assistência social promovidos por diversos órgãos do governo, ou mesmo averiguar se aquela mudança no estado de saúde não se deu pelo acaso ou pela melhoria no sistema de informação.
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Esta situação obriga o PACID a produzir seus próprios dados de saúde, no formato de pré e pós-teste. Sugere-se a utilização do próprio formulário de acompanhamento individual dos usuários, para o cruzamento periódico de informações sobre a sua saúde, com informações sobre sua participação nas atividades do programa. Ainda neste caso, depara-se com os entraves comuns à realização de pesquisas, ou seja, questões financeiras, técnicas e operacionais. Uma alternativa seria focar a avaliação de resultados na percepção do usuário sobre sua própria saúde, item contemplado no formulário de acompanhamento sugerido, e na satisfação do mesmo com o serviço oferecido pelo PACID, utilizando escalas numéricas, como a de Likert (0 a 6), ou categóricas (satisfeito, insatisfeito, indiferente, etc). Estas últimas podem, inclusive, utilizar outros elementos além da linguagem verbal, como as figuras. Caso haja a necessidade imperativa de mensuração, para qualidade de vida, pode-se utilizar o World Health Organization Quality Of Life Assessment (WHOQOL-100), instrumento elaborado pela OMS, que avalia a qualidade de vida de forma global e nas dimensões física, psíquica, do relacionamento social e do ambiente. Tanto a versão completa, quanto a forma breve deste documento já foram traduzidas para o português e devidamente validadas. Porém, talvez o mais importante seja o quanto o processo de avaliação consegue ser realmente participativo e capaz de reorientar o planejamento e as práticas. A avaliação bem realizada deve ser encarada como uma poderosa ferramenta de apontar e/ou corrigir caminhos na busca do objetivo maior do PACID: o bem-estar da população. “Mais que atender ao apelos legítimos de financiadores de projetos, formuladores de políticas e “tomadores” de decisão em demonstrar a efetividade de procedimentos, também estamos preocupados em como fazer com que uma metodologia de avaliação possa contribuir para o aprendizado, a ação
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e a transformação de práticas sociais” (Akerman, Mendes, Bógus, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WHO – World Health Organization. The WHOQOL Group. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Soc Sci Med, 41:1403-10, 1995. WESTPHAL, Márcia Maria; MENDES, Rosilda. Cidade Saudável: uma experiência de interdisciplinaridade e intersetorialidade. Revista de Administração Pública, 34(6): 47-61, 2000. AKERMAN, Marco; MENDES, Rosilda; BÓGUS, Cláudia Maria. É possível avaliar um imperativo ético? Ciência & Saúde Coletiva, 9(3):605-15, 2004. Disponível em www.scielo.br.
OUTROS TEXTOS SUGERIDOS Regina Stella Spagnuolo, Ivan Amaral Guerrini. A construção de um modelo de saúde complexo e transdisciplinar. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.191-4, set.2004/fev.2005 Carlos Arteaga Rodríguez, Marcelo Garcia Kolling, Peri Mesquida. Educação e Saúde: um Binômio que Merece Ser Resgatado . REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA 31 (1) : 60 – 66 ; 2007. Márcia Faria Westphal. O Movimento Cidades/Municípios Saudáveis: um compromisso com a qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1):39-51, 2000 Antonio Ivo de Carvalho. Princípios e prática da promoção da saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(1):4-5, jan, 2008. Eliane Maria Fleury Seidl, Célia Maria Lana da Costa Zannon. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e 86
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metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):580588, mar- a b r, 2004.
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S
aúde é um direito fundamental reconhecido em todos os fóruns mundiais e com seus direitos garantidos pela Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Saúde e qualidade de vida são dois temas estreitamente relacionados. A saúde contribui para melhorar a qualidade de vida e é fundamental para o individuo e comunidade. “O conceito de qualidade de vida compreende uma série de variáveis, tais como: a satisfação adequada das necessidades biológicas e a conservação de seu equilíbrio (saúde), a manutenção de um ambiente propício à segurança pessoal, a possibilidade de desenvolvimento cultural, e, em último lugar, o ambiente social que propicia a comunicação entre os seres humanos, como base da estabilidade psicológica e da criatividade”. (Maya, 1984). (18) A Carta de Ottawa (who,1986), que define a promoção de saúde como processo que capacita as pessoas a aumentarem o controle sobre sua saúde e melhorá-la, define que para capacitar pessoas é necessário um ambiente de suporte, acesso à informação, habilidades pessoais e oportunidade para escolher o que é mais saudável. A nutrição na comunidade é uma área que se tem desenvolvido com a prática, que abrange os objetivos da saúde pública, com foco amplo de servir à população em geral. Historicamente, a saúde pública foi definida como “A ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e promover
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saúde e eficiência mediante esforços de comunidades organizadas, de modo a usar esses benefícios para capacitar cada cidadão a gozar seu direito à saúde e longevidade” (Winslow, 1920). O foco da abordagem de saúde pública tradicional era a prevenção primária (promoção de saúde) ao invés da prevenção secundária (redução de risco) ou prevenção terciária (tratamento e reabilitação) (Egan, 1994). As alterações no sistema de cuidado de saúde, tecnologia e das atitudes do consumidor, influenciaram a expansão das responsabilidades da nutrição da comunidade (American Dietetic Association – ADA, 1998b). Um relato de 1998 do Institute of Medicine (IOM) fortalece o conceito de que o objetivo da nutrição da comunidade é um trabalho em progresso. O relatório define uma missão e descreve papéis e responsabilidades. O objetivo da nutrição baseada na comunidade abrange os esforços para prevenir a doença, promover a saúde e mensagens nutricionais para os indivíduos e grupos em locais onde eles vivem e trabalham. O foco é no bem-estar e na construção de potencial para a melhor qualidade de vida possível; “bem estar” compreende mais do que saúde física e mental. A Nutrição da comunidade engloba numerosos fatores que afetam a sua qualidade de vida. Os membros da comunidade precisam de um ambiente seguro e moradia, alimento, renda, emprego e educação adequados. A missão da nutrição na comunidade é preencher o interesse da comunidade em garantir que os indivíduos vivam em condições nas quais possam ser saudáveis. O público potencial para a programação e serviços é a comunidade indicada. Uma comunidade pode ser definida pela política, geografia, cultura e etnia, idade sexo, questões socioeconômicas e estado de saúde geral. Além da prevenção primária, a nutrição da comunidade tem ligações com programas e serviços cujos objetivos são a redução de risco e reabilitação. O movimento denominado “municípios, cidades e/ou comunidades saudáveis” dentro de um processo de evolução conceitual da promoção de saúde, entendendo que saú90
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de trabalha os mesmos elementos que compõem a qualidade de vida, surgiu para alinhar as ações práticas de inclusão e melhoria da qualidade de vida da população. Os principais pilares do movimento são ação intersetorial e participação social. Entende-se ação intersetorial como uma ação na qual o setor de saúde e outros setores pertinentes colaboram para a consecução de uma meta em comum. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “cidade saudável é aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu ambiente físico e social, utilizando todos os recursos de sua comunidade”. O Programa Academia das Cidades (PACI), criado em 2002, tem como principal objetivo oferecer qualidade de vida aos pernambucanos, visando elevar a autoestima da população, promover a adoção de hábitos saudáveis e reduzir os gastos com internação e atendimentos médicos. Para isso, o programa garante o acesso da população a espaços públicos que possibilitem a prática de exercícios, esportes, atividades culturais e ações de saúde e inclusão social. O incentivo à prática de exercícios físicos, alimentação saudável e lazer é o foco do programa, que é aberto para pessoas de qualquer idade e classe social. Os participantes são orientados e acompanhados por equipes compostas de profissionais de diversas áreas.
O NUTRICIONISTA NO PROGRAMA ACADEMIA DAS CIDADES Sabe-se que o Brasil ainda enfrenta diversos problemas de carência nutricional concomitantemente ao aumento de distúrbios da alimentação como a obesidade, sendo que estes problemas trazem graves conseqüências para a saúde população em geral. Dessa forma, pressupõe-se que as ações de alimentação e nutrição constituem estratégias indispensáveis em todo programa que tenha por finalidade promover a saúde da população aumentando a sua qualidade de vida. Sob este raciocínio destaca-se a necessidade de que estas Capítulo 4 |
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ações façam parte do PACID, sendo indispensável à inclusão de profissionais desta área no Programa. A experiência brasileira em outros programas referentes à alimentação e nutrição, como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), demonstra que o nutricionista brasileiro vem adquirindo, ao longo dos anos, os conhecimentos para atuar neste campo, sendo um profissional capacitado para integrar a equipe do PACID o que traria benefícios na alimentação e nutrição e, conseqüentemente, na saúde da população. A inclusão do nutricionista na equipe multiprofissional do PACID pode ainda ser justificada pela sua formação acadêmica que o capacita a realizar o diagnóstico nutricional da população de maneira a propor orientações dietéticas necessárias e que se adequem aos hábitos da unidade familiar e à cultura em que ela se insere levando em conta também a disponibilidade de alimentos. A área de nutrição tem reconhecido que a distribuição bem sucedida de serviços de alimentos e nutrição envolve pessoas da sua própria comunidade. O quadro de profissionais que administra educação nutricional nos programas de saúde baseado na comunidade ou em instalações públicas continua se expandindo. Os três papéis dos órgãos governamentais envolvidos na prática da comunidade são: Avaliação da comunidade, Desenvolvimento de política e segurança de saúde pública (IOM, 1998). Essas áreas são componentes da prática para o profissional de nutrição da comunidade.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL Fomentar/Desenvolver ações socioeducativas e culturais com a comunidade em relação à nutrição
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São objetivos em geral possibilitar às pessoas, em situações de vulnerabilidade, a oportunidade de vivenciar e compreender que a vida pode lhe dar mais do que a exclusão social. Em relação à nutrição, deverá ser incentivado o desenvolvimento da consciência de saúde, o despertar para o conhecimento da importância sobre o cuidado com o corpo e a alimentação equilibrada, de forma a favorecer o desenvolvimento físico e mental. O enfoque para educação nutricional com segurança alimentar resultará no investimento para a melhoria da qualidade de vida da população. Que poderá ser feito através de palestras ressaltando os produtos regionais e locais. Realizar atendimentos individuais de demanda espontâneas e/ou referenciadas do Programa Academia das Cidades Esta modalidade de intervenção de atendimento nutricional requer encontros frequentes para a execução efetiva das etapas de todo o processo. Exige ainda a garantia da privacidade do cliente, ou do grupo, como atributo ético no atendimento. Ressalta-se também que as habilidades e competências do aconselhador devem constituir-se de uma junção de conhecimentos específicos de nutrição, de educação nutricional, e de conhecimentos advindos das ciências humanas, especialmente da antropologia da alimentação. O preparo dos nutricionistas para essa modalidade de intervenção demanda estágios práticos, supervisionados por profissionais dessa área, que os auxiliem a perceber a intersubjetividade no relacionamento com o cliente, e a explorar as possibilidades e compreender as limitações da comunicação verbal e não verbal, de forma a instrumentalizá-los para lidar com o inesperado e, sobretudo, com as próprias inseguranças.
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ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL ATRIBUIÇÃO
ATIVIDADES
Fomentar o desenvolvimento e/ ou desenvolver ações sócioeducativas e culturais com a comunidade.
1. Através da análise do diagnóstico inicial do território a ser trabalhado, identificar os principais interesses, potencialidades e fragilidades da comunidade. 2. Através de articulação com lideranças e instituições locais, estimular a criação e a manutenção de atividades culturais, esportivas, educativas e para geração de renda. 3. Se possível, participar diretamente do desenvolvimento destas ações.
Identificar as potencialidades existentes na comunidade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população.
1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar os equipamentos sociais existentes (escolas, unidades de saúde, instituições culturais, instituições esportivas, instituições religiosas, etc). 2. Fomentar junto à comunidade usuária a elaboração de planos de trabalho conjunto desses equipamentos sociais, para resolução de problemas práticos. 3. Se possível, articular diretamente o trabalho conjunto desses equipamentos sociais.
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Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade.
1. Através das informações do mapeamento inicial da área de abrangência, identificar as instâncias de controle social existentes (associações de moradores, conselhos gestores de unidades de saúde, conselhos gestores de estabelecimentos de ensino, conselhos culturais e esportivos). 2. Identificar as lideranças comunitárias locais. 3. Promover discussões com os atores diretamente envolvidos nas instâncias de controle social e com a população em geral sobre os temas cidadania, direitos sociais, qualidade de vida, etc.
Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases que o legitimam.
1. Fazer reuniões sobre os direitos da comunidade em relação à saúde. 2. Promover discussões sobre os direitos e deveres do cidadão.
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Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas do PACID.
1. Fazer acolhimento de demandas espontâneas e/ou referenciadas do PACID, disponibilizando escuta de qualidade aos usuários. 2. Através de anamnese e exame físico, estabelecer hipóteses diagnósticas, dentro de sua área de atuação profissional. 3. Traçar o plano terapêutico, dentro de sua área de atuação profissional. 4. Fazer acompanhamento da evolução dos casos. 5. Promover atividades de educação em saúde em nível individual (aconselhamento). 6. Fazer a contrarreferência do usuário, quando indicado.
Emitir laudos e prestar informações técnicas sobre assunto de competência de sua categoria profissional.
1. Quando necessário, fazer resumo escrito da condição do usuário segundo sua avaliação profissional. 2. Emitir por escrito sua opinião técnica acerca de questões que envolvam a saúde do usuário acompanhado no PACID. 3. Responder às demandas externas (justiça, previdência, escolas, etc) por informações técnicas dentro da competência de sua categoria profissional.
PERFIL DO PROFISSIONAL
• Possuir graduação em Nutrição em curso reconhecido pelo MEC
• Experiência com o trabalho em comunidade 96
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• Identificação com a proposta do Programa Academia
das Cidades • Iniciativa • Responsabilidade: capacidade de responder pelas ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pessoas envolvidas nestas ações • Autonomia: capacidade de aprender, formular, argumentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas • Inteligência prática: capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do processo de trabalho. • Coordenar-se com outros atores: capacidade e disponibilidade de estabelecer movimentos de compartilhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades.
ATIVIDADES SUGERIDAS Consulta em Nutrição – atividade realizada por nutricionista em unidade de ambulatório ou ambiente hospitalar, consultório ou em domicílio para o levantamento de informações que possibilitem o diagnóstico nutricional e o conhecimento sanitário e a prescrição dietética e orientação dos pacientes ou clientes de forma individualizada. Avaliação Nutricional – é a análise de indicadores diretos (clínicos, bioquímicos, antropométricos) e indiretos (consumo alimentar, renda e disponibilidade de alimentos, entre outros) que tem como conclusão o diagnóstico nutricional do indivíduo ou de uma população. Diagnóstico Nutricional – identificação e determinação do estado nutricional do cliente ou paciente, elaborado Capítulo 4 |
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com base em dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos, obtidos quando da avaliação nutricional e durante o acompanhamento individualizado. Educação Alimentar e Nutricional – procedimento realizado pelo nutricionista junto a indivíduos ou grupos populacionais, considerando as interações e significados que compõem o fenômeno do comportamento alimentar, para aconselhar mudanças necessárias a uma readequação dos hábitos alimentares. Identificação de Hábitos Alimentares – conjunto de hábitos envolvendo alimentos e preparações, de uso cotidiano por pessoas ou grupos populacionais, em que há forte influência da cultura, tabus alimentares e tradições de comunidades ou de povos. Identificação de Necessidades Nutricionais Específicas – quantidade de nutrientes e de energia biodisponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas e prevenir sintomas de deficiências, ou para recuperar um estado de saúde em que a nutrição se torna fator principal ou coadjuvante do tratamento. Identificação de Risco Nutricional – condição limite do estado nutricional que se caracteriza pela potencialidade de desenvolvimento de patologias associadas com a nutrição. Prescrição Dietética – atividade privativa do nutricionista que compõe a assistência prestada ao cliente ou paciente em ambiente hospitalar, ambulatorial, consultório ou em domicílio, que envolve o planejamento dietético, devendo ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional, procedimento este que deve ser acompanhado de assinatura e número da inscrição no CRN do nutricionista responsável pela prescrição. Orientação em Segurança Alimentar e Nutricional – conjunto de princípios, políticas, medidas e instrumentos que se proponham a assegurar condições de acesso a alimentos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente e de 98
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modo permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna em um contexto de desenvolvimento integral do ser humano. Segurança Alimentar em Políticas de Combate à Fome – Uma nova designação para Segurança Alimentar também tem sido usada recentemente para definí-la como o estado existente quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico e econômico a uma alimentação que seja suficiente, segura, nutritiva e que atenda às necessidades nutricionais e preferências alimentares, de modo a propiciar vida ativa e saudável . Neste sentido a segurança alimentar é vista como objeto de política pública, como foi o caso do programa Fome Zero do Governo Federal. Vários municípios e estados têm formulado e implementado políticas locais de segurança alimentar. Algumas entidades, como o Instituto Pólis ( http://www.polis.org.br ), também têm formulado propostas neste campo, o que demonstra que o tema foi incorporado pelo governo e pela sociedade civil. No Brasil, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) - criado em 2003, auxilia a formulação de políticas de governo para garantir o direito dos cidadãos à alimentação. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) define segurança alimentar como a garantia de que as famílias tenham acesso físico e econômico regular e permanente a um conjunto básico de alimentos em quantidade e qualidade significantes para atender aos requerimentos nutricionais.
AVALIAÇÃO Mapa e levantamento É necessário fazer um levantamento para descobrir todos os recursos e problemas e então determinar o que é necessário para a comunidade. É importante que o mapa e o levantamento sejam feitos com a ajuda dos membros da coCapítulo 4 |
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munidade fazendo grupos de convivência. O mobilizador comunitário ou facilitador vai ajudar a organizar uma reunião com a comunidade para fazer o levantamento. O mapa será feito através de questionários com levantamento de dados da comunidade, com base em informações sobre nível de atividade física, ingestão dietética e freqüência de uso dos alimentos com colesterol, gorduras, sódio, ferro e açúcar. Alguns instrumentos de avaliação: • Nível de satisfação - deverá ser avaliado após implantação do programa com instrumento próprio. • Aderência ao programa - podendo ser considerada a expectativa da população (através de questionário) quanto ao desenvolvimento do programa. • Elevação da auto-estima/motivação - Resgatar instrumentos próprios da psicologia. • Ocupação e preservação do espaço público - Entrevista e registro fotográfico. Diminuição do sedentarismo . • Modificação do estilo de vida - resgatar instrumento próprio. Níveis de stress - resgatar instrumento Indicadores para avaliação do profissional Nutricionista • Redução das Doenças Não-Transmissíveis (DANTS), principalmente diabetes, hipertensão, dislipidemia. • Alteração dos níveis de Índice de Massa Corpórea (IMC) - Controle regular por processo de avaliação nutricional. • IMC é o indicador simples e internacional de estado nutricional calculado a partir da seguinte fórmula: peso atual (kg)/estatura (m)2. Ver quadro abaixo de classificação do estado nutricional segundo o IMC.
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CLASSIFICAÇÃO DE ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS SEGUNDO IMC IMC (Kg/m2)
Classificação
< 16
Magreza grau III
16 a 16,9
Magreza grau II
17 a 18,4
Magreza grau I
18,5 a 24,9
Eutrofia
25 a 29,9
Pré-obeso
30 a 34,9
Obesidade grau I
35 a 39,9
Obesidade grau II
>= 40
Obesidade grau III
Fonte: OMS, 1995 e 1997 Circunferência da cintura – Pela mensuração da cintura é possível determinar a extensão da obesidade abdominal e suas alterações envolvidas. Circunferências acima de 80cm para mulheres e acima de 94 para homens indicam risco aumentado de complicações metabólicas. Acima de 88cm e 102 cm, para mulheres e homens respectivamente, o rico torna-se mais alto. Ver quadro a seguir de doenças crônico-degenerativas.
RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA IMC (Kg/m2)
Homens > 102cm Mulheres > 88cm
Homens > 102cm Mulheres > 88cm
25 – 29,9
Aumentando
Alto
30 – 34,9
Alto
Muito alto
35 – 39,9
Muito alto
Muito alto
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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO
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>= 40
Extremamente alto
Extremamente alto
Adaptada de Grundy et al. (1999)
Construção de Instrumentos de controle social
• Avaliação semestral comunitária - Para avaliar o funcionamento do programa. • Reuniões bimestrais - Assembléias com a comunidade para discutir o fazer cotidiano. • Participação em fóruns de discussão política (para garantir a institucionalização e fortalecimento do programa). • Rodas de diálogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, A. M. O. et. al. O Programa Saúde da Família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutricionista na equipe multidisciplinar. Rev. Nutr. Campinas, 15(3):255-266, set./dez., 2002. MARQUES, R. M. & MENDES, A. A política de incentivos do Ministério da Saúde para a atenção básica: uma ameaça à autonomia dos gestores municipais e ao princípio da integralidade? Cad. Saúde Pública,18 (supl.): 163-171, 2002. Cartas de Atenção Primária da Saúde Declaração de Alma-Ata. Disponível em <http://www.universidadesaudavel. com.br/Apresentacoes%20e%20textos%20para%20download/ Declaracao%20de%20Alma%20Ata.pdf> História da VIII Conferência Nacional de Saúde. Disponível em <http://www.universidadesaudavel.com.br/Apresentacoes%20e%20textos%20para%20download/VIII%20CNS.pdf>. www.saude.gov.br Krause , Alimentos , Nutrição e Dietoterapia ,2005 Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ 102
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SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO
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Capítulo 5
EDUCAÇÃO FÍSICA
A
prática da atividade física há muito já vem sendo discutida como importante ferramenta na melhoria do estilo de vida da população, seja pela elevação dos níveis de aptidão física relacionada à saúde o que representa fator de proteção importante no surgimento de doenças do aparelho circulatório, diabetes, cânceres e outras, seja pela possibilidade de interferência em variáveis menos fisiológicas, mas, não menos importantes como: elevação do humor, relaxamento, socialização; ou ainda pela grande possibilidade de utilidade como ferramenta no exercício da cidadania apresentando instrumentos de debate sobre cultura, política, regras, cessão, direitos, deveres, limites, entre outros. O objetivo da intervenção do profissional de educação física no Programa Academia das Cidades(PACID) está vinculado à toda a lógica de funcionamento do programa que favorece a utilização/ocupação dos espaços públicos como ferramentas de discussão e acesso igualitário e democrático a serviços que promovam melhorias na qualidade de vida e saúde da população, para tanto, este deve ter claro o papel fundamental que deve desempenhar na relação com a comunidade, visto que, a coordenação das ações em muitos momentos será de responsabilidade desta categoria profissional. Estas intervenções devem estar ligadas a uma lógica de atuação que leve em consideração a todo o tempo: o diálogo com a comunidade, a sua participação efetiva na construção das atividades, a necessidade de cada grupo, a fundamentação teórico/técnica e, principalmente, a possibilidade de repactuação das atividades propostas a partir da construção de um saber conjunto, técnico e popular.
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A proposta de intervenção deve estar alicerçada em um trabalho coletivo (envolvendo as demais categorias) e intersetorial, favorecendo, assim a possibilidade do desenvolvimento de um trabalho integral e consistente que produza interferências mais significativas no modo de vida das pessoas.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL
• Identificar as potencialidades existentes na comuni-
dade, bem como os recursos institucionais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população; • Discutir, de forma permanente, junto à equipe de trabalho e à comunidade, o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde, lazer, cultura, entre outros e as bases que o legitimam; • Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade; • Desenvolver ações sócio-educativas e culturais com a comunidade; • Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas do PACID; • Encaminhar providências, prestar orientações, informações a indivíduos, grupos e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos de cidadania; • Prestar assessoria a grupos, entidades e movimentos sociais existentes na comunidade, viabilizando o processo de mobilização, organização e controle social; • Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar as ações do PACID; • Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários desde que tenha supervisão acadêmica; • Sistematizar e divulgar as experiências dos profissionais no PACID; • Informar a comunidade acerca da importância e dos 104
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benefícios da prática da atividade física regular; • Estimular a comunidade para a prática regular da atividade física; • Orientar quanto às atividades mais adequadas a cada segmento da população; • Realizar avaliação física de componentes importantes para a saúde; • Prescrever atividades diversas, respeitando os limites, possibilidades e a individualidade; • Orientar adequadamente a prática das atividades físicas; • Encaminhar os usuários, quando necessário, aos serviços de saúde adequados; • Estimular a adoção de hábitos de vida mais saudáveis; • Promover rodas de diálogos acerca de temas diversos: saúde, cidadania, etc. • Favorecer momentos de construção coletiva do planejamento das atividades – planejamento participativo; • Supervisionar e orientar estagiários no desenvolvimento das atividades; • Planejar sistematicamente as estratégias de intervenção; • Construir intervenções conjuntas com os demais componentes da equipe.
PERFIL DO PROFISSIONAL
• Possuir graduação em Licenciatura ou Bacharelado
em Educação Física em curso reconhecido pelo MEC; • Experiência com o trabalho em comunidade; • Identificação com a proposta do Programa Academia das Cidades; • Iniciativa; • Capacidade de articulação intersetorial; • Responsabilidade: capacidade de responder pelas Capítulo 5 |
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ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pessoas envolvidas nestas ações; • Autonomia: capacidade de aprender, formular, argumentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas; • Ter a capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do processo de trabalho; • Coordenar-se com outros sujeitos: capacidade e disponibilidade de estabelecer movimentos de compartilhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades. Atividades A possibilidade de desenvolvimento de atividades em uma comunidade deve considerar em primeiro lugar que diferentes pessoas constroem culturas distintas e, consequentemente, necessidades específicas, portanto, se, para uma determinada comunidade uma sessão de dança de salão produz um excelente resultado, para outra, a dança de rua pode favorecer uma mudança mais importante e significativa, contudo, o mais importante no resultado destas duas ações deve ser a participação da comunidade, sua compreensão acerca do fenômeno e o que esta ação representa individual e coletivamente. Retoma-se, então, a necessidade do mapeamento (descrito no capítulo anterior) e do diálogo com a comunidade reiterado em diversos momentos. Nesse sentido, o leque de atividades propostas torna-se bastante extenso sendo que as sugestões apresentadas a seguir são uma expressão muito mais de possibilidades do que necessariamente de indicações de atividades.
ATIVIDADES SUGERIDAS
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• Planejamento coletivo • Rodas de diálogo com temas diversos • Criação de grupos gestores/comissão de usuários • Busca ativa na comunidade • Reuniões em associações e outros espaços comunitários • Atividades informativas em educação e saúde • Seminários, palestras, grupos de discussão, apresen-
tação de filmes/vídeos, etc • Jogos populares/brincadeiras (rouba-bandeira, cabo de guerra, garrafão, queimado, roda pião, empinar pipa, roda pneu, peteca, corrida do ovo, bola de gude, corrida carro de mão, pega corrente, esconde-esconde, sete cortes, etc) • Jogos de salão (damas, xadrez, dominó, ludo, baralho, trilha, imagem e ação, etc.) • Danças de salão (salsa, merengue, bolero, tango, etc) • Danças populares (frevo, maracatu, caboclinho, forró, xaxado, baião, xote, etc) • Dança de rua (cultura hip hop, break, street dance, etc) • Danças clássicas (valsa, ballet, etc), • Ginástica (aeróbica, ginástica localizada, step, etc) • Ginástica rítmica (desportiva, ginástica olímpica, perna de pau, malabares, equilibrismo, cama elástica, mini-tramp, trampolim acrobático, etc) • Esportes (voleibol, futebol, basquetebol, futsal, basquete de rua, tênis, etc) • Esportes radicais (skate, bicicross, rapel, leparcu,canoagem, montanhismo, corrida de aventura, tiroleza, montanhismo, etc) • Atividades circenses/ginastradas • Atividades de luta (capoeira, judô, karatê, kung-fu, jiu-jitsu, muay thai, tae know do, etc) • Exercícios organizados (caminhadas, sessões de alongamentos, corridas, ciclismo, treinos intervalados, musculação, etc) • Esportes/exercícios adaptados (esportes para cadeirantes, futebol para cegos, voleibol sentado, alongamen-
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tos para gestantes, etc)
• Atividades aquáticas (natação, hidroginástica, recreação na piscina, biribol, pólo aquático, nado sincronizado, etc)
• Atividades Integrativas/holísticas (tai chi chuan, Ioga, auto-massagem, massagem ayuvérdica, shantala, etc)
• Atividades de atletismo (corridas, salto em distância,
salto em altura, arremesso de disco, lançamento de dardo, arremesso de martelo, triátlon, etc) • Outras atividades (outras formas de manifestação que possam ser incorporadas ao cotidiano das pessoas ou resgatadas da cultura local)
AVALIAÇÃO O processo de avaliação deve considerar as necessidades identificadas no mapeamento inicial, bem como, os objetivos propostos na construção do planejamento. Dessa forma, propõem-se instrumentos de avaliação que possam identificar: • Os níveis de aptidão física relacionada à saúde; • A classificação de nível de sedentarismo da população; • Elevação dos níveis de atividade física habitual; • Nível de satisfação da comunidade com as atividades; • Aderência ao programa de atividade física. Para tanto, serão utilizados instrumentos de avaliação validados, assim como, serão construídos instrumentos próprios de avaliação que possam ser adaptados a cada realidade local, a exemplo: • Protocolos de avaliação física (validados em anexo) • Soparc (validado em anexo) • IPAQ (validado em anexo) • Instrumento próprio (a ser criado) A seguir, será apresentada uma sugestão de passo-a-passo com relação ao processo de avaliação física.
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É importante destacar ainda que o processo de avaliação é dinâmico e alimentado pela necessidade de se reorientar constantemente as práticas e que, além disso, a intervenção da política levará em consideração outros parâmetros para avaliação, sendo estes aqui propostos parte de uma avaliação mais global e aprofundada de vários aspectos, fatores e condicionantes que irão interferir direta ou indiretamente nos resultados esperados.
GUIA DE AVALIAÇÃO FÍSICA ANAMESE - PAR’Q E IPAQ O passo inicial para a avaliação física deverá ser o preenchimento do formulário de avaliação física, que é composto da anamnese e formulário de coleta de dados. Posteriormente à anamnese (ANEX01) deve ser preenchido o whoqol (ANEXO 2), PAR’Q (ANEXO 03) e Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ (versão 8 – forma curta- ANEXO 04). Anamese - Composição Corporal O estudo da gordura corporal e da massa magra é importante para a prevenção de doenças dentre outros aspectos (Nahas, 2001). Estudar a composição corporal significa determinar, por meios diretos ou indiretos, as quantidades (valores absolutos) e proporções (valores relativos) dos componentes corporais, sendo possível medir com precisão mais de 30 desses componentes. Existem dois modelos básicos para o estudo da composição corporal: o modelo que faz referência a dois componentes (gordura e massa corporal magra), e o modelo que considera quatro componentes (ossos, músculos, água e gordura). O mais utilizado é o que considera dois componentes, enfatizando a gordura corporal relativa (% de gordura) como parâmetro de referência para a performance de atletas, para os Capítulo 5 |
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padrões de beleza e para a saúde. Esse modelo é possível de ser aplicado em programas de atividade física. Para o estudo da composição corporal serão utilizadas as medidas a seguir devendo ser coletadas em todos os usuários sem restrição de faixa etária (crianças, adolescentes, adultos e idosos) PESO CORPORAL Instrumento de medida: Balança com precisão de 100gr. Esta deve ser aferida a cada 10 pesagens em grandes grupos de avaliados e a cada 6 meses calibrados pelo INMETRO. Público alvo: todo aquele que passar pela a avaliação física. Protocolo: o avaliado deve subir na plataforma, cuidadosamente, e posicionando-se no centro da mesma. Realiza-se apenas uma única medida. Posição do avaliado: posição ortostática, de costas para o avaliador; Posição do avaliador: de pé, de frente para a escala de medidas; Fonte: PETROSKI, E.L., Antropometria, técnicas e padronizações - 1999. ESTATURA Instrumento de medida: Estadiômetro, com precisão de 0,5 cm. Público alvo: todo aquele que passar pela a avaliação física. Referência anatômica: Vértex e região plantar; Protocolo: Posição do avaliado: posição ortostática, pés descalços ou com meia, com uma discreta abdução dos pés, procurando pôr em contato com o instrumento de medidas as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região ocipital. A cabeça deve estar orientada no plano de Frankfurt.
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Posição do avaliador: em pé ao lado direito do avaliado, se necessário subir num banco para realizar a medida e proceder à leitura. Fonte: PETROSKI, E.L., Antropometria, técnicas e padronizações - 1999. DOBRAS CUTÂNEAS: As dobras cutâneas apresentam-se de maneira indireta na mensuração da adiposidade corporal. É amplamente usada para determinar a composição corporal em diferentes tipos de população, sendo uma técnica bem difundida no meio clínico, esportivo e na pesquisa científica (Wilmore & Benhke, 1969). A medida de dobras cutâneas estabelece uma relação linear entre os pontos anatômicos pinçados e a adiposidade corporal, ou seja, através da determinação absoluta da espessura do tecido subcutâneo, expresso em milímetros, pode-se estimar a densidade e a quantidade de gordura corporal. Todas as dobras devem ser tomadas abaixo do ponto de destaque/pinça da respectiva dobra. Para tanto, deve ser levado em consideração o sentido da fibra muscular e para registro da coleta dados, deve-se levar em consideração 3 medidas, sendo considerada a medida mediana. Todas as medidas deverão ser realizadas no hemisfério direito do avaliado, salvo exceções que deverão ser acrescidas em observações e sendo transferida a coleta para o hemisfério esquerdo. Segue as dobras cutâneas adotadas para o PAC: Instrumento de medida: Plicômetro com validade científica Público alvo: ambos os gêneros acima de 6 anos de idade.
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Dobra Peitoral / Tórax:
Referência anatômica: Ponto médio entre a prega axilar e o mamilo
Referência anatômica: 2 cm à direita da cicatriz umbilical
Dobra Abdominal:
DOBRA DE COXA (medial) Referência anatômica: ponto médio entre a dobra inguinal e a borda superior da patela (utiliza-se uma semiflexão da perna).
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DOBRA TRICIPTAL Referência anatômica: face posterior do braço no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o processo do olecrano da ulna.
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DOBRA SUPRAÍLIACA Referência anatômica: linha axilar média com 2 cm acima da crista ilíaca. Obs: O avaliado deverá posicionar a sua mão direita espalmada em seu ombro esquerdo.
DOBRA SUBSCAPULAR Referência anatômica: logo abaixo do ângulo inferior da escápula na direção diagonal
PERÍMETROS Os perímetros corporais correspondem às circunferências tomando como referências determinados pontos anatômicos. Instrumento de medida: Fita Antropométrica Público alvo: ambos os gêneros acima de 6 anos de idade. Perímetro do abdômen: Perímetro do abdômen:
Referência anatômica: região abdominal em seu maior perímetro, preferencialmente à altura da cicatriz umbilical.
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Perímetro do quadril:
Referência anatômica: maior porção da região glútea. Obs.: A medida deverá ser mensurada com o avaliador posicionando-se ao lado do avaliado.
Perímetro da cintura:
Referência anatômica: parte mais estreita do tronco, na altura da cintura ”natural” entre as costelas e a crista ilíaca.
As fórmulas, equações e tabela de classificação serão utilizadas para avaliar e deliberar resultados referentes à antropometria.
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ÍNDICE DE MASSA CORPORAL – IMC Índice que determina a massa corporal de uma pessoa, indicando se ela está ou não dentro do padrão recomendável para saúde. IMC = Peso corporal (kg) Estatura (m)2 Tabela 1 - Classificação para o IMC Peso
IMC
*Abaixo do peso
< 18,5
*Normal
18,5 – 24,9
*Sobrepeso
25 – 29,9
*Obesidade I
30 – 34,9
*Obesidade II
35 – 39,9
*Obesidade III
≥ 40
Fonte: Manual de pesquisa das diretrizes do ACMS para os teste de esforços e sua prescrição.
*As nomenclaturas da classificação utilizadas nesta tabela, não correspondem às encontradas em literaturas, as mesmas foram substituídas para melhor compreensão dos usuários.
RELAÇÃO CINTURA / QUADRIL (RCQ) A relação da medida da circunferência (perímetro) da cintura dividida pela medida da circunferência do quadril está fortemente associada ao acúmulo de gordura visceral.
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Tabela 2 - Classificação para Relação Cintura / Quadril RISCO IDADE
HOMEM
MULHER
BAIXO
MODER
ALTO
MUITO ALTO
< 29
<0,83
0,83 -
0,89 -
>0,94
30 – 39
<0,84
0,84 -
0,92 -
>0,96
40 – 49
<0,88
0,88 -
0,96 -
>1,00
50 – 59
<0,90
0,90 -
0,97 -
>1,02
60 – 69
<0,91
0,91 -
0,99 -
>1,03
< 29
<0,71
0,71 -
0,78 -
>0,82
30 – 39
<0,72
0,72 -
0,79 -
>0,84
40 – 49
<0,73
0,73 -
0,80 -
>0,87
50 – 59
<0,74
0,74 -
0,82 -
>0,88
60 – 69
<0,76
0,76 -
0,84 -
>0,90
Fonte: Avaliação da Composição Corporal Aplicada, Heyward,V.H.;Stolarczyk, L.,M.; Editora – Manole – São Paulo – 2000.
A classificação também será realizada para menores de 20 anos mesmo tendo a consciência de que a faixa etária inicial da literatura seja os 20 anos.
ESTIMATIVA DO PERCENTUAL DE GORDURA A antropometria tem sido usada por mais de um século para avaliar o tamanho e as proporções dos segmentos corporais, através da medição de circunferência e comprimento dos segmentos corporais. Por volta de 1915, a espessura do tecido adiposo subcutâneo foi medida utilizando-se medições das dobra cutâneas. Mais tarde, nos anos 60 e 70, essas medidas foram utilizadas para desenvolver inúmeras equações antropométricas para predizer a densidade corporal total e gordura corporal. Den-
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tre as desenvolvidas serão adotadas como referência às equações a seguir: Equação de Siri, (1961) ( apenas para Pollock, 80)
% GC = [(4,5/DC) - 4,5]*100 Equação para Adolescentes e Crianças ( 6 – 17,9) Lohman, (1986)
Homem: % G = 1,35 (SOMA TR + SE) - 0,012 (SOMA TR + SE)² - C *
Mulher: % G = 1,35 (SOMA TR + SE) - 0,012 (SOMA TR + SE)² - C *
Mulher
Homem
Tabela 3 - *Constantes por idade, sexo e raça Cor
6
7
8
9
10
Branco
3,1
3,4
3,7
4,1
Negro
3,7
4,0 4,3 4,7
Branca
1,2
1,4
1,7
12
13
14
15
16
4,4 4,7
5,0
5,4
5,7
6,1
6,4 6,7
5,0 5,3
5,6
6,0
6,3 6,7
2,7
3,0
3,4
3,6 3,8 4,0 4,4
Negra
1,4
1,7
2,0 2,3
2,6 3,0
3,3
3,6
3,9
2,0 2,4
11
4,1
7,0
17
7,3
4,4 4,7
Equação Pollock, (1980) (mulheres adultas 18 a 59,9 e homens adultos acima de 18 anos e idosos)
Mulher: DC (g/m³) = 1,0994921 - 0,0009929 (SOMA 3 DOC) + 0,0000023 (SOMA 3 DOC)² - 0,0001392 (idade)
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Homem: DC (g/m³) = 1,109380 - 0,0008267 (SOMA 3 DOC) + 0,0000016 (SOMA 3 DOC)² - 0,0002574 (idade) DC (g/m³) = 1,168297 - [ 0,002824x CAB] + [0,0000122098 x (CAB)²] - [0,000733128 x c quadril] + [0,000510477 x AL] [0,000216161 x idade] Onde: CAB = [cintura (perimetria) + abdominal (perimetria)/2] AL = Estatura e PC = Peso Corporal. Equação de Weltman et al (1988) (mulher 20 – 59,9 e homen 24 – 68,9 Obesos) Considera-se obesos usuários com IMC > 30.
Mulher: % GC = 0,11077 (CAB*) - 0,17666 (AL) + 0,14354 (PC) + 51,03301
Homem: % GC = 0,31457 (CAB*) - 0,10969 (PC) + 10,8336 Onde: CAB = [cintura (perimetria) + abdominal (perimetria)/2] AL = Estatura e PC = Peso Corporal. Para classificar o percentual de gordura por faixa etária e sexo adotaremos as seguintes classificações: Tabela 4 - Classificação de % de gordura crianças e adolescentes (até 17,9 anos) Classificação
Meninos
Meninas
Baixo
< 10%
<15%
10,01 a 20%
15,01 a 25%
Recomendável 118
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Moderadamente Alto
20,01 a 25%
25,01 a 30%
Alto
25,01 a 31%
30,01 a 36%
>31%
>36%
Muito Alto Fonte: Lohman, 1987
Tabela 5 - Classificação de % de gordura mulheres (acima de 18 anos) Nível /Idade
18 - 25,9 26 35,9
36 45,9
46 - 55,9 56 acima
Baixo
<12,9
<15,9
<16,9
<13,9
<17,9
Recomendável 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21%
18 a 22%
Recomendável 16,01 a 19%
16,01 a 20%
19,01 a 23%
21,01 a 25%
22,01 a 26%
Recomendável 19,01 a 22%
20,01 a 23%
23,01 a 26%
25,01 a 28%
26,01 a 29%
Recomendável 22,01 a 25%
23,01 a 25%
26,01 a 29%
28,01 a 31%
29,01 a 32%
Moderadamente Alto
25,01 a 28%
25,01 a 29%
29,01 a 32%
31,01 a 34%
32,01 a 35%
Alto
28,01 a 31%
29,01 a 33%
32,01 a 36%
34,01 a 38%
35,01 a 38%
Muito Alto
31,01 acima
33,01 acima
36,01 acima
38,01 acima
38,01 acima
Fonte: Pollock & Wilmore,1993
Tabela 6 - Classificação de % de gordura homens (acima de 18 anos) Nível /Idade
18 25,9
26 35,9
36 45,9
46 - 55,9
56 acima
Baixo
<3,9
<7,9
<9,9
<11,9
<12,9
Recomendável 4 a 6%
8 a 11% 10 a 14%
12 a 16%
13 a 18%
Recomendável 6,01 a 10%
11,01 a 15%
14,01 a 18%
16,01 a 20%
18,01 a 21%
Recomendável 10,01 a 13%
15,01 a 18%
18,01 a 21%
20,01 a 23%
21,01 a 23%
Capítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 119
EDUCAÇÃO FÍSICA
119
14/12/2010 16:29:51
Recomendável 13,01 a 16%
18,01 a 20%
21,01 a 23%
23,01 a 25%
23,01 a 25%
Moderadamente Alto
16,01 a 20%
20,01 a 24%
23,01 a 25%
25,01 a 27%
25,01 a 27%
Alto
20,01 a 24%
24,01 a 27,9%
25,01 a 29%
27,01 a 30%
27,01 a 30%
Muito Alto
24,01 acima
28 acima
29,01 a cima
30,01 acima
30,01 acima
Fonte: Pollock & Wilmore,1993
Atenção: As coletas do gênero feminino, entre 55-60 anos de idade, não deverão ser utilizadas em pesquisas científicas, por apresentar desvio no resultado da predição da densidade corporal, pois a equação considera até 55 anos.
AVALIAÇÃO NEUROMOTORA Assim como a composição corporal, outros aspectos contemplam os quatro componentes mais importantes para aptidão física, são elas a força, flexibilidade, a capacidade aeróbica e a resistência muscular localizada. Por esse motivo é pertinente avaliá-los.
FLEXIBILIDADE Segundo Dantas (1998), é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão. Para avaliar a flexibilidade serão utilizados os seguintes testes e classificações: Teste de Sentar e Alcançar (Well) Instrumento de medida: Banco de Well 120
Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 120
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Público Alvo: Homens e mulheres de 15 a 59,9 anos Protocolo: o usuário deverá estar sentado no chão, com os pés unidos e joelhos estendidos. Flexionar o tronco, deslizando as mãos em cima da área demarcada para que se possa executar a leitura do valor alcançado. Esta ação deverá ser realizada 3 vezes consecutiva. Tabela 7 - Classificação do teste sentar e alcançar para homens Alcance máximo obtido para homens (cm) Idade
15 - 19,9
20 29,9
30 - 39,9
40 49,9
50 - 59,9
Fraco
<= 23
<=24
<=22
<=17
<=15
Regular
24 -28
25 -29
23 - 27
18 -23
16 - 23
Médio
29 - 33
30 - 33
28 - 32
24 - 28
24 - 27
Bom
34 - 38
34 - 39
33 - 37
29 - 34
28 - 34
Excelente
>=39
>= 40
>=36
>= 35
>= 35
Fonte: Pollock, M.L. e Wilmore, J.H. 1993
Tabela 8 - Classificação do teste sentar e alcançar para mulheres Alcance máximo obtido para mulheres (cm) Idade
15 - 19,9
20 - 29,9
30 - 39,9
40 - 49,9 50 - 59,9
Fraco
<= 28
<=27
<=26
<=24
<=24
Regular
29 -23
28 -32
27 - 31
25 -29
25- 29
Médio
34 - 37
33 - 36
32 - 35
30 - 33
30 - 32
Bom
38 - 42
37 - 40
36 - 40
34 - 37
33 - 38
>= 41
>=31
>= 38
>= 39
Excelente >=43
Fonte: Pollock, M.L. e Wilmore, J.H. 1993
Teste de flexibilidade para membros inferiores – Sentar e alcançar Instrumento de medida: régua de 45 cm de comprimento. Público Alvo: pessoas acima de 60 anos.
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manual Academia das Cidades TESTE.indb 121
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Protocolo: O participante deverá sentar confortavelmente na extremidade do assento da cadeira, de forma que a dobra entre o topo da coxa e as nádegas deve estar na extremidade do assento. Com uma perna fletida e o pé totalmente assente no solo, a outra perna (perna de preferência) é estendida, com o calcanhar no chão e o pé fletido (aprox. 90º). O participante deve ser encorajado a expirar na medida que flete para frente, evitando movimentos bruscos, rápidos e fortes, nunca atingindo o limite da dor. Com a perna estendida, mas não hiper-estendida, o participante flete lentamente para frente até à articulação da coxo-femeral. Deslizando as mãos uma sobre a outra, com as pontas dos dedos sobrepostas, ao longo da perna estendida, tentando tocar os dedos dos pés. Deve tocar nos dedos dos pés durante 2 segundos (a coluna não deve ser fletida, permanecendo ereta com a cabeça acompanhando seu prolongamento). Caso o joelho da perna estendida comece a fletir, solicitar ao participante que se sente lentamente até que o joelho fique na posição estendida antes de iniciar a medição. Prática/Ensaio: Após demonstração realizada pelo o avaliador, o participante é questionado sobre a sua perna preferencial. O participante deve ensaiar duas vezes, seguindo-se da aplicação do teste. Atenção: O avaliador deve ter atenção às pessoas que apresentam problemas de equilíbrio, quando sentadas nas extremidades da cadeira. A perna preferida é definida pelo melhor resultado. É importante trabalhar os dois lados do corpo para medir a flexibilidade, mas por questões de tempo apenas o lado hábil tem sido usado para definição de padrões. Pontuação: Usando uma régua de 45cm, o avaliador registra a distância em centímetros até aos dedos dos pés (resultado mínimo) ou à distância em centímetros que consegue alcançar para além dos dedos dos pés (resultado máximo). O meio do dedo grande do pé na extremidade do sapato representa o ponto zero. Deve-se registrar ambos os valores 122
Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 122
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encontrados com a aproximação de 1cm, e fazer um círculo sobre o melhor resultado. O melhor resultado é usado para avaliar o desempenho. Assegure-se de registrar os sinais (–) ou (+) na folha de registro. Tabela 9 - Classificação por percentis do teste de sentar e alcançar para mulheres FAIXA ETÁRIA
SENTAR E ALCANÇAR (cm)
TESTE
60-64 65-69
70-74
7579
< -1,5
< -1,5
< -2,5 < -4
-1 a 5
-1 a 5
-2 a 4
8084
85-89
9094
< -5
< -6,5 < -1 a 1,5
-3,5 -4,5 a a 1,5 2,5
-6 a -1,5
-11 a -5
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL FRACO REGULAR
5,5 a 12,5
5,5 a 11,5
4,5 a 10
3a 9
2a 7,5
-1 a 6,5
-4 a 2,5
BOM
> 12,5
> 11,5
> 10
>9
> 7,5
> 6,5
> 2,5
EXCELENTE
Tabela 10 - Classificação por percentis do teste de sentar e alcançar para homens FAIXA ETÁRIA
SENTAR E ALCANÇAR (cm)
TESTE
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL
60-64
65-69
70-74
7 5 - 8 0 - 85-89 90-94 79 84
<6,5
<7,5
<-9
<10
-6 a 1,5
-7 a 0
-8,5 a -1,5
-9,5 -13,5 -13,5 a a -5 a -2,5 -6,5
-16 a -9
1 a 10
0,5 a 7,5
-1 a 6,5
-2 a5
-4,5 a4
-6 a 1,5
-8,5 a -1,5
BOM
> 10
> 7,5
> 6,5
>5
>4
> 1,5
> -1,5
EXCELENTE
<14
<14
<16,5
FRACO REGULAR
Teste de flexibilidade para membros superiores Alcançar atrás das costas Instrumento de medida: régua de 45 cm de comprimento. Público Alvo: pessoas acima de 60 anos. Capítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 123
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Protocolo: Na posição de pé, o participante coloca a mão dominante por cima do mesmo ombro e tenta alcançar o mais baixo possível em direção ao meio das costas. A palma da mão para baixo, dedos estendidos e cotovelo apontando para cima. A mão do outro braço é colocada por baixo e atrás, com a palma virada para cima, tentando alcançar o mais longe possível, numa tentativa de tocar ou sobrepor os dedos médios de ambas as mãos. Prática/Ensaio: Após demonstração por parte do avaliador, o participante é questionado sobre a sua mão de preferência. Sem mover as mãos do participante, o avaliador ajuda a orientar os dedos médios de ambas as mãos na direção um do outro. Importante: O participante não pode entrelaçar os dedos e puxar. Pontuação: A distância da sobreposição, ou a distância entre as pontas dos dedos médios é medida no centímetro mais próximo. O resultado negativo (-) representa a distância mais curta entre os dedos médios; os resultados positivos (+) representam a medida da sobreposição dos dedos médios. Registram-se duas medidas. O melhor valor é usado para medir o desempenho. Importante: Garanta a marcação na ficha de pontuação dos sinais (-) e (+).
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Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 124
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Tabela 11 - Classificação por percentis do teste de alcançar atrás das costas para mulheres FAIXA ETÁRIA
ALCANÇAR ÀS COSTAS (cm)
TESTE
6 0 - 6 5 - 70-74 75-79 8 0 - 85-89 64 69 84
90-94
< -7,5 < -9
< -10 < -12,5
< < -18 -14,0
< -20,5
-9,5 a -4
-12 a –5
-13,5 a -6,5
-17,5 a -10
-20 a -11,5
-1 a 4 -2 a4
-3,5 a 2,5
-4,5 a 1,5
-6 a0
-9,5 a -2,5
-11 a -2,5
>4
> 2,5
> 1,5
>0
> -2,5
> -2,5
-7 a -1,5
-8,5 a -2,5
>4
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL FRACO
REGULAR BOM EXCELENTE
Tabela 12 - Classificação por percentis do teste de alcançar atrás das costas para homens FAIXA ETÁRIA
ALCANÇAR ÀS COSTAS (cm)
TESTE
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL
6064
6569
7074
75-79
80-84 85-89
9094
<16,5
<19
<20,5
<23
< - 24
<25,5
<26,5
-16 a -18,5 -9 a -10
-20 a 11,5
-22,5 a –14
-23,5 a -14
-25 a -15
-26 a -18
REGULAR
8,5 a0
-9,5 a -2,5
-11 a -2,5
-13,5 a -5
-13,5 a -5
-14,5 a -7,5
-17,5 a -10
BOM
>0
> -2,5
> 2,5
> -5
> -5
> -7,5
> -10
FRACO
EXCELENTE
RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA - RML A RML é a qualidade física que dota um músculo da capacidade de executar uma quantidade numerosa de contrações sem que haja diminuição na amplitude do movimento, na freqüência, na velocidade e na força de execução, resisCapítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 125
EDUCAÇÃO FÍSICA
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tindo ao surgimento da fadiga muscular localizada (Dantas, 1998).
FORÇA Força é a capacidade derivada da contração muscular, que nos permite mover o corpo, levantar objetos, empurrar, puxar, resistir a pressões ou sustentar cargas (Nahas, 2001). Para avaliar a RML e a Força serão utilizados os seguintes testes e classificações:
TESTE – RML 1’ Instrumento de medida: para segurança e conforto na aplicação utilizar colchonete. Publico Alvo: Homens e mulheres de 15 a 59,9 anos. Protocolo: o usuário deverá estar deitado em decúbito dorsal, pernas flexionadas, joelhos formando um ângulo de 90º, planta dos pés no solo, pés fixados pelo avaliador e braços cruzando a linha mediana do tronco. Realizar a flexão da coluna até encostar os cotovelos nos joelhos, voltando a posição inicial até que as escápulas toquem o solo. Tabela 13- Classificação de RML para homens (número de repetições por minuto) Idade
Excelente
Bom
Média
Regular
Fraco
15 – 19,9
+ 48
42 a 47
38 a 41
33 a 37
< 32
20 – 29,9
+ 43
37 a 42
33 a 36
29 a 32
< 28
30 – 39,9
+ 36
31 a 35
27 a 30
22 a 26
< 21
40 – 49,9
+ 31
26 a 30
22 a 25
17 a 21
< 16
50 – 59,9
+ 26
22 a 25
18 a 21
13 a 17
< 12
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993
126
Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 126
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Tabela 14 - Classificação de RML para mulheres (número de repetições por minuto) Idade
Excelente Bom
Média
Regular
Fraco
15 – 19,9
+ 42
36 a 41
32 a 35
27 a 31
< 26
20 – 29,9
+ 36
31 a 35
25 a 30
21 a 24
< 20
30 – 39,9 + 29
24 a 28
20 a 23
15 a 19
< 14
40 – 49,9 + 25
20 a 24
15 a 19
07 a 14
< 06
50 – 59,9 + 19
12 a 18
05 a 11
03 a 04
< 02
Fonte: Pollock, M. L. & Wilmore J. H., 1993
Teste de flexão do antebraço Instrumento de medida: para os homens – halteres de mão de 2,27kg para as mulheres - halteres de mão de 3,63kg Público Alvo: pessoas acima de 60 anos Protocolo: o participante está sentado numa cadeira, com as costas apoiadas no encosto da cadeira, com os pés tocando totalmente o solo e com o tronco totalmente encostado. O halter deve estar seguro na mão dominante. O teste começa com o antebraço em posição inferior, ao lado da cadeira, perpendicular ao solo. Ao sinal de “iniciar” o participante roda gradualmente a palma da mão para cima, enquanto faz a flexão do antebraço no sentido completo do movimento; depois regressará à posição inicial de extensão do antebraço. Especial atenção deverá ser dada ao controle da fase final da extensão do antebraço. O avaliador ajoelha-se ou senta-se numa cadeira junto do participante no lado do braço dominante, colocando os seus dedos no bíceps do executante, de modo a estabilizar a parte superior do braço, e assegurar que seja realizada uma flexão completa, o antebraço do participante deve apertar os dedos do avaliador. É importante que a parte superior do braço permaneça estática durante o teste. O avaliador pode precisar colocar a sua outra mão atrás do cotovelo de maneira a que o executante saiba quando atinCapítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 127
EDUCAÇÃO FÍSICA
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giu a extensão total, evitando movimentos de balanço do antebraço. O relógio deve ser colocado de maneira totalmente visível. O participante é encorajado a realizar o maior número possível de flexões num tempo limite de 30 segundos, mas sempre com movimentos controlados tanto na fase de flexão como extensão. O avaliador deverá acompanhar as execuções de forma a assegurar que o peso é transportado em toda a amplitude do movimento: extensão total a flexão total. Importante: Cada flexão correta é contabilizada, sendo chamada atenção verbal sempre que se verifique um desempenho incorreto. Prática/Ensaio: Após demonstração por parte do avaliador deverão ser realizadas uma ou duas tentativas pelo participante para confirmar uma realização correta, seguindo-se execução do teste durante 30 segundos. Pontuação: A pontuação é obtida pelo número total de flexões corretas realizadas num intervalo de 30 segundos. Se no final dos 30 segundos o antebraço estiver em meia flexão, deve-se contabilizar como flexão total.
FAIXA ETÁRIA
FLAXÃO DE ANTEBRAÇO (repetições)
TESTE
128
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL
Tabela 15 - Classificação por percentis do teste de flexão de antebraço para homens
60-64 65-69
70-74
75-79
80-84 85-89
90-94
< 16
< 15
< 14
< 13
< 13
< 10
FRACO
17 a 19
16 a 18 15 a 17
14 a 16 14 a 16 12 a 14
11 a 12
REGULAR
17 a 22
16 a 21
16 a 21
15 a 19 14 a 19 13 a 17
12 a 14
BOM
> 22
> 21
> 21
> 19
> 14
EXCELENTE
Capítulo 5 |
> 19
< 11
> 17
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 128
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Tabela 16 - Classificação por percentis do teste de flexão de antebraço para mulheres FAIXA ETÁRIA
FLAXÃO DE ANTEBRAÇO (repetições)
TESTE
CLASSIFI6 5 - 708 0 - 8 5 - 9 0 - CAÇÃO POR 60-64 75-79 QUARTIL 69 74 84 89 94 < 13
< 12
< 12
< 11
< 10
< 10
<8
14 a 16 13 15
a 13 a 12 15 14
a 11 a 13 11 a 12 9 a 11
17 a 19
16 18
a 16 a 15 17 17
a 14 16
> 19
> 18
> 17
> 17
> 16
a 13 15
a 12 a 13
> 15
> 13
FRACO REGULAR BOM EXCELENTE
Teste levantar e sentar Instrumento de medida: cadeira com encosto (sem braços), com altura de assento de aproximadamente 43cm. Por medida de segurança, a cadeira deve se encontrar estabilizada, evitando que se mova durante o teste. Público alvo: pessoas acima de 60 anos Protocolo: o teste inicia-se com o participante sentado no meio da cadeira, com as costas direitas e os pés afastados à largura dos ombros e totalmente apoiados no solo. Um dos pés deve estar ligeiramente avançado em relação ao outro para ajudar a manter o equilíbrio. Os braços estão cruzados ao nível dos pulsos e contra o peito. Ao sinal de “iniciar”, o participante eleva-se até a extensão máxima (posição vertical) e regressa à posição inicial sentado. O participante é encorajado a completar o máximo de repetições num intervalo de tempo de 30 segundos. O participante deve sentar-se completamente entre cada elevação. Enquanto controla o desempenho do participante para assegurar o maior rigor, o avaliador conta as elevações corretas. Chamadas de atenção verbais ou gestuais podem ser realizadas para corrigir um desempenho deficiente. Capítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 129
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Prática/Ensaio: após uma demonstração realizada pelo avaliador, um ou dois ensaios podem ser efetuados pelo participante visando uma execução correta. De imediato segue-se a aplicação do teste. Pontuação: A pontuação é obtida pelo número total de execuções corretas num intervalo de 30 segundos. Se o participante estiver no meio da elevação no final dos 30 segundos, esta deve ser contada como uma elevação. Tabela 17 - Classificação por percentis do teste de levantar e sentar para mulheres FAIXA ETÁRIA
LEVENTAR E SENTAR (repetições)
TESTE
60-64 65-69
7 0 - 7 5 - 80- 8 5 - 9 0 74 79 84 89 94
< 12
< 11
< 10
13 a 15
12 a 14
11 a 11 a 10 a 9 a 5 a 8 13 12 11 10
16 a 17
15 a 16 14 a 13 a 12 a 11 a 9 a 11 15 15 14 13
> 17
> 16
> 15
< 10
<9
> 15
> 14
<8
FRACO
<4
> 13
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL
REGULAR BOM EXCELENTE
> 11
Tabela 18 - Classificação por percentis do teste de levantar e sentar para homens FAIXA ETÁRIA
LEVENTAR E SENTAR (repetições)
TESTE
130
60-64 65-69
70- 7 5 - 8 0 - 8 5 - 9 0 74 79 84 89 94
< 14
< 12
< 12
15 a 16 13 a 15
< 11
< 10
13 a 12 a 11 15 14 12
<8
16 a 18 16 a 15 a 13 a 12 17 17 15 14
> 19
> 18
Capítulo 5 |
> 17
> 17
> 15
FRACO
<7
a 9 a 11 8 a 10
17 a 19
> 14
a 11 12 > 12
CLASSIFICAÇÃO POR QUARTIL
a
REGULAR BOM EXCELENTE
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 130
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AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA: Permitirá conhecer o nível de condicionamento cardiorrespiratório dos usuários (VO2 máx), através de testes submáximos. O resultado do teste será utilizado para a obtenção de um programa de treinamento em atividade aeróbia com finalidades de perda de gordura corporal, melhorar o condicionamento cardiorrespiratório e a saúde em geral dos usuários. Para avaliar o condicionamento cardiorrespiratório serão utilizados os seguintes testes e classificações: Teste de Caminhada de Rockport:manual de teste de esforço e prescrição de exercício, 1996 e Pollock & Wilmore, 1993. Público Alvo: Pessoas acima de 35 anos, obesas, indivíduos pós-cirurgia, pacientes cardíacos e indivíduos de baixa aptidão física, HAS severa e considerações do seu par-q. Instruções para fazer o teste em pista: • Antes de iniciar o teste tenha certeza de que pode praticar atividades físicas; • Anotar a freqüência cardíaca no início e na chegada do teste; • Incentive o avaliado durante o teste para caminhar da forma mais rápida que pode e, se possível, mantendo sempre a mesma intensidade. Protocolo: • Caminhar 1600 metros o mais rápido que puder, e se possível manter a mesma intensidade; • Marque o tempo gasto desde a primeira passada até o final em minutos e segundos; • Meça o número de batimentos cardíacos (FC) imediatamente após o final da caminhada; • Conte o seu pulso por 10 segundos e multiplique por Capítulo 5 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 131
EDUCAÇÃO FÍSICA
131
14/12/2010 16:29:54
6 (total de 1 minuto), e anote;
• O frequencímentro poderá ser usado. Equação para determinação do VO2máx através do Teste de Rockport Fitness Wlaking Test
VO2máx = 132,853 – (0,0769 * Peso) – (0,3877 * idade) + (6,315 * gênero) – (3,2649 * Tempo) – (0,15665 * FC final) Fonte: Kline,GM. Med. Sci. Sports Exerc. 19: 253-259,1987 in CDOF
Obs: colocar o valor (1) se gênero masculino ou (0) se gênero feminino.
TESTE DE 2400 METROS (COOPER) Público alvo: pessoas de 13 a 60 anos podendo ser realizado tanto para homens quanto para mulheres. Protocolo: • Cronometrar o tempo gasto pelo avaliado para percorrer a distância de 2400 metros. Equação para determinação do VO2máx através do Teste de 2400 metros
VO2máx = (2400 * 60 * 0,2) + 3,5 / (duração em segundos) Fonte: American College Sport Medicine (Vivacqua & Hespanha, 1992 in Avaliação e prescrição de atividade física – guia prático).
132
Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
manual Academia das Cidades TESTE.indb 132
14/12/2010 16:29:54
Tabela 19 - Classificação para mulheres do teste cardiorrespiratório Faixa Etária
Muito Fraca
13 - 19,9
Fraca
Regular
< 25
25,1 30,9
31,0 34,9
35,0 - 39,0 38,9 41,9
> 42
20 - 29,9
< 23,6
23,7 28,9
29,0 32,9
33,0 36,9
37,0 40,9
> 41
30 - 39,9
< 22,8
22,9 26,9
27,0 31,4
31,5 35,6
35,7 40,0
> 40,1
40 - 49,9
< 21
21,1 24,4
24,5 28,9
29,0 - 32,9 32,8 36,9
> 37,0
50 - 59,9
< 20,2 20,3 22,7
22,8 26,9
27,0 31,4
31,5 35,7
> 35,8
> 60
< 17,5
20,2 24,4
24,5 - 30,3 30,2 31,4
> 31,5
17,6 20,1
Boa
Bom
Excelente
Tabela 20 - Classificação para homens do teste cardiorrespiratório Faixa Etária
Muito Fraca
Fraca
Regular
Boa
Bom
Excelente
13 - 19,9 < 35
35,1 38,3
- 38,4 45,1
- 45,2 50,9
- 51,0 55,9
- > 56,0
20 - 29,9 < 33
33,1 36,4
- 36,5 42,4
- 42,5 46,4
- 46,5 52,4
- > 52,5
30 - 39,9 < 31,5
31,6 35,4
- 35,5 40,9
- 41,0 44,9
- 45,0 49,4
- > 49,5
40 49,9
< 30,2
30,3 33,5
- 33,6 38,9
- 39,0 43,7
- 43,8 48,0
- > 48,1
50 59,9
< 26,1
26,2 30,9
- 31,0 35,7
- 35,8 40,9
- 41,0 45,3
- > 45,4
> 60
< 20,5
20,6 26,0
- 26,1 32,2
- 32,3 36,4
- 36,5 44,2
- > 44,3
Capítulo 5 |
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Equação para a prescrição da freqüência cardíaca de treino nos exercícios aeróbios
[(220 - IDADE) - FC REPOUSO] X % FC de treino + FC REPOUSO Para quem faz uso de β-bloqueadores, provavelmente o protocolo a ser utilizado será o de Rockport (1600m), mas será utilizado um fator de correção para prescrição da freqüência cardíaca.a saber:
% FC = Y+95,58/9,74 Onde Y será a dose em mg de propanolol ou equivalente. Quadro 1 – Alguns medicamentos β-bloqueadores • Angipress • Angipress CD • Antitensin • Atecard • Ateneo • Atenol • Atenolol (genérico) • Atenoric • Brevibloc • Cardilol • Cloridrato de propanalol • Cloridrato de sotalol (genérico) • Coreg • Corgard • Dilatrend • Divelol • Inderal
• Lopressor • Neo propanol • Neotenol • Plenacor • Pradinolol • Propacor • Propanolol • Rebaten LA • Sanpronol • Seloken • Seloken Duriles • Selozok • Sotacor • Tartarato de metoprolol • Uni propralol • Visken
RECOMENDAÇÕES GERAIS
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A avaliação não é pré-requisito para a prática de atividades no pólo, a participação dos usuários na avaliação é voluntária, cabendo ao profissional o convencimento do usuário. O usuário só realizar a avaliação física após a realização do PAR-Q. O avaliado deverá ler e assinar termo de consentimento. Se for menor de idade, um responsável maior de 18 anos deverá acompanhá-lo e assinar o termo. Entrega do resultado (enfatizar a importância do exercício aeróbico, sua intensidade, tempo de caminhada/corrida). Orientando para que, mesmo que não caminhe no horário do pólo é importante passar depois no pólo para fazer as anotações no crachá a fim de acompanhar sua progressão.
• Alertar para a importância da reavaliação e da cami-
nhada orientada. • A entrega do resultado deverá ocorrer no máximo 1 semana após a conclusão da mesma. • Realizar palestra, conforme calendário do plano de ação. • Informar sistematicamente a equipe do pólo, sobre a quantidade de usuários atendidos com patologias que são alteradas com a prática do exercício físico. • Atualizar os dados que correspondem ao perfil do pólo: diabetes, hipertensão, tabagismo, obesidade ou sobrepeso até o quinto dia do mês subseqüente. • Os dados de perfil do pólo deverão se autorreferidos, observados e classificados se os usuários já fazem uso de medicamentos referentes às patologias identificadas com diagnóstico médico confirmada. • Preencher o formulário de controle de fluxo das avaliações realizadas. • Reavaliar o usuário a cada 3 meses independente de qual micro ciclo ele esteja. • Uma vez o usuário inicie a sua avaliação e não conclua após 30 dias, deverá ser iniciada uma nova avaliação.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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PRESCRIÇÃO DOS EXERCÍCIOS AERÓBICOS
• Iniciar com no mínimo 20 minutos, chegando ao má-
ximo de 50 minutos, abaixo de 20 minutos apenas em casos extremos. • A utilização dos percentuais da F.C. para intensidade do exercício aeróbico deverá ser entre 40% a 60% podendo chegar a 65%.(base das informações ACSM). • Caso haja necessidade de utilizar valores maiores ou menores dos sugeridos acima, o avaliador poderá assim fazer, considerando as individualidades do usuário. • Na digitação dos dados deve-se levar em consideração a conversão do tempo realizada no teste, de segundos para decimais de um número inteiro. • Anotações no crachá de acompanhamento da caminhada orientada. • Anotar a maior freqüência cardíaca atingida no dia. • A mudança de micro ciclo só deverá ocorrer se o usuário realizar a prescrição no mínimo 3 vezes por semana. • Preencher observações pertinentes no crachá. • Acompanhar e anotar a FC de cada usuário a cada volta.
PROCEDIMENTOS DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA (AVALIADOR FÍSICO)
• Identificar o nível de aptidão física e as limitações
fisiomotoras dos usuários para a prática das atividades trabalhadas no Programa. • Prescrever e orientar a prática do exercício aeróbio (caminhada/corrida). • Referenciar e contra-referenciar para a rede, observando o nível de complexidade em conjunto com a Equipe do Pólo. • Informar a Equipe do Pólo e a Coordenação Pedagógica sobre os perfis epidemiológicos e discutir as ações 136
Capítulo 5 |
EDUCAÇÃO FÍSICA
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necessárias para melhorar o quadro identificado. • Mensurar os benefícios dos exercícios físicos em relação aos indicadores do SUS.
ORIENTAÇÃO
• Explanar acerca dos benefícios do exercício físico. • Discutir as alterações fisiológicas e suas especificida-
des relacionadas às patologias e associadas ao esforço físico agudo e crônico. • Fundamentar os usuários e a comunidade sobre a adoção de um estilo de vida mais condizente com a promoção da saúde e a melhoria de qualidade de vida. • Subsidiar a equipe sobre as características individuais daqueles usuários que possuem patologias severas e que se alteram com a prática dos exercícios desenvolvidos no pólo. • Sistematizar ações educativas relacionadas a temas sugeridos pela equipe, pelos usuários e pela comunidade.
ACOLHIMENTO
• Humanização dos serviços. ARTICULAÇÃO COM A COMUNIDADE
• Desenvolver espaço de inclusão social com as ações
que ampliem o sentimento de pertinência e co-responsabilidade sociais. • Incentivar os usuários na co-responsabilidade na mudança de estilo de vida, a partir da instrumentalização dos usuários através de intervenções pedagógicas dos profissionais e estagiários.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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PESQUISAS O quê? Estimular e realizar estudos científicos envolvendo princípios relativos a exercício físico, promoção da saúde e sua materialização à luz do SUS e do contexto social. Os horários destinados à pesquisa não serão computados como carga horária. Para que se faz?
• Garantir uma ótima relação benefício-para-risco. • Fornecer informações acerca do estado de saúde e condições físicas.
• Para diminuir os riscos à saúde decorrente da prática de exercícios inadequados. • Favorecer o processo de autonomia dos usuários quanto à prática do exercício físico. • Para qualificação e comprometimento profissional e social da equipe.
Como se faz? O processo de avaliação física parte inicialmente de uma intervenção individualizada, que garante a privacidade e a ética na obtenção e manipulação das informações. Onde serão investigadas e coletadas informações através da anamnese, dados antropométricos, hemodinâmicos, cardiorrespiratórios e neuromotores (este último não está sendo realizado por ausência de recursos materiais). O segundo momento caracteriza-se pela reavaliação, permitindo uma comparação dos resultados servindo como suporte para o acompanhamento da melhoria da condição física dos usuários. Paralelas a estas ações são realizadas intervenções sistematizadas, como palestras, dinâmicas de grupo, seminários e conversas informais com os (as) usuários (as) e equipe de trabalho, objetivando a socialização de conhecimentos perti138
Capítulo 5 |
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nentes a promoção da saúde como aporte dos indicadores da saúde do município. Serão realizadas também ações no âmbito do lazer, como: caminhadas, passeios ciclísticos, dentre outros, propiciando uma maior interação entre os usuários da sua comunidade e comunidades vizinhas.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO Composição Corporal • Balança antropométrica • Estadiômetro portátil • Fita antropométrica • Adipômetro CESCORF científico Neuromotores • Banco de flexibilidade (wells) • Halteres de mão (2,27kg para mulheres e 3,63kg para homens) • Colchonete • Cadeira com encosto (aproximadamente 43cm) • Régua de madeira 45cm • Cronômetro Cardiorrespiratório • Frequencímetro; cronômetro; cones; tensiometro; estetoscópio • Ao final da análise da avaliação, os resultados deverão ser entregues em ficha própria
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Antropometria, técnicas e padronizações PETROSKI, E.L., 1999. Avaliação e Prescrição de Atividade Física (Guia Prático) 2a Edição – Marins, J.C. S.; Giannichi, R.S. – 1998 Avaliação da Composição Corporal Aplicada, Heyward,V.H.;Stolarczyk, L.,M.; Editora – Manole – São Paulo – 2000. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, Nahas M.V, 2003 I Congresso acional de Reabilitação Cardiovascular (Fase Crônica) – Godoy M, Arquivos Brasileiros de Cardiologia – Outubro 1997, volume 69 – número 4. Manual do ACMS para teste de Esforço e Prescrição de Exercício 5ª Edição Manual de teste de esforço e prescrição de exercício, Pollock & Wilmore, 1993 WESTPHAL, Márcia Maria; MENDES, Rosilda. Cidade Saudável: uma experiência de interdisciplinaridade e intersetorialidade. Revista de Administração Pública, 34(6): 4761, 2000
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Capítulo 6
SERVIÇO SOCIAL
E
ste documento aborda os principais parâmetros para a atuação dos assistentes sociais no âmbito do Programa Academia das Cidades (PACID) vinculado à Secretaria das Cidades de Pernambuco. Espera-se, com esse documento, subsidiar o trabalho do Assistente Social no Programa Academia das Cidades, na direção da construção de Municípios Saudáveis, no Estado de Pernambuco.
MUNICÍPIOS E CIDADES SAUDÁVEIS A concepção de cidades saudáveis surgiu como uma evolução do movimento de Promoção da Saúde. Neste sentido, os postulados na Carta de Ottawa forneceram um grande impulso, com a aplicação dos conceitos de promoção da saúde nos cenários urbanos e as cartas das conferências de Promoção da Saúde que se seguiram fortaleceram este movimento (RESTREPO, 2001). O movimento de Municípios e Cidades Saudáveis proporciona uma base importante para o equacionamento da gestão de difíceis problemas sociais e de saúde (OPAS, 1998). A adoção deste tipo de ação permite, conforme Brandão (2004, p. 27): Contribuir para o processo de descentralização; fortalecer a participação comunitária nas tomadas de decisões políticas; compreender a importância da Promoção da Saúde por parte da população; e, por último, ajudar na otimização dos recursos públicos, bem como eliminar a duplicação dos esforços.
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SERVIÇO SOCIAL
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Mendes (1996), um dos primeiros autores brasileiros a abordar o tema, considera o projeto Municípios e Cidades Saudáveis como estruturante no campo da saúde, em que os atores sociais (governo, organizações da sociedade civil, organizações não governamentais) procuram, por meio da gestão social, transformar a cidade em um espaço de produção social da saúde. Desta forma, a saúde é entendida como qualidade de vida e considerada objeto de todas as políticas públicas, dentre estas, as políticas de saúde (BUSS, 2000). Para Mendes, uma cidade saudável deve apresentar algumas características que, na verdade, constituem processos de permanente construção, não acabados e passíveis de transformação, ou seja: A busca da melhoria da qualidade da vida da população; o desenvolvimento de políticas públicas saudáveis; o trabalho intersetorial, o compromisso com a equidade; a construção cotidiana com a cidadania; a criatividade e o espírito inovador (MENDES,1996, p. 262). O que converte uma cidade em saudável, para Mendes (2000), é a decisão e a vontade política de direcionar todas as políticas sociais para uma meta: saúde e qualidade de vida. É a decisão de combinar recursos e compromissos para alcançá-las. No entanto, somente a decisão política não basta. É necessário definir as atividades que serão desenvolvidas, os aportes e compromissos dos responsáveis por executá-las. Estas concepções apresentadas convergem com as propostas políticas da Secretaria das Cidades do Estado de Pernambuco, mas especificamente com o Programa Academia das Cidades, que tem como objetivo requalificar e animar os espaços públicos com capacidade para o desenvolvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter interdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, 142
Capítulo 6 |
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desenvolvimento cultural e melhorias para na qualidade de vida da população pernambucana.
ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL O Serviço Social tem na Questão Social a base de sua fundamentação enquanto objeto de intervenção. Ao discutir as atribuições e competências dos profissionais de Serviço Social nos espaços sócio-ocupacional do PACID, leva-se em consideração as orientações que constam no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observadas e respeitadas tantos pelos profissionais, quanto pelas instituições empregadoras. Para refletir sobre o processo de inserção no “novo” campo de trabalho, é preciso levar em consideração que o exercício profissional do assistente social não pode ser analisado isoladamente. É necessário atentar para o contexto socioeconômico e político, o processo de efetivação da proposta do PACID, a dinâmica das diferentes equipes, bem como para as peculiaridades das comunidades atendidas que possuem especificidades locais. Sob esta perspectiva o trabalho do Assistente Social no PACID, objetiva: • Fortalecer junto com os outros profissionais que compõem a equipe do PACID a participação comunitária nas tomadas de decisões políticas no município; • Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, através da articulação e mobilização da rede de suporte socioassistenciais do município; • Fornecer informações sobre serviços, programas e benefícios assistenciais e os critérios para sua concessão, bem como encaminhar os indivíduos, famílias e grupos que delas necessitarem. Como qualquer profissional do PACID, a primeira tarefa dos assistentes sociais será conhecer a realidade vivenciada pelos usuários nos bairros atendidos. Posteriormente, em Capítulo 6 |
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equipe, planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para o desenvolvimento de diagnóstico social e que venham subsidiar as ações do PACID. As atribuições dos profissionais são:
• Prestar orientações, informações a indivíduos, grupos
e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos sociais; • Fomentar/desenvolver ações socioeducativas e culturais junto com a comunidade; • Identificar as potencialidades dos sujeitos na comunidade, bem como os equipamentos sociais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população; • Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade; • Sistematizar e divulgar as experiências do profissional de serviço social no PACID; • Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas ao PACID; • Emitir laudos, pareceres sociais e prestar informações técnicas sobre assunto de competência do Assistente Social; • Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários de Serviço Social. A equipe também é responsável pelo trabalho educativo, geralmente junto a grupos formados, pelas características epidemiológicas e demográficas da população. Desta forma, no interior de tais equipes e baseadas nos objetivos do PACID que mencionamos anteriormente, são diversas as ações realizadas pelos assistentes sociais, tendo sempre como eixo a defesa, ampliação e consolidação de direitos sociais.
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PERFIL PROFISSIONAL
• Graduação em Serviço Social em curso reconhecido
pelo MEC • Experiência com o trabalho em comunidade • Identificação com a proposta do Programa Academia das Cidades. • Iniciativa • Responsabilidade: capacidade de responder pelas ações sob sua própria iniciativa e sob iniciativa de pessoas envolvidas nestas ações • Autonomia: capacidade de aprender, formular, argumentar, defender, criticar, concluir e antecipar, mesmo quando não se tem poder para, sozinho, mudar uma realidade ou normas já estabelecidas • Capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, colocando-os em ação para enfrentar situações do processo de trabalho • Coordenação com outros sujeitos: capacidade e disponibilidade de estabelecer movimentos de compartilhamento de situações e acontecimentos do trabalho, assumindo co–responsabilidades
ATIVIDADES SUGERIDAS O Assistente Social, ao participar do trabalho em equipe no PACID, em decorrência de sua formação, tem distintas competências e habilidades para desempenhar suas ações sejam de competência privativa do profissional de Serviço Social sejam comuns a todos os outros profissionais que trabalham no Programa. Tendo como horizonte as diretrizes da Secretaria das Cidades, no Programa Academia das Cidades, o Código de Ética do Serviço Social (1993) e a Lei de Regulamentação da Profissão (1993), em discussão com equipe de gestores do Pro-
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grama foram construídas as algumas atividades para cada atribuição: 1 - Prestar orientações, informações a indivíduos, grupos e à população na defesa, ampliação e acesso aos direitos sociais O Assistente Social vinculado ao PACID deverá, sempre que necessário, prestar orientações de como acessar os programas e benefícios das políticas públicas existentes no município, especialmente, vinculadas às áreas de Seguridade Social, ou seja, Assistência Social, Previdência Social e Saúde. Além das políticas de educação, cidades, habitação, agrária dentre outras. É importante destacar que esta atribuição acerca dos direitos sociais vai perpassar todas as atividades, seja nos atendimentos individuais de usuários, com encaminhamentos para as diversas instituições de viabilização de diretos existentes nos municípios, seja nas visitas institucionais, nas atividades educativas em grupos. 2 - Fomentar/desenvolver ações socioeducativas e culturais junto com a comunidade O campo socioeducativo tem como especificidade a promoção de aprendizagens de convívio social e participação na vida pública e política da cidade. Este é um campo complexo porque tem o desafio de conjugar a intencionalidade do campo educacional e a valorização - campo da cultura – dos saberes populares empíricos e da ética do direito que define o usufruto dos serviços, não como privilégio, mas como direito. Envolve várias dimensões: desenvolvimento do sentido coletivo, da autonomia na vida, do acesso e o usufruto de serviços básicos, do reconhecimento e compromisso com questões que afetam o bem comum (CENPEC, 2007). Essas dimensões são necessárias para que as crianças, adolescentes, jovens 146
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e adultos alcancem, sobretudo, sentido de pertencimento e inclusão social, favorecendo a integração a redes que fluem pela via do Estado, das famílias e das comunidades. As ações socioeducativas consistem em orientações reflexivas e socialização de informações realizadas através de abordagens individuais, grupais ou coletivas ao usuário, familiares e população de determinada área programática. Tem como característica o exercício da convivência social. Atentas a formação integral do cidadão de qualquer idade, associam conhecimento acadêmico, reconhecimento das tradições e inclusão social, com ênfase indiscutível na convivência (CENPEC, 2007). Nesta perspectiva, o profissional deve utilizar, segundo Vasconcelos (1993), a prática reflexiva possibilitando ao usuário a análise e desvendamento da situação vivenciada pelo mesmo por meio de reflexões, de forma que consiga captar, na medida do possível, o movimento da realidade social e, consequentemente, participar do processo de transformação dessa realidade enquanto ser histórico. Para efetividade das ações socioeducativas, é necessário estabelecer parcerias com a escola, família, com a comunidade, unidades de saúde, centros de lazer, bibliotecas e diferentes equipamentos sociais públicos e privados. Dentre as principais atividades a serem realizadas, destacam-se: • Realizar debates e oficinas na área geográfica de abrangência do PACID; • Realizar atividades de grupos com usuários e seus familiares, abordando temas de interesses do mesmo; • Elaborar e/ou divulgar materiais socioeducativos como folhetos, cartilhas, vídeos, cartazes e outros que facilitem o conhecimento e o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelo PACID e aos direitos sociais em geral; • Mobilizar e incentivar os usuários e suas famílias para participarem no controle social dos serviços pres-
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tados, nos espaços legitimados como conferências municipais, conselhos de direito, fóruns dentre outros. 3 - Identificar as potencialidades dos sujeitos na comunidade, bem como os equipamentos sociais, estimulando as ações intersetoriais, para a melhoria da qualidade de vida da população. Muitos Assistentes Sociais desenvolvem trabalhos em comunidades de um modo geral. Pode-se entender comunidade dentro de um território geograficamente definido, mas ao mesmo tempo, entendendo que a divisão geográfica territorial reflete as desigualdades sociais. Assim, trabalhar em comunidade significa compreendê-la dentro de um contexto econômico, social, político e cultural. Trabalhar em projetos comunitários significa criar estratégias para mobilizar e envolver os membros da população, situada historicamente no tempo e no espaço nas decisões e ações que serão desenvolvidas, uma vez que são eles o público-alvo do trabalho do Assistente Social. Assim, trata-se de um processo de mobilização comunitária. Para tal, é necessário que o Assistente Social, conheça a comunidade, os sujeitos sociais que lá atuam: os agentes políticos, as instituições existentes, as organizações (religiosas, comerciais, políticas) e como constroem as relações de poder dentro da comunidade. Mas também, é necessário conhecer quais são as principais demandas e necessidades da comunidade, de modo a propor ações que visem ao atendimento das mesmas. Para isso são realizadas atividades em grupo, cuja matéria-prima são os patrimônios que todos possuem: experiências, memórias, conhecimentos, imaginação, narrativas, aprendizagens, valores, sentimentos, emoções, expectativas, motivações, desejos, visões, ações, decisões, escolhas e percursos das pessoas que convivem na comunidade. As atividades podem ser a partir de: diagramas, palavras, sinais, mapas, 148
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esquemas, desenhos, colagens, encenações, dentre outros recursos. A identificação de elementos ao longo da vida da comunidade pode potencializar o desenvolvimento das crianças, jovens, adultos e idosos e permitir a realização de suas capacidades por meio de projetos individuais e coletivos. 4- Identificar, implementar e fortalecer os espaços de controle social na comunidade O controle social descrito na Constituição Federal prevê a participação da população na elaboração, implementação e fiscalização de políticas sociais. Essa participação se dá através de conselhos, que representados pela união da sociedade civil com o Estado – possuem um olhar multifacetado da realidade e dos problemas relacionados ao tema abordado pela política social, seja ela da cidade, da saúde, da educação, da habitação, da assistência social, entre outros. Os conselhos são espaços públicos porque formam um campo de debate e discussões na construção conjunta de acordos e na elaboração de políticas públicas que atendam aos interesses da sociedade civil e do Estado. Por proporcionar esses debates e por apresentar sugestões para as questões levantadas, os conselhos são reconhecidamente instâncias de natureza deliberativa e consultiva (NEIVA et al, 2008): Natureza deliberativa – capacidade própria de decidir sobre a formulação, controle, fiscalização, supervisão e avaliação das políticas públicas, inclusive nos assuntos referentes à definição e destinação do orçamento; Natureza consultiva – significa que o Estado, para decidir sobre o direcionamento das políticas públicas, deve consultar o respectivo conselho gestor. Para que haja uma efetiva participação dos usuários, dos trabalhadores do PACID e da comunidade, é preciso identificar no município quais são os conselhos de direto existentes,
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como funcionam, quando ocorrerão as conferências e os fóruns relacionados às políticas públicas. Algumas das principais ações desenvolvidas nesse âmbito são: • Articular os conselheiros para promover atividades com os usuários e profissionais do PACID, com o intuito de demonstrar e estimular a participação nos espaços de exercício da cidadania; • Socializar as informações e mobilizar os usuários por melhores condições de vida, de trabalho e de acesso aos serviços no município; • Democratizar juntos aos usuários e demais trabalhadores do PACID os locais, datas e horários das reuniões dos conselhos de políticas e direitos, por local de moradia dos usuários, bem como das conferências de saúde, das demais áreas de políticas sociais e conferências de direitos; • Contribuir para viabilizar a participação de usuários no processo de elaboração, planejamento e avaliação nos pólos do PACID e na política local, regional, municipal e estadual; • Contribuir para a discussão democrática e a viabilização das decisões aprovadas nos espaços de controle social; 5- Sistematizar e divulgar as experiências do profissional de serviço social no Programa Academia das Cidades A utilização do instrumento de trabalho por escrito possui uma fundamental importância, isto significa construir a memória de uma experiência de desenvolvimento local, divulgar saberes relacionados à prática (lições e ensinamentos), estimular o intercâmbio e a confrontação de ideias, bem como contribuir para reconstituir visões integradas dos processos de intervenção social (MILANI, 2005). 150
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Sistematizar a prática do Assistente Social na equipe do PACID é dar uma história ao Serviço Social, uma história ao(s) usuário(s) atendido(s), uma história de inserção do profissional dentro da instituição – é essencial para qualquer proposta de construção de um conhecimento sobre a realidade social, na medida em que vai refletindo sobre o processo, podem-se perceber os avanços, recuos, melhorias na qualidade dos serviços, aperfeiçoamento as intervenções realizadas (CHARLES, 2008). O Assistente Social deverá sistematizar a experiência e/ ou prática junto com a equipe que compõe o PACID, pois ajudará a aprender com seus próprios processos. Segue, abaixo, uma sugestão de roteiro ampliado para relatar as experiências desenvolvidas pela Equipe do PACID: Intervenção geográfica: localidades ou regiões em que se dá a experiência Surgimento: necessidades que estimularam a criação do programa ou projeto. Data do início da atividade. Mecanismos de gestão: Organograma e fluxograma de funcionamento da experiência. Fases de implementação e desenvolvimento: Processo de desenvolvimento da experiência; suas atividades; suas etapas. Procedimentos metodológicos adotados para o desenvolvimento da experiência: Instrumentos técnicos utilizados (diagnóstico, indicadores, etc.); sistemática de definição de prioridades; formas de participação popular; articulação entre os atores; tipos e instrumentos de avaliação previstos; aspectos pedagógicos utilizados, meios de divulgação da experiência (televisão, rádio, cartilhas, jornais, murais).
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Recursos financeiros: critérios de captação e alocação de recursos (estratégia e atividades geradoras de recursos). Recursos administrativos: Pessoal técnico envolvido: n° de equipes, n° de pessoas por equipe em relação às atribuições previstas; base material disponível (espaço que ocupa, equipamentos que são utilizados). Estratégia: Qual estratégia é usada na concepção do projeto? Quais são as principais dificuldades encontradas durante a implementação do projeto? Concebe-se a experiência estrategicamente? Como? Por exemplo, faz-se um planejamento estratégico? Monitoramento: Verificar o monitoramento oferecido ao programa/projeto da experiência: quais os mecanismos? O monitoramento atende às necessidades do programa/projeto e da função? A equipe de funcionários segue um monitoramento regular? 6- Realizar atendimentos individuais de demandas espontâneas e/ou referenciadas ao Programa Academia das Cidades No atendimento individual, o objetivo do Assistente Social é estabelecer um contato mais direto e aprofundado com o usuário procurando entender sua demanda e/ou fornecer informações. Para isso, é importante estabelecer uma relação acolhedora para que o usuário possa exprimir suas ideias, vontades, necessidades, ou seja, que ele possa ser ouvido (ser ouvido não é concordar com tudo com o que usuário diz). Deve-se respeitar o próprio processo de construção de um conhecimento sólido sobre a realidade social que ele está trazendo. É um momento de reflexão sobre a realidade apresentada pelo mesmo, avaliando-se conjuntamente as possíveis causas e soluções da situação apresentada. 152
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A partir disso, o Assistente Social passa a acompanhar, dentro das possibilidades, o usuário na viabilização das alternativas/encaminhamentos para a superação da realidade vivenciada. Algumas possíveis ações desdobradas no decorrer do acompanhamento como: visitas domiciliares; atendimentos à família; visitas institucionais; contatos com profissionais em geral; coordenação de trabalhos de grupo com os usuários; reuniões com os coordenadores do PACID; acompanhamento do retorno do usuário ao PACID; articulação de recursos que atendam às demandas dos usuários; entre outras que se fizerem necessárias. Para a realização do atendimento individual dos usuários é importante observar as seguintes características (CFESS, 2006): • O local de atendimento destinado ao assistente social deve possuir e garantir as seguintes características físicas: a) iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno, conforme organização institucional; b) recursos que garantam a privacidade do usuário naquilo que for revelado durante o processo de intervenção profissional; c) ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas; d) espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda do material técnico de caráter reservado. • O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas fechadas, de forma a garantir o sigilo. • O material técnico utilizado e produzido no atendimento é de caráter reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais. • O arquivo do material técnico, utilizado pelo assistente social, poderá estar em outro espaço físico, desde que respeitadas as condições estabelecidas pelo artigo 4º da presente Resolução.
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7 - Emitir laudos, pareceres sociais e prestar informações técnicas sobre assunto de competência do Assistente Social Dentre as competências do Assistente Social em conformidade com a Lei n° 8.662/93, que dispõe sobre a profissão está a de “realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefício e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades” e dentre as atribuições privativas “realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria do Serviço Social”. O laudo social é um documento fundamentado na área de conhecimento do serviço social, utilizado no meio judiciário como um dos elementos de “prova”, com a finalidade de dar suporte a uma decisão judicial. Oferece elementos de base social para a formação de um juízo e tomada de decisão que envolve direitos sociais (CFESS, 2005). Sua estrutura geralmente é composta por uma introdução que indica a demanda judicial e os objetivos, uma identificação dos cidadãos envolvidos, a metodologia para construí-lo deixando claro, um relato analítico da construção histórica da questão estudada e do estado social atual da mesma, e uma conclusão, que deve sintetizar a situação, conter uma breve análise crítica e apontar conclusões ou indicativos de alternativa (CFESS, 2005:46) . O Parecer Social diz respeito à exposição e manifestação sucinta, enfocando-se objetivamente a questão ou situação social analisada através do estudo social, referenciada em fundamentos teóricos, éticos e técnicos, inerentes ao Serviço Social, com uma finalização de caráter conclusivo ou indicativo (CFESS, 2005). Este documento deve enunciar a opinião do Assistente Social sobre a referida situação em conformidade com o objetivo que gerou a solicitação do parecer. É necessário atentar para as seguintes questões quando for elaborar um laudo ou um parecer social (CFESS, 2005): • O usuário deve ser situado quanto ao processo reali154
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zado e as exigências institucionais e legais, como também, ser informado dos objetivos, do desenvolvimento e da conclusão do procedimento; • Garantia do sigilo; • Levar em consideração as representações, os valores e os significados presentes no contexto sociocultural do usuário, seu núcleo familiar, a satisfação de necessidades básicas, a inserção do mercado de trabalho etc. • Não devem ser elaborados em conjunto com outros profissionais; • A coleta de dados não visa a comprovação das informações, mas sim a complementação e enriquecimento destas. Como qualquer outra documentação da profissão, os princípios éticos devem guiar a escolha do que é pertinente ou não registrar em documentos que permanecem em prontuários e/ou fichas próprias do Serviço Social e naqueles que serão expostos à análise de outro agente, ou poderão vir a público. 8- Acompanhar, na qualidade de supervisor de campo, estagiários de Serviço Social O estágio é uma dimensão do trabalho do Assistente Social, que expressa as condições do exercício profissional, traduzidas nas relações entre as condições de trabalho do Assistente Social e a sua visão do projeto profissional. Numa atribuição educacional, o assistente social, supervisor no campo de estágio, efetiva o seu papel fundamental de apresentar ao aluno as possibilidades e limites de ação profissional no âmbito das relações organizacionais e, das políticas socais. A relação supervisor de campo – estagiário é a base de motivação, interesse e envolvimento, na busca de conhecimento, no momento dos primeiros passos que o aluno empreende no campo profissional. De acordo com a Resolução do CFESS n° 533/2008 que regulamenta a supervisão direta de estágio do Serviço social,
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descrevemos abaixo os papéis do supervisor de campo e do supervisor acadêmico e o que cabe a ambos. Quadro 1 – Papéis do Supervisor de Campo e do Supervisor Acadêmico Supervisor de Campo
•Cabe a inserção, acompanhamento, orienta-
Supervisor Acadêmico
• Cumpre o papel de orientar o estagiário e avaliar seu aprendizado, visando a qualificação do aluno durante o processo de formação e aprendizagem das dimensões técnico-operativas,teórico-metodológicas e ético-política da profissão (Art. 7°).
ção e avaliação do estudante no campo de estágio em conformidade com o plano de estágio (Art. 6°).
Responsabilidade • A responsabilidade ética e técnica da supervisão. de ambos • Avaliar conjuntamente a pertinência de abertura e encerramento do campo de estágio. • Acordar conjuntamente o início do estágio, a inserção do estudante no campo de estágio, bem como o número de estagiários por supervisor de campo. • Planejar conjuntamente as atividades inerentes ao estágio, estabelecer o cronograma de supervisão sistemática e presencial, que deverá constar no plano de estágio. • Verificar se o estudante estagiário está devidamente matriculado no semestre correspondente ao estágio curricular obrigatório. • Realizar reuniões de orientação, bem como discutir e formular estratégias para resolver problemas e questões atinentes ao estágio. • Atestar e/ou reconhecer as horas de estágio realizadas pelo estagiário, bem como emitir avaliação e nota (Art. 8°). 156
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A Resolução do CFESS n° 533/2008, define que o número de estagiários a serem supervisionados deve levar em conta a carga horária do supervisor de campo, as peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades profissionais, sendo que o limite máximo não deverá exceder 1 (um) estagiário para cada 10 (dez) horas semanais de trabalho. A supervisão de campo atribui-se a reflexão, acompanhamento, estudos e sistematização das atividades desenvolvidas pelo aluno, com base em Plano de Estágio, o qual terá o acompanhamento pelo Faculdade/Universidade, nas instâncias da Supervisão Acadêmica e Coordenação de Estágio. Quadro 2 - Tópicos orientadores para a construção de Plano de Estágio •Inserção do estagiário no Programa Academia das Cidades: - Apresentar o objetivo do Programa para o estagiário; - Estabelecer o contrato: inclui o período do estágio, horário e perfis; - Caracterização do programa: história, cultura, organograma e fluxograma, política da organização; - Situar o aluno quanto às relações entre a política organizacional, as políticas sociais e a área de intervenção do serviço social. • Inserção do aluno no Serviço Social na organização: - Definição das atividades do estagiário; - Proporcionar conhecimento dos espaços de inserção do estagiário; - Proporcionar conhecimento do projeto profissional (planos, projetos e programas) e condições do trabalho profissional em seus limites e possibilidades. • Inserção do aluno na área abordada pelo Serviço Social: - Análise e características das demandas; - Proporcionar conhecimento dos limites e possibilidades nas ações referidas às demandas; - Analisar o posicionamento do Serviço Social, nas relações entre a conjuntura e demandas.
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• Dinâmica do processo de aprendizagem: - Relacionamento de busca de conhecimento comum, na troca de experiência do profissional com o material de estudo do aluno; - Participação comum em eventos da categoria, na academia e outros fóruns; - Debater conjuntura e seus rebatimentos na ação profissional; - Sistematizar bibliografia específica e ampliada; - Compreender os aspectos de período de formação. •Elementos para a avaliação do estágio: - Realizar avaliação durante todo o processo de estágio; - Indicadores de pontualidade e responsabilidade no desempenho, criatividade, envolvimento e compromisso.
Para a elaboração do plano de estágio é importante indicar que: o plano de estágio deve ser considerado como mediador da relação supervisor-supervisado para o acompanhamento sistemático e avaliação do estágio; apropria-se de conhecimentos teórico-metodológicos da profissão, sobre as políticas sociais e expressões da questão social, e especialização da área de atuação.
AVALIAÇÃO Avaliar significa expor um valor assumido a partir do julgamento realizado com base em critérios previamente definidos. Ao avaliar, identificamos uma situação específica reconhecida como problema e utilizamos instrumentos e referências para emitir um juízo de valor, inerente a este processo. Desse modo, a avaliação deverá ser também compreendida como uma estratégia para decidir como enfrentar e resolver problemas (TANAKA, 2001). Em relação à avaliação da inserção do assistente social será algo construído e aperfeiçoado durante o processo de intervenção em conjunto com os outros profissionais vinculados ao PACID. Lembrando que na ação cotidiana do assistente social, os sistemas de avaliação e controle devem estar coerentes com os objetivos e resultados esperados que se quer atingir. 158
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QUADRO 3 – OBJETIVOS, RESULTADOS ESPERADOS E IMPACTO DO PACID, 2010. Objetivos
Resultados esperados Resultado Final (impacto)
Financiar a construção ou a requalificação de espaços e equipamentos públicos de lazer, transformando-os em equipamentos multifuncionais adequados para as práticas esportivas, artísticas, educativas e cidadãs.
Espaços requalificados e com apropriação adequada e democrática dos equipamentos públicos de lazer pelas diversas gerações e grupos socioculturais.
Fomentar a atividade física, a prática esportiva e a recreação, de forma planejada e sistemática.
Prevenção à violência no entorno dos equipamentos.
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Requalificar e animar os espaços públicos com capacidade para o desenvolvimento de lazer, através da promoção de atividades socioculturais de caráter interdisciplinar e intersetorial, visando levar saúde, desenvolvimento cultural e melhorias para qualidade de vida da população pernambucana.
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Oferecer serviços de avaliação física, médica e nutricional, em articulação com a atenção básica de saúde dos municípios.
Promover o desenvolvimento das manifestações culturais locais, através da realização de atividades sistemáticas e do apoio aos eventos culturais espontâneos.
Desenvolver ações político-educativas que possibilitem a mobilização comunitária para conquista e ampliação de políticas públicas saudáveis.
Aumento dos níveis de atividade física da população usuária, controle e diminuição dos fatores de risco de doenças e agravos não-transmissíveis.
Requalificar e animar os espaços públicos com capacidade Formação de grupos para o desenvolvimento de de convivência de lazer, através caráter geracional da promoção e intergeracional, de atividades possibilitando o socioculturais acesso sistemátide caráter inco ao esporte e à terdisciplinar cultura, visando a e intersetorial, elevação da auto-estima e o fortale- visando levar saúde, desencimentos dos laços de solidariedade da volvimento cultural e mepopulação. lhorias para Melhoria do nível de participação dos qualidade de usuários nas instân- vida da população pernamcias formais e informais de controle bucana. social e nos espaços de vivência política comunitária.
Neste sentido sugerimos, alguns focos podem ser identificados em um primeiro momento: a avaliação da instituição em si, abarcando aspectos para os quais se pode construir indicadores tais como coerência e pertinência social da sua missão, integração com o seu entorno, comunidade ou região, competência no desempenho de tarefas, atualidades de seus processos de trabalho, flexibilizando para incorporação de
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novas demandas, visibilidade e reconhecimento social e sua forma de inserção na esfera pública. O outro foco de avaliação incide sobre os serviços prestados aos seus usuários, a partir da implementação de um sistema de planejamento. E um último foco é a avaliação do próprio desempenho profissional, ajuizando, a partir dos resultados obtidos, as necessidades de aprimoramento, atualização e reciclagem. Pensar sobre o trabalho desenvolvido a partir de seus resultados. Nesta mesma linha, manter um sistema mínimo de controle e avaliação é fundamental, sendo que tal pode ser realizado a partir da construção de indicadores de processo, de eficácia e de efetividade (impacto). Na avaliação o indicador é a unidade que permite medir o alcance de um objetivo ou de uma meta. Ela traduz, de maneira, objetiva, os resultados da ação executada e está vinculada ao objetivo e meta. Segue, abaixo, um quadro com sugestão de indicadores de avaliação das atividades desenvolvidas pela assistente social em conjunto com a equipe do PACID. Entendemos que este é um processo dinâmico e contínuo, ou seja, é fundamental que cada município sempre retorne e utilize os documentos cotidianamente para o implantação e/ou implementação das ações do PACID em conjunto com a equipe gestora da Secretaria das Cidades.
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QUADRO 4 - SUGESTÃO DE CRITÉRIOS, INDICADORES E FONTES DE VERIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO PACID, 2010. Critérios de avaliação
Indicadores
Fontes de verificação
Equipe interdisci- - Número de profissionais plinar adequados - Diversidade de categorias profissionais - Profissionais com carga horária disponível para articulações no território - Número de horas/turnos dedicados às articulações no território
- Lista de profissionais do serviço - Quadro de atribuições/ atividades da equipe
Instalações físicas adequadas
- Espaços destinados às atividades necessárias
-Imóvel onde funciona o serviço
Recursos materiais diversos
- Material impresso para - Almoxarifado anotação dos procedimentos - Material de consumo para atividades diversas
Transporte
- Disponibilidade de transporte para as intervenções no território
- O próprio transporte
Pessoas atendidas - % das pessoas atendidas diariamente em relação às que buscam o serviço diariamente
- Livro de registro dos primeiros atendimentos
Reuniões e atendimentos individuais
- Quadro de atividades - Registro dos procedimentos - ficha cadastral
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Quantitativo de: - reuniões mensais - atendimentos individuais
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Visitas institucio- Quantitativo de: nais - visitas consideradas necessárias realizadas - instituições visitadas
- Atas de reuniões - Registro dos procedimentos
Mapeamento dos recursos comunitários
- Quantidade de recursos da comunidade listados
- A própria lista
Articulação com equipes do PSF/ PACS
- Número de reuniões siste- - Registro dos máticas com equipes do PSF/ procedimentos PACS - Número de intervenções conjuntas no território
Articulação com outros equipamentos da rede social e de saúde
- Número de fóruns mensais - Registro dos sobre promoção da saúde e fóruns cidades saudáveis
Reuniões de equipe
- Número de reuniões da equipe por mês - Número de profissionais participantes
- Ata das reuniões
Grupo de estudos
- Número de grupo de estudos realizados por mês - Número de profissionais participantes
- Registros dos encontros
A divulgação dos resultados obtidos é imprescindível, pois é o que garante a confiabilidade na instituição e o apoio popular ao que vem sendo desenvolvido. Diversos instrumentos podem ser utilizados na divulgação, desde reuniões com a participação de segmentos organizados da sociedade civil até publicações, como boletins e informativos periódicos. O debate sistemático das avaliações favorece o controle social e contribui para a reprogramação das ações e serviços.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANDÃO, Israel Rocha. Na trilha do Município Saudável In: SPERANDIO, Ana Maria, et al. (Org). O processo de construção de rede de municípios potencialmente saudáveis – repensando a mobilização e a participação. Campinas: Unicamp, 2004. v. 3. BRASIL. Lei n° 8662. Dispõe sobre a profissão de Assistentes Sociais e dá outras providências. Brasília, 1993. BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. In: Ciência & saúde coletiva. Rio de Janeiro: Abrasco, 2000. v.5. CBPH. Uma estrutura de Avaliação para Programas de Saúde em Comunidades, 2000. CENPEC. Centro do Conhecimento da Assistência Social. Parâmetros socioeducativos: proteção social para crianças, adolescentes e jovens. Caderno 1: Síntese / CENPEC – São Paulo SMADS; Fundação Itaú Social, 2007. CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL). Código de Ética dos Assistentes Sociais, Brasília, 1993. _______. O Estudo Social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate no judiciário, penitenciário e na previdência social – 5ed. São Paulo: Cortez, 2005. _______. Resolução n. 493, de 21 de agosto de 2006. Dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício profissional do assistente social. _______. Resolução n° 533, 29 de setembro de 2008. Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. CHARLES, Toniolo de SOUSA. A prática do Assistente Social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. IN: Emancipação, Ponta Grossa, 2008. Disponível 164
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em http://www.uepg.br/emancipacao. Acesso em 15 de junho de 2009. MENDES, Eugênio Villaça. Uma agenda para a saúde. São Paulo: Hucitec, 1996. MENDES, Rosilda. Cidades saudáveis no Brasil e os processos participativos: os casos de Jundaí e Maceió. Tese (Doutorado). Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo/USP, São Paulo, 2000. MILANI, Carlos Sanchez [ et. al]. Roteiro de Sistematização de Práticas de Desenvolvimento Local. Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social (CIAGS), Salvador: 2005. NEIVA, Lagares Andréa, CHAGAS, Cátia Betânia, ALMEIDA, Karen Santana. Conselhos: espaço de participação e controle social. IN: Prevenção ao uso indevido de drogas: Curso de Capacitação para Conselheiros Municipais. Brasília: Presidência da República, Secretaria Nacional Antidrogas, 2008. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Municípios, cidades e comunidades saudáveis: recomendações sobre avaliação para formuladores de políticas na América. 1998. Disponível em: http://www.paho.og. Acesso em: 05 de abril de 2007. RESTREPO, Helena. Conceptos sobre salud urbana. IN: RESTREPO, H.; MÁLAGA, H. Promoción de la salud: como construir vida saludable. Bogotá: Medica Internacional, 2001. TANAKA, Oswaldo Y.; MELO, Cristina. Avaliação de Programas de Saúde do Adolescente - um modo de fazer. São Paulo: Edusp, 2001. VASCONCELOS, Ana Maria de. Serviço Social e Prática Reflexiva. IN: Em Pauta – Revista de Serviço Social da UERJ, N° 1 (Nov. 1993). Rio de Janeiro: UERJ, 1993.
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Anexos
Capítulo 1
ANEXO A: MODELO DE RELATÓRIO DE MONITORAMENTO IDENTIFICAÇÃO MUNICÍPIO: _________________________________________________________ UF: PE Secretaria responsável: Secretaria de Saúde Coordenador: Telefone: 31817066 E-mail: academiadacidade2010@yahoo.com.br ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Público
Infância
Juventude
Adulto
Idoso
Atividades
Esporte e Jogos populares
Esporte e jogos populares Aulas de alongamento, ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras
Aulas de alongamento, ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras. Aulas de alongamento,
ATIVIDADES NO POLO Conteúdos / Intervenções Futsal, voleibol, basquetebol e Queimado Oficina de skate Interação entre os participantes da comunidade em atividades esportivas e de lazer Palestras sobre temas relacionados Futsal, voleibol, basquetebol e Queimado Interação entre os participantes da comunidade em atividades esportivas e de lazer Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento (alongamento, técnicas de yoga e tai chi) Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos Rodas de diálogo Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento (alongamento, técnicas de yoga e tai chi) Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos Rodas de diálogo Ginástica localizada, dança (ritmos diversos), relaxamento
Profissionais 1 Profissional de Ed. Física 1 Monitor 1 nutricionista 1 assistente social
1 Monitor 2 Profissionais de Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social
1 Monitor 2 Profissionais de Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social
1 Monitor 2 Profissionais de
Dias e Horários 2ª e 4ª 3ª e 5ª 9h às 12h 14h às 17h 6ª às 17h30minh
3ª e 5ª 9h às 12h 14h às 17h 2ª a 6ª 05h30minh às 08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh
2ª a 6ª 05h30minh às 08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh 2ª a 6ª 05h30minh às
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Público
Atividades ginástica, dança, relaxamento e atividades recreativas e palestras.
ATIVIDADES NO POLO Conteúdos / Intervenções (alongamento, técnicas de yoga e tai chi) Jogos e dinâmicas para integrar o grupo e fazer reflexões Palestras sobre temas relacionados à saúde e temas diversos Rodas de diálogo
Profissionais Educação Física 1 Nutricionista 1 Assistente social
Dias e Horários 08h30minh 17h às 20h 2ª às 19h 6ª às 06h30minh
Avaliação das Atividades Desenvolvidas
Número de participantes (média): 400 pessoas Pontos Positivos: Utilização do espaço público requalificado para formação de grupos de convivência; Receptividade da comunidade com as atividades desenvolvidas no pólo; Proporcionar aos adultos e idosos a mudança de hábitos para um estilo de vida ativo; Ocupação do tempo livre das crianças e adolescentes com atividades sistemáticas; Integração das pessoas da comunidade; Resultados na melhora dos sintomas da hipertensão e outras doenças crônicodegenerativas; Visível melhora no bem-estar do usuário; Desaparecimento da depressão e outras doenças psicossociais; Aumento do cuidado pela saúde por si e pelos membros da família.
Pontos Negativos: Falta de limpeza regular; Em dias de chuvosos, impossibilidade de realização das atividades; Poucos equipamentos para o lazer infantil; Falta de vigilante fixo na praça.
Sugestões: Fazer uma maior divulgação do programa para abranger uma maior quantidade de usuários; Providenciar pessoal para realização de limpeza do pólo (terceirização);
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ANEXOS
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Compra de materiais alternativos para realização das atividades em dias chuvosos;
Melhorar a drenagem da água.
PÚBLICO Adultos e idosos Adultos e idosos Crianças e adolescentes
ATIVIDADES ESPONTÂNEAS Nº PARTICIPANTES ATIVIDADE Em média 30 pessoas Jogos de carta, dominó. Em média 50 pessoas Caminhada na pista de cooper Modalidades esportivas com o uso da Em média 100 pessoas quadra
Crianças, adolescentes, adultos e idosos
Em média 50 pessoas
PÚBLICO Crianças Adolescente Adultos Idosos PÚBLICO Adultos e Adolescente Idosos e Adultos Crianças e Adolescente
Oficinas culturais
GRUPOS DE CONVIVÊNCIA GERACIONAL Nº PARTICIPANTES ATIVIDADES 30 Utilização do playground 15 Prática do skate e hip-hop 120 Dança e jogos de salão 30 Dança e rodas de diálogo INTERGERACIONAL Nº PARTICIPANTES ATIVIDADES 16 Jogos de damas e dominó 40 Manifestações Culturais 20 Capoeira
REQUALIFICAÇÃO
Equipamentos
PÓLO DANIFICADOS Brinquedos, baliza, postes de iluminação, janelas e tabelas
Espaço
Equipamentos
Espaço
PRESERVADOS Barra de alongamento e pista de cooper Sala, quadra, banheiros
FORMA DE UTILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NÃO-DEMOCRÁTICA Todos os equipamentos do Barra de alongamento e pista de cooper espaço público são utilizados de forma democrática Todos os equipamentos do espaço público são utilizados de Sala, quadra, banheiros forma democrática
Obs: O espaço é utilizado por vários segmentos da comunidade para atividades diversas como hip-hop, jogos da 3º idade, cultos ecumênicos, capoeira, jogos comunitários, etc.
ANEXOS
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APROPRIAÇÃO DO PACID PROFISSIONAIS -
Não se apropriou
-
Apropriação parcial Apropriação total
Sim
USUÁRIOS
Sim -
GESTÃO DO PÓLO
04
PROFISSIONAIS PERFIL Coordenador – Jamerson Almeida Profissional de Educação Física – Ricardo Ramos Profissional de Educação Física – Maíra Melo Estagiário de Educação Física – Thiago Graf
FORMA DE CONTRATAÇÃO Contrato temporário Contrato temporário Contrato temporário Contratado
05 06 07 08
Nutricionista – Izabele Paes Assistente Social – Joana Isabela Médica – Aline Ranzolin Animador Social – Diógenes Tavares
Contrato temporário Contrato temporário Contrato temporário Contrato temporário
o
N 01 02 03
COMISSÃO DE USUÁRIOS o
N 01 02 03 04 05
NOME
OCUPAÇÃO Auxiliar de produção Secretária Aposentado Dona de casa Aposentado
Carla Maria da Silva Letícia Paes Manoel Amaro Marluce da Rocha Antônio Ramos
TEMAS 1- Segurança da Praça
FÓRUNS DE DISCUSSÕES PLENÁRIA DECISÕES Comunidade, Representantes da Policiamento diurno e noturno Prefeitura Providenciar vigilante fixo na praça
AVALIAÇÃO DE SAÚDE
1- Número médio total de usuários: 200 Mulheres: 65% Crianças: 2%
Homens: 35 % Jovens: 10 %
Adultos: 28%
Idosos: 60%
2- Unidade Básica de Saúde mais próxima: Posto de saúde
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ANEXOS
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Distância: 100 m 3- Instituições sociais próximas (escolas, ginásios, igrejas, centros comunitários): Escola Municipal Associação de Moradores Escola Estadual Clube Esportivo Igrejas: Católica, Assembléia de Deus e Presbiteriana. 4- Principais doenças identificadas na população de usuários: ( x ) Hipertensão
( x ) Sedentarismo
( x ) Dores no corpo
( x ) Diabetes
( ) Alcoolismo
( ) Outros: _______________
( x ) Obesidade
( ) Tabagismo
_________________________
ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO QPAF
Quantidade
Quantidade
DOENÇAS Cardiovascular Ósseo/articular Hipertensão
Nº 20
INCIDÊNCIA DE “SIM” HOMEM (%) 28,5
MULHER Nº 80
ENCAMINHADOS À AVALIAÇÃO MÉDICA HOMEM Nº (%) Nº 20 100 80 DOENÇAS MAIS PREVALENTES HOMEM X X
(%) 61,5
MULHER (%) 100
MULHER X X X
EVENTOS 1-Nome do evento: Dia Nacional da Promoção da Qualidade de Vida 2-Responsável: Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde, Coordenação de Vigilância em Saúde 3-Local / Data: Praia de Boa Viagem – Pina – 11/04/2010
ANEXOS
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4- Número de Participantes: 3000 5- Ação (descrição): Promover saúde e qualidade de vida através das seguintes atividades: caminhada, ginástica, dança, capoeira, prática integrativas e orientação de profissionais de saúde. 6-Profissionais envolvidos: Profissionais do Programa Academia da Cidade, profissionais de saúde em geral, e representantes dos parceiros do evento. 7-Avaliação: Dentro do planejado as atividades atenderam ao que estava proposto proporcionando um dia onde se incentivou a melhoria da qualidade de vida, tendo uma resposta muito positiva da população na participação do evento.
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ANEXOS
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Anexos
FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO
Capítulo 3
Identificação Registro: __________ Nome: _________________________________________________ Como gosta de ser chamado (a): _____________________________ Data de nascimento: _____/_____/_____ Endereço: _______________________________________________ _______________________________________________________ Fones: __________________________________________________ Relação com a Academia das Cidades Quando participo das atividades da Academia das Cidades eu tenho como objetivos: _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Atividades da Academia das Cidades de que participa ATIVIDADE
FREQUÊNCIA (vezes por semana)
Informações de saúde Serviço de saúde que o (a) acompanha: _______________________ Doenças ou condições que apresenta: _________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Saúde auto-percebida ANEXOS
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DATA
ÓTIMA
BOA
REGULAR
RUIM
PÉSSIMA
Biometria Estatura: __________ cm DATA
PESO
IMC
PA
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
GLICEMIA
TRIGLICERÍDEOS
COLESTEROL HDL
COLESTEROL TOTAL
DATA
Exames laboratoriais
Acompanhamento _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________
174
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 174
14/12/2010 16:30:03
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 175
175
14/12/2010 16:30:03
X**
Cardiorrespiratório 1600m
X*** Serão coletados, mas não serão utilizados para o % gordura.
X** respeitando os critérios pré-estabelecidos.
X* para adolescentes de 15 anos acima.
X**
X
X*
RML 1'
Cardiorrespiratório 2400m
X
X*
Banco de flexibilidade (Wells)
Flexibilidade MMII X
X**
X
Flexibilidade MMSS
X
X
X***
X
Força/RML MMSS
X***
X
X
X***
X
Sentar e Levantar
Perímetros Cintura, abdômen e quadril.
Antropometria por perimetria:
Dobras TR, SE, SI, ABD, PT, CX média.
Antropometria por dobras:
X**
X
X
X
RESUMO DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DO PAC Adulto Idoso Fem Obesos Fem Crianças Adolescentes 60 a 79 20 a 59,9 18 a 13 a 17,9 6 a 12,9 anos anos 59,9
X**
X
X
X
Obesos Mas 24 a 68,9 anos
X**
X
X
X***
X
Obesos Mas e Fem
33
XO 2 anexo 02
ANEXO 02 QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA WOQOL (VERSÃO - BREVE)
Nome:________________________________________________________________Data ______/_______/______ Data Nasc: ______/_______/______
Sexo: ( ) Feminino
( ) Masculino
ORIENTAÇÕES Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas semanas. Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta. Nº 1
Pergunta Como você avaliaria sua qualidade de vida?
Nº
2
Pergunta
Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde?
Muito ruim Ruim Nem ruim nem boa 1
2
3
Boa
Muito boa
4
5
Nem satisfeito Muito Muito Insatisfeit insatisfeit Satisfeito nem o satisfeito o insatisfeito 1
2
3
4
5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas. Nº
Perguntas
Nada
Muito pouco
3
Em que medida você acha que sua dor (física)
1
2
Mais Extremament Bastante ou e menos 3
4
5
34
176
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 176
14/12/2010 16:30:03
impede você de fazer o que você precisa? 4
O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?
1
2
3
4
5
5
O quanto você aproveita a vida?
1
2
3
4
5
6
Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?
1
2
3
4
5
7
O quanto você consegue se concentrar?
1
2
3
4
5
8
Quão seguro você se sente em sua vida diária?
1
2
3
4
5
9
Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?
1
2
3
4
5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas. Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamen te
10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia?
1
2
3
4
5
11 Você é capaz de aceitar sua aparência física?
1
2
3
4
5
Nº
Perguntas
12
Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?
1
2
3
4
5
13
Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?
1
2
3
4
5
14
Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer?
1
2
3
4
5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas. Nº
Perguntas
15 Quão bem você é capaz de se locomover?
Muito Ruim ruim 1
2
Nem ruim nem bom
Bom
Muito bom
3
4
5
35
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 177
177
14/12/2010 16:30:04
Nº
16
Pergunta
Muito Muito Insatisfeit Nem satisfeito Satisfeito insatisfeito o nem insatisfeito satisfeito
Quão satisfeito(a) você está com o seu sono?
1
Quão satisfeito(a) você está com sua 17 capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia? 18 19
4
3
4
3
4
3
2
4
3
2
4
3
2
4
3
2
1
4
3
2 2
2
1
1
1 1
Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte?
3
2
1 1
1
Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual?
Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora? Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?
25
2
1
Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho? Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?
Quão satisfeito(a) você está com suas 20 relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)? 21
Quão satisfeito(a) você está com o 22 apoio que você recebe de seus amigos? 23 24
3
2
3
5
5
5 5
5
5
5
4
5
4
5
4
5
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas. Nº
Pergunta
Nunca
26
Com que freqüência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão?
1
Muito Algumas Frequentement frequentement Sempre vezes e e
2
3
4
5
36
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?________________________________________________________ Quanto tempo você levou para preencher este questionário?________________________________________________ Você tem algum comentário sobre o questionário?________________________________________________________ OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO Afirmo serem verdadeiras as informações citadas na anamnese, tendo ciência das conseqüências em caso de omissão e/ou inverdades dos dados por mim fornecidos. __________________________________________ Assinatura do usuário ou responsável
37
178
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 178
14/12/2010 16:30:04
ANEXO 03 •
Nº. Usuários
21
FICHA DE AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FISICA
Data Avaliação _______/________/______
Turno: (
)M
(
)N
Nº da avaliação
• DADOS GERAIS Nome: Regina Célia Cavalcante Pereira Carvalho Data Nasc: Nome da mãe: Clementino
/
Sexo: ( ) Feminino
Endereço:
/ ( ) Masculino
Complemento:
Cep:
Município:
UF:
Fone para contato: Ocupação:
Estado Civil: ( )Solteiro(a) ( )Casado(a) ( )Divorciado(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Desquitado(a) ou separado(a) judicialmente Raça/Cor: (
)Pardo
(
)Preto
(
)Amarelo
(
)Branco
(
)Indígena
Anos de Estudos: ( ) Sem instrução e menos de 1 ano de estudo, exclusive curso de alfabetização de adultos ( ) Sem instrução e menos de 1 ano de estudo ( ) Curso de alfabetização de adultos concluído ( ) 1 a 3 anos ( ) 4 a 7 anos ( ) 8 a 10 anos ( ) 11 a 14 anos ( ) 15 anos ou mais ( ) Não determinado
Possui plano de Saúde? (
) Sim
(
)Não
É usuário do SUS? ( (
)Sim
)Não
38
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 179
179
14/12/2010 16:30:04
QUESTIONÁRIO SOBRE PRONTIDÃO PARA ATIVIDADE FÍSICA – PAR-Q Sim ( ) ( )
Não ( ) ( )
Algum médico já disse que você possui algum problema cardíaco ou que só deveria realizar atividade física supervisionada por profissionais de saúde? Você sente dor no tórax quando realiza atividade física?
(
)
(
)
No último mês, você sentiu dores no peito quando NÃO estava realizando atividade física?
(
)
(
)
Você já apresentou desequilíbrio, tontura, desmaios, vertigens ou perda de consciência?
(
)
(
)
Você possui algum problema ósseo ou articular que poderia ser piorado pela atividade física?
(
)
(
)
Você toma remédios para pressão ou outro problema cardíaco?
(
)
(
)
Sabe de alguma outra razão pela qual você não poderia realizar atividade física?
(ANEXO 01)
ANAMNESE Uso de bebidas alcoólicas: ( )Nunca ( )Ocasionamente Fumante? ( )Sim ( )Não. Se sim, há quanto tempo? ( )Nos finais de semana ( ) Mais de 3 vezes na ______ semana Nº de Cigarros/dia ______. Ex-fumante? ( )Sim ( )Não Problemas com o uso: ( )Não ( )Acidentes de Deixou há quanto tempo? _____ Trânsito ( )de Relacionamento ( )Ocupacional
Diabético? ( )Sim ( )Não. Se sim, há quanto tempo foi diagnosticado?
Usa insulina? ( )Sim ( )Não Horário:
Cardiopata? ( )Sim ( )Não. Se sim, há quanto tempo foi diagnosticado? Já fez alguma cirurgia? ( )Sim ( )Não Se sim, qual?
Hipertenso (a): ( )Sim ( )Não. Se sim, Há quanto tempo foi diagnosticado? _________________ ________________________________________ _______ Tem Artrite? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local? ________________________________________ _______ Tem Osteoporose? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?
_____________________________________________ ________________________________________ __________ _______ _____________________________________________ ________________________________________ __________ _______ Torção? ( )Sim ( )Não. Se sim,em qual local, sente desconforto?
Tem Artrose? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?
39
180
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 180
14/12/2010 16:30:05
_____________________________________________ ________________________________________ __________ _______ Já sofreu alguma fratura? ( )Sim ( )Não. Se sim, em qual local?________________________________________ __
Sente dores localizadas? ( )Sim ( )Não. Se sim, qual o local?___________________________________ _______
Tem Varizes? ( )Sim ( )Não
Tem cansaço nos MMIIs? ( )Sim ( )Não
Tem ou teve algum problema respiratório? ( )Sim ( )Não Se sim, qual?________________________________________ __________
Dorme bem? ( )Sim ( )Não Quantas horas de sono, em média?______________
Há quanto tempo? _______ Usa algum medicamento regular? ( )Sim ( )Não. Se sim, qual?
Outros:
_____________________________________________ __________ _____________________________________________ __________ Histórico familiar:
Desconfortos:
Histórico de práticas de exercícios:
Objetivo do Usuário: Afirmo serem verdadeiras as informações citadas na anamnese, tendo ciência das consequências em caso de omissão e/ou inverdades dos dados por mim fornecidos. __________________________________________ Assinatura do usuário ou responsável • Fc de repouso
HEMODINÂMICA
_______________bp m
PA de repouso
_________/______mm Hg
40
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 181
181
14/12/2010 16:30:05
ANTROPOMETRIA Composição Corporal
Dobras cutâneas (Pollock – 3 dobras)
Peso:
Feminino:
Estatura:
Masculino: PT Crianças e adolescentes
TR TR
SI
CX média
AE
CX média SB
(Slaughter)
Cintura: _______________ cm
• PERIMETRIA Abdômen: ______________ cm
• Adolescentes/Jovens/Adultos Sentar e alcançar Sentar e deitar em 1’ Abdominal
NEUROMOTORES
Quadril: _______________cm
Idosos (Fullerton)
_________________c m
Flexibilidade MMSS Flexibilidade MMII
_______________cm _______________cm
_________________c m
RML MMSS
_______________rep _______________rep
RML MMII
AVALIAÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA (TESTE DE PISTA) Teste aplicado
Tempo ____:___min
Teve Orientação Nutricional? (
)Sim
(
FC:_____________________________bpm PA pós-teste __________/_________ mmHg
•
)Não
Até 3 sem. (
Houve mudança de hábitos alimentares? (
)Sim
(
)Não
REAVALIAÇÃO Há quanto tempo? ) Mais de 3 sem. (
)
Seguiu a prescrição do exercício? ( )Sim ( )Não Está realizando atividade física regular? ( )Sim (
)Não
OBSERVAÇÕES GERAIS
41
182
ANEXOS
_____________________________________ Assinatura do(a) Avaliador(a)
manual Academia das Cidades 182 PARA ENTREGA DE RESULTADOS ANEXO 05 - TESTE.indb FICHA
14/12/2010 16:30:06
_____________________________________ Assinatura do(a) Avaliador(a)
ANEXO 05 -
FICHA PARA ENTREGA DE RESULTADOS
NOME:_______________________________________________________DATA:___/__/____ PESO:__________ESTATURA:__________FCREPOUSO =______________PAREPOUSO =____________
RESULTADOS Composição Corporal Medida IMC RCQ Circunferência de Abdômen
Resultado
Classificação
Resultado
Classificação
Neuromotores Força
Medida
42
ANEXOS
manual Academia das Cidades TESTE.indb 183
183
14/12/2010 16:30:06
Cardiorrespiratório
ANEXOS
Resultado
Classificação
manual Academia das Cidades TESTE.indb 184
1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana 7ª semana 8ª semana 9ª semana 10ª semana 11ª semana
Acompanhamento
DATA RETORNO
PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FCMÁX DURAÇÃO Distância Freqüência AVALIADOR semanal
Segunda Terça Quarta Quinta Tempo Voltas/Dist Tempo Voltas/Dist Tempo Voltas/Dist Tempo Voltas/Dist Tempo
FCMÍN
PRESCRIÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO EXERCÍCIO AERÓBIO
Teste Caminhada de 6 minutos
Flexibilidade
184
14/12/2010 16:30:06
APÊNDICES
Atividades desenvolvidas
Contato telefônico e horário de funcionamento
Endereço
Público-alvo
Área de atuação e de que forma a população acessa
Nome da instituição
N°
APÊNDICE 1: SUGESTÃO DE MODELO DE CATÁLOGO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL DO MUNICÍPIO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 185
O CUIDADO EM SAÚDE
185
14/12/2010 16:30:06
APÊNDICE 2: SUGESTÃO DE MODELO DE ATA DE REUNIÃO Data/dia:
Horário:
Local: Presentes: Informes: Pauta:
Discussão:
Encaminhamentos:
Responsáveis:
Próxima reunião (data/dia/horário/local):
186
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 186
14/12/2010 16:30:07
APÊNDICE 3: SUGESTÃO DE MODELO DE LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS NA COMUNIDADE 17
Consequencia 1
Consequencia 2
Consequencia 3
Consequencia 4
Causa 1
Causa 3 Causa 2
A construção de uma árvore de problemas é um recurso pedagógico que facilita a visualização das A construção de uma árvore de problemas um recurso pedagógico que facilita a causas e conseqüências de umédeterminado problema visualização das causas e conseqüências de um determinado problema na nacomunidade. comunidade. Cadadeve problema deve ser analisado em Cada problema ser analisado em sua especificidade, buscandose identificar os fatores quebuscando-se incidem em sua determinação. Para cada problema sua especificidade, identificar os fatores levantado, o grupo deverá pensar nas possibilidades de soluções coletivamente, que incidem determinação. Para cada problema organizando um em plano sua de ação. levantado, o grupo deverá pensar nas possibilidades de soluções coletivamente, organizando um plano de ação.
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 187
O CUIDADO EM SAÚDE
187
14/12/2010 16:30:07
188
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 188
14/12/2010 16:30:07
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 189
O CUIDADO EM SAÚDE
189
14/12/2010 16:30:07
190
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 190
14/12/2010 16:30:07
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 191
O CUIDADO EM SAÚDE
191
14/12/2010 16:30:07
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Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 192
14/12/2010 16:30:07
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 193
O CUIDADO EM SAÚDE
193
14/12/2010 16:30:07
194
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 194
14/12/2010 16:30:07
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 195
O CUIDADO EM SAÚDE
195
14/12/2010 16:30:08
196
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 196
14/12/2010 16:30:08
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 197
O CUIDADO EM SAÚDE
197
14/12/2010 16:30:08
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Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 198
14/12/2010 16:30:08
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 199
O CUIDADO EM SAÚDE
199
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200
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 200
14/12/2010 16:30:08
Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 201
O CUIDADO EM SAÚDE
201
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202
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 202
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Capítulo 3 |
manual Academia das Cidades TESTE.indb 203
O CUIDADO EM SAÚDE
203
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204
Capítulo 3 |
O CUIDADO EM SAÚDE
manual Academia das Cidades TESTE.indb 204
14/12/2010 16:30:08