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Estratégias Bioclimáticas

Além disso, as estratégias de condicionamento térmico passivo segundo a NBR 15220 (2003) no verão são: resfriamento evaporativo e massa térmica para resfriamento, além de ventilação seletiva (nos períodos quentes em que a temperatura interna seja superior à externa), enquanto que a única estratégia no inverno é descrita como: vedações internas pesadas (inércia térmica).

1 - resfriamento evaporativo

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O resfriamento evaporativo está relacionado ao processo em que a evaporação da água retira o calor do ambiente, podendo ocorrer de duas formas: a direta e a indireta. A direta se dá pela entrada de ar úmido, onde a temperatura do ar do ambiente interno é reduzida, mas a umidade relativa aumenta. A indireta se dá pelo resfriamento radiante ou convectivo do material construtivo com a superfície da água, como coberturas com tanques de água ou até pela dispersão de água sobre o telhado (ANDRADE; 1996, p. 118-121).

As estratégias para o resfriamento evaporativo de forma direta se baseiam no conceito de microclimas locais, proporcionados pela cobertura vegetal ou por fontes de água, como espelhos d’água, piscinas e afins. Dessa forma, a umidade presente na vegetação do entorno imediato, ou até mesmo em pátios internos, acaba resfriando o ambiente por convecção e consequentemente diminui a temperatura interna da edificação. Além disso, quando fontes d’água são utilizadas em pátios internos, o uso de ventilação natural para resfriamento torna-se mais eficiente devido ao processo de resfriamento do ar advindo do meio externo, sobretudo quando se considera o posicionamento adequado das aberturas.

As estratégias para o resfriamento evaporativo de forma indireta também partem do uso de vegetação ou de água, utilizados por meio de tetos jardins e telhados verdes ou tanques e espelhos d’água, de forma estejam vinculados de forma direta com os elementos construtivos da edificação, resfriando os materiais. No primeiro caso (Estratégia 1), essa estratégia é possível devido ao fato de que a vegetação serve como uma barreira em relação à radiação incidente na terra ou na superfície da cobertura, obtendo muito menos calor do que uma cobertura convencional. No segundo caso, (Estratégia 2) o uso da água é melhor aproveitado quando não sofre radiação solar direta, reduzindo assim o ganho térmico, sendo recomendado, portanto, que os tanques ou espelhos d’água sejam sombreados.

Outra estratégia (Estratégia 3) que provoca o resfriamento evaporativo indireto é a utilização dos aspersores de água, contribuindo com a diminuição da temperatura da superfície sem ocasionar uma alta inércia térmica como é o caso dos tanques ou espelhos d’água, reduzindo a transferência térmica entre o ar e uma camada fina de água, além de possuir como fator positivo o fato de que podem ser usados somente quando necessário. Por fim, vale ressaltar que, segundo o ProjetEEE (2015), telhas cerâmicas também podem ocasionar o resfriamento evaporativo devido à retenção de umidade em sua materialidade porosa.

Estratégia 1

teto jardim e telhado verde

Estratégia 2

tanques e espelhos d'água

Estratégia 3

aspersores de água

2 - massa térmica para resfriamento

A massa térmica para resfriamento pode ser entendida como a adoção de técnicas e materiais para diminuir a temperatura do ambiente em relação à temperatura externa durante o dia. Isso pode ser feito utilizando materiais com alta capacidade térmica (kJ/m³.K), ou seja, com elevado armazenamento de calor. Essa característica está vinculada de forma direta com a inércia térmica, tendo a função de promover condições mais favoráveis internamente, onde, no caso do período de verão, a radiação e as altas temperaturas podem provocar grande desconforto (ANDRADE; 1996, p. 118-121).

Para que uma edificação com alta inércia térmica seja eficiente (Estratégia 4), a ventilação natural durante o dia deve ser restringida e o uso dessa estratégia na fachada oeste necessita de muita atenção, visto que a ideia central é a redução das amplitudes térmicas dentro da edificação. Materiais com capacidade térmica elevada, como o concreto, alvenaria cerâmica e cascalho, são os ideais para a implementação dessa estratégia. É fundamental considerar a orientação solar das fachadas e o atraso térmico proporcionado por esses mesmos materiais, levando em conta que quanto maior o atraso, mais tarde da noite esse calor será liberado, quando as temperaturas já estão mais baixas. Desse modo, de acordo com o ProjetEEE (2015), a massa térmica para resfriamento funciona de forma que:

“Durante o verão absorve o calor, mantendo a edificação confortável; no inverno, se bem orientado, pode armazenar o calor para liberálo à noite, ajudando a edificação a permanecer aquecida. Essa característica é particularmente benéfica em regiões de clima mais seco onde há uma grande diferença entre as temperaturas diurnas e noturnas externas (acima de 7ºC).”

A atenção necessária à fachada oeste - assim como sudoeste e noroeste - pode ser melhor resolvida com o isolamento térmico externo (Estratégia 5) nas paredes dessa orientação solar específica, aliados a um sombreamento eficiente e uma boa ventilação noturna, reduzindo assim os ganhos solares. Os materiais isolantes que podem ser utilizados já foram descritos anteriormente, observados anteriormente na Tabela 3. Além disso, Corbella e Corner (2011, p. 60) explicam que materiais isolantes podem ser empregados em uma fachada quando a ocupação é diurna e a parede em questão é atingida pela radiação solar durante um longo período do dia (como a fachada norte, por exemplo), explicando que “o calor produzido em sua face externa será em parte dissipado por convecção para o exterior, e o restante atravessará com maior dificuldade e mais lentamente a

alvenaria até alcançar a face interna”. Dessa forma, a temperatura da face interna sofrerá aumento com um tempo de retardo em relação à temperatura da face externa, e se o atraso térmico for devidamente considerado, esse aumento irá se dar apenas quando os ocupantes já tiverem deixado o local.

O uso de paredes verdes (Estratégia 6), sobretudo de vegetação trepadeira, pode servir como um isolante natural, diminuindo os ganhos solares através da evaporação da água no período do verão, e criando uma barreira para as perdas térmicas no período do inverno. Para que seja devidamente eficiente, a parte interna da parede não pode conter materiais com propriedades isolantes, permitindo a transmitância térmica entre o meio interno e o meio externo com a presença da vegetação. Outro fator pertinente é a utilização de espécies sazonais, com a perda de folhas no inverno, sobretudo na fachada norte, permitindo radiação no período mais frio do ano.

Estratégia 4

envelope de alta inércia térmica

Estratégia 5

fachada oeste com isolamento externo

Edificações ou ambientes semi-enterrados (Estratégia 7) também podem ser utilizados como forma de proporcionar menor amplitude térmica, visto que a massa térmica da terra equilibra a temperatura interna com a média das temperaturas externas, impedindo assim elevado desconforto térmico por calor. Essa estratégia pode ser implementada de forma que o ambiente não esteja muito abaixo do nível do solo, visto que a ventilação natural continua sendo um elemento fundamental para o conforto térmico dos usuários. De acordo com o ProjetEEE (2015), “abaixo dessa profundidade [45 a 61 cm], a resistência adicional do solo é suficiente para substituir o trabalho do próprio isolante. No inverno a perda de calor diminui devido à diminuição da diferença de temperatura e no verão essa perda é desejável”.

3 - ventilação

A ventilação é considerada uma estratégia de resfriamento, resultando em uma perda de calor do ambiente através da renovação do ar, além de permitir a sensação de conforto do ser humano através da convecção entre o meio e a superfície do corpo. Para climas quentes e úmidos, a ventilação é importante em todos os períodos do dia, sendo exceção somente para os casos em que a temperatura externa é maior que a temperatura do corpo (37º C) (ANDRADE; 1996, p. 118-121).

Na ventilação cruzada, diferentes estratégias podem ser adotadas dependendo das intenções projetuais. Se o objetivo é proporcionar velocidade dos ventos (Estratégia 8) com maior intensidade, as aberturas de saída (baixa pressão) devem ser maiores que a de entrada (alta pressão), enquanto que, se o objetivo vai de encontro a promover uma melhor distribuição dos ventos (Estratégia 9), a entrada deve ser maior que a saída. Outra estratégia é considerar o fato de que o ar quente tende a subir e o ar frio tende a descer em decorrência das diferenças de densidade, ou seja, se as aberturas forem dispostas considerando um fluxo interno de ar que tende a subir, a ventilação será ainda mais eficiente (Estratégia 10).

Além disso, a ventilação por efeito chaminé pode ser utilizada (Estratégia 11), em que as janelas de entrada são dispostas sempre abaixo das janelas de saída, aproveitando a relação de diferentes densidades entre o ar quente e o ar frio. Essa estratégia pode ser fundamental para um maior conforto térmico nos dias de menor presença dos ventos predominantes, resfriando o ambiente pela 122

Estratégia 6

parede verde

Estratégia 7

ambientes semi-enterados

Estratégias 8 e 9

maior velocidade/maior distribuição

Estratégia 10

fluxo de ventilação ascendente

eliminação do ar quente para o meio externo da habitação.

A ventilação no ático (Estratégia 12) é uma estratégia muito útil para a redução dos ganhos de calor na cobertura durante o dia, sendo necessário considerar as aberturas levando em conta a direção predominante dos ventos Esse tipo de ventilação pode se dar tanto nas paredes, no espaço entre o telhado e a laje ou forro, como por aberturas zenitais localizadas no lado oposto dos ventos (baixa pressão).

Por fim, os quebra-ventos - geralmente utilizados sob a forma dos cobogós - (Estratégia 13) podem ser projetados para promover a circulação nos ambientes internos, como para reduzir a velocidade dos ventos dentro da edificação, sobretudo nos dias frios do ano. Além disso, quando incorporada nas fachadas, a utilização dessa estratégia também proporciona a entrada de radiação e iluminação de forma filtrada, provocando baixo ganho térmico em relação à uma parede cega, visto que servem como elemento de ventilação.

4 - massa térmica para aquecimento

A massa térmica para aquecimento, no caso do inverno, pode ser entendida como a adoção de técnicas e materiais para aumentar a temperatura do ambiente em períodos noturnos, onde as temperaturas são menores. Dessa forma, devido à inércia térmica, o calor decorrente da radiação solar diurna fica armazenado, sendo liberado quando há redução da temperatura externa, ou seja, à noite (ANDRADE; 1996, p. 118-121).

Uma estratégia pertinente que não prejudique as demais já apresentadas é o aquecimento solar passivo no piso (Estratégia 14), sendo necessário que este seja composto por materiais de alta capacidade térmica, absorvendo o calor durante o dia por meio da radiação solar direta e liberando-o durante a noite. Dessa forma, o atraso térmico não pode ser muito grande, visto que durante a noite, o calor armazenado precisa ser transferido para os ambientes internos. Além disso, essa estratégia precisa ser implementada com cautela, considerando que só pode ser efetuada no período do inverno e nunca durante o ano inteiro.

Estratégia 11

efeito chaminé

Estratégia 12

ventilação no ático

Estratégia 13

quebra-ventos (cobogós)

Estratégia 14

aquecimento solar passivo

5 - iluminação natural

Quando se projetam as aberturas laterais de uma edificação, é possível que algumas estratégias possam tornar mais adequadas a relação do ambiente interno com a iluminação natural, como por exemplo (PILOTTO NETO; 1980):

Estratégia 15

o posicionamento da abertura no centro das paredes, ao invés de estarem situados nas laterais, proporcionando maior regularidade na distribuição do fluxo luminoso no piso e na parte interna das vedações;

Estratégia 16

ao posicionar uma ou mais aberturas em uma única parede, é recomendado que esta ou a soma destas não sejam inferior a 40% do pano cego, evitando assim ambientes escuros;

Estratégia 17

o posicionamento da abertura de forma que fique situado fora da visão do observador, evitando o contraste pela diferença abrupta de brilho advindo do meio externo e da quantidade de iluminância dentro do ambiente, evitando até mesmo o ofuscamento por fontes luminosas, como o sol;

Estratégia 18

a altura da janela, considerando que, além de proporcionar diferentes tipos de vistas para o meio externo, podem iluminar o ambiente de formas distintas. Sendo assim, janelas mais baixas acabam iluminando melhor a área próxima à esta abertura, enquanto que janelas mais altas possibilitam uma melhor distribuição nas áreas mais profundas do ambiente;

Estratégia 19

com a finalidade de assegurar uma maior distribuição de iluminação natural quando há mais de uma abertura em uma mesma parede, é recomendável que a distância entre as aberturas seja de no máximo 1/4 da largura da janela;

Estratégia 20

a profundidade do ambiente a ser iluminado em relação à abertura não deve ter dimensão maior que 2,5 vezes a distância entre o piso e a parte superior da janela;

Estratégia 21

e para assegurar um suficiente índice de iluminância, a proporção tida entre a superfície da janela e área do piso do ambiente em questão deve ser de, no mínimo, 1:10.

Estratégia 22

Estratégia 1

Outro modo de iluminação natural se dá pelas aberturas zenitais (Estratégia 22), em que, segundo Corbella e Corner (2011, p. 67), “podem desempenhar um papel fundamental no conforto lumínico do ambiente, proporcionando uma distribuição adequada de luz e diminuindo a necessidade de utilização de energia elétrica”. Além disso, têm como características proporcionar maior uniformidade e iluminância média do que a iluminação advinda das abertura laterais, sobretudo quando utilizadas em grandes áreas, Esse tipo de estratégia tem como dificuldade a realização da manutenção e a localização dos elementos de controle, sendo menos flexíveis que janelas laterais.

Considerando que nos Capítulos 2, 3 e 4 foram abordadas diversas questões relacionadas à habitação de interesse social em Presidente Prudente, bem como o fato de o modelo de planejamento ter deixado diversos vazios urbanos na malha consolidada, entende-se a necessidade de abordar esses aspectos na implantação das habitações bioclimáticas propostas.

Dessa forma, foi necessário pesquisar e analisar os diversos vazios urbanos existentes atualmente na cidade com a finalidade de compreender onde exatamente as habitações poderiam ser inseridas. Para isso, utilizou-se como base a discussão presente no Capítulo 4, norteada pelo Estatuto das Cidades, o Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo e a Inserção Urbana.

Envolvendo Vazios

Em relação ao Estatuto, foram apresentados os malefícios do modelo de planejamento vigente para os habitantes de conjuntos habitacionais distantes da área central, bem como para a própria gestão da cidade, visto que a malha urbana fragmentada apresenta diversos problemas relativos ao deslocamento dos citadinos, à mobilidade, aos serviços urbanos e à concentração de empregos em uma mesma área. Dessa forma, entende-se a necessidade de implantar as habitações em porções da cidade com as infraestruturas já consolidadas, e a área central se mostra a mais favorável, ainda mais considerando o seu esvaziamento e a gradual perda da função residencial em detrimento da substituição por comércios e serviços.

No que diz respeito ao Zoneamento, é preciso abordar as ZEIS de Vazios, ou seja, áreas subaproveitadas ou simplesmente vazias que poderiam ser indicadas para a implementação de habitações de interesse social. Porém, como visto no Plano Diretor de Presidente Prudente, além da Zona Residencial 4 (ZR4) - localizada de forma geral nas franjas urbanas -, o município não consta com áreas destinadas às ZEIS, justificando que estas zonas podem estar situadas em qualquer porção do perímetro urbano, desde que o proprietário opte por considerá-las dessa forma. Sendo assim, para a escolha das áreas, partiu-se de um cenário em que a presença das habitações bioclimáticas se mostram mais convenientes do que o vácuo deixado por esses locais desocupados, ou seja, em que os proprietários possam considerar tais áreas como ZEIS de Vazios ao invés de deixar o tempo agir como o principal agente especulador.

Por fim, levando em conta a Inserção Urbana, atrelada às dinâmicas que já acontecem na área central de Presidente Prudente, foram considerados os três parâmetros de qualidade propostos por Whitaker Ferreira (2012, p. 63), sendo eles:

1. localização, dando importância à proximidade com equipamentos de educação, equipamentos de saúde, áreas verdes e de lazer, bem como a proximidade com áreas de comércios e serviços;

2. acessibilidade, observando a relação com o transporte público, com os pontos de ônibus existentes e com o sistema viário;

3. fluidez urbana, tendo em mente as possíveis relações com áreas residenciais consolidadas, pois entende-se que, em um lugar com dinâmicas urbanas já estabelecidas, a noção de pertencimento dos usuários poderia acontecer mais facilmente. Além disso, serão consideradas a implantação e as tipologias residenciais do entorno de cada área, permitindo um diálogo mais adequado com o bairro e com a cidade.

Dessa forma, foram selecionados três vazios urbanos inseridos na área central da malha urbana de Presidente Prudente, como observado no Mapa 11. Foram analisadas, portanto, as localizações dos equipamentos públicos de saúde com base em três raios de abrangência de 1, 2 e 3 km, com o centro geográfico sendo o ponto central relativo às três áreas escolhidas. É possível observar que, dentro do raio de abrangência de 3 km, estão compreendidos equipamentos de atenção primária, secundária e terciária, sendo estes 8 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 6 pontos de Estratégia Saúde da Família (ESF), 3 Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), o Ambulatório Médico do Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) e o Hospital Regional (HR), em que as distâncias para cada área variam.

No que diz respeito à acessibilidade, é fundamental destacar a proximidade com vias de extrema importância para a dinâmica urbana de Presidente Prudente, como as Avenidas Manoel Goulart, Washington Luís e Coronel Marcondes, alcançadas pelo raio de abrangência de 1 km. Evidencia-se também a presença do Parque do Povo - que além de ser um eixo relevante de circulação, se apresenta como a principal área verde de lazer da cidade - e do Quadrilátero Central - caracterizado pelo grande fluxo devido à presença de comércios, serviços, instituições e locais de trabalho, de forma geral.

Observa-se também que o raio de 3 km abrange praticamente a malha

3 km 2 km 1 km

áreas propostas VIAS PRIMORDIAIS A - av. manoel goulart B - av. washington luiz C - av. coronel marcondes D - av. brasil CIDADE perímetro urbano malha urbana balneário da amizade curso d´água rodovia raposo tavares linha férrea parque do povo centro

Mapa 11 - Áreas de Implantação na Escala da Cidade

SAÚDE

atenção primária UBS ESF

atenção secundária

UPA

AME

ambulatório médico (SAE/CTA)

atenção terciária HR

urbana consolidada e mais adensada, com exceção de parte da porção oeste, sendo possível notar como as franjas urbanas de Presidente Prudente - caracterizadas sobretudo pela presença de conjuntos habitacionais de interesse social - estão intrinsecamente distantes das principais infraestruturas e serviços urbanos da cidade, marcando o processo de segregação socioespacial não pretendido para as áreas propostas.

Ampliando a escala de análise para a área compreendida aproximadamente pelo raio de abrangência de 1 km, temos o Mapa 12. Nesse mapa foram destacados a presença de escolas públicas em relação às três áreas, onde é possível notar a presença de todos os períodos necessários para formação das crianças e adolescentes, ou seja, desde o ensino infantil até o ensino médio. Além disso, todas as áreas têm como característica uma proximidade favorável com a única universidade pública da cidade, a Unesp (Universidade Estadual Paulista 'Julio de Mesquita Filho').

Ademais, em relação à acessibilidade, há diversos pontos de ônibus compreendidos no raio de abrangência de 1 km, bem como no entorno próximo de cada área proposta, garantindo assim um fácil acesso ao transporte público. Vale ressaltar também as diversas conexões proporcionadas pelas distintas linhas presentes no município, visto que das 32 linhas operantes, 20 passam por pelo menos um dos pontos de ônibus mapeados.1

Outro fator pertinente é a presença de áreas verdes - e consequentemente áreas de lazer - próximas de cada área, seja pela Praça do Bacarin, pela Praça Oscar Figueiredo Filho (ou Praça do Vale), ou pelo próprio Parque do Povo. Considerando ainda que a proposta vai de encontro à implantação de habitações com o viés de arquitetura bioclimática, a proximidade com áreas arborizadas se mostra um elemento fundamental do projeto.

Por fim, no Mapa 13, foram analisados o entorno próximo das três áreas, destacando-se o uso e ocupação do solo que, apesar de predominantemente residencial como já citado, apresenta uma diversificação das atividades, seja pela existência de comércios e serviços, templos religiosos ou até pela presença de escolas públicas ou privadas, como é o caso das áreas 1 e 3. Nota-se também a relação de escala entre cada área proposta e o padrão de implantação encontrado

1 De acordo com os dados levantados pela Prudente Urbano (empresa responsável pelos ônibus da cidade), nos pontos de ônibus destacados, estão compreendidas as Linhas 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 119, 120, 121, 123, 124, 125, 129 e 135. 132

Mapa 12 - Áreas de Implantação na Escala do Entorno

áreas propostas entorno próximo áreas verdes

EI

I

II

ensino infantil ensino fundamental - anos iniciais ensino fundamental - anos finais

pontos de ônibus vias primordiais vias arteriais vias coletoras vias locais

EM

ensino médio ensino superior

em seu entorno próximo.

Sendo assim, conclui-se que as três áreas propostas apresentam uma boa inserção urbana no que diz respeito à localização de distintos equipamentos presentes na cidade, uma boa acessibilidade em relação ao sistema viário e ao transporte público, bem como uma adequada integração às infraestruturas e serviços urbanos proporcionados pelo tecido edificado. Além do mais, vale ressaltar que foram escolhidas três áreas relativamente pequenas ao invés de uma única grande área justamente para integrar melhor as habitações à malha urbana existente, sendo possível racionalizar e otimizar o sistema construtivo do projeto das habitações, de forma que os custos hipotéticos de implementação em áreas distintas sejam relativamente amortecidos.

Proposta

Em relação à escala de implantação das habitações bioclimáticas, também partiu-se dos parâmetros de qualidade de Whitaker Ferreira (2012, p. 63). O autor expõe que essa escala “se refere ao empreendimento, sua relação com o entorno imediato (ruas vizinhas), com a forma de ocupação do terreno e integração entre as edificações, áreas verdes e livres, espaços de convivência e circulação”.

Para isso, o autor recomenda que o projeto da habitação de interesse social contemple (1) uma boa adequação à topografia do terreno, (2) aspectos relacionados ao paisagismo, (3) uma forma adequada de ocupação da gleba, (4) a relação com áreas comuns e de lazer, (5) a densidade e dimensão da área construída. Dessa forma, no que diz respeito à implantação das edificações e à qualificação da área externa, o projeto pretende incorporar estas cinco recomendações, as quais podem ser destrinchadas da seguinte maneira:

A adequação ao terreno tem como base a minimização da movimentação de terra, em que os aterros e os cortes provocados no solo podem ser aproximadamente compensados entre si, reduzindo a necessidade do transporte de terra, tanto para acrescentar, quanto para retirar. Para isso, é necessário considerar as declividades existentes e relação com as vias e lotes do entorno, por exemplo (WHITAKER FERREIRA; 2012, p. 79);

A área externa deve conceber condições apropriadas à sua utilização, por meio do sombreamento das áreas de permanência e de espaços agradáveis vinculados à vegetação e elementos naturais. O paisagismo também pode proporcionar 134

Mapa 13 - Áreas de Implantação na Escala dos Vazios Urbanos

áreas propostas entorno próximo áreas verdes uso residencial uso misto

uso comercial e de serviços equipamento público equipamento privado poder público/instituição religioso

espaços adequados de transição entre o público e o privado.

O autor explica que “deve-se evitar a ocupação de espaços potenciais de convívio e permanência dos moradores por estacionamentos, além de prever mescla de usos e atender às necessidades de diferentes grupos sociais”, ou seja, tendo como foco a habitabilidade dos usuários. Além disso, é recomendado que as edificações tenham uma distância adequada entre si e levem em conta os fatores de conforto ambiental já apresentados no Capítulo 7;

Para conjuntos de significativa dimensão, podem ser projetadas áreas comuns e de lazer que proporcionem uma boa relação espacial entre as edificações. Para conjuntos de menor extensão territorial, é necessário possibilitar áreas externas agradáveis aos usuários, bem como considerar uma boa acessibilidade a espaços públicos de lazer.

E considerar a densidade sobre dois pontos de vista: a densidade construtiva, em que é necessário garantir áreas permeáveis e uma boa adequação às questões de conforto ambiental; e a densidade demográfica, visto que um conjunto projetado para um grande números de usuários ocasiona em um aumento significativo na demanda por equipamentos e serviços presentes no entorno.

Ademais, no Capítulo 5, foram explicitadas diversas características relativas à má qualidade das habitações geralmente produzidas e de sua relação com o entorno imediato, assim como com a cidade. Sendo assim, utilizando os mesmos autores que serviram de base para a discussão, foi possível agrupar diversas recomendações vinculadas à necessidades dos usuários, observadas em diversos conjuntos habitacionais pesquisados e estudados por Reis e Lay (2010), obtendose a Tabela 5. Vale ressaltar que algumas das recomendações foram filtradas com a finalidade de se adequar às tipologias habitacionais que serão propostas.

Desse modo, o direcionamento para o Capítulo 10 é projetar, pensar e desenhar habitações de interesse social se utilizando das premissas da arquitetura bioclimática, considerando uma adequada materialidade, uma boa relação entre os elementos arquitetônicos, a importância das diretrizes construtivas e projetuais obtidas para o clima de Presidente Prudente, bem como as estratégias mais apropriadas para cada contexto.

Portanto, devido ao projeto considerar três vazios urbanos localizados na área central, é fundamental ter em mente que aspectos como a racionalização construtiva, a flexibilidade da disposição interna, a habitabilidade e acessibilidade 136

Tabela 5 - Recomendações Projetuais

Fonte: Reis e Lay (2010). Elaborado pelo autor;

proporcionada para os usuários, bem como as diferentes relações com os elementos climáticos devem ser devidamente considerados e analisados.

Além disso, para que as tipologias arquitetônicas do projeto não sejam destoantes em relação às áreas residenciais pré-existentes, a proposta vai de encontro a pensar e desenhar habitações de até 3 pavimentos, buscando proporcionar moradias que dialoguem com as dinâmicas do entorno e evitando assim - hipoteticamente falando - um acréscimo de uma significativa quantidade de pessoas nos bairros, sobrecarregando os serviços e equipamentos existentes.

“Arquitetura é sua própria finalidade”

É fundamental se basear em outras produções arquitetônicas no momento de se fazer um projeto. Com o auxílio de imagens, esquemas, croquis, desenhos técnicos, isométricas e outras forma de representação, é possível partir das condicionantes mais abstratas para um pensamento sólido a respeito do espaço que pretende-se modificar.

Para o processo projetual desse trabalho, partiu-se não só de referências que levam em conta os principais aspectos da arquitetura bioclimática, observados na Figura 14, como de outras ideias materializadas em edificações e espaços livres que guiaram o raciocínio do projeto de arquitetura apresentado no Capítulo 10.

Serão apresentados a seguir, portanto, projetos diversos, de diferentes escritórios e locais distintos que serviram de base desde o primeiro esboço.

Ha House - VTN Architects Casa SR-1 - SPNG Architects

Casa Tent - Sparks Architects

The Abacus House - studioXS

Habitação Social São João de Deus

Porto, Portugal

Brandão Costa

7805 m²

2019

Situado no Bairro Social de São João de Deus, o projeto busca retomar as qualidades originais do bairro, em que seguia-se o movimento Garden City. O conceito desenvolvido pelo autor britânico Sir Ebenezer Howard emprega um desenho urbano baseado em pequenas cidades, ou seja, trabalha-se com edifícios de pequena escala, na qual as implantações ocupam o tecido urbano de maneira racional, seguem a topografia local e priorizam a eficiência com base na adequação ao movimento solar, seguindo uma planta concêntrica.

Com o passar dos anos, tais características foram substituídas por disposições informais e sem nenhum rigor, desconfigurando o planejamento urbano, alterando as tipologias e perdendo a racionalidade empregada, trazendo ao bairro escalas destoantes. Nesse sentido, o projeto habitacional retoma a volumetria condizente com as edificações do entorno original, respeita a topografia e vista da paisagem, considera a relação de espaço público e privado do local, de maneira a integrar o bairro como um todo.

Observa-se o uso predominante das cores branca e preta, em todos os edifícios, utilizando pedra estrutural, com acabamento em reboco térmico branco em alguns e tijolos visíveis nos volumes em formato de paralelepípedo. Ademais, as formas dos edifícios buscam assemelhar-se às já existentes, para trazer continuidade visual. Os perfis de portas e janelas se repetem em todos os blocos, padronizando tais elementos e utilizando das dimensões já adotadas nas habitações anteriores. Além disso, o posicionamento no território, adequando-se à topografia existente, permite a visualização do conjunto em níveis distintos, que criam uma transição sutil com o entorno próximo.

Logo, o conjunto habitacional integra as edificações do entorno, recuperando as particularidades das intervenções de 1940 e usa, tanto pelos elementos estruturais quanto construtivos, a mesma linguagem já observada nas primeiras construções do local.

Fonte: Archdaily

Sobrados Novo Jardim

Caruaru-PE, Brasil

Jirau Arquitetura

1275 m²

2016

Diferente da usual tipologia adotada no interior do Nordeste - casas térreas - para a construção das habitações foi adotado um único terreno, em que foram construídos sobrados geminados com acessos independentes à rua. Para a área coletiva do conjunto, foi proposta uma pequena praça aberta e pública, na qual outros moradores, além dos habitantes dos edifícios, pudessem usar o espaço de lazer, que atuaria como um ambiente integrante às demais áreas do bairro. Entretanto, a ideia da praça foi rejeitada pelo órgão municipal de licenciamento e planejamento e, assim, o espaço de uso coletivo não foi efetivado.

Os sobrados se destacam na paisagem com o uso de cores com uma nuance de tons quentes, trazendo identidade para o conjunto, visto que a grande maioria das habitações sociais construídas no país apresentam tons neutros, tornando as habitações monótonas ao seu entorno, e também, para o próprio morador. É utilizado ainda cobogós nas fachadas voltadas para a rua, elemento construtivo típico da Arquitetura Moderna Pernambucana, que, além de proporcionar a circulação constante de ar, cria um interessante jogo de luzes e sombra na parte interna da habitação.

Ademais, a racionalidade é um forte aspecto presente no projeto. Todas as habitações possuem a mesma planta baixa, contendo no térreo as salas, a cozinha e a área de serviço e, no pavimento superior, quarto e banheiro sociais e suíte. O método construtivo racionalizado permite uma economia na compra dos materiais, além de possibilitar um período de construção mais eficiente.

Por fim, houve ainda a ideia de conceder espaço para uma possível expansão da residência, com o projeto de uma suíte mais confortável, voltada para a rua. Caso realizada, permitiria ainda uma garagem coberta ou o aumento da sala.

Fonte: Archdaily

Habitação Villa Verde

Constitución, Chile ELEMENTAL

5688 m²

2010

O projeto desenvolvido para atender aos trabalhadores da empresa florestal Arauco na obtenção da casa própria foi pensado de acordo com a política habitacional vigente, voltados para fundos solidários, em que a empresa contribuiria com a compra dos projetos.

Os conjuntos habitacionais, a maioria destinados para cidades e povoados de entre 10.000 e 20.000 pessoas, foram projetados de maneira que a flexibilidade construtiva fosse explorada. Constituídas de um telhado de duas águas, as habitações são subdivididas em duas partes: uma edificada e outra a ser ocupada posteriormente se for da vontade do morador.

Buscou-se inovar nas tipologias empregadas, priorizando componentes mais complexos, tanto na implantação com apenas uma parte edificada quanto numa possível futura construção incremental. A quantidade prevista a ser construída permitiu que os custos pudessem ser reduzidos, já que trabalhou-se com uma grande demanda: estima-se um total de 9.000 unidades em trinta cidades diferentes.

De acordo com o acervo de fotos disponibilizado, utilizou-se as cores vermelho e branco, aberturas padronizadas, tanto em disposição quanto em dimensão na parte original. Contudo, já é possível visualizar em muitas habitações a outra parte construída. O espaço vazio comum para todas as habitações e suas variações distintas agora implementadas, demonstram a versatilidade do projeto. É possível notar nos materiais construtivos e estruturais, diferentes texturas, cores, formatos, espessuras, tamanhos, tornando, assim, cada habitação única.

Dessa forma, percebe-se que o projeto teve êxito em sua proposta. Habitações de interesse social, geralmente monótonas, ganham identidade própria do residente, desde que se disponibilize condições para tal flexibilidade, gerando um sentimento de pertencimento tão buscado. 148

Fonte: Archdaily

Casa em Kyoto

Kyoto, Japão 07BEACH

131 m²

2019

Projetada para uma família composta de um casal e três filhos pequenos, priorizou-se os espaços abertos, para que os pais pudessem acompanhar o crescimento e desenvolvimentos dos filhos. Dessa forma, uma sala dupla ocupou o centro da sala, podendo ser observada de diferentes lados.

A vegetação do projeto situa-se na sala, visto que na parte posterior do terreno localiza-se os estacionamentos e as paredes vizinhas impedem a realização de jardins. Assim, uma árvore e seu canteiro compõem o paisagismo, atuando como um pequeno pátio. O banheiro, posicionado para a sala e de frente à árvore para atender ao pai da família, traz ainda mais conforto para o ambiente, devido a ideia de se poder observar as atividades realizadas pelos filhos e o espaço verde da casa. A integração dos ambientes permitiu que houvesse uma maior relação entre os moradores e o espaço do habitar.

Outro grande aspecto implementado foi o uso da iluminação natural. Além de proporcionar a luz necessária para o desenvolvimento da árvore da casa, concede aos espaços um ar tranquilo e confortável. A entrada de luz zenital, feita por meio de amplas aberturas retangulares no teto, quanto em algumas paredes laterais, possibilita ainda que haja sempre alguns jogos de luz e sombra, principalmente pelo uso da madeira, como elemento estrutural e de vedação da casa, muitas vezes vazados e dispostos maioritariamente em fileiras, permitindo a passagem e reflexão nos ambientes internos.

Por fim, os ambientes claros, tanto pela cor dos elementos - paredes brancas e madeira clara - quanto pela abundante iluminação, causam aos olhos uma sensação de conforto. Além disso, a residência permite o fácil acesso a qualquer ambiente, reforçando esse aspecto aconchegante.

Fonte: Archdaily

Casa Grená

Campo Largo-PR, Brasil

Nommo Arquitetos

139 m²

2020

Projetada para uma família de quatro pessoas, composta por um casal e seus dois filhos adultos, a residência surgiu como uma necessidade de adequar o espaço aos moradores, já que a antiga moradia construída no mesmo terreno era muito espaçosa, além de demandar um grande tempo para cuidar da mesma. A nova área construída é de 139,00 m² distribuídos em dois pavimentos.

Uma vez que distância-se a 1,60 metro do fundo do lote possibilita a ventilação cruzada, que permeia seus 9 metros de comprimento, além de permitir que um novo jardim se junte à casa, trazendo mais uma área verde para o projeto, além das frontais e um jardim no pavimento superior.

Ademais, a residência como um todo é bem iluminada, tanto pela luz natural direta quanto indireta que adentra os ambientes. Tal condição é proporcionada pelas esquadrias generosas, às aberturas, destacando-se a clarabóia acima da escada que liga os dois pavimentos, vedações predominantes em vidro e ainda reforçadas pelas paredes brancas.

Além disso, a alvenaria neutra e a escolha de utilizar o vermelho em alguns elementos do projeto trouxe contraste, vivacidade e identidade para a Casa Grená. A cor vermelha tem inspiração no solo local e foi aplicada em 3 pontos do projeto: na acesso à entrada, formada por uma parede e portão totalmente vedados, atuando como barreira visual; nos caixilhos e vigas metálicas aparentes e na escada, feita de chapa dobrada.

Por fim, a respeito do uso do aço nas vigas, além de uma estética limpa à estrutura, o material traz leveza à edificação e usa do método construtivo racional, claramente identificado pela forma da residência. Desse modo, a cor atua de maneira fundamental a caracterizar a diferenciação da casa, evitando uma monotonia e instigando a curiosidade de conhecer por trás do portão avermelhado

Fonte: Archdaily

Casa Três Gerações

Amsterdã, Holanda

BETA office for architecture and the city 450 m²

2018

A Casa Três Gerações foi construída com a proposta de abrigar duas famílias, sendo o apartamento inferior destinado a um casal mais jovem e o superior aos avós, que anteriormente moravam no campo. O casal de idosos conta com um elevador e um espaço sem desníveis, o que facilita a locomoção. Na parte inferior da residência, o casal pode levar as crianças para o jardim, diretamente ligado à casa. Além disso, a edificação foi pensada de maneira que permita modificações espaciais, visto que, uma grande área central serve tanto para atender o apartamento superior, quanto o inferior, sendo necessário no último caso apenas algumas alterações técnicas.

Dessa forma, a circulação vertical é bastante explorada, centralizada no espaço inferior da casa e, conforme segue acima para atender os idosos, vai estendendo espaços internos, deixando vazios, sendo os espaços amplos priorizados.

Ademais, uma das características mais marcantes se encontra na fachada Sul da residência, totalmente contrastante com a fachada Norte, na medida em que se permite observar, com vedação em vidro e extensas aberturas, atuando como uma camada mínima de delimitação do espaço interior para o exterior, enquanto a fachada voltada para a rua tem suas janelas pontuais, envoltas por paredes escuras, obstruindo a visão da parte interna, assim como influenciando em uma menor perda térmica e exposição ao som. Logo, a casa sofre transformações quanto à delimitação dos espaços, tornando-se mais livre quando próxima da fachada Sul.

Em suma, a fachada aberta ainda é finalizada com uma área de varanda informal, em cada um dos patamares da edificação, tornando-se muito convidativa, pela vista da paisagem proporcionada, assim como pelo espaço de convívio, lazer, descanso e até cultivo gerado. É a varanda que reforça a ligação mais próxima com o exterior e permite filtrar o que será compartilhado com as demais áreas da residência.

Fonte: Archdaily

Casa SR-1

Ho Chi Minh, Vietnã

SPNG Architects

162 m²

2017

Construída em um terreno estreito de 37 m², a residência foi verticalizada em quatro pavimentos, de acordo com a demanda dos clientes, que trabalham com arte. Situada em um local de terra árida, envolta por casas típicas da região, em que pouco se insere ou não consideram jardim no projeto e tendo a fachada principal voltada para o sol do oeste, tem-se uma pré-condição que não favorece a inserção de vegetação. Entretanto, um dos princípios fundamentais do projeto foi a conexão mais próxima entre pessoas e natureza, além da busca por tranquilidade e comportamento com o contexto da vizinhança.

Desse modo, a fim de atender ao gosto dos clientes, que prezam por um ambiente natural, com muito verde, além de se adequar às características préexistentes da área, foram implantados vasos de plantas suspensos na fachada frontal. Observa-se que o sistema é preso em eixos verticais metálicos conectados na estrutura do pavimento, espaçados de acordo com o tamanho dos vasos, que diminuem de cima para baixo, estabelecendo uma identidade que se repete no segundo e quarto pavimento. A solução além de impedir a entrada de grande parte da insolação intensa à tarde, funciona como barreira visual, dando privacidade aos moradores e, ainda, transforma o ar ao redor, tornando mais frio e agradável.

Ademais, no terceiro pavimento há ainda uma varanda na qual outras espécies foram plantadas em vasos, dessa vez apoiados no piso e/ou em outros mobiliários, de forma que preencha todo o visual acima do térreo com tons de verdes, contrastando com o concreto aparente da estrutura da edificação.

Portanto, a residência que prioriza espaços contínuos, com a permeabilidade visual de ambientes comuns e utilização de vedações em vidro, conecta as pessoas da casa assim como traz sempre à vista o verde da natureza generosa inserida no projeto, tornando o ambiente tranquilo e confortável.

Fonte: Archdaily

RACIONALIDADE CONSTRUTIVA

O projeto das tipologias partiu de sistemas e elementos construtivos que podem ser padronizados e replicados, visando garantir uma melhor eficiência na execução no projeto, a otimização do canteiro de obras e uma forma mais eficiente de planejamento. ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

Questão fundamental para a concepção projetual, visto que é a base da arquitetura bioclimática. Para a inclusão das estratégias, foram considerados os aspectos naturais relacionados ao sítio, ou seja, o clima, a topografia e a vegetação, relacionando-os ao espaço construído.

PAISAGISMO E ESPAÇOS LIVRES

A qualificação e a valorização dos espaços livres se deu por meio de um projeto de paisagismo, que considerou as condicionantes doS terrenos, a implantação das edificações, diferentes associações para cada circunstância e as especificidades de cada espécie. IDENTIDADE VISUAL

Considerando a padronização dos sistemas e elementos construtivos, os projetos das tipologias partem de uma identidade visual com base na paleta de cores acima, se articulando entre si para criar diferentes nuances nas edificações, como esboçado nos esquemas abaixo.

SISTEMA CONSTRUTIVO

A estrutura padrão das três tipologias é composta por vigas metálicas

de 8,42 m (a área 1 tem como especificidade a presença de vigas de concreto [45x20 cm] nas laterais da residência), apoiadas em 9 pilares de concreto (7 com 40x20x260 cm e 2 com 20x20x260 cm). A materialidade se dá por blocos cerâmicos com espessura de 19 cm, além de paredes duplas nas fachadas norte, noroeste e oeste, de acordo com a unidade habitacional, buscando promover uma alta inércia térmica. O conjunto das coberturas se dá pela presença de materiais isolantes (lã de rocha e poliestireno), caracterizadas por uma baixíssima transmitância e um elevado atraso solar.

TELHA CERÂMICA (AR + LÃ DE

ROCHA + LAJE PRÉ-MOLDADA) U = 0,7 W/m².K φ = 10,0 h TELHA TERMOACÚSTICA

(AR + LAJE MACIÇA) U = 0,68 W/m².K φ = 11,2 h BLOCO CERÂMICO

(19x19x29) U = 1,83 W/m².K φ = 4,3 h

PAREDE DUPLA

(camada de ar = 5 cm) U = 1,00 W/m².K φ = 7,0 h

ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

Auxiliando na identidade visual dos edifícios, foram projetados brises basculantes, proporcionando flexibilidade no controle da incidência solar e da ventilação cruzada, dois tipos de brises fixos (1 - Área 1 e 2 - Área 2 e 3) e vasos de concreto de quatro diferentes tamanhos, bem como seu suporte metálico, possibilitando uma maior integração dos moradores com o cultivo de plantas.

A implantação da Área 1 considerou sobretudo a existência da Praça do Bacarin, situada adjacente à gleba em questão. Portanto, o objetivo desde o início foi integrar a praça à via de acesso ao lote por meio de um caminho central, direcionado pela própria existência dos muros situados na parte posterior das casas existentes. Outro fator extremamente pertinente foi a declividade natural do terreno, sendo necessário conceber que o caminho central teria de apresentar níveis diferentes com a finalidade de ocasionar menores alterações na topografia original.

Com isso, as unidades habitacionais foram dispostas lado a lado, permitindo que fosse projetado um recuo na parte de trás das tipologias, resultando em quintais, tanto de um lado, quanto do outro. Na parte frontal das residências, foi projetado um espaço de transição semiprivado, permitindo um diálogo mais efetivo entre a entrada da casa e o canteiro central, por meio de um jardim e dos vasos de concreto juntos de seu suporte, servindo inclusive como uma espécie de brise. Além disso, nas extremidades laterais das casas geminadas, foi previsto uma grelha metálica com a função de atuar como um suporte de vegetação trepadeira, reduzindo o ganho solar nos panos cegos e promovendo uma boa interação com os espaços livres do entorno.

A tipologia de 1 pavimento partiu de uma ideia em que sua configuração pudesse ser invertida, sem ocasionar em uma relação pouco eficaz com a trajetória do sol e com a direção predominante dos ventos, visto que as entradas das residências teriam de estar espelhadas em função do canteiro central. Outro fator fundamental para a disposição interna dos ambientes é que apenas duas das quatro fachadas poderiam conter aberturas, ocasionando em janelas de dimensões generosas que pudessem promover uma boa relação interior-exterior e que favorecessem a ventilação cruzada dentro da habitação. 162

PRÉ-EXISTÊNCIAS

IMPLANTAÇÃO

10 UHs

CANTEIRO CENTRAL CANTEIROS LATERAIS JARDIM DE CHUVA

Barreira física e visual entre as residências do nível superior e inferior, gerando um maior senso de privacidade aos moradores. Além disso, a convivência externa também foi levada em conta com a colocação de bancos e a qualificação dos canteiros, por meio de vegetação arbustiva e frutífera (jabuticaba). Inserção de moreias brancas nos canteiros de pouco acesso, bem como na área de transição entre o estacionamento e as residências, dialogando com a hera da algéria situada nos panos cegos. Também foi inserido um ipê-amarelo para valorizar o espaço livre entre a praça existente e os blocos residenciais. Considerando o desnível préexistente, foram projetados jardins de chuva interligando os dois níveis do caminho central, com a finalidade de absorver as águas pluviais. Para isso, foram inseridas espécies apropriadas para um solo relativamente úmido, além de se integrarem às espécies situadas no canteiro central.

JARDIM FRONTAL

Planejada como uma área de transição semiprivada entre as residências e os canteiros centrais, em que o paisagismo foi pensado de maneira a reforçar a identidade das habitações, por meio da equivalência entre a cor da fachada e a cor de destaque das espécies vegetativas ao lado.

PAISAGISMO E ÁREAS LIVRES

INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

TIPOLOGIA 1

COBERTURA (TELHA CERÂMICA - 30%)

CAIXA D'ÁGUA (2000 L)

ESTRUTURA DE MADEIRA

CALHA RETANGULAR

VIGA DE CONCRETO (45x20 cm)

VIGA METÁLICA (PERFIL I)

FORRO DE GESSO (2 cm)

SUPORTE METÁLICO PARA OS VASOS

BRISE BASCULANTE

VASOS DE CONCRETO

TIPOLOGIA 2 TIPOLOGIA 3

Levando em conta que a área apresentava uma topografia consideravelmente acentuada, bem como algumas árvores pré-existentes já em fase adulta, foi necessário conceber uma implantação que não provocasse grandes alterações no terreno e consequentemente um número baixo de vegetação retirada. Para isso, abriu-se uma via de mão única dentro da gleba que pudesse seguir a direção das curvas de nível, de forma que tivesse declividade inferior a 10% e ainda ocasionasse uma subdivisão das quatro residências pré-existentes com a área de implantação dos blocos habitacionais projetados.

Dessa forma, os blocos de três pavimentos foram posicionados de modo que se articulassem com a nova via por meio de caminhos para pedestres, enquanto que os estacionamentos foram dispostos no alinhamento da rua, próximas às suas respectivas unidades habitacionais. Feito isso, foi possível analisar e pensar as áreas livres objetivando qualificar a relação das edificações do terreno, assim como com o entorno imediato, seja pelos jardins de chuva, jardins laterais, jardins frontais e o próprio espaço entre as edificações.

A concepção dos blocos de três pavimentos partiu da ideia de integrar os diferentes pavimentos por um bloco de escadas que tivesse relação imediata com vegetação, contemplada pelo pátio interno no pavimento térreo e pela existência dos vasos de concreto adjacentes à escada. Outro fator foi sua orientação solar, em que as fachadas noroeste e nordeste apresentavam diversas complicações devido a falta de outros elementos externos que pudessem servir como sombreamento. Para isso, o projeto das unidades habitacionais fundamentou-se a partir de um pano cego com uma grande parede verde, proporcionando a diminuição dos ganhos solares, além de uma sacada que permitisse a colocação de brises pivotantes, garantindo flexibilidade em relação à insolação incidente e a ventilação predominante.

PRÉ-EXISTÊNCIAS

IMPLANTAÇÃO

12 UHs

JARDIM DE CHUVA ESPAÇO LIVRE

Responsável pela captação das águas pluviais do terreno e composta por espécies apropriadas para alta umidade, além do uso de pedras para proteger contra a erosão. Permite o acesso dos moradores nos dias em que não houver chuva, com utilização diversa e sem mobiliário fixo devido ao período de encharcamento. Á área que envolve os prédios contém pouca quantidade de árvores para impedir que interfiram na ventilação, assim como foi implantada cercas vivas de porte menor ao longo dos caminhos de entrada. Também foram dispostos ipêsamarelos próximos ao estacionamento e nos canteiros do parquinho prevendo o maior sombreamento desses locais.

JARDIM LATERAL

Barreira física e visual em relação à avenida movimentada.

JARDIM FRONTAL

O paisagismo dialoga com a identidade visual das edificações, em que cada conjunto de espécies se articula com a paleta de cores de cada bloco. PÁTIO

Qualificação da área adjacente ao bloco de escadas, por meio do uso de uma folhagem neutra (lírio da paz) e de uma espécie arbórea com raizes pivotantes, oferecendo menos risco ao piso, além de variar de acordo com as cores de cada bloco.

PAISAGISMO E ÁREAS LIVRES

COBERTURA (TELHA TERMOACÚSTICA - 15%)

CALHA RETANGULAR

CAIXA D'ÁGUA (2000 L)

ESTRUTURA METÁLICA

SUPORTE METÁLICO EXTERNO

BRISE BASCULANTE

BRISE FIXO

VIGA METÁLICA (PERFIL I)

SACADA (PISO DE MADEIRA)

SUPORTE METÁLICO PARA OS VASOS VASOS DE CONCRETO

SUPORTE METÁLICO PARA TREPADEIRA

PINTURA PARA IDENTIDADE VISUAL BLOCO DE ESCADA (CASCATA)

INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

CORTE AA

CORTE CC CORTE BB

CORTE DD

1 2 5 m

A Área 3 apresentava algumas condicionantes que limitavam as opções projetuais na gleba: a proximidade em demasia com uma via um tanto quanto movimentada e um formato atípico, com uma área considerável localizada nos fundos das residências existentes. Com isso, foi necessário considerar que o projeto das habitações, nesse caso, teria que ser mais compacto, visto que dentre as três glebas selecionadas, essa era a menos regular. Além disso, a análise referente ao entorno próximo mostrava que uma tipologia com maior número de pavimentos poderia se mostrar destoante e constrastante quando relacionada aos edifícios vizinhos.

Portanto, os blocos de dois pavimentos foram dispostos alinhados com as vias de maior movimento, tendo como diretriz uma proposta de paisagismo que proporcionasse uma transição adequada entre a via e as unidades habitacionais. No restante da área, foram projetadas áreas de passagem para pedestres e um acesso ao estacionamento, localizado justamente na área adjacente ao fundo das residências vizinhas. Para isso, foi fundamental pensar áreas livres que pudessem valorizar a transição entre essas áreas e os blocos das habitações, além de levar em conta os 50 cm de desnível decorrente das movimentações na gleba.

Os blocos de dois pavimentos, apesar de compactos, foram pensados de forma que pudessem dispor de um pátio central, articulando as quatro unidades habitacionais e valorizando tanto a área de entrada, quanto o bloco de escadas do edifício, mostrando inclusive a necessidade de uma cobertura translúcida com a finalidade de auxiliar com a iluminação natural. Além disso, os brises fixos foram dispostos nas extremidades dos blocos, impedindo o ofuscamento dos usuários dentro dos quartos e reduzido a incidência do sol nas horas de menor ângulo solar, ou seja, no começo da manhã e no fim da tarde.

PRÉ-EXISTÊNCIAS

BLOCO 2

BLOCO 1

IMPLANTAÇÃO

ESPAÇO LIVRE JARDIM FRONTAL

A área compreendida entre os blocos e as vias é delimitada por meio de folhagens, proporcionando uma barreira física e permitindo uma boa transição entre o público e o privado, além da escolha de árvores com raizes pivotantes, promovendo o sombreamento na fachada norte e noroeste dos blocos e uma qualificação da vista das aberturas. Além de tornar agradável o espaço de transição entre a área de passagem e a fachada dos edifícios, se articula com a paleta de cores das edificações. ESTACIONAMENTO

Espécie que auxilia com um sombreamento mais denso e efetivo.

PÁTIO CENTRAL

Pátio compacto de interligação entre os dois blocos, atuando como uma área de convívio entre os moradores. O canteiro central foi posicionado de forma que não obstruísse as aberturas e dialogasse com as xanadus embaixo da escada, proporcionando um bom espaço de permanência.

PAISAGISMO E ÁREAS LIVRES

COBERTURA (TELHA TERMOACÚSTICA - 15%)

COBERTURA (TELHA POLICARBONATO)

CALHA RETANGULAR CAIXA D'ÁGUA (2000 L)

ESTRUTURA METÁLICA

PORTA PARA MANUTENÇÃO SUPORTE METÁLICO EXTERNO

BRISE BASCULANTE

SACADA (PISO DE MADEIRA)

VASOS DE CONCRETO SUPORTE METÁLICO PARA OS VASOS

VIGAS DE MADEIRA (SACADA)

FORRO DE GESSO (2 cm)

VIGA METÁLICA (PERFIL I)

BRISE BASCULANTE (COM TRAVA) BLOCO DE ESCADA (CASCATA)

PINTURA PARA IDENTIDADE VISUAL BRISE FIXO

INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

C

D

C

D A

A

A

A B

B

B C

D

B C

D

bloco 1 bloco 2 1 2 5 m

CORTE AA

CORTE CC

CORTE DD CORTE BB

1 2 5 m

Considerando que os projetos de habitação para as três áreas abordadas foram devidamente apresentados, mostra-se necessário pontuar alguns dos aspectos relacionados às concepções da arquitetura bioclimática, destacando as estratégias bioclimáticas e as recomendações do Método de Mahoney Tradicional (Capítulo 7), bem como as características normalmente vinculadas à habitação de interesse social por meio das recomendações propostas por Rios e Lay (2010) (Capítulo 8).

A aplicação das estratégias bioclimáticas são identificadas de formas diferentes em relação às três tipologias projetadas (Tabela 6), sendo necessário evidenciar e diferenciá-las. A estratégia 3 é possível de ser implementada nas residências da 1 pavimento, ocasionando um maior resfriamento evaporativo devido à umidade retida nas telhas cerâmicas. A estratégia 4 foi incorporada por meio das paredes duplas - com um significativo atraso solar - nas fachadas que recebem insolação do sol da tarde, objetivando a efetividade dessa estratégia. A estratégia 5 se resume na colocação dos brises basculantes e dos brises fixos de acordo com as demandas de cada projeto, bem como o auxílio do sombreamento das espécies arbóreas propostas na Área 1 e na Área 3. A estratégia 6 foi contemplada com a utilização de vegetação trepadeira (hera da algéria) nos suportes metálicos situados nos panos cegos das edificações, orientados para norte-nordeste e sulsudoeste na Área 1 e norte-nordeste na Área 3. A estratégia 9 foi escolhida para as três diferentes tipologias projetadas, optando-se por uma maior distribuição ao invés de uma maior velocidade dos ventos (estratégia 8), visto que os ambientes internos se mostram compactos. Por fim, A estratégia 13 foi inserida também por meio dos brises basculantes e dos brises fixos, capazes de filtrar a insolação direta nas aberturas e nas fachadas, além de reduzir a velocidade dos ventos, sobretudo nos períodos frios do ano.

No que diz respeito as estratégias de iluminação natural, a própria concepção das aberturas e sua localização no ambiente interno levou em contas os aspectos descritos nas estratégias compreendidas entre 15 e 21, onde foi possível contemplar praticamente todos os aspectos relacionados à uma boa iluminação e um adequado conforto luminoso para os usuários, como observado na Tabela 6.

A aplicação das recomendações seguindo o Método de Mahoney Tradicional também se apresentam de formas diferentes em cada área (Tabela 7). No que diz respeito à implantação e ao espaçamento entre os edifícios, a tipologia da Área 1 foi implantada de forma geminada, ou seja, sem espaçamento entre si. Além disso,

Tabela 6 - Aplicação das estratégias bioclimáticas

Tabela 7 - Aplicação das recomendações do Método de Mahoney Tradicional

apesar de compacta, apresenta um jardim frontal e um quintal atrás da residência, mas tal aspecto não foi considerado como um pátio interno. Na Área 2, o bloco de três pavimentos apresenta um pátio adjacente à escada, bem como uma espécie arbórea próxima à porta de entrada (ipê-branco, pata-de-vaca lilás, pau-fava ou flamboyant-mirim, dependendo de cada prédio), além de uma significativa distância entre os blocos. Na Área 3, considerou-se que não há separação ampla entre as unidades habitacionais pois elas estão conectadas justamente pelo pátio central, dentro do mesmo bloco.

No que se refere às aberturas, as recomendações do MMT indicam um tamanho de 10% a 20% da área da fachada, com a finalidade de evitar um alto ganho térmico dentro dos ambientes. Porém, considerando que os projetos consideraram mecanismos de proteção da incidência solar, o tamanho das aberturas em função da fachada é superior a 20% a fim de proporcionar maior ventilação cruzada e maiores níveis de iluminância. Reitera-se também que, ao invés de considerar a ventilação de norte a sul proposta pelo MMT, considerouse a direção predominante dos ventos em Presidente Prudente. Além disso, as paredes e pisos contemplam tanto as recomendações de Mahoney, como as da NBR 15220 (2003), ao contrário das coberturas, em que se optou por conjuntos de coberturas de baixíssima transmitância térmica com maior atraso solar, a fim de proporcionar uma menor condutibilidade térmica por meio de materiais isolantes (lã de rocha na telha cerâmica e poliestireno na telha termoacústica). Por fim, a proteção das chuvas na área exterior adjacente ao projeto é contemplada na Área 2 e Área 3 por meio dos pátios cobertos ao lado dos respectivos blocos de escada, enquanto que na Área 1, não é atendida no quintal, mas é considerada no beiral de 2 m de comprimento no espaço de entrada das casas.

Em relação às recomendações propostas por Rios e Lay (2010), é possível destacar diversos aspectos do projeto que foram considerados durante o desenvolvimento projetual. Quanto aos estacionamentos, todas as unidades habitacionais apresentam pelo menos uma vaga para carros, devidamente cobertas, organizadas, bem localizadas em função dos blocos habitacionais e sendo parte integrande do conjunto. Acerca da aparência das edificações, foi considerado desde o início da concepção dos projetos das áreas selecionadas uma organização efetiva entre os espaços edificados e os espaços abertos, reiterandose uma hierarquia territorial por meio de espaços de transição entre os diferentes elementos incorporados na implantação. Além disso, a identidade visual proposta

para os blocos com base na racionalidade construtiva constitui uma quebra de monotonia, visto que os autores propõem que não haja repetição excessiva de edificações com pouco estímulo visual.

Considerando a aparência dos espaços abertos, reitera-se que o projeto buscou qualificar e valorizar o entorno dos espaços construídos, incluindo espécies vegetativas adequadas às características de cada circunstância, seja pelo sombreamento, por razões estéticas ou até mesmo para o auxílio no conforto térmico dos moradores e usuários. Além disso, as tipologias projetadas foram planejadas pensando na relação dos moradores com a vegetação, por meio de jardins ou pátios, questão relevante para as recomendações dos autores, que reiteram a possibildade de "personalização dos espaços abertos com jardins privados ou semiprivados, principalmente junto aos acesssos às edificações". O próprio uso desses espaços também foram pensados, promovendo o convívio, a interação social e a recreação dos moradores, além da possibilidade de atividades passivas e ativas proporcionadas pela existência de sombreamento.

Por fim, a orientação espacial dos conjuntos nas três áreas considerou um número mínimo e máximo de unidades habitacionais desde o início, tendo em mente sempre a qualidade dos espaços construídos e dos espaços abertos. Também buscou-se estabelecer a circulação e os acessos de forma clara, além da numeração das edificações materializadas pela própria pintura, por exemplo.

Assim sendo, a implantação das três áreas e o projeto arquitetônico das diferentes tipologias partiu da racionalidade construtiva, das estratégias bioclimáticas, do paisagismo e das áreas livres, bem como da identidade visual presente nas edificações com a finalidade de pensar, discutir e propor espaços de qualidade no âmbito da habitação de interesse social. Para isso, diversos aspectos relacionados ao clima local, à topografia original e a uma adequada materialidade foram fundamentais, sempre levando em conta o conforto dos moradores que utilizariam e se apropriariam do espaço.

Portanto, reitera-se: buscou-se projetar casas que possam ser chamadas de moradia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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203

01. CDHU Diolinda Flor do Nascimento 02. CDHU São João

03. CECAP 04. Central Park Residence 05. Centro Educacional

06. COHAB (Bartholomeu Bueno de Miranda) 07. CH Ana Jacinta 08. CH Augusto de Paula 09. CH Brasil Novo 10. CH João Domingos Netto 11. CH José Rotta 12. CH Mário Amato 13. CH Vila Nova (INOCOOP) 14. Jardim Bongiovani 15. Jardim Caiçara 16. Jardim Cambuci 17. Jardim Cobral 18. Jardim das Rosas 19. Jardim Estoril 20. Jardim Guanabara 21. Jardim Humberto Salvador 22. Jardim Icaray 23. Jardim Itapura I 24. Jardim Itapura II 25. Jardim Itatiaia 26. Jardim Jequitibás I 27. Jardim Jequitibás II 28. Jardim João Paulo II 29. Jardim Maracanã 30. Jardim Marisa 31. Jardim Mediterrâneo 32. Jardim Monte Alto 33. Jardim Morada do Sol 34. Jardim Morumbi 35. Jardim Panorâmico 36. Jardim Paraíso 37. Jardim Paulistano 38. Jardim Sabará 39. Jardim Santa Marta 40. Jardim Santa Paula 41. Jardim Sumaré 42. Jardim Vale do Sol 43. Parque Alexandrina 44. Parque Bandeirante 45. Parque Cedral 46. Parque Residencial Belo Galindo 47. Parque Residencial Damha I 48. Parque Residencial Damha II 49. Parque Residencial Mediterrâneo 50. Parque Shiraiwa 51. Parque Watal Ishibashi 52. Porto Seguro Residencial 53. Residencial Atalaia 54. Residencial Bela Vista I 55. Residencial Cremonezi 56. Residencial Esmeralda 57. Residencial Laura 58. Residencial Mart Ville 59. Residencial Monte Carlo 60. Residencial Portinari 61. Residencial Tapajós 62. Sítio São Pedro 63. Vila Aurélio 64. Vila Comercial 65. Vila Giglio 66. Vila Liberdade 67. Vila Malaman 68. Vila Marcondes 69. Vila Nova 70. Vila Oriental

Anexo 1 - Identificação dos bairros e avenidas

perímetro urbano malha urbana linha férrea parque do povo centro A - av. manoel goulart B - av. washington luiz C - av. coronel marcondes D - av. brasil

Presidente Prudente 2022

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