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João e Maria

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A Pequena Sereia

A Pequena Sereia

Davi Ramos e Silva França

Havia um carpinteiro que trabalhava muito e era casado com uma bela mulher. Um certo dia, sua mulher teve dois bebês, João e Maria. Eles ajudavam bastante o pai e não faltava comida. Com a chegada da guerra, porém, as coisas foram ficando difíceis.

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Eles já não tinham o que comer. Com muito tempo só comendo pão mofado e queijo, sua mulher não aguentava mais e decidiu abandonar as crianças. Então tentaram uma vez e não conseguiram, porque João tinha ouvido a conversa e não se perderam graças às pedrinhas que ele deixou na ida. A mãe não gostou muito da volta de João e Maria, só seu pai que ficou feliz, pois não achava aquilo muito certo. Com mais uma semana passada, sua mulher não aguentava mais, então decidiu deixá-los de novo, só que mais e mais longe. Depois de uma noite inteira perdidos na floresta, João sentiu um cheiro muito forte de bolo no ar, então foram seguindo o cheiro e encontraram uma cabana toda de chocolate com as quinas de caramelo.

Dali saiu uma senhora muito simpática, que os chamou para dentro da casa. João e Maria, com muita fome, foram sem nem pensar. Eles comeram tanto, tanto, que dormiram.

A velha se aproveitou, então pegou João e o colocou numa jaula e a Maria ela amarrou. Quando Maria acordou, a velha a obrigou a trabalhar, enquanto o irmão deveria comer. Ela pedia sempre para ver o dedo de João, pois o queria bem gordo.

Passada uma semana, João estava enjoado de comer tanto doce, e Maria já cansada de trabalhar. Foi quando surgiu uma ideia na cabeça dela para se livrarem daquela prisão. Maria não pensou duas vezes e empurrou a velha na fornalha. Depois ela rapidamente se desamarrou e correu para salvar seu irmão. João e Maria saíram da cabana às pressas, então passaram mais uma noite na floresta tentando voltar para casa.

João viu um lindo e grande pato e subiram nas costas dele para alcançar o outro lado do rio. Chegando na sua casa, o pai de Maria correu muito rápido, deu-lhes um abraço bem forte e gritou: ̶ Nunca mais vou deixar vocês.

Maria não foi besta, antes de sair da casa da bruxa encheu o bolso de pérolas, rubis e ouro, garantindo então a felicidade de sua família de volta. Depois disso, nunca mais passaram fome e viveram felizes para sempre.

Ou melhor, viveram felizes quase sempre… Passados cerca de dez anos, João viu que a vida dele não era para ficar deitado com a barriga virada para cima. Então falou: ̶ Maria, vamos ser quem a gente era: caçadores de bruxas!

E continuou: ̶ Podemos restaurar as antigas armas do nosso pai. Então os irmãos fizeram o que tinham que fazer. Limparam as armas, tinham MP40, WWI e Tompson. Com isso se arrumaram e começaram a sua jornada salvando vilas e vilarejos, mesmo que nem sempre eles conseguissem salvar muitas vidas.

Cinco anos depois, João e Maria acharam a pista da vida deles. Acharam a localização da cabana, ou melhor, do palácio mais bonito, mais enfeitado com doces e jujubas. Assim que eles entraram no palácio, começou uma batalha intensa. A bruxa conseguia desviar dos golpes muito facilmente. João e Maria precisaram lutar com toda sua força. Então João teve uma ideia, ele começou a atirar seguidamente. Mas nem Maria, que atirava melhor, conseguia acertar. Depois de muita batalha, a bruxa jogou João longe e Maria, muito debilitada, não podia mais se levantar. A bruxa, então, lhe disse: ̶ Vou te matar, Maria, vou te fritar e depois…

A bruxa nem terminou de falar, João deu logo uma facada no coração dela. Ele caiu no chão junto com a bruxa, com um suspiro de quem estava cansado. Mas não era só isso. João tinha sido esfaqueado ao mesmo tempo em que atingiu a bruxa.

Assim que o viu, Maria tentou salvar seu irmão, mas não pode fazer mais nada. Com a morte da bruxa, os vilarejos sumiram. O único que não sumiu foi João, de dentro do coração de Maria.

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