Este trabalho se concentra em entender as especificidades e as consequências decorrentes da adoção de processos participativos na arquitetura. Pretende-se verificar se tais processos promovem, de fato, uma produção do espaço menos determinista em relação ao uso, e se desalienaria o sujeito devolvendo-lhe sua subjetividade singular e emancipação, além de estimular o sentimento de pertencimento. Analisa-se especificamente as experiências de intervenção “O lixo não existe” propostas pelo coletivo Basurama em São Paulo nos anos de 2012-2014, através do cruzamento entre a concepção de emancipação de Jacques Rancière, da ética do bem-dizer de Jacques Lacan e dos graus de participação cidadã estabelecidos por Sherry Arnstein. Em última instância, este trabalho ensaia uma heterotopia emancipadora como uma prática arquitetônica que promova o aparecer do sujeito no comum.
Palavras-chave: participação, Basurama, emancipação, ética do bem-dizer