muiraquit達
flavinho soares
Para todos que ainda n達o sei quem s達o. 2
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muiraquitã pedra imã rã talismã lexotan ou simplesmente tudo ao contrário
ãtiuqarium ardep ãmi ãr ãmsilat natoxel
lenรงol
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branco
carro vel o z carro veloz 8
m達o
contra m達o 10
satisfação 12
BIBLIA ALCORÃO RELIGIÃO IMPOSIÇÃO SITUAÇÃO AFLIÇÃO MENSTRUAÇÃO CONSTITUIÇÃO ALGUMAS PA LV R A S SÃO TÃO GRANDES QUE NEM CABE EXPLICAÇÃO
Duas ou trĂŞs coisas que ainda posso f
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fazer sem ter de usar o computador
livro de assinatura Assino meu nome, numa letra incompriensível. Registro que estive lá, vi, senti, respirei , olhei as pernas das moças e a silhueta máscula do guarda. Corri pelo papel, em gesto mecânico, a caligrafia cheia de curvas, traços e pingos que se misturam as linhas finas da pauta. E numa cahoeira de nomes, em queda livre, o meu aparece junto à tantos, que com o eu viram, olharam pernas e guardas, respiram e lá estiveram.
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papéis amassados na gaveta. anoto nomes, números e cifras em pequenos papeis que amasso e junto . pequenos testamentos, mapas, bússulas que se perderam. empilhados geologicamente no imenso sítio de mistérios, esquecimentos e contas vencidas do fundo canela da gaveta.
anotações num caderno de aula risco, rabisco, copio, anoto, rabisco novamente, faço uma conta, anoto um e-mail, rasgo a orelha da folha , novamente rabisco, faço um desenho, um barco, um avião, uma mão, uma perna, um corpo de mulher, não, um corpo de E.T., uma música soletro, apago, tento copiar, rabisco o e-mail, jogo da velha, risco. ainda falta trinta minutos para o fim da aula.
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escrevo sonetos versos cartas de amor debruçado na janela sob a luz da lua e com o pÊ dolorido.
janela, janelinha, porta, campainha... din-don!
lembro me agora, de ter tido em minhãs mãos, todas as certezas de criança.
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ãtiuqarium ardep ãmi ãr ãmsilat natoxel ou simplesmente tudo ao contrário
muiraquitã pedra imã rã talismã lexotan
a poesia perdeu seu lugar no mundo. foi substituida pelas imagens do cinema, o strip-tease e o acaí com granola. mas assim foi melhor... liga-se o rádio e a voz doce de mercedes sosa canta os versos ainda mais sucres de violeta parra. “( ...) Gracias a la vida que me ha dado tanto. Me ha dado el sonido y el abecedario, con él las palabras que pienso y declaro: madre, amigo, hermano y ,luz alumbrando, la ruta del alma del que estoy amando. Gracias a la vida que me ha dado tanto. Me ha dado la marcha de mis pies cansados; con ellos anduve ciudades y charcos, playas y desiertos, montañas y llanos, y la casa tuya, tu calle y tu patio. (...)”
se alguém disser que isso não basta, faça como eu : escreva.
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達tiuq a r i u m seraos ohn i v a fl 24