Elevation

12 de Outubro de 2018, minha esposa Danielle Gonçalves e a amiga Andréa Lima resolveram ir a Serra de São Bento resolver problemas de modelagem de suas novas coleções em uma confecção (fábrica) que funciona da cidade. Sabendo dos planos, me ofereci para dirigir o carro e ser uma espécie de protetor para as meninas nessa viagem, porém minha verdadeira intenção era fotografar as paisagens maravilhosas típico de cidades de serra, além do fato de ainda não conhecer a lugar.

Logo mais partimos. Após comermos um pastel em Tangará, começamos a subir a serra. Era um dia de sol porém muito neblinado. Meu coração começou a bater forte na subida vendo aquele visual, a neblina e querendo parar e fotografar. Como as meninas estavam atrasadas para o seu compromisso, não tive a audácia de atrapalhar. Acelerei o carro para chegar mais próximo a fábrica e começar minha exploração. Chegamos aproximadamente 9:30h.

Me despedi e fui começar o meu trabalho. Minha intenção inicial era a tradicional fotografia de paisagem usando uma grande angular com filtro polarizador e abertura fechada para ficar tudo nítido e capturar toda a exuberância do lugar. Dirigi durante 1 km, cheguei em um pico alto e comecei a estudar a geografia do lugar e fazer um rápido planejamento de qual seria o meu percurso. A essa altura já era 10 horas e pouco da manhã, o sol estava alto e neblina tomava conta da paisagem. Foi quando eu resolvi mudar todo o processo do trabalho. Troquei a lente grande-angular para uma teleobjetiva, diminui a abertura para 2.8, coloquei dois filtros ND sobre a lente para perder luz, retornei ao carro e fui em busca de boas imagens.

O resultado é o que vocês vão ver nas próximas páginas. As imagens por terem foco muito seletivo, grandes áreas de desfoque e muita neblina no ambiente e várias cenas em contraluz pareceu para mim, algo etéreo, intocável e muito melancolico.

Cheguei em cima da serra onde ficam alguns hotéis e resolvi pegar a trilha. Comecei a descer a serra, com o olhar sempre atento a tudo ao meu redor. Em algum momento da descida me deparo com ossada de gado. Apesar de estar acostumado com essas imagens no sertão, pareceu inesperado na Serra. Registrei e segui em frente.

Fiz mais algumas fotografias de paisagens, olhei para o relógio do celular e vi que já estava mais que na hora de voltar. Fiz o percurso de volta pegando outra trilha a espera do inesperado.

Retornando a fábrica, resolvemos almoçar próximo a Pedra da Boca e aproveitar e tirar fotos no sopé. Após comermos churrasco fomos visitar o morro mais nobre da região. Fizemos algumas fotos, descansamos e relaxamos um pouco e depois retornamos para a casa, afinal ainda tinha uma longa estrada para encarar.