Recontando contos: o mundo contemporâneo nos clássicos

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Cristiane Fuzer (organizadora)

www.ufsm.br/ateliedetextos ufsm.ateliedetextos@gmail.com www.facebook.com/Atelie-de-Textos


universidade federal de santa maria centro de artes e letras ateliê de textos projeto de extensão registro gap/cal/ufsm 040190 apoio: Programa de Extensão Universitária (PROEXT MEC-SEsu) coordenadora do projeto: Cristiane Fuzer colaboradores na ufsm: Francieli Matzembacher Pinton, Sara Regina Scotta Cabral, Luciane Ticks mediadores das oficinas de produção textual nas escolas: Mhdi Ibrahim Bader Khun, Camila da Silva Lima, Nathália Marques Flores, Janaina Kanitz, Simone Rossi, Jordana Antoniolli Maran e Sabrina Damiani mediadores das oficinas de ilustrações nas escolas: Rebeca Sasso e Rhaianny Silva colaboradores do projeto nas escolas: Lauren Maciel Bortolanza, Lisângela Anversa Felice, Maria Enilza Pinto Corrêa Freitas, Flávia Regina Pithan Ferreira, Cátia Carvalho, Carina Kilian, Elizabeth Souque, Elieti Viana Trindade, Gesiel Freire dos Santos

recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos organizadora: Cristiane Fuzer projeto gráfico | diagramação: Flavio Teixeira Quarazemin arte da capa: Rebeca Sasso revisão: Cristiane Fuzer, Francieli Matzembacher Pinton e Sara Regina Scotta Cabral tratamento das ilustrações: Rhaianny Silva fotografias: Julia Seliprin Maia apoio: Programa de Extensão Universitária - PROEXT MEC-Sesu, Universidade Federal de Santa Maria, Pró-reitoria de Extensão da UFSM, Centro de Artes e Letras, Gabinete de Projetos do CAL, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-Graduação em Letras, E.E.E.M. Dartagnan Tubino, E.M.E.F. Pinheiro Machado, E.M.E.F. Lourenço Dalla Corte, E.M.E.F. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Secretaria Municipal de Educação de Quaraí.

endereço Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação, Letras e Biologia Prédio 16 - Bloco A - Sala 3163 Campus Universitário - Camobi 97105-900 - Santa Maria, RS - Brasil www.ufsm.br/ateliedetextos

R311 Recontando contos : o mundo contemporâneo nos clássicos / Cristiane Fuzer (organizadora). -- Santa Maria, RS : UFSM, CAL, Ateliê de Textos, 2016. 197 p : il. ; 21 cm 1. Produção textual – Narrativas 2. Produção textual – Histórias 3. Literatura infantojuvenil I. Fuzer, Cristiane CDU 82-93 82.08 Ficha catalográfica elaborada por Alenir I. Goularte - CRB-10/990 Ficha catalográfica porUFSM Alenir I. Goularte - CRB-10/990. Biblioteca Central - UFSM Biblioteca elaborada Central da


Dedicatórias

À querida professora Maria Eulália Albuquerque, primeira e grande apoiadora do Ateliê de Textos. Equipe do Ateliê de Textos da UFSM A todas as pessoas que amam a natureza e tudo que há nela. Aos leitores, esperamos que apreciem e aprendam muito com elas. Alunos-autores da E.E.E.M. Dartagnan Tubino, Quaraí, RS A todos familiares, amigos, demais alunos e leitores das nossas estórias, que foram produzidas com muito carinho e dedicação, para mostrar que a natureza está em primeiro lugar. Alunos autores da E.M.E.F. Pinheiro Machado, Santa Maria, RS A nossos familiares, crianças e adultos. Esperamos que se divirtam com nossas estórias relacionadas com o mundo em que vivemos. Alunos-autores da E.M.E.F. Lourenço Dalla Corte, Santa Maria, RS Aos familiares, amigos e professores que acreditaram em nosso potencial, incentivando-nos a participarmos e continuarmos no projeto. A todas pessoas boas e gentis que nos rodeiam. Alunos-autores da E.M.E.F. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Santa Maria, RS


Alunos-autores Alexandre Chaves de Oliveira Breno Camargo Miranda Carlos Rafael Silva de Oliveira Danieli Tuane Graebin Nunes Débora C. Modesto Eloy Diéssica da Silva Elizandra Rayssa Mendonça Goes Erica Pinto Ferreira Erick Ruan Do Carmo Batista Érik Henrique Santana Evelyn Silva De Oliveira Franciely dos Santos Siqueira Gabriela de Castro Rodrigues Gabriely Martins Gonçalves Gustavo Relly Jéssica Santos da Silva Júlia Corrêa Julia Gonzales Rodrigues Julia Maria Corrales de Oliveira Julia Menezes Dias Julia Soares Jorgens Juliane Moura Rocha Laura Teixeira Fontoura

Liandra Pinto De Souza Luan Anjos da Rosa Luísa Eduarda Campos Marciele Lima de Oliveira Marco Daniel Canfild Vieira Maria Eduarda O. dos Santos Maria Vitória Siqueira Aranda Mary Anne Lenhard Iansen Natália Ávila Borges Figueiredo Nicolas Costa Pereira da Silva Rafael Baldessari da Silva Rafaely Mendonça Machado Robson Ivo Martins Roliezer Ribas Ferreira Stefani da Rosa de Vargas Taiana Romeiro Quiroga Thalya Pinto De Souza Thayenne Dorneles Garais Valdoir da Rosa Alves Vitória Adriane Almeida Favarin Wesley Israel Palmeira Dorneles William Cavalheiro Lesina Yasmin Anhaia Fagundes


Sumário 09 11 14

Prefácio Apresentação Agradecimentos

Reciclando os contos de Grimm: um novo olhar para o meio ambiente Escola Estadual de Ensino Médio Dartagnan Tubino Quaraí, RS

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Cocarzinho colorido Escrita conjunta

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Touka vermelha Alexandre Chaves de Oliveira

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Cinderela e a luta pela preservação Erica Pinto Ferreira

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Branca e a extinção dos animais Franciely dos Santos

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Bela adormecida em um novo mundo Gabriela de Castro Rodrigues

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A nova Bela Adormecida Gabriely Martins Gonçalves

38

Cinderela e o concurso que mudou sua vida Gustavo Relly

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Branca de Neve, a heroína por opção Julia Corrêa

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João e Maria e o desmatamento Julia Maria Corrales de Oliveira

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A real estória de João e Maria Julia Soares Jorgens

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Help animals Laura Teixeira Fontoura


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Rapunzel e a Poluição Luan Anjos da Rosa

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Sapatinho colorido Maria Vitória Siqueira Aranda

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Chapeuzinho Moderna Natália Ávila Borges Figueiredo

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Chapeuzinho Azul Rafael Baldessari da Silva

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A Nova estória de Aurora Stefani da Rosa de Vargas

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Unidos contra o desmatamento Taiana Romeiro Quiroga

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Branca de Neve e a extinção dos animais Thayenne Dorneles Garais

Pare e pense. Dê um like na natureza Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinheiro Machado Santa Maria, RS

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Amigolândia. Um conto diferente do outro Escrita conjunta

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O Patinho lindo Danieli Tuane Graebin Nunes

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Porquinhos e o lobo em uma grande aventura Elizandra Rayssa Mendonça Goes

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Acontecimentos extraordinários Jéssica Santos da Silva

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A mudança positiva da reciclagem Julia Menezes Dias

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A menina corajosa Juliane Moura Rocha

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Star Duck Marco Daniel Canfild Vieira


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Uma estória diferente das outras Mary Anne Lenhard Iansen

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Reciclagem das Porquinhas Rafaely Mendonça Machado

121

Dias de um futuro sustentável William Cavalheiro Lesina

Transformando clássicos em modernos com cidadania Escola Municipal de Ensino Fundamental Lourenço Dalla Corte, Santa Maria, RS

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Vida de famoso Escrita conjunta

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Nunca faça um bolo para a sua avó Breno Camargo Miranda

133

A Chapeuzinho da cidade Débora Cristina Modesto Eloy

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Branca de Neve preconceituosa Diéssica da Silva

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Porcos do bem Erik Henrique Santana

141

Branca, a bruxa e o alemão sem dentes Julia Gonzales Rodrigues

143

Cinderela e a lição Marciele Lima Oliveira

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O Lobo que se tornou amigável Maria Eduarda O. dos Santos

148

O porquinho certinho e os outros dois loucos Robson Ivo Martins

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Os porquinhos que ajudaram o Lobo Roliezer Ribas Ferreira

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Os três irmãos Valdoir Da Rosa Alves


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Os Porquinhos da Cidade Vitória Adriane de Almeida Favarin

Reiventando estóriase aprendendo valores. Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,

Santa Maria, RS

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Um Novo Conto da Cinderela Escrita conjunta

168

A Cinderela Gaúcha Carlos Rafael Silva de Oliveira

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Moreninha de Neve Erick Ruan do Carmo Batista

174

A estória de Thaís Evelyn Silva de Oliveira

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Cristal de Neve Liandra Pinto de Souza

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Chapéu e o Lobo Luísa Eduarda de Campos

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Os Três Porquinhos e um Lobo em apuros Nicolas Costa Pereira da Silva

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Chloe e sua irmã Thalya Pinto de Souza

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Floquinho de Neve Yasmin Anhaia Fagundes

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Primavera generosa Wesley Israel Palmeira Dorneles


Prefácio

Recontando Contos.. Recontando Sonhos Histórias são entidades poderosas e repletas de significado. Histórias são vida e perigo, aventura e amor, encanto e magia, ecos de tudo aquilo que nós, como espécie contadora de histórias podemos ser. Há milênios, quando dominamos o fogo para afastar as feras selvagens e passamos a assar nossos alimentos, foram as histórias que também nasceram das rodas e grupos de homens e mulheres que buscavam na luz e no calor, proteção, alimentação, imaginação. Todos precisamos comer, nos aquecer e nos proteger. Mas nós também precisamos de histórias. São elas que alimentam nossa porção divina, o fantasma de consciência que habita nosso maquinário corpóreo. É por isso que podemos sobreviver ao caos e à fome, ao frio e a outras intempéries. Mas não podemos sobreviver sem histórias, pois são justamente elas que nos fortalecem e nos fazer continuar, persistir, apesar dos dissabores e dos desapontamentos. São elas, sem dúvida, que nos dão esperança e não podemos viver sem esperança. Eu trabalho com histórias. Estudando-as. Ensinando-as. Escrevendo-as. E nada é mais poderoso do que o brilho no olhar de um leitor, de um ouvinte, de um espectador, quando encontram histórias relevantes, contos de mistério e terror, relatos incríveis de força e determinação, especialmente em face à pior adversidade. Quanto maior o perigo, mais vigorosa é a história. Quanto mais vigorosa a história, mais ela faz os olhos dos leitores brilhar, o coração bater, a mente viajar. Em um país como o nosso - tão deficiente em termos educacionais - e num tempo como o nosso - tão vitimado pela rapidez e pela efemeridade tecnológica - despertar a paixão pela leitura e ainda mais pelas histórias no contexto de sala de aula acaba sendo uma tarefa hercúlea. E quanto mais jovens são os estudantes, mais difícil seria a missão. Verdade?

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Talvez. No caso do livro que você tem em mãos, resultante do trabalho pioneiro e premiado do Ateliê de Textos da UFSM, projeto de extensão criado e orientado pela Professora Cristiane Fuzer, com a participação de graduandos de Letras, o que se percebe é o oposto da dificuldade na formação de leitores, e ainda mais escritores, que o senso comum apregoa. Os autores das histórias que vocês têm em mãos são crianças e adolescentes, alunos de ensino fundamental, que tiveram ao seu dispor incentivadores apaixonados e educadores atenciosos. O que mais precisamos em nossos primeiros anos de aprendizado senão disso? Na presença de profissionais assim, a sala de aula transmuta-se de um ambiente opressivo de conhecimento formal e rígido em um laboratório alquímico no qual mitos primordiais, elementos heroicos, misturas fantásticas e substâncias mágicas, são convertidas no primordial combustível da raça humana: imaginação, fábulas, histórias! Sim, histórias são entidades poderosas e repletas de significado. Vocês concordam? Caso não, convido-os a virar a página e a descobrir o que os jovens autores produziram em divertidas e criativas formas narrativas. Vejo este Recontando Contos: O Mundo Contemporâneo nos Clássicos como um portal mágico que dá acesso a outros tempos, lugares, mitos. Aproveito para parabenizar a Professora Cristiane Fuzer e sua equipe pelo trabalho inspirado e inspirador e aos jovens autores e autoras por seus contos encantados e apaixonantes! Quanto a vocês, leitores adultos, se as agruras do mundo e da vida não petrificaram seus sentimentos, as histórias que seguem farão vocês voltar à infância, à época em que todos nós éramos aventureiros, heróis, princesas e elfos. Em suma: à época em que todos nós éramos apaixonados contadores de histórias. Boa leitura & boa aventura. Enéias Tavares Professor da UFSM e criador da série literária Brasiliana Steampunk.

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Apresentação

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stimado leitor, esta é mais uma coletânea de estórias produzida por estudantes dos anos finais do ensino fundamental participantes do projeto de extensão Ateliê de Textos. Depois de um longo processo de leitura e produção textual, alunos-autores da E.E.E.M. Dartagnan Tubino, em Quaraí, E.M.E.F. Pinheiro Machado, E.M.E.F. Lourenço Dalla Corte e E.M.E.F. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Santa Maria, têm suas estórias publicadas na sexta coletânea do projeto, abordando temáticas relevantes no cotidiano das pessoas: educação ambiental, cidadania e valores. Resultado de muito estudo, empenho e dedicação dos alunos que participaram de todo o processo de leitura e produção e dos acadêmicos que ministraram as oficinas nas escolas, esta coletânea apresenta recontextualizações dos clássicos Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, Rapunzel, João e Maria, Bela Adormecida, Três Porquinhos e Patinho Feio. Durante três meses de oficina, alunos e mediadores realizaram atividades de leitura e análise de narrativas em diversos contos clássicos para apropriarem-se das características do gênero e produzirem as próprias estórias publicadas nesta coletânea, que está organizada em quatro partes. Cada parte inicia com uma narrativa construída em coautoria pelos alunos-autores e pelos mediadores das oficinas de produção textual em cada escola. Em seguida, encontram-se as narrativas construídas individualmente pelos alunos. Na primeira parte, Reciclando os contos de Grimm: um novo olhar para o meio ambiente, a educação ambiental está presente nas estó-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos rias recontextualizadas pelos alunos-autores da E.E.E.M. Dartagnan Tubino, contemplando temas como extinção, preservação, desmatamento, poluição, reciclagem e sustentabilidade. A partir de contos publicados por Jacob Grimm e Wilhelm Grimm, foram produzidas novas estórias em que se encontram mensagens que levarão você, leitor, a refletir sobre os temas abordados em cada texto. Em Pare e pense. Dê um like na natureza, você conhecerá personagens clássicos das estórias infantis sob outra perspectiva - como um lobo que se preocupa com o meio ambiente e tem um bom relacionamento com os porquinhos que antes eram seu objetivo de refeição. Você irá se deparar não com personagens modificados, mas com os mesmos personagens em contextos diferentes, interferindo no rumo que a estória clássica tomaria. Assim, Cinderela, por exemplo, em vez de perder seu sapatinho, perde sua agenda feita de material reciclável; o patinho feio torna-se um herói Jedi. Em cada uma das estórias desta segunda parte, produzidas pelos alunos-autores da E.M.E.F. Pinheiro Machado, o leitor encontrará uma mensagem conscientizadora sobre como cuidar e preservar a natureza, a importância da reciclagem, do reflorestamento, das energias renováveis, do tratamento de água e da sustentabilidade. Na terceira parte, Transformando clássicos em modernos com cidadania, encontram-se versões clássicas reinventadas a partir do contexto em que os alunos da E.M.E.F. Lourenço Dalla Corte estão inseridos, com suas próprias vivências num mundo onde ajudar o próximo, cuidar do patrimônio público e cuidar da própria saúde são, às vezes, esquecidos pela sociedade e o que se vê, como consequência, é a violência física e verbal e o julgamento pela aparência. Isso pode ser encontrado, por exemplo, na estória em que um lobo do bem vai à casa dos porquinhos apenas para pedir um ingrediente que está faltando na receita do seu bolo, mas é julgado pelos porquinhos como sendo do mal pelo simples fato de ser um lobo. Nas estórias desta parte da coletânea, os vilões são transformados em heróis ou representantes das diversas dificuldades da vida, muitas das quais conhecidas pelos alunos-autores, que buscam, assim, transmitir belíssimas mensagens para os leitores por meio de suas criativas estórias.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Na quarta e última parte, Reinventando os contos clássicos e aprendendo valores, você poderá contemplar lindas e divertidas estórias que tematizam valores que, no ponto de vista dos alunos-autores da E.M.E.F. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, precisam ser cultivados na sociedade. Dentre eles, destacam-se honestidade, coletividade, humildade, generosidade e respeito. A generosidade, por exemplo, é encontrada na estória em que um lobo ferido em uma armadilha colocada na mata por caçadores é socorrido com simplicidade e um coração gigante de um dos três porquinhos que cuida dos ferimentos e ensina aos seus irmãos que “não se deve julgar as pessoas sem conhecê-las”. Em outra estória, os sete anões e a Moreninha de Neve mostram a importância de aceitar e respeitar os outros como eles são. Por meio das ações nobres praticadas pelas personagens, belas mensagens sobre valores são apresentadas nas estórias. Esperamos que essas estórias, produzidas com tanto empenho pelos alunos-autores da 6ª edição do Ateliê de Textos, sejam lidas por crianças, jovens e adultos como um convite para a reflexão sobre as temáticas que se desenvolvem a partir das diversas situações vivenciadas por personagens dos contos de fada - ou, de alguma forma, por todos nós? Santa Maria, 27 de outubro de 2016.

Mhdi Ibrahim Bader Khun Nathália Marques Flores Camila da Silva Lima Simone Rossi Janaína Kanitz Jordana Antoniolli Maran Sabrina Damiani Mediadores das oficinas de produção textual do Ateliê de Textos

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Agradecimentos

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ós, alunos-autores, agradecemos a todos os envolvidos no projeto Ateliê de Textos que contribuíram para que nossas estórias pudessem ser publicadas, em especial: Aos nossos pais, familiares e amigos, que nos apoiaram a participar do projeto, pois sabiam o quanto seria importante esse processo, o que demonstra cada vez mais o amor e o orgulho que sentem por nós. Às equipes diretivas das Escolas-parceiras do Ateliê de Textos edição 2016 - Escola Estadual de Ensino Médio Dartagnan Tubino, Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinheiro Machado, Escola Municipal de Ensino Fundamental Lourenço Dalla Corte e Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro -, por acolher o projeto e, assim, oportunizar um processo integral de leitura e produção textual que nos transformou em alunos-autores. Aos professores colaboradores de Língua Portuguesa e de Artes das escolas-parceiras, por terem aceitado o desafio visando à melhora do nosso aprendizado e por terem nos acompanhado e incentivado durante todo o percurso até aqui. Aos funcionários das escolas, que aguardavam a nossa chegada nas tardes de encontros, pela organização e limpeza do ambiente disponibilizado a todos nós. À Universidade Federal de Santa Maria, ao Centro de Artes e Letras e ao Programa Extensão Universitária (PROEXT-MEC-Sesu), pelos recursos financeiros concedidos para a realização do projeto nas escolas-parceiras.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos À coordenadora do projeto Ateliê de Textos, Profa. Cristiane Fuzer, pela organização das ações que possibilitaram a publicação desta coletânea, e às colaboradoras do projeto, Profa. Francieli Matzembacher Pinton e Profa. Sara Regina Scotta Cabral, pelo auxílio na elaboração dos bilhetes orientadores e nas revisões dos textos. A toda equipe do Ateliê de Textos, por terem acreditado no nosso potencial, especialmente os ministrantes das oficinas de produção textual: Mhdi Ibrahim Bader Khun, pelo carinho, pela paciência, pelas horas de viagem e pelas horas de sono perdidas para que fosse possível a publicação de estórias que possam levar os leitores, por meio das mensagens moralizantes, a uma maior consciência sobre o mundo em que vivemos; Camila da Silva Lima e Nathália Marques Flores, por terem compartilhado conosco o mundo mágico das Letras, pelo empenho, compromisso e carinho dedicados; Janaina Kanitz e Simone Rossi, pela alegria, paciência e tempo que tiveram para nos ensinar a produzir textos melhores e por acreditarem que somos capazes; Jordana Antoniolli Maran e Sabrina Damiani, pelo carinho e pela dedicação em nos conduzir no processo de escrita e reescrita. Às ministrantes da oficina de ilustração, Rebeca Sasso e Rhaianny Silva, pela dedicação, carinho, atenção e realização dos contornos dos desenhos. A todos que fizeram o projeto Ateliê de Textos ser possível nas escolas-parceiras e a todos que, com muita dedicação e paciência, nos incentivaram a continuar neste caminho brilhante da escrita e reescrita dos nossos textos, o que nos proporcionou momentos de aprendizagem e diversão que ficarão marcados em nossa mente para sempre.

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Reciclando os contos de Grimm: um novo olhar para o meio ambiente Escola Estadual de Ensino Médio Dartagnan Tubino Quaraí, RS

mediadores da oficina de produção textual Mhdi Ibrahim Bader Khun Romário Dias Garcia mediadores da oficina de ilustrações Rebeca Sasso Rhaianny Silva Pinto professoras colaboradoras de língua portuguesa Lauren Maciel Bortolanza Lisângela Anversa Felice Maria Enilza Pinto Corrêa Freitas professora colaboradora de artes Elieti Viana Trindade


Cocarzinho Colorido

Alexandre Chaves de Oliveira, Diogo de Los Santos da Silva, Érica Pinto Ferreira, Franciely dos Santos Siqueira, Gabriel Balaguer Guedes, Gabriela de Castro Rodrigues, Gabriely Martins Gonçalves, Julia Corrêa, Julia Maria Corrales de Oliveira, Karla Vitória Barrientos da Silva, Laura Teixeira Fontoura, Maria Vitória Siqueira Aranda, Natália Ávila Borges Figueiredo, Rafael Baldessari da Silva, Stefani da Rosa de Vargas, Taiana Romeiro Quiroga, Thayenne Dorneles Garais, Tieli Silveira Paiva.

Há muito tempo atrás... não! Há bem pouco tempo atrás, em uma aldeia isolada no meio da Floresta Amazônica, morava uma pequena indiazinha, muito encantadora e muito corajosa. Ela se chamava Tainá, mas era mais conhecida como Cocarzinho colorido, pois seu cocar era pequenino, como ela, e cheio de cores belas e vibrantes. Certo dia, quando estava na oca de sua mãe, esta lhe pediu que levasse uma cesta com frutas, suco de açaí e uma torta de pupunha, que tinha aprendido a fazer assistindo as receitas da Ana Maria Braga, para sua avó, que estava muito doente e internada em um hospital de

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos campanha localizado perto da aldeia, pois tinha sido atacada por uma cobra jararaca. A caminho do hospital, no meio da floresta, Cocarzinho se deparou com animais de espécies diferentes daquelas que ela conhecia e ficou surpresa. - Por Tupã! Que espécies são essas? São tão bonitas, mas, porque estão tão agitadas?! Como era uma indiazinha muito curiosa, decidiu perguntar pessoalmente a um deles: - Por que estão assim? Parecem tão assustados... Uma Arara-azul respondeu: - Somos espécies de animais em extinção e estamos fugindo do lobo traficante de aves e de peles. Se não fugirmos, nossas espécies serão deveras extintas. Cocarzinho, ao ouvir aquilo, ficou extremamente aterrorizada e decidiu ajudá-los. Logo, pensou consigo: “vou subir na árvore e tentar acertar esse lobo malvado”. Então, ela subiu em uma árvore, sentou-se em um dos galhos, sacou seu arco e flecha e ficou à espera do lobo. Depois de algum tempo, escutou barulhos vindo do meio da floresta e ficou atenta. De repente, surgiu um lobo, armado com um rifle, cordas e paus. Sem hesitar, atirou. Ele, ferido, e sem saber de onde veio a flecha exclamou: - Ai meu popozinho! Ai meu popoziiiinho! Quem está aí? É você, seu lobo malvado? Cocarzinho, ao ouvir isso, percebeu que não se tratava do lobo que ela estava esperando. Desceu da árvore, envergonhada pelo engano que cometeu, pois confundiu aquele lobo com o lobo traficante. - Desculpe-me, senhor lobo. Eu o confundi com um lobo traficante de aves e de peles que está capturando animais e levando suas espécies à total extinção! Disse Cocarzinho. O lobo caçador rapidamente respondeu: - Eu também estou à procura daquele maldito lobo! Sou um lobo também, mas sou um lobo caçador de lobos fora da lei. Esse lobo vende os animais para a raça humana fabricar sapatos, casacos, bolsas, tudo por um preço muito caro e às custas desses pobres animais.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Mais aterrorizada do que já estava com tudo aquilo, Cocarzinho decidiu se juntar ao lobo caçador para prender o lobo traficante e evitar que ele continuasse com a caça ilegal desses animais indefesos. Ela subiu na árvore novamente e o lobo caçador, após preparar uma armadilha para o lobo malvado, escondeu-se. Instantes depois, o lobo traficante apareceu à procura dos animais que estavam fugindo. Foi, então, que Cocarzinho atirou sua flecha no braço do lobo traficante. Na ponta, ela continha o extrato de uma planta que causava tontura. Juntamente com a dor, o lobo ficou tonto e tropeçou em uma pedra que tinha sido colocada pelo lobo caçador propositalmente para que ele tropeçasse e caísse na armadilha que estava a sua espera. E foi assim que Cocarzinho e o lobo caçador conseguiram capturar o lobo traficante e salvar as espécies da total extinção. Cocarzinho, muito feliz e orgulhosa de si mesma por ter impedido a extinção das espécies, sentiu-se na obrigação de continuar ajudando esses animais tão indefesos que nada podem fazer em relação a isso, apenas esperar pelo trágico fim, que é atender a demanda de uma sociedade humana egoísta que não respeita os animais e pensa apenas na sua própria espécie. Lembrou-se de sua avó e foi correndo até o hospital; não só para levar os doces, mas, também, para contar a aventura que viveu: salvou animais da sua fauna da completa extinção.

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Touka vermelha Alexandre Chaves de Oliveira

Era uma vez uma menininha encantadora, mas meio impaciente, de cabelos ruivos, cheias de sardinhas espalhadas pelas bochechas, de olhos levemente puxados, que amava os animais e vivia em um vilarejo afastado da cidade que tinha ali perto. Uma das pessoas que mais a amava era a sua avó, que estava sempre tricotando blusas de lã (que por sinal eram bem bregas porque ninguém comprava, e ela tinha um estoque gigantesco no porão de sua casa). Certa ocasião, comprou na cidade um moletom cinza e tricotou uma touca de lã vermelha e deu para a menina deixando-lhe com a aparência meio “hipster”. A menina usava tanto o conjunto que ficou conhecida no vilarejo como Touka vermelha (sim, touca com K, ela queria inovar um pouco). Em uma tarde de frio, sua mãe lhe disse: - Amorzinho...

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos

- Mãe, poxa! Já falei mil vezes para não me chamar assim. Falou a menina. - Desculpe amorzi... Quer dizer filha. Só queria que levasse esta torta de limão da padaria, que compramos quando fomos à cidade para a sua avó. Retrucou a mãe. - Tá bom, eu vou lá. Falou a menina. Sua avó morava não tão longe do vilarejo, mas isolada no meio de uma floresta repleta de lindos pessegueiros (para constar era primavera). Mal pisara na floresta e tirou do bolso um iPhone de última geração, e como qualquer jovem começou a jogar o mais novo jogo: “Pokémon Go”. Distraída, perdeu-se do caminho em que estava. Ficou horas procurando novamente o caminho quando começou a anoitecer e ela passou por uma placa dizendo: “Esta é uma floresta rica em fauna, proibido caça!” Naquela placa havia imagens dos animais que tinham a caça proibida e suas características. Ela ficou mais um tempo à procura da casa de sua avó e foi quando se deparou com um lobo, que rosnando a perseguiu até que por sorte chegou na casa de sua avó. Desesperadamente, ela começou a bater na porta, mas estava trancada e ela não conseguia entrar. Sentou-se na porta chorando, quando teve a ideia de jogar a torta para ele comer. E foi o que ela fez: ela percebeu que o lobo estava com muita fome. Depois de ele comer, a menina fez amizade com o lobo e começou a brincar com ele na frente da casa, quando se deu conta que ele era um lobo de uma espécie ameaçada de extinção, como havia visto na placa há pouco tempo. De repente, ela escutou um barulho saindo da floresta. Ficou atenta e com medo. Foi quando pulou de uma moita um caçador e com sua espingarda atirou no lobo. Revoltada, Touka gritou: - Por que fez isso?! - Não se intrometa onde não é chamada, pirralha. O caçador respondeu enquanto fugia com o lobo nas costas. Indignada com atitude do caçador, Touka tentou ligar para a polícia, mas a bateria do seu celular tinha acabado. Brava, pulou a janela

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos da casa de sua avó, que estava dormindo, e lhe acordou contando a história. As duas, então, decidiram ligar para a polícia: - Alô, quero fazer uma denúncia: um caçador matou um lobo ameaçado de extinção na frente da casa da minha avó. Falou a menina rapidamente. - Como? Disse o policial do outro lado da linha. - Isso que você entendeu! Gritou a menina. - Tá, mas onde fica a casa de sua avó, menina? Perguntou o policial. - No meio da floresta de pessegueiros perto do vilarejo. Falou Touka, sem titubear. - Ok, estou acionando as viaturas. Depois de um tempo as viaturas chegaram na casa da vovó. Touka subiu na viatura e começou a perseguição ao caçador juntamente com a polícia. Touka orientou em que direção o caçador tinha ido. Eles acharam e algemaram o caçador. Agradecido o policial falou: - Obrigado! E desculpe a briga no telefone. - “Não foi de quê! Podepá!” Touka respondeu. Os policiais deixaram Touka na casa dela. Quando ela abriu a porta sua mãe começou a gritar: - Toouka!!! Você sabe que horas são?! Perguntou a mãe. - Não. Touka, confusa, respondeu. - Olhe para a janela! Disse a mãe para Touka. Ela olhou e nem tinha notado que tinha amanhecido. Touka contou tudo que havia acontecido para sua mãe, que ficou feliz com a atitude de Touka para com os animais, principalmente com aqueles que estão em extinção. Touka cresceu e seguiu seu sonho, se tornou uma grande pesquisadora e ativista dos animais e construiu um dos maiores centros de proteção aos animais em extinção do planeta.

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Cinderela e a luta pela preservação Erica Pinto Ferreira

Era uma vez, numa aldeia distante, um casal muito rico que adorava cuidar dos animais. Infelizmente, ao dar à luz, a mulher acabou falecendo, mas deixando uma bela menina, a quem o pai chamou de Jady. Assim como a falecida mãe, Jady tomou o ofício de preservar os animais. Os anos se passaram, e seu pai casou-se com uma mulher chamada Rebeca. A madrasta de Jady tinha duas filhas, que só se importavam com jóias e com riquezas. Certo dia, o rei mandou convites para todas as pessoas da alta sociedade para um baile. Cinderela (como era chamada, porque depois da morte de seu pai ela tinha virado praticamente empregada da madrasta e das suas duas filhas), queria ir ao baile para se sentir feliz, pois o único momento de felicidade era o que passava com os animais que ela tanto amava. Mas Rebeca não a deixou ir, disse que a moça fica-

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos ria em casa fazendo as tarefas domésticas e, além do mais, não tinha roupa para ir ao baile, afinal, àquelas alturas, nenhuma costureira iria conseguir fazer um vestido a tempo. Cinderela ficou muito triste. No dia do baile, estava inquieta, pois estava com muita vontade ir. Então, ela pegou o vestido que sua mãe tinha usado no seu casamento e também um par de sapatos. Alguns minutos se passaram e... - Toc! Toc!, - Ué? Quem será essa hora? Então, ela desceu rapidamente e quando ela abriu a porta, a moça quase não acreditou: era o cocheiro, dizendo que ela deveria ir apressadamente, porque o baile já tinha começado. - Mas como você sabia que eu iria? Perguntou Cinderela. O cocheiro respondeu: - Eu vi que você estava se arrumando para ir. Conheço você desde que você nasceu e sua mãe também. Você, assim como ela, ama a natureza e os animais. Trata-os bem. Diferente da sua madrasta e suas duas filhas. Vamos, apresse-se! Eu vou te levar! Ao chegar, Cinderela viu que tudo naquele palácio era lindo! Mas Cinderela olhava o tempo inteiro para o relógio, porque à meia-noite ela teria que partir para que o cocheiro tivesse tempo de deixá-la em casa sem que sua madrasta percebesse. Naquele momento o príncipe convidou-a para dançar, eles dançaram até que tinha chegado meia-noite. Então a moça disse para o moço: - Já é meia noite! Disse Cinderela, que partiu rapidamente. A moça saiu num “zap” e infelizmente deixou seu sapato para trás. Foi direto para a carruagem e foi-se embora para casa, antes que Rebeca chegasse. O moço então pensou consigo mesmo: “Vou achar esta linda mulher.” No dia seguinte ela estava colhendo flores e brincando com seus amigos animais, como sempre. Afinal, nada fazia Cinderela mais feliz do que estar com eles. Ela, depois daquilo, foi para casa e, quando chegou, ficou sabendo no almoço, quando as irmãs e a madrasta conversavam, que alguns animais da floresta da cidade estavam entrando em extinção devido à caça ilegal.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Cinderela ficou pasma com o que ficou sabendo. Então, decidiu falar com seus amigos animais lá da floresta, que há tempos não via para saber o que estava acontecendo. Ao chegar lá, os animais lhe disseram que os seres humanos são assim, matam os animais apenas por esporte. Cinderela ficou mais pasma do que já estava. Mas ficou mais ainda quando ficou sabendo que o príncipe era o principal caçador de uma das espécies de elefantes selvagens que estavam entrando em extinção. Depois daquilo, Cinderela voltou pra casa e todos foram dormir. Cinderela pensou no que tinha ficado sabendo. A noite passou, e o dia já tinha raiado, a madrasta, então, mandou Cinderela colher algumas frutas que havia ali perto. O dia era de sorte! Ela conseguiu pegar o máximo de frutas quando, de repente, viu o príncipe chegar em sua carruagem. Ele todo nervoso perguntou: - Você?! Então és tu que me encantou naquele baile?! - Sim, e que surpresa tive quando descobri que você caça elefantes ilegalmente, afinal, isso é proibido pelo rei. O príncipe ficou todo sem jeito e tentou mudar de assunto, falando do sapatinho que ela havia esquecido e que estava apaixonado por ela. - Tudo bem. Eu também me apaixonei por você. Mas caso-me apenas com uma condição: pare de caçar animais e me ajude a preservá-los, pois eu gosto muito deles e eles devem viver em paz, assim como nós, seres humanos. O príncipe não pensou duas vezes e aceitou a imposição da amada. Os dois se casaram, Cinderela virou princesa e suas irmãs morreram de inveja. Os animais ficaram mais protegidos, afinal, agora o príncipe é quem estava cuidando pessoalmente da preservação dos animais do reino, juntamente com Cinderela.

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Branca e a extinção dos animais Franciely dos Santos Siqueira

Em uma terra muito distante chamada Nevelândia, há muitos quilômetros de distância e em que todos os dias nevava, morava uma garotinha doce, bondosa. Ela era Banca como a Neve e tinha os lábios avermelhados que lembravam o sangue. Por isso, era chamada de Branca dos lábios Vermelhos. Ela era encantadora e todos a amavam. Seus melhores amigos eram os animais e juntos se divertiam muito. Branca vivia com sua avó e seu pai, que era o rei. Todas as tardes, Branca sentava-se no alto de uma montanha, para observar o pôr-do-sol com seus amigos e para avistarem a bela floresta que se enxergava lá de cima. Mal sabia ela que, por trás de toda aquela beleza encantadora, havia um lugar no qual animais belos estavam sendo ameaçados de extinção. Com seu pai, Branca e sua avó, morava sua madrasta que odiava os animais. Certo dia, Branca acordou e não encontrou mais os seus amigos animais no castelo. Dias se passaram e a tristeza de Branca só aumentava. Seu pai,

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos muito ocupado, nunca teve tempo de dar atenção à sua filha. Mas a madrasta, ainda não contente, resolveu desaparecer com Branca também, pois não aguentava mais ela chorando por causa desses tais animais. Pediu ao caçador que matasse Branca assim como fez com os animais. Mas o caçador não teve coragem de fazer com Branca o que havia feito com os animais. - A princesa é muito jovem para morrer! Não tenho coragem de fazer isso. Sussurrou o caçador. Então, deu a ela um suco de uma fruta que havia na floresta e que faria com que Branca desmaiasse por três dias. Os dias se passaram e no castelo ninguém havia sentido falta de Branca. Na floresta, ela de repente acordou, rodeada de anõezinhos, quando, assustada, gritou: - Quem são vocês? Onde estou? Entre essas perguntas nenhuma resposta... Um anão todo atrapalhado falou: - Somos os 7 anões, vivemos aqui na floresta tentando preservar a vida dos animais. Branca não perdeu tempo e logo falou: - Vocês viram os meus animais por aí? Vocês podem me levar até eles? Os anõezinhos todos juntos falaram: - Claro que sim, nos acompanhe! Branca foi observando a beleza de toda floresta juntamente com os anões. Mas não os encontraram. Foi quando um dos anões disse: -Temos três opções: ou eles fugiram ou foram mortos por caçadores ou raptados por traficantes. Branca ficou aterrorizada com o que ouviu. Então eles procuraram, procuraram, mas só encontraram estruturas ósseas e peles no meio do caminho. Ficaram assustados. Um dos anões que tinha o dom de falar com os animais perguntou a um pequeno passarinho: - Você os viu? O passarinho respondeu: - Sim, uns foram raptados por traficantes e a maioria foi morta por caçadores. Branca entrou em desespero, porque os animais que moravam no

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos castelo com ela estavam ameaçados de extinção e por isso ela protegia eles. Foi aí que Branca percebeu que a vida dos animais não era nada fácil, pois os seres humanos faziam isso para os animais servirem as suas futilidades. Um dos anões, tentando resolver o assunto, perguntou para Branca: - Branca, você podia nos levar até seu rei? Branca respondeu: - É longe para irmos, irá demorar uns dois dias. E ainda por cima, meu pai que é o rei, não dá a mínima bola para mim e muito menos para os meus amigos animais. Os anões então falaram: - Não tem problema, vamos salvar o resto dos animais antes que seja tarde demais. Branca mostrou o caminho e foram todos juntos ao castelo. No caminho, Branca comentava que não sabia se isso ia dar certo pelo simples fato de seu pai não dar atenção a ela. Ao chegarem, foram ao palácio falar com o rei. Depois de muitas tentativas, o rei decidiu ajudá-los. Então, ele decidiu colocar guardas-florestais espalhados por toda floresta e abrir uma investigação para saber quem sumiu com os animais que estavam no castelo. Enquanto isso, Branca e os sete anões ficaram no castelo por três dias, e a madrasta, falsa, sendo superbondosa e atenciosa com eles na frente do rei. Até que surgiu um dos guardas e entrou na sala do rei juntamente com o caçador; o caçador foi obrigado a falar tudo que havia acontecido e quem estava por trás de toda essa confusão. Em seu depoimento ao rei, o caçador contou tudo: que foi a madrasta de Branca que havia o contratado para dar um fim nos animais e que depois pediu que desse um sumiço em Branca, pois não aguentava mais a falácia sobre os animais e a choradeira de Branca. Depois disso, o caçador argumentou: - Eu fiz isso para garantir o dinheiro que ela havia me prometido. O rei, furioso, exclamou: - Temos que dar um castigo nessa mulher, pois, além de ter feito mal para minha filha, fez algo de muito ruim para os animais do meu reino, que eram amigos de Branca. Tragam-na até mim.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Minutos depois, os guardas do rei trouxeram a rainha na presença do rei. Furioso, ele falou: - Isso que você fez foi imperdoável! Você matou os animais que Branca protegia, porque estavam em extinção e que eram amigos de Branca. Ainda por cima, colocou a vida da minha filha em risco. Apesar de ser a rainha, não será perdoada. A partir de hoje, viverás na floresta, como os animais e terá a missão de protegê-los, assim como fazem os sete anões. Assim, poderás ver de perto o quanto eles sofrem com as atitudes dos seres humanos. Nesse momento, Branca percebeu o quanto o rei gostava sim dos animais e entendia sua preocupação com eles. A rainha foi levada para a floresta, para cumprir sua pena, os sete anões despediram-se do rei e voltaram para floresta e Branca, triste por ter perdido seus amigos, mas feliz por ter salvado tantos outros, agora que o rei realmente se importa com os animais da floresta e tinha baixado um decreto, dizendo que estava extremamente proibida a caça de animais em todas as florestas do reino.

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Bela adormecida em um novo mundo Gabriela de Castro Rodrigues

Em um lugar muito distante, no meio de uma floresta linda e cheia de flores, havia um reino governado por um lindo casal: a rainha Maria, que tinha o dom de falar com os animais, e o rei Frederico, que tinha o dom de falar com as plantas. Eles tinham um sonho, que era ter um(a) filho(a). Certo dia a rainha foi até um rio perto de sua casa e começou a falar sozinha: - Por que será que não consigo ter o tão desejado filho? Saída do rio, uma rã falou: - Não se preocupe minha rainha! Ainda este ano você terá uma princesa. Assim como o sapo havia dito, nove meses depois, nasceu a tão desejada filha, que ganhou o nome de Aurora. O rei decidiu fazer uma festa para comemorar a chegada da tão so-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos nhada filha e mandou convites para todas as fadas do reino. - Mande esses convites para todas as fadas. Disse o rei ao carteiro real. O carteiro respondeu: - Vossa alteza, são treze fadas e aqui tem apenas doze convites. O rei retrucou: - Vou convidar doze das fadas e a que está sempre me dando problemas não vou convidar. O carteiro respondeu: - Está bem, vossa alteza. A fada que não foi convidada ficou irritadíssima com o rei e jurou vingar-se. Todas fadas levaram sentimentos e ações positivas para a princesa recém-nascida. Mas, quando a décima terceira fada chegou, na festa, ela lançou um feitiço para Aurora: quando chegasse aos seus quinze anos ela iria morrer. Desesperados, os pais de Aurora pediram para as fadas retirarem o feitiço, mas elas disseram que não conseguiriam reverter o feitiço, apenas amenizar o que foi feito: nessa data, todo reino iria entrar em um sono profundo. Passaram-se os anos e tudo ocorria bem, até que, na comemoração dos quinze anos de Aurora, seus pais lhe falaram que teriam que sair e que não poderiam comemorar seu aniversário junto a ela. Os pais tinham medo do feitiço, que dizia que Aurora espetaria o dedo em alguma coisa pontiaguda e entraria em sono profundo juntamente com todo o reino. Aurora, triste, saiu caminhando até encontrar uma vovozinha costurando e falou: - Olá senhora! A idosa respondeu: - Olá! - Nossa, que legal! O que a senhora está fazendo? Perguntou Aurora. A vovó respondeu: - Estou costurando. Quer tentar? No primeiro toque que ela deu na agulha, enxergou o sangue escorrer pelo dedo e a fada, que estava disfarçada de velhinha costureira, gargalhando por ter conseguido se vingar do rei. Depois disso, entrou

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos em um sono profundo juntamente com todo o reino. Muitos séculos se passaram até que um dia um pai estava contando para seu filho a lenda de uma princesa muito bonita e que estava adormecida juntamente com toda a corte em uma floresta ali perto. O moço ficou muito curioso e decidiu ir até o local. Quando chegou, apaixonou-se por Aurora só de olhar e a beijou, para ver se a lenda era realmente verdadeira. Após a beijar, Aurora acordou. - Onde estou? O que está acontecendo? Perguntou Aurora, assustada. Ele respondeu: - Você ficou adormecida por muito tempo e só um beijo de amor verdadeiro iria acordar. Aurora não estava entendendo nada, pois não reconhecia aquele lugar e muito menos aquele moço com roupas estranhas. De toda a forma, ela agradeceu ao moço e retribui com um abraço. Depois, foi desesperadamente atrás de seus pais, para ver se tinham acordado também. Mas, ao passar pelos corredores onde um dia era um castelo e tinha belas árvores, não enxergava mais aquilo. - Por que o lugar está assim? E as árvores, e as plantas com quem meu pai conversava? Perguntou Aurora, espantada. Ele respondeu: - Com o passar dos anos, essa parte da floresta foi sendo esquecida. - Eu até entendo, mas e as árvores? E os animais? Onde estão? - Com o passar dos anos, o ser humano foi deixando a natureza de lado e só se preocupando com o dinheiro. As árvores daqui provavelmente foram vendidas para algum fim e nunca ninguém replantou uma planta sequer. Aurora pegou o moço pelo braço e levou até os seus pais. Deu um abraço neles e falou: - Vamos até o jardim, preciso mostrar para vocês como ele está! Seus pais, ao chegaram lá, ficaram apavorados com o que viram: não havia mais árvores, não havia mais plantas, não havia mais animais, não havia mais nada. O rei até tentou falar com algumas plantas que haviam por ali, mas de nada adiantou, pois já estavam sem vida. A rainha gritou para que algum animal a ouvisse, mas devido ao desma-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos tamento, nenhum respondeu, pois ali já não habitava animal algum. O rei ficou muito irritado e deu ordem para que tudo fosse replantado novamente, mas o moço lembrou que já era outra época, e que ele não era mais um rei. Toda a corte ficou triste, principalmente o rei e rainha, que haviam perdido seus melhores amigos: as plantas e os animais. Então, o rei que não era mais rei decidiu que a partir dali iria lutar pela natureza, pois a sensação ao ver as árvores e as plantas desmatadas quando acordou foi horrível. E assim foi, com a ajuda do moço que acordou Aurora, eles espalharam panfletos por toda a cidade alertando sobre os malefícios que o desmatamento pode trazer. Dias depois, eles se juntaram na frente da prefeitura, mas o prefeito não gostou do que viu, pois não se importava com o meio ambiente. Foi aí que o moço teve uma ideia genial: revelar que Aurora era a Bela Adormecida, aquela da lenda que todo mundo já escutou na escola e que a maioria das pessoas que estavam ali faziam parte da corte que estava dormindo. - Senhor prefeito! Nos receba, pois estas pessoas que estão aqui fazem parte da corte da Bela Adormecida. E esta aqui é a própria Bela Adormecida. O prefeito ficou espantado com o que ouviu e decidiu que iria recebê-los. Depois de muita conversa, o prefeito concordou em criar projetos de preservação ambiental, para que nunca mais acontecesse em sua cidade o que aconteceu com Aurora e seus pais.

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A nova Bela Adormecida Gabriely Martins Gonçalves

Muito tempo atrás, vivia em uma cidadezinha pequena, uma menina muito linda, esperta e muito curiosa. Ela era loira e tinha os olhos castanhos claros. Seu nome era Aurora. A cidade onde ela morava era perto de uma floresta que estava sendo desmatada. Certo dia, quando Aurora não tinha nada o que fazer em sua casa, decidiu que queria ir até a tal floresta para ver tudo aquilo de perto. Então, ela disse a sua mãe que iria até lá e foi o que ela fez. Ao chegar lá, ela ficou aterrorizada ao ver que todas aquelas árvores que estavam ali simplesmente sumiriam, apenas pelo capricho do homem. Então, ela voltou para casa pensando: “o que vou fazer para conseguir impedir essa crueldade com a nossa floresta?” Ao chegar lá ela contou à sua mãe o que tinha visto: - Mãe, você viu o que estão fazendo com a floresta? Sua mãe respondeu: - Sim, mas mesmo assim, minha filha, não podemos fazer nada.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Aurora então falou: — Tem sim, vou arrumar um jeito. Ela andou até a floresta, pensando em uma maneira de impedi-los. Ao chegar lá, ela encontrou a responsável pelo absurdo que estava acontecendo; era uma mulher muito bonita, mas de acordo com os que conheciam ela, era muito brava e gananciosa. Ela disse, então, a seus empregados: — Andem seus inúteis!!!! Preciso que toda essa floresta vire madeira o quanto antes. Ao ouvir aquilo, Aurora ficou com muita raiva e teve uma ideia muito arriscada, mas mesmo assim a fez. Ela subiu em uma das árvores, sentou-se em um dos galhos e disse que só sairia dali quando eles parrassem de desmatar, e se quisessem derrubar a árvore eles teriam que a derrubar com ela em cima. Mas, infelizmente, aconteceu algo terrível: Aurora caiu do alto da árvore e acabou batendo a cabeça. Um dos jovens que estava trabalhando na floresta, ao vê-la no chão, saiu correndo imediatamente e a socorreu e levou-a até o hospital. Aurora tinha entrado em coma e, de acordo com os médicos, era bem possível que ela não resistisse por conta da pancada muito forte em sua cabeça. O jovem que a socorreu a cuidou durante todos os dias em que ela esteve em coma. Durante todo esse tempo, a floresta foi quase totalmente destruída e todos os animais e plantas que ali existiam simplesmente sumiram. Quando completaram 10 anos em que Aurora tinha entrado em coma, os médicos pediram para os familiares dela que autorizassem o desligamento dos aparelhos. Eles ficaram muito tristes, mas como não tinha mais o que fazer eles então autorizaram. Antes, eles pediram para que o homem se despedisse de Aurora. O jovem, que agora já era um homem, muito triste foi se despedir dela e deu-lhe um beijo. Mas algo inexplicável então aconteceu: o beijo acordou Aurora do coma. Como tudo tinha mudado e ela não conhecia mais nada e ninguém, inclusive aquele homem que tinha a beijado, o homem, com muita paciência e dedicação, explicou tudo que tinha acontecido.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Um tempo se passou e Aurora estava totalmente recuperada. O homem, então, foi mostrá-la o que tinha sobrado da floresta que ela tanto protegeu. Ao chegar lá, Aurora ficou chocada, pois tinha perdido 10 anos de sua vida para tentar impedir tudo aquilo e isso não tinha adiantado em nada. Mas como Aurora não era de desistir fácil de suas metas, resolveu que iria fazer com que a floresta existisse novamente. — O que você acha de replantarmos tudo por aqui e criarmos uma ONG para proteger essa e outras florestas? Disse Aurora ao homem que lhe cuidou por todo o tempo que esteve e coma. O homem respondeu: — Ótima ideia, Aurora. Eles criaram vários projetos para poder plantar todas as árvores novamente, pois elas são muito importantes para nós, sem elas seria quase impossível de se viver na terra. Tempos depois, a ONG se expandiu muito e conseguiram que a maior parte das árvores fossem plantadas novamente. Ao longo do tempo, Aurora foi se apaixonando por aquele homem que fez tanto por ela. No fim da estória, eles casaram-se, viveram felizes para sempre e sua ONG continuou protegendo as florestas e tudo que há nelas.

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Cinderela e o concurso que mudou sua vida Gustavo Relly

Em um lugar muito distante, existia uma cidade, com uma grande população, mas muito poluída. O prefeito, sabendo disso, decidiu fazer um concurso para que todos os moradores deste lugar dessem uma ideia para limpar a cidade. Quem ganhasse teria como prêmio uma festa. Uma jovem conhecida como Cinderela, que morava num lugar longe dessa cidade e que tinha uma péssima madrasta com duas filhas piores ainda, soube desse concurso e se inscreveu. No dia do concurso, Cinderela ia inscrever sua ideia no concurso, mas a madrasta chegou e disse: - Como alguém como você ousa participar deste concurso? Só pode ser uma das suas irmãs a ganhadora. Você não tem capacidade! Mesmo assim, Cinderela continuou. A madrasta, que era muito má e vendo o inevitável sucesso de Cinderela, pensou:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Vou disfarçar minha filha mais velha de Cinderela. Planejou e cumpriu: a madrasta disfarçou sua filha preferida e trancou Cinderela no sótão da casa. Mas isso não a pararia. Cinderela, com raiva, fugiu pela janela e foi a pé, mas se cansou já que a cidade era longe demais. Cansada e sem esperança nenhuma de chegar, sentou-se e começou a chorar. De repente, uma mulher apareceu em sua frente: - Minha filha, sou a sua fada madrinha. A menina, assustada, disse: - Ora, não existem fadas madrinhas. Isso são apenas estórias para crianças... - Então como eu faço isto? Disse a senhora. E num passe de mágica, um carro apareceu para que Cinderela pudesse ir até a cidade. Chegando lá, viu a irmã disfarçada, subiu no palco do concurso e gritou: - Essa ideia é minha! Eu sou a verdadeira Cinderela. O prefeito, sem saber o que estava acontecendo, pediu que Cinderela mostrasse sua identidade. Então ela fez isso, a irmã foi desmascarada e ela pode concorrer. Sua ideia era muito simples: os moradores tinham apenas que cuidar dos rios e das ruas da cidade, não jogar mais lixos e resíduos. O prefeito e toda população que estava na praça custaram a entender o que era aquilo, mas, depois de um tempo, perceberam que Cinderela estava lhes dando um lição de moral. Depois que todos entenderam aplaudiram Cinderela e perceberam o que deveriam fazer de agora em diante.

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Branca de Neve, a heroína por opção Julia Corrêa

Muito tempo atrás, num palácio no meio de uma floresta, havia uma princesa de 17 anos chamada Isis, mas era mais conhecida como Branca de Neve, pois sua pele era branca como a neve. Seu pai, o rei Cristian, era viúvo. Certo dia, o pai de Branca resolveu se casar. O nome da nova noiva era Alana, que era tida como a mulher mais linda do reino. Todos os dias a madrasta de Isis saía à tarde (ela sempre ia para a floresta), pois era uma bruxa, e como qualquer outra, era muito má. Então, resolveu fazer maldades para Isis, que, segundo o espelho mágico da nova rainha, era a mulher mais bela do reino. Branca já desconfiava da madrasta e resolveu segui-la. Mas como a madrasta era uma bruxa, sabia que Branca a seguiria. Foi então que a madrasta atirou um feitiço sobre ela para que se perdesse no meio da floresta. Chegada a hora em que a madrasta iria sair, Branca resolveu

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos sair antes para poder seguir cada passo dela. Andaram, andaram e andaram, até que Branca percebeu que havia se perdido. Desesperada, correu à procura de ajuda. Encontrou uma casinha, no meio do nada, parecia abandonada. Branca chegou mais perto, e não avistou ninguém. Bateu, bateu, bateu e nada. Então resolveu entrar. Ela entrou e encontrou caminhas minúsculas, primeiro pensou que fossem caminhas de crianças, pois eram muito pequenas. Branca como estava exausta não ligou muito para isso e resolveu juntar as camas e tirar uma soneca. Passaram-se horas até que os donos da casinha chegaram. Após verem uma pessoa gigante deitada em suas caminhas, resolveram acordá-la e perguntaram o que ela estava fazendo ali. Branca, muito assustada, respondeu: - AHHHHHHH!!!! O que vocês estão fazendo aqui? Desculpe-me eu estava muito cansada e, como encontrei esta casinha, resolvi descansar aqui. Disse Branca. - Você invadiu a nossa casa. Disseram eles, furiosos. - Me desculpem! Como vocês se chamam? Perguntou Branca, um pouco mais calma. - Somos os 7 anões, esses são: Nando, Douglas, Lucas, Matheus, Derik e Jorge, e eu me chamo Jair. Disseram eles. - Prazer, eu sou a Isis, filha do rei, mas me chamem de Branca de Neve. - Como você veio parar aqui? Perguntou um dos anões. - Eu estava seguindo minha madrasta, mas me perdi. Respondeu Branca. Os anões se olharam e um deles falou: - Você sabia que sua madrasta, a nova rainha, é a bruxa que polui os rios do reino? - Minha madrasta, mulher do meu pai, uma bruxa? - Sim, ela polui a floresta inteira e isso acaba refletindo na cidade também, pois sabemos que não há mais peixes e água potável para beber. É uma bruxa que não gosta da natureza, simplesmente porque a natureza é mais bonita do que ela. Disse outro dos anões. Branca ficou triste com o que ouviu, apesar de já desconfiar que a

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos madrasta não gostava dela, mas não imaginava que ela estava fazendo isso. Então, Branca e os anões decidiram fazer alguma coisa para acabar com isso. Bolaram um plano: - O plano é o seguinte: temos que filmar a bruxa jogando os feitiços e mostrar para o rei. - Sim, temos que fazer isso. Meu pai acha que são os súditos que estão fazendo isso com os rios. Disse Branca aos anões. Então, eles foram a floresta para ver se encontravam a madrasta de Branca. E sim, encontraram. Ela estava jogando feitiços no rio que fornecia água para todo o reino. O cheiro de peixe morto era horrível naquela parte. Foi quando um deles pegou o celular e começou a filmar tudo aquilo que a malvada da madrasta estava fazendo. Depois disso, eles correram para o palácio para poder mostrar o vídeo para o rei! Correram, correram até que chegaram. - Papaiiiii, papaiiii, tenho que lhe falar algo muito importante! Disse Branca de Neve. - O que foi minha filha? Perguntou o pai, curioso. - A sua esposa, ela é uma bruxa, olha só esse vídeo! Respondeu Branca, ofegante. Após ver aquele vídeo, o rei ficou chocado com as atitudes de sua esposa e mandou prender a madrasta pelas maldades que estava fazendo contra a natureza, contra o reino. Com a prisão de Alana, os rios foram voltando ao normal e novos peixes foram nascendo. Bom, nem todos viveram felizes para sempre, porque, afinal, a madrasta foi presa por ter prejudicado a saúde dos seres que vivem nos rios e das pessoas também. Mas, com os dias que a bruxa passou na prisão, percebeu que tudo o que fez não a levou a nada, ou melhor, levou sim, ela foi parar atrás das grades. Tudo isso por se achar mais bela que a natureza. Coisa que é impossível para qualquer ser humano.

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João e Maria e o desmatamento Julia Maria Corrales de Oliveira

Muito tempo atrás, em uma pequena fazenda Matogrossense, vivia uma família. Lá moravam duas crianças, chamadas João e Maria, junto de seu pai e sua madrasta. A madrasta sentia muita inveja das crianças, pois seu marido vivia dando presentes caros para as crianças e também mais atenção para elas. O maior desejo da madrasta era ver as crianças bem longe. Certo dia, a miséria tomou conta da família. Foi então que a madrasta colocou a culpa nas crianças e pediu ao marido que abandonasse as crianças na floresta. O pai recusou a proposta diversas vezes, mas, depois de pensar muito, decidiu que deixaria os filhos na floresta. Após limpar as lágrimas, deu a seus filhos algumas pequenas migalhas de pão e algumas sementes. Depois, deu um beijo na testa de cada filho, virou as costas e voltou para a sua casa, muito triste de sua decisão. Mas João e Maria já sabiam dos planos da madrasta e do pai

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos e por isso trataram de começar a construir uma cabana com alguns cipós, gravetos e folhas grandes. - João, temos que começar a fazer uma fogueira, pois está começando a anoitecer. Falou Maria. Os dois trataram de começar a fazer a fogueira. O garoto pegou alguns gravetos e duas pedras e começou a esfregar uma na outra. Depois que João acabou de fazer a fogueira, já estava noite; além da fogueira, a lua e as estrelas iluminavam a noite dos irmãos que se deitaram dentro da cabana, passando a noite ali. Ao amanhecer, ouviram um barulho muito estranho: - João, levante! Estou ouvindo um barulho estranho vindo das árvores. Então, João levantou assustado e pegou um graveto grande que estava no chão. - Quem está aí? Apareça! Falou João com as pernas bambas. - Olá, amigos! Disse um pequeno miquinho que estava se equilibrando em um cipó. Os dois irmãos se surpreenderam com o pequeno mico. - Quem é você? Perguntou Maria curiosa. - Nossa que indelicadeza a minha. Disse o mico enquanto descia do cipó. - Meu nome é Mike, sou um pequeno mico-leão-dourado. Quem são vocês e o que fazem nessa parte da floresta? João, impressionado com as habilidades do mico, respondeu: - Eu sou João e essa é minha irmã Maria. Nosso pai foi ganhar a vida na cidade e nos deixou aqui. E você, o que você faz aqui? Perguntou João. - Que horror, caros amigos... Bem, algumas semanas atrás eu e meus amigos estávamos indo nos apresentar em Cuiabá e decidimos dar uma descansada na floresta. - Como assim “apresentar’’? Perguntou Maria ao mico. - É que sou um mico de circo. Disse o miquinho entre cambalhotas - Bem... voltando ao assunto... quando estávamos descansando, alguns lenhadores começaram a cortar algumas árvores aqui por perto e muitos dos meus amigos saíram correndo muito assustados. Já que sou o mais velho, devo achar meus amigos. Disse o corajoso miquinho.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos João e Maria ficaram impressionados com o pequeno miquinho e decidiram ajudar. - Podemos tentar ajudar você a achar seus amigos? Falaram os dois irmãos. - Claro, qualquer ajuda é bem-vinda! Mike falou, entusiasmado. - Mas vocês conhecem a região? - Pode-se dizer que sim. Falou Maria. O miquinho andou de um lado para o outro e disse: - Ok, vamos nessa! Os três saíram floresta à fora. Novamente, Maria ouviu um barulho estranho, muito familiar a uma... - Serra elétrica! Exclamou Maria. João estava trêmulo, Maria assustada e Mike furioso. Os três se esconderam atrás de alguns arbustos e começaram a observar. - Meu Deus, eles estão devastando a floresta! Disse João. - João! Vá já agora falar com eles! Maria exclamou. - Você é louca? Você viu o tamanho desses caras?! Disse o menino aos credos. - Você é uma galinha ou um garoto? Perguntou Mike. Maria, indignada com a atitude do irmão, falou: - Então nós vamos lá todos juntos! Falou Maria, enquanto puxava o seu irmão pelo braço e o pequeno Mike ia logo atrás. Assim os três foram no meio dos lenhadores e Maria berrou: - Parem! Nesse momento todos desligaram as máquinas e olharam diretamente a Maria. - Menina, não me mata de vergonha! Sussurrou João no ouvido da irmã, mas, na verdade, ele estava era com medo. - O que pensa que está fazendo, garotinha? Perguntou uma velha com roupas de grife, bolsa importada, progressiva no cabelo e um salto muito alto. - Parem de cortar as árvores, não veem que estão danificando a floresta! Disse Maria aos berros. A velha olhou dos pés à cabeça para as crianças e deu risada: - Hahahaha! Queridinha já ouviu a expressão “Dinheiro não cai de

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos árvore’’? Pois então, para que ele venha, tenho que derrubar as árvores. Disse a velha em tom sarcástico. - O que você quer dizer com isso? Perguntou Mike. Bem, eu vou derrubar todas essas árvores e ficarei rica! Falou a velha dando as costas para os três. - Se vocês não pararem agora mesmo, vou ir até as autoridades ambientalistas! Berrou Maria. A velha, então furiosa, mandou os lenhadores a ajudarem com as crianças e o mico, pois as transformaria em seus escravos: Maria seria cozinheira dos lenhadores, João carregaria as toras de madeiras enquanto Mike iria ficar preso dentro de um trailer contando o dinheiro que a velha recebia. Durante dias, os três trabalharam exaustivamente e não tinham descanso. Um dia, enquanto Maria fazia biscoitos amanteigados para os lenhadores, notou que um deles tinha um Iphone 7s no bolso traseiro. Então, Maria pensou consigo: “Preciso pegar aquele celular e expor essa velha na rede”. Então, Maria colocou os biscoitos no forno, foi até onde seu irmão estava e se escondeu atrás de um caminhão próximo a ele. - João! Falou Maria para João, bem baixinho. - O que você quer? Falou João enquanto limpava o suor de sua testa. - Tenho um plano para sairmos daqui. Disse a garota entusiasmada. - Prossiga. Falou João aos suspiros. - É simples! Você apenas precisa chamar um dos lenhadores. Disse Maria ao irmão. - Como assim chamar um dos lenhadores? Perdeu a noção do perigo? Falou João apavorado. - João, vença seus medos! Você está preso a uma corrente. Disse Maria passando confiança para seu irmão. Então, João tomou coragem e chamou o lenhador: - Senhor lenhador! Preciso da sua ajuda! O lenhador, meio desconfiado, foi até o garoto. - É que...é...que...entrou uma farpa no meu dedo mindinho. Maria, rapidamente, pegou o celular do bolso e por sorte a chave que abria a porta onde Mike estava trancado.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Uma farpa, guri? Deixa eu ver... não tem nada aí, volte agora mesmo ao trabalho! Falou o lenhador. Maria voltou rapidamente para a cozinha e pela janela tirou muitas fotos e postou na rede como estava sendo devastada a região. Pouco tempo depois, enquanto os lenhadores almoçavam e a velha gastava seu dinheiro com compras online, um barulho assustou a todos. - O que é isto? Perguntou Mike apontando para o céu. - É um helicóptero! Maria disse, vibrante. A velha saiu de sua sala desesperada. - Meu Deus, a guarda ambiental! Berrou a velha. Os guardas prenderam a velha e os lenhadores. Os guardas disseram para as crianças que a velha estava sendo procurada no Brasil inteiro por desmatamento ilegal e a recompensa para quem a denunciasse e descobrisse seu paradeiro era de 15 mil reais. Com esse valor, João e Maria conseguiram voltar para casa salvar a família da miséria e a guarda ambiental acabou encontrando os amigos de Mike. Após ser presa, a velha foi obrigada pela justiça a replantar as árvores. Na cadeia, quando estava refletindo sobre o acontecido, ouviu uma frase dita por Mahatma Gandhi: “A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.” Pensou muito e prometeu para si mesma que nunca mais faria nada de mal para o meio ambiente, pois o desmatamento das florestas levou ela a este terrível momento.

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A real estória de João e Maria Julia Soares Jorgens

Era uma vez uma família que morava em uma cidadezinha muito pequena. Nessa família, havia quatro integrantes: Barbara, a madrasta, Matheus, o pai, e seus dois filhos João e Maria. A família estava passando por dificuldades financeiras, pois desperdiçavam muito dinheiro jogando comida fora, por exemplo. João e Maria eram muito mimados e não conseguiam ficar sem seu pai. Ele dava tudo o que as crianças pediam. Barbara não gostava muito das crianças, pois não conseguia a atenção que queria de seu marido. Ainda mais porque seu marido gastava muito dinheiro com as crianças, o que acabou agravando mais a crise financeira. Em uma noite, Barbara resolveu falar com seu marido sobre as crianças, sobre ele desperdiçar muito dinheiro com elas. Depois de discutirem muito, Matheus decidiu abandonar as crianças na floresta, o que ele não queria fazer. No dia seguinte, Matheus, antes de ir para a

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos floresta com as crianças, deu um pão velho para elas, pois não queria que seus filhos passassem muita fome. Quando estavam saindo de casa, João e Maria começaram a jogar migalhas de pão no chão, para saber o caminho de casa, pois já desconfiavam do que iria acontecer. Depois de serem abandonados na floresta, tentaram voltar pelo caminho das migalhas de pão, mas não acharam, pois as migalhas tinham sido comidas por passarinhos. - E agora, João, o que vamos fazer? Desperdiçamos o único alimento que tínhamos. Disse Maria a João. João, sem saber o que dizer e o que fazer, ficou quieto. João e Maria passaram fome porque não conheciam nenhuma fruta, nada que pudessem pegar para comer na floresta. Não tinham seu pai para dar tudo o que eles pediam. Tiveram que dormir ao relento, com muito medo do que podia acontecer. Duas crianças sozinhas na floresta, não tinham comida, não tinham uma casa, uma cama que pudessem dormir. E assim passaram a noite, pensando no que iria acontecer no dia seguinte. No dia seguinte, eles saíram para caminhar à procura da sua casa. De repente, eles acharam uma casinha no meio da floresta. Na frente dessa casinha, havia uma senhora bem velhinha que perguntou: - Por que estão sozinhos no meio da floresta? Os meninos, felizes por terem encontrado alguém que pudesse ajudá-los, responderam: - Nós fomos abandonados pelo nosso pai e estamos sem casa e sem comida. A senhora os convidou para entrar. Lá dentro, a velhinha perguntou de novo o que havia acontecido. A velhinha mostrou a eles que vivia apenas com as coisas que a natureza lhe dava, que não precisava de muito dinheiro. Também mostrou que a bela casa em que ela morava foi construída com o material da floresta, e o alimento delicioso que comia foi colhido na própria floresta. Na verdade, a velhinha lhes mostrou que não precisavam de muitas coisas compradas com dinheiro para viver, pois a natureza também podia oferecer o que precisamos. Além disso, perceberam que a família e eles mesmos não eram sustentáveis, ou seja, não foi por culpa

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos deles que a crise financeira começou, mas sim porque o pai e a madrasta não sabiam empregar bem o dinheiro que tinham e acabavam desperdiçando coisas como comida. Depois de comerem e dormirem na casa da velhinha, decidiram voltar à procurar o caminho de casa com a ajuda da senhora, pois ela conhecia bem a região. Depois de muito andar, encontraram o caminho de volta. A velhinha não quis acompanha-los até a casa, mas disse-lhes: - Lembrem-se das lições que lhes ensinei. Não precisamos de dinheiro para tudo, pois a natureza tem a função de nos oferecer o que precisamos. E assim ela se despediu. João e Maria ensinaram a família a ser mais sustentável financeiramente, já que, agora, buscavam na natureza a maioria das coisas que precisavam. Depois de tudo o que aconteceu, João e Maria aprenderam que não precisavam apenas de bens materiais para viver bem.

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Help animals Laura Teixeira Fontoura

Numa cidade chamada Zootopia, morava uma menina chamada Cinderela. Ela, sua mãe e suas irmãs participavam da ONG “Help animals”, que administra um parque ambiental na cidade. Esse parque tem andado muito estranho... Alguns animais estavam desaparecendo e preocupando os funcionários. A mãe de Cinderela estava na sala de câmeras quando ouviu um grito: - AAAAH! - O que está acontecendo? Perguntou a mãe de Cinderela. - Mais animais sumiram... Respondeu Cinderela. O pessoal da ONG estava aflito por causa disso e queriam saber como esses animais estavam sumindo. Cinderela, muito esperta que era, decidiu investigar por conta própria esse sumiço. Colocou algumas roupas diferentes e foi passear pelo parque para ver o que estava acontecendo. Certo dia, quando estava investigando pelo parque, um rapaz lhe chamou:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Olá, tudo bem? Onde estão os animais? - Oi! Parece que os animais estão desaparecendo. Disse Cinderela ao rapaz. - Como assim? Meu Deus! Tem algo que eu possa fazer pra ajudar? Perguntou o rapaz, assustado. - Olha, se quiser vir investigar comigo, tudo bem. Disse Cinderela. Então, os dois decidiram investigar o que estava acontecendo, mas o rapaz não sabia que Cinderela trabalhava na ONG. Depois de passearem pelo parque, não conseguiram descobrir nada. Foi então que Cinderela recebeu um Whats de sua mãe dizendo que ela e o pessoal da ONG iriam passear pelo parque para investigar. Cinderela saiu correndo e mal deu tchauzinho para o rapaz que estava lhe ajudando. O pessoal da ONG fez o passeio, investigou e nada encontrou de suspeito, porque ninguém podia imaginar que quem estava desaparecendo com os animais eram as irmãs de Cinderela, que também trabalhavam na ONG. Mas as irmãs de Cinderela eram muito inteligentes e perceberam que Cinderela estava investigando secretamente o sumiço dos animais e poderia descobrir o que elas estavam fazendo. Então, decidiram tirar Cinderela do caminho. Durante a noite, trancaram Cinderela dentro do porão de casa. Cinderela estava fora de circulação, mas o rapaz ainda estava encucado com o sumiço, pois gostava muito do parque e dos animais. Sim, ele continuou investigando o sumiço por conta própria. Durante a noite, foi até o parque e ficou lá, escondido. De repente, as irmãs de Cinderela pararam e desceram de um carro com umas caixas, e junto com as caixas caíram umas penas, iguais às dos animais que todos procuravam e dava para ouvir alguns gritos desses animais. O rapaz, discretamente, ficou a ouvir elas conversando: - E agora? Estão todos à procura dos bichos, temos que vender logo esses aqui! Disse uma das irmãs. - Relaxa, maninha. Cinderela não vai nos investigar e ninguém na ONG vai perceber, afinal, quem suspeitaria de nós? Ela está trancada no porão. Depois que vendermos estes aqui, a gente vai e solta ela. Disse a outra irmã.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Logo o rapaz percebeu tudo: elas trabalhavam na ONG, estavam traficando animais silvestres e em extinção e a Cinderela que elas estavam falando era a mesma que estava investigando os animais. Mas você, leitor, deve estar se perguntando como ele sabia que aquela moça se chamava Cinderela. Simples: ela deixou, quando saiu correndo, cair seu crachá da ONG. Então, ele decidiu soltar Cinderela e contar tudo o que tinha descoberto. Quando chegou na casa, a porta estava semiaberta. Ele foi entrando bem devagarinho e ouviu pedidos de socorro: - Alguém aí? Mãããeee! Socorro! Era Cinderela que gritava. O rapaz abriu a porta e Cinderela caiu em seus braços, olhando diretamente em seus olhos. - Você? O que faz aqui? Como entrou aqui? - Eu estava à sua procura. Meu nome é Arthur. Mas, enfim, preciso lhe contar o que eu vi agorinha! Eu vi suas irmãs, na verdade eu as ouvi falando que haviam trancado você no porão de casa e estavam roubando animais do parque, agora de noite. Disse Arthur. Cinderela e Arthur voltaram ao local onde ele viu as meninas. Ela ficou sem reação quando viu os animais sendo traficados pelas irmãs. Ligou para a mãe e para a polícia avisando o que estava vendo. Logo a polícia chegou e as irmãs de Cinderela foram presas por tráfico de animais silvestres e outros crimes mais. A mãe de Cinderela, decepcionada com a atitude das filhas, deu um abraço em Cinderela e a agradeceu por ter salvado a vida de animais que estavam ameaçados de extinção. Agradeceu a Arthur também, mas no meio disso tudo surgiu uma dúvida: - Como você descobriu que a Cinderela era eu, se naquele dia eu estava um pouco disfarçada? - É que você saiu correndo, do nada, e acabou deixando cair seu crachá. Eu então entendi que você estava investigando tudo por conta própria e disfarçada. Respondeu Arthur. Cinderela e Arthur se tornaram grandes amigos e Arthur foi também trabalhar na ONG como voluntário, porque amava a natureza, os animais e Cinderela. Demorou um pouco para Cinderela se apaixonar por Artur, mas os amores em comum trataram de unir o casal.

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Rapunzel e a Poluição Luan Anjos da Rosa

Em um lugar muito distante, existia uma cidadezinha chamada Bondade, que era muito poluída, cheia de lixo. A cidade só era poluída por causa dos seus moradores. Nessa cidade, morava uma menininha chamada Rapunzel. Ela tinha esse nome porque tinha os cabelos muito longos. Certo dia, Rapunzel resolveu brincar no bosque, que também era poluído. Ela adorava brincar de esconde-esconde com seus amigos. Quando Rapunzel se escondeu atrás de uma árvore, ouviu um barulho estranho, mas não deu bola. Virou as costas e seguiu brincando, mas Rapunzel não sabia que no bosque existiam muitas bruxas e que uma delas era muito má, pois adorava poluir e raptar as crianças que gostavam da natureza, como Rapunzel. Depois de muito tempo, Rapunzel disse que tinha que ir embora, mas seus amigos queriam que ela brincasse mais um pouco. Então, ela aceitou mais uma rodada de esconde-esconde porque não aguentava mais pensar que toda a cidade estava poluída e suja.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Quando foi se esconder em uma árvore, a bruxa má estava voando em sua vassoura e viu que Rapunzel estava distraída. Chegou mais perto dela e a raptou. A bruxa já sabia que Rapunzel gostava da natureza e assim teve a ideia de raptá-la ainda quando criança para que ela não desse problemas para a bruxa má quando crescesse. Ao ser raptada, Rapunzel desmaiou. Quando acordou, estava em uma torre muito muito... mas muito alta e suja, com lixo por todos os lados. Ela ficou apavorada com a feiura da bruxa e com a sujeira da torre. - Onde estou? Que lugar imundo é esse? Muito tempo se passou e Rapunzel continuou presa. O tempo passava ali, presa apenas porque amava a natureza, e o problema da poluição da cidade não havia sido resolvido. Certo dia, o Príncipe Hans, do reino vizinho, saiu para pegar com seu cavalo um buquê de flores e acabou descobrindo uma passagem secreta. Resolveu, então, descer de seu cavalo para entrar no esconderijo secreto. Ao entrar, avistou uma grande torre com muita sujeira e poluição nos rios que estavam a sua volta. Por isso, não conseguia subir na torre. Então, ele gritou para ver se havia alguém na torre: -Tem alguém aí? Uma voz muito distante respondeu: - Sim! Estou presa aqui. Não consigo sair, é muito alto para eu descer e fui raptada por uma bruxa. Hans, sem poder subir à torre, ficou desesperado. Foi, então, que a menina teve uma ideia e falou: - Tenho meus cabelos longos. Se quiser posso jogá-los para você subir. - Já que não há outra escolha, vamos tentar. Disse o Príncipe. Ela pegou seus cabelos e jogou para ele subir. Quando o príncipe subiu, ela ficou assustada porque nunca tinha visto uma pessoa tão linda e charmosa. Nesse momento, começaram a conversar sobre o que havia acontecido com ela. O príncipe ficou comovido com Rapunzel e disse: - Fique tranquila, Rapunzel, Eu vou te ajudar. E voltou para seu castelo. Passados alguns dias, o príncipe voltou com uma feiticeira muito poderosa de seu reino. Essa bruxa era do bem, diferente da bruxa do reino onde Rapunzel morava. Ela então jo-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos gou um feitiço do bem na cidade, nas florestas e nos rios e tudo voltou ao normal, tudo ficou limpo. A bruxa má não ficou nada contente com isso e decidiu lutar contra a bruxa do bem. Na luta, a bruxa do mal acabou morrendo porque o bem sempre vence o mal. Depois de tudo, a cidade ficou limpa novamente, a floresta também e tudo voltou a ser como foi um dia. A bruxa do bem abençoou o príncipe Hans e Rapunzel, que acabaram se apaixonando um pelo outro e viveram felizes para sempre.

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Sapatinho colorido Maria Vitória Siqueira Aranda

Num reino muito distante, havia uma menina muito bonita chamada Violetta. Essa menina adorava reciclar tudo que podia, ela adorava fazer isso. Ela morava com seu pai Gastón, sua madrasta Morgana e suas duas meias-irmãs Renesme e Bella. As duas irmãs eram muito parecidas com sua mãe, arrogantes e prepotentes. Violetta só usava vestidos reciclados e feitos por ela mesma, enquanto suas irmãs só usavam vestidos de marca. Por conta disso, a bela jovem começou a ser maltratada por suas irmãs e pela madrasta. Com o tempo, ela se tornou uma empregada, ela lavava roupa, limpava chão, cozinhava e etc. Certo dia, o rei deu um baile para todas as mulheres solteiras do reino, para que seu filho pudesse escolher sua esposa. Renesme, Bella e Violetta ficaram sabendo do baile. Morgana foi pedir dinheiro ao seu marido para comprar vestidos, jóias e sapatos novos para suas filhas. Violetta perguntou a sua madrasta:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Morgana, será que posso ir ao baile com vocês? - Não, você tem muitas coisas para fazer e não tem roupa para ir ao baile! Respondeu Morgana. - É mesmo, esqueça o que eu perguntei. Disse Violetta, com um tom de voz bem triste. Ela subiu correndo para seu quarto e começou a refletir sobre o que havia conversado com sua madrasta. Mas, lembrou que seu pai havia guardado todas as roupas e os sapatos de sua falecida mãe. Então, a menina teve a ideia de juntar todas as roupas de sua falecida mãe e torná-las uma só. Alguns dias antes do baile, o vestido ficou pronto. Entretanto, ela se deu conta que havia se esquecido do sapato. Lembrou-se do sapato branco que sua mãe havia usado em seu casamento. Ao abrir a caixa onde estava guardado, percebeu que o sapato não tinha nada a ver com o vestido. Então, ela pegou os retalhos que haviam sobrado do vestido e colou em seu sapato, fez um solado feito de tampas de garrafas pet; onde passavam os cadarços, colou lacres de latinhas de alumínio; e as palmilhas, pegou de outro sapato. O sapato ficou pronto, todo de material reutilizado e reciclado, tão lindo e parecido com o vestido. Havia chegado o dia do baile, Renesme e Bella estavam se aprontando para ir à festa. Depois de algumas horas, elas ficaram prontas. Violetta subiu escondida para seu quarto, pois suas irmãs e madrasta não sabiam que ela iria ao baile. Ela terminou de se vestir e foi se maquiar; suas maquiagens eram guardadas dentro de um estojo feito de caixa de leite. Quando todo mundo já havia saído, ela decidiu ir a pé. Neste momento, apareceu uma jovem que resolveu ajudá-la, pois também iria ao baile. Quando chegaram, todos olharam para a bela jovem que Violetta era. Principalmente o príncipe, ele viu o sapato, horroroso aos olhos das outras mulheres, mas não se importou muito com isso, pois a beleza da jovem era inigualável e sobrepujava tudo. Ele a chamou para dançar. O tempo passou, eles dançaram a noite toda e não se deram conta do tempo. O baile terminou, e o príncipe perguntou: - Será que posso acompanhá-la até em casa? - Melhor não. Meu pai e minha madrasta não sabem que vim para o baile. Respondeu Violetta.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Mas posso acompanhá-la até a porta? Perguntou o príncipe. - Está bem. Disse Violetta. Então, o casal foi conversando até a porta do baile. Eles se despediram, Violetta saiu correndo e não se deu conta que havia derrubado um de seus sapatos que, ao final do baile, já não estavam mais em seus pés e sim em suas mãos. O príncipe que havia se esquecido de perguntar quando iriam se ver novamente, saiu em disparada atrás de sua amada, mas não a encontrou só encontrou seu sapato. Alguns minutos depois, Renesme e Bella foram falar com o príncipe, e perguntaram: - Vossa alteza por que o senhor dançou com aquela jovem que estava usando aquele vestido feito de retalhos e os sapatos ridículos, em vez das outras moças do baile e de nós, que estamos usando vestidos e sapatos novos? - Eu quero uma esposa com alma piedosa e o coração nobre, como ela. Afinal, quem viria a um baile com um vestido daqueles? Confesso que o que mais me chamou a atenção no primeiro olhar foram as vestes dela, mas ao ver o esplendor da beleza que ela tem, percebi que as roupas são o de menos. O príncipe depois de falar com elas, subiu para seu quarto, ficou pensando na bela jovem e acabou caindo no sono. No dia seguinte foi falar com seu pai, que lhe deu um conselho: - Filho, você terá que bater de porta em porta para encontrar sua amada. - Claro, pai, posso usar o sapato que encontrei para tentar localizá-la. Disse o príncipe. Depois de falar com seu pai, o príncipe saiu à procura de sua amada. Algumas horas depois, o príncipe chegou a casa de Violetta, encontrou Morgana e perguntou: - Bom dia senhora, há moças solteiras nesta casa? - Bom dia! Sim, minhas duas filhas Renesme e Bella. Respondeu Morgana. - Pode trazê- las até aqui. - Sim vou trazê- las. Disse Morgana, animada com a estória. O príncipe as fez experimentar o sapato, mas em nenhuma delas serviu. Então, o príncipe perguntou à Morgana:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Não há mais jovens solteiras nesta casa? - Não só as duas. Respondeu Morgana. Gastón desceu correndo das escadas com sua filha e disse: - Não minta Morgana. Vossa alteza, esta é minha filha Violetta. O príncipe, espantado com a semelhança de Violetta com sua amada, a fez experimentar o sapato. Quando viram que o sapato havia servido, todos ficaram espantados. O príncipe e ela se casaram e foram morar no castelo. Morgana e suas filhas, depois que se deram conta de todo o mal que fizeram para Violetta, trancaram-se no quarto, Renesme perguntou a Bella: - Por que ela foi escolhida pelo príncipe e nós não, que estávamos usando vestidos lindos, caros e novos? - Eu acho que o que chamou a atenção do príncipe foi exatamente a simplicidade do vestido e principalmente o sapato, todo decorado com retalhos. - Nós julgamos mal o jeito de ser de Violetta e seu ato de reciclar as coisas. - No final das contas, nós até que aprendemos muitas coisas com ela. - Tipo o quê? Perguntou Renesme. - Que reciclar é bom para nós e para o planeta, como ela sempre falava. Além disso, pode nos proporcionar momentos incríveis, como conhecer novas pessoas e quem sabe encontrar nosso amor.

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Chapeuzinho Moderna Natália Ávila Borges Figueiredo

Era uma vez, numa cidade muito distante, uma linda menina, cujo nome era Helena, mas era mais conhecida como Chapeuzinho Vermelho, pois adorava usar seu casaco vermelho da Adidas que tinha um capuz. Não tirava aquilo do corpo e da cabeça. Chapeuzinho era fascinada por tecnologia e livros, por isso sempre que podia acompanhava seus escritores favoritos pelas redes sociais. A cidade onde Chapeuzinho morava era muito poluída, carros e mais carros contaminando o ar, um horror! As pessoas estavam com problemas respiratórios e não caminhavam mais por medo de que sua saúde piorasse. Chapeuzinho sabia disso, acompanhava páginas, blogs e noticiários virtuais que falavam o quão complicada e delicada era a situação de sua cidade. Certo dia, sua mãe pediu que fosse até o mercado comprar guloseimas para a sua avó, pois a coitada tinha terminado o seu casamento e estava realmente precisando de algo para se animar.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Ah, mamãe, por que eu? Disse Chapeuzinho, irritada. - Porque eu estou mandando! Você está há quase três horas nessa porcaria de Netflix! Se eu tiver que ir, diga adeus para suas séries e seus filmes, Helena. Respondeu a mãe, mais irritada do que a filha. A menina, então, pegou seus fones de ouvido, seu MP3 e disse: - Já estou indo, querida mamãe! Mas, por favor, não cancele minha Netflix, eu lhe peço do fundo do meu coraçãozinho! Após sair de casa, Chapeuzinho começou a ouvir música. “Era só o que faltava, ajudar a vovó encalhada do que ficar em casa olhando TV! Vê se pode!?” Pensou consigo mesma. Chegando ao seu destino, Chapeuzinho comprou as guloseimas e depois partiu para a casa de sua avó. Mas, ao chegar lá, se deparou com dois homens colocando resíduos de alimentos na mata e no rio. - E agora, o que faremos? Disse um dos homens. - Bem, agora nós vamos... O outro homem iria dizer alguma, se não avistasse Chapeuzinho. - Menina, o que faz aqui? Perguntou o homem. No mesmo instante, Chapeuzinho começou a correr, correu tanto que acabou entrando numa parte afastada da mata. Chapeuzinho se encantou com o que viu. Tinha árvores tão belas, animais correndo em perfeita sincronia, e o ar nem se fala! De repente, surgiu um lobo cantarolando e saltitando, o que assustou a menina. - Olá querida! O que faz na mata? Nossa, casaco da Adidas, que estilo! E esses doces, são para mim? Perguntou o lobo. - Não, são para minha avó! E como você consegue falar? Perguntou Chapeuzinho, encantada com o lobo falante. - Falando, né amorzinho? Mas eu entendi a sua pergunta! Eu sou um lobo especial, sabe? Eu estava andando na mata, quando um animal me mordeu e eu comecei a falar! Respondeu o lobo. - Meu Deus, que história! Disse Chapeuzinho. Os dois começaram a ouvir os passos e se esconderam. - Eu acho que aquela menina nos viu jogando lixo na mata e pode acabar contando para Deus e o mundo! O que a gente foi fazer? Falou um dos homens.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Chapeuzinho na hora reconheceu os homens, pois eram os mesmos que estavam jogando lixo na mata, por isso começou a gravar a conversa. Esperou os homens saírem e perguntou ao lobo o que faria com aquela gravação. - Coloca no seu perfil no Facebook, menina! Além de mostrar que eles estão poluindo, você vai ficar famosa! Vê se não esquece que fui eu que dei a ideia! Sugeriu o lobo. Chapeuzinho então agradeceu ao lobo e se despediu, mas prometeu que diria que a ideia foi dele. Chegando em casa, publicou o vídeo com a seguinte legenda: “Vejam só! Dois homens assumindo que poluíram a mata! Nunca mais poluam, pois além de fazer mal à saúde, afeta os animais e as plantas, tornando impossível uma vida mais saudável! Beijinhos de luz, queridinhos! Ah, meu amigo Lobo que teve a ideia de colocar o vídeo na internet. Agradeçam a ele!” Os homens foram identificados pela polícia e não escaparam do serviço de limpar a mata e finalmente aprenderam a lição. A vovó superou o fim de seu casamento, usando o Tinder e até um namorado arranjou! A mamãe desistiu de cancelar a Netflix, e o lobo ficou muito feliz com o seu reconhecimento. E a Chapeuzinho? Viveu feliz para sempre com suas séries, graças à boa ação que fez em prol da natureza.

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Chapeuzinho Azul Rafael Baldessari da Silva

Muito tempo atrás, vivia numa aldeia uma menina que era chamada de Chapeuzinho Azul, pois sua mãe havia lhe dado um chapéu dessa cor que ela usava todo o santo dia e, a partir daí, todos começaram a lhe chamar por esse nome. Naquela aldeia, afastada de tudo, estava acontecendo um extermínio de animais em série. Certo dia, Chapeuzinho, sem nada para fazer, falou à sua mãe: - Mamãe, posso sair para passear? - Sim, querida, mas tome muito cuidado. Disse sua mãe. E assim saiu Chapeuzinho a caminhar pela aldeia, passando pelas casas, até as casas começarem a ficar mais dispersas pelo campo. Chegando numa floresta, adentrou. Então, pensou em pegar alguns morangos silvestres quando ouviu um grito de desespero de uma capivara e foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou, havia um lobo atacando um filhote de capivara.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos O lobo era grande e tinha garras enormes, mas quando viu Chapeuzinho fugiu para o lado escuro da floresta e desapareceu. Logo, veio um caçador e falou: - Temos que conversar, foi você que machucou aquele filhote de capivara? - Não fui eu, foi aquele lobo maldito! Respondeu Chapeuzinho. - Explique-se! Retrucou o caçador. - Eu estava pegando alguns morangos silvestres quando ouvi o grito da capivara e fui investigar. Quando cheguei, o lobo já estava atacando o pequeno filhote. Disse Chapeuzinho ao caçador. - Está bem, acredito em você. Será que você não poderia me ajudar a pegar o lobo? Disse o caçador a Chapeuzinho. E chapeuzinho assentiu com a cabeça. O caçador sacou sua arma e seguiu junto com Chapeuzinho para a direção que ela lhe havia dito. Logo eles acharam as pegadas deixadas pelo lobo na floresta. Caminharam mais um pouco e logo avistaram o lobo, ofegante. Nada bobo, ele logo começou a falar: - Olá, meu caro amigo caçador, o que fazes aqui? - Estou à procura de um lobo que anda extinguindo os animais da região. Você viu alguma coisa? Perguntou ao lobo, fingindo que não sabia quem era ele. - Lobo? Eu não vi nenhum por aqui! Respondeu, tremendo quando viu a menina que tinha visto alguns minutos atrás. - Foi você, seu LOBO mentiroso! Porque estava matando os animais? Disse Chapeuzinho. O rosto do lobo encheu-se de tristeza. - Não faço isso por mal, apenas preciso desses animais para viver. Vendo as peles, os casacos, as penas e a carne desses animais para os seres humanos. Nesse mesmo momento, o lobo saiu correndo pela mata, quando de repente foi preso por uma armadilha de urso, que ele mesmo havia colocado e que doeu muito para ser tirada. Então, ele foi preso pelo caçador, que decidiu não matá-lo. Passou anos e anos na cadeia por ter feito tanto mal aos animais apenas para ganhar dinheiro. Durante todo o tempo, refletiu sobre suas ações e decidiu mudar, tornando-se um defensor das espécies de animais que estão em extinção.

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A Nova estória de Aurora Stefani da Rosa de Vargas

É notório que todos nós conhecemos a estória de Aurora, ou Bela Adormecida como é mais conhecida. A princesa que, aos quinze anos de idade, teve o dedo furado por uma roca enfeitiçada e caiu em sono profundo juntamente com todo o reino... isso todo mundo já sabe. Mas agora é diferente, porque esta Aurora não é uma princesa, e sim uma pobre menina que morava em um orfanato. Ela era quieta, muito quieta quando criança. Certo dia, foi adotada por um casal que desejava muito ter um filho, mas a mulher nunca conseguia engravidar. Então, decidiram adotar uma criança. Ao ver a menina, se apaixonaram por ela e tiveram a certeza de que era ela quem deveriam adotar. Os anos se passaram, a menina cresceu muito e virou uma bela moça. Os pais de Aurora eram fundadores de uma ONG de preservação ambiental, pois amavam a natureza, e ensinaram tudo que sabiam sobre o meio ambiente a Aurora. Um dia, olhando televisão, Aurora se deparou com uma reporta-

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos gem feita em uma cidade próxima de onde ela morava e ficou apavorada, pois a reportagem mostrava o desgosto da população em relação àquela cidade: o lugar era um verdadeiro “lixão” e os moradores não sabiam mais o que fazer. Foi quando a ONG recebeu uma ligação ilustre: o prefeito da tal cidade pediu a ajuda da ONG para combater aquele mal que estava acabando com sua cidade. Havia lixos pelas ruas e os animais morriam por isso, os bueiros estavam entupidos e as águas das chuvas se misturavam com as do esgoto e corriam na rua, árvores eram desmatadas nas praças e nas florestas e o ar era muito impuro. Era um verdadeiro inferno. Os pais de Aurora logo pensaram que essa era a hora de sua filha ser protagonista naquilo que mais gostava, que era preservar o meio ambiente. - Minha filha, essa missão é para você. Disse o pai de Aurora. Aurora prontamente respondeu: - Obrigado, pai! Farei de tudo para que aquela cidade volte ao normal e entre em equilíbrio novamente com tudo que há na natureza. Ao subir no ônibus, Aurora ficou emocionada, pois estava realizando o sonho de ampliar o projeto de sua família. Seus pais, também emocionados, lhe desejaram boa sorte e boa viagem. Quando chegou à cidade, ficou muito espantada, pois percebeu que eram os próprios moradores que não se importavam com nada ali, aquela cidade não conhecia a palavra ‘’PRESERVAÇÃO’’, pois as praças eram cobertas de lixo e árvores não existiam. Vendo tudo isso, ela percebeu que teria um longo caminho pela frente. Mas já era noite e ela só iria se apresentar ao prefeito no outro dia. Dirigiu-se até a pousada onde iria viver enquanto ajudava a cidade. Chegando lá, foi recebida por uma senhora, muito educada. - Olá, menina. Você que é Aurora? Disse a senhora. - Sim, sou eu mesma. Respondeu Aurora. - Eu estava te esperando. Sou a dona da pousada. A senhora foi muito atenciosa com Aurora e deu-lhe uma pequena lembrança: uma miniatura de uma roca de fiar. A garota, ao pegar o presente, furou o dedo e caiu em um sono profundo. A dona da pousada, na verdade, era uma bruxa má, que odiava a

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos natureza. Na verdade, não era por culpa dos moradores que a cidade estava daquele jeito. Era a bruxa, que adorava fazer maldades e estava fazendo tudo aquilo sem que ninguém percebesse. A bruxa levou Aurora adormecida para a floresta onde a deixou. No dia seguinte, o prefeito mandou um motorista buscar Aurora para a primeira reunião sobre o projeto que a ONG tinha elaborado para acabar com tudo aquilo. Quando o motorista chegou à pousada para buscar Aurora, bateu na porta de seu quarto, mas ninguém atendeu. Na recepção, o motorista perguntou: - A menina chamada Aurora, ela não está? - Aurora? Ainda não chegou aqui. Disse a recepcionista. O motorista avisou o prefeito do acontecido, que ficou apavorado, pois já havia ligado para seus pais e eles disseram que Aurora saiu no horário combinado. Todos ficaram muito preocupados com o sumiço de Aurora. O prefeito, se sentindo responsável, pediu para seu filho que lhe ajudasse a encontrar Aurora. O menino andou por todos os lugares, mas não encontrava Aurora. Decidiu, então, procurar na floresta, quando avistou uma pessoa caída no chão. Foi correndo para ver de quem se tratava o corpo. Ao chegar perto, levou um susto, pois era Aurora que ali estava. Então, pegou ela em seus braços e a levou para a cidade. Ao chegar, todos ficaram apavorados ao ver a garota daquele jeito. Ela estava fraca, em sono profundo. Tentaram de tudo, levaram aos médicos, mas nada adiantou. Então, o garoto teve a brilhante ideia de dar um beijo nela. E não é que funcionou? A garota, depois do beijo, acordou, apavorada. - Onde estou? Gritou Aurora. - Você está bem agora. Disse o garoto. Depois disso, o prefeito e seu filho explicaram para Aurora o que havia acontecido. Logo perceberam que aquela senhora que lhe havia recebido era quem estava por trás disso. Com Aurora bem, continuaram com o projeto que tinham para recuperar e preservar o meio ambiente daquela cidade. Aos poucos a cidade ia voltando ao normal e a bruxa, frustrada por ter

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos fracassado em seu plano de tirar Aurora do caminho, ficava mais frustrada ainda ao ver que não conseguia mais fazer nada contra a natureza. Foi então que a Bruxa começou a repensar as suas atitudes em relação ao meio ambiente. Fazia todas aquelas coisas porque era uma bruxa, é claro, e esse é o seu papel em minha estória, mas começou a perceber também que o bem sempre vence o mal, pois não conseguia mais fazer nada contra um meio ambiente que agora era preservado não só por Aurora, seus projetos e sua ONG, mas sim por todos os moradores da cidade e do campo. No meio de uma das palestras que Aurora dava sobre meio ambiente, a bruxa apareceu novamente, só que dessa vez para pedir desculpas, dizer que tudo aquilo que ela tinha feito para o meio ambiente era muito errado e que embora ainda existam pessoas que não se preocupem com o meio ambiente e sua preservação, é ele que nos fornece tudo que precisamos para viver. Aurora percebeu que a senhora realmente tinha se arrependido do que fez e a convidou para trabalhar juntamente com ela na ONG. Antes que eu esqueça, o garoto, filho do prefeito, se apaixonou por Aurora e eles viveram felizes para sempre.

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Unidos contra o desmatamento Taiana Romeiro Quiroga

Muito tempo atrás, em uma floresta chamada Amazônica, existia uma menina muito simpática. Seu nome era Maria Clara, mas, por ter esse jeito tão simpático, todos a chamavam de Chapeuzinho Adorável. Ela usava sempre um chapeuzinho de croché, feito por sua avó, que sempre fazia chapeuzinhos para Maria Clara, pois gostava muito da menina. A menina adorava cuidar do jardim de sua casa, que, apesar de ser muito humilde, era muito bem cuidado pela menina e por sua mãe, com a colaboração de sua avó, que sempre que podia mandava mudinhas de flores para embelezar mais o jardim da casa de Chapeuzinho. Todos os dias, a menina, antes de ir para a escola, regava suas florezinhas e algumas pequenas árvores, pois ela adorava muito a natureza e tinha esperança de não deixar nada nela morrer. Ela imaginava preservar tudo que havia de mais belo nela e o que ela nos oferece também.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Certo dia, ela estava indo para a escola quando viu um lenhador cortando árvores em um local em que era proibido cortar, pois ali já haviam poucas árvores daquela espécie e os animais que geralmente vivam nessas árvores estavam no chão ou amontoados nas árvores que ainda restavam. Foi então que ela lembrou de quanta coisa boa a natureza nos oferece e que para contribuir com ela precisamos preservá-la, cuidá-la e tentar ajudá-la. Quando chegou à escola, ouviu uma história de que havia um lobo que tinha a missão de preservar a natureza. Depois que Chapeuzinho Adorável escutou, ela perguntou à professora: Professora, é possível existir um lobo do bem? A professora respondeu: - Sim, é claro que é possível, Chapeuzinho. Chapeuzinho Adorável foi para casa, mas seguiu por outro caminho até a casa de sua avó. Indo pela floresta, de repente, apareceu um lobo. A menina certamente se assustou e perguntou: - Quem é o senhor? E o que faz por aqui? O lobo respondeu: - Sou um lobo e estou aqui procurando um lenhador que está desmatando a natureza, você viu-o por aí? Chapeuzinho Adorável respondeu: - Sim, vi, ele estava cortando árvores. - Por acaso queres procurar o lenhador junto comigo, não por mim, mas pelo bem e pela preservação da natureza? Perguntou o lobo. Chapeuzinho Adorável respondeu: - Claro que sim, irei até a casa da minha avó, me espere aqui. - Sim lhe esperarei aqui. Disse o lobo. Ela foi até a casa de sua avó, viu como ela havia passado e foi embora. Chegando novamente ao encontro do lobo, foram à procura do lenhador. Ficaram esperando o lenhador. Nesse tempo de espera, a menina e o lobo fizeram um plano: o lobo deu a ideia de que ele poderia acertar o lenhador com um pedaço de madeira, mas pensou melhor e resolveu fazer com madeiras e algumas pedras uma armadilha. Chapeuzinho Adorável complementou o plano falando que, quando o le-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos nhador passasse, ela poderia atirar terra nos olhos dele, certamente ele tropeçaria na armadilha e o lobo prenderia suas mãos. Com esse plano, eles conseguiriam impedir o lenhador de seguir desmatando a natureza e perguntariam a ele o porquê de desmatar a natureza ao invés de preservá-la. Então, o lenhador passou e eles colocaram o plano em execução. Após o lobo prender as mãos do lenhador com a ajuda de Chapeuzinho Adorável, eles perguntaram ao lenhador: - Senhor lenhador, qual o objetivo de desmatar a natureza e por que não a preservar? O senhor lenhador respondeu: - Porque assim ganho muito dinheiro. Chapeuzinho Adorável falou: - Mas muito mais vale a natureza feliz e preservada do que um dinheiro desonesto, pois cortar árvores ilegalmente e não replantar mais no lugar é praticar desmatamento e isso o senhor faz sem autorização; é um ato ilegal que pode lhe trazer sérios prejuízos se não parar. O lenhador muito assustado respondeu: - Pensando bem, faço isso de uma maneira ilegal e isso é completamente errado. Vocês têm toda a razão do mundo. Devo arrumar um trabalho honesto, ou desse jeito acabarei indo preso. Chapeuzinho e o lobo mostraram ao lenhador os sérios prejuízos que ele estava trazendo ao meio ambiente. A partir daí, a floresta Amazônica passou a não ser mais desmatada graças ao lobo e a Chapeuzinho Adorável. Graças à iniciativa deles, hoje em dia, todos procuram cuidar e respeitar a floresta Amazônica. Mas as principais lições que o lenhador aprendeu foi, em primeiro lugar, da importância de preservar a natureza e da gravidade do desmatamento das árvores, em segundo lugar foi a lição de que o dinheiro não é mais importante quando é ganho ilegalmente em função da natureza. Após todos esses fatos, a floresta ficou linda e a cada dia eram plantadas mais árvores. Os responsáveis por essa inovação eram o lobo, o lenhador e a Chapeuzinho Adorável, que se tornaram grandes amigos e investiram na preservação do meio ambiente.

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Branca de Neve e a extinção de animais Thayenne Dorneles Garais

Era uma vez, num reino muito distante, um casal de reis. Eles tinham um sonho de ter uma linda menina. Numa noite muito estrelada, a rainha estava na janela, observando o céu quando viu uma estrela cadente. Nesse momento, ela fez um pedido: - Quero ter uma filha, com lábios da cor do sangue, pele da cor da neve e olhos da cor carvão. Ela se chamará Branca de Neve. Depois de um mês, o casal de reis recebeu a notícia da fada Mafalda, uma fada que traz alegria às famílias. Ela contou a notícia com aquele sorriso no rosto, que a rainha teria a tão esperada menina. No mesmo instante, o rei decidiu comemorar dando uma grande festa. Após muita espera pela chegada da herdeira, nasceu uma menina linda, do jeitinho que a rainha sonhava. Mas, infelizmente, a mãe de

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Branca de Neve faleceu durante o parto. Depois do falecimento da mãe de Branca, o rei decidiu se casar novamente, porque sabia que a menina sentiria falta da mãe. Completado um ano de vida, Branca ganhou uma madrasta. Anos e anos passaram, o casamento do rei já tinha 15 anos, e Branca de neve já tinha completado 16 anos. Certo dia, o rei recebeu uma carta dizendo que seu reino estava prestes a ser atacado por um reino vizinho. Ele não teve outra alternativa a não ser ir para batalha. Mas todos sabiam que o rei demoraria a voltar. Branca foi se adaptando aos poucos com a nova rotina, sem seu pai. Mas sua madrasta não se adaptou, pois invejava sua beleza. A madrasta, então, olhou para o seu espelho e, audaciosamente, perguntou: - Espelho, espelho meu, há nesse reino alguém mais bela do que eu? O espelho respondeu: - Sim, minha rainha; a Branca de Neve. Ela é a pessoa mais bela desse reino. A rainha ficou furiosa com o espelho e gritou: - Como assim? Essa menina mais bela do que eu? - Sim, minha rainha. Branca de Neve tem um coração puro e é isso que a torna bela, muito bela! Disse o espelho. Nesse momento, o espelho começou a reproduzir o que a menina estava fazendo, para mostrar para a rainha por que Branca de Neve era totalmente bela, por ter um coração bondoso e puro. Branca de Neve estava na internet vendo um vídeo de um certo homem, praticando a caça ilegal de animais em extinção. Logo, a madrasta percebeu que Branca realmente tinha um bom coração, pois percebeu que a menina ficou incomodada com aquela situação e queria fazer alguma coisa para salvar aqueles animais. Num belo dia, quando passeava pela floresta, avistou vários animais mortos. Mas o que a menina não sabia é que quem tinha mandado matar todos eles era a sua madrasta. Ela ficou muito triste com aquilo que viu, pois amava muito a fauna. Mas sem querer acabou se perdendo. Logo adiante, acabou encontrando uma casinha pequenina. Sim, eram os sete anões, ativistas em defesa dos animais da floresta.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Os sete anões a receberam, conversaram sobre tudo e Branca, muito feliz, resolveu ser ativista também, para proteger o que mais amava - os animais. Enquanto isso, a madrasta seguia com seus planos horríveis de matar os animais da floresta. Um dia, passeando pela floresta, avistaram um caçador matando animais. Os sete anões abordaram e prenderam o caçador, que entregou o jogo: a rainha era quem tinha mandado matar os animais, porque Branca os amava e porque era mais bela que ela, segundo dizia o espelho. O caçador falou tudo que sabia e então os ativistas e Branca decidiram contar para o rei o que havia acontecendo. Mas, como o rei estava na guerra, decidiram esperar, já que nada podiam fazer. Pelo menos, o caçador que era mandado pela madrasta não podia mais fazer nada de mal contra os animais da floresta até o rei chegar. Acabada a guerra, o rei voltou, e os sete anões juntamente com Branca foram ao encontro do rei entregar a madrasta. - Papai! Prendemos o caçador, e ele entregou a rainha. Ele disse que foi ela quem mandou matar os animais da floresta, e isso está levando várias espécies à extinção. O rei ficou indignado com o que ouviu e mandou chamar sua esposa. Ela adentrou a sala do trono, e quando viu os sete anões e Branca percebeu que tinha sido descoberta. - Você não precisa falar nada e nem tem o direito! Será presa e lá ficará o resto de seus dias. A madrasta nem teve o direito de defesa e logo foi trancada no calabouço. Durante todo o tempo, ela viu que a beleza não era tudo na vida e que por causa dessa coisa estúpida acabou presa. Arrependeu-se de tudo que de ruim fez para os animais, pois naquele momento da sua vida nem os animais que ela achava desprezíveis queriam ser seus amigos. Os ativistas continuaram cuidando dos animais da floresta e tudo voltou ao normal. Os animais voltaram a procriar e suas espécies saíram do perigo de extinção.

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Alunos-autores

da E.E.E.M. Dartagnan Tubino, Quaraí - RS

No Ateliê de Textos, aprendi a expressar melhor e organizadamente minhas ideias em textos escritos. Foi uma experiência única e fiz muitas amizades. Alexandre Chaves de Oliveira, 11 anos, 6º ano

O Ateliê de Textos me ajudou muito a escrever melhor. Fui bem orientada durante toda a oficina e também ajudada por todos os colegas. Tenho certeza que melhorei muito a minha escrita. Erica Pinto Ferreira, 14 anos, 6º ano

O Ateliê de Textos me ajudou a melhorar a minha escrita e expressar melhor minhas ideias em sala de aula juntamente com meus colegas. Foi uma ótima experiência na minha vida, pois pude estudar juntamente com meus amigos e, além disso, fazer novas amizades. Franciely dos Santos Siqueira, 13 anos, 7º ano

O Ateliê de Textos me ensinou que precisamos sempre reconstruir e reescrever um texto várias vezes. Fiz grandes amizades que levarei para o resto da vida. Minha participação no projeto foi uma página especial da minha vida. Gabriela de Castro Rodrigues, 12 anos, 7º ano

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O Ateliê de Textos me ajudou a melhorar minha escrita, organizar melhor minhas ideias no texto e construir estórias baseadas em outras mais conhecidas. Também me apresentou a temática do meio ambiente, que é muito importante na vida das pessoas. Gabriely Martins Gonçalves, 13 anos, 7º ano

No Ateliê de Textos, aprendi que uma estória tem uma estrutura complexa, mas que há uma maneira fácil de aprender a escrever. Fiz grandes amizades, me diverti muito e melhorei a minha escrita. Gustavo Relly, 12 anos, 6º ano

No Ateliê de Textos, aprendi a melhorar a minha escrita, o que me ajudou nas aulas de língua portuguesa. É um projeto magnífico, onde fiz novas amizades e aprendi que um texto é muito mais do que palavras escritas em um pedaço de papel. Júlia Corrêa, 12 anos, 6º ano

Aprendi no Ateliê de Textos a construir uma boa estória. Foi uma ótima experiência, pois aprendi muito e fiz novas amizades. Espero que o Ateliê me ajude, num futuro bem próximo, a ser uma grande escritora. Julia Maria Corrales de Oliveira, 13 anos, 8º ano

Adorei participar do Ateliê de Textos porque aprendi a escrever melhor uma estória, fiz muitas amizades e espero ter outra oportunidade de participar. Julia Soares Jorgens, 11 anos, 6º ano

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O Ateliê de Textos fez com que eu desenvolvesse melhor minha criatividade nos textos. Também aprendi muito sobre as estórias, em especial os contos de fada clássicos. Laura Teixeira Fontoura, 13 anos, 7º ano

O Ateliê de Textos fez com que eu escrevesse melhor uma estória. Foi uma experiência muito boa e espero que o meu texto seja lido por várias pessoas. Luan Anjos da Rosa, 11 anos, 6º ano

Aprendi no Ateliê de Textos a organizar melhor as minhas ideias. Gostaria de destacar que aprendi muito com os colegas, me divertindo muito e fazendo novas amizades. Maria Vitória Siqueira Aranda, 12 anos, 6º ano

No Ateliê de Textos, aprendi a construir melhor uma estória. Gostaria de destacar que essa experiência no projeto foi muito importante na minha vida, pela aprendizagem e pelas grandes amizades que fiz. Natália Ávila Borges Figueiredo, 11 anos, 6 º ano

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No Ateliê de Textos, aprendi a construir uma estória de uma maneira muito fácil. Fiz grandes amigos e me diverti muito estudando. Rafael Baldessari da Silva, 11 anos, 6º ano

O Ateliê de Textos foi uma experiência magnífica, sensacional, pois me ajudou a escrever melhor e a construir narrativas de uma maneira muito fácil. Foi uma importante etapa da minha vida que para sempre vou lembrar. Stefani da Rosa de Vargas, 15 anos, 9º ano

Participar do Ateliê de Textos foi uma experiência ótima porque adquiri muito conhecimento. Fazer parte era um sonho que eu tinha e consegui realizar. Taiana Romeiro Quiroga, 13 anos, 7º ano

Durante o Ateliê de Textos, eu aprendi muita coisa: a escrita, a leitura, a interpretar melhor os textos. É uma página da minha vida que eu não quero virar, porque eu fiz muitas amizades. Thayenne Dorneles Garais, 13 anos, 8º ano

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Pare e pense. Dê um like na natureza Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinheiro Machado Santa Maria, RS

mediadores da oficina de produção textual Camila da Silva Lima Nathália Marques Flores mediadores da oficina de ilustrações Rebeca Sasso Rhaianny Silva Pinto professora colaboradora de língua portuguesa Flávia Regina Pithan Ferreira professor colaborador de artes Gesiel Freire dos Santos


Amigolândia Um conto diferente do outro Andriele Velozo Franco, Cauan da Silva Preto, Danieli Tuane Graebin Nunes, Elizandra Rayssa Mendonça Goes, Jéssica Santos da Silva, Julia Menezes Dias, Juliane Moura Rocha, Marco Daniel Canfild Vieira, Mary Anne Lenhard Iansen, Rafaely Mendonça Machado, William Cavalheiro Lesina

Antigamente, perto de uma floresta, havia uma aldeia chamada Porcolândia, onde morava mais de uma família de porquinhos. Uma dessas famílias era constituída por três filhotes e sua mamãe, Rainbow Pig. Um dos porquinhos se chamava Green Pig, que não utilizava muito as suas ideias para não gastar a sua inteligência, e o seu irmão gêmeo, Pig Pança, que era o mais atrapalhado e o mais guloso. Sua irmã mais velha se chamava Black Pig, conhecida como BP, e por mais que não demonstrasse se importar com os irmãos, ela os protegia de

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos longe. Todos adoravam brincar na floresta, com exceção da ‘BP’, um apelido carinhoso que os irmãos haviam dado para sua irmã. Certa vez, o celular da mamãe Rainbow Pig despertou, avisando-a do dia semanal em que todas as famílias da aldeia deveriam ir à floresta fazer uma limpeza para conservar o meio ambiente, e também para fazer uma ronda que fiscalizaria um possível desmatamento. Então ela entrou no grupo “Bóra Limpar!”, do WhatsApp, e mandou mensagem para todo mundo da aldeia. Chamou seus filhos, pegou seus materiais e foram passar um pente fino na floresta. Após o trabalho, os moradores retornaram à aldeia e fizeram uma festa, pois notaram que com o cuidado estavam alcançando os seus objetivos. Neste momento, um lobo teatino que vivia sozinho na floresta, pois teve desavenças no passado com sua matilha, estava tentando tirar uma pestana em sua caverna que era oculta, pois não queria receber visitas indesejáveis, mas não conseguia por causa da música excessiva e dos fogos que vinham da festa da Porcolândia. Assim o lobo pensou: “Que pena! Nas minhas andanças apenas consegui comer uma ovelha e pegar somente três sementes novas. Gostaria tanto de dormir, mas não consigo com todo esse barulho!”. Então, ele se levantou e saiu de sua caverna para ver de onde vinha tanta bagunça. Chegando ao local do evento, o lobo se escondeu atrás de uma árvore e ouviu a mãe dos porquinhos conversando com outra porquinha sobre a festa de comemoração pelo resultado obtido depois de tanto trabalho no ano cuidando da natureza. - Será muito divertido. Contrataremos um pessoal que cuidará do som para animar a festa. Terá microfone e até karaokê. - Que maravilha saber disso, Rainbow Pig! - disse a vizinha. O lobo pensou novamente: “Nossa! Faz tanto tempo que eu cuido dessa floresta e nunca tive vontade de comer nenhum desses porquinhos! Que ingratos! Garanto que ninguém sabe que eu existo! Vou tacar fogo nessa floresta inteira, assim posso me vingar deles, e eles não terão mais oportunidades de festejar suas vitórias”. O lobo lembrou que em sua mochila carregava alguns objetos inflamáveis, pois caminhava, muitas vezes à noite, e então precisava desses artefatos. No momento da raiva, abriu a mochila, pegou o isqueiro,

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos um galho que utilizou como tocha, colocou álcool na boca e cuspiu sobre as primeiras árvores. Com isso o fogo começou a se alastrar e queimar o restante da floresta. Nesse meio tempo, ‘BP’ estava caminhando nos arredores da aldeia, entediada da festa, quando sentiu cheiro de fumaça. Resolveu dar uma olhada e avistou um lobo colocando fogo em algumas árvores. Como ela era ‘vida loka’ e não tinha noção do perigo, então foi tirar satisfação do que ela estava vendo. - Por que tu estás fazendo isso? - gritou a porquinha. O lobo, pego em flagrante, ficou assustado com a presença dela e caiu, deixando o álcool virar no chão, fazendo com que o fogo se alastrasse mais rápido. - Isso que estou fazendo é uma vingança por vocês não terem me convidado para a festa! Eu também cuido da floresta, sabia? - disse o lobo chateado. ‘BP’ ficou indignada e logo respondeu: -Tu nunca deste o ar da graça! Meio contraditório tu dizer que cuida da floresta e depois colocar fogo nela! Mesmo não gostando muito dela, tenho um pouco de lucidez. Vou contar ‘pra’ geral! O lobo viu que a situação ficou pesada para ele e fugiu até sua caverna oculta para se proteger. Chegando mais próximo do local, ele avistou que não tinha por onde entrar, já que o fogo havia queimado as árvores que acabaram caindo na entrada da caverna. Nesse meio tempo, a porquinha estava desesperada gritando para todo mundo ouvir: - Socorro!! Tem um lobo colocando fogo na floresta! Como ninguém ouviu, ela resolveu pegar o microfone e falar o que estava acontecendo: - Galera surda!! Um lobo está queimando a floresta!! Vamos fazer um mutirão e ajudar a apagar o fogo. Um porquinho no meio da multidão disse: - Você é quem menos gostava da floresta! Por que deveríamos acreditar em você? - Por que vocês não olham para ver se é ou não é verdade? Assim poderão comprovar que não estou mentindo! - disse ‘BP’.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Na mesma hora todos os porquinhos, inclusive sua família, foram verificar se era verdade. Quando chegaram lá ficaram horrorizados, então a mamãe Rainbow Pig falou: - Desculpa, minha filha, por não termos acreditado em você. - Está bem, aceito as desculpas, mas vamos deixá-las para depois. Precisamos nos apressar! Então a mamãe, preocupada, falou: - Vamos pegar mangueiras, baldes com água e correr para apagar o fogo! Os porquinhos, unidos como sempre, pegaram os seus materiais contra o fogo e foram em direção à floresta. Chegando lá, viram que o fogo estava muito alto e muitos pensaram em desistir. Porém, Pig Pança incentivou os porquinhos a continuarem, pois, se não tentassem, jamais saberiam se daria certo. Com muita força de vontade e persistência conseguiram apagar o fogo. Após o alvoroço viram que nada sobrou, mas perceberam algumas pegadas e um isqueiro com pelos longos grudados nele. Então resolveram dividir os moradores da aldeia em dois grupos. Um ficou arrumando o que sobrou do estrago, e o outro foi atrás do responsável por essa tragédia! Caminhando pela floresta queimada e desmatada, ouviram alguém choramingando. - Que burro, eu queimei a minha própria casa. Destruí a floresta e o meu lar, tudo isso porque estava com raiva e inveja daqueles porcos. Os porquinhos ouviram a reclamação e o arrependimento do lobo e resolveram se aproximar. Então Green Pig, mesmo com medo, mas triste pela situação do lobo, falou: - Olá, meu nome é Green Pig. Moro na aldeia Porcolândia. Nós ouvimos você choramingando pelo seu erro. Então foi você que queimou a floresta? - Sim, fui eu. Mas me arrependi, fiz porque estava com raiva por não ter sido convidado para a festa. Agi sem pensar, desculpe-me! Até eu sofri com meu ato - disse o lobo. O porquinho aceitou as desculpas do lobo e mencionou que não fizeram o convite, pois não sabiam de sua existência. Com pena do novo amigo, Green Pig lhe fez uma proposta:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Para consertar seu erro, você pode nos ajudar a plantar novamente a nossa floresta. Inclusive, se você quiser, pode construir sua nova casa na aldeia. Após aceitar a proposta, contente, o lobo foi ajudar os porquinhos a reflorestar o ambiente onde viviam. Ele lembrou que tinha uma coleção de sementes dentro da caverna, pois pegava-as durante suas caminhadas. Então pediu auxílio aos porquinhos para tirar as árvores do meio do caminho e poder entrar em casa. Pig Pança, ansioso, saltou na frente de todo mundo, desceu rolando e acabou ficando preso na entrada da caverna. Os porquinhos riram, pois sabiam que ele era muito atrapalhado, porém viram que ele não conseguia sair dali sozinho e resolveram ajudá-lo, empurrando-o para dentro. Ao entrar lá, o lobo e os porquinhos pegaram todas as sementes e foram plantá-las em volta da aldeia. Assim, o lobo aprendeu a não fazer as coisas de cabeça quente, a não descontar sua raiva na natureza e também a continuar preservando o seu lar. Foi morar na aldeia junto com os porquinhos e todos mantiveram o cuidado semanal com a floresta. Com o passar do tempo, a floresta foi crescendo e a aldeia recebendo novos moradores, entre eles, macacos, coelhos, raposas e outros animais, o que fez com que todos decidissem mudar o nome Porcolândia para Amigolândia. E assim, todos viveram felizes para sempre!

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O Patinho lindo Danieli Tuane Graebin Nunes

Era uma vez uma mamãe pata chamada Patagonha que tinha um ninho feito de materiais recicláveis. Ele era de papelão, pois ela acreditava que cuidando do meio ambiente daria um futuro melhor para seus filhos. O ninho ficava localizado próximo de uma montanha, e a mamãe pata estava sempre cuidando de seus ovinhos. Cada noite ela adorava contar uma estória diferente, um dia era sobre a importância de reciclar, no outro de reflorestar, no outro de tratar a água e assim por diante. Certo dia, quando os ovinhos racharam, um deles não se abriu e esse era o de um patinho muito lindo. Então ela falou: - Você não é meu filhote, você é muito diferente dos meus. Vou chamá-lo de Patinho Lindo, mas você deve ser filhote de outra pata. Então o Patinho Lindo foi expulso da família. Muito triste, ele saiu chorando. Precisava de um lugar para morar. Durante sua caminhada,

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos achou um lindo lago perto da floresta que era repleta de árvores. Foi então que ouviu vozes e risadas ao longe. Resolveu ir verificar o que era. Chegando mais próximo do local, avistou uma família muito linda que brincava alegremente. Então se aproximou para conversar com eles. Os patinhos pequenos correram em direção aos pais, pois como nunca haviam visto aquele animal por lá saíram assustados. O Patinho Lindo ficou triste, sem compreender nada, e resolveu continuar andando pela floresta. O Patinho, que já estava cansado de caminhar, achou um cantinho para dormir. Deitou-se ali e pensou: “Sei que farei muitos amigos ainda e encontrarei uma família que me ame!”. Quando amanheceu, ele acordou com um barulho forte de água, o que o deixou com sede. Levantou e foi ver o que estava havendo. Encontrou uma linda cachoeira que dava em um pequeno lago, porém, havia um cheiro ruim e forte. Lá avistou alguns patinhos que estavam tristes, e os ouviu reclamando: - Que horror! Como o nosso lago foi ficar assim? - disse um dos patinhos. - Pois é! Justo o lago próximo da nossa casinha. E agora? - respondeu o irmãozinho mais novo dos patinhos. O Patinho Lindo ficou curioso, pois além de notar que havia um problema com o lago, ficou encantado com a beleza daqueles patinhos. Resolveu ir até lá conversar com eles. - Oi. Está acontecendo alguma coisa com vocês? Posso ajudar? - Opa. Oi! Quem é você? - disse um dos patinhos. - Eu sou o Patinho Lindo e estava dormindo aqui perto, ouvi o som forte de água e fiquei com sede. Vim ver se encontrava água para beber e ouvi vocês conversando. - Ah! Oi, Patinho Lindo. Nós somos a família ganso! - Vocês são “a família ganso”? Vocês não são patinhos como eu? - Mas você não é um pato, você é um ganso. Não notou como se parece conosco? - disse um dos gansos. - Notei, mas notei só agora. Fui expulso de minha família, pois me achavam muito bonito. Me apelidaram de Patinho Lindo e pensei que vocês também fossem patinhos - disse o Patinho Lindo, triste. - Nossa, que triste sua história, mas seremos seus amigos agora, e você poderá se juntar a nós.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos O Patinho Lindo gostou muito do convite, aceitou e logo respondeu: - Adoraria ter amigos! Nunca tive ninguém! - Nós convidaríamos você para brincar no lago, mas ele está muito sujo. Esse é o lago mais próximo da nossa casa. Nós viemos para cá todas as manhãs tomar banho. Não sabemos o que houve! Então um dos gansos teve a ideia de falar com a mamãe Ganso para tentarem resolver o problema. Chegando próximo da casa da família Ganso, a mamãe estava estendendo roupas e os recebeu com abraços carinhosos. - Olá, meus filhotes. Como foi o banho no lago hoje? - Não foi, mamãe. O lago está imundo e não sabemos o que fazer. Encontramos nosso novo amigo, Patinho Lindo, que foi expulso da família e estava vagando pela floresta. - Nossa, que horror! Olá, Patinho Lindo. Você sabia que você é um ganso assim como nós? - disse a mamãe Ganso. - Olá! Na verdade, eu soube agora, mas podem continuar me chamando de Patinho Lindo. Estou preocupado com o lago. A senhora poderia nos ajudar? A mamãe Ganso ficou muito orgulhosa do novo amiguinho e de seus filhos por estarem preocupados com o lago. Então resolveu chamar o papai Ganso para irem até o lago ver como estava a situação. Chegando lá, o papai Ganso disse que eles poderiam se unir para realizarem uma grande limpeza, mas que demoraria muito tempo até que os gansos pudessem voltar a brincar no lago. Seus filhos não se importaram, e todos acharam a ideia boa. Então lá foram os gansos tratar a água. No mesmo dia, a mamãe Ganso chamou o Patinho Lindo para uma conversa em particular. - Querido, você morava onde? Não sente falta dos seus pais? - Eu morava perto de uma montanha, a minha mamãe se chamava Patagonha, mas assim que eu nasci ela disse que eu era muito lindo e que não deveria ser filho dela. Sinto falta das histórias que ouvia ela contar enquanto ainda estava dentro da minha casca - disse o Patinho Lindo. - Pobrezinho! Sua mãe estava certa, você é lindo. Gostaria de morar

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos conosco? Se quiser, podemos ser sua nova família! O Patinho Lindo pulava de alegria e aceitou o convite na mesma hora. Então eles arrumaram mais uma cama na casa da família Ganso e todos os dias pela manhã iam em direção ao lago limpá-lo. No fim, a família Ganso conseguiu limpar toda a sujeira que havia no lago. Eles colocaram os lixos em sacos pretos grandes e depositaram tudo próximo a uma lixeira que havia na estrada. O papai Ganso era muito esperto e sabia que à noite um caminhão passava por lá para recolher o lixo. Todos ficaram muito felizes e com um lago limpo para tomar banho e brincarem. O Patinho Lindo ganhou uma nova família e aprendeu a importância de tratar a água. A família Ganso resolveu trocar o nome do Patinho Lindo para Ganso Lindo. Ele adorou e sentiu-se muito bem acolhido, aprendeu também sobre esperança e sobre manter a fé, pois um dia seus sonhos se realizam. Por isso é sempre bom cuidar do lar em que vivemos, pois é lá que passaremos a maior parte do tempo.

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Porquinhos e o lobo em uma grande aventura Elizandra Rayssa Mendonça Goes

Antigamente, perto de uma floresta, havia uma aldeia chamada Sonhos. Lá moravam famílias de porquinhos. Uma dessas famílias era a mais requintada, pois chamava a atenção por sempre ser alegre, simpática e risonha. Era constituída por quatro porquinhos, a mãe, dois filhos e uma filha. Os pequenos eram: porquinha Crysthal, risonha, pois ria, brincava e não se importava com nada; porquinho Davi, brigão, porque passava brigando com seus irmãos, mas quando eles saíam de perto ele era um amor; porquinho Mark, que adorava fazer pegadinhas, comer, dormir, mas também era bem inteligente. Sua mãe, Natasha, que era um doce de mãe e uma grande escritora, estava escrevendo uma história sobre híbridos e também adorava passar o tempo com seus filhos, lendo e brincando.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Certo dia todos os porquinhos foram passear pela floresta para algumas crianças a conhecerem e para os porquinhos mais velhos checarem se os caçadores tinham voltado, pois há muito tempo, naquela mesma floresta, houve muito desmatamento e roubo de animais causados por caçadores. Chegando lá, os porquinhos encontraram alguns caçadores cortando árvores e estavam com alguns animais em uma gaiola. Neste momento havia um lobo, chamado Becky, que estava próximo desse local. Ele estava dormindo nas gramas em frente a um lindo lago azul. Quando começou a ouvir barulhos que já havia ouvido antes, pois vivia na floresta há anos e conhecia o local como a palma de sua pata, levantou-se e foi ver o que era. Chegando ao local, encontrou porquinhos olhando para algum lugar. Resolveu então olhar na mesma direção e entendeu o que estava acontecendo. Eram caçadores cortando árvores. - “Não acredito! Outra vez!”, pensou o lobo. Irritado, foi até os caçadores para resolver esse problema. Próximo a eles ouviu-se um forte uivo, o que assustou a todos que estavam ali. Becky chegou mais perto ainda deles e falou que não queria mais vê-los na floresta, cortando as árvores ou pegando os animais. Os caçadores ficaram com tanto medo que pegaram o carro e saíram às pressas da floresta, esquecendo de seus materiais no local. Becky, já mais calmo, olhou para trás e viu os porquinhos assustados com o ocorrido. Ele baixou sua cabeça, triste, pois não queria assustá-los ou amedrontá-los. A porquinha Crysthal, que ficou espantada pelo ocorrido, aos poucos começou a se acalmar. Ao olhar para o lobo, viu que ele estava com a cabeça baixa e com a face do rosto triste, então saiu de onde estava e foi falar com ele. Chegando perto, abaixou-se e passou sua mão pelas orelhas do lobo, acariciando-o. No primeiro momento, o lobo ficou assustado pelo carinho recebido da porquinha, mas logo se acostumou com aquilo. Passandos alguns minutos o lobo perguntou: - Por que está fazendo isto? Crysthal olhou para o lobo e disse: - Não é porque você é diferente dos outros que irei ter medo de você ou que deixarei de conversar contigo.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Becky ficou emocionado com o que a porquinha disse e por não ter feito distinção com ele, começou a chorar e não percebeu a presença dos outros dois porquinhos na sua frente. Mark e Davi viram que Crysthal estava conversando com o lobo e acariciando suas orelhas, vendo aquele ato de carinho resolveram ir até eles. Chegando perto, eles repararam que o lobo estava chorando. Então Mark disse: - Ei, seu lobo! Por que está chorando? Mark não obteve nenhuma resposta do lobo, então Crysthal disse: - Ele está chorando porque eu não fiz nenhuma distinção com ele. Após ter falado isso, os porquinhos ficaram quietos por alguns minutos, até que Davi perguntou: - Como você se chama, seu lobo? - Me chamo Becky e vocês? A porquinha respondeu: - Me chamo Crysthal e estes são Davi e Mark, meus irmãos! Becky assentiu e resolveu perguntar: - O que vocês estão fazendo na floresta, porquinhos? Não que eu esteja incomodado, longe disso. Mark então respondeu: - Nossa aldeia veio mostrar às crianças como é a floresta e os porquinhos mais velhos. Vieram ver se estava tudo “ok” e se os caçadores haviam voltado. - Pelo jeito os caçadores estão vindo aqui ainda! - disse Davi. Becky, por sua vez, disse: - Estes caçadores nunca mais irão botar os pés nesta floresta. Não deixarei! Dito isso, os porquinhos se alegraram, pois nunca mais iriam ver aqueles homens. Becky viu que havia muito desmatamento na floresta depois que os caçadores foram expulsos, então resolveu pedir ajuda aos porquinhos e disse: - Posso pedir uma coisa para vocês? Os porquinhos então responderam juntos: - Sim! - Vocês poderiam me ajudar a plantar algumas árvores, flores e juntar os lixos que os caçadores deixaram? É porque houve muito desma-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos tamento na floresta e muita poluição, e eu sozinho não conseguirei limpar ou plantar as árvores. O que acham? - Becky perguntou com receio da resposta dos porquinhos. Davi, Mark e Crysthal entreolharam-se e responderam juntos: - Sim! - Nós e nossa aldeia iremos ajudar, disse Crysthal, pois gostamos muito da floresta e não queremos que ela morra por causa desses caçadores nojentos que vêm cortar nossas lindas árvores, raptar nossos animais e trazer lixo. Os porquinhos e Becky foram falar com o pessoal da aldeia que estavam na entrada da floresta para ver se eles topavam ajudá-los. Chegando lá, Mark pediu a atenção de todos e começou a explicar tudo o que iriam fazer. Os porquinhos ouviram atentos o que ele falava. Depois que Mark terminou sua fala, todos disseram que iriam, sim, ajudar e que não iriam deixar o lobo sozinho nessa, ainda mais depois de saber que ele havia defendido os filhos de Natasha e salvado a floresta daqueles caçadores. Então todos os porquinhos foram para suas casas pegar os materiais que precisavam como pá, saco de lixo, sementes, mudas de flores e de árvores. Pegaram tudo que precisavam e voltaram para floresta. Reuniram-se e dividiram-se em dois grupos. O primeiro grupo era do Mark e do Beck. Eles ficaram com a parte da limpeza dos lagos e lixo no chão perto das árvores e nas trilhas. Já o segundo grupo, que era do Davi e da Crysthal, ficaram com a parte da plantação de flores e de árvores. Enquanto um grupo limpava, o outro plantava, e assim seguiram o dia inteiro. Depois daquele acontecimento na floresta, os porquinhos continuaram visitando-a para mantê-la limpa e para encontrarem o lobo Beck. Ficaram muito felizes, pois os caçadores nunca mais apareceram. Com isso os animais estavam mais alegres e sentiam-se mais livres. Becky passava a maior parte do tempo com Mark, Davi e Crysthal plantando mudas de flores e de árvores. Certo dia os porquinhos da aldeia combinaram de se reunir na floresta com o Becky para fazer um piquenique e passear. Depois de tudo pronto, os porquinhos foram ao encontro do lobo. Chegando na

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos entrada da floresta eles encontraram Becky que estava esperando por eles, o cumprimentaram e entraram na floresta. Ficaram maravilhados com ela, pois mesmo indo sempre lá eles se surpreendiam com a sua beleza e imensidão. Após apreciarem a floresta, a mamãe Natasha foi arrumar os lanches para eles comerem, e assim foi a tarde dos porquinhos: todo mundo rindo, brincando e aproveitando a natureza com as famílias e os amigos.

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Acontecimentos extraordinários Jéssica Santos da Silva

Há muito tempo, havia um homem alto, de cabelos loiros, de olhos escuros e de pele morena chamado Giovanny, que conheceu uma bela moça chamada Helen, de olhos azuis, de cabelos castanhos e de pele clara. Eles eram casados há três anos. Giovanny teve uma filha antes desse casamento, chamada Allanna, cuja mãe se chamava Isadora, mas morreu em um acidente de trabalho. Giovanny gostava muito da menina e ficou cuidando dela, como havia prometido a sua ex-esposa. Allanna, também conhecida como Lalah, tinha doze anos. Ela era uma garota baixa, de cabelos loiros, de olhos verdes e de pele clara. Eles moravam na cidade de Bela-Vista, em uma casa amarela de material. A família se dava muito bem. Helen cuidava e amava Allanna como se fosse sua filha, e o afeto entre elas era recíproco. A menina passou muito tempo pedindo irmãs e para se divertir contando estó-

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos rias. Meses depois, Helen descobriu que estava grávida e foi logo contar a todos. Encontrou Giovanny na sala e gritou chamando Allanna. - Allanna! Desça aqui na sala. Tenho uma novidade para compartilhar com vocês! A menina, ansiosa, desceu correndo as escadas para ouvir a notícia. - Pessoal, eu estou grávida e são trigêmeas! - disse Helen. Como estava perto da hora de jantar resolveram comemorar após comer. Eles pensaram que seria mais fácil cada um dar um nome para os bebês, então ficou assim: Rebeca, Camila e Nathália. Também acharam que teriam que comprar outra casa, mas Helen falou que seria melhor deixar para outro dia. Quando amanheceu, Allanna saiu num pulo de sua cama e foi chamar os dois para conversar. Giovanny foi dar uma olhadinha no jornal, para ver quais eram os lugares mais próximos de sua casa. Eles também queriam ver um espaço grande, aconchegante e barato. Ele viu em um anúncio, uma casa em Springfield que não era muito longe de sua cidade. Achou que era uma ótima casa e todos concordaram com o lugar. Chegando lá, eles adoraram o espaço e Allanna gostou muito da nova escola e dos seus novos amigos. Então, Giovanny pensou: “Como eu gosto de reciclar, vou procurar um trabalho que envolva reciclagem!”. Dito e feito. Ele foi à procura de um trabalho de seu gosto e achou a empresa “Geração Melhor”. Um dos donos era João, e seu filho Bruno o ajudava. Quando o menino completou dezoito anos, entrou para o cargo de dono da empresa. Bruno estudava na mesma escola que Allanna, era colega dela e um grande amigo que a ajudou na nova escola. Quatro meses depois, os bebês nasceram grandes e saudáveis. Allanna ficou muito feliz. A convivência com a família aumentou bastante. A menina sempre se espelhou no pai e por esse motivo gostava e achava esse trabalho muito bonito e útil para a sociedade. Quando completou dezoito anos falou a seu pai que iria perguntar a Bruno se teria alguma vaga de emprego lá na empresa. Rapidamente, a garota foi na “Geração Melhor” falar com Bruno, ver se ele poderia lhe empregar. O garoto lhe fez uma proposta, e a menina logo aceitou, mostrou algumas de suas ideias a ele, que as adorou.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Chegando na sala de seu pai, começou a contar a novidade. Allanna, como sempre gostou de ser organizada, foi logo dar uma ideia a ele: - Pai, que tal nós fazermos juntos uma agenda reciclável e colocarmos nossos contatos? - Claro! É uma forma mais fácil de organizar nossas coisas - disse Giovanny, alegre com a ideia da filha. Bruno, que estava passando por ali, ouviu a conversa. Foi então que resolveu entrar e disse: - Desculpe eu me meter na conversa, mas já que comecei, irei falar. Allanna, conheço você há muitos anos e sei que tem um belo potencial, se quiser, posso usar seu desempenho para fazer nossa empresa crescer com suas ideias, também avaliar o seu progresso e com o tempo promovê-la. Allanna, feliz com o comunicado, disse: - Claro, aceito sim! Mas você terá que me prometer que irá me deixar usar todas as minhas ideias. - Sim! - disse o garoto, entusiasmado. Lalah, após o expediente, foi até a casa de sua família para conversar um pouco. Ao chegar lá, chamou todos para que se reunissem na sala. - Pessoal, venham até a sala, preciso falar com vocês - disse a menina. - Gente, hoje mais cedo, o Bruno, dono da empresa e meu amigo, acabou ouvindo minha conversa com o papai e me disse que se eu quisesse dar as minhas ideias para empresa, com o tempo poderia me avaliar e me promover! A família, contente com o comunicado da garota, quis comemorar, mas ela queria primeiro começar a fazer a tal agenda. Então chamou seu pai e foi pegar sua caixa organizadora que continha seus materiais recicláveis e disse ao pai: - A capa será de papelão pintado com guache e colaremos adesivos plastificados. As folhas eu mandei fazer com as que eu tinha. A mola, vamos usar a que eu já tinha no estoque. Após terminarem, Allanna resolveu fazer mais três agendas, que daria às suas irmãs. Depois de pronta a agenda, foi logo mostrar para as meninas, e elas adoraram. No outro dia, Lalah saiu às pressas para a empresa, só para mostrar a agenda para o Bruno. Ele olhou, olhou novamente e disse:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Você pode fazer uma agenda da empresa? - Claro. Pode ser esta mesmo? - perguntou ela. - Sim, esta está ótima! Allanna colocou os contatos de empresas que trazem os materiais recicláveis. Tempos depois, Bruno cumpriu com o que falou e a promoveu ao cargo de gerente administrativa. Certo dia, Allanna acabou perdendo a tal agenda. Não sabia mais por onde procurar, só sabia que havia perdido próximo a um rio que ficava na mesma direção da empresa. A agenda era muito importante, nela continha todos os contatos de grandes empresas que mandavam lixo para reciclagem à “Geração Melhor”. Sem esse contato importante, os caminhões acabaram colocando os resíduos nos rios próximos da cidade, pois não havia nenhum outro local para despejar o lixo, e não sabiam o endereço correto já que não tinham o contato com a empresa de Bruno. Helen, que estava em casa preparando as meninas para irem à escola, sentiu um cheiro estranho, olhou pela janela e notou uma movimentação diferente próximo do rio que ficava a alguns metros de sua casa. Levou as três meninas à escola e na volta foi na prefeitura da cidade para fazer uma denúncia sobre o aroma estranho que havia sentido naquela tarde. Também relatou a presença de caminhões despejando algo próximo ao rio. Um representante do prefeito falou que iria rapidamente resolver o descuido. A mulher ligou para a empresa em que a filha trabalhava e João, ex-dono, atendeu. Ela relatou a ele o que viu, então João foi logo avisar o filho do ocorrido. Imediatamente Bruno foi verificar se era verdade ou não, pois recebeu a notícia repentina. O garoto foi até todas as empresas para saber o motivo de o lixo estar indo até os rios. A grande maioria explicou que não estavam sendo comunicados sobre o local da empresa de Bruno, então resolveram colocar o lixo em algum lugar dentro da cidade, para que depois a “Geração Melhor” tomasse uma atitude quanto a isso. Allanna e Giovanny ficaram muito tristes por conta da perda da agenda. Foi então que Helen ligou avisando Giovanny sobre o que havia feito:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Amor, estava preparando as meninas para irem à escola e senti um cheiro diferente no ar. Quando fui ver o que era, disseram que alguém colocou lixo no rio. Então, fui até a prefeitura para reclamar do mau cheiro - disse a mulher, frustrada. Giovanny explicou a Allanna o que Helen contou ao telefone. Foi então que a menina disse: - Tive uma ideia! E se nós pedissemos ajuda à comunidade? - Mas será que eles aceitariam? - perguntou Giovanny, desanimado. - Não custa tentar, papai. Allanna encontrou Helen, que se propôs a ajudar, e foram perguntar aos vizinhos se eles poderiam ajudar. Enquanto isso, Bruno, que estava caminhando perto do rio, achou uma agenda. Como não queria abri-la e sabia que era a agenda de Allanna, por ser única, resolveu procurar a menina. Lalah e Helen conseguiram que a comunidade aceitasse o pedido. Foi então que Bruno avistou Allanna chegando no rio com algumas pessoas junto a ela e ficou muito animado ao ver que teriam ajuda. Entregou a agenda à menina, que ficou muito contente. Todos foram até o rio e fizeram um trabalho bem feito. Foi então que Lalah teve a ideia de fazer uma festa em comemoração ao sucesso no recolhimento do lixo por terem conseguido retirar tudo a tempo, antes que poluísse os rios. Bruno pediu que todos comparecessem na empresa “Geração Melhor” para que fizessem a comemoração. Allanna acabou se apaixonando por Bruno, já que a partir desse dia começaram a trabalhar sempre juntos. Todos continuaram trabalhando na empresa e viveram felizes para sempre, inclusive Helen e Giovanny com as trigêmeas Rebeca, Camila e Nathália.

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A mudança positiva da reciclagem Julia Menezes Dias

Era uma vez uma menina chamada Cinderela que morava com seu pai, chamado José, em uma casa que estava sendo construída no campo. Cinderela estudava em uma escola rural chamada Hogworts. Era uma menina muito criativa, que tinha ideias brilhantes. Ela tinha um colega que era seu melhor amigo, ele se chamava Harry. Eles estavam quase sempre juntos e adoravam fazer brinquedos de sucata, pois o pai de Cinderela tinha uma fábrica que transformava lixo em brinquedos recicláveis. Eles eram vendidos no comércio local da cidade mais próxima. Harry e Cinderela ajudavam na montagem de alguns brinquedos da fábrica, José queria que a filha aprendesse a trabalhar lá, para que a reciclagem fosse cultivada de geração em geração. Como José não gostava de parecer “rico” ou esbanjar o dinheiro que tinha, ele resolveu disfarçar sua casa fazendo um pequeno galpão marrom com ape-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos nas uma sala de estar, um banheiro e uma geladeira. Porém, apenas ele, Cinderela e Harry, que ia quase sempre lá, sabiam que havia outro andar no subsolo. Passando-se um tempo, mudou-se para perto da casa de Cinderela e de seu pai, uma mulher chamada Escarlet. Ela tinha duas filhas, a mais nova se chamava Luiza e a outra, que era quase da mesma idade de Cinderela, se chamava Lauren. Escarlet era muito exibida, sempre tentava ser mais que os outros e, quando viu aquele galpãozinho, mandou suas filhas irem investigar o que era. Chegando perto da “casa” de Cinderela, as irmãs viram Harry e acharam ele muito lindo, quando, de repente, apareceu Cinderela e disse: - Venha Harry! Vamos fazer brinquedos de... Então virou-se e viu as duas paradas olhando para o Harry, suspirando de paixão. - É... desculpa, não vi vocês. Sou a Cinderela e esse é meu amigo, o Harry. - Oi? Ah! Sim, eu sou a Lauren e essa é minha irmã mais nova, Luiza. Nos mudamos para cá há pouco tempo. - Será que poderíamos entrar para beber um pouco de água? - disse Luiza, interessada em entrar dentro da casa de Cinderela. - Não! Digo... esperem que eu trago um copo de água para vocês disse Cinderela. - Deixa, Luiza. Vamos para casa - disse Lauren. Chegando em casa, elas contaram para sua mãe que havia algo de misterioso lá dentro, pelo fato de Cinderela não as ter deixado entrar. Escarlet, muito esperta, fingiu ser gentil, educada e amigável e enganou José, fazendo com que ele se apaixonasse por ela. Um tempo depois, José e Escarlet se casaram e foram morar na casa dele, e foi assim que ela e suas filhas descobriram o tal “mistério”. Quando estava na presença de José, Escarlet tratava Cinderela como se fosse sua filha de sangue, mas quando ele ia trabalhar era como se Cinderela fosse a empregada da casa. Ela foi proibida de falar com Harry, pois sua madrasta queria que ele se casasse com Luiza. Ao longo do tempo, com os gastos supérfluos de Escarlet e suas filhas, o dinheiro acabou, e o pai de Cinderela foi perguntar o que havia

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos acontecido. Então Cinderela falou que Escarlet e suas filhas estavam gastando todo o dinheiro e que a tratavam mal quando ele não estava. José ficou a pensar: “Como terei meu dinheiro de volta?”. Como sua filha tinha ideias brilhantes, sugeriu colocar Escarlet, Lauren e Luiza na fábrica como empregadas. José viu que Escarlet não era quem ele esperava ser e se separou, mas como Escarlet não tinha dinheiro para sustentar as filhas pediu a ele para que elas continuassem trabalhando na fábrica: - Estou arrependida pelo que fiz e queria que nos deixasse trabalhar aqui. Posso até limpar sua casa uma vez por semana, se quiser. - Não precisa limpar minha casa e, se quiser, pode ficar trabalhando na fábrica - disse José. - Muito obrigada! Fico feliz por você deixar eu ficar. Meses depois Harry apareceu na fábrica e disse que queria fazer um pedido especial: - Olá! - disse Harry para Escarlet, que estava no caixa. - Quero fazer um pedido especial. Será que ao invés de brinquedo poderiam fazer um sapato? - Bom dia! Podemos sim, mas me diga como quer ele e confirmaremos o valor - disse Escarlet. - É para uma linda dama, então gostaria dele bem bonito e cheio de detalhes delicados, como uma renda. - Ok. Posso lhe fazer por R$180,00 - confirmou Escarlet. - Ah, sim! Obrigado - disse Harry. Quando o sapato ficou pronto, ele foi à casa de Cinderela e a encontrou junto com seu pai. Aproveitou o momento e disse para o pai de Cinderela: - O olhar dela é belo. O sorriso dela é de ouro. Aceitaria se eu pedisse sua filha em namoro? José deu uma risadinha, colocou a mão no ombro de Harry e disse: - Aceito sim, rapaz! Cuide bem dela, você não vai conhecer alguém melhor que ela. Então Harry entregou o sapato a ela e disse: - Aceita namorar comigo? - Claro que sim! - respondeu Cinderela, muito feliz.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Cinderela e Harry viveram muito felizes. Eles tiveram dois filhos. Uma menina chamada Spenser e um menino chamado Lucas. Como José queria que a reciclagem fosse cultivada de geração em geração, ensinaram eles a fazerem brinquedos recicláveis que depois de prontos eram dados para crianças carentes. Agindo dessa forma, demonstrariam a eles a importância de reciclar. Com o tempo, Lauren e Luiza amadureceram e se tornaram pessoas de bem. Entraram na faculdade e fizeram com que a fábrica ficasse muito mais conhecida, pois divulgaram vários cartazes por muitas cidades, e assim as vendas aumentaram. Os bons ensinamentos deixados pelos pais foram passados para os filhos. Valorizar as coisas simples, como brinquedos feitos de materiais recicláveis, que seriam jogados fora poluindo o meio ambiente, nos tornam cidadãos melhores e mais conscientes.

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A menina corajosa Juliane Moura Rocha

Era uma vez uma menina chamada Bianca. Ela vivia com sua mãe, Maria Clara, que era dona de casa. Elas moravam em uma cidade pequena chamada Santa Flora. Era uma cidade muito bonita, porque havia árvores e muitos pássaros que sempre cantavam pela manhã. Elas residiam em uma casinha pequenina e muito simples. A menina era conhecida como Chapeuzinho Vermelho; quem a apelidou foi sua querida avó, Maria. Certo dia Bianca adoeceu porque ficava muito tempo deitada com um cobertor peludo. Ela ficou tão quente que sua mãe achou que a menina estava com febre. Resolveu levá-la ao médico. Chegando lá, o doutor a examinou e explicou à mãe que não era nada de mais, ela apenas deveria sair mais, tomar sol toda manhã e se alimentar corretamente. A mãe compreendeu o diagnóstico do médico e então levou Chapeuzinho Vermelho para passear e brincar ao ar livre. Com o tempo percebeu a melhora da menina.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Um dia, Maria Clara pediu que sua filha fosse à floresta levar um bolo de chocolate para sua avó. A menina, ansiosa para sair de casa, disse: - Posso sim, mamãe. Ficarei muito feliz! - Tudo bem filha, tome cuidado, pois a floresta pode ser muito perigosa- disse Maria Clara. - Tudo bem, mamãe. Tomarei cuidado. Até logo! - Até logo, filha! - disse a mãe. Durante o caminho, Bianca encontrou um lobo e um caçador conversando. De início ela achou estranho e depois ela, curiosa, resolveu ir perguntar o que estava acontecendo. - Boa tarde. Eu estava passando e ouvi que vocês estavam conversando sobre a floresta. O que está acontecendo? É algo sério? Posso ajudar? - Olá, menina. Olhe para a floresta e me diga o que você está vendo - disse o lobo. - Nossa! Não tinha reparado! As árvores... as árvores estão queimadas e algumas estão cortadas! - disse Chapeuzinho. - Pois é, menina, estamos aqui tentando ver o que podemos fazer para ajudar nossa floresta - disse o caçador. Então Chapeuzinho lembrou de sua avó e disse: - Podemos plantar algumas árvores de novo! Chapeuzinho teve a ideia de plantar novas sementes de árvores para reflorestar a área que foi desmatada. Todos gostaram da ideia. Nesse mesmo momento Chapeuzinho disse: - Então nós podemos passar na casa da minha avó para pegar o saco de sementes! - Ok - disse o caçador e o lobo. Todos seguiram o rumo de Chapeuzinho para a casa da avó. Chegando lá, Bianca bateu na porta. - Quem é? - disse Maria. - Sou eu, sua neta querida! - falou Bianca. - Pode entrar, Chapeuzinho! Chapeuzinho, após entrar na casa da vovó, apresentou os seus amigos. Então Maria falou: - Olá, meninos! Como estão?

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Bem! Obrigado! - disse o lobo, tímido. - Estamos muito bem! Obrigado por perguntar - falou o caçador. - E o que traz vocês aqui, rapazes? - Nós viemos pedir aquele saco de sementes que a senhora guarda em casa- disse Chapeuzinho. - Mas por que você quer o saco de sementes, minha netinha? - Avó, nós queremos reflorestar nossa floresta. Aconteceu alguma coisa que queimou e cortou as árvores, mas não sabemos o que foi. Ah, antes que eu esqueça, vou deixar o bolo de chocolate que minha mãe pediu que eu trouxesse. - É verdade, menina. Nem pensamos em quem possa ter feito essa barbaridade! - disse o caçador. - Agora está tarde para irmos atrás do culpado. Vamos salvar nosso lar! - disse o lobo. Então a avó, muito triste com o que estava ouvindo, disse: - Está bem, eu ajudo vocês. Mas só se vocês me deixarem ir junto. - Ok! - disseram todos. Eles voltaram para onde estavam e plantaram tudo de novo, mas no final ficaram um pouco tristes, porque sabiam que iria demorar para que tudo crescesse. Um tempo depois viram que, como estavam sendo bem cuidadas, as árvores começaram a crescer lindas e belas e também cheia de frutos. As pessoas que passavam lá sempre paravam para reparar naquelas lindas árvores coloridas, com vários frutos diferentes. Então Chapeuzinho Vermelho teve a brilhante ideia de criarem uma placa gigante com um aviso aos visitantes: “Por gentileza, cuide de nossa floresta. Ela é mais sua do que nossa! Colha os frutos, se sentir vontade! Porém, mantenha-a limpa, para que todos possam compartilhar de uma floresta limpa, saudável e com frutos!”.

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Star Duck Marco Daniel Canfild Vieira

Há muito, muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante, havia um patinho chamado Duck Skawolker. Ele morava no planeta Tatoene, com seus pais adotivos Obi-Wan Kenobb e sua mãe, Minaka. O patinho era poderoso porque tinha a força consigo, mas ninguém sabia dizer de onde ele veio. Seus pais encontraram o ovo de Duck Skawolker orbitando próximo ao planeta deles e resolveram buscar o ovinho para que não morresse, assim o adotaram ainda bebezinho. Todos sempre notaram que ele era diferente, até mesmo no modo de ser, não era igual aos patos daquele planeta. Por isso o chamavam de Patinho Feio, porém seus pais o amavam muito e nunca deixaram faltar nada para ele e seus outros filhos. Um dia, as naves que os pais adotivos do patinho dirigiam estavam ficando sem bateria e não havia como pegar energia solar, pois nesse

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos planeta não havia muita incidência de luz solar. Então todas as naves de todos os patinhos estavam com pouca energia. O jovem precisava salvar seu planeta, porém, só poderia salvá-lo se pegasse uma bateria de força infinita, já que a deles estava no fim. O jovem lembrou que havia um planeta mecânico próximo ao dele, onde havia muita energia solar, porém sabia das lendas terríveis daquele local. Diziam os antigos que lá moravam dois gansos maldosos. Eles habitavam aquele mundo há muito tempo, o que dificultava a entrada do patinho feio para buscar a força infinita que precisava. Segundo a lenda, diziam que guardavam, em algum lugar daquela base, uma bateria que era capaz de sustentar um planeta por milhares e milhares de anos. Então o patinho pegou sua nave e partiu para a base chamada “Alpiste da Morte”. Quando o patinho chegou ao planeta “Alpiste da Morte”, estacionou sua nave em um lugar muito sombrio e próximo de uma rocha, para que pudesse se esconder. Porém, logo foi surpreendido pelos Storm Quokers, uma tropa dos gansos. Ele foi capturado e levado aos terríveis gansos maldosos. Ele confirmou a horripilante lenda que era contada em seu planeta, pois encontrou a terrível Duck Vader e o lorde ameaçador supremo, Beduck Hind. Os dois gansos que comandavam aquele planeta eram seus pais biológicos e ele só soube disso quando viu que era idêntico a eles. Então eles começaram a lutar seriamente. Mesmo sabendo que ele era seu filho, os dois gansos eram tão malignos que não se importaram com isso, queriam apenas matá-lo. Durante a luta o jovem Patinho Feio achou uma metralhadora de cinquenta canhões que estava no chão do salão principal da nave, mas a bateria estava por um fio. Ele conseguiu drenar toda a energia para o canhão principal, porém só teria um tiro. Ele atirou e finalmente venceu os gansos maldosos com um tiro certeiro que destruiu o lar dos terríveis! Então, seu pai, Beduck Hind, falou ao patinho que se lembrava de seu único filho, aquele que se perdeu para sempre. Antes de falecer, o ganso malvado disse a Duck Skawolker onde estava a bateria. O patinho, confuso com tudo o que havia acontecido, voltou para a sua nave e foi ao núcleo do planeta “Alpiste da Morte” para pegar a bateria.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos O Patinho Feio conseguiu a bateria e voltou ao seu planeta Tatoene, onde chegou até o núcleo, plugou a bateria e o núcleo voltou a transmitir raios solares por todo o planeta. Depois desse feito, todos os moradores festejaram o sucesso na sua missão, e ele recebeu a maior condecoração de Tatoene: a estrela de rubi. Assim, o patinho aprendeu que a beleza não importa e sim, o que temos por dentro. Então ele declarou: - Poupem energia, ela é a base da vida. Então viveu feliz para sempre com seus pais adotivos e seu povo.

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Uma estória diferente das outras Mary Anne Lenhard Iansen

Antigamente, em um bosque encantado, onde havia pássaros cantando e muitas árvores verdes, águas rasas e limpas, morava uma menina branca como a neve chamada “Branca de Neve”. Ela era jovem, adorava aquele bosque e morava com sua irmã mais nova que se chamava “Cinderela”. Branca de Neve cuidava da irmã, pois seus pais morreram em um acidente de carro, e foi por esse motivo que as irmãs se mudaram da cidade para o bosque. Havia uma cidade perto desse bosque. Essa cidade era muito popular pelas cidades vizinhas, pois era a única cidade limpa, sem nenhum lixo e mau cheiro. A prefeita era uma mulher que nunca sorria, sempre estava de mau humor e se chamava “Vera”. Morava num palácio rodeado de flores e coisas preciosas, enfeites de ouro, prata, quadros preciosos, vasos de flor folhados de ouro e prata, entre outros.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Os moradores da cidade amavam ela. Quando Branca de Neve morava lá, não gostava dela, e até hoje continua não gostando. Apelido-a de “Bruxa”. Elas nunca se deram bem, pois Branca, como a chamavam, tinha suas críticas e não gostava de como Vera coordenava a cidade. Vera tinha muitos segredos e tinha medo que Branca descobrisse, pois a menina era muito esperta, por isso nunca deu trela a ela. Havia um caçador que era morador da cidade, ele era um homem obscuro, pois só ficava na sombra. Era o braço direito da prefeita e eles sempre mantinham segredos. Certo dia as irmãs estavam fazendo sua caminhada matinal até que, de repente, ouviram alguns choros, cantorias tristes e gritos dizendo: - Onde vamos morar? As meninas, assustadas, esconderam-se atrás de um arbusto grande. Quando Branca riu, levantou-se e falou: - Cindi, saia daí! São nossos amigos anões, aqueles sete meninos que nos ajudaram quando nos perdemos no bosque. - Ah tá, nossos amigos! - disse Cinderela. Sem entender por que os sete anões estavam lá, Branca perguntou: - Por que vocês estão aqui? O que aconteceu? - Lembra que nós morávamos no bosque e trabalhávamos na empresa de reciclagem na cidade? A prefeita Vera nos mandou embora e tomou nossas casas! - disse um dos anões, o Mestre. - Sim, lembro. Sério que aquela bruxa fez isso com vocês? Não acredito que ela foi capaz disso - disse Branca. - Foi por causa do dinheiro. Vera disse que não podia mais nos pagar! - falou o Mestre. - Sempre aquela bruxa velha! - disse Zangado, o outro anão. Nessa hora todos riram, então Cinderela falou: - Nossa casa não tem muito espaço, mas, se vocês quiserem, podem dormir uma noite lá. - Nós adoraríamos! - disseram os anões, em coro. Então todos saíram felizes e cantando. Chegando lá, as irmãs prepararam uma sopa e, depois que todos comeram, foram dormir. Como não tinham tantas camas, as meninas colocaram cobertores macios no chão. Ficou meio apertado, mas os anões ficaram felizes por ter

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos onde dormir. Depois de algumas horas, Cinderela acordou, pois não dormia direito com pena dos anões e de repente ouviu um barulho estranho; então calçou de sapatinho e foi investigar. Chegando ao lugar viu o caçador com um monte de empregados jogando algo num buraco, mas Cinderela não conseguia enxergar o que era, pois estava escuro. Resolveu então esperar os homens saírem para ela chegar mais perto do buraco. Próxima ao buraco viu um monte de lixo. Ela ficou surpresa e triste ao mesmo tempo, sem perceber que estava perto de mais do buraco acabou resvalando e caindo dentro dele, com todo aquele lixo. Como não conseguiu sair de lá sozinha e já estava cansada de tantas tentativas de sair de lá de dentro, acabou dormindo. No dia seguinte, Branca notou que sua irmã não estava em casa, então acordou os anões e todos começaram a procurar Cinderela pelo bosque. Até pensaram em desistir, mas então ouviram um grito de socorro. Branca falou: - É Cinderela, vamos lá, anões! Chegando lá, viram a menina e também um monte de lixo, todos ficaram surpresos. Então Cinderela falou: - Gente, como é bom vê-los! Eu caí nesse buraco, sem querer acabei deslizando e não consegui sair. - Vamos tirá-la daí - disse Branca. Então os anões pegaram alguns tipos de cipós e fizeram uma corda. Amarraram uma ponta numa árvore e a outra jogaram para puxar Cinderela. Quando a menina estava fora do buraco com lixo, Branca perguntou: - Como é que esse lixo todo está aí? - Eu sei, o caçador e alguns empregados estavam jogando lixo aqui ontem à noite- disse Cinderela. - Sério, mas isso só pode ter sido ideia da bruxa! - disse Branca, indignada. - O que vamos fazer com esse lixo? - perguntou o Mestre. Eles ficaram pensando, até que Cinderela falou: - O material daí é tudo reciclável. Eu sei! - É mesmo! Era esse o material que usávamos no nosso emprego! exclamou um dos anões, o Soneca.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Então eu sei o que vamos fazer! Os anões ficam aqui limpando o que era lixo reciclável para depois fazermos objetos para os moradores da cidade. Eles estão precisando de alguns enfeites legais para a rua e também podemos melhorar o lixo e brinquedos das crianças para serem reciclados assim podemos melhorar ainda mais a cidade, e eu e a Cinderela vamos na cidade falar com os moradores sobre o bosque, se todos ajudarem ficará melhor! - falou Branca, determinada. - Ok! - disseram os anões e Cinderela, em coro. Naquele minuto os anões começaram a arrumar o lixo para reciclar, e as meninas foram para a cidade. Chegando lá, as irmãs decidiram ir à praça onde sempre havia muita gente. Então quando chegaram, Branca disse: - Gente! Estamos em perigo! Há muito lixo no bosque, mas nossa sorte é que ele é reciclável, com a ajuda de todos podemos resolver! Ninguém deu bola, então elas foram atrás de Vera para ver se iriam conseguir alguma prova ou ajuda. Chegando lá, elas contaram tudo para Vera que respondeu por fim, “se quiserem, que façam sozinhas!”. Então, discretamente, Cinderela pegou seu Iphone e teve a brilhante ideia de gravar a conversa com Vera. Foi até que Branca disse: - Foi você que colocou lixo ali. Nós sabemos! - Vocês têm prova? - Vera falou com uma expressão de deboche. - Por que você colocou aquele lixo reciclável lá? - perguntou Cinderela. - A demanda de lixo reciclado ficou maior. Depois que despedi os anões e fechei a fábrica, por causa do dinheiro, a verba estava muito alta para pagar aqueles anões que trabalhavam com a reciclagem que não serve para nada! Agora saiam daqui! - Disse Vera. - Como você pode dizer isso? Reciclagem é muito importante! Vamos, mana. Nossa, não acredito sua bruxa, que você vai ficar aí sem fazer nada! - disse Branca. Saindo da casa de Vera, Cinderela começou a rir. Sem saber o motivo Branca, falou: - O que tem de engraçado? Nós não conseguimos nada! - Errado, mana, eu gravei tudo! Está aqui no meu Iphone. - disse Cinderela.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Por isso que eu te amo! - falou Branca, contente pela astúcia da irmã. Então elas voltaram para a praça da cidade, mostraram o áudio para os moradores, que ficaram preocupados com a situação. Por isso todos foram para o bosque com as duas irmãs. Chegando lá, começaram a ajudar os anões com a reciclagem. Fizeram umas coisas para melhorar muito a cidade, com novos enfeites para as ruas e casas deixando a cidade mais limpa. Os moradores fizeram um protesto e uma votação que tirou a Bruxa da prefeitura. Ela não gostou muito, mas teve que sair, pois o povo é quem sabe. Então ela e o caçador foram morar no bosque e foram punidos tendo que limpar os restos de lixo que ficaram no buraco. Os moradores colocaram a Branca de Neve como prefeita e sua irmã Cinderela como vice, e os anões para não saírem de perto das irmãs e também não saírem mais do bosque, fizeram novas casas perto da cidade com os materiais reciclados retirados do buraco. Voltaram a trabalhar na fábrica de reciclagem que Branca e Cinderela reabriram. Então Branca disse: - Se as pessoas se conscientizassem da importância de reciclar, novos empregos surgiriam, e isso traria mais benefícios no futuro e não teríamos muitos problemas ambientais!

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Reciclagem das Porquinhas Rafaely Mendonça Machado

Era uma vez, não, já chega de “Era uma vez”, vamos mudar. Há muito tempo, em uma bela cidade chamada “Sai do meu Pé”, morava uma linda família de porquinhas. A mamãe se chamava Victória, ela gostava de trabalhar em casa cuidando de suas porquinhas. A filha mais nova se chamava Fifi. Quando ganhou o seu primeiro celular em um concurso de leitura, começou a participar de concursos para ganhar mais aparelhos eletrônicos, assim sua mãe não precisaria gastar comprando para ela. Ela ganhava prêmios como celulares, tablets, computadores, notebooks, etc. Por esse motivo, vivia soltando frases em inglês, pois aprendeu um pouco da língua estrangeira de tanto jogar na internet. As outras duas filhas se chamavam Nicoly e Raniela. Elas amavam reciclar e tinham um grupo na cidade chamado R.D.R.J que significava Reciclagem do Rio Jesus. O grupo se reunia todas as tardinhas ao

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos lado do rio que abastecia a cidade para trocar ideias. Nesses encontros surgiam ideias para melhorarem a pequena cidade. Eles viviam limpando, regando os jardins e cuidando do rio que se localizava perto de uma floresta. Certo dia a Fifi estava passeando próximo da floresta, esperando suas irmãs terminarem o trabalho de limpeza. Ela achava a trabalho das irmãs importante, mas gostava mais dos jogos do seu tablet, assim o tempo passava mais rápido. De repente, ela ouviu um galho quebrando e foi espiar para ver o que poderia ser. Mais próximo do rio ela avistou um lobo poluindo a água jogando lixo como papéis, latas, garrafas de vidros, etc. Então ela pensou: “Oh, my God! O que ele está fazendo? Quem é ele? Por que fazer isso? Já sei, vou tirar umas fotos com meu tablet e depois vou lá descobrir!”. Chegando lá, após tirar algumas fotos do que estava vendo, manteve uma certa distante do enorme lobo e disse: - Who are you? What are you doing? O lobo tomou um grande susto e respondeu gritando: - Meu Deus! Que susto! Espere aí, o que você falou? - Oh, my God! eu disse: “Quem é você? O que você está fazendo?” Entendeu? - disse a menina. - Ah! Entendi. Bom, isso não te interessa, menina. Some daqui antes que eu... eu... eu roube o seu tablet e saia correndo. - Não! Você não faria isso! Neste tablet tem tudo que eu preciso! - disse Fifi que logo após pensou: “principalmente as fotos que acabei de tirar”. - Quer ver? indagou o lobo. Logo após a pergunta, o enorme lobo roubou o tablet dela e saiu correndo. Ela tentou correr atrás dele, mas caiu em cima de uma pedra e se machucou muito. Então ela percebeu que suas irmãs Raniela e Nicoly estavam por perto e resolveu gritar para elas, pois não conseguia se levantar. Suas irmãs correram para ajudá-la porque elas se preocupavam muito com Fifi. Então Raniela perguntou: - Irmã, o que houve com você? - Então, eu ouvi um barulho de um galho quebrando, me afastei de

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos vocês e fui ver o que era. Deparei-me com um enorme lobo poluindo o Rio Jesus. Eu tirei algumas fotos dele com meu tablet e fui perguntar o porquê da poluição, quando ele me disse que aquilo não me interessava e ficou bravo comigo. Ele falou que iria roubar o meu tablet e eu não acreditei. Então ele o roubou e saiu correndo! Tentei ir atrás dele, mas tropecei em uma pedra e cai - respondeu Fifi, triste. - Um lobo? - perguntaram as irmãs. - Sim, um lobo! - respondeu Fifi. - Hum, sei. E você está bem? - perguntou Nicoly, sem acreditar na história do lobo. - Sim, estou! Mas e o meu tablete, como vou resgatá-lo? - perguntou Fifi, ansiosa. - Não se preocupe, iremos dar um jeito nisso! - respondeu Raniela, confiante e com fé. - Okay, vamos contar essa tragédia para a mamãe. - respondeu Fifi, com olhar de preocupada e ao mesmo tempo confiante de que iria achar o seu tablet. Então suas irmãs deixaram seus trabalhos de lado e foram levar Fifi para casa. Chegando em casa, sua mãe preocupada pergunta. - Oi, minhas filhas! Meu Deus! O que houve com você Fifi? - Oi, mãe! Então, eu saí de perto das meninas por um instante, porque ouvi um barulho de galho quebrando. Resolvi ver o que era e tinha um lobo enorme poluindo o rio. Tirei fotos dele com meu tablet e fui falar com ele. Só que ele ficou bravo comigo e disse que não interessava quem ele era e que iria roubar o meu tablet. E foi o que ele fez! Eu tentei correr atrás dele, mas caí e me machuquei toda - disse a menina, brava e triste. - Um lobo? Como assim um lobo? Vocês também o viram, meninas? - Não, mamãe, nunca o vimos passar por perto do Rio Jesus - respondeu Nicoly. - E você, está bem, minha filha? - perguntou a mamãe preocupada. - Sim, estou! - Tive uma ótima ideia! - exclamou Raniela. - Qual? Qual? - perguntou Fifi. - Vamos conversar com nosso grupo R.D.R.J para resolvermos a si-

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos tuação do Rio Jesus, procurar esse lobo, conversar com ele e também perguntar o porquê disso tudo. - Boa! - responderam Nicoly e Fifi. Todas decididas em resolver a situação do rio e o surgimento de um enorme lobo na floresta, decidiram entrar em contato com o grupo em que as meninas trabalhavam. Chegando lá, conversaram com o pessoal e concluíram que eles deveriam limpar o rio primeiro, já que era muito importante para o abastecimento de água da cidade, antes que ele ficasse muito poluído. Depois poderiam ver se a história do lobo era verdadeira. Chegando ao local do encontro com o grupo da limpeza, as porquinhas explicaram o acontecimento para o pessoal. - Gente, a nossa irmã Fifi disse que viu um lobo poluindo o Rio Jesus e ele roubou o tablet dela. Vocês nos ajudam a investigar essa história? - perguntou Nicoly. - Nossa! Claro que sim! - respondeu o pessoal. - Vamos lá! - falou Fifi contente. - Um por todos e todos pelo Rio Jesus! - gritou o pessoal e as porquinhas com sua mamãe. Após a tarefa difícil de reciclar os materiais que puderam ser reutilizados, todos ficaram bem curiosos para saber se o lobo existia ou não. Então, em uma manhã ensolarada, decidiram ir até a floresta procurar o enorme bicho. Chegando por lá, o grupo R.D.R.J avistou uma enorme sombra atrás de algumas árvores e foram ver o que era. Perto da árvore viram um lobo enorme, com olhos gigantes e um pelo grosso. As porquinhas e a mamãe ficaram espantadas ao saber que o lobo existia de verdade. O lobo, sem saber o que falar, fugiu. As porquinhas e a mamãe, ao saberem que a história da pequena era verdade, ficaram horrorizadas e com muito medo de que o lobo fizesse algo de ruim para sua família. Fifi, já triste por não conseguir falar com o lobo, resolveu voltar para a cidade. Ao chegarem na cidade, perceberam que o lobo estava ao lado do Rio Jesus esperando eles. As porquinhas, felizes, correram e foram tirar satisfação com o lobo. - Seu lobo! Por que você fez isso? Por que você poluiu o nosso rio?

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - perguntou Nicoly. - É, e por que você roubou meu tablet? - perguntou Fifi. - Bom, porquinhas, eu lhes devo um pedido de desculpas. Primeiro por roubar seu tablet, segundo por poluir o rio e terceiro pelo incômodo que eu tenho dado. Bom, por tudo! Vocês me desculpam? - perguntou o lobo, arrependido e quase chorando. - Nós o perdoamos, mas tem como responder nossas perguntas antes? - perguntou Fifi. - Sim. Bem, eu roubei seu tablet porque eu estava bravo com você, porque você queria saber o que eu estava fazendo. Eu poluí o rio, porque onde eu moro não tem mais lugar para jogar o lixo, e então eu resolvi colocar aqui. Achei que não teria nenhum problema colocá-lo aqui. - Esse rio abastece a nossa cidade, por isso que não pode poluir respondeu a mamãe Victória. - Eu não sabia. Vocês me desculpam? - perguntou o lobo. E então a mamãe, com pena do lobo, falou: - Bom você gostaria de vir morar na nossa cidade? - Sério? - perguntou o lobo. - Sim! Vamos lá construir uma casa para você perto da nossa, mas antes você vai tem que fazer algo - respondeu a mamãe. - Muito obrigado! Sim, é só falar - respondeu o lobo contente. - Você terá que jurar que será fiel a nós e que será fiel à nossa cidade. Jura? - perguntou a mamãe. - Sim. Eu juro! - respondeu o lobo. Todos felizes falaram: - Mãos à obra! Então todos foram construir a casa do lobo. As porquinhas o ensinaram a separar o lixo e a limpar a cidade para que nunca fique suja. Assim, o lobo aprendeu que reciclar é bom para as nossas vidas, porque se um dia tudo estiver poluído podemos sofrer sérias consequências. Os carros podem poluir o ar, lixo em rios pode matar os peixes, enchentes podem acontecer, mas se você souber como reciclar tudo correrá bem. Então cuide, recicle, reduza e reutilize.

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Dias de um futuro sustentável William Cavalheiro Lesina

Num tempo não tão distante em que o desmatamento havia acabado, o lixo do planeta e das indústrias haviam sido controlados, o mundo já estava praticamente sustentável e em completa harmonia. Existia em uma cidade chamada Hoen uma garota cujo nome era Iskit, mas pelos mais próximos, era chamada de Chapeuzinho Vermelho. Ela morava com sua mãe Sabrina, ao lado de um juiz chamado Edson, que era amigo delas, e também de Dona Maria, mãe e avó. A velhinha morava perto da floresta, sozinha. Certo dia não havia mais lugar certo na Terra para as empresas depositarem o lixo, então resolveram criar uma base em Marte que receberia todo o lixo descartado, já que na Terra ele não poderia ser mais reciclado ou utilizado para adubo. O custo para o descarte em Marte era alto, por isso somente os donos de empresas de coleta de lixo eram obrigados a fazer, já que mandando em grande quantidade o custo era menor. Só que havia um homem chamado Zeldris que era muito ganan-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos cioso. Ele resolveu despejar o lixo em uma floresta que por fora era horripilante, mas por dentro era linda. Apesar de sua beleza, era um local muito perigoso. Porém, mesmo assim Zeldris resolveu colocar o lixo da sua fábrica de robótica ali. Com o tempo aquilo começou a prejudicar a floresta e os animais que ali moravam. Então um lobo, que foi destinado pelos outros animais a ser o guardião da floresta, começou a atacar os trabalhadores que estavam ali. O dono da fábrica, indignado, contratou caçadores para matar aquele animal. Dias depois, em uma noite com nevoeiro denso, os caçadores atiraram em um vulto que estava na floresta, acreditando que era o lobo. Após amanhecer, foram à floresta verificar se haviam realmente matado o animal. Chegando lá, ficaram apavorados, pois viram que haviam cometido um grande erro. Então resolveram contar tudo para o dono da empresa. Assustado, para não sofrer processos e perder investidores, o dono colocou a culpa da morte da senhora no lobo que vivia na floresta. Porém ordenou que os caçadores continuassem à procura do lobo, assim a mentira não seria descoberta. Para má sorte de Sabrina e Iskit, havia sido Dona Maria que foi morta, e como Zeldris não era bobo, organizou o enterro e contou a elas os fatos. Depois do enterro, Sabrina e Iskit deveriam ir até a casa de dona Maria para empacotar seus pertences, porque queriam alugar a casa. Porém, teriam que posar na casa para esperar o frete. Às vinte horas Sabrina recebeu uma ligação de seu trabalho de produtora na televisão, pois houve um imprevisto, então ela teve que sair às pressas deixando Iskit sozinha na casa de sua falecida mãe. Nesse meio tempo, Iskit escutou tiros disparados pelos caçadores e logo após ela ouviu um estrondo no galpão. Ela pegou seu casaco vermelho com capuz, seu celular, para utilizar como lanterna, e saiu para ver o que havia acontecido. Chegando lá, havia um lobo enorme de olhos amarelos que brilhavam no escuro. No mesmo instante ele disse: - Por favor, não diga onde estou! Naquele mesmo minuto, alguns caçadores se aproximaram da casa e bateram na porta. A menina saiu correndo para atendê-los. - Boa noite, menina. Por acaso você viu um lobo enorme passar por aqui? - disse um dos caçadores.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Sim. Até me assustei, mas o vi correndo para a floresta - respondeu sem hesitar. Assim, depois que os caçadores foram para a floresta, Iskit voltou ao galpão e perguntou ao lobo: - Quem é você? O que aconteceu? Por que você está neste estado? Então foi você que matou minha avó? - Calma! Respira. Respirar é importante. Deixa eu pegar fôlego que eu te conto - respondeu o lobo, tentando recuperar o ar ─ Eu sou mais conhecido como Lobo Mau e não, não fui eu que matei sua vó. Quem lhe contou essa mentira, menina? - Foi o Zeldris, dono da empresa de lixo! Ele falou que os caçadores a encontraram sem vida e desconfiaram que poderia ser de algum animal grande, como um lobo, porque ela estava bem machucada. Então o lobo riu e contou à menina que o lixo que era colocado na floresta era depositado por uma empresa que ele não conhecia e que isso estava prejudicando os animais que moravam lá. Como guardião da floresta, lembrou que havia uma senhora que há muito tempo residia lá. Resolveu pedir ajuda a ela, pois não havia mais ninguém que pudesse ajudá-lo. Ele relatou que a vó da menina ficou sensibilizada ao entender a situação e então resolveu ajudá-lo. Porém, ao chegar ao local do lixo, em uma noite de neblina densa, ela foi surpreendida pelos caçadores que a mataram. O lobo, triste ao contar toda a verdade à menina, disse então: - Quando cheguei ao local, ao amanhecer, notei que havia muitos caçadores por perto, então resolvi apenas observar de longe o que estavam fazendo. Foi então que os vi carregando o corpo dela. Me desculpe, não pude fazer nada além de fugir. A menina apavorada com a verdade, viu nos olhos do lobo que ele estava realmente triste e arrependido. Resolveu confiar nele e disse: - Não se preocupe! Não podemos deixar que a morte de minha vó tenha sido em vão. Precisamos pensar em um jeito de prender os verdadeiros culpados. Nesse tempo Sabrina já estava se preparando para sair do trabalho e voltar para casa de sua falecida mãe, sem nem saber o que estava acontecendo com sua filha. A menina e o lobo tramaram um plano infalível. - Já sei! Vou pegar a gopro de minha mãe e você irá gravar o que

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos os funcionários estão fazendo. Assim, poderemos mostrar o vídeo ao juiz, nosso vizinho, e provar que Zeldris é um mentiroso! E assim o lobo fez, enquanto gravava de longe funcionários poluindo a floresta a menina contava ao juiz Edson toda a verdade. O lobo notou que os caçadores estavam se aproximando e voltou correndo em direção à casa de Dona Maria. Chegando lá, deu de cara com Sabrina, que fez a maior gritaria. - Ahh! Chapeuzinho, chama a polícia! Tem um monstro aqui! Iskit ouviu os gritos de sua mãe e ela e o seu vizinho saíram correndo para evitar que ela fizesse mais escândalo chamando a atenção dos caçadores. - Mãe, calma! Me escuta! Ele não é do mal, está certo que seu nome é Lobo Mau, mas de mal ele não tem nada- disse Chapeuzinho. - Chapeuzinho? É esse o seu nome? - perguntou o lobo. - Não! É Iskit, mas para os amigos e familiares é Chapeuzinho Vermelho, aliás, pode me chamar assim, se preferir - respondeu Iskit. - Ok! Voltando ao assunto, quero uma boa, boa, não, ótima explicação, mocinha! - disse Sabrina. Então Iskit e o Lobo Mau relataram à Sabrina o que aconteceu, e ela entendeu e resolveu não colocar a casa mais para alugar e sim mudar-se para lá nas férias. O lobo entregou as filmagens à menina e ela enviou as gravações a Edson. No dia seguinte, a polícia foi à floresta e prendeu Zeldris no flagra. A fábrica foi fechada com uma enorme multa e o pagamento de uma indenização pela morte de Dona Maria. Sabrina contratou uma empresa que reciclava lixo para transformá-lo em estufas e em casas sustentáveis. Fizeram uma parte daquele lixo virar uma reforma para a casa da falecida Dona Maria, deixando o lar com menos consumo de energia. O restante do lixo foi reaproveitado para um projeto de governo de “Sustentabilicasas”, que criava casas sustentáveis para quem não tinha onde morar. Após a limpeza da floresta, Sabrina e Chapeuzinho visitavam o Lobo Mau nos finais de semana e nas férias. Sempre que tivermos objetos que não utilizaremos mais e pensarmos em colocar fora, às vezes precisamos de um pouquinho de boa vontade e imaginação para criar algo que poderia melhorar as gerações futuras.

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Alunos-autores

da E.M.E.F. Pinheiro Machado, Santa Maria - RS Eu entrei no Ateliê de Textos porque eu gostaria de melhorar a minha escrita. Gostei muito dos aprendizados e das professoras de Artes e de Português. Danieli Tuane Graebin Nunes, 16 anos, 8º ano

O Ateliê de Textos me ajudou muito e me ensinou a expressar minhas ideias e emoções. Nele também aprendi que uma estória pode ensinar que a vida tem seu lado bom e ruim. O Projeto me ajudou na melhoria de meu desempenho escolar. Sou muito grata às professoras Nathália e Camila, por utilizarem o seu tempo nos ensinando. Agradeço também a Rebeca e Rhaianny por terem ensinado técnicas de desenho e pintura. Muito obrigada por tudo. Elizandra Rayssa Mendonça Goes, 14 anos, 8º ano

O Ateliê de Textos me ajudou a prestar mais atenção nas estórias. Agradeço por me ajudarem nas reescritas, pelas aulas divertidas e pelos aprendizados. Jéssica Santos da Silva, 11 anos, 6º ano

O Ateliê de Textos foi o meu ingresso no mundo da escrita, da leitura e principalmente da diversão. Agradeço principalmente às professoras Camila e Nathália, que fizeram de tudo para nos ajudar. Agradeço também a Rebeca e Rhaianny, que nos ajudaram nas ilustrações. Julia Menezes Dias, 11 anos, 6ª ano

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Eu gostei muito do Ateliê de Textos, me ajudou na escrita e em muita coisa, como as pontuações e eu melhorei nas reescritas. Juliane Moura Rocha, 13 anos, 6º ano

Agradeço aos meus pais por me apoiarem e às minhas professoras do Ateliê por me ensinarem muito do que eu sei hoje sobre textos. Aos meus colegas pelo convívio, pois o processo de elaborar um texto é bem difícil. Espero que gostem do meu texto e espero que essas poucas palavras façam alguma diferença na sua vida. Marco Daniel Canfild Vieira, 11 anos, 6º ano No Ateliê de Textos aprendi a expressar minhas ideias e opiniões. Aqui conheci pessoas fantásticas, que eu nunca irei esquecer. Os conhecimentos que obtive me deram ótimos resultados na escola. Agradeço a Nathália, Camila, Rhaianny e Rebeca, por me ajudarem na caminhada do Ateliê e por passarem seus conhecimentos. Conhecê-las foi muito legal. Adorei muito vocês. Mary Anne Lenhard Iansen, 13 anos, 8º ano No Ateliê de Textos, dediquei-me bastante a escrever textos e a melhorar a escrita na língua portuguesa. O Projeto serviu para eu aprender e fazer amizades com outras pessoas. Agradeço às professoras Camila e Nathália por me ajudarem nos textos, e a Rebeca e Rhaianny por me ajudarem na ilustração. Obrigada por me fazer ingressar no mundo da leitura. Rafaely Mendonça Machado, 12 anos, 6º ano Eu curti muito o Ateliê de Textos, pois me ajudou na matéria de Língua Portuguesa. Tenho certeza de que irá me ajudar no ENEM. Além disso, fiz grandes amizades. William Cavalheiro Lesina, 14 anos, 8º ano

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Transformando clássicos em modernos com cidadania Escola Municipal de Ensino Fundamental Lourenço Dalla Corte, Santa Maria, RS

mediadores da oficina de produção textual Janaina Kanitz Simone Rossi mediadores da oficina de ilustrações Rebeca Sasso Rhaianny Silva Pinto professoras colaboradoras de língua portuguesa Cátia Carvalho Carina Kilian


Vida de famoso

Maria Eduarda dos Santos, Julia Gonzales Rodrigues, Marciele Lima de oliveira, Débora Modesto Eloy, Breno Camargo Miranda, Vitória Adriane Almeida Favarin, Diessica da silva, Janaina Kanitz e Simone Rossi

Era uma vez dois irmãos chamados Maria Cecilia e João Rodolfo, eles moravam em uma fazenda com seu pai e com a madrasta. A sua mãe havia morrido quando eles nasceram. Eles eram muito pobres, e o único dinheiro que ganhavam era com a plantação. Mas naquele ano houve uma seca e eles perderam tudo. Como eles cantavam bem, resolveram fazer shows numa cidade perto do lugar onde moravam. O pai ficou muito feliz, pois assim iria conseguir pagar as despesas da plantação que havia morrido com a seca,mas a madrasta ficou revoltada e com inveja dos irmãos. No dia em que foram se apresentar tinha um patrocinador que se interessou pela voz deles e foi falar com eles para convidá-los para fazer um show no Rio de Janeiro. Eles aceitaram e foram contar a novidade para seu pai. Ele gostou, mas a madrasta ficou com inveja do talento deles. E resolveu fazer uns doces envenenados para eles levarem na viagem. No

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos dia seguinte ela deu os doces para eles e eles guardaram na mala. Chegou o dia da viagem, e o patrocinador foi buscá-los na fazenda de carro. Quando chegaram no aeroporto, tinha uma senhora vendendo doces, como eles gostavam muito, compraram vários e foram para o avião. Chegando no Rio de Janeiro foram fazer o show. Estavam muito nervosos e ansiosos, mas acabou dando tudo certo. Depois que acabou o show, foram para o camarim, como estavam com muita fome, lembraram que tinham vários doces na mala e comeram tudo. Uns minutos depois começaram a se sentir mal. Avisaram o segurança, que comunicou uma ambulância que estava no local. O médico foi até o camarim deles e os medicou, e logo eles melhoraram. E começaram a viagem para casa. O patrocinador tinha um compromisso muito importante e, por isso, não pôde acompanhar os irmãos até o aeroporto, sendo assim eles pegaram um táxi. No caminho até o aeroporto um assaltante parou o carro e pediu para os irmãos entregarem o dinheiro do show, só que eles não estavam com o dinheiro, pois tinha sido depositado na conta deles. Quando o assaltante viu que eles não tinham nada de valioso,levou-os para um lugar distante e os deixou lá. Os irmãos, perdidos e sem saber o que fazer, começaram caminhar até que encontraram uma casa e foram até lá pedir informações. Os donos da casa emprestaram o celular para eles ligarem para o patrocinador, que foi buscá-los e depois os levou para o aeroporto para continuarem a viagem para casa. Chegando em casa, o pai os esperava com muita saudade e curioso para saber se tinham conseguido realizar um bom show. Eles, então, contaram tudo o que havia acontecido e que agora teriam dinheiro para investir na nova plantação. A madrasta que estava com inveja deles e revoltada por não ter conseguido dar fim nos dois irmãos, nem com os doces envenenados, nem conseguido roubar o dinheiro, resolveu ir embora. Os irmãos perceberam que a vida de famoso é bastante disputada e que muitas pessoas se passam por amigas para tirar algum proveito da situação. E também perceberam que precisam se alimentar melhor em vez de ficar comendo apenas doces, para não ter mais problemas com a saúde.

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Nunca faça um bolo para a sua avó Breno Camargo Miranda

Há um tempo, três porquinhos, irmãos, moravam em uma pequena cidade. O irmão mais velho se chamava João, ele era bem gordo e tinha um bigode; o irmão do meio se chamava Onofre, também era gordo e pensava o tempo todo em comida; e o irmão mais novo se chamava José, era o único da família que não era tão gordo e estava sempre usando um boné. Cada um morava na sua própria casa, que haviam construído sozinhos. A casa de José, o irmão mais novo, era feita de palha, porque ele era preguiçoso e não quis fazer esforço; já Onofre fez sua casa de madeira e João, que foi mais esperto, fez sua casa de tijolos. Do lado da casa deles, morava um lobo com sua avó, que estava muito gripada. O lobo por ter de conviver com ela acabou ficando doente também. Certo dia ele resolveu fazer um bolo para dar para sua avó, para ver se ela melhorava. Então foi separando os ingredientes e

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos percebeu que faltava apenas a farinha, então pegou uma xícara e foi até a casa do seu vizinho, que era o porco José, pedir. Saiu de dentro de casa e foi até a casa ao lado. Bateu na porta. Mas como José estava dormindo, não ouviu nada. O lobo bateu de novo. Só que dessa vez lhe deu uma súbita vontade de espirrar. Ele se segurou o máximo que pôde, mas não aguentou, e então espirrou tão forte, mas tão forte, que fez a casa, que era de palha, ir para os ares. Não se via mais nada, apenas palha voando para todo o lado, e o pobre porco José caído no chão sem entender nada. - O que aconteceu aqui, quem fez isso com a minha casa? - disse José. - Desculpe senhor porco, eu estou muito gripado e eu queria uma xícara de farinha para fazer um bolo para minha avó que também está doente - disse o lobo. - Não quero saber! Olhe só o que você fez com a minha casa, e agora, onde vou morar? - Me desculpe. Se quiser que eu ajude... - Não! Então o lobo voltou para sua casa se sentindo culpado por destruir a casa do porco e ainda sem a farinha para fazer o bolo. No mesmo dia, José teve que se mudar para a casa do irmão Onofre que nem tinha visto nada do que aconteceu, porque também estava dormindo. - Bem que eu sabia que aquele lobo era suspeito. Aposto que ele queria devorar você - disse Onofre. No dia seguinte, o lobo, que ainda queria fazer o bolo, foi até a casa do porco Onofre pedir farinha, sem saber que José estava ali, bateu na porta. Onofre abriu, e sem deixar o lobo falar, disse: - Você é o lobo que destruiu a casa do meu irmão, não é?! Saia já daqui e não venha nos afortunar mais! Falando isso, bateu a porta na cara do lobo, que teve que voltar para sua casa de mãos vazias. Chegando a noite, só se via a fumaça saindo da chaminé da casa do porco João e a cantoria dos irmãos. Eles haviam se reunido na casa do irmão mais velho para passar a noite.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos O lobo, depois de levar os remédios para sua avó, foi dormir. Passado algum tempo, já havia parado a música e a cantoria, o lobo se levantou para assaltar a geladeira, quando olhou pela janela e viu que a casa onde estavam os porcos estava em chamas. Ele se apavorou e foi correndo até lá. Não havia ninguém nas ruas. O lobo tomou coragem e entrou na casa, para tentar salvar os irmãos, percebeu que o fogo vinha da lareira, que eles tinham deixado acesa. Os porcos estavam dormindo e nem perceberam nada. O lobo entrou correndo e conseguiu achar o quarto onde eles estavam dormindo. - Acordem! - gritou o lobo. Eles acordaram e perceberam que estava pegando fogo na casa, então levantaram e saíram correndo. Já fora da casa, foram falar com o lobo. - Obrigado por nos salvar - disse João. - Desculpe por ter tratado você daquele jeito - disse José - nós achávamos que você era malvado, mas agora aprendemos que não devemos julgar as pessoas sem conhecê-las. Depois daquele dia, eles viraram amigos e, sim, o lobo conseguiu finalmente fazer o bolo, José e João reconstruíram suas casas, mas desta vez José usou tijolos. Então o lobo foi levar o tão esperado bolo para sua avó. - Tome aqui o bolo, vó! - disse o lobo. A avó pegou o bolo, deu um sorriso e disse meio trêmula: - Meu filho, você esqueceu que eu não tenho dentes?

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A Chapeuzinho da cidade Débora Cristina Modesto Eloy

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, ela vivia com sua mãe numa cidade perto da mata. Usava uma capa vermelha que ela tinha ganhado de presente da sua a avó, todos a chamavam de Chapeuzinho Vermelho. Ela ia à escola, brincava, tinha amigas que chamava para ir à sua casa brincar. Em um certo dia, a mãe de Chapeuzinho pediu para que ela não fosse na escola, porque a sua avó estava doente. E a sua mãe mandou ela levar para a sua avó umas frutas e um suco. Quando ela estava indo para a casa da sua avó, ela encontrou uma praça e ali ficou brincando. No caminho da casa da sua avó encontrou um Lobo mexendo no celular, ela ficou meia sem jeito para passar perto de um Lobo. Quando o Lobo viu ela, foi correndo para conversar. Ele não tinha uma cara de mal. O Lobo era gordo, ele passava o dia inteiro comendo besteira, ao invés de comida saudável. E disse para a Chapeuzinho:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Oi Chapeuzinho. Aonde você vai? - Vou levar essa comida para a vovó - disse Chapeuzinho. O Lobo já estava curioso para saber o que tinha dentro da cesta. O Lobo perguntou: - O que tem aí dentro dessa cesta? - Comida para a vovó - disse Chapeuzinho. E no pensamento dele eram doces e mais doces. - Onde mora a sua avó? - perguntou o Lobo. - Ela mora depois daquelas árvores - respondeu Chapeuzinho. E o Lobo estava curioso para saber o que tinha lá dentro da cesta para ele comer. - Então você vai por aqui e eu vou por esse outro lugar. Mas o Lobo não conseguiu chegar a tempo na casa da vovó porque ele era gordo e fraco. A Chapeuzinho chegou e chamou a sua avó, TOC! TOC! - Quem é? - disse a vovó. - É a sua neta, a Chapeuzinho! - Entre minha filha - disse a avó. Minutos se passaram, a Chapeuzinho ouviu alguém batendo na porta. Chapeuzinho foi correndo lá ver quem era que estava batendo, quando ela abriu e viu o caçador, ficou espantada e disse: - O que houve? - Corre, corre o lobo está sem ar me ajuda, por favor. - disse o caçador. Chapeuzinho foi correndo ajudar o caçador - O que houve seu lobo? - disse Chapeuzinho. - Estou sem ar e não consigo caminhar - disse o seu Lobo. Chapeuzinho logo ligou para a ambulância nervosa. O caçador estava apavorado. Minutos depois chegou a ambulância e levou o Lobo para o hospital. Horas se passaram e nada de notícia do Lobo, então chegou o médico e falou: - É da má alimentação dele, por isso que está assim! O seu Lobo não conseguia parar de pé por causa da sua fraqueza. A Chapeuzinho não sabia que ele não se alimentava direito, ela ficou preocupada com ele.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - O que houve com ele, seu doutor? - perguntou Chapeuzinho. - Houve que ele não cuidava da sua alimentação e ficava só no telefone, ele tem que comer alimentos saudáveis - disse o doutor. - Está bem, seu doutor, vou cuidar dele - disse Chapeuzinho. O Lobo foi para a casa da vovó e a Chapeuzinho cuidou dele, dando comidas mais saudáveis, ela não deixava ele comer nada de besteira. Quando ele melhorou, ficou forte e começou a brincar, mas ao invés de ficar mexendo no seu celular, começou a praticar esportes. Eles começaram a ser amigos, até a vovó melhorou, ela também ficou brincando com o Lobo, eles se divertiram muito. Eles fizeram até piquenique, mas nada de besteira, só comidas saudáveis. E o Lobo aprendeu a lição, que é preciso cuidar o que come para não causar doenças e que, ao invés de comer sempre doces, precisamos comer alimentos saudáveis para não prejudicar a nossa saúde e praticar bastantes exercícios físicos.

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Branca de Neve preconceituosa Diéssica da Silva

Era uma vez uma menina chamada Branca de Neve, ela morava num reino próximo de uma floresta. Seu pai ficou viúvo muito cedo quando Branca de Neve tinha em torno de uns cinco anos, seu pai trabalhava numa empresa. Esse nome de Branca de Neve surgiu pelo fato de ela ser muito branca, como a neve. Sua mãe verdadeira morreu e então seu pai tomou a atitude de encontrar uma nova mãe para Branca de Neve. Só que essa mãe era negra e Branca de Neve disse: - Essa mulher nunca vai ser minha mãe, porque ela tem uma cor diferente da minha. A madrasta então ficava com muita raiva de Branca de Neve. Um dia seu pai foi viajar e disse: - Minha querida, estou indo viajar e só volto quando estiver próximo do nosso casamento. A madrasta disse: - Ok meu amor, espero por você! Então, quando o rei saiu, a madrasta resolveu se vingar de Branca

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos de Neve por tudo que ela fez e falou. Branca de Neve já havia feito armadilhas com tinta branca. Toda vez que a madrasta abria a porta caía na sua cabeça uma lata com tinta, e Branca de Neve dizia: - Viu só, de um jeito ou de outro você vai acabar saindo dessa casa para nunca mais voltar! A madrasta mandou chamar o caçador, e para se vingar mandou o caçador matá-la. O caçador disse: - Mas majestade, a linda princesa, o que ela lhe fez? A madrasta respondeu: - Ela me humilhou na frente de todos os amigos de meu reino. Agora vai fazer o que te mandei. O caçador respondeu: - Como quiser vossa majestade! Mas o caçador fez diferente, levou Branca de Neve para uma casa onde havia sete anões negros. Branca de Neve disse: - Por que você me trouxe aqui? Você esqueceu que eu não gosto de pessoas que são diferentes de mim? O caçador respondeu: - Eu te trouxe aqui, porque você tem que ficar aqui. Sua madrasta mandou matar você. Branca de Neve disse: - Seu mentiroso, me leve de volta para o castelo agora! O caçador disse: - Você vai ficar aqui com eles e ponto final! O caçador trancou ela num quartinho frio e escuro. Sua relação com os anões era péssima. Então ela começou a gritar, um dos anões disse para ela: - A gente solta você, se você prometer para nós que vai parar de nos humilhar, você não percebe que assim você nos deixa magoados, sendo que a gente não quer fazer nada de mal para você. Nós só queremos te ajudar. Branca de Neve ficou quieta e percebeu que talvez sua madrasta também não fosse querer matá-la se ela não tivesse falado e feito tantas coisas ruins. Então ela prometeu que não ia mais maltratar os anões e eles abriram a porta para ela. Um dos anões avisou que a madrasta iria se casar com seu pai. Então Branca de Neve resolveu voltar para o reino, porque estava com saudade de sua casa e também queria pedir desculpas para a madrasta por tudo que ela fez e falou. Mas a madrasta descobriu que o caçador havia mentido para ela,

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos então resolveu arrumar um disfarce e uma maçã envenenada. Branca de Neve ganhou uma maçã de uma velha senhora, ela comeu e desmaiou em um sono que só seria despertado quando ela recebesse o beijo do amor verdadeiro. Então umas semanas se passaram, um príncipe a encontrou e a beijou. Branca despertou e pediu ajuda para o príncipe e para os anões, pois a madrasta tinha um relógio que apitava toda vez que Branca de Neve se aproximasse. Então ela pediu ajuda aos anões para pegarem o relógio antes de o casamento começar. Eles conseguiram pegar, e Branca de Neve quebrou o relógio. Bem no momento em que seu pai ia dizer sim, a Branca de Neve apareceu e falou: - Espera! Antes de você dizer sim, pai, eu preciso pedir desculpa por todas as vezes que eu tratei mal a minha nova mãe. Eu percebi isso quando tive que ficar com os meus novos amigos, os sete anões. Eles falaram para mim que ficavam tristes toda vez que alguém os maltratava. Então eu pensei que talvez ela ficava magoada comigo todas as vezes que eu falava mal dela. - A senhora me desculpa, mãe? A madrasta respondeu: - Claro que te desculpo, afinal, agora você é minha filha e preciso te dizer que quando mandei o caçador matar você, era porque estava com raiva de você, meu bem! Mas agora nós seremos uma família né? No primeiro momento, o pai levou um susto da atitude da madrasta, porque ela havia mandado matar sua filha. E também por ele não saber das maldades da menina, mas depois percebeu que as duas estavam arrependidas do que haviam feito e ficou orgulhoso delas. Uma aprendeu com a outra, Branca de Neve aprendeu que não se pode desrespeitar as pessoas pela cor da pele, e a madrasta percebeu que matar as pessoas não é a solução para os problemas. Branca de Neve, depois de fazer as pazes com sua nova mãe, falou que podia continuar o casamento. Então os pais dela se casaram e viveram felizes para sempre.

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Porcos do bem Erik Henrique Santana

Era uma vez três porquinhos que resolveram ir embora da casa de seus pais porque eles já estavam velhos e queriam ter suas próprias casas. Um porquinho se chamava Pedro, ele andava sempre com um casaco preto, e o outro irmão se chamava Juka, que era muito gordo e tinha uma bota branca e um casaco vermelho e, finalmente, o porquinho Dalvan que era cadeirante. Dalvan fez uma casa de tijolos com a ajuda do Juka e do Pedro e depois que construíram a casa dele, o Pedro fez a sua casa de palha sozinho e muito rápido, e Juka resolveu fazer uma de madeira. Todos os porquinhos com as suas casas prontas foram deitar e descansar em suas camas. No outro dia, chegou um Lobo do bem que usava chapéu, óculos e aparelho. Ele pediu comida para os dois porquinhos que estavam brincando na frente de suas casas, era o Pedro e o Juka, os dois porquinhos entraram em suas casas e trancaram as portas pensando que

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos o Lobo era do mal, mas o Lobo chateado foi à terceira casa, que era do cadeirante, bateu na porta muitas vezes e, como o porquinho estava dormindo, demorou até ver que estavam batendo na porta, quando levantou, espiou pela janela e viu que era um Lobo. Ficou escondido dentro de casa, mas como o Lobo fez uma gritaria, perguntando se tinha alguém em casa, o porquinho Dalvan abriu a porta muito devagar, com um pouco de medo e falou: - O que você quer aqui na minha casa Lobo? E o Lobo respondeu: - Eu só queria pedir um prato de carne para você. E o Dalvan respondeu: - Só se você prometer que não vai me devorar, Lobo. E o Lobo prometeu. Então o Dalvan deu um prato de comida para o Lobo. O Lobo comeu a carne, enquanto conversavam, o Lobo contou para o porquinho que estava chateado com os outros irmãos, porque não haviam dado comida para ele. O Dalvan chamou Pedro e Juka e falou que não podiam julgar os animais pela aparência, achando que todos são do mal. Os porquinhos Dalvan, Juka e Pedro e o Lobo, depois de muitas conversas sobre respeito ao próximo, se tornaram amigos. E os porquinhos incentivaram o Lobo a procurar um trabalho para não passar mais fome. E ele, como era do bem, conseguiu emprego e nunca mais passou fome. E o Lobo e os porquinhos, então, viveram felizes para sempre.

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Branca, a bruxa e o alemão sem dentes Julia Gonzales Rodrigues

Em uma cidade havia uma favela conhecida como Favela da Rocinha, lá vivia uma feiticeira que era cheia de berrugas na cara. Certo dia apareceu uma jovem que se achava uma princesa, essa mulher era abusada, ela só respeitava as pessoas bonitas. O nome dessa mulher era Branca, mas as pessoas gostavam de chamá-la de Branca de Neve. Um dia Branca se bateu com a feiticeira e xingou ela por causa das berrugas na cara dela. A velha ficou muito brava e para não xingar, botou um feitiço na cara de Branca. No outro dia, Branca acordou, olhou para o espelho e viu que sua cara estava cheia de berrugas iguais as da feiticeira, por isso ela não saiu de casa por uma semana. Quando ela viu, sua geladeira estava vazia e ela tinha que ir ao mer-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos cado. Ela botou um lenço na cara e saiu. As pessoas estavam desconfiando de Branca. Duas crianças sapecas puxaram o lenço e todos viram o seu rosto, estava cheio de berrugas, ela saiu correndo e se bateu com um homem, quando ele foi sorrir, estava sem dentes e ela desrespeitou o homem pela sua aparência, depois foi para casa. Passaram mais alguns dias, Branca saiu de casa e encontrou a feiticeira, e pediu com carinho para que feiticeira tirasse o feitiço da cara dela. A bruxa falou: - Não vou tirar, porque você tem que aprender a respeitar as pessoas. Branca ficou muito triste. Certo dia, passando pelo bar, ela viu o alemão sem dentes e chamou ele para pedir desculpas, o homem aceitou e convidou ela para ir na balada. Eles foram e se divertiram muito. Quando a festa terminou ele levou Branca para casa e rolou um beijo. Com o tempo eles começaram a namorar, Branca deixou de ser abusada e aprendeu a respeitar todas pessoas.

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Cinderela e a lição Marciele Lima Oliveira

Numa casa muito distante, havia um homem muito humilde chamado Endrik e sua filha que se chamava Cinderela. Ele tinha uma fábrica de papel na cidade grande, um dia ele se sentiu muito sozinho e resolveu se casar novamente. Ele se casou com uma mulher muito bonita, mas ela se casou só por interesse em sua fábrica. A mulher, que se chamava Teodora, já tinha duas filhas, uma se chamava Anastácia, e a outra mais nova se chamava Constância. Eles fizeram uma festa para comemorar o seu casamento, como ele era bem conhecido na cidade por sua fábrica e por ser um homem bom, convidou o pessoal que trabalhava com ele. Miguel também foi convidado, mesmo querendo ser mais que um funcionário, ele não foi à festa por ser orgulhoso. No dia seguinte Endrik resolveu ir até a cidade para comprar uns presentes para suas filhas. O homem perguntou:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - O que vocês querem da cidade? - Queremos muitos vestidos e joias. - respondeu Anastácia. - Eu quero um sapato novo papai. - respondeu Constância. - E você Cinderela? - perguntou a Anastácia com cara de nojo. - Eu só quero um vestido novo, porque o meu já está muito usado. - respondeu Cinderela. - E você querida? - perguntou o homem para a sua nova esposa. Como ela queria passar por boazinha na frente dele, falou que só queria que ele se cuidasse lá na cidade grande. Ela e Miguel estavam tramando para matar o pai de Cinderela. O homem pegou o caminho da cidade. Enquanto isso Cinderela foi para o jardim que tinha nos fundos da casa, ela ficou muito preocupada com seu pai, pois havia ouvido umas conversas estranhas na festa passada, da sua madrasta com o Miguel, então Cinderela ouviu uns gritos lá de dentro da casa: - Cinderela! Cinderela! Cinderela! A madrasta gritando. - Já vai! já vai! - respondeu Cinderela correndo para dentro da casa. Chegando lá Cinderela viu um monte de roupas e sapatos no chão. - Cinderela, agora que seu pai está fora, eu que mando na casa. falou a madrasta. Anastácia comentou: - Eu quero que minhas coisas fiquem bem limpas até a noite. Cinderela pegou as roupas do chão e levou lá pra fora para limpar. Constância viu pela janela Cinderela lavando tudo sozinha e desceu lá para falar com ela, pois ela não gostava do que sua mãe e sua irmã estavam fazendo. - Quer ajuda? - Se você quiser! Falou Cinderela surpresa. As duas começam a lavar, Constância viu que Cinderela era legal e que sua mãe e sua irmã estavam maltratando-a sem a conhecer, enfim o serviço acabou e as duas saíram para ler um pouco. A Cinderela tinha um livro que era muito importante para ela, porque lá tinha umas fotos da sua mãe que ela não chegou a conhecer. Cinderela parou um pouco e sentou numa pedra, quando Constância a chamou para dentro. Cinderela não percebeu que esqueceu seu livro lá na pedra. En-

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos quanto isso na cidade, o pai de Cinderela chegou e se surpreendeu com uns homens armados que queriam matá-lo, o homem que estava junto com Endrik conseguiu escapar do ataque e foi até a floresta para dar a notícia da morte do Endrik. As mulheres na casa, quando ficaram sabendo da notícia, ficaram muito tristes, mas Teodora, a madrasta, parecia estar feliz. Cinderela ficou muito triste e foi para a floresta chorando, achou seu livro que tinha recordações do seu pai e sua mãe. Ela ficou lembrando dos momentos que passou com seu pai. E quando voltou para a casa, ouviu a madrasta e Anastácia comemorando baixinho no quarto: - Até que enfim ele morreu. - comentou Anastácia. - Não fala isso alto, alguém pode ouvir. - comentou a madrasta. Cinderela gravou e foi até a delegacia para dar parte. A madrasta foi presa e a Cinderela voltou para casa e percebeu que a Constância havia feito tudo para ela na casa e queria fazer as pazes com a Cinderela, Cinderela aceitou seu pedido de desculpas, porque ela não tinha nada a ver com o que sua mãe e sua irmã fizeram. “Nunca devemos fazer os outros de escravos e devemos respeitar ao próximo.”

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O Lobo que se tornou amigável Maria Eduarda O. dos Santos

Era uma vez em uma fazenda muito distante uma família de porquinhos. E lá vivia uma porquinha que se chamava Dondoca e seus três filhos porquinhos. O mais velho se chamava Pablo, o do meio se chamava Marcelo e o mais novo Ben. Um certo dia, a avó dos porquinhos que vivia na cidade ficou muito doente e não pôde mais trabalhar. A mãe dos porquinhos resolveu mandar eles para a cidade para cuidar da sua avó. O Pablo falou: - Mas mãe, você vai ficar sozinha! A mãe respondeu: - Não, eu me viro meu filho! Então ele concordou. Passaram-se alguns dias, e eles começaram arrumar as malas para irem morar com a sua avó. A mãe se despediu falando: - Pablo, você, que é o mais velho, cuida de seus irmãos mais novos, e qualquer coisa venham me visitar.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Quando chegaram à cidade, a avó falou para os porquinhos que eles deveriam se cuidar, porque ali morava um Lobo muito mal que se chamava Cristi e sua noiva que se chamava Fernanda. Os dois eram ladrões de banco e assaltantes de casas. Os porquinhos ficaram assustados e, por isso, ficavam trancados dentro de casa. Passaram-se mais alguns dias, e a mãe deles avisou que tinha conseguido um serviço de cozinheiro para o Pablo em seu antigo trabalho. Ele ficou feliz, porque não iria mais depender da avó e iria poder ajudá-la a comprar comida para dentro de casa. No dia seguinte, ele começou a trabalhar e gostou muito do serviço, porque além de comprar comida para dentro de casa, ele iria poderia cozinhar para a avó. Pablo recebeu um dinheiro adiantado e resolveu comprar dois celulares, um para a Dondoca, a sua mãe, e um para ele, assim poderiam conversar. No dia seguinte, Pablo foi até a casa de sua mãe para dar o presente. Quando estava indo para casa encontrou o Lobo na rua. O Lobo falou: - Mãos para o alto e passa o celular! O porquinho, assustado, não reagiu. Seus irmãos viram pela janela que estava acontecendo um assalto, mas eles não tinham visto que era com o seu irmão e resolveram chamar a polícia que logo chegou. Enquanto isso o Pablo dizia para o Lobo: - Por que invés de você roubar, você não trabalha? Não precisa ficar toda a hora roubando, assaltando bancos e casas, invés disso, trabalha! Logo depois que o Pablo falou, a polícia chegou e prendeu o Lobo. Na prisão, ele ficou pensando no que Pablo havia dito: “É mesmo, porque invés de eu roubar eu não trabalho? Porque cada vez que eu roubar eu vou ir preso, acho que aquele porquinho está certo!” Passaram-se alguns anos, quando o lobo saiu do presídio, decidiu devolver tudo que ele havia roubado. Também virou amigo dos três porquinhos. A mãe dos porquinhos foi morar com eles, porque a avó melhorou. Todos ficaram felizes, porque eles tinham reunido sua família novamente, como era antes, e ainda, ganharam um amigo. “Devemos ter respeito ao próximo e nunca esquecer que a vida se ganha trabalhando, batalhando e não roubando”.

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O porquinho certinho e os outros dois loucos Robson Ivo Martins

Era uma vez três porquinhos, cada um dos três era diferente, cada um tinha sua própria casa. Um tinha uma casa de papel, outro tinha uma casa de papelão e o terceiro morava num prédio. O porquinho que morava na casa de papel era muito mau, porque fazia Bullying com todo mundo; o que morava na casa de papelão era muito mau também porque era muito rebelde e destruía o patrimônio público. Já o que morava no prédio era um doce porque era muito trabalhador, trabalhava num posto de saúde. Os outros dois porcos era uns vagabundos que não faziam nada, só aprontavam com os outros e arrumavam problemas. O porquinho que fazia bullying começou a incomodar na escola. Como ele era o mais jovem, ainda estudava e incomodava tanto que os colegas dele decidiram fazer bullying e incomoda ele também. Isso o deixou muito brabo e então

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos chamou o irmão que morava na casa de papelão, que era rebelde, para defendê-lo dos outros. Ele aceitou porque era rebelde e gostava de brigar. Mas chegando lá, eles se deram mal, porque eram muitos os que faziam bullying com o porquinho. Eles foram igual e tomaram uma surra de pau e foram parar no posto. O irmão rico que trabalhava lá cuidou deles e levou eles pra casa, deu remédio e fez os curativos. O porquinho que fazia bullying aprendeu a lição e parou de incomodar os outros, mas o porquinho rebelde nunca aprendia sempre tomava queda. Certo dia, o porquinho rebelde ficou brabo e começou a chutar uma parada de ônibus e se deu mal porque estava passando a polícia bem na hora. Ele foi preso, e o irmão dele que fazia bullying decidiu ir ajudá-lo a sair da prisão. Ele começou a cerrar as grades da prisão, ele cerrou, mas foram presos logo, porque encontraram a polícia bem na hora da fuga. E aí como não sabiam mais o que fazer para sair de lá, resolveram chamar o terceiro porquinho, o rico trabalhador. Como o terceiro porco era bem conhecido na região e conhecia o delegado, eles resolveram chamar ele. O terceiro porquinho foi e falou com o delegado: - Seu delegado o senhor poderia soltar os meus irmãos? - Sim, porque vocês são meus amigos, mas tem uma condição: eles vão ter que pagar a parada que está quebrada e arrumar as grades da cela que eles cerraram, respondeu o delegado. - Tudo bem seu delegado, botarei uma parada lá hoje mesmo e arrumarei as grades. O delegado aceitou e depois soltou os dois porquinhos e disse para eles: - Não quero mais ter problemas com esses dois aí, está bem? - Está bem, vou falar sério com eles dois hoje mesmo, disse o porquinho mais velho. O terceiro porquinho então conversou com os irmãos e falou: - Se vocês aprontarem mais uma vez, eu não vou mais ajudar porque os dois já estão bem grandinhos, não adianta nem me chamar e ligar porque não vou mais ajudar vocês, pois minha paciência já acabou com vocês. Os dois porquinhos chorando prometeram que nunca mais iriam aprontar nada. Passou algum tempo, e eles conseguiram um serviço e começaram a trabalhar e ficaram ricos. Os três se deram bem na vida e construíram um prédio cada um, e assim foram muito felizes.

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Os porquinhos que ajudaram o Lobo Roliezer Ribas Ferreira

Em uma floresta muito bonita vivia um Lobo louco de fome e também os três porquinhos. Eles eram gordinhos, porque comiam frutas e outras comidas saudáveis. Os porquinhos se chamavam Wesley, Rodrigo e Feio. Os irmãos não tinham casa e, por isso, decidiram construir uma casa de tijolos. Quando eles terminaram a construção, apareceu um lobo muito faminto que queria comer os porquinhos. Os porquinhos estavam com muito medo do Lobo e, por isso, ficaram trancados dentro de casa. O Lobo disse: - Me ajude, estou passando mal, abre a porta pra mim! E o porquinho Rodrigo disse: - Não, você não pode entrar! O Lobo respondeu: - Eu estou passando mal, pois comi alimentos estragados! O Rodrigo se convenceu e disse:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Já vou abrir a porta! Então o porquinho deu comida para o Lobo e todos fizeram um trato: eles davam comida para o Lobo, e o Lobo não poderia comer eles. Os porquinhos foram ajudando o Lobo melhorar do seu mal estar e se alimentar direito. Eles viraram amigos para sempre.

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Os três irmãos Valdoir Da Rosa Alves

Era uma vez três irmãos porquinhos que moravam no campo. Os nomes deles era Davi, João e Pedro, eles moravam juntos, perto do campo onde tinha uma floresta. O primeiro porquinho era baixinho, segundo era gordo, e o terceiro era alto. Certo dia, os porquinhos resolveram construir cada um a sua casa, a do porquinho Davi era baixinha e de palha, a do João era muito alta e de tábua, e a do Pedro era bem grande e de tijolo. Eles ficaram bem felizes com as casas, porque agora eles iriam morar sozinhos. Mas, na floresta tinha um Lobo que estava com muita fome. Ele foi à casa dos porquinhos pedir comida, o primeiro e o segundo não quiseram dar comida para o Lobo, então ele foi à casa do terceiro porquinho, mas ele também não quis dar comida para o Lobo e falou: - Eu trabalho para comprar a minha comida, você também deve trabalhar para comprar a sua!

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos O Lobo ficou muito chateado, porque eles não quiseram dar comida para ele e pensou “será que eles tiveram medo de mim?” O Lobo sem saber o que fazer, sentou na frente da casa do Davi e falou: - Eu não tenho nada para comer, por favor, preciso de comida! O porquinho Davi quando ouviu o que o Lobo falou ficou com pena dele, porque ele estava implorando para ganhar comida. Então deu um pouco de comida para o Lobo, ele muito feliz disse: - Muito obrigado, se não fosse você eu estaria morrendo de fome. Os outros dois porquinhos vendo a atitude do irmão viram que o lobo era do bem e também deram comida para o lobo. Os porquinhos vendo a felicidade do lobo perceberam a boa ação que fizeram e também ficaram felizes por ver o lobo feliz. Eles aprenderam que não se deve negar comida e ajuda para quem está necessitando.

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Os Porquinhos da Cidade Vitória Adriane de Almeida Favarin

Era uma vez três porquinhos chamados Wesley que era o menos esperto, o Toti que era o mais inteligente, e o Titi, o mais comilão. Eles moravam numa casa perto do centro, e seus pais moravam numa floresta longe da cidade. Seu pai João mandou um bom dinheiro para Toti para eles construírem suas casas, porque o aluguel estava cada vez mais caro. Então Toti dividiu o dinheiro com cada um, Wesley como era mais burrinho quis fazer uma casa de palha; Titi como adorava comer nem quis se preocupar em fazer uma casa bem feita, logo fez uma de madeira para não roubar muito seu tempo; já Toti, como era muito inteligente, sábio e inspirado, pensou em fazer uma de tijolos. Toti, como era muito inteligente, começou a estudar numa escola perto de sua casa, as aulas haviam recém começado, seu primeiro dia na escola não foi muito agradável, sua professora foi apresentá-lo para a turma,

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos mas havia uns bobinhos na sala que começaram a rir dele, porque ele era gordinho, Toti ficou muito chateado e triste, mas mesmo assim não deu bola para eles e foi até sua classe e esperou a professora começar a aula. Wesley não estava nem aí para a escola, ele queria é ficar em casa sentado jogando. Titi só passava comendo, por isso era mais gordo que seus dois irmãos e também não se importava com a escola. Seu pai João ligou para Toti para perguntar se todos estavam indo para a escola: - Toti meu filho, vocês estão indo para a escola? - Não meu pai, apenas eu, respondeu Toti. - Bom saber Toti, irei manda um dinheiro para vocês virem para casa, ok? Toti então chegou do colégio e Wesley perguntou: - Meu irmão, por que você vai à escola? É chato, o que você faz lá? - Olha meu irmão vou à escola para aprender. - E o que você aprende? - Bom aprendo a escrever melhor, a falar melhor, ter um contato agradável com as pessoas, falou Toti. - E lá na sua escola fazem bullying com você, por você ser assim? - Olha Wesley desde o meu primeiro dia de aula só escuto isso, “olha lá já vem o gordo”, “e aí gordo”, “o gordo quer ser inteligente”. - Mas isso não te incomoda mano? - perguntou Wesley. - Não, não me incomoda, sabe por quê? Não vou à escola para escutar eles, e sim o que a professora fala, e também tenho dó deles, porque eles são pessoas legais, mas só querem ser mais que os outros, é uma pena isso. Então o carteiro chegou com a carta para eles, com o dinheiro que seu pai mandou para irem para lá. No outro dia mesmo eles já foram. Eles aprontaram as malas e chamaram um táxi, quando o táxi chegou o motorista olhou para eles e disse: - Coisas feias, três gordos, três porquinhos, não irei levar vocês até a rodoviária. - Por que meu senhor? Eu irei pagar a corrida. - Não, não e não, não irei levar vocês, já falei, o lugar de vocês é num chiqueiro.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos E o motorista foi embora, e eles ligaram para todos os taxistas, mas todos negaram, então eles pegaram suas malas e seguiram estrada, foram caminhando, muitos cansado eles chegaram à rodoviária e conseguiram pegar o ônibus a tempo. Toti ligou para seu pai avisando que já estavam no ônibus. Chegando à rodoviária seus pais já estavam à espera deles, eles se abraçaram bastante, e seu pai muito feliz pergunta a Toti: - Toti, meu filho correu tudo certo na viagem? - Bom pai, lá na cidade todos os taxistas negaram uma corrida para nós, no colégio me chamam de gordo, no ônibus riram de nós. - Meu Deus, meu filho, é verdade tudo isso? - Sim, meu pai. Bom eles foram para a casa de seus pais na floresta, mas eles nem imaginavam que lá na floresta havia um lobo. Num dia lindo de sol, com uma tarde maravilhosa, com um ventinho fresquinho, eles falaram: - Mãe e pai, podemos dar uma volta na floresta? - Podem ir sim, mas não vão muito longe, fiquem mais aqui, e não deem ouvidos a ninguém. Eles foram alegres, Toti foi cheirar as flores, Titi foi procurar árvores com frutos, e Wesley só ia andando floresta a dentro. Mas Wesley avistou um lobo vestido de velhinho e foi até ele e disse: - Boa tarde, meu senhor, tudo bem com o senhor? - Oi meu pequenino, tudo sim. - Não quer ir até minha casa? - Não posso meu senhor, meus irmãos estão na floresta também, e meu pai disse que não podemos ir para longe. - Ué, porque não chama eles e vamos todos lá para casa comer algo? Wesley gritou para seus irmãos,e eles vieram correndo. Wesley explicou que o velhinho queria que eles fossem lá para casa dele. Eles começaram a andar seguindo ele. Mas no meio do caminho havia uma árvore com três cordas penduradas, Toti estranhou o porquê das cordas ali, chegando perto das cordas o Lobo tiro suas roupas, pois estava disfarçado de velhinho, e partiu para cima dos porquinhos: - Ah, vocês acharam mesmo que eu era um velhinho?

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Os porquinhos começaram a correr, correr e correr e quando avistaram a casa de seus pais, gritaram: “papai, papai um Lobo”. O pai pegou sua arma e tentou acertar o Lobo, mas não conseguiu. A noite chegou, e o Lobo estava rodeando a casa dos pais dos porquinhos, e, quando viu que eles estavam se preparando para dormi, ele foi e bateu na porta, e disse: - Abrem essa porta, senão vou assoprar, assoprar e assoprar e sua casa eu vou derrubar. João que é o pai dos porquinhos disse: - Pode assoprar, mas assopra com muita força, porque sei que você não irá conseguir. Ela é forte, ela é feita de tijolos. Então o Lobo começou a assoprar e entrou a madrugada assoprando, uma hora ele cansou e pensou: “esses porquinhos acham que são mais inteligentes que eu, irei tentar a chaminé”. Quando o Lobo entrou dentro da chaminé nem se ligou que havia fogo aceso ainda, e então, como diz a estória, ele queimou o bumbum e saiu correndo e nunca mais arriscou voltar. Toti ficou com medo de tudo isso e disse para seu pai que de manhã eles iria voltar para casa na cidade. Então amanheceu e eles foram até a rodoviária, seu pai triste e sua mãe deram tchau para eles, e eles entraram no ônibus e foram para casa. Chegando lá na casa deles, eles foram dormir, porque chegaram cansados. No outro dia,Toti tinha que ir à escola, chegando lá, ele contou para sua professora o que havia acontecido, seus colegas acabaram ouvindo a sua história e pensaram: “nossa porque chamamos ele de gordo, ele é tão legal”, “nossa estou triste”, disse um dos colegas. Toti foi até sua classe, e esse colega que praticava bullying com os outros, chegou nele e disse: - Oi Toti, queria pedir desculpas para você por todas as vezes que te chamei de gordo sem saber quem você era e sem te conhecer direito. - Está desculpado, meu amigo, respondeu Toti. Então o colégio todo acabou sabendo da história que Toti contou a sua professora, os taxistas que se negaram de levar eles até a rodoviária ficaram encantados com a história e também foram pedir desculpas a ele e seus irmãos. Então Wesley achou legal e começou a ter vontade de ir para a escola. Titi também gostou e deixou de comer

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos muito e começou a ir para a escola também. Mas os taxistas e os colegas de Toti não pediram desculpas porque gostaram da história que Toti contou, e sim porque eles conseguiram ver através dessa história o porquinho legal que Toti e os irmãos eram. E todos aprenderam que não podem julgar as pessoas.

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Alunos-autores

da E.M.E.F. Lourenço Dalla Corte, Santa Maria - RS

Eu adorei participar do Ateliê de Textos, porque nele aprendemos várias coisas legais que podemos levar para toda a nossa vida de estudante. Breno Camargo Miranda, 13 anos, 8º ano

O projeto mostrou que temos muitas lições na vida com esses textos. Eu aprendi muito com esse projeto, entendi coisas que eu não sabia, e agora sei. Débora C. Modesto Eloy, 16 anos, 9º ano

Foi muito legal participar, eu aprendi um monte de coisas legais, também gostei de ter a oportunidade de participar do @teliê de textos. #adorei Diéssica da Silva, 13 anos, 8º ano

Eu aprendi que todos os textos são muito jóias de ler e foi muito legal desenhar. Érik Henrique Santana, 12 anos, 6º ano

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Gostei muito do projeto e das professoras. Elas ensinaram muitas coisas para a gente, como melhorar a escrita. Julia Gonzales Rodrigues, 13 anos, 7º ano

Foi muito bom entrar no @teliê de textos, porque eu aprendi a escrever melhor e as etapas da narrativa. Foi muito legal, gostei muito das professoras Simone, Janaina e os outras, que participaram também com a gente. Vai ser muito bom eu ter o meu livro. #adorei Marciele Lima de Oliveira, 12 anos, 6º ano

Adorei o projeto porque eu não sabia escrever textos e agora eu aprendi. Também adorei a professora Janaina e a professora Simone. O projeto é legal porque a gente errava e as professoras faziam nós acertar! Maria Eduarda O. dos Santos, 12 anos, 7º ano

Foi muito massa, gostei muito de participar do projeto. Robson Ivo Martins, 16 anos, 8º ano

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Eu gostei do projeto e aprendi a interpretar textos. Roliezer Ribas Ferreira, 11 anos, 6º ano

Aprendi coisas boas que eu não sabia. Eu não sabia fazer textos, tinha muita dificuldade, mas agora eu sei, com a ajuda do Ateliê. Também aumentei as notas em português. Valdoir da Rosa Alves, 12 anos, 6º ano

O projeto significou muito para mim, aprendi que temos muitas lições na vida com esses textos. Eu aprendi muito com esse projeto legal e maravilhoso, amei poder participar do Ateliê, as professoras são demais, muito legais e simpáticas. Vou levar para vida toda esse momento que pude aproveitar. Vitória Adriane Almeida Favarin, 14 anos, 8º ano

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Reinventando estórias e aprendendo valores Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora Do Perpétuo Socorro, Santa Maria, RS

mediadores da oficina de produção textual Jordana Antoniolli Maran Sabrina Damiani mediadores da oficina de ilustrações Rebeca Sasso Rhaianny Silva Pinto professora colaboradora de língua portuguesa Elizabeth Souque professora colaboradora de artes Maria Catarina


Um Novo Conto da Cinderela

Carlos Rafael Silva de Oliveira, Erick Ruan Do Carmo Batista, Evelyn Silva De Oliveira, Liandra Pinto De Souza, Luísa Eduarda Campos, Nicolas Costa Pereira da Silva, Thalya Pinto De Souza, Wesley Israel Palmeira Dorneles e Yasmim Anhaia Fagundes.

Há alguns dias, uma menina chamada Cinderela, filha de um chefe de cozinha e dono do restaurante Sapatinho de Crystal, estudava na escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Cinderela morava com seu pai, madrasta e duas irmãs emprestadas. Ela estava muito concentrada em seus estudos ultimamente, porque estava participando de um projeto da escola chamado Ateliê de Textos e já estava quase lançando seu texto para a coletânea. Enquanto estava na escola para o lançamento do livro, ela recebeu a notícia de que seu pai, seu Francisco, tinha sofrido um acidente de carro, o que aconteceu bem perto do restaurante. Francisco não resistiu aos ferimentos.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Logo após o acidente, a madrasta de Cinderela, Aldyara, ficou com a guarda da menina e colocou-a para trabalhar no restaurante, deixando as filhas Epifânia e Fiorentina sem trabalhar. Agora Cinderela, além de estudar todas as manhãs, teria que trabalhar no restaurante à tarde. Após uns dias de luto, Cinderela voltou à escola para continuar as suas aulas do Ateliê e, ao passar pelo corredor, ela esbarrou no garoto mais popular da escola. Os dois se olharam e foram logo se desculpando. Até que ele falou: - Oi, sou o Adrian. - Prazer, sou Cinderela. - Hum...a propósito, você soube do lançamento da coletânea do Ateliê? - Não. Não soube. Obrigada por me avisar. - Você quer ir? - perguntou Adrian. - Ah! Eu não tenho par para ir ao lançamento. - respondeu Cinderela. - Também não tenho, podemos ir juntos! - Claro, podemos. Mas que horas começa o lançamento? - Às 17h30min. Por quê? - questionou Adrian. - Porque antes do lançamento tenho que limpar o restaurante para minha madrasta, pois minhas irmãs o sujaram. Na semana seguinte, Cinderela foi cedo fazer seu trabalho a fim de sobrar um tempo para se arrumar para o lançamento. Quando Cinderela estava pronta, sua madrasta perguntou: - Aonde você pensa que vai? - Estou indo ao lançamento do livro do Ateliê na escola - respondeu Cindy, como era conhecida pelos amigos. - Você não vai a lugar nenhum. - disse a madrasta. - Por quê? - falou Cindy. Assim, a madrasta disse: - Porque você ainda não terminou suas tarefas. A cozinha deve estar impecável para a vistoria da Vigilância que é amanhã. As irmãs malvadas, ouvindo a conversa atrás da porta da cozinha, derrubaram no chão uma frigideira cheia de óleo quente. - Trummmmm! - Que barulho é este que vem da cozinha?

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Ao ouvir um estrondo a madrasta e Cindy vão juntas para a cozinha. - Está vendo isso? Limpe tudo antes de voltarmos do lançamento na escola! - ordenou a madrasta. Quando a madrasta e suas filhas saíram para ir à escola, a vizinha Sabrina precisando de açúcar para fazer um bolo foi até o restaurante. Ela encontrou Cinderela chorando e limpando o chão. Então, a vizinha perguntou: - Por que você está chorando? - Eu queria ir ao lançamento do livro do Ateliê na escola, mas minha madrasta me mandou limpar o chão. - respondeu Cindy. - Pode deixar que eu limpo. - disse Sabrina com pena da garota. - Mas não tenho roupa para ir ao lançamento! Sujei meu vestido limpando o chão. - falou Cinderela. - Isso não é problema, tenho um vestido lindo para emprestar para você. - respondeu Sabrina. Depois que Cinderela se trocou, Sabrina avisou-a que deveria devolver o vestido antes das 20h, porque a vizinha teria uma festa de formatura para ir à noite. Depois disso, Cinderela saiu correndo do restaurante em direção à escola levando com ela o seu livro do Ateliê de Textos. Ao chegar ao lançamento do livro, Cinderela sentou-se na cadeira e deu autógrafos. Passou certo tempo, a menina olhou para o relógio e lembrou que tinha de devolver o vestido, porque já eram 20h. Ela saiu correndo do local e deixou cair seu livro. Nisso, Adrian estava saindo da escola e encontrou o livro de Cinderela no chão. Enquanto Adrian lia o livro de Cinderela tentando encontrar seu dono, Cinderela chegava ao restaurante para devolver o vestido de Sabrina. - Estava preocupada, pois estou atrasada para a formatura. - disse a vizinha. Cinderela respondeu: - Muito obrigada por me emprestar seu vestido e por ter limpado o restaurante. No dia seguinte, na escola, Adrian estava procurando a professora Juliana para perguntar se ela sabia de quem era o livro que ele encontrou.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Eu não sei de quem é este livro. Mas sugiro que chame todos os alunos da escola para vermos quem conta a estória que está neste livro. - disse Juliana. Todos os alunos contaram suas estórias, inclusive as irmãs de Cinderela. Epifânia contou a estória dos Três Porquinhos, mas não era a mesma estória do livro. Fiorentina contou a estória do Pinóquio, e também não era a estória que estava escrita no livro. Adrian decidiu perguntar para Cinderela qual era a estória que estava no livro. Cinderela respondeu que a estória que estava no livro era da Gata Borralheira. Ele alegrou-se ao saber que a estória dita por Cinderela era a mesma do livro e ainda por ser dela. Com isso, Adrian entregou o livro para a bela menina escritora que ficou radiante ao ter seu livro de volta. Com seu livro em mãos de novo, a menina voltou para casa. Chegando lá, sua madrasta desculpou-se com ela por tê-la tratado mal. Assim, Adyara organizou um cronograma para que as três filhas trabalhassem em conjunto no restaurante. Com isso, Cinderela aprendeu que nunca podemos desistir dos nossos sonhos mesmo passando por certas dificuldades. Depois do dia da descoberta do dono do livro, Cinderela e Adrian começaram a conversar e ficaram próximos um do outro. E viveram felizes para sempre.

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A Cinderela Gaúcha Carlos Rafael Silva de Oliveira

Era uma vez uma menina chamada Cíntia que morava com seus pais em Santa Maria, no interior Rio Grande do Sul. Ela era a mais bela prenda juvenil do C.T.G. de sua cidade e com frequência participava de concursos de prendas, pois adorava tudo que envolvia a cultura gaúcha. Certo dia, Cíntia foi convidada a participar de um desfile de prendas, mas, quando chegou ao local do evento, sua mãe teve um ataque cardíaco, pois ela sofria de vários problemas de coração. Cíntia ficou muito abalada com a morte de sua mãe. Porém, depois de certo tempo, seu pai casou-se com Maria, uma bela mulher, que tinha duas filhas chamadas Catiusa e Verusca. Tempos depois, Cíntia estava em casa quando sua madrasta chegou e disse: - Cíntia, eu tenho uma coisa para lhe falar. - O quê? - perguntou a menina. - Seu pai sofreu um acidente de carro, não resistiu aos ferimentos e faleceu.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Cíntia, arrasada com a perda recente de seu amado pai, correu para seu quarto, onde ficou trancada por semanas. Quando saiu de lá, sua madrasta avisou-a de que, a partir daquele momento, Cíntia estava sob a sua guarda. A cada dia que se passava, Cíntia sofria ainda mais nas mãos de sua madrasta e irmãs, pois passava grande parte do dia limpado a casa sem poder participar dos concursos de prenda de que tanto gostava. Revoltada com tanta injustiça, a menina resolveu fugir de casa e ir para a casa de sua tia em busca de ajuda. Suas irmãs, ao descobrirem seu plano, trancaram-na no sótão, de onde a menina conseguiu escapar pela janela. Depois de ter escapado das malvadas irmãs, Cíntia correu à casa da tia e contou-lhe a sua situação. Com pena da sobrinha, a tia disse que entraria na justiça para pedir a guarda da menina, porém Cíntia precisava voltar à casa de Maria até que o juiz decidisse com quem ficaria a menina. Quando Cíntia estava aproximando-se de sua casa, recebeu uma mensagem em seu celular com o convite para o baile de troca de patronagem que aconteceria naquela semana. Cíntia, entusiasmada com o convite, entrou em casa contando as irmãs sobre o baile. Debochadas, as irmãs Catiusa e Verusca gargalharam e disseram: - Sério que você está pensando em ir ao baile? Com esse cabelo “enosado” e esses trapos velhos? Triste com o que as irmãs disseram, Cíntia correu para seu quarto para chorar. Ao chegar em casa, Maria encontrou a menina chorando e ordenou que voltasse para suas atividades domésticas. Cíntia obedeceu às ordens sem questionar e voltou ao serviço. Passados alguns dias, chegou a noite do bailei, ansiosas, Catiusa e Verusca começaram a se arrumar para irem ao C.T. G com a mãe Maria. Enquanto isso, Cíntia lavava a louça acumulada na cozinha. Após se arrumarem, as três foram até onde estava Cíntia, deram-lhe mais serviço e despediram-se, dizendo que iriam ao baile. Depois que elas saíram, a menina começou a chorar. Neste momento, tocaram a campainha. Cíntia atendeu a porta e deu de cara com sua tia, que vinha lhe contar sobre a decisão do juiz. Então a menina correu para os braços da tia que disse:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Corra, arrume-se e vá ao baile! - Mas eu não tenho vestido para ir. - Eu já imaginava que isso pudesse acontecer. Então lhe trouxe o vestido que usarei no desfile do Dia do Gaúcho amanhã de manhã. Por isso, preciso que você retorne com ele antes da meia-noite. Alegre, Cíntia foi ao baile, onde dançou a noite toda e conheceu um belo peão chamado Hugo, que a convidou para dançar e quando foi perguntar seu nome... A menina ouviu o badalar do relógio e saiu correndo. Ao correr, Cíntia perdeu seu camafeu, que foi encontrado por Hugo. O peão pegou o camafeu da menina e foi logo atrás das meninas que tinham ido ao baile com vestido rosa de bolinhas brancas. Quando chegou à casa de Cíntia, Hugo a encontrou no jardim com o vestido rosa de bolinhas brancas, que usou no baile e que foi usado por sua tia no desfile. Então, o peão foi até ela e perguntou seu nome. A menina respondeu: - Meu nome é Cíntia. - Por acaso esse camafeu é seu? - perguntou o peão. - Sim, é meu! - respondeu a menina. Eles seguiram conversando e, a partir dali, construíram uma nova e grande amizade. E, ao final da estória, Cíntia concluiu que devemos ser generosos com os outros, pois recebemos em troca a gratidão e amizade que valem muito mais do que dinheiro. E, quando somos generosos, temos a chance de nos aproximar de alguém, como aconteceu com ela quando sua tia a ajudou.

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Moreninha de Neve Erick Ruan do Carmo Batista

Era uma vez um reino muito e muito distante que era habitado por pessoas muito simples, que se chamava Encantado Humildes. Nele vivia um lindo casal. Eles estavam esperando a chegada de sua primeira filha que se chamaria Moreninha de Neve, porque ela teria as características de seus pais. Pois, eles eram a mistura da noite com o dia. Mas durante o parto a mãe de Moreninha veio a falecer. O rei casou-se novamente com uma bela mulher, Doroteia, que havia chegado recentemente no reino. Mas ela era muito ambiciosa e sempre quis dominar o mundo, neste caso o reino. Porém, o rei sempre esteve envolvido com o setor administrativo do reino. Ele cuidava do recolhimento dos impostos e distribuía-os de forma igualitária e justa a todos os setores - educação, cultura, segurança, entre outros, beneficiando a odos os moradores. Porém, no dia do aniversário do reino, o rei enfartou de tanta emoção e veio a falecer. Doroteia assu-

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos miu o comando financeiro do reino como tanto queria desde o início. Moreninha de Neve era uma menina de cabelos crespos escuros, seus olhos castanhos e boca vermelha encantavam da menina destacava-se mais do que a dela. A madrasta tinha tanta inveja de Moreninha que comprou um espelho mágico e todo o dia perguntava a ele: - Essspelhooo, espelho meu! Quem é a pessoa mais bonita do reino? O espelho respondia: - A pessoa mais bela do reino é Moreninha! Então, a madrasta começou a humilhar a menina dizendo: - Você tem um cabelo tão, mas tão “enosado” e rebelde diferente do meu que é liso e belo! A partir desse dia, Moreninha começou a se sentir mal e passou a usar o cabelo sempre amarrado. O brilho que a menina tinha começou a se apagar. Até que um dia, madrasta perguntou ao espelho: - Essspelhooo, espelho meu! Quem é a pessoa mais bonita do reino? O espelho respondeu: - A pessoa mais bela do reino é Moreninha! A madrasta, com tanta raiva da menina, mandou que os empregados se livrassem de Moreninha, deixando-a sozinha na floresta para que morresse de fome e frio. Os empregados obedeceram à ordem da rainha. Ela correu até o espelho e perguntou: - Essspelhooo, espelho meu! Quem é a pessoa mais bonita do reino? Então, o espelho respondeu: - Não há pessoa mais bonita que você! Moreninha, sozinha na floresta, cansada de tanto andar, avistou uma pequena e linda casinha e resolveu entrar. Ela percebeu que havia sete pratos com comida, sete camas arrumadinhas. Como estava com muita fome e cansada resolveu comer um pouquinho de cada prato e deitou na cama com a colcha de uma lua. Mal ela sabia que quem morava na casa eram os sete anões que eles estavam a retornar do trabalho. Então, os anões, ao entrar em casa, perceberam que alguém havia estado ali, provado de suas comidas e deitado em suas camas. Até que Atchim gritou:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Tem uma linda moça dormindo em minha cama! Eles resolveram esperar Moreninha acordar para saber quem ela era. Ao acordar e perceber que estava arrodeada de sete pequenos homenzinhos, Moreninha se assustou. Porém, antes de ela sair correndo, Mestre acalmou-a e perguntou por que a linda moça estava em sua casa. Moreninha de Neve contou sua estória aos anões e disse: - A madrasta tomou conta do reino e me expulsou de lá por ser diferente dos demais! Mas os anões não entenderam o porquê de ela ser diferente dos demais e perguntaram: - Linda menina, por que você se acha diferente dos demais? Ela respondeu: - Pois, meu cabelo é “enosado” e crespo! Além da minha cor! - Mas sua cor é tão bela e seu cabelo é tão lindo! - disseram os anões. - Vocês acham isso mesmo? - ela perguntou aos anões. - Sim! E ainda mais, todos apresentamos algo diferente dos demais. Veja só: Eu, Mestre, sou autoritário e às vezes crio confusões do nada; Feliz tem olhos brilhantes e largo sorriso e só enxerga as coisas boas; Dengoso é tímido, mas curte uma boa diversão; Dunga dança ao som de sua própria música embora não pronuncie uma só palavra; Soneca gostaria de fazer tudo o que os outros anões fazem só que há um probleminha: vive dormindo; Zangado está sempre de braços cruzados e com cara de mau humor, mas é uma boa pessoa e Atchim vive espirando por ser alérgico a tudo. Mas, nem deixamos de respeitar o outro por suas diferenças, e sim, valorizamos cada um, porque seria muito chato se fôssemos todos iguais. Moreninha teve um ótimo ensinamento e lição de vida com os anões, que a motivou a lutar por seus direitos. Retornando ao reino, enfrentou a madrasta má. Assumiu o comando do reino e convidou os anões para morarem com ela no grande castelo. Todos juntos, cada um respeitando o outro e vivendo em harmonia.

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A estória de Thaís Evelyn Silva de Oliveira

Era uma vez uma menina muito simples chamada Thaís. Ela morava com seu pai em Formigueiro, RS. Quando Thaís nasceu sua mãe ficou muito doente e veio a falecer. Seu pai, Luiz, decidiu se casar novamente para que sua filha não ficasse sem os cuidados de uma mãe. O pai de Thaís se casou com a Dona Juliana, mais conhecida como Dona Ju, e, além de ganhar uma madrasta, Thaís também ganhou duas irmãs de brinde, Luana e Luísa. Certo dia, Thaís estava voltando da escola e foi informada que seu pai havia sofrido um grave acidente, não resistindo aos ferimentos. Dona Ju informou-a que a partir daquele dia a menina ficaria com a sua guarda. Thaís então passou a realizar todos os serviços domésticos e ainda havia de limpar todas as sujeiras das irmãs. Dias depois, as meninas da cidade foram convidadas a participar

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos do baile de debutantes da cidade e as irmãs de Thaís logo disseram: - Você não poderá participar, pois terá de limpar a casa, lavar e passar ferro em nossos vestidos! Não terá tempo para se arrumar. Thaís ficou muito triste com a fala das irmãs emprestadas, mas nem por isso deixou de fazer suas tarefas. Depois de aprontar suas irmãs, Thaís muito cansada ainda estava com vontade de ir à festa. Dona Ju acompanhou tudo o que aconteceu em sua casa durante a semana e, ao ver a maldade de suas filhas com Thais, presenteou a menina com um lindo vestido de debutante, joias e um belo sapato. Ju arrumou todos os adereços no quarto de Thaís e, quando a menina entrou nele, não conteve as lágrimas. Muito emocionada, arrumou-se para o baile com a ajuda de Dona Ju. O baile estava maravilhoso, e Thaís era a mais linda debutante. Ela chamou a atenção de todos os que estavam na festa até do menino mais lindo do bairro que a convidou para dançar. Eles estavam dançando, quando as irmãs de Thaís se aproximaram dela e rasgaram seu vestido. A menina, envergonhada, saiu correndo da festa e acabou deixando cair sua pulseira, presente de seu amado pai. Gustavo achou-a e tentou alcançar Thaís, porém não conseguiu. No dia seguinte, Thaís realizou todas as atividades que lhe cabiam dando seu melhor e ao retornar da escola havia um moço a sua espera na sala. Era Gustavo. Ele havia contado o que aconteceu para Dona Ju que, furiosa com suas filhas, colocou-as de castigo. A partir daquele dia, quem faria os serviços domésticos da casa seriam Luísa e Luana. Ah! Gustavo devolveu a pulseira de Thaís. Eles passaram horas e horas conversando. Tudo indicava que desta conversa um lindo romance começaria. Thaís aprendeu com toda esta estória que devemos ser verdadeiros com nós mesmos, simples, generosos, respeitando aos outros, e tudo que será seu o destino dará um jeito para ser seu.

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Cristal de Neve Liandra Pinto de Souza

Era uma vez, em uma cidade de São Paulo, um casal de jornalistas, Rebeca e Diego Campos, muito conhecido por lá. Rebeca estava prestes a dar à luz a uma menina. Mas, quando a gravidez dela se aproximou do oitavo mês de gestação, houve uma complicação: ela começou a perder muito sangue. Diego levou-a urgentemente ao hospital, os médicos a atenderam depressa, mas não estavam conseguindo estancar o sangue. Tentaram, tentaram de todas as formas, mas não conseguiram salvá-la, e ela acabou não resistindo ao parto e morreu. Porém, deu à luz a uma linda menina que, por ser tão branca quanto a neve, recebeu o nome de Cristal de Neve. Anos se passaram, e Cristal de Neve já estava com quatro anos. Seu pai havia se casado com Regina, mas a personalidade da madrasta era muito forte. Ela não gostava nada da sua enteada. Regina tinha um espelho mágico e todos os dias ela lhe fazia a seguinte pergunta:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Espelhinho, me diga a verdade, qual é a mais bela moça na realidade? E o espelho respondia: - Você é a mais bela moça na realidade. Algum tempo depois, ocorreu um trágico acidente com seu pai, o qual não resistiu e morreu na hora. Cristal, obviamente, ficou muito triste e sem reação, porque agora sua guarda ficaria com a madrasta, e Regina não gostava nem um pouco dela, por ela ser simpática demais com todos. Era certo que ela a trataria muito mal. Muito tempo havia se passado, e Cristal já estava adolescente. Ela tinha se tornado uma linda moça dos cabelos castanhos, olhos castanho-claros, pele clara e muito gentil, humilde e simpática com todos. Ela não fazia distinção nenhuma das pessoas, não se importava com classe social e muito menos com cor. Regina não aguentava mais a presença de Cristal de Neve em sua casa, e a expulsou dizendo: - Não aguento mais você! Eu não suporto esse seu jeito meloso de ser! Não quero mais você morando na minha casa, fora daqui agora! E não volte nunca mais, está ouvindo?! Cristal saiu chorando. Não sabia para onde ir, apenas saiu correndo para a mata. A madrasta ficou rindo sozinha e pensando consigo mesma: ‘’Se ela ficar sem ter onde morar, ela não vai resistir por muito tempo e morrerá de frio, fome e sede’’. A malvada ficou super feliz por isso, porque assim Cristal de Neve nunca mais a incomodaria. Regina continuava falando com o espelho e acreditava sempre nele, por ele ser um espelho mágico. A pergunta e a resposta eram sempre as mesmas. Certo tempo se passou, Cristal já estava adulta e ainda estava vivendo na floresta, passando frio, fome e sede igual ao que a madrasta havia pensado. Porém, ela ainda estava viva. Regina ainda fazia a mesma pergunta para o espelho, entretanto a resposta não era mais a mesma. - Espelhinho, me diga a verdade, qual é a mais bela moça na realidade? - Você é muito bela, porém agora lhe digo que Cristal de Neve é a mais bela moça na realidade - respondia o espelho. A madrasta, ouvindo isso, ficou enfurecida.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Enquanto isso, Cristal, continuava andando já sem saber para onde ir, quando avistou uma pequena casa amarela de portas e janelas brancas, no meio da floresta. Foi correndo, com todas as forças que restavam, até lá para ver o que era a casinha. Chegando lá, ao ver que a porta estava encostada e que não havia ninguém nela, decidiu entrar. Quando estava lá dentro, Cristal se deparou com comida servida, camas arrumadas e ficou super feliz, pois teria um lugar para ficar. Cristal de Neve, humilde como era, resolveu não abusar, pois quem morava ali poderia ficar realmente bravo. Então ela decidiu que iria comer um pouco de cada um dos sete pratos e, depois de comer, iria deitar um pouco em uma das camas, a que achasse mais confortável, para descansar um pouco. Quando os donos da casa, os sete anões, chegaram e viram que tinham mexido em suas coisas, ficaram preocupados e todos perguntaram ao mesmo tempo: - Quem mexeu nas minhas coisas? Sem respostas, foram todos para o quarto para ver se haviam mexido nele também. Chegando à porta, Nico, um dos anões, disse: - Esperem! Tem alguém deitado na minha cama. Vamos ver quem é! Todos entraram rapidamente e ficaram em volta da cama de Nico. Eles ficaram admirados com a beleza da moça que estava deitada ali e ficaram admirando-a até ela acordar. Quando Cristal acordou, assustou-se, pois estavam todos olhando para ela. Eles se apresentaram, ficaram conversando por um bom tempo, e depois Cristal falou: - Adorei ficar aqui e gostaria muito de ficar morando com vocês, mas não sei se vocês vão aceitar. É que acontece que eu não tenho onde morar, porque quando eu tinha quatorze anos minha madrasta me expulsou de casa e, desde então, eu não tenho onde morar. - Também adoramos ter você aqui conosco, porém, para você ficar morando aqui com a gente, nós temos duas condições: você arruma a casa enquanto nós trabalhamos e faz a comida para que, quando nós chegarmos, a comida esteja quente - disse o anão mestre, Neco. Cristal, empolgada, respondeu:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - Claro que eu aceito. Faço tudo o que vocês me pedirem, sem problema algum. Muito obrigada a todos vocês de verdade! No dia seguinte, Regina decidiu saber mais sobre Cristal de Neve estar viva. Ela disse para o espelho lhe mostrar onde estava Cristal. O espelho mostrou a ela e disse: - Ela está na casa dos anões na floresta. Regina então decidiu que iria matá-la com as próprias mãos, pois ela queria ter certeza que desta vez ela morreria. A madrasta saiu de casa e foi pelo atalho da casa dos anões, mas ela estava caminhando tão rápido que nem percebeu que havia um buraco muito fundo bem na sua frente e caiu. O buraco era tão fundo que ninguém ouviu falar dela por um bom tempo. Não muito tempo depois, um turista veio conhecer a pequena cidade, porém ele não conhecia nem um pouco o local e acabou se perdendo na mata. Ele gritava por socorro, mas ninguém ouvia. Passaram-se algumas horas, e ele ainda estava perdido, caminhando pela floresta para ver se encontrava alguém. De repente, ele viu de longe alguma coisa que parecia ser uma pequena casa amarela. Decidiu, então, ir até lá para ver se alguém poderia ajudá-lo. Chegando próximo da casa, avistou uma moça e a chamou: - Ei! Moça, você poderia me ajudar? Estou perdido! Cristal, ouvindo isso saiu correndo, pois lembrou-se que os anões haviam dito para ela que não era para falar com ninguém, porque na floresta nem todos eram de confiança. Ele chegou perto e viu que a moça tinha entrado correndo. Ele a chamou até ela apareceu na janela e, quando ela apareceu, disse com toda calma: - Olá, bela moça. Me chamo Felipe, vim visitar a cidade e me perdi na floresta já faz algumas horas. Será que você poderia me dar um copo de água? A menina não aguentou e abriu a porta para o rapaz, falando-lhe: - Aqui está à água, desculpe não ter lhe trazido antes; acontece que os anões me disseram para não abrir a porta para ninguém. Sei como é difícil ficar perdido na floresta, pois já me perdi nela também há alguns anos atrás, só que por muito mais tempo.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Eles ficaram conversando por um bom tempo. Ambos gostaram tanto da companhia um do outro que decidiram se casar. Os anões ficaram muito felizes com a notícia e arrumaram todo o casamento deles para a semana seguinte. A festa foi bem simples, e todos adoraram. Certo dia, o casal estava passeando pela floresta, quando ouviu uma voz bem baixinha pedindo: - Por favor, alguém me ajuda. Não aguento mais, estou morrendo! Por favor, me ajudem! Cristal exclamou para Felipe: - Felipe, tem alguém caído neste enorme buraco. E a voz parece ser da minha madrasta! Vá correndo até o serviço dos anões e chame-os. Peça alguma coisa que nos ajude a tirá-la lá de baixo. Ele então foi correndo o mais rápido que pôde, chamou os anões, e todos voltaram para o local correndo. Chegando ao local, eles começaram a tentar tirar Regina lá de baixo, porém o buraco era muito fundo e eles tiveram que chamar os bombeiros para tirá-la de lá. Os bombeiros chegaram e foram tirá-la do buraco. Quando a tiraram, Regina agradeceu muito a todos. Cristal sussurrou para Felipe: - Ela nunca havia agido assim antes. Acho que ficar presa aí, por incrível que pareça, foi bom para ela. Regina implorou para a enteada: - Cristal de Neve, me perdoe por tudo que fiz a você! Estou muito arrependida. Você pode voltar a morar lá em casa sem problema nenhum. Peço mil vezes desculpa por tudo. Enquanto estive presa nesse buraco fiquei pensando em tudo que lhe fiz e sei que não fiz nada certo. Cristal era tão generosa que perdoou a madrasta, dizendo para ela: - Está tudo bem, Regina! Eu te perdoo, mas não vou mais morar naquela casa, já tenho onde morar e estou morando lá. Mas, se você quiser, pode ir morar conosco lá na casa dos anões. A madrasta logo aceitou, mas, antes de ir, disse para ela: - Cristal, vou morar com vocês, mas quero que saiba que vou ajudá-la em tudo, na limpeza, na comida, em tudo mesmo. Estou muito agradecida por me perdoar e me deixar morar com vocês.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Anos passaram-se, e Cristal e Felipe tiveram um casal de filhos. Regina era quem cuidava deles enquanto eles trabalhavam, pois os dois se tornaram jornalistas igual aos pais de Cristal de Neve. Cuidando das crianças e vendo como Cristal e Felipe educavam os filhos, a madrasta aprendeu que, sendo generosa e humilde, ela estaria rodeada de pessoas boas e verdadeiras, e que sendo egoísta, mimada e malvada acabaria sem ninguém por perto, pois a beleza um dia acaba, mas o caráter continua conosco.

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Chapéu e o Lobo Luísa Eduarda de Campos

Era uma vez um reino dividido em dois lados: a aldeia e a floresta. Na aldeia, vivia uma menina chamada Florência; ela era linda com cabelos negros cacheados e branquinhos iguais a um floquinho de neve. Florência morava com sua mãe e a avó na aldeia. E na floresta, vivia a parte mágica deste lindo reino onde viviam fadas, sereias, duendes e muitos animais que, aliás, sabiam falar. Certo dia, Florência foi passear na floresta com uma cesta cheia de guloseimas. De repente começou a ventar forte demais, o que acabou levando o capuz de Florência, deixando-a com muito frio, pois era inverno. Longe de casa, Florência teve a sorte que logo ali passava um

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos lobo vendendo belos casacos vermelhos. Florência então o chamou e perguntou: - Quanto custa cada casaco? O lobo gentilmente respondeu: - Cinco moedinhas cada, bela mocinha. - Não tenho tanto assim, falou entristecida a pobre moça. O lobo, com pena de Florência, resolveu dar a ela um casaco com um lindo capuz vermelho, pois foi o único que serviu em Florência. Quando chegou em casa, o lobo encontrou seus dois filhotes e sua esposa na janela de sua casa alegres, pois pensaram que seu pai tinha vendido e conseguido dinheiro para comprar o alimento, pois estavam com muita fome. Florência, ao chegar em casa com sua nova roupa, olhou para sua mãe e falou: - Belo este casaco, não é mamãe? - Sim, muito belo. Onde você conseguiu? Desconfiada, sua mãe perguntou. - Um lobo que andava pela floresta me deu, porque o meu capuz tinha voado e eu estava com muito frio. Quando sua mãe perguntou a ela como era o lobo, Florência disse que era um que usava chapéu amarelo e cachecol marrom. A mãe falou à filha que conhecia esse lobo e que ele era muito pobre e que tinha uma família para sustentar. Florência, com pena do pobre lobo que, mesmo precisando das moedas lhe deu o casaco, foi até à casa do lobo, que estava pensativo em sua janela e, ao ver a mocinha vindo, falou: - Olha a Chapeuzinho Vermelho! Vendo isso, Florência abanou e correu até a casa do lobo, levando uma deliciosa cesta para ele e sua família, e todos fizeram um lindo piquenique. Durante o piquenique, o lobo pensou: “Meu simples gesto de generosidade gerou benefícios para minha família. Isso é realmente incrível! O bem sempre volta para nós”.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos

Os Três Porquinhos e um Lobo em apuros Nicolas Costa Pereira da Silva

Era uma vez três porquinhos, que moravam em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O primeiro porquinho se chamava Pedro e era desleixado, porque passava o dia todo só jogando videogame, principalmente, jogos de futebol. Já o segundo porquinho, João Vitor, era generoso. O último porquinho, Felipe, era conhecido por suas atitudes simples e não precisava de muita coisa para ser feliz. Eles moravam juntos em uma simples e pequena casinha. Pedro irritava seus irmãos, porque ele não fazia as tarefas domésticas como recolher suas roupas ou levar o lixo para fora. E o pior: ele deixava os restos de comida espalhados pela casa. Assim, João Vitor e Felipe resolveram conversar com Pedro. Os três concordaram que cada porquinho iria morar em sua própria casa. Pedro, por ser desleixado e ter muita pressa para jogar seus jogos, fez sua casa de papelão que encontrou largado na floresta. João Vitor fez sua casa de madeira, e Felipe, o mais cuidadoso, construiu a sua de tijolos. Certo dia, José, o lobo bonzinho que morava na floresta, decidiu preparar um gostoso suco de frutas vermelhas fresquinhas colhidas diretamente do pé. José pegou uma cesta e seus fones de ouvido e saiu para passear pela floresta. O lobo caminhava distraído pela floresta, ouvindo sua música preferida, “7 Years”, quando pisou em uma armadilha deixada pelos caçadores. Ele feriu gravemente uma de suas patas. O lobo José, desesperado, buscou por ajuda em uma casinha bem pobrinha de papelão. Porém, ao se aproximar da casa, um porquinho saiu correndo dela e em segundos a casa veio ao chão. O porquinho Pedro estava saindo de seu quarto quando avistou pela janela um lobo vindo em direção a sua casa. Ele pegou seu portátil e saiu correndo em direção à casa do irmão João Vitor. Chegando à casa do irmão, Pedro bateu desesperadamente na porta e implorou por abrigo. João, assustado, deixou o irmão entrar após limpar seus pés. João, curioso, resolveu perguntar ao irmão:

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos - O que houve com sua casa? - Tem um lobo atrás de mim. Ele desmanchou minha casa com um sopro. O lobo, já cansado de tanto andar, avistou outra casa. Desta vez, a casa era mais arrumadinha e de madeira. Os irmãos, com fome, foram preparar um gostoso lanche e, ao voltarem da cozinha, avistaram um lobo “feroz” vindo em direção a casa. Os dois porquinhos bem depressa saíram correndo para a casa de Felipe. Nisso, João viu sua casa no chão. Ao chegarem à casa de Felipe, os irmãos, assustados, contaram o que havia acontecido com eles e suas casas. - O que aconteceu? - É um lobo. O Pedro estava certo! O lobo, que não aguentava mais de dor, bateu na porta da casa de tijolos. Felipe foi ver quem era e ficou parado. O lobo, que gemia de dor, logo pediu ajuda ao porquinho dizendo: - Socorro, socorrrrrro!!! Eu preciso de ajuda, pois feri meu pé em uma armadilha que estava armada no meio da floresta. E Felipe respondeu: - Claro que eu ajudo, senhor lobo. Pode ir entrando. Felipe, ao pegar seu kit de primeiros socorros, viu seus irmãos assustados atrás do sofá. Eles falaram: - Não, não o ajude. Ele é perigoso e derrubou nossas casas! - falou Pedro. - Ele não merece sua ajuda. - disse o outro irmão. O lobo ouviu a conversa dos irmãos e foi logo se explicando: - Eu estava me aproximando de uma casinha de papelão e, de repente, um porquinho saiu de dentro e em seguida a casinha virou pó. Tentei alcançá-lo, mas não consegui por causa da dor. Já na casa do segundo, eu não consegui nem chegar perto da porta, e vocês esbarraram na escora que segurava a casa, e ela veio ao chão. Eu só queria a ajuda de vocês, pois um caçador malvado arrumou diversas armadilhas na floresta e eu bem distraído, prendi minha pata nela. Felipe, por ser o irmão mais velho e por ser diferente dos demais, acolheu o pobre lobo em sua casa, cuidando até seu ferimento sarar. João e Pedro aprenderam uma bela lição com o irmão: não julgar as pessoas sem conhecê-las. Também que ajudar o outro é um belo ato de generosidade.

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Chloe e sua irmã Thalya Pinto de Souza

Há muito tempo, em uma pequena cidade chamada Miraculous, na França, havia uma linda menina chamada Chloe. Sua mãe tinha morrido ao dar-lhe à luz. Seu pai, logo em seguida, se casou com Marisa, que era muito má e tinha duas filhas, Branca e Esmeralda. Branca era tão má quanto sua mãe, mas Esmeralda era muito humilde e era a única entre as três que tratava Chloe como da família. Tempos se passaram, e o pai de Chloe acabou falecendo. Depois disso, Branca e sua mãe começaram a tratar Chloe como uma empregada, fazendo-a trabalhar, mas Esmeralda a ajudava quando sua mãe e sua irmã não estavam em casa. Um certo dia, um garoto da escola das meninas convidou a escola inteira para sua festa de aniversário, que iria ser no fim de semana. No dia da festa, Marisa e Branca bagunçaram toda a casa e mandaram Chloe arrumar antes que elas voltassem. Chloe começou a chorar e

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Esmeralda, que ainda não tinha saído, perguntou: - Por que você está chorando? E a menina respondeu: - Porque eu queria ir à festa, e não vai dar. - Claro que vai dar, pois eu vou lhe ajudar a limpar esta casa, que ficará um brinco. As duas irmãs dividiram as tarefas de casa e terminaram. Porém, ao terminar, Chloe percebeu que não tinha nenhum vestido para ir à festa, então Esmeralda lhe emprestou um belo vestido e a maquiou. Como estavam atrasadas, elas resolveram pegar um táxi, mas, chegando ao local da festa, as meninas perceberam que haviam esquecido suas carteiras e não tinham como pagar. Mas como o taxista era generoso, ele disse que as meninas não precisavam pagar. Na festa, o aniversariante falou: - Oi, nós nos conhecemos? - Oi! Não, eu sou a Chloe. Qual é o seu nome? Respondeu a menina. - Prazer, eu sou o Pietro disse o menino. Os dois ficaram conversando por um bom tempo, até Marisa perceber que Chloe estava lá. Então ela se despediu, saiu correndo, mas estava tão apressada que esqueceu seu celular no banco. Pietro encontrou e tentou alcançá-la, mas ela já tinha sumido. No dia seguinte, Pietro foi a todas as salas de aula e perguntou para as professoras se elas tinham alguma aluna com o nome de Chloe. As professoras disseram que havia cinco meninas com aquele nome na escola. Então Pietro resolveu perguntar qual era a senha do celular. Quem acertasse, era a dona do celular. Quando ele perguntou para Chloe, ela acertou e lhe agradeceu por ter lhe entregado o celular. Os dois se tornaram melhores amigos. E, depois de alguns meses, eles começaram a namorar. Ahh... E quanto a Marisa e Branca, elas estavam indo para casa no final da festa, porém, quando estavam no carro, Marisa recebeu uma ligação muito importante, que precisou atender em seu celular enquanto estava dirigindo. Mãe e filha acabaram sofrendo um acidente. Quando Esmeralda soube, ela foi para o hospital. Chegando lá, os médicos disseram que elas precisavam de cuidados médicos, mas que iriam ficar bem.

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Depois de alguns anos, Pietro e Chloe se casaram. Marisa e Branca pediram desculpas para Chloe, que aceitou, pois era muito generosa. E, por saber que as duas precisavam de emprego, deu um serviço para elas. Dessa maneira, Marisa e Branca viram, com o passar do tempo, que os valores são fundamentais para termos um bom convívio com as demais pessoas, mantendo assim atitudes e ensinamentos que aprendemos desde pequenos.

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Floquinho de Neve Yasmin Anhaia Fagundes

Era uma vez uma menina com a pele tão branca que os pais dela deram-lhe o nome de Floquinho de Neve. Depois que seu pai morreu, Floquinho ficou com Eva, sua madrasta, que perguntava todo o dia para seu celular mágico: - Celular, celular meu, há uma pessoa mais bela do que eu? E o celular respondia: - Não, você é a pessoa mais bela do reino encantado. Certo dia, Eva acordou bem cedo e foi até o celular e perguntou: - Celular, celulaaaaar meu! Existe pessoa mais bela que eu? O celular respondeu: - Sim, existe uma pessoa mais bela que você! Eva enlouquecidamente quis saber quem era essa pessoa e foi logo perguntando: - Como se chama e onde ela mora? O celular, como não mentia, logo respondeu:

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos - Ela é uma bela moça, seu nome é Floquinho de Neve e mora nesta casa com você! Então, Eva, madrasta de Floquinho, ficou furiosa e disse aos seus empregados: - Livrem-se desta menina. Agora! Os empregados, assustados e sem entender nada, perguntaram: - Senhora, por que quer se livrar da linda moça? Eva, furiosa, respondeu: - Vocês devem obedecer às minhas ordens, seus serviçais. Eu quero que se livrem desta adolescente repugnante o mais rápido possível! Os empregados, com pena da moça caminharam, caminharam e acabaram deixando Floquinho numa cidade muito, mas muito distante de seu reino. Assim, Floquinho, sem entender o que estava acontecendo, ficou triste e preocupada, pois ela nunca havia saído de seu reino e não fazia ideia de como era uma cidade. Ela era muito curiosa e resolveu desvendar os mistérios daquela pequena e amável cidadezinha. Então, caminhou horas e horas por longas ruas. Floquinho avistou as mais diversas casas, cores, flores e pessoas. Ela estava tão encantada com tanta novidade que esqueceu que estava com medo do desconhecido. Mas sua barriga, fazendo um grande barulhe, lembrou-lhe que precisava comer algo, o que deixou a menina muito envergonhada. Após andar mais umas ruas, ela decidiu pedir ajuda para os anões que estavam chegando do trabalho, porque todos estavam com suas roupas muito sujas e com caras cansadas. A menina, envergonhada, perguntou aos anões: - Oi, estou perdida e nunca havia vindo a uma cidade. Vocês poderiam me ajudar? Um dos anões respondeu: - De onde você vem, bela e doce menina? Floquinho encantada com os anões e contou o que havia lhe acontecido: - Morava em um castelo muito distante daqui, porém minha madrasta é muito má e mandou seus empregados me levarem para um lugar desconhecido, e eles me deixaram aqui!

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos Atchim então perguntou: - Por que ela faria isso com você? A menina respondeu: - É que todos me acham a mais linda do reino por minhas simples atitudes comportamentais, respeito a todos, sou simples e gosto de ajudar os mais necessitados do reino. Não sou como a Eva! Ela é uma mulher mesquinha e tem atitudes muito más. E mais, vocês acreditam que ela investiu todos os impostos do reino na compra de um telefone mágico e passa o dia inteiro perguntando se há alguém mais bela do que ela no reino. Com tantas pessoas passando fome e sem dinheiro para colocar suas crianças na escola. Os anões, sensibilizados com a estória da moça, resolveram ajudá-la. E todos juntos falaram: - Por que não fica conosco? Floquinho, animada, aceitou a ajuda dos anões, que prepararam um delicioso jantar e acomodaram Floquinho em uma de suas camas. No dia seguinte, Floquinho quis retribuir o ato generoso dos anões, pois eles a deixaram ficar na casa deles. Então, ela acordou cedo e limpou toda a casa, lavou as roupas, tirou o lixo e preparou um café maravilhoso. Os sete anões acordaram e viram que a casa estava toda limpa, e havia um delicioso café esperando por eles. Durante o café, os anões disseram a Floquinho que ela podia ficar na casa deles para sempre. Floquinho ficou muito feliz e respondeu: - Muito obrigada. Só ficarei com uma condição: enquanto vocês trabalham, eu irei fazer todas as tarefas de casa e cuidarei do belo jardim. Os anões acharam a ideia maravilhosa e recomendaram a Floquinho que ela não abrisse a porta para ninguém, porque a cidade é muito perigosa e nem todos pensam em fazer o bem aos outros. Enquanto isso, no castelo, a madrasta, em sua cassa perguntou ao celular: - Celular, celular meu, há pessoa mais bela que eu? E o celular respondeu: - Sim. A Floquinho de Neve é a mais bela que você! A madrasta ficou furiosa em saber que Floquinho estava viva. Ela

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos resolveu se livrar da menina com suas próprias mãos. Para que ela não fosse reconhecida por Floquinho, Eva vestiu-se como uma velha senhora. Ela foi até a casa dos sete anões e enfeitiçou uma linda rosa que estava no jardim. Quando Floquinho tocasse na rosa e espetasse seu dedo no espinho da flor, cairia num sono profundo. Floquinho terminou suas tarefas no interior da casa e resolveu podar as flores que estavam no jardim, quando, de repente, avistou uma linda rosa e decidiu cortá-la para enfeitar a mesa do café. Ao tocar na rosa, logo espetou seu dedo e caiu no chão em um sono profundo. Quando os sete anões chegaram a casa do trabalho e viram a Floquinho caída no chão, fizeram de tudo para reanimá-la, porém não conseguiram. Eles construíram um lindo caixão de vidro e eles não deixaram a bela moça sozinha. Os anões todos os dias, ao voltarem de seu trabalho, dedicavam-se a alguma atividade solidária na cidade. Eles acreditavam que assim, em algum momento, Floquinho acordaria de seu sono profundo. Em certo dia, um cavalheiro andava com seu cavalo pela cidade quando avistou sete anões ao redor de um lindo caixão de vidro e resolveu ir até lá. Ao chegar, o moço encantou-se com a beleza e estória de Floquinho. Ele então se aproximou da moça e viu que em seu dedo havia um espinho, pedindo licença aos anões para tocar na mão da jovem moça. Ele retirou o espinho e Floquinho acordou. Os anões então foram até o reino de Eva e plantaram uma rosa na entrada da casa e saíram. Eva foi perguntar a seu celular mágico quem era a pessoa mais bonita e o celular respondeu que era a rosa da entrada da sua casa. Eva, ao destruir a flor, espetou seu dedo e dormiu eternamente. Enquanto Floquinho e os anões viveram felizes para sempre fazendo o bem a todos, principalmente, aos mais carentes. Porque a beleza está nos simples atos e valores das pessoas e não somente na beleza externa.

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Primavera generosa Wesley Israel Palmeira Dorneles

Era uma vez uma menina chamada Bela que morava num reino muito distante. Ela vivia com seu pai, Rodrigo, sua madrasta, Rosimeire, e mais duas irmãs, Fernanda e Ana. Bela gostava muito de ir ao zoológico, porque seu pai havia lhe contado que foi lá que ele conheceu sua mãe. Então, no dia do aniversário de Bela, seu pai estava para lhe fazer uma surpresa, quando, de tanta emoção, enfartou e morreu. Depois de uma semana, Rosimeire ficou com a guarda de Bela e começou a maltratá-la, ordenando que ela ficasse responsável por todos os serviços de casa. Enquanto a menina trabalhava, a madrasta saía com suas filhas para fazer compras na aldeia. Certo dia, Bela, cansada dos desaforos das suas irmãs e madrasta, pegou o pano que usava para limpar as janelas e jogou-o no chão dizendo: - Eu não farei mais nada nesta casa!

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Recontando Contos: O mundo contemporâneo nos clássicos Então, quando Bela estava prestes a sair, ouviu a campainha tocar. Era o carteiro que veio entregar um convite para o baile em comemoração a primavera. Quando Bela foi pegar o convite, sua madrasta chegou das compras, pegou o convite de suas mãos e disse: - Você não irá ao baile! - Por que não irei? - perguntou Bela. - Quem irá ao baile serão suas irmãs - disse Rosimeire. Bela foi chorando para o seu quarto e deitou na cama. Uma semana depois, chegou a noite do baile. As irmãs de Bela estavam se arrumando. Porém, ela não deixou por menos. Arrumou-se e desceu pela janela com ajuda dos lençóis. Mas, quando Bela chegou ao chão, percebeu que seu vestido havia rasgado e disse: - E agora, como irei ao baile neste estado? Sua tia, que estava chegando de carro na casa de Bela, disse: - O que houve Bela? Por que choras? A menina contou tudo que estava acontecendo, até que, no momento de sua fuga de casa para ir ao baile, seu vestido havia rasgado. A tia, muito generosa, sensibilizou-se com Bela e disse: - Eu lhe empresto meu carro e um vestido para você ir ao baile. Porém com uma condição: preciso que devolva o carro à meia noite, pois irei viajar. Depois de trocar-se e pegar o carro de sua tia, Bela chegou ao baile em um passe de mágica. Já no baile, Bela avistou seu vizinho Fernando, que a convidou para dançar. Ela aceitou o convite e dançaram, dançaram, até que Bela ouviu as doze badaladas do relógio que marcavam meia-noite. Fernando não entendeu a saída repentina de Bela e, ao tentar segui-la, encontrou um lindo colar com as iniciais “BL”. Bela, apressada para devolver o carro à sua tia, saiu correndo do baile e nem se deu conta que havia perdido o colar com as iniciais de seu nome. A menina estava apenas preocupada em chegar logo em casa para devolver o carro à sua tia. Quando Bela chegou em casa, depois de devolver o carro e o vestido, pulou a janela e deitou-se. Alguns minutos depois, a madrasta chegou e viu que ela estava dormindo.

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Recontando contos: o mundo comtemporâneo nos clássicos No dia seguinte, Fernando chegou à casa de Bela e bateu à porta, mas que atendeu foi a madrasta, que disse: - O que você deseja? - Estou procurando a dona deste colar- disse o garoto. A madrasta, vendo o colar, convidou Fernando para entrar e chamou as filhas. As meninas vieram correndo e sentaram no sofá. Então Fernando perguntou o nome das meninas, e elas responderam: - Meu nome é Ana. - E o meu é Fernanda. Nisso, Bela entrou pela porta da sala. Quando Fernando a viu, perguntou seu nome e ela respondeu: - Meu nome é Bela. Por quê? Alegre, Fernando mostrou o colar. Bela, ao ver o colar, disse: - Ei! Esse colar é meu. Então Fernando pediu Bela em namoro, e ela na mesma hora aceitou, pois ela gostava muito do menino. Depois disso, Bela correu à casa de sua tia, contou-lhe a novidade e agradeceu a generosidade da tia: - Muito obrigada, titia! Se a senhora não tivesse sido tão generosa comigo naquela noite, nada disso teria acontecido. E hoje eu não estaria namorando com Fernando. - Não precisa agradecer querida. Devemos fazer o bem ao próximo sem esperar que o bem volte da mesma forma para a gente. Veja! Fiz o bem para você ajudando-a com o carro e o vestido, e agora você me devolveu o bem com essa notícia maravilhosa, o que me deixou ainda mais feliz.

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Alunos-autores

da E.M.E.F. Perpétuo Socorro, Santa Maria - RS

Eu gostei de participar do Ateliê de Textos, pois aprendi a escrever estórias. E irei publicar um texto. Adorei a oficina de artes, também aprendi que a “cor de pele” é bege. Carlos Rafael Silva de Oliveira, 11 anos, 6º ano

No Ateliê de Textos eu pude aprender a criar estórias, narrativas através da escrita conjunta e individual, e mais, a diferenciar os textos. Por isso, muito mais agradeço às professoras do Ateliê Jordana Maran e Sabrina Damiani, por terem nos ensinado a conhecer o mundo das letras e incentivado a sermos grandes escritores no futuro. Erick Ruan Do Carmo Batista, 14 anos, 7º ano

O Ateliê de Textos foi uma experiência muito boa, porque aprendi tudo o que precisava para publicar minha estória. O Ateliê é uma ótima oportunidade para que o aluno melhore sua leitura, escrita e desenvolva a criatividade. Evelyn Silva De Oliveira, 11 anos, 6º ano

Gostei muito de participar do Ateliê, aprendi a fazer textos (com os contos base) e suas etapas e fases. Também gostei muito de aprender técnicas de desenho. Amei a atenção, dedicação, carinho das professoras Jordana e Sabrina. Foi muito bom participar desse projeto, me diverti e aprendi muito. Liandra Pinto De Souza, 15 anos, 9º ano

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Gostei bastante do Ateliê. Aprendi muitas coisas, principalmente, como escrever uma estória: cada detalhe e etapa. Minha escrita melhorou bastante. Vou sentir muita saudade de tudo: do que a gente escreveu, das professoras Jordana e Sabrina. Foi uma experiência muito satisfatória. Luísa Eduarda Campos,13 anos,7º ano

No projeto Ateliê de Textos, conheci as diferentes estórias da Chapeuzinho Vermelho. Adorei participar dos encontros. E gostei ainda mais de ler e escrever minha estória. Nicolas Costa Pereira da Silva, 13 anos, 6º ano

Eu aprendi muitas coisas no Ateliê. Mas o que eu mais gostei foi aprender a desenhar. Antes de iniciar no projeto, eu era muito tímida e, com o decorrer dos encontros, eu fui perdendo a timidez. Agradeço ao Ateliê por ter me ajudado. Thalya Pinto De Souza, 13 anos, 6º ano No Ateliê de Textos eu aprendi sobre vários autores e estórias que eu não conhecia. Eu também aprendi a escrever melhor. As professoras me ensinaram que eu tenho muita capacidade e posso fazer o meu melhor. O Ateliê é o melhor projeto da minha vida com as melhores professoras que já tive. Wesley Israel Palmeira Dorneles, 11 anos, 6º ano

Gostei de participar do Ateliê de Textos, porque eu aprendi muitas coisas que não sabia. Com o projeto eu melhorei a minha leitura, interpretação e escrita dos textos. O mais legal foi aprender como se faz um livro. Yasmin Anhaia Fagundes, 11 anos, 6º ano

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