Significado de
Apocalipse
Apocalipse 1 1.1 — Revelação (palavra que significa algo desvelado, descoberto) indica que esse texto é um tipo de literatura conhecido como apocalíptica. A Revelação de Jesus Cristo pode significar que vem dele e é sobre Ele, porque Cristo é o assunto do livro inteiro. Os servos de Cristo são os crentes. A frase que brevemente devem acontecer é uma alusão a Daniel 2.28,29,45, visto que parece indicar que as coisas que devem acontecer nos últimos dias acontecerão em rápida sucessão. João é o escritor humano do Apocalipse, enquanto Jesus é o Autor divino. 1.2 — A palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo são as razões pelas quais João foi exilado na ilha de Patmos (v. 9) e, também, o motivo por que os crentes são perseguidos hoje em dia. A expressão de tudo o que tem visto refere-se às visões relatadas em Apocalipse. 1.3 — Bem-aventurado, significando espiritualmente feliz, de acordo com a perspectiva de Deus ler e reter essa revelação é a primeira das sete bemaventuranças citadas em Apocalipse (14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 27.7,14). Esse é o primeiro de muitos grupos de sete encontrados em todo o livro, número este que significa completude, perfeição. 1.4 — João endereçou Apocalipse às sete igrejas na província romana da Asia, área que atualmente corresponde ao sudoeste da Turquia. As igrejas localizavam-se em uma região de uns 80km, e seus nomes estão dispostos em ordem, no sentido dos ponteiros do relógio, partindo do sudoeste. Graça é a versão cristã para uma saudação comum no grego, e paz [hb. shalom] é uma típica saudação hebraica. Aquele que é, e que era, e que há de vir designa Deus, que não só existe agora, mas sempre existiu e existirá eternamente (Hb 13.8). A expressão os sete espíritos pode referir-se aos anjos das sete igrejas (cap. 2 e 3), a sete outros anjos (Ap 8.2), ou à plenitude do Espírito Santo (Is 11.2). 1.5 — Jesus Cristo, o primogênito dos mortos, garantiu a ressurreição futura do cristão por meio de Sua própria ressurreição (1 Co 15.20,23). Embora Ele seja o legítimo príncipe, até a Sua segunda vinda, não exercerá Sua autoridade (Mt 28.18) de maneira completa sobre os reis da terra (Ap
19.17' 21). Mas, quando votar, Ele estabelecerá Seu Reino de forma plena na terra (Ap 1.6) e nomeará corregentes preparados, os quais compartilharão de Sua autoridade para governar nações em submissão a Ele (Ap 2.26,27; 3.21; 5.10; 20.4; 21.24). 1.6 — Reis e sacerdotes lembram o desígnio de Israel em Êxodo 19.6, o qual também é aplicado à Igreja pelo uso da expressão sacerdócio real em 1 Pedro 2.9. Cristo, ao sacrificar a si mesmo (Ap 1.5), salvou e separou para si um povo especial, os cristãos, sacerdotes reais, para oferecerem sacrifícios espirituais a Deus (Rm 8.17; Hb 3.1,14; 13.15,16). 1.7 — A frase vem com as nuvens lembra a visão que Daniel teve acerca do Filho do Homem (Dn 7.13; Mt 24.30). Jesus associa a visão de Daniel à Sua gloriosa segunda vinda (Mt 24-30; At 1.11). A expressão todo olho indica que Cristo será visível universalmente na Sua segunda vinda, ao contrário do que ocorreu em Sua primeira vinda. A frase até mesmo os que o traspassaram alude à crucificação de Cristo (Jo 19.34), por influência dos líderes judeus, e aponta para a profecia de Zacarias que diz que Israel se lamentará por ter rejeitado o Messias (Zc 12.10; Jo 19.34,37). De fato, não apenas Israel, mas também todas as tribos da terra se lamentarão por terem rejeitado Cristo e se arrependerão por sua incredulidade. 1.8 — A autodescrição de Deus como o Alfa e o Omega (a primeira e a última letra do alfabeto grego), princípio e o fim, indica que Ele é o Todo'poderoso e eterno, já existindo que tudo fosse por Ele criado. Esse conhecimento pode ser um grande conforto para quem está sofrendo (v. 9). O Senhor está guiando a história de maneira soberana em direção à sua consumação, à vitória de Cristo sobre tudo e todos (1 Co 15.24-28). 1.9 — João se identifica fortemente com seus leitores como um irmão e companheiro na aflição, uma tribulação que alguns já estavam sofrendo (Ap 2.9,10). Paulo disse que haveria muitas tribulações (At 14.22) para os cristãos antes da vinda do reino (Ap 11.15). Tais provações servem para desenvolver paciência e maturidade cristã (Tg 1.2-4); afinal, suportá-las é um pré-requisito para reinar com Jesus (Rm 8.17; 2 Tm 2.12). O sofrimento imediato de João estava relacionado ao seu exílio na pequena ilha de Patmos, no mar Egeu. Embora o apóstolo tivesse sido exilado como uma
tentativa de silenciar a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo (a palavra grega traduzida como testemunho significa literalmente testemunha, e está associada à palavra mártir), João, continuou escrevendo o Apocalipse (1,2) como testemunha de Cristo. 1.10 — A expressão em espírito alude ao estado de exultação espiritual no qual João se encontrava quando recebeu as visões do Apocalipse (Ap 4.1,2). 1.11 — Cada uma das sete igrejas na província da Ásia recebeu uma cópia completa de Apocalipse e uma mensagem individual da parte de Cristo (Ap 2.1—3.22). 1.12 — Os sete castiçais de ouro representam as sete igrejas nomeadas no versículo 11 (v.20). 1.13 — Semelhante ao Filho do Homem é uma referência a Daniel 7.13. Comparando-se essas duas passagens, além do uso da expressão Filho do Homem por Jesus (Mt 20.28) em relação a si mesmo, notamos que Cristo é o sujeito dos versículos de 12 a 18 de Apocalipse 1. Jesus tem uma natureza completamente humana e completamente divina. A veste comprida e o cinto de ouro indicam que o Cristo glorificado está vestido como um sumo sacerdote (Ex 28.4) 1.14 — A aparência branca da cabeça e dos cabelos é um paralelo à descrição do ancião de dias, em Daniel 7.9, e à aparência gloriosa do Cristo transfigurado no monte (Mt 17.2). As descrições demonstram a pureza e imortalidade, tanto de Deus-Pai como do Deus-Filho. Adicionalmente, o cristão vencedor será vestido de vestes brancas (Ap 3.5; 19.8), um símbolo de pureza, e estará na presença de Cristo. Os olhos de Cristo são como chama de fogo. Isso indica Sua justiça, assim como Seu juízo sobre todas as coisas impuras (Dn 10.6; 1 Co 3.13). 1.15 — Seus pés, semelhantes a latão reluzente podem significar respeito ou poder, assim como domínio sobre todas as coisas, já que tudo está debaixo de Seus pés (1 Co 15.25).
1.16 — As sete estrelas são os anjos das sete igrejas (v. 20). Esses anjos podem designar literalmente seres espirituais, guardiões daquelas igrejas. Uma aguda espada de dois fios era uma espada longa e afiada dos dois lados, a qual, saindo da boca de Cristo, simboliza o poder e o juízo que a Palavra de Deus promove ao penetrar no profundo do coração humano (Is 49.2; Hb 4.12). 1.17,18 — Quando Cristo fala de si mesmo como aquele que vive, foi morto e viverá para todo o sempre, Ele está referindo-se à Sua existência eterna, à Sua vinda como homem, à Sua morte na cruz e à Sua condição gloriosa de ressurreto. As chaves da morte e do inferno apontam para a autoridade de Cristo sobre aqueles que morreram fisicamente e sobre os seus lugares atuais de descanso, os quais serão esvaziados na época do juízo do grande trono branco (Ap 20.11-15). 1.19 — A frase escreve as coisas que tens visto engrandece e esclarece a ordem anterior de Cristo: o que vês, escreve-o (v. 11). Aparentemente, a expressão as coisas que tens visto se refere à visão relatada nos versículos 10-18. A frase as que são, e as que depois destas hão de acontecer pode referir-se à condição das igrejas na Ásia (Ap 2—3), seguida das visões do futuro (AP 4—22). O uso de depois em combinação com a visão de um semelhante ao Filho do Homem (v.13) é um empréstimo do texto em Daniel 2.29,45. 1.20 — Os anjos das sete igrejas têm sido entendidos algumas vezes como mensageiros celestiais. O significado usual da palavra anjo no Novo Testamento e em Apocalipse é o de seres espirituais que ministram aos que herdarão a salvação (Hb 1.14). As sete igrejas têm o Filho do Homem glorificado em seu meio (v.12,13), lembrando a promessa de Cristo que diz: Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18.20).
Apocalipse 2 2.1 — O anjo da igreja aqui pode referir-se a um anjo designado pelo Senhor para guardar a Igreja naquela região em meio à guerra espiritual (ver Hb 1.14; Dn 10.13). [Alguns interpretes também veem a possibilidade de anjo da igreja aqui ser uma referencia ao pastor humano, instrumento e representante desse ser celestial designado por Cristo para presidir sobre as assembleias locais. Contudo, isso e improvável.] Éfeso era a cidade mais importante na Ásia Menor quando Apocalipse foi escrito. Tratava-se do centro de adoração a Ártemis (ou Diana; Atos 19.28), a deusa da guerra e da fertilidade. Era um ponto comercial estratégico e um grande porto — e estas são algumas das razoes pelas quais o apostolo Paulo investiu quase três anos no estabelecimento da Igreja em Éfeso e nas cidades circunvizinhas na província (At 19.10; 20.31). 2.2 — A frase eu sei as tuas obras aparece nas mensagens a cada igreja (Ap 2.9,13,19; 3.1,8,15), como uma declaração de reconhecimento da parte do Juiz onisciente e onipresente. 2.3 — Sofreste e tens paciência [...] e não te cansaste. Essas são qualidades que moldam o caráter do cristão (Rm 6.3,4) geram maturidade (Tg 1.3,4) quando ele enfrenta provas e sofrimento.
era o mesmo que julgar a Igreja dentro de pouco tempo ou imediatamente. 2.6 — Mesmo que a igreja de Éfeso não amasse como deveria (v. 4), pelo menos o Senhor podia dizer que ela odiava as obras dos nicolaitas, os quais eram um grupo ateísta que perturbava as congregações em Éfeso e Pérgamo (v. 15). Aparentemente, os ensinamentos e as praticas dele eram imorais, talvez ate mesmo idolatras (v.14). Alguns pais da Igreja associam esse grupo a Nicolau, um dos sete líderes eleitos na igreja de Jerusalém (At 6.5). 2.7 — A expressão quem tem ouvidos ouça e uma referencia as palavras de Jesus aos Seus ouvintes depois de contar-lhes a Parábola do semeador (Mt 13.9). Quando o Espírito de Deus fala as igrejas, e para representar Cristo (v.2), porque Ele e o Espírito de Cristo (G1 4.6) que guia os cristãos a verdade, não falando por si mesmo, mas em nome do Senhor (Jo 16.13). Ao que vencer refere-se ao cristão que persevera na obediência e é vitorioso em meio as provações. Existem três opiniões principais acerca da natureza do vitorioso nos versículos 7, 11,17 e 26 do capítulo 2 de Apocalipse, bem como nos versículos 5,12 e 21 do terceiro capitulo: (1) a promessa para o vitorioso e experimentada por todos os cristãos, pois todos os cristãos genuínos são vencedores e quem fracassou na fé não experimentou a verdadeira salvação; (2) as promessas são vivenciadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes.
2.4 — O primeiro amor pode ser uma referencia tanto ao tempo inicial da conversão como a qualidade e intensidade do amor dedicado a Deus pelo cristão recém-convertido. Eis o maior mandamento: Amarás o Senhor, teu Deus (Mt 22.37,38). Deixar o primeiro amor significa diminuir consideravelmente o amor inicial ou distanciar-se do amor de Deus.
Se alguém fracassou na fé e porque perdeu a salvação; (3) as promessas são experimentadas apenas pelos cristãos fieis e obedientes ate o fim e quem fracassou sofreu uma perda de recompensas, mas não da salvação (1 Co 3.15).
2.5 — Lembra-te, pois, de onde caíste fala de um considerável declínio do amor (v.4) na igreja de Éfeso. Na geração anterior, a mesma congregação foi recomendada a amar (Ef 1.15,16; 6.24), embora tivesse sido ordenada com veemência a crescer em amor (Ef 4.2,15,16). Arrependimento implica mudança de pensamento e esta claramente associado a mudança de comportamento, como sugere a frase e pratica as primeiras obras. Os cristãos em Éfeso deviam recuperar o estilo de vida que tinham antes de deixarem o primeiro amor (v. 4) Dizer que tiraria do seu lugar o teu castiçal
Nenhuma das opções e isenta de dificuldades, mas a interpretação correta seria aquela que e mais consistente com os detalhes de todas as sete passagens sobre a vitória. Isso significa que a ultima hipótese e a mais provável. Algumas promessas para o vencedor são claramente condicionais (Ap 2.26) e não podem ser atribuídas a todos os cristãos. A promessa parece ser uma recompensa por fazer algo que nem todos os cristãos fazem. O vencedor e o cristão que vence a ameaça especifica para ele e sua igreja por meio de sua conduta fiel e obediência.
Se todo servo de Deus e um vencedor, o leitor de Apocalipse deveria aguardar pela frase “aquele que crê”, em vez de aquele que vencer, que sugere uma distinção entre crer e vencer. Além disso, o singular de aquele que vencer da a entender que a vitória e de cunho individual e que nem todos os cristãos irão perseverar ate o fim e obter a vitória. Fuller [um comentarista bíblico] observou que “um mandamento que todos cumprem e supérfluo, e uma recompensa que todos recebem por causa de uma virtude que todos têm e tolice”. Não existe objetivo em advertir os cristãos sobre algo que todos eles farão nem ha motivação para obedecer as advertências se todo cristão recebesse a recompensa. De tal forma, não haveria recompensa de verdade. Alguns argumentam que a expressão aquele que vencer, em Apocalipse 2 e 3, aplica-se a todos os cristãos por causa de seu uso em 1 João 5.4,5, onde, claramente, todos os cristãos são considerados. No entanto, vale lembrar que certas declarações assumem certos significados dependendo do contexto em que estão inseridas. A não ser o uso da mesma palavra, não existe nada sobre o contexto de 1 João 5 que lembre o de Apocalipse 2 e 3. O sentido da declaração em 1 João 5 e uma promessa comum a todos os cristãos, sem uma condição. Por outro lado, nas declarações de Jesus em Apocalipse 2 e 3, existem advertências e mandamentos específicos ligados as promessas. De forma geral, pela fé, todos os fieis a Deus vencerão e viverão para sempre com Ele (1 Jo 5). No entanto, nem todos alcançarão o mesmo patamar espiritual nesta vida, tampouco farão as mesmas obras. Sendo assim, não serão recompensados de igual maneira (Ap 2 e 3). Em 1 Joao 5.4,5, e enfatizada a vitória pela fé e o recebimento de um galardão. Já em Apocalipse 2—3, e enfatizada a vitória por meio da fidelidade a Cristo e o recebimento de vários tipos de recompensa. Existem dois aspectos da vitória para o cristão: (1) Pela fé em Jesus, o cristão e vencedor e recebera a vida eterna (1 Jo 5.4,5); (2) Pela fé e fidelidade constantes, o cristão pode vencer tentações e provas especificas, recebendo,
no final de sua carreira, recompensas eternas. Esse ponto de vista parece adequar-se melhor ao contexto de cada promessa concernente a vitória em Apocalipse. Especificamente em relação a igreja de Éfeso, os cristãos tinham obstáculos espirituais a serem vencidos. O problema nessa igreja, especificamente, era a falta de um amor ardente por Cristo, tanto que ela e exortada a arrependerse e a praticar as primeiras boas obras (v. 5), o que indica um declínio na vida crista. A recompensa para aqueles que obedecerem ao Senhor e a certeza de que comerão da arvore da vida, uma promessa de intimidade especial com o Senhor e de restauração da comunhão perdida antes da queda (Ap 22.14; Gn 2.9; 3.22,24; Pv 11.30). O acesso privilegiado a arvore da vida, negado a Adão (Gen. 3.24), será desfrutado pelo cristão vencedor. (O próprio Jesus prometeu ao ladrão que creu nele que estaria com Ele no Paraíso apos a morte (Lc 23.43), e Paulo usou o termo paraíso como sinônimo de terceiro céu, em 2 Coríntios 12.2,4.) 2.8 — Esmirna era uma importante cidade portuária 56Km ao norte de Éfeso. O culto ao imperador romano e a presença de uma grande população judaica tomava a vida difícil para os cristãos em Esmirna. No entanto, essa igreja e a de Filadélfia são as duas únicas das sete que não foram repreendidas por Cristo em nenhum aspecto. 2.9 — Ainda haverá uma grande tribulação (Ap 7.14) sem paralelo na historia do mundo (Mt 24-21), e os cristãos devem esperar sofrer muita tribulação ate mesmo na época atual (At 14.22). Os cristãos acometidos pela pobreza nessa vida podem consolar-se pelo fato de que possuem grandes riquezas espirituais em Cristo (Ef 1.18). Aqueles que se dizem judeus e não o são ou são judeus prosélitos, ou judeus que se recusam a crer nas profecias, nas Escrituras que apontam para Jesus como o Messias prometido (Rm 2.28,29). Chamar esses judeus de sinagoga de Satanás indica, provavelmente, que eles estavam perseguindo os cristãos. 2.10 — A expressão tereis uma tribulação de dez dias tem sido entendida como dez curtos ataques de perseguição durante a época do Novo Testamento, mas e mais provável que signifique sofrimento durante dez
dias, dez meses ou um breve período na época atual. A coroa da vida pode ser a coroa da vitória do mártir, acompanhando o costume grego comum de dar uma coroa de flores ou louros aos vencedores nos eventos atléticos. Em Tiago 1.12, também e prometido a coroa da vida aos que perseverarem na fé durante as provações. Tal perseverança resultara na satisfação suprema de vida no Reino de Deus. 2.11 — O que vencer pela fé (1 Jo 5.4,5) não precisa temer o tormento interminável pelo qual o infiel passara no lago de fogo, a segunda morte (Ap 20.14). Algumas pessoas entendem, por essa declaração, que os cristãos que não vencerem será afligidos no lago de fogo, caso suas obras se mostrem perecíveis ao serem submetidas ao teste do fogo (1 Co 3.11-15) e eles perderem a recompensa. No entanto, a segunda morte se refere a experiência da morte eterna no lago de fogo (Ap 20.14,15). Nenhum cristão ira experimenta-la, pois o vencedor não sofrera nenhuma perda de qualquer espécie; afinal, ao crente fiel esta reservada a coroa da vida, uma experiência maravilhosa de vida no futuro. Assim, ele alcança não só a isenção da segunda morte, mas também uma experiência de vida mais abundante (Jo 10.10). 2.12 — Pérgamo, que, em grego, significa fortaleza, era o nome da antiga capital da província da Ásia, a qual ficou conhecida como o lugar 7 6 3 onde o pergaminho foi usado pela primeira vez. Ficava a 80km ao norte de Esmirna, em uma alta colina dominando o vale abaixo. A espada aguda de dois fios e a poderosa Palavra proveniente da boca de Cristo (Ap 1.16; Hb 4.12). 2.13 — O trono de Satanás indica que a autoridade e o poder do diabo eram honrados abertamente ou pelas praticas implementadas ali. Antipas (um cristão, e não o Herodes Antipas) já havia sofrido o martírio, recebendo a prometida coroa da vida. A frase e reténs o meu nome pode muito bem se referir a controvérsia ariana (relativo a Arius) — que durou mais de um século e foi finalmente debatida em 325 d.C. pelo Concilio de Niceia (sudeste da Franca, no mar Mediterrâneo) — e indica que os cristãos de Pérgamo não negaram o nome de Cristo, já que a divindade essencial do Senhor Jesus Cristo foi aceita.
2.14 — A doutrina de Balaão e explicada pela sua origem no Antigo Testamento (Nm 22 — 24-25; 31). Balaque contratou Balaão para desviar o coração de Israel para longe do Senhor. Aparentemente, uma sedução parecida estava acontecendo na igreja de Pérgamo, principalmente em relação aos ídolos e a prostituição (At 15.20). 2.15 — Ao que tudo indica, a doutrina dos nicolaitas, já vista na igreja de Éfeso (v. 6), era parecida com a de Balaão (v.14). 2.16 — Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti. Houve uma exigência para que a Igreja exercitasse a disciplina. A vinda de Cristo mencionada aqui se refere a uma visitação judicial em rápido juízo de acordo com a Palavra de Deus. 2.17 — Quem, em meio a terríveis circunstancias, vencer pela fé (v.13-15) recebera o privilégio de comer do mana escondido, que, assim como a pedra branca e o novo nome, e uma recompensa futura pela fidelidade a Deus. O mana escondido lembra o alimento celestial que sustentou Israel no deserto (Ex 16.4,14,15,31), uma porção do qual foi colocado dentro da arca como um memorial (Ex 16.32,33; Há 9.4). Os crentes em Pérgamo estavam envolvidos com festividades pagas, nas quais eles comiam alimentos sacrificados aos ídolos e cometiam imoralidade sexual (Ap 2.14). A promessa de Jesus, então, e destinada aos que se recusavam a aceitar tais convites e a participar dessas festas. Para esses, haveria um banquete melhor no céu. O mana escondido também sugere uma comunhão especial com Jesus (Lc 14.7-11; 22.28-30). Aos vencedores e prometido o alimento sobrenatural na condição ressurreta para capacita-los efetivamente a função de corregentes no Reino de Cristo. Na época de Joao, a pedra branca podia significar isenção de custas legais, mas parece mais adequado relaciona-la ao costume, nos jogos atléticos gregos, de se oferecer uma pedra branca ao vencedor de uma competição, ou aos gladiadores que tinham conquistado a admiração do publico e recebido permissão para se retirarem de combates futuros. Esse símbolo da vitória sobre os inimigos de Deus não pode ser separado de um novo nome,
que identifica o cristão obediente cujo caráter e fiel ate o fim, diferenciado da maioria. 2.18 — Tiatira era uma cidade com um grande destacamento militar, que ficava cerca de 50km a sudeste de Pérgamo. Reconhecida por suas indústrias de lá e tintas, Tiatira também era notória por suas associações comerciais. A descrição de Cristo como tendo os olhos como chama de fogo e os pês semelhantes ao latão reluzente repetem praticamente as palavras em Daniel 10.6. 2.19 — A igreja de Tiatira estava contaminada pelo mal, mas Cristo destacou primeiro o que podia ser elogiado nela: a fé, a paciência e as obras de alguns cristãos fieis. As tuas ultimas obras são mais do que as primeiras. Quanto mais se levantavam dificuldades, mais ardente era a fé e mais abundante o trabalho dos fieis a Deus. 2.20 — Não se sabe se jezabel era o nome de alguma mulher malintencionada, cujas ações malignas são comparadas as da rainha Jezabel (1 Reis 16; 2 Reis 9), ou apenas uma designação simbólica das praticas pecaminosas de membros daquela igreja sob domínio do “espirito de Jezabel”. Imoralidade sexual e sacrifícios da idolatria estavam associadas as atividades de Jezabel e aos pecados em Pérgamo (Ap 2.14). Essa descrição e parecida com a da Babilônia, a grande prostituta, mencionada em Apocalipse 17.1-6. O comportamento dessa igreja podia, de vez em quando, ser tragicamente parecido com o dos inimigos do Senhor.
próximo passo da disciplina de Deus e a morte (1 Co 11.30). O pecado pode trazer grande tribulação na vida do cristão, ainda que não seja a Grande Tribulação que vira sobre o mundo antes da volta de Cristo (Ap 7.14). 2.23 — Aparentemente, os membros da igreja de Tiatira haviam cometido pecado de morte (Tg 5.20). A morte e a consequência para as obras do pecado (Rm 6.23). 2.24 — As profundezas de Satanás podem ser os segredos conhecidos por aqueles iniciados nos assuntos demoníacos. Na época de João, havia uma considerável influencia satânica na Ásia Menor (v.9,13; 3.9). Contraste as profundezas de Satanás com as profundezas de Deus (1 Co 2.10). 2.25 — Retende-o até que eu venha. Como não existe esperança se uma congregação corrompida não se arrepender, os que pertencem a Deus nela podem apenas esperar a volta do Senhor guardando fielmente a verdade. O fato de os santos de Tia tira acreditarem que permaneceriam ate a volta de Cristo revela que a Igreja como tal permanece além de seu tempo original.
2.21 — Dei tempo para que se arrependesse [...] e não se arrependeu. Por Sua graça e paciência, o Altíssimo concedeu tempo aquela igreja, a fim de que ela de arrependesse. Mas ela se recusou a fazê-lo. Então, não existe nenhum apelo para o arrependimento nessa mensagem; apenas anuncio do juízo. Essa igreja permaneceria separada da verdade de Deus enquanto estivesse associada a todos os sistemas religiosos malignos do mundo (compare com Ap 18; 19).
2.26, 27 — Observe que aquele que vencer e identificado mais adiante por Jesus como aquele que ira guardar ate ao fim as [Suas] obras. A esse crente fiel Cristo promete o privilégio de governar e reinar com Ele no Seu Reino, além de compartilhar de Seu esplendor real (Lc 16.11; 19.17-19; Rm 8.17; 2 Tm 2.12). Apesar de todos os cristãos compartilharem a gloria de Cristo ao serem glorificados, parece que nem todos compartilharão de Seu resplendor real e do privilégio de reinar com Ele. A frase poder sobre as nações e a citação do Salmo 2.9, que profetiza a atuação cheia de poder do Messias, associa a vitória dos crentes ao Reino Milenia de Cristo, em Apocalipse 20.4,6. Apenas os que vencerem e perseverarem em obediência ate o final da vida tem a promessa de serem coerdeiros com Cristo desse Reino. Jesus compartilhara a Sua soberania com os companheiros que provaram a sua fidelidade nessa vida ao fazer a vontade de Deus ate o fim. Esse e o destino exaltado a que todos os cristãos devem aspirar.
2.22 — Estar em uma cama [aqui, símbolo de dores, enfermidades, angustia], prostrado, e onde pode terminar o quem se envolve muito tempo com o pecado, sem arrependimento, confissão e abandono do mal. O
2.28,29 — A estrela da manhã, também citada em Apocalipse 22.16, e o próprio Cristo. Para o que vencer, a presença dele será a luz no tempo de trevas e dificuldades, antes do amanhecer da volta do Filho de Deus. Além
disso, a estrela da manhã se refere ao premio do fiel na gloria ou no resplendor de Cristo. Jesus oferece a cada servo fiel o privilégio de ser como Ele em resplendor real, em várias medidas (Dn 12.3).
Apocalipse 3 3.1 — Sardes, situada a 50 Km a sudeste de Tiatira, era a capital de Lídia. A adoração ao imperador romano e a Ártemis, deusa da guerra e da fertilidade, era efetiva ali. Os sete espíritos podem ser um símbolo do Espírito Santo [e da plenitude do conhecimento divino], ou, talvez, sete anjos (Ap 1.4). As sete estrelas são os anjos das sete igrejas (Ap 1.20). 3.2 — As obras do homem não são completamente perfeitas diante de Deus (Rm 3.23). Os incrédulos, aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida (Ap 20.15), serão julgados somente de acordo com as suas obras (Ap 20.12,13). 3.3 — A advertência de Cristo de que Ele vira de modo inesperado, como um ladrão, reforça a repetitiva ênfase em Mateus 24-36—25.13: estejam alertas e prontos para a vinda de Jesus (Ap 16.15). 3.4 — Aqueles que não contaminaram suas vestes são os que permaneceram fieis a Cristo. Diferente de alguns cristãos, eles venceram o pecado e demonstraram uma retidão pratica. O Senhor promete que as pessoas que não contaminarem as suas vestiduras andarão de branco, porquanto são dignas disso. Provavelmente, essas roupas ilustram os atos de justiça, e não a justiça imputada por Cristo (Ap 19.8). 3.5, 6 — As vestes brancas podem simbolizar o reconhecimento do Senhor quanto ao caráter reto e ao serviço fiel dos cristãos (v. 4; 6.11; 19.7-8). Branco e a cor das vestes que o redimido vestira na presença do Senhor (Ap 7.13,14). O Livro da vida e a lista dos redimidos eternamente (Ap 20.12,15). Não riscar o nome e um modo do Senhor dizer que Ele conservara a memoria dos redimidos; a cidadania celestial, bem como os direitos e privilégios que eles terão em Seu Reino. Cristo garantira que o
nome e as obras dos crentes não sejam apagados, mas lembrados e honrados. Já o ato de riscar o nome provavelmente faz alusão ao texto em Êxodo 32.32,33, passagem na qual Deus diz que riscara o nome dos pecadores, mas não dos fieis como Moisés, de Seu Livro. Confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. O texto não declara que qualquer cristão terá seu nome riscado do Livro da Vida (Lc 10.20). Mas o fiel terá o seu nome confessado diante dos santos, dos anjos e do Pai pelo Filho (Mt 10.32,33; 2 Tm 2.12,13). 3.7 — Filadélfia, que, em grego, significa amor fraternal, era uma pequena cidade localizada a cerca de 65km a sudeste de Serdes. Sua localização, o cultivo de vinhas e a produção de vinho fizeram dela uma cidade rica e comercialmente importante. A chave de Davi representa a autoridade daquele que abre e fecha a porta no Reino [eterno] de Davi (Is 22.22), uma prerrogativa de Cristo como o justo Filho de Davi (Mt 1.1). 3.8 — A porta aberta que ninguém pode fechar parece, nesse contexto, ser a entrada para o céu e para a Nova Jerusalém (v. 12,21,22). E possível que essa porta seja também uma abertura para o testemunho ou serviço (Cl 4-3). Apesar de terem pouca forca, os cristãos de Filadélfia haviam guardado a Palavra de Cristo obedientemente (Ap 1.3; Mt 28.20) e não tinham negado o Seu nome. 3.9 — No final, aqueles de Filadélfia que pertenciam a Satanás, embora alegassem ser judeus [não sendo verdadeiramente adoradores de Deus] (Rm 2.28,29), seriam forcados a adorar prostrados diante da Igreja, reconhecendo que Cristo ama os Seus (Ap 20.4,6). 3.10 — A garantia de que Cristo ira guardar os fie da hora da tentação parece uma promessa de que Ele os arrebatara antes do tempo da grande tribulação. No entanto, para alguns comentaristas bíblicos, essa promessa não significa que os cristãos serão arrebatados, e sim protegidos durante esse período de angustia na terra. A hora da tentação e outra maneira de referir-se ao inigualável juízo durante a grande tribulação (Ap 7.14), profetizado em Daniel 12.1 e em Mateus 24.21.
3.11 — O cristão deve estar sempre preparado para a volta de Jesus (v. 3). A forma surpreendente como se dará essa volta incentiva-nos a perseverança no amor, na fé e no serviço fiel. Por meio de um comportamento improprio, pode-se perder a coroa que foi previamente conquistada (2 Jo 8), a qual indica a autoridade real dada aos vitoriosos coerdeiros do Senhor Jesus. O tribunal de Cristo será uma ocasião de recompensa, ou punição; alegria, ou pesar (2 Co 5.10). 3.12 — A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus. Cristo promete que o fiel será uma coluna, a parte mais estável e permanente de uma construção. Ser uma coluna no templo indica ter um lugar de honra, autoridade e estabilidade devido à fidelidade e firmeza demonstrada no serviço proeminente prestado ao Reino de Cristo (Is 22.23; Lc 19.16-19). [Também indica unidade, comunhão profunda e íntima com Deus; infusão da natureza divina na humana, pela habitação do Espírito.] A quem vencer, [...] escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém. Sobre o vencedor [uma coluna no templo] será inscrito o nome de Deus (símbolo de identificação e pertencimento), o nome da Nova Jerusalém (indicando a nova cidadania) e o novo nome de Cristo (indicando a revelação completa de Sua pessoa e natureza). [Nos templos antigos eram gravados, além dos nomes das divindades ali adoradas, os nomes dos sacerdotes, heróis e outros personagens importantes.] O vencedor e associado Ao Rei dos reis, Seus governantes e ao centro governamental do Reino por toda a eternidade (Ap 21.9—22.21). 3.13 — Quem tem ouvidos ouça. Aqui, notamos que a receptividade as verdades da Palavra de Deus e uma necessidade para que se compreenda o destino especial dos cristãos vitoriosos. 3.14 — Laodiceia ficava 75km a sudeste de Filadélfia e 145km a leste de Éfeso. Era uma cidade rica, com bancos prósperos, uma indústria têxtil e uma escola de Medicina. No entanto, apesar de desenvolvida, também era conhecida por sua escassez no abastecimento de água. Essas características são mencionadas na mensagem de Cristo para a Igreja (v.15-18).
Referencias a Cristo como o Amem [o que confirma a mensagem do evangelho e o ministério da Igreja; o Deus que confirma, diz amem (ver Is 65.16)], a testemunha fiel e verdadeira, o principio da criação de Deus [o Criador]; logo a letárgica igreja de Laodiceia deveria prestar atenção as palavras dele e corrigir-se. A frase sobre a criação tem sido interpretada por alguns para ensinar que Jesus e o primeiro ser que Deus criou, o que, certamente, não e comprovado pela gramatica grega e contraria outras passagens bíblicas. Cristo e descrito em outras passagens do Novo Testamento como eterno (Jo 1.1-3); o próprio Deus (Jo 8.58; Fp 2.6; Tt 2.13). Em Apocalipse, ha referencia a Ele como o Primeiro e o Ultimo, o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim. Na verdade, a palavra grega arche, nesse versículo, traduzida como principio, significa originador, criador; assim, a frase poderia ser melhor traduzida como: “Aquele que origina a criação”. 3.15,16 — Água fria e refrescante, e água quente e útil para aplicações medicas, mas a água morna não e nem uma coisa nem outra. Por analogia, as obras da igreja de Laudiceia fizeram com que Cristo quisesse vomitar os pseudocristãos para fora. Falando claramente, o Senhor rejeita as tentativas de cristãos satisfeitos, indiferentes, mornos espiritualmente, superficiais e apáticos, que não fazem diferença alguma no mundo. 3.17,18 — A igreja de Laudiceia era espiritualmente morna e autoiludida. Como era rica, achava que não precisava de nada, quando, na realidade, era espiritualmente empobrecida. Acreditava que, como possuía vestes caras, estava bem vestida, quando, na verdade, encontrava-se espiritualmente nua. Ela cria que a visão física indicava a habilidade de enxergar espiritualmente, quando, de fato, era cega para as realidades espirituais. Felizmente, Cristo oferece a todos que se arrependerem ouro espiritual, vestes brancas celestiais (Ap 7.13,14; 19.7,8) e colírio restaurador (v.18). 3.19 — O amor de Deus por Seus filhos se manifesta ate em repreensão e castigo quando estes se desviam do caminho (v.15-18). O objetivo da correção do Senhor e para o nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade (Hb 12.10). A reação adequada a disciplina amorosa do Pai e
o arrependimento (a mudança de nossa percepção errada), bem como o zelo para se afastar da perigosa e morna condição espiritual (v.15,16).
7.14; Mt 24.21). No entanto, pode ser simplesmente uma frase no estilo apocalíptico que introduz a visão reveladora de João (Ap 4.2).
3.20 — Eis que estou à porta e bato retrata o Senhor Jesus procurando entrar em sua própria Igreja (v. 14), com o proposito de renovar a comunhão. Embora seja normalmente entendido apenas no sentido individual, como Cristo batendo a porta do coração de uma pessoa. Mas o sentido de ambos e o mesmo: a busca pela comunhão vital com aqueles que lhe derem ouvidos.
4.4 — Vinte e quatro anciãos ocupam outros tronos. A identidade deles não e exata, e algumas pessoas acreditam que eles representem a Igreja [do AT e do NT, a soma das 12 tribos de Israel e os 12 apóstolos da Israel neotestamentária], ou anjos que fazem parte de um concilio governamental celestial (Jr 23.18,22).
3.21, 22 — Ao que vencer. A promessa para o cristão fiel atingira o clímax quando ele compartilhar o trono com Jesus. Aqueles que partilham a experiência vitoriosa de Cristo na terra obterão vitória parecida com a dele. A vitória do Salvador o conduziu a Sua atual posição a destra de Deus, no céu, enquanto o triunfo dos crentes os conduzira ao privilegio de compartilhar o trono terreno do próprio Cristo (Ap 2.26,27; Lc 19.16-19; 2 Tm 2.12). Jesus venceu por meio da obediência humilde ate a morte (Fp 2.6-8). Como resultado, o Senhor, que se assentou em seu trono, será soberanamente exaltado (v.9-11). Assim como Cristo alcançou a vitória por meio da obediência, hoje, Seu servo que vencer pela fé humilde e obediência ira assentar-se com Cristo em Seu trono (Ap 20.4,6). O proposito de Deus com a Igreja e levantar coherdeiros que compartilharão da autoridade de Cristo no Seu Reino. Esses devem vencer como Jesus venceu: perseverando na fé, apesar do sofrimento (Rm 8.17; 2 Tm 2.12).
Apocalipse 4 4.1 — Esse versículo sinaliza o início de uma nova seção do livro de Apocalipse, que revela os acontecimentos aterrorizantes que ocorrerão no futuro. Essa parte, que e a principal do Apocalipse, continua até o capítulo 22.5. Sobe aqui e também a ordem dada para as duas testemunhas que ressuscitaram em Apocalipse 11.12. Algumas pessoas consideram que essa ordem se refere ao arrebatamento da Igreja antes da grande tribulação (Ap
De autoridade são investidos aqueles que, pela idade e experiência, são mais qualificados para governar. Se os referidos anciãos representam a Igreja, deve-se notar que a septuagésima semana de Daniel esta prestes a começar e que Deus esta mais uma vez referindo-se a Israel, enquanto a Igreja no céu esta num outro tempo e dimensão. Também e improvável (logica e sequencialmente) que a Igreja, como a Noiva a ser entronizada diante de seu Senhor e esposo, fosse reconhecida como sendo digna para reinar (Ap 5.8,9). Ao contrario, ate a passagem de Apocalipse 19.7,8, a Igreja ainda não esta preparada para reinar. De fato, ela compartilhara de Seu trono futuramente (Ap 3.21). As vestes brancas e as coroas de ouro apontam para aqueles que são confirmados em justiça e que possuem autoridade para governar. O uso dessas coroas indica que os anciãos já foram julgados e recompensados. Esses anciãos já exercem um papel de sacerdotes-governantes. 4.5 — Relâmpagos e trovoes refletem a maravilhosa majestade de Deus e lembram a autoridade divina para julgar (Ap 6.1; 8.5; 11.19; 14.2; 16.18; 19.6). Os sete Espíritos de Deus — simbolizados por sete lâmpadas, as quais tipificam o papel exclusivo do Espirito Santo na execução do juízo — apresentam a plenitude das sete características do Espirito Santo (Is 11.2,3). 4.6 — O mar de vidro, semelhante ao cristal, torna a aparência da sala do trono celestial ainda mais imponente. Será a vitória para os mártires crentes, relatada em Apocalipse 15.2. Os quatro animais (gr. criaturas viventes) são impressionantemente parecidos com os querubins que Ezequiel viu perto do trono de Deus (Ez 10.1-20). O fato de serem cheias de olhos significa que essas criaturas veem tudo.
4.7 — O leão, o bezerro, o homem e a águia tem sido entendidos como uma referencia aos quatro Evangelhos com seus diferentes retratos de Cristo. No entanto, a descrição lembra os quatro querubins mencionados em Ezequiel 1.4-10, e, assim, as quatro figuras provavelmente representam quatro diferentes anjos (Ez 10). Essas criaturas viventes ou anjos parecem ter associação com a criação e sua redenção final. 4.8-11 — Descanso e uma necessidade física da vida terrena, mas ele e desnecessário no céu, onde existe adoração constante dia e noite. Santo, santo, santo lembra o cenário celestial similarmente descrito em Isaías 6.110. Que era, e que e, e que ha de vir fala da natureza eterna do Altíssimo, passado, presente e futuro. Os anciãos lançavam as suas coroas diante do trono, o que simbolizava a entrega voluntaria da autoridade deles ao Criador. Como ninguém, a não ser o Todo-poderoso, pode criar, apenas Ele deve ser adorado e reconhecido como Rei soberano.
Apocalipse 5 5.1 — Um livro [...] selado com sete selos não pode ser lido até que todos os selos tenham sido abertos. Ele contem, aparentemente, os juízos e a redenção vistos nos capítulos seguintes. Pode ser também o livro que foi selado em Daniel 12.4, e parece ser uma alusão ao livro que o Senhor entregou a Ezequiel (Ez 2.9,10). 5.2-4 — Em toda a criação, nenhuma criatura foi achada digna de abrir o livro que estava nas mãos de Deus (v. 1) e de desatar os seus selos. 5.5,6 — Aqui vemos a consumação dos dois propósitos de Deus na historia: recuperar Seu Reino e redimir Seu povo. Essa dupla vitória sobre Satanás e profetizada, a princípio, em Gênesis 3.15 e, então, no concerto com Abraão com a promessa de uma terra e uma Semente (Gn 12.1-3, Dt 30.1-5, 2 Sm 7.12-16). 5.5 — O Leão da tribo de Judá (Gn 49.8-10) e a Raiz de Davi (Is 11.1,10) são títulos messiânicos para Jesus Cristo. Venceu se refere à morte e a ressurreição de Cristo em favor dos que seriam redimidos (v.9).
5.6 — O Cordeiro que foi morto e Jesus, a quem João Batista chamou de o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Como e impressionante que o mérito de Cristo seja visto por João mais em termos de um Cordeiro humilde do que de um Leão real (Ap.5.5)! Na Bíblia, pontas (ou chifres, na versão ara) representam poder, forca e autoridade para reinar (Dn 7.8,20,24). A expressão enviados a toda a terra indica que o Cordeiro sabe exatamente o que esta acontecendo no restante do Reino criado enquanto Ele esta na sala do trono celestial. 5.7 — Receber o livro do Pai demonstra que o juízo e a autoridade sobre a terra são transmitidos para as mãos do Filho (Dn 7.13,14). O livro e bem parecido com o que foi selado por Daniel (Dn 12.9). 5.8 — As orações dos santos (crentes) tem um importante papel na abertura do livro pelo Cordeiro e o subsequente juízo (Ap 8.1-6). Tacas de ouro também são usadas para derramar a ira de Deus sobre a terra (Ap 15.7; 16.1-21). 5.9 — O novo cântico celebra a obra redentora do Filho como a base de Seu direito de julgar. O governo divino tem o seu fundamento na criação (cap. 4) e redenção. Cristo e digno de abrir o livro porque Ele foi morto na cruz, comprando, com o Seu sangue, crentes de todas as nações. A verdadeira autoridade une soberania e amor, poder e moralidade. 5.10 — Um grande numero de pessoas alega que o reinado dos santos na terra e uma fantasia, dizendo que isso e carnal. Os santos no céu, feitos reis e sacerdotes (Ap 1.6), não são considerados assim. Esse Reino não e citado pela primeira vez em Apocalipse 20.4, porque, em Apocalipse 3.21, ele foi estabelecido em uma promessa e, aqui, em gloria (compare com Mateus 25.31). 5.11, 12 — Muitos anjos se juntam aos seres viventes (ARA) e aos anciãos para oferecer louvor a Cristo. Eles, que tem um novo apreço pelo coração amoroso de seu Criador e soberano Senhor, reconhecem Seu merecido direito de reinar e relacionam a Ele todos os atributos necessários para governar. A expressão milhares de milhares denota uma multidão que não podia ser contada.
5.13, 14 — Altos louvores ao Cordeiro são derramados da sala do trono celestial, e a eles se junta toda criatura [...] na terra, debaixo da terra e no mar, como observado nos Salmos 148 e 150. Ações de graças, e honra, e gloria, e poder. Sob o ponto de vista do céu, esses versículos antecipam o apogeu, quando toda língua confessara que Jesus Cristo e o Senhor (Fp 2.11).
juízo, consequência inevitável dos três primeiros, e a maior destruição da vida humana registrada na historia. Até este ponto, os três são caracterizados como a espada, a fome e a pestilência — os mesmos meios que Deus usou para levar a nação de Israel ao arrependimento (1 Rs 8.3339; 1 Cr 21.12), e, no Apocalipse, um núcleo temente ao Senhor surge como resultado desses juízos (Ap 7.3-8).
Apocalipse 6
6.9, 10 — O quinto selo chama-nos a atenção para s morte dos mártires por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Cristo, as razões pelas quais João foi exilado para Patmos (Ap 1.9). A alma desses homens esta debaixo do altar porque o sangue dos sacrifícios era derramado na base do altar no templo (Ex 29.12). Os mártires estão impacientes esperando o Senhor vingar seu sangue e julgar todos aqueles que não estão entre os Seus redimidos (Ap 5.9). Essa vingança não será cumprida completamente ate que se realize o que esta escrito em Apocalipse 19.2.
6.1, 2 — Como o primeiro cavaleiro esta montado em um cavalo branco e vencendo, alguns acreditam que ele seja Cristo (Ap 19.11). O arco indica que o cavaleiro e um guerreiro que lança flechas a longa distancia, abrindo caminho a vitória, e a coroa sugere que ele e um rei. O arco sem a flecha poderia apontar para uma pacifica conquista politica apoiada em forcas militares. O surgimento desse primeiro cavaleiro mais provavelmente ocorre no inicio da sétima semana de Daniel (Dn 9.25-27). [Os cavalos na visão de Zacarias 1.7-17 são sobrenaturais, símbolos de verdades místicas, que percorrem a terra por ordem de Deus, a fim de trazer restauração dos judeus a Jerusalém apos os 70 anos do exílio babilônico. Em Zacarias 6.1-8, os cavalos/as carruagens patrulham a terra, executando os juízos de Deus contra as nações pagas e rebeldes.] 6.3, 4 — Vermelho e a cor do segundo cavalo, que representa derramamento de sangue e matança com a espada, guerra no lugar de paz na terra. Os esforços do homem para obter paz duradoura serão frustrados. Agora, a humanidade será apresentada a uma versão da historia separada da influencia do divino Redentor (2 Ts 2.7,8).
6.11 — A cada mártir e dada uma comprida veste branca do vencedor (Ap 3.5) e dito que repousem ate o tempo estabelecido por Deus. Minha e a vingança, diz o Senhor (Dt 32.35; Rm 12.19); ela virá no Seu tempo perfeito. 6.12, 13 — Um grande tremor de terra também ocorrera, conforme Apocalipse 11.13 e 16.18. Os efeitos do sol, da lua e das estrelas são formulados de forma similar aos descritos em Mateus 24.29, situando esses acontecimentos próximos a vinda do Filho do Homem (Mt 24-30). Figos verdes, que aparecem no inverno, fora de estação, são facilmente sacudidos para fora da árvore.
6.5, 6 — O cavalo preto aparentemente simboliza a fome, já que os preços do trigo e da cevada estão extraordinariamente altos, e será uma época de extrema aridez.
6.14 — A descrição do céu [...] que se enrola poderia ser relacionada aos efeitos do sol, da lua e das estrelas (v.12,13). Pode tratar-se também da reprodução da cena do Filho do Homem vindo nas nuvens do céu (Mt 2430). O movimento de todos os montes e ilhas causara dano sísmico maior do que qualquer terremoto já registrado.
6.7, 8 — Amarelo e a cor do cadáver. Assim, e apropriado que o cavalo amarelo seja montado por uma figura nomeada de Morte. O Hades segue após a Morte para reivindicar aqueles que tinham morrido. Esse quarto
6.15-17 — Ira significa raiva. A ira de Deus e manifestada hoje em dia contra os infiéis ao deixá-los seguir seu caminho e enfrentar as consequências de seu comportamento (Rm 1.18-32). No entanto, o grande
Dia da Sua ira (Rm 2.5) ainda esta por vir. O verbo e vindo pode significar que algo aconteceu ou já começou. Quem poderá subsistir e respondido no contexto que envolve a frase. Os infiéis, por mais fortes que sejam, não poderão resistir. Já os protegidos pelo Senhor serão capacitados a resistir, tanto na terra (Ap 7.1-8) quanto na presença de Deus no céu (v.9-17).
Apocalipse 7 7.1 — Existem duas visões nesse capítulo: os 144 mil servos de Deus (v.18) e a incontável multidão agora no céu (v.9-17). Os quatro anjos parecem ser agentes do Senhor associados aos juízos, e os quatro ventos representam forcas destrutivas de todas as direções. 7.2, 3 — Antes de os juízos serem desatados, Deus prepara os 144 mil de Seus servos para serem selados na fronte. Os selos são sinais de posse ou autoridade, que, nos tempos antigos, eram estampados em documentos pressionando-se um carimbo ou cilindro em um pedaço de argila no local onde o documento era aberto ou fechado. O Altíssimo tem autoridade para abrir qualquer selo que Ele desejar (Mct. 27.66) ou colocar em Seus filhos um selo que ninguém mais pode quebrar (Ef 1.13; 4.30). As duas perspectivas proporcionam confiança e segurança aos crentes. Nesse caso, o selo garante-lhes a preservação durante a tribulação. A identificação deles, como servos de forma declarada (em suas frontes), indica que estão regenerados por meio da fé em Cristo e que confessam sua fé abertamente.
Juízes, ilustrada pelo incidente em Da (Jz 18). Jose e seu filho Manasses estão incluídos, assim como Levi, chegando a 12 o numero das tribos. 7.9, 10 — A grande multidão, além de louvar o Altíssimo e o Cordeiro pela salvação, mais adiante, glorificara a Deus por julgar a Babilônia (Ap 19.1-3) e proclamara as bodas do Cordeiro (v.6,7). Essa multidão de caráter multinacional poderia muito bem representar o fruto evangelístico do trabalho dos 144 mil durante o período de sete anos de tribulação. Em Seu furor, Deus se lembrara da misericórdia. As vestes brancas podem ser as dos crentes vencedores (Ap 3.5,18) ou as dos mártires (Ap 6.11). Palmas eram normalmente agitadas pela multidão em celebrações de vitória (Jo 12.13). 7.11, 12 — A intensificação do cenário de adoração continua na sala do trono celestial (Ap 4; 5) com a adição do elemento das ações de graças (Ap 7.12), aparentemente por causa da salvação da grande multidão (v. 9). Salvação em Cristo e algo pelo qual se deve ser eternamente agradecido! 7.13 — Um dos anciãos (como ele faz parte da Igreja no céu, sabe a resposta. Compare com 1 Coríntios 13.12) perguntou a João a identidade da grande multidão, evidentemente para chamar a atenção para a natureza básica deles.
7.4 — O número 144 mil pode ser considerado tanto um numero real como um símbolo de totalidade (12x12x1000), referindo-se a todos que serão salvos (no AT e no NT). A primeira opção e mais provável por causa dos detalhes desenvolvidos nos v.5-8. Os filhos de Israel são entendidos por alguns como agrega, anova Israel (Gl. 6.16), e por outros como a nação de Israel [ou ambos].
7.14 — Essa vasta multidão vem da grande tribulação, referindo-se a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo (Ap 3.10). Como resultado da grande perda de vidas durante esse período, o martírio e, provavelmente, o meio de escape deles. A tribulação já foi experimentada pela Igreja na época de João (Ap 2.10; At 14-22). No entanto, a grande tribulação, profetizada em Daniel 12.1, será de uma intensidade tão grande, como nunca houve desde o principio do mundo ate agora, nem tampouco haverá jamais (Mt 24.21). Lavaram as suas vestes [...] no sangue do Cordeiro pode indicar martírio, mas e mais provável que se refira a perdão de pecados por meio da fé em Cristo e de Seu sangue derramado (Ap 1.5; 5.9).
7.5-8 — Judá esta em primeiro lugar nessa lista das tribos de Israel porque Cristo, o Messias, e o Leão da tribo de Judá (Ap 5.5; Gn 49.8-10). Rubem e a seguinte, como o primogênito de Jacó (Gn 49.3,4). As tribos de Da e Efraim são omitidas, talvez por causa da idolatria deles no período dos
7.15 — A grande multidão (v.9) servira ao Cordeiro de dia e de noite. Os 144 mil são descritos mais adiante como os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai (Ap 14.4). Servir indica serviço sacerdotal diante do Senhor (Ap 1.6; 5.10). O sacerdócio dos cristãos atingira uma nova fase na
presença de Deus no céu. O templo, na verdade, refere-se ao santuário interior do templo, e não ao pátio externo (Ap 11.19). Dizer que Ele os cobrira com a sua sombra significa que viverão em uma tenda. Esse versículo remete a João 1.14. Os crentes que não viram Jesus quando Ele viveu na terra em Sua primeira vinda irão para o céu, onde Cristo habitara entre eles.
7.4 — O número 144 mil pode ser considerado tanto um numero real como um símbolo de totalidade (12x12x1000), referindo-se a todos que serão salvos (no AT e no NT). A primeira opção e mais provável por causa dos detalhes desenvolvidos nos v.5-8. Os filhos de Israel são entendidos por alguns como agrega, anova Israel (Gl. 6.16), e por outros como a nação de Israel [ou ambos].
7.16,17 — E lhes servira de guia para as fontes das águas da vida lembra o Salmo 23. O Senhor, que e o Pastor no Salmo 23.1, e identificado aqui com o Cordeiro. Tanto o rei Davi quanto a grande multidão (v.9) habitarão na Casa do SENHOR por longos dias (SI 23.6), com Cristo como seu Pastor. As águas da vida explicam por que não se tem sede (Ap 7.16). A água da vida esta disponível livremente a todos que se achegarem a Cristo pela fé (Ap 22.17). A declaração de que Deus limpara de seus olhos toda lagrima significa que não haverá choro, tristeza nem dor na presença do Altíssimo.
7.5-8 — Judá esta em primeiro lugar nessa lista das tribos de Israel porque Cristo, o Messias, e o Leão da tribo de Judá (Ap 5.5; Gn 49.8-10). Rubem e a seguinte, como o primogênito de Jacó (Gn 49.3,4). As tribos de Da e Efraim são omitidas, talvez por causa da idolatria deles no período dos Juízes, ilustrada pelo incidente em Da (Jz 18). Jose e seu filho Manasses estão incluídos, assim como Levi, chegando a 12 o numero das tribos.
Apocalipse 7 7.1 — Existem duas visões nesse capítulo: os 144 mil servos de Deus (v.18) e a incontável multidão agora no céu (v.9-17). Os quatro anjos parecem ser agentes do Senhor associados aos juízos, e os quatro ventos representam forcas destrutivas de todas as direções. 7.2, 3 — Antes de os juízos serem desatados, Deus prepara os 144 mil de Seus servos para serem selados na fronte. Os selos são sinais de posse ou autoridade, que, nos tempos antigos, eram estampados em documentos pressionando-se um carimbo ou cilindro em um pedaço de argila no local onde o documento era aberto ou fechado. O Altíssimo tem autoridade para abrir qualquer selo que Ele desejar (Mct. 27.66) ou colocar em Seus filhos um selo que ninguém mais pode quebrar (Ef 1.13; 4.30). As duas perspectivas proporcionam confiança e segurança aos crentes. Nesse caso, o selo garante-lhes a preservação durante a tribulação. A identificação deles, como servos de forma declarada (em suas frontes), indica que estão regenerados por meio da fé em Cristo e que confessam sua fé abertamente.
7.9, 10 — A grande multidão, além de louvar o Altíssimo e o Cordeiro pela salvação, mais adiante, glorificara a Deus por julgar a Babilônia (Ap 19.1-3) e proclamara as bodas do Cordeiro (v.6,7). Essa multidão de caráter multinacional poderia muito bem representar o fruto evangelístico do trabalho dos 144 mil durante o período de sete anos de tribulação. Em Seu furor, Deus se lembrara da misericórdia. As vestes brancas podem ser as dos crentes vencedores (Ap 3.5,18) ou as dos mártires (Ap 6.11). Palmas eram normalmente agitadas pela multidão em celebrações de vitória (Jo 12.13). 7.11, 12 — A intensificação do cenário de adoração continua na sala do trono celestial (Ap 4; 5) com a adição do elemento das ações de graças (Ap 7.12), aparentemente por causa da salvação da grande multidão (v. 9). Salvação em Cristo e algo pelo qual se deve ser eternamente agradecido! 7.13 — Um dos anciãos (como ele faz parte da Igreja no céu, sabe a resposta. Compare com 1 Coríntios 13.12) perguntou a João a identidade da grande multidão, evidentemente para chamar a atenção para a natureza básica deles. 7.14 — Essa vasta multidão vem da grande tribulação, referindo-se a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo (Ap 3.10). Como resultado da grande perda de vidas durante esse período, o martírio e, provavelmente, o meio de escape deles. A tribulação já foi experimentada pela Igreja na
época de João (Ap 2.10; At 14-22). No entanto, a grande tribulação, profetizada em Daniel 12.1, será de uma intensidade tão grande, como nunca houve desde o principio do mundo ate agora, nem tampouco haverá jamais (Mt 24.21). Lavaram as suas vestes [...] no sangue do Cordeiro pode indicar martírio, mas e mais provável que se refira a perdão de pecados por meio da fé em Cristo e de Seu sangue derramado (Ap 1.5; 5.9). 7.15 — A grande multidão (v.9) servira ao Cordeiro de dia e de noite. Os 144 mil são descritos mais adiante como os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai (Ap 14.4). Servir indica serviço sacerdotal diante do Senhor (Ap 1.6; 5.10). O sacerdócio dos cristãos atingira uma nova fase na presença de Deus no céu. O templo, na verdade, refere-se ao santuário interior do templo, e não ao pátio externo (Ap 11.19). Dizer que Ele os cobrira com a sua sombra significa que viverão em uma tenda. Esse versículo remete a João 1.14. Os crentes que não viram Jesus quando Ele viveu na terra em Sua primeira vinda irão para o céu, onde Cristo habitara entre eles. 7.16,17 — E lhes servira de guia para as fontes das águas da vida lembra o Salmo 23. O Senhor, que e o Pastor no Salmo 23.1, e identificado aqui com o Cordeiro. Tanto o rei Davi quanto a grande multidão (v.9) habitarão na Casa do SENHOR por longos dias (SI 23.6), com Cristo como seu Pastor. As águas da vida explicam por que não se tem sede (Ap 7.16). A água da vida esta disponível livremente a todos que se achegarem a Cristo pela fé (Ap 22.17). A declaração de que Deus limpara de seus olhos toda lagrima significa que não haverá choro, tristeza nem dor na presença do Altíssimo.
Apocalipse 8 8.1 — O sétimo selo no livro (Ap 5.1) e aberto, permitindo finalmente que o livro seja aberto. Fez-se silêncio no céu quase por meia hora parece marcar um breve — mas significante — intervalo entre a abertura do livro (Ap 6.1—8.1) e o juízo das trombetas (Ap 8.6—11.19). Esse silencio e quebrado apenas por uma oferta celestial, pelas orações de todos os santos
(Ap 8.3,4). E, no entanto, o assustador silencio antes da tempestade enquanto todo o céu aguarda o juízo vindouro. 8.2 — Os juízos das sete trombetas se desenvolvem em um modelo paralelo a abertura do livro selado com sete selos (Ap 6.1—8.1), o que levou algumas pessoas a concluírem que ambas descrevem o mesmo período de tempo de diferentes pontos de vista, mas a crescente severidade dos juízos das trombetas torna essa possibilidade improvável. O som de uma trombeta tinha mais de um significado no Antigo Testamento. Ela era usada para reunir o povo de Deus (Nm 10.7,8), para convocar o exercito do Senhor (v.9), para anunciar um novo rei (1 Rs 1.34-39) e para proclamar o Ano do Jubileu (Lv 25.9). Nesse contexto, o som das trombetas indica uma declaração de guerra. 8.2-6 — Os sete anjos que estavam diante de Deus são como os anjos das sete igrejas (Ap 1.20). As orações dos santos do Senhor parecem ter participação no juízo divino. O incensário e um utensilio usado para queimar incenso. O altar de ouro reflete o esplendor da sala do trono celestial (Ap 4.2,3). Incenso, aqui, pode referir-se a fragrância da infinita perfeição de Cristo, que acompanha as orações de todos os santos ou esta misturada com as orações deles. A adição desse incenso e necessária para fazer com que nossas suplicas sejam aceitáveis diante do trono. Ao quebrar o silencio no céu (Ap 8.1), as orações do povo de Deus para que Ele aja e julgue justamente (Ap 6.10) são ouvidas e respondidas com vozes, trovoes relâmpagos e terremotos. 8.7-12 — Como em uma sequencia dos primeiros quatro selos, os anjos soam as quatro primeiras trombetas em uma rápida sucessão. No entanto, os efeitos dos juízos das trombetas são muito mais devastadores do que os juízos dos selos. A terça parte das árvores, e toda a erva verde; a terça parte do mar, as criaturas que tinham vida no mar, a terça parte das naus a terça parte dos rios, as fontes das águas e, aparentemente, a terça parte do sol e a terça parte da lua são afetados pelos juízos das trombetas. Os primeiros quatro juízos parecem ter sido determinados para reverter, em parte, a criação original de Deus. O Senhor, inicialmente, ataca o meio ambiente. O alimento e destruído; a distribuição de mercadorias e enfraquecida; o
suprimento de água e severamente limitado, e a produção e cortada drasticamente. 8.7 — Quando o primeiro anjo soa a trombeta, saraiva e fogo misturado com sangue são lançados. Essa terrível mistura de destruição e horror soa como uma combinação das imagens da primeira (Ex 7.19,20) e da sétima (Ex 9.22-25) pragas de Deus sobre o Egito. Aqui, a terça parte poderia ser figurativa para uma destruição extensa, mas não completa ainda. 8.8, 9 — Um grande monte ardendo em fogo sugere uma ilha vulcânica massiva irrompendo explosivamente sobre uma vasta parte das águas do mar. A descrição dos efeitos sobre o mar, no entanto, indica que e muito mais do que poluição das cinzas vulcânicas levada pelo ar. O mar tornandose sangue e as criaturas do mar morrendo são como uma extensão da primeira praga sobre os egípcios, a transformação das águas do rio Nilo em sangue (Ex 7.17-21). 8.10 — Estrela, aqui, traduz o mesmo termo usado para a estrela do céu em Apocalipse 9.1 e para Cristo como a resplandecente Estrela da manha em Apocalipse 22.16. Porem, o significado preciso de cada palavra deve ser cuidadosamente interpretado em seu contexto. Nesta passagem, a estrela parece ser um imenso asteroide que cai do céu para a terra, ardendo como uma tocha ao entrar na atmosfera. A estrela poderia cair sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas ao se desintegrar ao atravessar a atmosfera terrestre. Também e provável que a poluição das fontes dos principais rios do mundo e das fontes subterrâneas possam espalhar-se rapidamente para um terço das águas do planeta. 8.11 — Absinto e uma planta encontrada no Oriente Médio, conhecida por seu gosto amargo. Aqui e em outras passagens (Lm 3.19), o termo e figurativo para amargura. Normalmente, o absinto não e venenoso, mas a praga da terceira trombeta envolve efeitos muito mais potentes do que o gosto de uma planta amarga. Muitos homens morreram das águas. A poluição rápida de um terço da água potável do mundo desencadearia uma crise caótica. O Senhor agora revelara a infidelidade do coração humano de uma forma clara (Ap 9.21).
8.12 — A referência ao escurecimento do sol, da lua e das estrelas e uma reminiscência da nona praga sobre o Egito (Ex 10.21,22) e da efervescência celestial relativa a descrição da segunda vinda de Cristo (Mt 24.29,30). E parecido também com o fenômeno do sexto selo (Ap 6.12). A terça parte do dia não brilhou pode significar que o sol, a lua e as estrelas não serão vistos por varias horas do ciclo normal do dia e da noite. No entanto, o que provavelmente significa e que a intensidade de luz durante o dia e a noite e reduzida em um terço por causa das alterações atmosféricas e cósmicas (Ap 8. 7,8,10). 8.13 — Ai! Ai! Ai! Essa interjeição fala do impacto dos três juízos das trombetas restantes sobre os infiéis que habitam sobre a terra. O primeiro ai e a quinta trombeta (Ap 9.12); o segundo ai e a sexta trombeta (Ap 11.14). O terceiro ai e considerado como o que vem depressa e pode ser o mesmo que a sétima trombeta (v.15-19), embora não seja declarado assim. Se não, o ultimo ai pode ser focado na Babilônia, a grande meretriz, devido ao clímax no uso do ai.
Apocalipse 9 9.1 — A estrela que do céu caiu na terra pode ser um demônio (v. 2), o próprio Satanás (Ap 12.9), ou um anjo servindo a Deus (Ap 20.1). E mais provável que seja o diabo ou um de seus subordinados a quem foi dada autoridade para libertar uma vasta multidão demoníaca que tinha sido aprisionada no abismo. Satanás iniciara uma tentativa massiva final para impedir o estabelecimento do Reino de Deus na terra. O poço do abismo e a prisão temporária de alguns demônios (Lc 8.31). E também o lugar de origem da besta (Ap 11.7; 17.8). Além disso, será o lugar onde Satanás será aprisionado durante o reinado de Cristo (Ap 20.2,3). 9.2 — Fumaça e a descrição visual exata de uma enorme nuvem de gafanhotos vista a distância. Como a fumaça subiu do poço, a nuvem e, sem duvida, demoníaca (Ap 11.7). 9.3 — Os gafanhotos eram muito temidos nas sociedades agrícolas antigas porque eles devoravam as colheitas. Em Êxodo 10.12-15, uma praga de
gafanhotos destruiu o que restou das colheitas do Egito. Joel 1.2 fala de uma invasão de gafanhotos que o Senhor usou para julgar a impenitente Judá, que foi um prenuncio do Dia do Senhor. Talvez aquela passagem seja uma base para as imagens nos versículos 2-10. Ferroes de escorpiões e suas caudas, causando grandes dores e ate mesmo a morte (Ap 9.10). A única comparação entre os gafanhotos e os escorpiões são as caudas com ferrões (v.10). 9.4 — Deus controla as ações dos gafanhotos, fazendo com que eles evitem aqueles que têm na testa o sinal de Deus (Ap 7.2-4). Como nenhum dano será acarretado a erva da terra, nem a verdura alguma, nem a arvore alguma — apenas os infiéis que não possuem o selo de Deus —, esses insetos não são gafanhotos comuns (Ap 9.7-10). Um selo e colocado nos 144 mil de todas as tribos dos filhos de Israel (Ap 7.2-4) para protege-los durante a “grande tribulação” (v.14). Todos aqueles que acreditaram no evangelho da salvação por intermédio de Jesus Cristo são selados com o Espírito Santo (Ef 1.13) ate o dia final da redenção e herança (v. 14). 9.5, 6 — Aparentemente, o tormento dura cinco meses porque esse e o tempo de vida de um gafanhoto. Muitos homens infiéis buscarão a morte, mas sem sucesso. A passagem não diz como o desejo de morte deles e frustrado, mas esse período de tempo e uma oportunidade adicional para que esses se arrependam diante do Senhor (v. 20,21) e sejam salvos por intermédio de Cristo. 9.7 — A frase semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra pode ser explicada mais adiante no versículo 9 como couraças de ferro. Sendo assim, significa que os gafanhotos tem uma espécie de armadura. Coroas semelhantes ao ouro podem indicar que os gafanhotos tem um grande prestigio entre os demônios, mas ainda estão uma categoria abaixo de seus reis, Abado e Apoliom (v. 11). Rosto como o de homem. Os gafanhotos tem algumas características parecidas com as dos seres humanos. 9.8 — Cabelos como cabelos de mulher pode referir-se a longa antena dos insetos. Os dentes como os de leão sugerem forca e crueldade, uma descrição parecida com a das bestas em Apocalipse 13.2.
9.9-11 — A organização dos gafanhotos fora do poço do abismo (Ap 9.2) sob a liderança de um rei e o fato de eles mesmos usarem coroas (v.7) indicam que eles podem fazer parte de uma hierarquia como principados, potestades, príncipes das trevas (Ef 6.12). O anjo do abismo e um demônio que controla os demoníacos gafanhotos (v.3-10). Se esse anjo serve a Deus, esse e outro caso onde a atividade de Satanás ou de seus demônios esta sob o controle soberano do Altíssimo (2 Co 12.7,9). O nome do anjo em hebraico e em grego significa destruição. 9.12 — O primeiro ai citado em Apocalipse 8.13 e a praga demoníaca dos gafanhotos, que compreende a quinta trombeta (Ap 9.1-11), o que indica que os dois ais restantes são a sexta e a sétima trombetas (Ap 11.15-19). 9.13 — O fato de João ter ouvido uma voz, no lugar de uma sinfonia das vozes de todos os mártires (Ap 6.9,10), e uma voz de autoridade, no lugar da voz de um anjo (Ap 8.35), indica que o locutor e o Cordeiro que foi morto e redimiu o Seu povo (Ap 5.9). 9.14-16 — O grande rio Eufrates e a fronteira oriental da terra prometida a Abraão e aos seus descendentes em Gênesis 15.18, assim como a área geográfica de onde inimigos poderosos como a Assíria e a Babilônia saíram para invadir Israel (Is 8.5-8). Ele pode representar o local da vitória anterior de Satanás (no jardim do Éden). A soltura dos quatro anjos naquela hora e dia exatos esta em harmonia com o retrato que a literatura apocalíptica faz do controle soberano de Deus em determinar o tempo de Seu plano (Dm 9.24-27). O exército de duzentos milhões matara a terça parte dos homens, sob o comando ou a influencia dos quatro anjos que foram soltos. Um terço da humanidade poderia ser numerado em bilhões. Junto com a destruição anterior de um quarto da humanidade, mais da metade da população mundial terá sido morta. Dizem que a terça parte aqui e apenas uma característica estilizada dos juízos das trombetas (Ap 8.7-12). Observe também que o alastramento da matança já tinha chegado a um quarto da terra durante a abertura do quarto selo (A 6.8), e muitos morreram durante as catástrofes das três primeiras trombetas (Ap 8.7-11), reduzindo mais ainda a população mundial.
9.17-19 — Embora os cavaleiros sejam os que são numerados em duzentos milhões (v.16), os cavalos que eles montam e seu poder de matar e que são descritos. Existem semelhanças entre os cavalos do juízo da sexta trombeta e os gafanhotos semelhante a cavalos (v.7) da quinta trombeta. A menção de couraças (v.9), a comparação com o leão (v.8) e o poder de suas caudas (v.5,10) poderiam sugerir que essas duas passagens oferecem diferentes perspectivas sobre a mesma forca demoníaca. No entanto, isso e improvável porque os gafanhotos não recebem autoridade para matar (v.5), mas apenas para atormentar, enquanto os cavalos matam a terça parte dos homens. 9.20, 21 — Os outros homens, que não se arrependeram, não incluem aqueles que tem na testa o sinal de Deus (v.4; 7.2-4). A má vontade para se arrepender apesar da terrível devastação das pragas e uma reminiscência da atitude de Farão em relação a maioria das pragas que foram lançadas sobre o Egito (Ex 7.22; 9.7). Aqui, arrepender-se significa mudar de pensamento em relação as obras, a fim de deixar de adorar aos demônios e aos ídolos, e para se voltar para o Senhor Jesus Cristo em fé (Lc 24.47; At 26.20).
Apocalipse 10 10.1 — Essa parte serve como um interlúdio entre os juízos da sexta e da sétima trombetas (Ap 11.15-19), assim como Apocalipse 7 o foi entre o sexto e o sétimo selo. Mais uma vez, existem dois cenários: o livrinho(cap. 10) e as duas testemunhas (Ap 11.1-14), da mesma maneira que existia no primeiro interlúdio (Ap 7.1-8; 7.9-17). 10.1 — Esse anjo forte poderia ser aquele mencionado em Apocalipse 5.2 ou o que tinha grande poder, descrito em Apocalipse 18.1. E improvável que ele seja Miguel, citado pelo nome em outro lugar (Ap 12.7; Dn 12.1), ou Cristo, já que Ele nunca e chamado de anjo no Novo Testamento. Além disso, diferente de Jesus, esse anjo vem a terra antes que o tempo da tribulação termine. 10.2 — O livrinho não e o mesmo de onde foram retirados os selos em Apocalipse 6.1—8.1. E mais provável que seja o livro engolido por
Ezequiel (Ez 2.9—3.3), embora esse livro fizesse com que o ventre de João ficasse amargo (Ap 10.9,10), e não apenas o seu espírito (Ez 3.14). O anjo com o seu pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra simboliza o controle de Deus sobre os acontecimentos. Um representante majestoso do trono de Deus esta intervindo nos assuntos terrenos. 10.3, 4 — O diabo e seus demônios se apresentam como leões ferozes (1 Pe 5.8; Ap 9.8,17). Mas o vitorioso Leão da tribo de Judá (Ap 5.5) também tem um servo angelical que brama como um leão. Não e possível saber o que os sete trovoes soaram porque uma voz celestial, provavelmente a de Cristo, ordenou que João selasse o que ele tinha ouvido (Dn 12.4,9). Talvez os sete trovoes constituam justiça absoluta sem espaço para a misericórdia ou qualquer outra coisa que Deus não desejava que fosse revelada ao homem. 10.5, 6 — Jurou por aquele que vive para todo o sempre. Apenas por meio da autoridade todo-poderosa do Criador eterno, o anjo forte (v.l) pode fazer a declaração sobre como e quando se cumpriria o mistério divino (v.7). Apos soar a sétima trombeta (Ap 11.15-19),não haverá mais demora no desenrolar dos acontecimentos que levam ao retorno de Cristo (Ap 19.11-21). Tudo acontecera rapidamente. Atraso (gr. chronos, tempo) aqui implica um prolongamento do tempo da obra final de Deus, não um retardo causado pelo Altíssimo, arbitrariamente adiando a estancia final da historia profetizada pelos profetas (v.7). 10.7 — O segredo (gr. misterio) de Deus — a verdade que ainda não foi totalmente revelada (Ef 3.9) — será manifesto e cumprido conforme a sucessão dos acontecimentos da metade para o final de Apocalipse. Os aspectos significativos desse mistério já tem sido revelados por intermédio dos profetas do Antigo e do Novo Testamentos, mas muitos ainda restam, os quais serão compreendidos plenamente apenas quando os eventos ocorrerem. 10.8-11 — Como palavras de juízo, o livro faria amargo o ventre de João, da mesma maneira que o espirito de Ezequiel se tornou amargo (Ez 3.14). Os acontecimentos em Ezequiel 2 e 3 ocorreram antes do juízo de Deus sobre Judá e Jerusalém, e tiveram efeito na comissão do profeta. João pode ter sentido uma comissão parecida aqui para profetizar essa mensagem de
juízo para o mundo. A profecia de João para muitos povos, e nações, e línguas, e reis pode referir-se especificamente ao restante do segundo ai (Ap 11.1 -14), já que existe um enfoque nas duas testemunhas. No entanto, o uso de expressões parecidas em Apocalipse 13.7; 14.6 e 17.15 indicam a comissão de João para profetizar a maior parte ou todo o livro de Apocalipse, uma profecia que fala de todos os acontecimentos ligados a segunda vinda de Cristo (Ap 19.11-21).
Apocalipse 11 11.1 — João recebeu uma cana semelhante a uma vara, muito parecida com aquela usada por Ezequiel (Ez 40.3,5) em sua visão das medidas do templo (Ez 40—48). Mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Esse é o templo do período da tribulação que em algum momento será edificado (Ap 13.14,15; Dn 9.27; Lc 21.24; 2Ts 2.4). A medida dos que nele adoram pode significar avaliação daqueles que prestam adoração ao Senhor no templo, bem como proteção para os fiéis e juízo, para os infiéis. 11.2 — Em Lucas 21.24, é profetizado que os gentios pisarão a Cidade Santa até que os tempos dos gentios se completem. Aparentemente, o período de quarenta e dois meses é a conclusão do tempo dos gentios. A palavra gentios aqui pode ser traduzida também como nações (Ap 11.9; 10.11). 11.3 — Quarenta e dois meses (v.2) é o mesmo período que mil duzentos e sessenta dias (Ap 12.6). E quase certo que um tempo, e tempos, e metade de um tempo (v.14) seja também um período de três anos e meio formado por quarenta e dois meses lunares. Essas expressões também se encontrem nas profecias em Daniel (Dn 12.6,7,11,12). As duas testemunhas profetizarão durante 1260 dias com impressionante poder (Ap 11.5,6). Então, parece que o período de dominação da besta (v.7; 13.5) sé dá durante a missão das testemunhas, cada uma ocupando em
termos gerais metade do período da tribulação. As duas testemunhas sem nome são extraordinariamente semelhantes a Elias e Moisés (ver Êx 7-11; 1 Rs 17; Ml 4.5), que apareceram com Cristo no monte da transfiguração (Lc 9.29-32). É possível também que essas duas testemunhas simbolizem todos os crentes fiéis [do AT e do NT] (bem como a Lei e os Profetas) testificando durante a tribulação. Vestidas de pano de saco significa que as testemunhas estão de luto pelo mundo que não expressa arrependimento (Mt 11.21). 11.4 — As testemunhas são descritas como duas oliveiras e dois castiçais, associando-as à visão em Zacarias 4, sobre os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra (Zc 4-14). Lá, os dois ungidos são Zorobabel e Josué, o sacerdote. Mas o princípio universal para essas e todas as outras testemunhas do Senhor é que o testemunho delas pela verdade não é por força, nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc 4.6). 11.5 — O fogo saindo da boca das duas testemunhas para que, se alguém se opuser a elas, seja morto é parecido com a descrição da praga de morte trazida pelo exército de cavaleiros em Apocalipse 9.16-18. Aparentemente, a missão delas é impossível de ser interrompida durante três anos e meio (Ap 11.3) até quando acabarem o seu testemunho (v.7). O fogo também lembra dois dos milagres de Elias (1 Rs 18; 2 Rs 1). 11.6 — As duas testemunhas têm a autoridade para impedir a chuva durante os dias da sua profecia, identificando-as com Elias, cuja oração fez com que não chovesse durante três anos e meio (Tg 5.17). Transformar as águas em sangue (Êx 7.17-21) e assolar a terra com pragas (Êx 7—11) lembra a experiência vivenciada por Moisés no Egito. 11.7,8 — O verbo traduzido como acabar é o mesmo que Jesus usou quando gritou triunfantemente na cruz: Está consumado (Jo 19.30). A besta tem a permissão para matar as duas testemunhas na cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito. A besta, que vem à tona como um governante mundial satanicamente autorizado nos capítulos 13 e 17, emerge do abismo, assim como a praga dos gafanhotos demoníacos da quinta trombeta (Ap 9.110). A grande cidade no Apocalipse geralmente é a Babilônia (Ap 14.8),
que provavelmente representa Roma[ou qualquer grande império mundial, ou sistema satânico] (l Pe 5.13). Porém, a descrição mais adiante, de onde o seu Senhor também foi crucificado, parece referir-se a Jerusalém. Alguns estudiosos entendem a frase como simbólica, significando o mundo pecaminoso no qual Cristo foi crucificado. Sodoma foi o primeiro modelo de degeneração moral em uma grande cidade (Gn 19); o Egito era o protótipo da idolatria desenfreada e da escravidão imposta. 11.9,10 — Povos, e tribos, e línguas, e nações são aqueles para quem o testemunho do evangelho deve continuar até à consumação dos séculos (Mt 28.19,20). Os que habitam na terra são aqueles sobre quem o juízo de Deus recairá (Ap 6.10; 8.13). Estar morto por três dias e meio lembra os três anos e meio da missão das testemunhas (v.3). A morte das duas testemunhas (v.7) iniciará uma celebração global entre os infiéis que odiaram a mensagem verdadeira delas. 11.11 — O espírito de vida, vindo de Deus, lembra a profecia dos ossos secos (Ez 37). Uma ressurreição pública assim poderia causar um grande temor por todo o mundo se fosse transmitido com a ajuda da tecnologia moderna de satélites. A sequência completa dos acontecimentos servirá para lembrar Israel da missão de Jesus Cristo — Sua morte, ressurreição e ascensão. 11.12 — Subi cá é a mesma ordem dada a João em Apocalipse 4.1. Subiram ao céu em uma nuvem lembra a descrição da ascensão de Cristo (At 1.9) e o ensino de Paulo sobre o arrebatamento, em 1 Tessalonicenses 4.17. Alguns estudiosos acreditam que o arrebatamento da Igreja acontecerá nesse momento. Mas é difícil conciliar essa descrição de morte e ressurreição (At 11.9-11) com o recolhimento dos crentes vivos (quer dizer, o arrebatamento). 11.13 — E naquela mesma hora. Logo após as duas testemunhas ascenderem ao céu, um grande terremoto (Ap 6.12) destruirá a décima parte da cidade, resultando em sete mil mortes. Aqueles que sobreviverem ficarão apavorados e glorificarão a Deus.
11.14 — O segundo ai inclui a sexta trombeta (Ap 9.12-21) e um segundo interlúdio (Ap 10.1—11.13). O terceiro ai, ao que tudo indica, é a sétima trombeta (v.15-19), pois é dito que cedo virá e, como Apocalipse 8.13, relacionados aos ais aos três últimos sopros de trombeta. O último ai pode estender—se, já que a palavra ai aparece novamente em Apocalipse 12.12. 11.15 —Nosso Senhor [...] reinará para todo o sempre antecipa o retorno de Cristo (Ap 6.12-17; 19.11-21). 11.16-18 — Os vinte e quatro anciãos foram previamente vistos adorando a Deus (Ap 4-10,11) e ao Senhor Jesus (Ap 5.8-10) continuamente. Aqui, a ação de graças deles ao Senhor Deus todo-poderoso entra em uma nova fase: eles glorificam o poder e a ira de Deus e a correspondente distribuição de galardão e juízo. Essa estrofe de ações de graças parece refletir no cumprimento da grande profecia messiânica no Salmo 2. 11.17 — Reinaste pode referir-se a um governante atual no céu, ou ao fato de Cristo já ter vindo à terra para subjugar as nações (v.18) a essa altura. Também é possível que o tempo verbal no passado aluda à certeza, um acontecimento futuro tão certo quanto outros planos de Deus cumpridos para o mundo. Por exemplo, em Romanos 8.30, é dito que o crente é justificado e já está glorificado (tempo passado), embora a glorificação de fato acontecerá mais tarde, quando o cristão entrar na presença de Jesus, com um corpo incorruptível. 11.18 — Veio a tua ira (Ap 6.16,17). A ira de Satanás também será vista em Apocalipse 12.12, mas a ira divina não pode ser rivalizada (Ap 14-19). O tempo dos mortos inclui a entrega dos galardões ao povo de Deus, Seus profetas, servos e santos (2 Co 5.10), e o pronunciamento do castigo eterno das nações infiéis (Mt 25.46). Isso é pelo que os mártires oraram em Apocalipse 6.10; não está terminado até Apocalipse 20.12-15. Aqueles que temem o nome de Deus são os que responderam com fé ao evangelho eterno (Ap 14.6,7), possivelmente incluindo os que temeram e glorificaram a Deus no versículo 13.
11.19 — O templo de Deus, nesse caso, não é o mesmo dos versículos 1 e 2. Aquele templo terreno tinha um átrio externo dado às nações (v.2); este templo está no céu. Uma arca do concerto é citada aqui, embora a arca do concerto feita por Moisés, ao que tudo indica, foi destruída pelos babilônios quando eles saquearam e queimaram o templo em Jerusalém (2 Cr 36.18,19). A arca representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre Israel no deserto (Nm 10.33-36) e na Terra Prometida (Js 3.3,15-17). Aqui, a arca pode representar bênçãos parecidas relacionadas ao novo concerto e à volta de Cristo (Hb 9.1,4,11,23-28). Pode também antecipar a proteção divina à mulher que deu à luz o Messias no deserto em Apocalipse 12.5,6,14. Relâmpagos e trovões provinham do trono de Deus no céu (Ap 4.5) e foram lançados sobre a terra no início do juízo anunciado pelas trombetas (Ap 8.5), juntamente com terremotos (v.5) e a saraiva (v.7).
Apocalipse 12 12.1 — Em Apocalipse, um sinal é uma pessoa ou um acontecimento que parece ter um significado maior do que ele mesmo. No Evangelho de João, cada sinal aponta para a divindade de Cristo (Jo 2.11). Em Apocalipse, além dos grandes sinais adicionais no céu (Ap 12.3; 15.1), existem sinais demoníacos na terra (Ap 13.13,14; 16.14; 19.20). A mulher vestida do sol é interpretada por alguns estudiosos como a Igreja, por outros como os judeus cristãos e, por outros como israelitas, os descendentes humano de Abraão, Isaque e Jacó. A coroa de doze estrelas é uma referência às doze tribos de Israel, ou talvez aos doze apóstolos (Ap 21.12-14). As estrelas lembram a visão de José (Gn 37.9-11), que significava a supremacia deste sobre seus irmãos. 12.2 — A descrição de dores de parto antes de dar à luz a Criança que se torna o regente das nações (v.5) pode referir-se especificamente a Maria, mãe de Jesus (Mq 5.3; Lc 2.5-7). Detalhes posteriores (Ap 12.6,13-17), no entanto, sugerem que a mulher provavelmente tem uma referência mais ampla. Como uma representação semelhante é usada em relação a Israel em Miquéias 4.9-10, pode ser uma representação da nação judaica ou do
remanescente fiel dentro da nação. Além disso, a primeira profecia da Bíblia, Gênesis 3.15, serve como um lembrete da batalha entre a Semente da mulher e Satanás. 12.3 — O sinal do grande dragão vermelho é interpretado no versículo 9 como Satanás, que inicialmente aparece nas Escrituras como uma serpente no jardim do Éden (Gn 3). A imagem está de acordo com o Antigo Testamento e com o uso extrabíblico (Is 27.1). O dragão com sete cabeças e dez chifres se refere a Satanás e ao império sobre o qual ele governa durante o curso de tempo. Sete cabeças, dez chifres e sete diademas referem-se ao esplendor, ao poder e à glória de Satanás (v.9) como deus deste século (2 Co 4.4). Essa descrição é quase idêntica à da besta que subiu do mar em Apocalipse 13.1. 12.4 — A referência à terça parte das estrelas do céu pode ligar esse acontecimento ao juízo das trombetas no qual a terça parte é a proporção característica de destruição (Ap 8.7), incluindo a terça parte das estrelas (v.12). No entanto, também é entendida como uma referência à rebelião da terça parte dos anjos que seguiram Satanás. A tentativa do dragão de tragar o Cristo recém nascido revela que a estratégia de Herodes para matar Jesus, quando este era um bebê (Mt 2.3-16) foi satanicamente inspirada. 12.5 — O varão que há de reger [...] com vara de ferro é uma figura messiânica do Salmo 2.8,9; no entanto, a essa altura, não existe nenhum regente terreno acima de todas as nações. Da perspectiva desse cenário celestial, o Filho Regente é logo arrebatado para o trono de Deus, aparentemente, referindo-se à ascensão de Cristo (At 1.9). 12.6 — O deserto aqui é um lugar de proteção preparado por Deus (Os 2.14) para a mulher. A referência ao Senhor alimentando a mulher no deserto lembra a provisão milagrosa dele para Israel no deserto do Sinai (Êx 16). Mil duzentos e sessenta dias é o período de provisão e proteção para a mulher no deserto. A maneira detalhada na qual esse mesmo período de tempo é expresso (um tempo, e tempos, e metade de um tempo, no v. 14) sugere metade de um período literal de sete anos de tribulação (Dn 9.27).
12.7,8 — Miguel é um arcanjo (Jd 9). De acordo com Daniel 12.1, ele é um anjo guardião especial da nação de Israel. Aparentemente, comanda um exército de anjos. Miguel e os exércitos celestiais são vitoriosos, deixando Satanás e seus demônios fora dos limites do céu.
que corresponde ao período do testemunho das duas testemunhas em Apocalipse 11.3. É equivalente também ao período da autoridade da besta — quarenta e dois meses (Ap 13.5) —, que inclui a sua habilidade para fazer guerra aos santos e vencê-los (Ap 13.7; Dn 7.25; 12.7).
12.9 — A expulsão do diabo para a terra significa que esse mundo se tornou a sua base de operações e que a sua ira é descarregada em direção aos habitantes da terra (v. 12). Desse modo, é provável que o fim dos tempos seja o período de guerra espiritual mais acirrada da história (Ef 6.10-18).
12.15,16 — O perigo da água como um rio para a mulher é afastado quando a terra se abre, talvez da mesma forma que se abriu para o rebelde Corá e seus seguidores em Números 16.30-33. Não há um modo de determinar se esse é o relato de uma enchente real ou a descrição figurativa de um ataque de Satanás contra os protegidos por Deus.
12.10,11 — A derrota final de Satanás (v.7-9) é acompanhada da referência a outras derrocadas dele pela crucificação de Cristo (o sangue do Cordeiro), pela a palavra do seu testemunho e pelo testemunho fiel de alguns dos irmãos que mesmo sendo martizados não negaram a verdade. Todos esses acontecimentos precedem a vinda do reino do nosso Deus. 12.12 — Aqueles que estão nos céus têm um bom motivo para se alegrarem por causa da expulsão permanente do diabo. Por outro lado, a terra e o mar (criação natural), agora, têm um ai adicional (Ap 8.13; 9.12; 11.14) para enfrentar — a grande ira do diabo, que sabe que pouco templo lhe resta. Logo, Satanás será amarrado no abismo por mil anos (Ap 20.1-3). 12.13-16 — Muitas das representações nesses versículos parecem um paralelo com o período que antecedeu o êxodo, quando Israel foi perseguido por Faraó e seu exército (Êx 14). A referência posterior ao cântico de Moisés (Êx 15), em Apocalipse 15.3, oferece apoio a essa interpretação. 12.13 — O derrotado dragão, precipitado na terra (Ap 12.9), persegue agora o povo que pertence ao Messias representado pela mulher que deu à luz o filho varão regente (Ap 12.1,2,4,5). É provável que seja o povo judeu, ou, se esse grupo for o citado em Apocalipse 12.10,11 refere-se aos cristãos. 12.14 — A mulher (v.1-6) é, de alguma forma, levada para o seu lugar de proteção contra a serpente, o deserto, como se fosse carregada pelas asas de uma grande águia. Isso faz lembrar como Israel escapou dos egípcios e chegou ao monte Sinai (Êx 19.4; Dt 32.11,12). Um tempo provavelmente equivale a um ano; então, o período de proteção aqui é de três anos e meio,
12.17 — Irado por sua incapacidade para destruir a mulher, Satanás — o dragão — apela para fazer guerra contra um grupo próximo. O resto da semente dela são os crentes em Cristo, já que são eles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo. Não está claro se são cristãos judeus (filhos naturais da mulher) ou cristãos gentios (filhos espirituais; Gl 3.29). Em desespero, o diabo opõe-se a todo e qualquer traço de fé orientada em Jesus.
Apocalipse 13 13.1,2 — A descrição da primeira besta (com sete cabeças, dez chifres e dez diademas) é muito parecida com aquela do grande dragão (que é Satanás) descrito em Apocalipse 12.3. Apesar de os diademas estarem nas cabeças do dragão, eles estão nos chifres da besta de mar. A besta de sete cabeças pode referir-se ao poder do mundo gentílico em relação a Israel, principalmente no fim dos tempos. As cabeças são identificadas tanto como montes como com reis (Ap 17.9,10). Uma montanha é caracteristicamente um símbolo para um reino (Dn 2.34,35,44,45). As sete cabeças poderiam ser o Egito, a Assíria, a Babilônia, a Grécia, a Pérsia, Roma e uma outra nação que representa o império romano restaurado. Os dez chifres podem tipificar a forma final do poder do mundo gentílico. A besta recebe seu poder do dragão.
O paralelo entre as quatro bestas (principalmente a quarta) em Daniel 7 e a explanação da besta dada em Apocalipse 17.8-11 faz parecer que a besta simboliza tanto um império romano renovado, que exerce uma autoridade universal, como um regente específico, que João chama de anticristo, em 1 João 2.18. O nome de blasfêmia pode ser a alegação comum dos antigos imperadores romanos de serem divinos ou a blasfêmia contra o nome do verdadeiro Deus (v.5,6), como Daniel profetizou sobre o voluntarioso rei durante o período da tribulação (Dn 11.36). 13.3,4 — Uma de suas cabeças pode retratar um rei específico, porém, é mais provável que represente um império. A terra infiel é seduzida (Ap 12.9) por Satanás para seguir e adorar a besta. Aqueles que adoraram a besta também inconscientemente adoraram o dragão, que deu à besta o seu poder. Qualquer falsa adoração ou idolatria é, no final das contas, demoníaca e satânica (1 Co 10.20-22). A besta é adorada porque o mundo está convencido de que ninguém é semelhante a ela e de que ninguém pode batalhar contra ela de forma sucedida. 13.5-7 — Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v.3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação. 13.6,7 — Esse primeiro uso da palavra tabernáculo no Apocalipse (Ap 15.5; 21.3) pode relembrar a época quando o poder e a presença de Deus eram evidentes porque a glória divina era claramente vista no tabernáculo no deserto. Também pode referir-se à época quando o tabernáculo do Senhor estará entre o Seu povo nos novos céus e na nova terra (Ap 21.1,3). Nesse meio tempo, não existe resposta evidente para a blasfêmia da besta. Ela parecerá ser vitoriosa sobre o povo de Deus. 13.8 — O Livro da Vida é o registro daqueles que receberão a vida eterna, em contraste com aqueles destinados ao lago de fogo (Ap 20.12,15). Como era o plano de Deus antes da fundação do mundo que Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus, seria morto pelos pecados da humanidade, então os nomes dos crentes foram incluídos no Livro da Vida desde o início (Ap 17.8). 13.9 — A frase se alguém tem ouvidos, ouça parece indicar que tanto a declaração seguinte (v.10) quanto o contexto mais amplo têm significante aplicação atual, e não apenas referência futura. Então, ilusão espiritual e blasfêmia, assim como perseguição e martírio, não deveriam surpreender os crentes em nenhum ponto da história. 13.10 — Mesmo quando os cristãos enfrentam o cativeiro ou são mortos, eles podem ter paciência e/é, sabendo que Deus os vingará (Rm 12.19) no dia da ira e do justo juízo (Rm 2.5). 13.11 — Outra significa outra da mesma espécie, falando da estreita relação entre essa besta da terra e a besta anterior, que emergiu do mar (v. 1), mesmo que a aparência exterior delas seja acentuadamente diferente. Essas ações da besta descritas nos versículos 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Apocalipse 16.13; 19.20; 20.10. As duas bestas podem simbolizar também a união do poder secular e político com a religião durante os últimos dias. Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo da adoração judaica e da autoridade religiosa. Falava como o dragão indica, provavelmente, que a segunda mensagem da besta vem de um dragão (Satanás), assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão (Ap 13.2). 13.12-15 — Grandes sinais, como fazer descer fogo do céu e dar espírito e fala à imagem da primeira besta, são convincentes e muito parecidos com aqueles realizados pelas duas testemunhas (Ap 11.5,6). A operação de grandes sinais por meio do poder de Satanás é parte da decepção em massa profetizada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2.8,9. 13.16,17 — O sinal é o nome da besta, ou o número do seu nome. Aparentemente, essa marca é algum tipo de prova identificável de propriedade e lealdade aplicada na mão direita ou na testa. Como não há
evidência de tal prática na sociedade do primeiro século, essa marca parece ser uma falsificação maligna do selo na fronte dos servos de Deus em Apocalipse 7.3; 14.1. 13.18 — Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número (o nome no versículo 17) da besta é seiscentos e sessenta e seis, descrito também como o número de homem. A besta é simplesmente um homem, não um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do 7 (o número da perfeição), é intensificado pelo 666 — o número do homem que não é Deus. A identidade desse homem algum dia será conhecida em relação ao número 666. É vital para identificar o anticristo.
Apocalipse 14 14.1 — O monte Sião é um sinônimo para a Jerusalém, colocando em evidência o local onde o templo foi construído. Existe alguma dificuldade em decidir se é uma referência ao monte Sião terrestre ou ao celestial (Hb 12.22). Os cento e quarenta e quatro mil trazem na fronte escritos o nome de Deus, no lugar do nome da besta (Ap 13.17). Em Apocalipse 7.2-4, a proteção para esse grupo é citada como um selo na fronte deles. O objetivo é que seja um contraste à marca da besta (Ap 13.16,17), ou pode ser um sinal visível apenas no céu, ou na nova terra e no novo céu (Ap3.12; 22.4). 14.2,3 — O cântico novo provavelmente é aquele cantado diante do trono de Deus, em Apocalipse 5.9,10. Como essa canção é sobre a redenção e a vitória em Cristo, parece que apenas os que já estão no céu e aqueles comprados da terra, como os cento e quarenta e quatro mil, têm permissão para aprendê-lo. 14.4 — Virgens simbolizam a pureza espiritual (2 Co 11.2). Os crentes redimidos não se comprometerão com o mal; eles rejeitarão a falsa doutrina e se recusarão a adorar a besta. No Novo Testamento, as primícias são a primeira parte de uma safra, indicando uma colheita muito maior a ser feita
posteriormente (1 Co 16.15). De vez em quando, o termo enfatiza apenas a natureza santificada de um sacrifício (Tg 1.18). Certamente, o comprometimento dos 144 mil com Deus enfatiza que eles são santos, separados para o Senhor. No entanto, a oferta contínua do evangelho (Ap 14.15) também indica que muitos outros crerão em Jesus Cristo (v.12,13). 14.5 — Os 144 mil não eram livres de pecado em sua vida terrena (Rm 3.23), mas não se achava engano neles pois eram irrepreensíveis em relação ao seu testemunho de Cristo. Em especial, não tinham participação na falsidade, porque rejeitaram a mentira do anticristo (2 Ts 2). Eles eram irrepreensíveis e sem engano porque recusaram a marca da besta. 14.6,7 — O anjo que prega o evangelho a toda nação, e tribo, e língua, e povo ajuda a cumprir a promessa divina de que o evangelho será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes (Mt 24.14) antes da volta de Cristo. No Apocalipse, a palavra evangelho, que literalmente significa boas-novas, é usada apenas aqui. Mesmo nesse estágio do juízo de Deus, Ele continuava a oferecer vida eterna ao mundo (Jo 3.16). A mensagem do evangelho, a essa altura, pede aos infiéis que temam a Deus e deem glória a Ele, para escaparem da hora do seu juízo. Anteriormente, algumas pessoas tinham respondido dessa maneira depois do milagre da ressurreição das duas testemunhas (Jo 11.11-13). A atividade desse anjo pode estar acontecendo nos “bastidores”, estimulando uma proclamação mundial do evangelho por aqueles que declararão a verdade até mesmo à custa de sua própria vida.14.8 — Um segundo anjo proclama parte das más notícias do juízo àqueles entre todas as nações (Mt 28.19) que não receberão as boas novas do evangelho (v.6). A Babilónia é mencionada pela primeira vez em Apocalipse e passa a ser o foco do juízo divino na parte seguinte (Ap 16—18). A Babilónia é a grande cidade; anteriormente, esse termo foi usado para descrever a cidade onde nosso Senhor foi crucificado (Ap 11.8). 14.9-11 — Um terceiro anjo anuncia com uma grande voz o trágico destino eterno de quem rejeita a oferta do evangelho (v. 6,7) e adora a besta (Ap 13). Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis, conforme o Altíssimo permite que eles recebam as justas consequências de seu comportamento pecaminoso. Em Apocalipse
6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. Na recente fúria de Deus, os infiéis que adoram a besta serão atormentados [...] para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite. 14.12 — A paciência dos santos repercute em Apocalipse 13.10, assim como o lugar de João como companheiro de seus leitores na paciência de Jesus Cristo (Ap 1.9). Aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, mesmo em tempos de muita dificuldade (Ap 13), receberão uma bênção divina especial (v.13). 14.13 — A expressão bem-aventurados sinaliza a segunda das sete bemaventuranças em Apocalipse (Ap 1.3; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Seis das sete bem-aventuranças estão agrupadas na última terça parte do livro de Apocalipse, talvez como promessa para encorajar respostas cristãs exemplares em tempos de circunstâncias de extrema dificuldade no fim dos tempos. Desde agora pode significar a partir do ponto da tribulação ao qual João está referindo-se, ou desde a época em que João estava escrevendo aos seus leitores originais. Descanso espiritual está disponível a qualquer um que se achega a Jesus Cristo pela fé (Mt 11.28). O Senhor falou aos mártires debaixo do quinto selo que repousassem ainda um pouco de tempo (Ap 6.11), até que o plano de Deus estivesse terminado. Aqui também é dito aos crentes que morreram que descansem dos seus trabalhos, sabendo que suas boas obras serão lembradas e recompensadas (1 Tm 5.25). 14.14,15 — A referência ao Filho do Homem com uma coroa de ouro na Sua cabeça indica que a figura é Jesus Cristo (Ap 1.13; Dn 7). Algumas pessoas, no entanto, hesitam em fazer essa identificação, principalmente porque outro anjo dá a ordem para a primeira figura ceifar, o que parece impróprio se o semelhante ao Filho do Homem é Cristo. Ainda assim, não existe nenhuma impropriedade em ter um representante de Deus Pai transmitir em confiança juízo para o Filho do Homem (Jo 5.22). O Filho julgará a humanidade como aquele que compartilha a natureza humana. Uma foice aguda de pedra ou ferro era a ferramenta básica para a antiga ceifa de grãos. Como as 144 mil testemunhas foram recebidas por Deus como as primícias (v.4) de Sua colheita, o restante da colheita da terra, com
certeza, já está maduro tanto para a salvação (Mt 13.37-43) como para o juízo. 14.16 — O poder do Filho do Homem (Jesus Cristo) é demonstrado nisso: ao meter a Sua foice uma só vez, a colheita da terra é ceifada. Isso retrata os acontecimentos dos capítulos 16—19 como partes de uma rápida sucessão de juízos. Desse modo, esse juízo é experimentado pelos habitantes do mundo inteiro. 14.17,18 — Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43). 14.19,20 — Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v.10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo. Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32km, Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v.17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).
Apocalipse 15 15.1 — Outro sinal é um retrospecto de Apocalipse 12.1,3, onde o simbolismo da mulher e do dragão também apareceu no céu. Esse sinal é grande e admirável, aparentemente porque lida com as sete últimas pragas enviadas pelo Senhor. As pragas, as taças da ira de Deus (Ap 16.1), são
muito mais fortes e mais difundidas do que os juízos das trombetas em Apocalipse 8.2—11.19. A ira de-Deus é consumada com as sete últimas pragas (Ap 15.1—19.5), que são imediatamente seguidas pela segunda vinda de Jesus e pelas bodas do Cordeiro (Ap 19.6-21).
vista no tabernáculo. O tabernáculo do testemunho chama a atenção para a Lei ou para as tábuas do testemunho dadas a Moisés (Ex 31.18; 32.15).No novo céu e na nova terra, o tabernáculo de Deus estará com os crentes porque Ele habitará eternamente com eles (Ap 21.3).
15.2 — Um mar de vidro é mencionado em Apocalipse 4.6 como um lugar de adoração diante do trono de Deus. Aqui, ele é visto misturado com fogo, o que geralmente é um sinal do juízo divino. O fogo mostra que a ira do Senhor, agindo em juízo, alcançou o seu auge. O mar de vidro também tipifica a vitória do Senhor para todos os Seus vencedores. Os que saíram vitoriosos sobre a besta são mártires fiéis a cristo que não amaram a sua vida até à morte (Ap 12.11).
15.6 — Sete anjos se apresentam para administrar as sete pragas, as quais são as últimas pragas (v.l) que Deus enviará antes de Cristo voltar. Vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cintos de ouro. Como as suas vestimentas significam pureza e justiça, os anjos são representantes da justiça perfeita.
15.3,4 — O cântico de Moisés é uma referência a Êxodo 15.1-18, quando Israel celebrou a sua libertação da escravidão do Egito, principalmente do exército de faraó (Ex 14). Esse louvor, lembrando a grande redenção do Antigo Testamento, era entoado pelos judeus em suas reuniões do Sábado, assim como pelos primeiros cristãos na Páscoa. O cântico do Cordeiro compara a obra consumada e redentora de Jesus Cristo com a libertação de Deus no êxodo. Talvez os que venceram no versículo 2 estejam seguros no outro lado, e os intensificados juízos dos capítulos anteriores sejam comparáveis à destruição culminante do exército de faraó quando o mar Vermelho se fechou sobre ele. Considerando as grandes obras e o caráter de Deus, cada pessoa deveria temer o Senhor e glorificar o Seu nome confiando em Jesus Cristo. A expressão todas as nações é a mesma encontrada em Mateus 28.19 e Lucas 24-47, expressando a extensão da Grande Comissão, a ordem de Jesus para proclamar as boas-novas a todos os povos. Adorar significa prostrar-se, trazendo à memória a descrição de Paulo da época em que todo joelho se dobrará diante de Jesus Cristo, o Senhor (Fp 2.10,11). 15.5 — O templo do tabernáculo associa a poderosa imagem do templo celestial em Apocalipse 11.19 com os fortes paralelos no capítulo 15 para o período do êxodo, quando a presença majestosa de Deus era claramente
15.7 — As salvas (ou taças) de ouro cheias de ira lembram aquelas que, em Apocalipse 5.8, carregam incenso, representando as orações dos santos. 15.8 — A fumaça que encheu o templo tinha origem no poder e na glória de Deus e proibia o acesso ao Santo dos Santos. A fumaça significava a determinação de Deus para trazer juízo como uma expressão de Seu caráter e Sua autoridade. O juízo agora é irreversível, sem lugar para intercessão (Lm 3.44).
Apocalipse 16 16.1 — A grande voz vinda do templo é como a voz de Deus, já que nenhum outro ser celestial podia entrar no santuário celestial até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos (Ap 15.8). 16.2 — O efeito da primeira taça sendo derramada é uma terrível chaga sobre todos que têm o sinal da besta (Ap 13.16,17). Os egípcios enfrentaram uma aflição parecida durante a sexta praga do êxodo (Ex 9.9-11). Assim como o grande poder de Deus não podia ser negado pelos egípcios e por seus magos (v.ll), assim os infiéis serão incapazes de negar a justiça soberana de Deus à medida que as taças do juízo divino avançarem rapidamente (v.9,11,21).
16.3 — A segunda taça transforma o mar em sangue, assim como a segunda trombeta (Ap 8.8,9). No entanto, apenas um terço do mar foi afetado pela trombeta (v. 8,9). Tal taça traz a morte de toda alma vivente no mar. Esse versículo é parecido com Exodo 7.17-21, no qual o rio Nilo é transformado em sangue; no entanto, o juízo aqui é infinitamente pior devido ao seu alcance global.
existência ou o poder do Altíssimo, mas, mesmo assim, não se arrependem nem dão glória a Deus (Ap 16.11,21). As boas-novas de Cristo ainda estão em vigor até a iminência de Sua volta (Ap 19.11-21), embora Ele seja rejeitado praticamente por todos os infiéis que ainda estão vivos.
16.4 — A terceira taça, como a terceira trombeta (Ap 8.10), tem como objetivo os rios e as fontes das águas. Dessa vez, no entanto, o impacto é mundial (compare com versículos 10,11), e as fontes de água se tornam em sangue no lugar de apenas se transformarem em absinto (v.l 1).
16.10,11 — A quinta taça se concentra contra o trono da besta, aparentemente em relação ao seu reino e à sua autoridade no mundo (Ap 13.7). A frase o trono de Satanás é usada em Apocalipse 2.13 para aludir à cultura satânica em Pérgamo como resultado do predomínio do culto ao imperador naquele lugar. (Todos os outros usos da palavra trono no Apocalipse referem-se ao trono do Senhor.)
16.5 — O anjo das águas provavelmente é o mesmo que derramou a terceira taça (v.4), e não outro. Como Deus é justo para sempre, Seu juízo sobre os habitantes da terra (v.10) e sobre suas obras violentas e injustas é perfeitamente justo.
A escuridão relatada em Apocalipse 6.12-17 fez com que até mesmo os líderes mundiais temessem a ira do Cordeiro (Ap 6.16). Nesta data mais recente, a besta e seus seguidores ainda blasfemam o Deus do céu e recusam a arrependerem-se das suas obras.
16.6 — Deus força os infiéis impenitentes (v.9) que derramaram o sangue do povo de Deus a beber sangue, a fim de vingar a morte dos mártires, como alguns deles pediram em Apocalipse 6.10. Santos são aqueles que estão separados por causa de seu relacionamento comjesus Cristo. Em Apocalipse, os santos podem ser os cristãos em geral (Ap 5.8), ou aqueles crentes enfrentando perseguição e martírio (Ap 13.7). O termo profetas pode referirse a todos os porta-vozes de Deus que foram mortos como resultado de perseguição, ou especificamente às duas testemunhas que profetizaram durante três anos e meio (Ap 11.3-13,18).
Dores e chagas podem ser, em termos gerais, paralelos ao tormento sofrido pelos afligidos pelos gafanhotos demoníacos durante o juízo da quinta trombeta (Ap 9.5-10). No entanto, é mais provável que as dores se refiram ao abrasamento provocado pelo sol nos versículos 8 e 9, e chagas, aos efeitos da primeira taça (v.2).
16.7 — Em Apocalipse 6.9,10, os santos martirizados clamam a Deus para que Ele mostre a Sua justiça julgando os maus. Como o Senhor está agindo assim agora, os santos afirmam que o Seu juízo é verdadeiro e justo.
16.12-14 — A sexta taça inclui o rio Eufrates, da mesma maneira que a sexta trombeta (Ap 9.14). Os dois juízos lidam com forças militares diabolicamente inspiradas. O exército de duzentos milhões (v.16) matará um terço de toda a humanidade (v.l8); o exército nos versículos de 12 a 14 batalhará contra Deus (v.19-21).
16.8 — A quarta taça lembra a quarta trombeta em seu efeito sobre o sol (Ap 8.12). Porém, nessa praga, o calor do sol é intensificado, em vez de ser reduzido.
16.12 — Com a água do rio Euf rates completamente seca, a invasão do oriente seria muito mais fácil. Os reis que vêm do oriente são entendidos como os exércitos partas que ameaçaram a metade do império romano oriental, embora qualquer força poderosa da Ásia combinasse com a redação desse versículo.
16.9 — Aqueles que seguiram a besta blasfemam o nome de Deus, assim como a própria besta fez (Ap 13.5,6). Eles não podem argumentar contra a
16.13,14 — Espíritos imundos espalharam palavras de autoridade do dragão (Satanás, Ap 12.9), da besta e do falso profeta — uma trindade diabólica.
Haverá grande engano envolvido nos sinais (Ap 13.13,14) que são usados para convencer os reis de todo o mundo a reunirem-se para a batalha contra Deus.
(Gn 11.1-9) e o império babilônio sob o comando de Nabucodonosor (Dn 4.30).
Em Apocalipse 6.15,16, os reis da terra recuam de medo diante do julgamento do Cordeiro. Aqui, os governantes estão dispostos a guerrear contra o Todo-poderoso. A diferença parece ser a confiança deles no poder da besta, já que eles argumentam: Quem poderá batalhar contra ela? (Ap 13.4). A batalha do grande Dia acontece no Armagedom (v.16; 19.17-21).
16.21 — Saraiva caindo do céu, com cada pedra pesando cerca de 35kg (um talento), seria extraordinariamente destrutivo. Ainda assim, os infiéis blasfemaram de Deus, em vez de arrependerem-se (Ap 16.9,11). A essa altura, aparentemente, o coração deles está tão endurecido, que eles não responderão de forma adequada ao Senhor, independente de Sua demonstração de poder e juízo.
16.15 — Bem-aventurado indica que essa é a terceira das sete bemaventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 19.9; 20.6; 22.7,14). Venho como ladrão relembra o aviso de Jesus aos crentes para estarem vigilantes por causa da hora inesperada de Sua volta (Mt 24.43,44).
Apocalipse 17
16.16 — O lugar da batalha falado no versículo 14 é o Armagedom, uma palavra hebraica que significa colina de Megido. Alguns acreditam que não é um local real, mas um símbolo da batalha final entre o bem e o mal.
17.1,2 — A referência a um dos sete anjos que tinham as sete taças marca essa passagem como uma continuação de Apocalipse 16.17-21. A referência à grande Babilônia (Ap 17.5) tem o mesmo efeito de ligação. Muitas águas são interpretadas no versículo 15 como povos, multidões, nações e línguas.
16.17 — A sétima taça é o clímax de todos os juízos em Apocalipse. Está feito. Esse é o ato final do juízo de Deus antes de Cristo voltar. 16.18 — Um grande terremoto, como nunca tinha havido antes, vai muito mais além das grandes destruições sismológicas ao longo da história e dos recentes terremotos em Apocalipse 6.12; 8.5; 11.13,19. 16.19,20 — A grande cidade da Babilônia (Ap 11.8) parece ser o epicentro do mais destrutivo terremoto que o mundo verá. O tremor parece ocorrer no mundo inteiro, levando destruição às cidades das nações. A Babilônia não ficou esquecida diante de Deus. Aqui, Ele age de acordo com a Sua promessa anterior, de que a Babilônia cairia (Ap 14-8) e o cálice da Sua ira seria dispensado (v.10). Babilônia, aqui, pode referir-se à reconstrução da antiga cidade, ou ser um nome simbólico para Roma (Ap 17.9). É possível que seja um modo de referir-se a qualquer sociedade humana cheia de orgulho que tente viver separada do Senhor. As clássicas manifestações de rebelião da Babilônia contra Deus são a Torre de Babel
Embora a Babilônia seja chamada de prostituta nos versículos 1, 5 e 16 e em Apocalipse 19.2, a sua prostituição natural foi introduzida em Apocalipse 14.8, assim como a sua iminente e bem merecida condenação. Tanto os reis da terra como os que habitam na terra são seduzidos a cometer adultério espiritual com a Babilônia. A indicação é que ela fez com que eles se embriagassem com poder, bens materiais, falsa adoração e orgulho. O vinho da prostituição da Babilônia (Ap 14-8) é julgado rigorosamente e de forma final por Deus no vinho da indignação da sua ira (Ap 16.19). 17.3 — Em espírito descreve o arrebatamento de João que lhe permitiu receber as várias visões descritas em Apocalipse (Ap 1.10). O deserto é onde a mulher identificada como Babilônia, a mãe das prostituições (v.5), é vista sentada sobre uma besta de cor escarlate (Ap 12.3; 13.1). Como essa mulher normalmente está assentada sobre muitas águas (Ap 17.1) e a mulher que deu à luz o Rei-Messias fugiu para o deserto como um lugar de proteção (Ap 12.6,14), talvez a Babilônia aqui seja vista associada ao
dragão e à besta enquanto eles perseguem ferozmente o povo de Deus (v.13-16). A descrição da besta cor de escarlate a associa claramente com a besta do mar — o Anticristo — em Apocalipse 13.1,5,6. Os dez chifres são interpretados no versículo 12 como dez reis; eles podem representar os dez dedos dos pés da visão de Nabucodonosor (Dn 2.41). 17.4 — A mulher, Babilônia, está vestida como uma rainha (Ap 18.7), com púrpura, escarlata, ouro e pérolas. Embora a aparência da grande prostituta (v.1,5) seja majestosa, o seu cálice de ouro está cheio das abominações e da imundícia, idolatria e atos impuros que desagradam a Deus. Essa descrição é dada primeiro sob o ponto de vista do povo, que olha para a aparência exterior e, então da perspectiva de Deus, que conhece o coração (1 Sm 16.7). 17.5 — O nome na testa da Babilônia pode indicar que ela é subordinada à besta (Ap 13.16,17). Mistério pode ser a primeira parte do título para a Grande Babilônia. Mas, baseando-se no uso da palavra mistério no versículo 7, o texto aqui provavelmente deveria ser lido na sua fronte um nome misterioso foi escrito. O título propriamente dito sugere que toda prostituição espiritual e todos os atos abomináveis na história são, de alguma forma, fruto da Babilônia. 17.6 — A mulher Babilônia está embriagada do sangue dos santos e dos mártires cristãos (Mt 24.21), assim como pelo vinho da sua prostituição (Ap 17.2). Dessa forma, as suas ações são duplamente repugnantes ao Senhor, assim como as ações de qualquer um que persiga o povo de Deus. O ódio da mulher pelo cristianismo é claramente retratado nesse versículo. Estar embriagada com o sangue dos santos indica uma época de um massacre fora do comum. 17.7 — O que o apóstolo João viu ainda precisa ser explicado detalhadamente. Como a revelação foi concedida a ele, não para confundilo, mas para instruí-lo, o anjo (compare com o versículo 1) promete esclarecer o mistério da mulher e da besta.
17.8 — A descrição da besta como aquela que foi ejá não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição é um contraste consciente para a descrição de Deus, em Apocalipse 1.4,8. Era, aparentemente, indica que a besta se manifestou no passado (Dn 7). Não é sugere que ela não estava agindo na época de João. Há de subir [...] à perdição sugere ruína ou punição eterna. Aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (Ap 13.8; 20.12,15) são enganados pela besta porque não conhecem o seu destino certo e eterno. Tudo o que eles veem é alguém que uma vez existiu e agora faz uma reaparição incrível. 17.9,10 — O sentido de que tem sabedoria, possuir conhecimento espiritual divinamente ajudado, ter uma mente receptiva à verdade de Deus (Ap 1.3). Possivelmente, a frase pode estar conectada ao versículo 8 mais do que ao versículo 9 e pode referir-se especificamente à sabedoria e o conhecimento de quem é a besta. É possível que faça referência também aos versículos seguintes, à interpretação das cabeças, da besta, dos chifres, da mulher (v.l6). As sete cabeças da besta (v.3) simbolizam sete montes e sete reis. Como, na Nova Versão Internacional, a palavra montes também significa colinas, a maioria dos intérpretes entende que é uma referência às sete colinas ao longo do rio Tigre, uma designação bem conhecida da cidade de Roma. No entanto, a expressão sete montes pode referir-se também aos sucessivos impérios mundiais, já que montes são símbolos típicos de reinos e impérios da terra (SI 30.7; Jr 51.25; Dn 2.44,45). De acordo com essa visão, cinco seriam reinos passados (talvez Egito, Assíria, Babilônia, império MedoPersa e Grécia), com o sexto sendo o império romano e o sétimo outro que ainda não é vindo. Talvez seja um império romano restaurado. Reis podem fazer menção aos imperadores romanos, mas isso não é muito provável, já que mais de cinco reinaram antes de o livro de Apocalipse ser escrito. 17.11,12 — A besta é o oitavo [...] e é dos sete. A besta é associada ao sétimo rei, mas também tem uma identidade separada. O teor obscuro pode expressar a admiração mundial com o fato de a besta ser curada de uma ferida mortal para reger o mundo novamente (Ap 13.3). Parece que o oitavo império mundial é uma espécie de império romano revitalizado sobre o qual
o Anticristo estabelece a autoridade imperial de um ditador. Ele vencerá três chifres, ou nações (Dn 7.20) e exigirá autoridade universal.
besta como Seu instrumento de juízo sobre o reino do Anticristo (cap. 18) antes que eles mesmos sejam destruídos (Ap 19.19-21).
Uma hora. Um tempo limitado é designado para os dez reis, ou dez chifres (Ap 1.3; Dn 2.34,41,42), que receberá autoridade para reinar junto com a besta (Ap 18.10,17,19). A soberania do Senhor não é ameaçada nessas declarações de sucessão e duração porque a besta justo juízo de Deus, vai à perdição. O tempo ajustado para esses acontecimentos pode ser concomitante com Apocalipse 16.14, onde as preparações para a batalha em Armagedom são descritas.
Com o advento da besta como um rei supremo devido ao autoendeusamento (Dn 11.36; Mt 24-15; 2 Ts 2), Satanás começou uma ordem completamente nova, a qual é tão radicalmente diferente da grande prostituta, que a besta, ou talvez o sistema político desse mega império, volta-se contra a prostituta destruindo o aspecto religioso da Babilônia.
17.13 — Os dez reis que reinam por último sob a autoridade da besta (v.l2) cooperam completamente e entregam de volta seu poder e autoridade à besta. Alguns estudiosos entendem que esses dez reis são líderes de províncias no império romano na época de João, enquanto outros acham que dez significa simbolicamente um grande número de poderes nacionais aliados à besta. Outros ainda veem uma confederação de dez nações, talvez um império romano atual restaurado (Dn 7.7,19,20,23,24). 17.14 — Os dez reis em aliança com a besta serão ousados que combaterão contra o Cordeiro (Cristo). Ele, o Todo-poderoso, o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 19.16), irá vencê-los facilmente em Sua segunda vinda (v.19-21). O teor dessa passagem está em contraste direto com Apocalipse 13.7, onde a besta e seus exércitos recebem permissão divina para fazer guerra aos santos e vencê-los. Muitos daqueles que a besta derrotou e até mesmo matou são contados agora no exército vitorioso do Cordeiro. O exército do Senhor é composto dos chamados, eleitos e fiéis — provavelmente os soldados celestiais de Apocalipse 19.14. 17.15 — As águas de Apocalipse 17.1 são interpretadas como todos os povos e nações do mundo. 17.16,17 — Os dez chifres (os reis do versículo 12) odiarão a Babilônia, a prostituta. Como resultado, eles irão destruí-la totalmente. Como essa descrição é parecida com a do juízo de Deus sobre a Babilônia em Apocalipse 18.8, parece que o Senhor usa soberanamente os exércitos da
17.18 — A mulher na visão de João (v.1-6) é a grande cidade da Babilônia (Ap 16.19) e também a antiga mãe das prostituições (Ap 17.5). Dessa forma, a influência Satânica dessa cidade sobre os líderes mundiais continuou desde Babel, através da Babilônia até Roma (v.9-10), sua clássica manifestação no primeiro século depois de Cristo.
Apocalipse 18 18.1 — O anjo que João viu tinha grande (divino) poder, não apenas um poder de curto prazo como os dez chifres e a besta (Ap 17.12,13). Vindo da gloriosa moradia de Deus, esse anjo ainda reflete a glória do Senhor sobre a terra (Ap 15.8), talvez como a face de Moisés, que brilhou com a glória de Deus depois de estar na presença dele (2 Co 3.7-11). A continuidade ao pensamento introduzido em Apocalipse 14.8 e 16.19, descrevendo a destruição da cidade. A morada de demônios é o poço do abismo (Ap 9.1,2). Um abrigo é um lugar separado. Assim, a Babilônia, após a sua queda e juízo, irá tornar-se, na prática, um inferno na terra. 18.3 — Esse juízo de Deus, sem paralelo, aconteceu por causa da prostituição espiritual da Babilônia (idolatria e abominações; Ap 17-4) com os reis da terra fazendo com que os mercadores se enriquecessem com a abundância de riquezas. 18.4,5 — Sai dela, povo meu é uma ordem que faz coro com Isaías 52.11 e especialmente com Jeremias 51.45, profecias declaradas em uma época quando o império babilônico estava pronto para o juízo.
18.6-8 — Deus vingará a longa história de iniquidades e obras pecaminosas da Babilônia até as últimas consequências (em dobro; Is 51.19). Em vez de glorificar o Altíssimo, a Babilônia se glorificou (Ap 14.7; Rm 1.21) com um estilo real. Ela prosperou nos prazeres e excessos, mas, agora, o juízo iria deixá-la apenas com tormento e pranto. O clímax do juízo da antiga Babilônia também chegou apenas num dia (uma hora, nos versículos 10,17,19), quando Dario, o medo, invadiu a cidade e matou Belsazar (Dn 5.30,31). 18.9-19 — Essa parte é construída como um antigo lamento e é especialmente parecida em conteúdo com o lamento de Ezequiel por causa da destruição de Tiro (Ez 27). 18.9,10 — Os reis da terra, os parceiros ilícitos da Babilônia, a chorarão e sobre ela prantearão, provavelmente mais por causa de suas próprias perdas também. Eles, no entanto, a chorarão e sobre ela prantearão, estarão de longe (v.15) para escapar de seu tormento. 18.11-13 — As mercadorias incluem púrpura, um corante caro; madeira odorífera, material valioso para a construção de móveis e mirra e incenso, os quais os magos deram como presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). Corpos e almas referem-se ao mercado de escravos. 18.14-16 — Vestida e adornada. A descrição da rica Babilônia é quase idêntica àquela da prostituta em Apocalipse 17.4. 18.17-19 — Aqueles que tiram o seu sustento negociando no mar também lamentam o juízo e o incêndio pelo o qual a Babilônia foi assolada. Eles lançaram pó sobre a cabeça como expressão de grande tristeza, que só foi vista em Ezequiel 27.30, no lamento sobre Tiro. 18.20 — Esse chamado para alegrar-se é uma introdução resumida para o cântico de louvor mais extenso em Apocalipse 19.1-5. O juízo por matar os profetas de Deus é mencionado em Apocalipse 16.6, mas esse é o único
lugar no livro, além de Apocalipse 21.14, no qual os apóstolos de Cristo são mencionados. Se apóstolos específicos estão em mente aqui, a morte de Pedro e de Paulo pelas mãos de Roma provavelmente se encaixa aqui. Se a Babilônia é um símbolo de todos os inimigos de Deus e de Seu povo, e não apenas as manifestações babilônicas e romanas, até mesmo a morte de Tiago em Atos 12.1,2 está sendo vingada aqui. 18.21,22 — O lamento final sobre a queda da grande cidade da Babilônia vem de um anjo poderoso o suficiente para lançar no mar uma grande pedra pesando toneladas, como uma ilustração da rapidez e do ímpeto do juízo da Babilônia. 18.23 — Desse ponto em diante do Apocalipse, a voz de esposo e de esposa é ouvida apenas em consideração às bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9) e à Nova Jerusalém, uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Feitiçarias (literalmente artes mágicas) são usadas em Apocalipse 9.21 para fazer referência aos pecados da humanidade de forma geral. Talvez a influência da Babilônia seja vista como corrompendo todas as nações. 18.24 — O sangue da matança parece referir-se a todos os mártires pela causa de Cristo ao longo da história (Ap 6.10; 17.6). No entanto, pode fazer referência especificamente àqueles que foram mortos durante a tribulação, principalmente durante o reinado da besta (Ap 13.7,15).
Apocalipse 19 19.1 — A grande multidão aqui é a multidão, a qual ninguém podia contar, mencionada em Apocalipse 7.9. A referência à salvação (Ap 7.10) e a subsequente referência aos vinte e quatro anciãos e às quatro criaturas viventes (Ap 19.4; 7.11,13) parecem apoiar esse entendimento. No entanto, alguns estudiosos sustentam que multidão aqui se refere aos anjos. Aleluia representa a palavra hebraica que significa louve ao Senhor. A palavra hebraica é bem conhecida no Antigo Testamento pelo seu uso frequente nos
Salmos (louve ao Senhor, no Salmo 150.1,6). A transliteração grega dessa palavra aparece no Novo Testamento apenas em Apocalipse (Ap 19.1, 3,4,6). 19.2 — Deus provou que Sua Palavra é verdadeira e que justos são os Seus juízos (Ap 16.5,6) sobre a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5,6). Todos os cristãos são servos do Senhor (Ap 1.1), mas alguns desses servos morreram como mártires. E todos podem aguardar ansiosamente para servir ao Altíssimo para sempre (Ap 22.3). 19.3 — Aleluia. Deus é louvado, porque a evidência do justo juízo sobre a Babilônia permanecerá eternamente. 19.4 — Os vinte e quatro anciãos e os quatro animais (ou criaturas viventes) adoram a Deus fielmente (Ap 4-2-11; 5.8-14; 11.16; 14.3). Os representantes do reino angelical louvam o Senhor pela destruição do sistema que se originou em um anjo caído, Satanás. 19.5 — Com tanto louvor e adoração preenchendo a cena, não se poderia esperar mais nenhuma convocação para louvar o Altíssimo e exaltá-lo. Mas, mesmo depois do terceiro aleluia, deu-se ênfase ao fato de que Deus é merecedor de nada menos do que o louvor eterno. Todos os servos do Senhor, de qualquer nível ou posição, tanto pequenos como grandes, são incluídos no convite para louvá-lo, pois o convite vem da sede do governo de Deus. 19.6 — A voz de muitas águas aponta, agora, para uma multidão celestial. Senhor, Deus Todo-poderoso entra em Seu reino após a destruição do pecado e do Anticristo (v.11-21). Reina está no tempo verbal grego aorista (que expressa uma ação no passado sem especificar se a mesma foi concluída ou está acontecendo) e é geralmente traduzido como reinava. No entanto, aqui, parece mais significar que está começando a reinar. Um governo inteiramente novo e diferente está chegando; não uma democracia, mas uma teocracia—um governo divino pelo qual o Senhor Deus Todo-poderoso reinará em justiça (Is 11).
19.7 — Nesta passagem, o Senhor é glorificado principalmente porque as bodas do Cordeiro finalmente são vindas. Tanto no Antigo Testamento (Os 2.19,20) como no Novo Testamento (Ef 5.23,32), o povo de Deus é visto como a noiva ou esposa do Senhor. A noiva daquela época se aprontava banhando-se, passando óleo e usando perfumes. Seu cabelo seria especialmente penteado, e ela vestiria seu vestido de noiva. 19.8 — Linho fino. A noiva Cordeiro usa uma veste de linho fino precioso, que simboliza as boas obras dos cristãos. O linho fino, limpo e branco, não se refere à justiça atribuída a Cristo, mas aos atos de justiça dos santos. A veste significa fidelidade em fazer as boas obras. Essa vestimenta deve ser usada pelo crente e consiste de boas obras realizadas na dependência do Espírito Santo. E um reflexo exterior do caráter e da conduta que são desenvolvidos nesta vida (Mt 22.11,12). A recompensa por tal caráter e conduta santos no tribunal de Cristo consiste nessa veste e em todos os direitos e privilégios que são prometidos ao vencedor. Os crentes não são apenas herdeiros de Deus e por isso terão uma morada no céu como prêmio (Jo 14-1,2; 1 Pe 1.3-5), mas os vencedores (aqueles que resistirem até o final dessa vida) e co-herdeiros com Cristo reinarão com Ele (Rm 8.17). João nos admoesta a permanecermos em Jesus para, quando o encontrarmos, estarmos confiantes, e não envergonhados na Sua vinda (1 Jo 2.28). 19.9 — A expressão bem-aventurados introduz a quarta das sete bemaventuranças em Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 20.6; 22.7,14). A ceia das bodas da época de João começava ao anoitecer do dia do casamento, mas a celebração poderia perdurar por dias. Essa festa aqui é um tempo de alegre banquete para ser aproveitado pela Igreja e, principalmente, pelos vencedores que reinarão com Cristo. A chave para poder participar do banquete das bodas é a fidelidade a Deus. 19.10 — Adorar qualquer pessoa ou objeto que não seja Deus é uma forma de idolatria (Êx 20.3-5). O anjo repreende João pelo seu erro (Ap 22.8,9) e lhe diz que o anjo é apenas um conservo dele e de seus irmãos. O testemunho de Jesus aqui se refere ao testemunho sobre Jesus (Ap 1.2,9). A
profecia bíblica expressa ou depende da obra de Cristo e de sua proclamação (1 Pe 1.12).
vinho do furor e da ira de Deus lembra a ordem dada em Apocalipse 14-1820: juntar as uvas da terra para o lagar da ira de Deus.
19.11 — Esse versículo responde a pergunta feita sobre a besta em Apocalipse 13.4: Quem poderá batalhar contra ela? Cristo tem poder para derrotá-la.
19.16 — Rei dos reis significa Aquele que é supremo sobre todos os reis da terra. A frase o Senhor dos senhores e o Rei dos reis é encontrada em Apocalipse 17.14, antecipando a segunda vinda.
19.12 — Olhos como chama de fogo se comparam com a descrição de Cristo glorificado em Apocalipse 1.14. Muitos diademas indicam que Cristo é mais poderoso do que Satanás (Ap 12.3) ou a besta (Ap 13.1). Na sociedade antiga, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1 Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda.
19.17,18 — As aves são mandadas a se ajuntarem para o banquete nas carcaças dos exércitos derrotados reunidos em oposição a Cristo.
19.13 — Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. A Palavra de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14. 19.14 — Os exércitos que há no céu podem ser legiões de anjos (Ap 5.11; Mt 26.53), mas Apocalipse 17.14 fala daqueles que estão com o Senhor na Sua vinda como sendo chamados, eleitos e fiéis, todos termos para cristãos (Rm 1.7; Ef 1.1; 1 Pe 2.9). Os vestidos de linho fino, como aqueles da noiva do Cordeiro em Apocalipse 19.8, sustentam essa interpretação. Cavalos brancos, um símbolo comum de vitória, seriam apropriados para aqueles que já são vitoriosos sobre a besta (Ap 15.2). 19.15 — A aguda espada que sai da boca de Cristo é aquela de dois gumes citada em Apocalipse 1.16. Ferir as nações pode ser uma declaração comum de juízo ou uma referência específica aos exércitos da terra sendo mortos com a espada em Apocalipse 19.21. Cristo regerá (gr. apascentará) com vara de ferro em cumprimento das profecias messiânicas no Salmo 2.8,9 e em Isaías 11.4. Pisar o lagar do
19.19-21 — Essa descrição da besta e de seus vastos exércitos já foi vista em Apocalipse 17.14 e é quase igual àqueles reunidos para a batalha, naquele grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16.14), no Armagedom (v.16). A besta (Ap 13.1-10) e o falso profeta (v.l 1-17) serão lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre, o destino eterno de todos os infiéis (Ap 20.10,14,15). Aparentemente, eles serão os primeiros a sofrerem o tormento do lago de enxofre. Os demais aliados serão mortos com a espada da besta que sai da boca do Cristo vitorioso.
Apocalipse 20 20.1,2 — O poço do abismo é, atualmente, o lugar de prisão de alguns demônios (Lc 8.31); ele será o lugar do qual a besta subirá (Ap 17.8). Assim, é adequado dizer que o diabo ficará preso lá durante mil anos. O dragão, em Apocalipse 12.3,9, conhecido como Satanás, estava no controle da serpente no jardim do Éden (Gn 3). Deus tem um plano soberano para Satanás: este será encerrado no abismo durante mil anos e, então, será solto por um pouco de tempo enganar as nações uma última vez (v.7-9) antes de ser lançado no lago de fogo (v.10). Importa que seja solto indica que Satanás não escapará do abismo, mas terá permissão para sair para cumprir o soberano plano de Deus.
20.4-6 — A interpretação do reinado de mil anos de Cristo tem sido objeto de muita controvérsia. Alguns estudiosos entendem mil anos como uma declaração específica de tempo, enquanto outros a interpretam de forma figurativa, para um período longo e indeterminado.
Cristo (1 Co 9.27; Fp 3.1-14). A segunda morte é a morte de tormento eterno no lago de fogo para os infiéis que enfrentaram o juízo do grande trono branco (v.l 1-15). Jesus já havia declarado que o que vencer não receberá o dano da segunda morte (Ap 2.11).
20.4 — A expressão tronos [...] reinaram indica que os crentes participarão de forma significativa com Cristo durante o Seu reino milenar (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), o que pode ser um cumprimento parcial da profecia de Daniel 7.18,27- A aparência de julgamento durante o reinado é mencionado em 1 Coríntios 6.2-4. No início do Reino, a autoridade é oficialmente transferida dos anjos para os homens (Hb 2.5,8). Uma nova ordem mundial é estabelecida com a vitória dos santos da era da Igreja reinando com Cristo em Seu Reino (Rm 8.17).
20.7-9 — Ao término do reinado de mil anos de Cristo, Satanás será solto por Deus para enganar as nações da terra (v.2,3) mais uma vez, como ele tem feito ao longo da história (Ap 12.9). Como resultado do engano satânico, os exércitos mundiais se ajuntarão para batalhar contra Deus novamente, tal como fizeram antes da segunda vinda de Cristo (Ap 16.13,14; 19.19,20). Gogue e Magogue eram uma designação comum para as nações em rebelião contra o Senhor, entre os rabinos, em Ezequiel 38 e 39. Alguns estudiosos sustentam que a batalha nos versículos 8 e 9 é a mencionada em Ezequiel, mas existem grandes diferenças, assim como semelhanças, nas duas passagens. O uso de fogo do céu para destruir os exércitos reunidos é visto também em Ezequiel 38.22; 39.6.
Aqueles que foram degolados são os santos martirizados pela besta. (Ap 13.7,15), mas podem ser também a multidão vitoriosa que canta louvores ao Cordeiro em Apocalipse 15.2-4. João em breve poderia identificar-se com aqueles que perderam sua vida por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e o apóstolo já estava exilado na a ilha de Patmos pelas mesmas razões (Ap 1.9). 20.5 — Falar que não reviveram indica que a ressurreição dos mortos não incluirá todas as pessoas ao mesmo tempo, como passagens como Daniel 12.2 e João 5.29 podem indicar também. Como 1 Coríntios 15.23,52, essa passagem indica que haverá uma primeira ressurreição dos crentes mortos antes dos mil anos do reinado de Cristo e uma ressurreição final, depois que o milênio tiver acabado, antes do juízo do grande trono branco (Ap 20.1113). 20.6 — Bem-aventurado inicia a quinta das sete bem-aventuranças em Apocalipse. Todas as outras seis (Ap 1.3; 14-13; 16.15; 19.9; 22.7,14) aguardam a vida com Cristo além da primeira ressurreição (Ap 20.5). A primeira ressurreição é garantida a todos os crentes, mas a bem-aventurança mencionada aqui pertence mais precisamente àqueles que têm parte na primeira ressurreição. E possível que se refira apenas àqueles crentes que se qualificam para a função de reis-sacerdotes no Reino de Cristo. Pode ser isso a que Paulo se referiu quando falou sobre seu alvo de obter o prémio de
Arraial é usado em outro lugar para se referir a exércitos (Hb 11.34) ou às suas fortalezas (At 23.10). Alguns estudiosos interpretam o arraial dos santos como sendo um simbolismo da unidade do povo de Deus. A cidade amada pode simbolicamente se referir à casa do povo do Senhor. No entanto, a Nova Jerusalém é normalmente chamada de a cidade do meu Deus (Ap 3.12) e santa cidade (Ap21.2). A cidade, aqui, pode ser a restaurada Jerusalém terrena, pronta para abrir caminho para a glória eterna e sem pecado da Nova Jerusalém (Ap 21.1—22.5). 20.10 — Quando a rebelião final for sufocada pelo Senhor (v.8,9), o diabo se unirá à besta e ao falso profeta (Ap 19.20) em tormento para todo o sempre (Ap 14.10,11; Is 66.22-24; Mc 9.48). 20.11 — O grande trono branco é uma descrição do santo governo e juízo de Deus. Aquele visto ocupando o trono pode ser Deus Pai (1 Co 15.24-28) ou o Pai e o Cordeiro (Cristo) juntos, como na Nova Jerusalém (Ap 22.1,3). A terra e o céu fugiram é uma forma poética de descrever a destruição, pelo fogo, dessa criação e das obras relacionadas como é descrito em 2 Pedro 3.10-13. Não se achou lugar para essa criação contaminada pelo pecado no novo céu e na nova terra (Ap 21.1—22.5).
20.12 — Os mortos, chamados de os outros mortos (v.5), são ressuscitados e colocados diante do trono do juízo de Deus. Para alguns, a primeira ressurreição (v. 5) inclui apenas os mártires (v. 4), para que tantos os crentes quanto os descrentes fiquem diante do grande trono branco. Outros mencionam as amplas promessas para os crentes reinarem com Cristo (Ap 1.6; 2.26,27; 5.10), no livro do Apocalipse, como evidência de que todos os fiéis experimentarão a primeira ressurreição e, assim, não terão de enfrentar o juízo do grande trono branco. Os livros referem-se ao registro de todas as obras feitas nesta vida. Como todos pecaram e ficaram abaixo do padrão de Deus (Rm 3.23), a abertura desses livros certamente conduzirá a sentenças eternas no lago de fogo. O Livro da Vida, o registro de Deus do nome daqueles que foram salvos (Ap 17-8), também será aberto. Então, embora ninguém seja julgado aceitável com base em suas próprias obras (Ef 2.9), muitos serão salvos pela graça de Deus recebida pela fé em Jesus Cristo (v. 8). 20.13,14 — O mar é o lugar de descanso de corpos não enterrados. A morte e o inferno referem-se não apenas à morte, mas também à existência além-túmulo (Ap 1.18; 6.8). A cena evocada aqui é de todos os lugares onde os corpos humanos foram sepultados sendo abertos com a ressurreição dos mortos para o juízo divino. Enquanto a humanidade infiel será julgada segundo as suas obras, a morte e o inferno, inimigos finais do Senhor (1 Co 15.26), também serão destruídos, sendo lançados no lago de fogo. A segunda morte é espiritual e eterna, a justa punição daquele que é mau. A primeira morte é a física. Ambas estão incluídas no significado geral da morte que se abateu sobre a raça humana por causa do pecado de Adão e Eva (Gn 2.16,17; 3.1-19; Rm 5.12). 20.15 — Apenas os eleitos de Deus, aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, escaparão do lago de fogo. A rejeição do evangelho eterno resulta em condenação eterna (Ap 14.6,7).
Apocalipse 21 21.1, 2 — Novo aqui sugere novidade, não apenas um segundo começo. E o cumprimento das profecias em Isaías 65.17; 66.22 e em 2 Pedro 3.13. Significativamente, essa renovação eterna já começou na vida do crente, porque, usando o mesmo termo, Paulo diz: Se alguém está em Cristo, nova criatura é (2 Co 5.17). O céu e a terra atuais, incluindo o mar, serão queimados no juízo do grande trono branco (Ap 20.11,13) e, assim, passarão antes da chegada do novo céu e da nova terra. O fato de que haverá a continuação de alguns aspectos da atual criação no novo céu e na nova terra está implícito na descrição da Nova Jerusalém como a cidade santa, um título aplicado à atual Jerusalém em Apocalipse 11.2. Ainda assim, a drástica diferença no novo estado eterno é óbvia pelo fato de não existir mais o mar, que era uma grande parte da criação original (Gn 1.6-10). E impossível dizer se a Nova Jerusalém estará na nova terra, já que as três referências a ela descrevem a cidade santa como descendo do céu (Ap 21.10; 3.12). Adereçada como uma esposa é, essencialmente, a imagem em Apocalipse 19.7,8, onde o povo de Deus — ou, mais especificamente, a Igreja de Cristo — está preparado para as bodas do Cordeiro (Ap 19.9). O seu marido se refere mais uma vez a Cristo, o Cordeiro (v.9), mas a esposa é a Nova Jerusalém, de acordo com os versículos 9 e 10. Em outras palavras, a esposa de Cristo são os habitantes redimidos da cidade santa (v.3-7, 2427). 21.3 — Nesse versículo, Deus é descrito como habitando entre o Seu povo, o que lembra a encarnação, o fato de que Jesus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14), e é o cumprimento da promessa em Apocalipse 7.15, de que Deus habitará entre o Seu povo redimido. Uma promessa quase idêntica foi feita a Israel em Ezequiel 37.27,28. 21.4,5 — Limpará de seus olhos toda lágrima cumpre a promessa em Apocalipse 7.17 e Isaías 25.8. Não haverá mais morte [...], nem dor vai muito além da promessa anterior em Apocalipse 7.16, a qual assegura que não haverá mais fome, sede nem calor escaldante. As primeiras coisas são passadas reproduz a ideia tanto em Apocalipse 21.1 como em 2 Coríntios
5.17.0 renascimento do crente, por meio da fé em Cristo, traz renovação para a vida dele, mas apenas na eternidade é que Deus fará novas todas as coisas. 21.6 — Está cumprido reproduz a voz que vem do trono em Apocalipse 16.17, que proclama a ira de Deus sendo derramada sobre a Babilônia. Aqui, o foco é o término da nova criação por Ele, que é o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim de todas as coisas. Água da vida pode apontar para as referências de Jesus à água viva em João 4.14; 7.38, em conexão com a vida eterna e a vida no Espírito Santo. Essa água é descrita mais adiante, em Apocalipse 22.1. Uma oferta parecida da graça de Deus a quem quer que tenha sede espiritual é repetida em Apocalipse 22.17. 21.7 — Quem vencer herdará não só as promessas específicas para as igrejas em Apocalipse 2.7,11,17,26-28; 3.5,12,21, mas também todas as coisas. A parte mais maravilhosa dessa herança é que o cristão será um filho (uma pessoa herdeira por direito) de Deus para sempre. Filiação, como um conceito, abrange mais do que um relacionamento fundamentado em uma associada ao concerto davídico, incluindo o privilégio da intimidade e autoridade de governo (2 Sm 7.14). Enquanto a adoção de filhos é pela graça (G1 4.5) e todos os cristãos são filhos adotivos pela virtude do nascimento espiritual, nem todos os filhos preenchem os requisitos de tal estado exaltado (Mt 5.9,43-45). Alguém pode ser filho e não necessariamente se comportar como tal. O verdadeiro filho reflete uma vida de obediência (Jr 7.23; 11.4). Uma disposição para render-se à liderança do Espírito Santo é uma característica dos filhos de Deus (Rm 8.14). 21.8 — Aqui, são descritas as características dos que não estão em Cristo por meio da fé — os incrédulos. Esses descrentes estão destinados ao lago de fogo, que é a morte eterna depois do juízo final de Deus (Ap 20.12-14). Todos cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida (v.15) serão julgados de acordo com as suas obras (v.12) e serão provados como merecedores da morte eterna (Rm 6.23). Em 1 Coríntios 6.9-11, Paulo trata praticamente do mesmo assunto.
21.9,10 — Como o início dessa passagem é parecida com o início do capítulo 17, parece que a noiva do Cordeiro, a Nova Jerusalém, está sendo contrastada com a Babilônia, a grande prostituta (Ap 17.1,5). Em espírito é o estado exaltado no qual João recebeu as visões apocalípticas (Ap 1.10), a última das quais o levou (Ap 17.3) a um grande e alto monte com visão para Jerusalém. 21.11 — Essa descrição da cidade eterna, Nova Jerusalém, enfatiza a glória de Deus, a fonte de luz para a cidade (Ap 21.23). A glória de Deus é como uma pedra de jaspe (Ap 4-3). A luz na Nova Jerusalém será parecida com o reflexo cristalino e brilhante do inestimável jaspe. 21.12,13 — A descrição do grande e alto muro com doze portas nomeadas como as doze tribos de Israel reproduz a ideia em Ezequiel 48.30-35. Comentaristas interpretam de maneira diversa essas doze portas como tipificando todo o povo de Deus, incluindo Israel e a Igreja, ou exclusivamente os israelitas. 21.14 — Os doze fundamentos, as enormes pedras sobre as quais o muro da Nova Jerusalém está assentado, contêm os nomes dos doze apóstolos de Cristo (Lc 6.13-16), trazendo à mente a imagem de Paulo dos apóstolos como a fundação da casa de Deus em Efésios 2.20 (promessa de Jesus para Seus apóstolos, a qual assegurava, em Mateus 19.28, que eles ocupariam um lugar de destaque em Seu Reino). 21.15-17 — A referência à cana de ouro para medir a cidade lembra Ezequiel 40; 41, assim como a referência em Apocalipse 11.1,2. A cidade parece ser quadrangular como um cubo — antigo símbolo de perfeição —, já que o seu comprimento era tanto como a sua largura. O Santo dos Santos no tabernáculo do Antigo Testamento e no templo tinham um desenho cúbico. As medidas simétricas da cidade são tão extensas (doze mil estádios, ou cerca de 2.250km), e o muro é tão grosso (cento e quarenta e quatro côvados, ou mais de seis metros), que superam a imaginação. A representação indica que a cidade é o lugar de habitação da presença de Deus, assim como o tabernáculo e o templo tinham sido. E impossível ter certeza se medidas comuns poderiam ser aplicadas à condição eterna,
embora a referência à medida de homem (aos padrões humanos) possa indicar que sim. 21.18 — Assim como os muros da Nova Jerusalém são largos (6m; v. 17), eles são transparentes como o cristalino jaspe. A própria cidade (v. 16), principalmente as suas praças (v. 21), são como vidro puro, embora sejam feitas de ouro puro. O efeito geral é de uma cidade transparente e incrivelmente bela, simbolizando glória e pureza sem fim. 21.19,20 — As pedras que servem de fundamentos do muro para a Nova Jerusalém receber o nome dos doze apóstolos (v. 14), embora não se tenha como saber qual das pedras preciosas representa cada apóstolo. Enquanto a cor exata de algumas delas seja incerta, é possível que o jaspe seja incolor, a safira seja azul, a calcedônia seja verde ou azul-esverdeado, a esmeralda seja verde claro, a sardônica tenha veios vermelhos e brancos, o sárdio seja vermelho como sangue, o crisólito seja amarelo, o berilo seja azul ou turquesa, o topázio seja dourado, o crisópraso seja verde claro, o jacinto seja azul ou arroxeado, e a ametista seja roxa ou violeta. 21.21 — As doze portas da cidade eterna, representando as doze tribos de Israel (v.l2), são feitas cada uma de uma imensa pérola. O que se destaca imediatamente é que as praças na Nova Jerusalém são de ouro (v.18), porém, também é significante que apenas uma delas seja mencionada (Ap 22.2). 21.22 — Não haverá um templo na Nova Jerusalém, porque o Pai e o Filho (o Cordeiro) estarão lá. Lembre-se de que Cristo se referiu ao Seu corpo como um templo (Jo 2.19,21) e de que a própria Igreja é chamada de templo de Deus (1 Co 3.16), templo santo e morada de Deus (Ef 2.21,22). 21.23 — Por causa da luz da glória de Deus e do Cordeiro, a cidade não necessita de sol nem de lua na condição eterna (contraste com Gênesis 1.1419). Especula-se que a glória divina foi a fonte de luz mencionada antes da criação do sol e da lua em Gênesis (Gn 1.3-5). 21.24 — De todas as nações (Mt 28.19; Lc 24-47), Cristo resgatou Seu povo (Ap 5.9), chamando continuamente os infiéis a arrependerem-se de
seus pecados e a crerem no Senhor (Ap 14.6,7). Grandes multidões, que podem estar no meio desse grupo na eterna Jerusalém, vieram à presença do Senhor em Apocalipse 7.9 e 15.1-4. Outros sustentam que as nações, aqui, referem-se aos crentes de nações que existiram durante o milênio (Ap 20.110). 21.25 — As portas da cidade eterna não precisarão ser fechadas, porque tudo o que podia ameaçar a cidade foi derrotado (v. 27) e lançado no lago de fogo (Ap 20.15). 21.26 — Esse versículo se apoia na verdade no 24- No entanto, repare na glória. Na adoração de Israel, nenhum gentio podia entrar nos limites santos sem sofrer sérias represálias. Lembre-se da perseguição que Paulo sofreu quando algumas pessoas pensaram que ele tinha levado um gentio para dentro do templo (At 21.22-29). Mas não haverá barreiras na Nova Jerusalém, pois todo ali serão santificados. 21.27 — Nunca mais o diabo (Ap 12.9), aquele por trás de toda abominação e mentira (Jo 8.44), poderá emergir para incitar o pecado (Gn 3). Seu destino eterno no lago de fogo é certo (Ap 20.10). Apenas os crentes, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro, terão permissão divina para entrar na Nova Jerusalém.
Apocalipse 22 22.1 — O rio fluindo com a água da vida lembra a água saindo do templo, em Ezequiel 47, assim como a expressão rios de água viva (Jo 7.38), usada por Jesus, simboliza o ministério da nova aliança pelo Espírito Santo (v.39). 22.2 — A árvore da vida na criação original ficava no meio do jardim do Éden (Gn 2.9), de onde toda a humanidade foi excluída depois que o pecado entrou no mundo (Gn 3.22-24). A visão apocalíptica de Ezequiel incluía árvores dando fruto a cada mês com folhas medicinais (Ez 47.12). Como apenas uma árvore da vida é mencionada aqui — embora seja nas duas
margens do rio —, é possível que seja um paralelo com Gênesis 2, indicando que um novo, melhor e eterno Éden chegou.
a selar o livro é porque o tempo para o seu cumprimento, possivelmente, está muito próximo.
22.3 — Nunca mais haverá maldição significa que a aflição do pecado, principalmente em relação à raça humana e à criação (Gn 3.14-19), será eliminada. Como Deus tinha comunhão com Adão e Eva antes de que eles caíssem em pecado (v.8), assim o Senhor estará novamente com os Seus servos eternamente. Por sua vez, estes servirão a Ele com dedicação (Rm 12.11).
22.11 — Injusto e sujo; justo e santo. Esse versículo, superficialmente, parece ser uma previsão de que crentes e descrentes viverão sua vida fiel às suas naturezas até o julgamento final (Ap 20.12-15). No entanto, é quase certo um apelo evangelístico implícito e indireto com base na oferta contínua do evangelho em Apocalipse 22.17 e 14.6,7.
22.4 — A esperança do crente hoje é ver o Senhor face a face (1 Co 13.12), algo que nem Moisés ou qualquer outro ser humano jamais teve permissão para fazer (Ex 33.20). Na sua testa estará o seu nome é um contraste com a marca da besta (Ap 13,16,17) e o cumprimento da promessa aos crentes fiéis da igreja da Filadélfia (Ap 3.12). A descrição pode ser extensiva às 144 mil testemunhas em Apocalipse 14.1. 22.5 — Não haverá mais noite [...] nem lâmpada cumpre a proclamação de Cristo sobre Ele mesmo como a Luz do mundo (Jo 8.12; 9.5; 12.46). Os habitantes eternos da Nova Jerusalém (Ap 21.27) reinarão para todo o sempre com o Senhor, como indicado em Apocalipse 1.6 e declarado em Daniel 7.18,27. 22.6,7 — As visões em Apocalipse são para informar aos servos de Deus, crentes verdadeiros que servirão e reinarão com o Senhor eternamente (v.35), as coisas que, em breve, hão de acontecer. Bem-aventurado introduz a sexta das sete bem-aventuranças no Apocalipse (v. 14; 1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6). 22.8,9 — João quase adora um anjo (Ap 19.10). Novamente, o anjo lembra João de que ele é apenas um conservo dele e o adverte a adorar apenas a Deus. 22.10 — Anteriormente, João foi ordenado a selar (isto é, não escrever) o pronunciamento dos sete trovões, em Apocalipse 10.4, como Daniel havia sido instruído a fazer (Dn 12.4,9). A razão pela qual João agora é ordenado
22.12,13 — A recompensa de cada crente de acordo com as suas obras é ensinada em 2 Coríntios 5.10. As recompensas de Cristo têm o propósito de fornecer um incentivo poderoso para uma vida de obediência. Não é de se admirar que o apóstolo Paulo disciplinasse rigorosamente a si mesmo de forma que não fosse desqualificado para a recompensa de reinar com Jesus (1 Co 9.24-27). O tribunal de Cristo pode ser um momento de grande remorso, ou pode ser uma ocasião de alegria extrema (2 Co 5.9-11). Depois da volta de Cristo, Ele dará recompensas aos seus. Isso é confiável porque Jesus está no controle de toda a história e da eternidade. 22.14.15 — A expressão bem-aventurados introduz a última das sete bemaventuranças no Apocalipse (v.7; 1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6). Como a árvore da vida é literal, mas também é vista de modo figurado (Pv 3.18; 11.30; 13.12; 15.4), sugere uma qualidade de vida envolvendo uma comunhão íntima com Jesus Cristo, firmada em uma obediência persistente. Esse pode ser um cumprimento da provisão de Cristo de vida e vida mais abundante (Jo 10.10). Como ninguém pode entrar na cidade pelas portas, a não ser que seu nome esteja escrito no Livro da Vida do Cordeiro (Ap 21.27), essa bem-aventurança está falando daqueles justificados pela fé que expressam essa fé em obediência (Ef 2.8-10). O vencedor obediente tem a promessa de receber a recompensa de entrar na Nova Jerusalém pelas portas da cidade, provavelmente um privilégio reservado para aqueles que compartilham do cortejo da vitória do Senhor. 22.15 — A expressão cães era comum usada pelos j udeus para se referir aos gentios (Mt 15.26); aqui, no entanto, parece referir-se aos falsos mestres
(Fp 3.2). Quem ama e comete a mentira demonstra ter uma vida dominada pela falsidade (Ap 21.8). 22.16 — A Raiz e a Geração de Davi. Jesus é tanto a Origem quanto o Filho de Davi, repetindo a palavra em Isaías 11.1,10. Jesus é maior do que Davi e o justo herdeiro do trono dele. A resplandecente Estrela da manhã significa que, para o cristão, Jesus é a confortante Luz em um mundo escuro até o amanhecer de Sua volta (Ap 2.28). 22.17 — Esse convite feito pelo Espírito Santo permanece em aberto para que qualquer um venha a Cristo, pela fé, e aceite a graciosa oferta de vida eterna do Senhor. 22.18,19 — O Apocalipse foi revelado para ser ouvido e obedecido (v.7; 1.3), e não adulterado. A pessoa que acrescentar ou tirar alguma coisa de seu conteúdo receberá de Deus a mais grave punição, uma correção com consequências eternas. Esse assustador aviso é mais forte até do que o de Deuteronômio 4-2 e Provérbios 30.6. 22.20 — O fato de Jesus estar voltando cedo, dentro da extensão do plano global de Deus para esta criação, é um tema que se repete no Apocalipse (3.11; 22.7,12). João acrescenta a esperança de todos os crentes à declaração de Cristo, orando: Vem, Senhor Jesus. 22.21 — A graça de nosso Senhor Jesus Cristo inicia e conclui o livro do Apocalipse (Ap 1.4), indicando que a mensagem da graça e do dom da vida eterna em Cristo (Ef 2.8,9) — não apenas a mensagem de juízo sobre os infiéis — pode ser encontrada nesse livro. Fonte: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/08/significado-do-livro-deapocalipse.html