Significado de
Filipensses
Filipenses 1 1.1-11 - Nos primeiros versículos, Paulo revela seu grande amor pelos filipenses. O apóstolo pensa neles com frequência (v. 3-6), preocupa-se com eles (v. 7,8) e ora constantemente por eles (v. 9-11). Esses textos revelam não só a relação de Paulo com os filipenses, mas também sua visão sobre Deus. O Senhor não apenas começa uma obra maravilhosa em nós; Ele termina o que começa. Isso é um consolo para os cristãos que estão passando por momentos de angústia ou sofrimento. Deus continuará Sua obra em Seus filhos. 1.1 - Em suas outras epístolas escritas na prisão (Efésios, Colossenses e Filemom), Paulo se considera um apóstolo. Nesta carta, ele começa intitulando a si mesmo e a Timóteo de servos. Esse título confirma Timóteo (Fp 2.19-23), Epafrodito (Fp 2.25-30) e Paulo (Fp 3.7-9) como indivíduos que demonstram a mesma atitude de um servo de Cristo (Fp 2.5-8). O termo santos significa aqueles que são separados para Deus e refere-se a todos os cristãos em Filipos. A palavra bispos remete àqueles que cuidavam do bem-estar espiritual da igreja local (sinônimo de anciãos e presbíteros em outras passagens, At 20.17 e Tt 1.5,7, respectivamente). Eram os principais administradores da igreja. O vocábulo diáconos alude aos que serviam à congregação em funções especiais no culto. Eram responsáveis por tratar das questões materiais da igreja (At 6.1-7). A menção desses dois grupos sugere que a igreja de Filipos havia crescido consideravelmente desde a primeira visita de Paulo (At 16.12-34). 1.2 - Paulo combina a palavra graça com uma tradução grega da saudação hebraica shalom, ou paz (2 Co 1.2; G11.3). A associação que o apóstolo faz do Senhor Jesus Cristo com Deus, nosso Pai, enfatiza a igualdade e a unidade dessas duas pessoas divinas. 1.3 - Na expressão dou graças, o tempo do verbo grego indica que Paulo agradecia continuamente a Deus pelos cristãos filipenses. Sempre que o Senhor os trazia à sua mente, o apóstolo dava graças, por todas as vezes que por se lembrava deles.
1.4 - A alegria, um tema que se destaca em Filipenses, marcava as orações de Paulo pelos cristãos em Filipos, mesmo quando ele intercedia pelas necessidades deles. Essa é a primeira das cinco vezes em que a palavra grega para alegria é usada na carta (v. 25;2.2,29; 4.1). Paulo também emprega o termo grego para regozijo nove vezes nessa epístola (v. 18; 2.17 [duas vezes], 18 [duas vezes], 28;3.1; 4.4 [duas vezes]). 1.5 - Cooperação é um termo usado para caracterizar uma parceria num empreendimento comercial no qual todas as partes têm participação ativa, a fim de assegurar o sucesso do negócio. Entre os cristãos, o vocábulo expressa intimidade com Cristo (1 Co 1.9) e com outros irmãos na fé (2 Co 8.4; 1 Jo 1.7). Nesse caso, é possível que Paulo esteja usando a palavra cooperação para se referir às contribuições financeiras que os filipenses lhe haviam ofertado desde o primeiro dia até agora (Fp 4.14,15). Desde que se tornaram cristãos, os filipenses se dedicaram continuamente a viver e proclamar a verdade sobre Jesus Cristo, e, em especial, a ajudar Paulo em seu ministério. 1.6 - Em algum momento do passado, Paulo se convenceu de que Deus completaria Sua boa obra entre os filipenses, e sua confiança permaneceu inabalável, o que se verifica na declaração tendo por certo. Quanto à expressão em vós, uma vez que vós é um pronome plural, a boa obra que Deus estava realizando acontecia entre os cristãos, e não em algum cristão isolado. A preposição até expressa avanço em direção a um objetivo e, neste versículo, indica que está chegando o tempo em que Deus terminará plenamente Sua obra entre os cristãos filipenses. O ministério do qual estes participaram continua (como uma corrida de revezamento) até o momento e continuará até a volta de Cristo, o Dia de Jesus Cristo. Paulo se refere a esse advento em outra passagem também como o Dia de Cristo (Fp 2.16). Quando ocorrer esse glorioso retorno, Jesus julgará os não cristãos e avaliará a vida dos que se tornaram Seus seguidores (2 Tm 2.11-13). 1.7 - A palavra justo expressa um sentido de retidão moral (de acordo com a Lei de Deus) e muitas vezes é traduzida dessa forma em todo o Novo Testamento. Neste contexto, indica que os pensamentos de Paulo com
relação aos filipenses estavam perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Na sentença porque vos retenho em meu coração, o termo coração se refere à parte mais profunda de uma pessoa, a sede dos pensamentos e das reflexões. Logo, podemos concluir que Paulo nutria extrema consideração pelos filipenses, principalmente porque estes haviam participado da graça dele, tanto nas prisões quanto na sua defesa e confirmação do evangelho. Uma vez que defesa implica discurso, podemos estar certos de que Paulo não ficou em silêncio enquanto permanecia na prisão, mas falou com ousadia sobre Jesus Cristo. E possível que o apóstolo também estivesse mostrando que testificaria acerca de Cristo em seus processos judiciais. A palavra confirmação, usada somente nesta passagem e em Hebreus 6.16 no Novo Testamento, é um termo legal e comercial que significa uma garantia válida. Defesa e confirmação são os aspectos negativo e positivo do ministério de Paulo. Ele defendia o evangelho contra os ataques de seus oponentes e confirmava-o por meio de sinais poderosos. Uma vez que ambos são termos legais, o modo como são usados por Paulo pode indicar que ele estivesse antecipando seu iminente julgamento. 1.8 - Deus me é testemunha. Como se tivesse feito um juramento em um tribunal de justiça, Paulo expressou a seriedade e a verdade do que estava para dizer: das saudades que de todos vós tenho. O apóstolo desejava ardentemente estar com os filipenses; ele ansiava pelo bem-estar espiritual deles. Neste sentido, o termo todos enfatiza que cada um dos cristãos em Filipos (não somente a liderança) era o foco da atenção de Paulo. Quanto à expressão afeição de Jesus Cristo, o significado literal da palavra traduzida como afeição remete aos órgãos internos, considerados pelo leitor do século 1 como a sede dos sentimentos mais profundos. Visto que o coração era o centro da reflexão, Paulo, neste versículo, falou de sua afeição, seus sentimentos entranhados pelos cristãos. Segundo a terminologia moderna, Paulo revelou que tinha o coração de Jesus Cristo. Seus sentimentos pelos filipenses eram como os de Jesus, que os amou e morreu por eles. 1.9 - E peço isto. Os versículos 9-11 apresentam o conteúdo da oração de Paulo pelos filipenses. Ele desejava que a fervorosa caridade deles
continuasse acesa, mas dentro do esplendor da plena ciência e do conhecimento espiritual. Amor sem ciência é como um rio sem curso. As águas incontroladas são desastrosas, mas eficazes quando controladas. A caridade que Paulo buscava para os cristãos é a forma mais sublime de amor em Cristo, baseada num compromisso duradouro e incondicional, não numa emoção instável. O vocábulo ciência é o primeiro de dois termos nos quais se edifica uma caridade direcionada. A ciência sugere um entendimento íntimo pautado numa relação com o próximo. Neste caso, o ponto para onde converge essa ciência é Deus. Encontrada no Novo Testamento somente nesta passagem, a palavra grega traduzida como conhecimento significa entendimento moral ou ético fundamentado no intelecto e nos sentidos. O termo indica percepção ou visão de situações sociais. 1.10 - Para que aproveis. O verbo aprovar é usado na literatura antiga em referência ao teste do ouro que determina sua pureza e ao experimento com bois que avalia se eles são úteis para a tarefa prestes a ser feita. A proposta do versículo anterior de aumentar a caridade, controlada pela ciência, tem por objetivo a capacidade de avaliar pessoas e situações de um modo correto. O termo sinceros, cujo significado literal é julgados pela luz do sol, não significa esforçar-se com honestidade; em vez disso, quer dizer puros, sem mistura, e livres de falsidade. Qualquer mancha em uma roupa ou imperfeição em uma mercadoria poderia ser vista quando o objeto fosse colocado contra a luz do sol. Neste sentido, Cristo morreu para, com Seu sangue, purificar a Igreja de toda mácula (Ef 5.27). Usando ainda outra expressão explícita para descrever o cristão, sem escândalo, Paulo esclarece o sentido de não escandalizar alguém. Neste versículo, significa os filipenses não induzirem os outros a pecarem por causa da conduta pessoal. Isso é de extrema importância porque o alvo que o cristão tem à sua frente é o Dia de Cristo, no qual ele se colocará diante do Salvador, que é a testemunha fiel e verdadeira (Fp 1.6; 1 Co 1.8; 5.5), para ser avaliado. Essa possibilidade regozijadora, porém séria, deveria motivarnos a purificar nossa vida (1 Jo 2.28; 3.2,3). 1.11 - Entendemos melhor a expressão frutos de justiça como frutos resultantes de nossa justificação ou frutos caracterizados pela conduta moralmente correta. O termo justiça descreve a fonte ou a natureza dos
frutos: o comportamento. Crescer em caridade [amor] e buscar uma vida sábia e pura, que transborde justiça, resultam em glória e louvor de Deus. Assim, a cada dia aumentamos nossa capacidade de agradar ao Senhor e glorificá-lo para sempre. 1.12'26 - Paulo revela as pressões externas e internas que estava enfrentando. Ele se alegra porque, a despeito da perseguição física e do ostracismo social, a Palavra de Deus estava sendo proclamada com muito êxito. Além disso, embora tivesse o desejo de estar no céu com Jesus, o apóstolo percebeu que Deus o estava mantendo na terra para ajudar os filipenses a continuarem sendo bem-sucedidos na anunciação do evangelho. 1.12 - E quero, irmãos, que saibais. Paulo usa essa afirmação ou outras similares para apresentar uma importante declaração com respeito a uma questão mal-entendida. Por causa do amor por Paulo e da confiança que depositaram em seu ministério, os filipenses fizeram doações repetidas vezes e de forma generosa, mesmo vivendo em meio à pobreza, para o sustento da campanha missionária do apóstolo. Viam isso como um grande investimento no Reino. Paulo queria que os filipenses soubessem que a prisão dele, em vez de impedir a expansão do evangelho, estava colaborando com ela, por isso o uso da forma verbal contribuíram. Essas palavras confortariam os cristãos de Filipos, que estavam preocupados com o bem-estar de Paulo e precisavam ter certeza de que suas orações por ele e suas dádivas não haviam sido em vão. A expressão maior proveito poderia sugerir o trabalho pioneiro de abrir um caminho por uma floresta densa. A prisão de Paulo era um avanço estratégico no Reino de Deus porque estava permitindo que o evangelho entrasse nos escalões do exército romano (v. 13) e até no palácio real (Fp 422). Essas eram duas áreas que, sob circunstâncias normais, estariam fechadas para a Palavra de Deus. 1.13 - As minhas prisões em Cristo. A expressão em Cristo mostra que Paulo considerava sua prisão como o resultado da vontade soberana de Deus, pois promoveu o evangelho de duas formas. Primeiro, a guarda do
palácio o ouviu enquanto Paulo pregava no cárcere. A guarda pretoriana era composta de milhares de soldados de elite altamente treinados do império romano cujo quartel-general ficava em Roma. Durante os dois primeiros anos em que Paulo ficou em prisão domiciliar em Roma, diferentes soldados se revezaram para vigiá-lo. Uma vez que permaneciam acorrentados a Paulo, eles não tinham outra opção senão ouvilo proclamar o evangelho; não podiam bater nele para que ficasse em silêncio porque ele era um cidadão romano (At 16.37,38). Apesar de Paulo não poder sair para pregar ao mundo, Deus levou o mundo a Paulo. Em uma inversão irônica, os soldados ficavam cativos e Paulo ficava livre para pregar. Segundo, todos os demais lugares - os que visitavam Paulo ouviram o evangelho. Alguns dos visitantes eram líderes dos judeus em Roma (At 28.17). 1.14 - Muitos dos irmãos no Senhor [...] ousam falar a palavra. Muitos cristãos que viram Paulo algemado em Roma foram incentivados a pregar o evangelho com ousadia, enfatizando a demonstração audaz exterior de um caráter interior e o sentimento de coragem. Embora também pudessem ser presos, eles foram impulsionados pela intrepidez de Paulo e proclamaram a mensagem sobre Jesus Cristo sem temor. 1.15 - Os que pregavam por inveja e porfia não eram hereges, uma vez que pregavam acerca de Cristo. Mas, ao que parece, tinham ciúmes da atenção que Paulo recebia e decidiram plantar sementes de dissensão, a fim de causar problemas ao apóstolo. Outros cristãos, de boa mente, anunciavam a mensagem a respeito de Jesus com bons motivos. Eles admiravam Paulo e o evangelho, e dedicavam-se a servir a Deus com fidelidade. 1.16,17 - Alguns manuscritos invertem a ordem dos versículos 16 e 17. Os motivos dos cristãos que anunciavam Cristo por contenção podiam ser considerados qualquer coisa, exceto bons. O termo contenção significa que eles não pregavam para honrar a Deus ou ajudar Paulo, mas para ganhar aplausos e seguidores para si mesmos (Fp 2.3). A expressão não puramente enfatiza o modo como esses cristãos estavam agindo. Em julgando acrescentar aflição às minhas prisões, o significado literal do verbo acrescentar é levantar ou causar. Em outras palavras, Paulo acreditava que
esses pregadores, na verdade, desejavam causar-lhe mais problemas enquanto ele estivesse na prisão. 1.18 — Com o questionamento Mas que importa?, Paulo, em essência, estava dizendo: “Os motivos dos que anunciam a Cristo por contenção estão entre eles e Deus”. Independente de as pregações serem feitas com fingimento ou em verdade, por aparência ou pelo que era correto, Paulo se satisfazia com o fato de que o evangelho estava sendo propagado. Observe que o apóstolo não estava fecha do os olhos para o erro. Ele amaldiçoou aqueles que corrompiam o evangelho (Gl 1.6-9). O problema tinha a ver com motivo e atitude, não com doutrina. Quanto à expressão me regozijo, significa simplesmente alegrar-se. Como o espírito nobre e magnânimo de Paulo era diferente! Em vez de irritar-se e ser vingativo, ele se regozijou. Isso aconteceu porque seu foco estava em Jesus Cristo (Hb 12.2,3). 1.19-26 - A vida de Paulo é um exemplo de como render glória a Cristo, seja pela vida ou pela morte (v. 20). 1.19 - Disto me resultará salvação. Paulo expressou sua atitude positiva e sua confiança com relação ao modo como o Deus soberano resolveria essa situação difícil. A palavra grega traduzida como salvação neste versículo normalmente é traduzida dessa forma. No Novo Testamento, é usada como referência à cura física, ao livramento do perigo ou da morte, à justificação, à santificação e à glorificação. Neste texto, Paulo alude ao seu fortalecimento diário para suportar a situação complicada que estava diante dele. E possível que o apóstolo também estivesse mostrando sua convicção de que seria libertado da prisão (v. 25). Vossa oração. Este seria o canal para sua libertação. A oração de cristãos em nome de outros irmãos na fé é essencialmente importante porque, por meio dela, e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, Deus produz resultados positivos. Originalmente, a palavra socorro era usada como referência a um benfeitor rico que pagava as despesas de um coral ou de uma companhia de dança. Tempos depois, e de um modo mais geral, passou a significar prover os generosos recursos que supririam as necessidades de alguém. 1.20 - A expressão intensa expectação traduz uma palavra grega que descreve a mão estendida de alguém chamando a atenção para um objeto. O
termo esperança não é simplesmente excesso de otimismo, mas uma expectativa confiante. Paulo estava decidido a não ser envergonhado em nada e por ninguém, o que se verifica na declaração em nada serei confundido. De um modo vívido, demonstrou que as ações corretas não são determinadas pelo meio em que se vive, mas pelo pensamento correto. Paulo estava empenhado em assegurar que Cristo seria, mais do que nunca, manifesto em sua vida, engrandecido. Ele não confiava em si mesmo para exaltar Jesus, mas no Espírito Santo (v. 19) para engrandecer Cristo nele (Jo 16.14; 2 Co 3.18). Para o apóstolo, não havia diferença entre vida e morte, desde que pela vida ou pela morte dele Cristo fosse engrandecido, glorificado e exaltado diante dos outros. 1.21 - Para mim é similar à expressão no que me diz respeito. Paulo sabia o que era o ganho em sua morte porque estaria com Cristo (v. 23). Na verdade, talvez ele estivesse expressando sua confiança de que, uma vez que sua prisão havia promovido o evangelho, Deus também usaria sua morte para promover Seu Reino. 1.22 - Fruto da minha obra. Se Paulo continuasse a viver, ele teria a oportunidade de pregar o evangelho para mais pessoas e veria a vitória espiritual na vida dos filipenses. De acordo com a sentença o que deva escolher, Paulo estava em um dilema porque claramente via as vantagens tanto da vida como da morte para o cristão. A vida significava uma chance de ministrar às pessoas como os filipenses (v. 24), enquanto a morte significava estar com Cristo, seu Salvador. 1.23 - Paulo se sentia em aperto de todos os lados, como uma cidade sitiada sem esperança de ver-se livre de sua aflição. Ele estava dividido entre a possibilidade de encontrar-se com o S e nhor e a sua paixão por ministrar aos filipenses. Neste versículo, o desejo significa mais do que uma vontade; indica uma forte ânsia. Em relação à profissão de Paulo como fabricante de tendas, o termo partir quer dizer levantar acampamento ou desfazer a tenda com o intuito de preparar-se para viajar para outro lugar. Paulo via a morte não como o fim da vida, mas como um momento de transição de um lar para outro. Em sua mente, não havia uma comparação
real entre a vida e a morte porque esta era muito melhor (literalmente, “muito mais superior”). Jesus disse que prepararia um lugar para nós (Jo 14). Esse lugar já está preparado na casa do Pai. 1.24 - A palavra grega traduzida como mais necessário contrabalança a expressão muito melhor do versículo 23. A ideia contida no verbo ficar é permanecer completamente ou perseverar. E uma forma intensiva do termo grego usado para permanecer no versículo 25. O fato de que Deus queria que ele continuasse a viver era, de acordo com Paulo, totalmente necessário para o crescimento espiritual dos filipenses (v. 25). 1.25 - Proveito vosso. Paulo não estava satisfeito com o fato de os cristãos filipenses serem simplesmente salvos, mas queria que eles progredissem rumo à maturidade em Cristo. Por isso, sentia a responsabilidade de continuar a ensinar-lhes. 1.26 - A vossa glória [...] por mim. Paulo sabia que, uma vez que os filipenses o amavam muito, eles ficariam contentes em ver que Deus havia preservado a vida dele na prisão, e que o apóstolo estava certo de que o ministério com eles continuaria. O significado literal de glória é ostentação ou exaltação. A glória dos cristãos de Filipos aumentaria drasticamente por causa da obra do Senhor. 1.27—4.9 - Paulo dedica a principal seção de sua carta à instrução dos filipenses sobre a importância de conduzir a vida como servos que se dedicam ao seu Senhor. O apóstolo ilustra esse ensino ao referir-se ao modo como Jesus Cristo, Timóteo, Epafrodito e ele mesmo viveram. 1.27 - A expressão deveis portar-vos poderia referir-se ao cumprimento das obrigações de um cidadão. Uma vez que Filipos tinha a posição privilegiada de uma colônia romana, seus habitantes entendiam as responsabilidades associadas à cidadania. Neste versículo, Paulo lhes ordenou (a primeira ordem na carta) que mudassem sua perspectiva da esfera terrena para a celestial. Eles deveriam viver neste mundo como cidadãos de outro mundo, o reino celestial. Sua conduta deveria revelar sua cidadania celestial. Neste sentido, os filipenses não deveriam permanecer isolados, mas juntos num mesmo espírito e numa mesma mente, unidos por um objetivo comum,
combatendo juntamente. Trabalho em equipe é o conceito fundamental transmitido por essa expressão grega, cujo significado literal é envolver-se juntamente em uma competição esportiva. Deus nunca tencionou que os cristãos ficassem sozinhos. Seu plano é que nós nos reunamos para fortalecer e encorajar uns aos outros (Fp 2.2) pela fé. Paulo estava pedindo que eles combatessem juntamente não só pelo crescimento da fé de cada um, mas também pela verdade do cristianismo, a fé comum de todos. 1.28 - A palavra traduzida como espanteis é um termo forte usado como referência ao medo de um cavalo em pânico. Os filipenses não deveriam ficar aterrorizados diante de seus inimigos. Sua coragem seria prova de sua salvação e do terrível fracasso de seus adversários. Indício de perdição. Ao combaterem juntamente com amor e confiança, os filipenses seriam uma prova viva (termo legal simbolizando a prova obtida por uma análise dos fatos) para seus oponentes de que a mensagem de Jesus Cristo é verdadeira. Isso confirmaria a condição perdida de seus opositores. Uma vez que Paulo fez um contraste entre salvação e perdição, seu foco neste versículo, sem dúvida, estava em questões eternas. Confronte isso com a ênfase do apóstolo em sua própria salvação no versículo 19. 1.29 - Padecer. O sofrimento é, na verdade, uma dádiva de Deus, pois nele o Senhor nos consola (2 Co 1.5) e consente que nos regozijemos (1 Pe 412,13). Esse sentimento é uma bênção porque traz recompensa eterna (Mt 5.1-12; 2 Co 4.17; 2 Tm 2.12; Ap 22.12). Deus o vê como uma ferramenta para cumprir Seus propósitos tanto em Seu Filho (Hb 2.10) como em Seus filhos (1 Pe 1.6,7). Além disso, o sofrimento nos amadurece como cristãos no presente (Tg 1.2-4) e permite que sejamos glorificados com Cristo no futuro (Rm 8.17). 1.30 - O mesmo combate. Os filipenses enfrentariam as mesmas lutas que Paulo. Eles precisavam aprender a ser vitoriosos em meio às provações seguindo o exemplo de Paulo diante de sua perseguição.
Filipenses 2 2.1 - A maior luta dos filipenses não era contra suas circunstâncias externas, mas contra aquelas atitudes internas que destroem a unidade. Paulo demonstrou que ele mesmo se negou a deixar que as situações controlassem seus atos (Fp 1.12-18). A conjunção portanto liga o conflito do apóstolo ao dos filipenses. A repetição da conjunção condicional se neste versículo indica certezas, e não possibilidades. Cada se expressa a ideia de uma vez que, e cada oração subsequente pode ser considerada como verdadeira. As Escrituras ensinam que nossa comunhão não é somente com Deus, o Espírito Santo, mas também com Deus-Pai ( l Jo 1.3) e Deus-Filho (1 Co 1.9; 1 Jo 1.3) bem como com outros cristãos (1 Jo 1.7). Sobre o significado do termo afetos, veja o comentário de Filipenses 1.8. O vocábulo grego compaixões significa desejos compassivos que se desenvolvem em resposta a uma situação e que estimulam uma pessoa a suprir necessidades reconhecidas naquela situação.
A palavra grega traduzida como humildade sugere um profundo senso de submissão. Embora os escritores pagãos a usassem de forma negativa, com o sentido de humilhação ou abjeção, não era assim que Paulo a empregava. O que ele estava pedindo era que cada indivíduo fizesse uma avaliação sincera de sua própria natureza. Essa avaliação deveria sempre conduzir a uma glorificação de Cristo, pois, sem Ele, nada podemos fazer (Jo 15.5).
2.2 - Neste versículo, o apóstolo apresenta um apelo que consiste em quatro partes e expressa uma ideia importante: a unidade da Igreja. O termo o mesmo expressa a preocupação de Paulo com a humildade (Fp 4.2). Paulo ilustra essa atitude nos versículos 3 e 4 e depois descreve o maior exemplo de humildade, o próprio Jesus Cristo, nos versículos 5 a 8. Quanto à expressão o mesmo amor, veja o comentário de Filipenses 1.9. Ao incitar os cristãos de Filipos a sentirem o mesmo ânimo, Paulo está enfatizando uma unidade de espírito entre eles (SI 133), literalmente uma união da alma. As palavras que o apóstolo usa para indicar uma mesma coisa são praticamente idênticas às traduzidas como o mesmo no início deste versículo. Paulo estava salientando de maneira contundente a unidade que deveria existir entre os cristãos e como eles deveriam combater juntamente com determinação para o avanço do evangelho de Jesus Cristo. 2.3 - Neste versículo Paulo tenta corrigir algum mal-entendido que possa surgir acerca do que ele disse no início da carta sobre algumas pregações feitas por motivos egoístas (Fp 1.15,16). Sua preocupação era que alguém pensasse que ele estaria aceitando a contenda, desde que o evangelho estivesse sendo pregado. O termo grego traduzido como vanglória significa orgulho vazio ou autoestima infundada. O orgulho não deve ser uma motivação do cristão; pelo contrário, tudo deve ser feito no poder do Espírito Santo.
2.4 - O verbo atente significa dirigir a atenção para algo. Uma vez que implica o exercício de intensa concentração mental, Paulo queria que seus leitores fizessem tudo que estivesse ao alcance deles para se envolverem com o suprimento das necessidades dos outros, assim como com as deles.
Cada um considere. Este verbo indica uma análise completa dos fatos para se chegar a uma conclusão correta sobre a questão. Em outras palavras, cada cristão filipense deveria avaliar-se da maneira apropriada, o que o levaria a valorizar os outros. O autoexame sincero que Paulo estava aconselhando produz a verdadeira humildade. Isso permite ao indivíduo considerar o próximo antes de si mesmo, valorizar mais as pessoas do que os bens materiais ou planos pessoais, considerar os outros superiores a si mesmo.
2.5 - Os versículos 5 a 8 apresentam uma das afirmações mais significativas de todas as Escrituras sobre a natureza da encarnação divina, o fato de Deus ter se tornado homem. Além disso, por meio desta maravilhosa descrição de Cristo, Paulo ilustra, de modo vívido, o princípio da humildade (v. 3,4). De sorte que haja. Toda ação misericordiosa começa com a renovação da mente. Pensamentos corretos geram atitudes corretas. Nossos atos são frutos de nossos pensamentos mais profundos. Pensar e ser como Cristo são exigências não apenas para um indivíduo, mas também para a Igreja, por isso o uso da expressão em vós. Juntos, precisamos pensar e agir como um ser, como a pessoa de Jesus Cristo. 2.6 - Forma. Paulo usa de modo cuidadoso a palavra grega morphe com o gerúndio para mostrar que a natureza de Cristo possui é o caráter específico ou a substância essencial de Deus. Essa palavra sempre expressa a natureza do ser com o qual está associada. O status quo que Deus possui, Jesus possuiu. Portanto, se a natureza de Jesus é a natureza de Deus, Jesus é Deus.
Sendo Deus, Cristo não partilhou a natureza divina por usurpação, ou seja, algo a ser tomado pela força, como se já não o tivesse, ou algo a ser retido, como se Ele pudesse perdê-lo. Conforme foi usada neste versículo, a palavra igual fala de igualdade em termos de existência. Cristo era totalmente divino, mas se limitou de tal modo que pudesse também ser completamente humano. Em Cristo, Deus se tornou homem. 2.7 - A expressão aniquilou-se a si mesmo pode ser traduzida como esvaziou-se a si mesmo. Cristo fez isso ao assumir a forma de servo, um simples homem. Ele não se esvaziou de alguma parte de Sua essência como Deus. Pelo contrário, assumiu a existência como homem. Embora ainda fosse completamente divino, Ele se tornou completamente humano. Jesus acrescentou à Sua essência divina (v. 6) a essência de um servo, a forma, ou seja, as características essenciais de um ser humano, procurando cumprir a vontade de outro. Paulo não diz que Cristo trocou a forma de Deus pela forma de servo, implicando uma perda da deidade ou dos atributos da deidade. Em vez disso, na encarnação, Cristo continuou com a mesma natureza de Deus, mas acrescentou a si mesmo a natureza de um servo. Neste contexto, o termo servo se refere à posição mais baixa na progressão social (Hb 10.5), exatamente o oposto do termo Senhor, um título pelo qual todos, um dia, reconhecerão o Cristo ressurreto e exaltado (v. 11). É surpreendente, portanto, que o Deus que criou o universo (Jo 1.3; Cl 1.16) e reina sobre toda a criação (Cl 1.17) escolheria acrescentar à Sua pessoa a natureza de um servo. A palavra semelhante não significa que Cristo apenas parecia um homem. Antes, o termo enfatiza a identidade. Ele era um homem, com todos os aspectos essenciais de um ser humano, embora, ao contrário de todos os outros, não tivesse nenhum pecado. 2.8 - Forma. Essa é a terceira palavra que Paulo usa para mostrar aos filipenses que Jesus Cristo, que é completamente Deus desde toda a eternidade, também foi completamente homem. Nos versículos anteriores, Paulo descreveu Jesus como alguém que possui a natureza de Deus e assumiu a natureza de servo. Jesus veio a terra com a identidade de um homem. Neste versículo, o vocábulo forma indica as características externas de Jesus: Ele tinha o porte, as ações e os modos de um homem.
Jesus voluntariamente assumiu o papel de servo, humilhou-se a si mesmo; ninguém o forçou a isso. Embora nunca tivesse pecado nem feito algo para merecer a morte, Ele escolheu morrer, sendo obediente, para que os pecados do mundo lhe pudessem ser imputados. Subsequentemente, Cristo poderia creditar Sua justiça na conta de todos os que cressem nele (2 Co 5.21; Gl 1.4). Usando a declaração até à morte e morte de cruz, Paulo descreve o sentido profundo da humilhação de Cristo ao lembrar seus leitores que Ele morreu pela forma mais cruel de pena de morte, a crucificação. Os romanos reservavam a morte agonizante pela crucificação para escravos e estrangeiros, e os judeus a viam como uma maldição de Deus (Dt 21.23; Gl 3.13). 2.9 - Observe o contraste entre Jesus se colocando em uma posição humilhante (v. 8) e Deus, o Pai, elevando-o a uma posição em que o exaltou soberanamente. Na terra, Cristo era Deus, mas parecia um homem; de volta ao céu, Ele manteve Sua humanidade, mas manifesta Suas prerrogativas de deidade. Deus graciosamente lhe deu o nome. Na terra, Cristo foi coroado com espinhos (Mt 27.29); de volta ao céu, Ele é coroado de glória e de honra (Ap 5.12-14). Ao afirmar e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, Paulo está referindo-se à passagem do Antigo Testamento que fala do nome divino Yahweh (Senhor). 2.10 - Todo joelho. Embora todos, um dia, adorarão Cristo, somente aqueles que depositaram sua fé nele nesta vida terão uma relação eterna com Ele após a morte (Ap 20.13-15). Dos que estão [...] debaixo da terra. Paulo se refere àqueles que já terão morrido no momento da volta de Cristo, em contraste com os anjos no céu e aqueles que ainda estarão vivendo na terra. 2.11 - Confesse é um verbo forte e intenso que significa concorde ou diga o mesmo. Em essência, Paulo está dizendo que todos serão unânimes em afirmar o que Deus, o Pai, já afirmou (Is 45.23): que Jesus Cristo é Senhor. 2.12 - De sorte que. Paulo deseja que os filipense respondam de um modo positivo à sua admoestação quanto a terem a mente de Cristo (v. 5-8). A ordem é para todo o grupo, uma vez que o sujeito oculto (vós) é plural. O tema é a salvação mútua e coletiva deles (Fp 1.19,28; Lc 22.24-30). O
termo grego traduzido como operai alude à presente libertação dos filipenses. Ele foi usado por Estrabão, autor do século 1, como referência à escavação de minas de prata. Portanto, a salvação pode ser comparada a um grande presente que precisa ser aberto para a total alegria do indivíduo. Observe que Paulo está incentivando os filipenses a desenvolverem e operarem sua salvação, mas não a trabalharem para obtê-la. Demonstrar a graça e o poder de Deus ao mundo por meio de nossa unidade e nosso amor (compare com Jo 13.34,35) é uma responsabilidade muito séria, por isso requer temor e tremor. Não se trata do medo como covardia, mas de respeito pelo grande valor da tarefa. Os filipenses deveriam esforçar-se e tratar de cumprir suas obrigações corretamente. Não deveriam ter medo da responsabilidade, mas tratá-la como uma comissão de primeira ordem. Os resultados determinariam sua posição de privilégio e de glória no Reino de Cristo. 2.13 - O próprio Deus está agindo em nossa vida, e tudo o que Ele faz nela se dá segundo a Sua boa vontade (Rm 8.28). Deus se agrada em fazer o bem a nós, mas Ele só pode abençoar-nos quando há obediência à Sua vontade (Jo 15.10). Nosso maior objetivo deve ser agradar-lhe em tudo o que fizermos. O Senhor supre tanto o desejo como a capacitação para cumprirmos Sua vontade. Só precisamos apropriar-nos da providência dele.
ser irrepreensíveis em suas ações e atitudes, tanto dentro como fora da igreja (1 Tm 3.2). O adjetivo inculpáveis é um termo técnico usado como símbolo de algo apropriado para ser oferecido como um sacrifício a Deus, sem mancha ou defeito, não contaminado pelo pecado.
2.14-16 - Estes versículos contêm instruções específicas sobre como os filipenses deveriam fazer todas as coisas. O apóstolo lhes mostrou em 1.27—2.13 o tipo de atitude que deveriam desenvolver. Os cristãos de Filipos teriam de adotar em sua vida coletiva e individual uma conduta digna do grande chamado de Deus para eles. Paulo usa a expressão todas as coisas para enfatizar o caráter inclusivo dessa ordem.
2.17 - Seja oferecido. Judeus e gregos às vezes derramavam vinho sobre um altar concernente a sacrifícios religiosos (Nm 15.1-10). Alguns interpretam essa figura de linguagem como uma descrição do próprio martírio de Paulo pela causa de Cristo. No entanto, o conteúdo da carta revela, em contrapartida, que Paulo acredita que viverá (Fp 1.25) e espera ser libertado da prisão em breve (v. 24). Portanto, é provável que Paulo estivesse dizendo que ele estava, neste momento, sendo oferecido como libação viva em nome da fé dos filipenses.
2.14 - Os filipenses não expressavam insatisfação nem murmurações (Fp 2.1-4), mas esta palavra sugere que a escandalosa dissensão ainda não havia se manifestado. 2.15 - Este versículo se concentra no testemunho da Igreja. O objetivo da ordem no versículo 14 era que os filipenses fossem irrepreensíveis portadores da luz no mundo. Eles não deveriam merecer censuras porque estariam livres de falhas ou defeitos em relação ao mundo (Fp 3.6). Se os cristãos filipenses quisessem dar testemunho em sua comunidade, teriam de
Paulo descreve o mundo como algo contrário ao cristão, uma geração corrompida e perversa. Por um lado, o mundo se afasta da verdade; por outro, exerce uma influência perversiva contrária à verdade. Logo, para fazer a diferença, era necessário que os filipenses agissem como Paulo declara nesta passagem: resplandeceis como astros. Ele os descreve como estrelas cuja luz penetra a escuridão espiritual de um mundo pervertido. Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Ele também disse: Vós sois a luz do mundo (Mt 5.14). Em essência, Cristo é luz. Seremos a luz do mundo desde que reflitamos Cristo. 2.16 - O verbo grego traduzido como retendo contém duas ideias: retendo e oferecendo. O primeiro conceito sugere uma firmeza na qual nossa luz (v. 15) brilha continuamente para Deus. O segundo implica projetarmos nossa luz na escuridão deste mundo. A forma verbal corrido indica uma atividade enérgica, enquanto trabalhado, a labuta do ministério de Paulo.
O termo sacrifício significa basicamente o ato de oferecer algo a Deus. No tocante à palavra serviço, Paulo escolhe um vocábulo grego que remete a uma pessoa que cumpre os deveres de um cargo público à própria custa. No contexto cristão, essa palavra fala da adoração humildemente oferecida ao Senhor.
2.18 - Por isto mesmo. Uma vez que Paulo estava alegre em meio aos seus sofrimentos em favor dos filipenses (v. 17), ele esperava que os filipenses considerassem seu sofrimento não como um motivo de tristeza, mas como uma fonte de contentamento. O apóstolo havia adquirido de Jesus o espírito da verdadeira bênção (Mt 5.10-12). 2.19-30 - Paulo enviou dois de seus companheiros de ministério, Timóteo e Epafrodito, para ministrar aos filipenses. Os dois eram exemplos de humildade, unidade, e do serviço sacrificial que Paulo estava ensinando (Fp 2.1-18). Esses homens poderiam servir como lições práticas do ensino de Paulo, epístolas vivas a serem lidas pelos filipenses. Nossa vida pode falar de um modo mais poderoso que o maior pregador. 2.19 - Paulo equilibrou a passagem sombria anterior (v. 12-18) com a esperança otimista de enviar seu colaborador Timóteo, cujo nome significa aquele que honra a Deus, que era de uma família de cristãos. Sua mãe, Eunice, e sua avó, Lóide, tornaram-se cristãs (2 Tm 1.5). Ele havia acompanhado Paulo na segunda viagem missionária, durante a qual implantaram a igreja em Filipos. Ao que parecia, Timóteo era benquisto pelos filipenses e, por sua vez, demonstrava uma grande preocupação com eles (v. 20-22). 2.20 - De igual sentimento. Timóteo e Paulo tinham o mesmo tipo de preocupação com os filipenses (leia a segunda ordem de Paulo no versículo 2 para que os filipenses sentissem o mesmo). 2.21 - O termo todos é uma forma exagerada para dar ênfase. A maioria das pessoas muitas vezes é egoísta, mas Paulo sabia que Timóteo era diferente. Ele exorta os filipenses (v. 3) a também se libertarem desse modo de vida, se tiverem a mente de Cristo (Fp 2.5-8). Essa ainda é a vontade de Cristo para nós. 2.22 - Timóteo mostrou sua experiência fiel aos filipenses, que sabiam de seus dez anos de ministério com o apóstolo Paulo. A expressão como filho foi usada porque, na época do Novo Testamento, o filho servia ao pai para aprender os negócios da família. Servir dessa forma significava aprender
tudo sobre o assunto e dispor-se a obedecer ao mestre para se tornar o mais habilidoso possível no trabalho. 2.23 - Tenha provido a meus negócios. Antes de enviar Timóteo aos filipenses, Paulo precisava avaliar com cuidado sua própria situação. Ele explicou essa necessidade por meio do uso de um termo grego que significa manter os olhos fixos em uma única coisa e desviá-los das demais. 2.24 - Paulo aguardava o resultado de seu caso para enviar Timóteo. Ao que parece, ele ansiava por uma decisão judicial sobre sua prisão, por isso afirmou confio no Senhor. Todos os pensamentos, as atitudes e as ações dos cristãos devem nascer do fato de que eles estão no Senhor (Fp 2.19). Pelo uso da expressão em breve, observa-se que Paulo esperava ser libertado da prisão num futuro próximo. 2.25 - Epafrodito foi um cristão filipense enviado pela igreja de Filipos para levar as ofertas a Paulo (Fp 4.18) e ajudá-lo em seu ministério. E descrito com uma série de elogios: irmão, cooperador, companheiro nos combates, enviado aos filipenses e um homem para prover a Paulo. E mencionado na Bíblia somente nesta carta. Paulo considera Epafrodito de igual para igual na obra de proclamar o evangelho, por isso o chama de cooperador. A expressão companheiro nos combates era usada para referir-se somente àqueles que haviam lutado honradamente ao lado de outro. Paulo, portanto, faz seu maior elogio a Epafrodito por seu serviço fiel na causa de Cristo. Denominando- o vosso enviado, Paulo usa o termo grego normalmente traduzido como apóstolo, mas não em seu sentido técnico. Tanto Paulo como Epafrodito eram mensageiros, mas a autoridade daquele era maior do que a deste. Paulo tinha sido comissionado diretamente por Jesus Cristo, enquanto Epafrodito, enviado pelos filipenses. 2.26 - Saudades. Paulo declarou que Epafrodito demonstrava a mesma preocupação que a dele com os filipenses (Fp 1.8). Portanto, eles foram um em seu trabalho para o Senhor (v. 25) e são um em seu amor pelo povo de Deus.
2.27 - Doente e quase à morte. Paulo estava certificando-se de que os filipenses haviam entendido o esforço de Epafrodito pela causa de Jesus Cristo. O estado de saúde de Epafrodito estivera muito pior do que eles haviam imaginado. Paulo via a cura de Epafrodito como intervenção direta de Deus. Embora Paulo exercesse poderes apostólicos (2 Co 12.12), esses poderes eram inúteis fora da vontade e do tempo de Deus. 2.28 - Vo-lo enviei mais depressa. Paulo devolve Epafrodito aos filipenses antes do que eles esperavam. Ele faz isso por duas razões: (1) para incentivar os filipenses a alegrar-se, fazendo-os saber que Epafrodito está fisicamente bem e cumpriu o serviço espiritual que lhe haviam designado, e (2) para aliviar o fardo que ele, Paulo, estava carregando (isto é, para que ele tenha menos tristeza) por se preocupar com a possibilidade de os filipenses respeitarem menos Epafrodito do que deveriam.
para a conduta deles porque eles tomariam a atitude correta. A preocupação de Paulo era que os filipenses não caíssem na armadilha preparada por aqueles que estavam dentro da igreja e apoiavam a heresia, por isso o apóstolo disse que seus conselhos são segurança. 3.2 - Nos tempos do Novo Testamento, cães eram animais odiados. O termo passou a ser usado como referência a todos os que tinham uma mente impura no que diz respeito à moral. Uma vez que o termo obreiros era usado ocasionalmente para identificar aqueles que propagavam uma religião, é provável que as palavras maus obreiros aludam a mestres que estavam espalhando doutrinas destrutivas.
2.29 - Recebei-o. Esse termo contém a ideia de uma recepção favorável, um abraço naquele que chega. Os filipenses deveriam nutrir uma grande estima por Epafrodito, considerá-lo um servo precioso, estimado ou de grande valor, tendo-o em honra.
Empregando o vocábulo circuncisão, Paulo expõe de um modo sarcástico e específico aqueles que desejavam restabelecer práticas religiosas judaicas como sendo necessárias para a salvação. Ele escolhe um termo cujo significado literal é cortar. Ao fazer isso, o apóstolo sugere que essas pessoas sequer entendiam a verdade sobre a prática da circuncisão no Antigo Testamento, compreendendo-a simplesmente como um corte da carne.
2.30 - Não fazendo caso da vida. Paulo falou aos filipenses sobre o compromisso que Epafrodito tinha com o trabalho que eles lhe haviam designado para fazer. Paulo reconheceu o esforço que os filipenses já haviam feito por ele. Epafrodito pôde realizar o que os cristãos de Filipos não podiam: estar fisicamente presente para ministrar à vida de Paulo, para suprir [...] a falta do vosso serviço.
3.3 - Paulo define a verdadeira circuncisão como uma questão do coração, e não da carne. Ele revela três aspectos dessa prática: (1) servir a Deus no Espírito; (2) gloriar-se em Jesus Cristo e (3) não confiar em nenhuma honra ou realização humana como um meio de chegar a Deus. O Antigo Testamento também ensinava que a circuncisão era mais do que um ritual da carne (Lv 26.41; Dt 10.16;30.6; Jr 4.4; Ez 44.7). 3.4-7 - Paulo fala como se pudesse confiar na carne para mostrar que a razão por que ele não confiava nas credenciais judaicas não era o fato de que não as tinha, mas de que elas não poderiam cumprir a justiça que somente Deus podia prover.
Filipenses 3 3.1 - Para resumir tudo o que disse sobre uma vida digna de Cristo, Paulo acrescenta que vos regozijeis no Senhor. Este regozijo é no Senhor, não nas circunstâncias. Deus sempre está no comando, por isso, mesmo na prisão, Paulo pode regozijar- se. Consequentemente, ele não se aborrece (incomoda) de incentivar os filipenses a regozijar-se. Seria uma garantia
3.5 - Circuncidado ao oitavo dia. Os pais de Paulo obedeceram à Lei de Deus e circuncidaram-no no dia apropriado após seu nascimento (Lv 12.2,3). O povo de Israel era chamado povo de Deus. O fato de Paulo afirmar que faz parte da linhagem de Israel indica que ele pode remontar suas origens à verdadeira descendência desse povo, a Jacó, e não a Esaú. A
tribo de Benjamim era muito respeitada pelos israelitas porque essa linhagem havia gerado o primeiro rei de Israel e permanecido leal a Davi. Além disso, essa tribo havia se unido a Judá após o exílio para formar o alicerce para a nação restaurada (1 Sm 9.15-21; lR s 12.21-24). Hebreu de hebreus. Esta descrição de Paulo pode indicar que (1) seus pais eram judeus, (2) ele era um judeu exemplar ou (3) ele foi totalmente educado como um judeu. Quanto ao termo fariseu, este se refere a líderes judeus muito instruídos que encabeçaram a oposição contra Jesus enquanto Ele esteve na terra e, tempos depois, contra a Igreja. Seguiam à risca e defendiam a carta da Lei judaica. O próprio Paulo veio de uma linhagem de fariseus (At 23.6) e havia estudado com Gamaliel, um fariseu muito respeitado daquela época (At 22.3).
3.10 - Paulo mostra que rejeitou sua própria justiça para obter não simplesmente um conhecimento intelectual de Cristo, mas também um conhecimento relacional; na verdade, para conhecê-lo [Jesus] intimamente, e a virtude da sua ressurreição. O apóstolo não diz virtude na Sua ressurreição, o que especificaria a virtude do fato da ressurreição de Jesus. Em vez disso, Paulo procura a constante virtude que é a experiência diária de estar em Cristo. E possível que ele também esteja referindo-se ao desejo de ser revestido de seu próprio corpo ressurreto.
3.6 - Perseguidor da igreja. Antes de tornar-se um cristão, Paulo atacava energicamente aqueles que criam em Cristo, a ponto de levá-los à morte (At 7.58—8.3;9.1,2).
A expressão comunicação de suas aflições denota que Paulo reconhece o valor de participar das perseguições ou lutas que naturalmente acompanham quem está em parceria (ou seja, cooperação, de acordo com Fp 1.5) com Cristo e Seus sofrimentos (Tg 1.2-4; 1 Pe 2.21-24). Paulo deseja imitar Cristo, mesmo na morte do Senhor, sendo feito conforme a sua morte. Em outras palavras, o apóstolo anseia por ser totalmente obediente a Deus, o Pai, assim como Jesus, o Filho unigênito, foi (Lc 22.42).
3.7 - Para saber o significado do termo ganho, veja o comentário de Filipenses 1.21. A palavra perda indica aquilo que foi danificado ou não serve para mais nada (v. 8; At 27.10,21). Aquelas coisas que Paulo considerava importantes perderam a importância depois que ele confrontou o Messias ressurreto.
3.11 - Chegar significa alcançar, bem como tornar-se participante de. Paulo não estava duvidando de sua participação na ressurreição, mas, em vez disso, vendo-a com expectativa (1 Co 15.1-34). Paulo desejava estar com aqueles cristãos que, por meio de sua vitória em Cristo, receberiam a recompensa especial na ressurreição (Hb 11.35).
3.8 - A palavra excelência indica que o valor de conhecer Cristo excede todas as outras coisas (Fp 2.3; 4.7). O termo esterco significa algo detestável ou sem valor. Todas as coisas deste mundo são esterco comparadas a Cristo. Até as nossas justiças [são] como trapo da imundícia (Is 64.6). No tocante à sentença para que possa ganhar, o primeiro ganho (v. 7) é substituído pelo último ganho: Cristo Jesus (Fp 1.21).
3.12 - Não que já a tenha alcançado. Paulo escolheu uma palavra grega diferente daquela traduzida no versículo 11 como chegar. Neste texto, ele indica que ainda não se apoderou de ou conquistou tudo o que ele procurava ser. O termo grego traduzido como perfeito significa maduro ou completo, acabado. Não denota especificamente uma perfeição moral ou pura. Paulo não está falando de justiça ou perfeição moral, mas de alcançar o estado de perfeição como cristão. A forma verbal prossigo indica que Paulo persegue com toda a velocidade intencional, continuamente, o objetivo que tem diante dele. A palavra alcançar acrescenta ao sentido de apoderar-se de algum objeto a ideia de apanhar de surpresa. Paulo quer urgentemente estar com Deus, uma vez que foi conquistado por Ele (At 9.1-22). Cristo se apoderou de Paulo de forma drástica e súbita na estrada para Damasco, e a vida do apóstolo nunca mais foi a mesma depois disso.
3.9 - A minha justiça que vem da lei. Nos versículos 6 e 7, Paulo revela o caráter inútil da justiça que estava na Lei. Neste versículo, ele comenta que sua própria justiça, que se baseava naquela Lei, também era vã. Neste sentido, Paulo reconhece que a verdadeira justiça é uma questão de fé, pela fé em Cristo, não de obras. E a justiça de Deus que vem por meio de Cristo, não a nossa.
3.13 - Paulo não podia apagar o passado de sua memória, mas se recusou a deixar que ele o impedisse de avançar em direção ao seu objetivo. O apóstolo queria esquecer seu passado moralista (v. 4-7). Ao usar o verbo esquecendo-me no tempo presente, Paulo estava indicando que se trata de um processo contínuo. Talvez ele até estivesse indicando que queria esquecer-se de tudo para não apoiar em seu passado os êxitos em Cristo, mas continuar a trabalhar para o Senhor. A expressão verbal avançando para significa completamente estendido. E usada para se referir a um cavalo que se estica e esforça-se para conquistar a vitória em uma corrida. 3.14 - A palavra alvo se refere especificamente à linha de chegada em uma corrida, na qual os corredores atentamente fixam os olhos. O prêmio é a recompensa pela vitória. Paulo evidentemente levava a sério o que ensina em 1 Coríntios 9.24. No Novo Testamento, a expressão soberana vocação alude ao chamado divino à completa salvação. Pode remeter ao tribunal de Cristo, o lugar da recompensa. Paulo não disse que estava prosseguindo pelo chamado de Deus, mas pelo prêmio desse chamado. Ele não está trabalhando para obter sua salvação, mas uma recompensa eterna.
3.17 - A palavra exemplo indica uma representação exata do original. O exemplo de vida de Paulo é tão evidente que é possível vê-lo de pronto e usá-lo como um padrão de conduta. 3.18-21 - Ao contrário de Paulo, de Timóteo e de Epafrodito (2.17—3.17), muitos só pensam nas coisas terrenas (v. 19). Como cristãos, devemos concentrar nossa atenção e nossos esforços em alcançar o céu, que é onde temos nossa cidade (v. 20). 3.18 - O termo chorando revela a compaixão e preocupação de Paulo com aqueles que, de forma mais trágica, são inimigos da cruz• No v. 2, ele faz uma séria advertência contra eles, mas aqui ele chora por eles. 3.19 - Neste versículo, perdição indica o oposto de salvação eterna (Fp 1.19,28). Ao declarar o deus deles é o ventre, Paulo afirmou que os desejos físicos de muitos (v. 18) os controlam e consomem. A glória deles é para confusão deles mesmos, ou seja, as coisas das quais eles têm orgulho, na verdade, são as que acarretarão desgraça ou humilhação para eles, coisas das quais esses inimigos da cruz de Cristo deviam ter se envergonhado.
3.15 - Quanto ao termo perfeitos, Paulo usa a forma adjetiva (gr. teleios) da forma verbal (gr. teleioo) que ele registra em Fp 3.12 (perfeito). Um modo de entender como essas palavras estão relacionadas é reconhecer que no versículo 15 Paulo está falando sobre a postura ou posição de alguém em Cristo, enquanto no versículo 12 está discutindo o nível de crescimento espiritual de um cristão.
3.20 - Os cristãos precisam lembrar-se de que, embora estejam neste mundo, não são dele; sua cidade [definitiva] está nos céus. Com o uso do verbo esperamos, Paulo estabelece um contraste direto com o foco terreno dos inimigos da cruz no versículo 19. O desejo ardente dos cristãos não são as coisas terrenas, mas uma Pessoa celestial, o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Rm 8.19-25).
Outra forma de associar esses dois vocábulos é imaginar que Paulo está usando um toque de sarcasmo ou ironia no versículo 15. Assim, quando ele comenta sobre aqueles que são perfeitos, é possível que esteja zombando dos que espalhavam heresias entre os filipenses que acreditavam que já haviam alcançado a perfeição.
3.21 - Paulo assegura que Jesus transformará o cristão, ou mudará sua aparência. O que Deus transformará é o corpo físico, o corpo abatido. No versículo 10, os cristãos se conformam à morte de Jesus; neste versículo, eles se conformam à Sua vida, ao seu corpo glorioso. Nosso corpo agora é fraco e suscetível ao pecado, à doença e à morte. Mas Deus o transformará para que seja semelhante ao glorioso corpo de Cristo na ressurreição.
3.16 - Andemos segundo a mesma regra. Paulo ordena aos filipenses que se comportem como soldados que marcham em fila juntos, organizados, cada um em sua própria posição.
Filipenses 4 4.1 - A transição de Paulo (portanto) encerra a seção anterior (Fp 3.17-21) e introduz as exortações subsequentes. O apóstolo considerava a vida dos amados filipenses como alegria e coroa, a recompensa que premia o trabalho que ele tem feito. Com a ordem estai assim firmes, que exige ação contínua da parte dos cristãos de Filipos, Paulo inicia uma série de dez ordenanças, que se estende até o versículo 9. 4.2,3 - Rogo. Esta palavra indica certo nível de familiaridade; introduz um pedido, não uma exigência. Quanto à denominação verdadeiro companheiro, a identidade dessa pessoa é desconhecida. Pode ser uma pessoa específica chamada Syzygos (a palavra grega para companheiro), outra pessoa particularmente próxima a Paulo, ou algum dos cristãos fiéis da igreja que poderiam ajudar a resolver a disputa. O verbo traduzido como ajudes literalmente significa assistir por meio da união e sugere que a competição entre as mulheres não era pequena, mas poderia causar divisão. O termo livro da vida se refere a um livro no céu em que o nome dos cristãos está registrado (Dn 12.1; Ap 21.27). 4.4-8 - Paulo exortou os filipenses a esforçarse para obterem quatro virtudes cristãs básicas: (1) regozijar-se, sempre, no Senhor (v. 4), (2) serem moderados com todas as pessoas (v. 5), (3) serem constantes na oração, não ansiosos (v. 6), e (4) meditarem em coisas excelentes (v. 8). 4.4 - Em meio às dificuldades, a todas as situações, os cristãos devem regozijar-se. A alegria deles não deve ser baseada em circunstâncias favoráveis; em vez disso, deve ser fundamentada em seu relacionamento com Deus. Os cristãos enfrentarão tribulações neste mundo, mas devem regozijar-se nas provações porque sabem que o Senhor as usa para aperfeiçoar o caráter deles (Tg 1.2-4) 4.5 - O substantivo equidade identifica a pessoa que revela calma e clareza de espírito. O indivíduo moderado está disposto a sacrificar tudo a que tem direito para mostrar consideração aos outros. O advérbio perto sugere que a
volta do Senhor poderia ocorrer a qualquer momento. Paulo usa esse fato para motivar os filipenses a honrarem a Deus com a própria vida. 4.6 - Paulo exorta os filipenses a orarem por suas circunstâncias, em vez de preocuparem-se com elas. Por isso, aconselha: não estejais inquietos por coisa alguma. Embora a palavra em Filipenses 2.20 descreva a preocupação de Timóteo com os filipenses, neste versículo Paulo usa o termo inquietos para se referir à ansiedade. Ele proíbe os cristãos de Filipos de perturbaremse com seus próprios problemas. Em vez disso, devem entrega-los a Deus em oração, confiando que Ele proverá o livramento. 4.7 - Guardará. Ao escolher um termo militar, Paulo indicou que a mente está num campo de batalha e precisa ser protegida por um exército. Visto que o objetivo de uma guarda desse tipo numa situação de guerra é evitar uma invasão hostil ou impedir que os habitantes de uma cidade sitiada escapem, a paz de Deus opera da mesma forma: defende a mente de influências externas que corrompem e mantém-na concentrada na verdade de Deus. 4.8 - O termo honesto se refere àquilo que tem caráter honroso. A palavra puro está intrinsecamente ligada ao vocábulo grego usado para santo e, portanto, significa sagrado ou imaculado. Com o verbo pensai, Paulo ordena aos filipenses que deliberem, avaliem, considerem repetidas vezes o que é bom e puro. Desse modo, os cristãos podem renovar sua mente para que não se conformem com os maus hábitos deste mundo (Rm 12.2). 4.9 - O verbo aprendestes expressa não só o conceito de crescer no conhecimento intelectual, mas também a ideia de aprender por meio da prática habitual. Em algumas áreas de seu desenvolvimento cristão, os filipenses foram excelentes discípulos de Paulo, praticando o que ele havia ensinado. O sentido literal do verbo recebestes (gr. paralambano) é levar consigo mesmo. Indica receber sem rejeição ou desobediência. Ao ordenar aos filipenses fazei, Paulo os exortou a pôr em prática ou encarregar-se de fazer tudo o que haviam obtido dele. Se fizessem tudo o que Paulo instrui, os cristãos de Filipos perceberiam a presença do Deus de paz, que é a única fonte da verdadeira paz.
4.10-20 - O que Paulo discute nesta seção talvez seja a razão de ele ter escrito esta carta. Os filipenses lhe deram ofertas, e ele queria agradecerlhes. Neste segmento, o apóstolo mostra que os cristãos de Filipos seriam recompensados por suas dádivas e que Deus supriria todas as necessidades deles. 4.10 - Reviver. Paulo usa um termo aplicado à agricultura encontrado somente neste versículo no Novo Testamento para retratar uma planta que cresce ou brota novamente, descrevendo uma condição de prosperidade ou abundância. Com distinção, por meio da declaração não tínheis tido oportunidade, Paulo mostra aos filipenses que está ciente da constante preocupação destes com ele. 4.11 - O significado literal da palavra contentar-me é autossuficiente. Na filosofia estóica, esse termo grego descrevia uma pessoa que, de modo imparcial, aceitava toda e qualquer circunstância. Para os gregos, tal contentamento derivava da suficiência pessoal. Mas, para Paulo, a verdadeira suficiência é encontrada na força de Cristo (v. 13). 4.12 - A expressão estar abatido, em sua forma passiva, significa ser rebaixado de posto ou ser humilhado por circunstâncias frugais. Paulo também sabia o que significava ter abundância, viver na fartura, estar tão suprido a ponto de viver na abastança. De acordo com este versículo, o apóstolo sabia o que Jó havia aprendido séculos antes: O SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR (Jó 1.21). O verbo grego estou instruído mostra que Paulo era iniciado nos mistérios de lidar com uma barriga cheia ou vazia. Ele estava, como sugere esse verbo, intimamente familiarizado com as duas condições. Ao afirmar que sabe padecer necessidade, Paulo mostrou que havia momentos em que ele se encontrava desprovido, tendo falta ou sofrendo com a falta do que os outros chamariam de coisas essenciais. 4.13 - Posso. O significado básico desse verbo é ter poder, especialmente ter a força física que permite à pessoa realizar tarefas difíceis.
4.14 - Tomar parte. Embora confiasse que Cristo o sustentava, Paulo queria que os filipenses soubessem que as dádivas deles foram apreciadas. 4.15 - Dar e receber. Paulo considerava a relação entre ele e os filipenses como uma via de mão dupla, com ambas as partes ativamente envolvidas no sentido de partilhar tanto dádivas materiais como espirituais. 4-16 - O necessário. Até o apóstolo tinha necessidades, e Deus usou outros para supri-las. 4.17 - Neste versículo, Paulo tem em mente as dádivas materiais que os filipenses lhe enviaram. Ao referir-se ao fruto que aumente a vossa conta, Paulo usou a terminologia comercial. As ofertas dos filipenses estavam rendendo lucros espirituais, assim como o dinheiro depositado em uma conta bancária rende juros. Mas Paulo não estava tão preocupado com as dádivas deles como estava com que se desenvolvesse neles a capacidade espiritual de dar. 4.18 - Cheiro de suavidade. Paulo apreciou as dádivas que os filipenses lhe enviaram porque as vê mais como uma oferta a Deus do que um presente para ele. Ao doarem a Paulo, os cristãos de Filipos se ofereceram como sacrifício agradável ao Senhor (Rm 12.1,2). 4.19 - No versículo 18, Paulo disse que está cheio porque os filipenses lhe enviaram ofertas. Neste versículo, ele escreveu que Deus supriria todas as necessidades deles. Os filipenses, por sua vez, estariam cheios por causa das dádivas que o Senhor lhes daria. Segundo as suas riquezas, Deus cuidará dos filipenses de maneira extraordinária. 4.20 - A prática judaica de terminar orações com a palavra amém foi adotada pela Igreja cristã. Quando encontrado no final de uma frase, como acontece neste versículo, o termo pode ser traduzido como que assim seja ou que isso se cumpra. No início de uma sentença, significa sem dúvida, verdadeiramente ou em verdade. 4.21 - Irmãos. Paulo fez com que eles se lembrassem de que faziam parte da família do Senhor Jesus Cristo.
4.22 - Os que são da casa de César. E possível que estes cristãos tenham sido oficiais no governo romano (como membros da guarda pretoriana; Fp 1.13) ou servos que viveram e serviram no palácio do imperador. 4.23 - Assim como começou, a carta também termina com uma bênção graciosa. E uma prática própria da vida cristão.
Fonte: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2015/09/significado-de-filipenses1.html