É MAIO A JULHO DE 2018
É PROGRAMAÇÃO DE MAIO A JULHO DE 2018 E RECEITAS COM PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS
COMEDORIA SESC POMPEIA
Em 2017, o Sesc Pompeia estendeu, durante todo o mês de outubro, a celebração do Dia Mundial da Alimentação, que se comemora no dia 16, trazendo ao palco profissionais de diversas áreas para falar de Plantas Alimentícias Não Convencionais – Panc. O projeto, batizado de “Comer é Panc”, atraiu não só frequentadores da unidade, que estão sempre em busca de novidades, mas também um público já introduzido no assunto, sedento por mais informações. Atualmente, cozinheiros, chefs e pesquisadores de várias áreas já voltam seus olhos para um melhor aproveitamento dos recursos alimentares que a terra nos dá, sem desperdícios. E estamos vivendo um momento em que, no mundo todo, se busca a autonomia nas escolhas alimentares como um processo político de liberdade e soberania. Enquanto não se pode cultivar localmente e colher ao menos parte do que se come, introduzir na dieta do dia a dia ingredientes pouco valorizados e negligenciados pelo mercado, e cozinhar vegetais de forma racional, pode representar um ato de resistência, resiliência ou um começo para se livrar da dependência da agricultura de grande escala e da indústria alimentar, que hoje tomaram mais espaço do que deveriam na nossa mesa. É indiscutível que espécies vegetais comestíveis são ótimas fontes de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Pesquisas recentes revelam que o consumo de frutas e hortaliças no Brasil, e em vários países, é muito inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde e que famílias brasileiras vêm se alimentando mais de açúcar, refrigerantes e alimentos ricos em gorduras saturadas e carboidratos refinados. Além disso, cerca de 90% do alimento consumido no mundo vem de apenas vinte espécies vegetais, com poucas variedades. Com isso, assistimos a um empobrecimento da dieta não só nas grandes cidades, mas também nas zonas rurais, com carência de nutrientes encontrados apenas nos vegetais.
Enquanto isso, a flora comestível, que poderia tornar nossa dieta mais variada e rica, está por toda parte, muitas vezes crescendo espontaneamente sem precisar de cuidados, dispensando regas e defensivos tóxicos. Vários autores propõem que o número de vegetais com partes comestíveis no mundo gira em torno de 30 mil espécies. Nos países tropicais e subtropicais, principalmente, a biodiversidade tem um potencial alimentício ainda maior a ser pesquisado. Se essas espécies mais rústicas e perenes não fossem negligenciadas ante espécies comerciais frágeis, que exigem muita água e agrotóxicos, e ainda se perdem no transporte, teríamos um sistema alimentar mais justo e comida para todos. E se, além disso, pudéssemos combater o enorme desperdício de alimento entre o campo e a mesa, com aproveitamento integral dos recursos vegetais e de partes e estágios de maturação não convencionais, poderíamos pensar em um mundo sem fome. Para nos mostrar exemplos a ser seguidos e abrir um espaço para reflexão, convidamos, para esta edição do projeto, pesquisadores que, em suas zonas de atuação, convergem para um mesmo desejo: que todos possam comer do bom, do mais diverso e do melhor. Teremos estudiosos falando de temas como as plantas tóxicas e possíveis confusões, a correta identificação das plantas, as Panc em hortas comunitárias e no ambiente escolar, e até um micólogo falando de Canc – Cogumelos Alimentícios Não Convencionais, que mais se aproximam do mundo vegetal que do animal. Para esta edição do projeto, estarão presentes profissionais como Bela Gil, Paola Carosella, Valdely Kinupp, entre outros. Neide Rigo
MAIO
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DIA 9, Q U A R TA, À S 20H30
FRUTAS RARAS SÃO PANC A fala de Helton é como uma viagem a diversos ecossistemas do Brasil e do mundo. É uma chance de se conhecer frutas raras como as nativas jabuticaba-decipó, castanha-de-cipó da Mata Atlântica; juazeiro, da Caatinga;bacuri-pari, da Amazônia; e a sombra-de-toro, do Rio Grande do Sul, ou as exóticas, como o mamey, do México; o santol, da Malásia; ou a vinha de fruta-mel, do Japão, só para citar algumas. com HEL TON J OS U É – frutólogo (estuda as frutas), mantém um projeto pioneiro de preservação e pesquisa das frutas brasileiras, em que mantém em cultivo cerca de 1300 espécies
MAIO divulgação
RESILIÊNCIA PANC – A BELEZA QUE EMERGE ENTRE O CONCRETO DAS CIDADES As adversidades são uma oportunidade para que venham à tona nossa essência e aquelas características únicas e inigualáveis de cada um. No mundo vegetal, isso também acontece: em meio a improváveis cenários e ambientes inusitados, várias plantas, especialmente as Panc, demonstram sua inigualável capacidade de se adaptar e superar obstáculos. com KLE B E R F ER N A N D E S – dedica-se ao cultivo e à coleta de plantas em Pirabeiraba-SC
DIA 15, TERÇA, ÀS 20H30
RECEITAS TABULE DE GRÃOS DE QUINOA Cozinhe 250 g de quinoa descascada em 250 ml de água e temperos a gosto, em fogo baixo, até a água secar. Reserve. Deixe esfriar e agregue 1 tomate sem sementes, ¼ de cebola e 1 colher de sopa de hortelã (todos picados), além do suco de ½ limão e sal, se necessário. Refrigerar e servir frio. Os grãos cozidos na primeira etapa (parte direita da foto) podem também ser servidos como substituto do arroz.
Marcel Verrumo
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JUNHO BANANADA DE MARMELO: SUBSTITUA ISTO POR AQUILO A cozinheira e pesquisadora de ingredientes naturais vai mostrar como podemos substituir espécies convencionais por Panc de mesma performance. Folhas d e b a t a t a - d o c e , o ra - p r o - n ó b i s o u t a i o b a f a z e m a s vezes do espinafre, por exemplo. Em vez de batata, cará-moela. No lugar de palmito, coração de bananeira e, em vez de frango, que tal jaca verde? com BEL A G I L – chef, estudiosa de cozinha saudável, educadora e apresentadora de televisão
DIA 6, QUARTA, ÀS 20H30
JUNHO divulgação
D IA 20, QUA RTA, À S 20H30
O ENSINO E A UTILIZAÇÃO DE PANC NOS CURSOS DE GASTRONOMIA Tem se tornado cada vez mais presente nas cozinhas e nos cursos de gastronomia e culinária, a utilização d a s P a n c , o q u e r e p r e s e n t a u m a n o v a m a n e i ra d e encarar a alimentação na contemporaneidade. Sendo assim, Michel abordará, nesta palestra, alguns aspectos relevantes nesse interessante e necessário diálogo entre a academia e o campo, entre o aluno e o produtor, trazendo exemplos de ensino e utilização das Panc no meio acadêmico gastronômico. com MICH E L A B R A S – mestre em estudos culturais contemporâneos, gastrólogo e cozinheiro profissional
Marcel Verrumo
RECEITAS SALADA CRUA DE YACON Descasque as raízes tuberosas e corte como preferir, em rodelas, tirinhas ou cubinhos. A salada pode ser pura ou mista com outras hortaliças ou frutas. Tempere com sal, azeite e iogurte natural, ou com seu molho preferido. Os cubinhos ficam muito bons também na salada de fruta, com textura similar à da maçã ou da pera, que podem ser substituídas por esta planta.
ESCOLA PANC – MERENDA E HORTAS BIODIVERSAS Qual a melhor forma de evitar que um conhecimento d e s a p a r e ç a , s e n ã o t ra z ê - l o p a ra a e s c o l a e p a ra a s c r i a n ç a s ? M u i t a s p l a n t a s q u e a s g e ra ç õ e s r e c e n t e s desconhecem ou que se esqueceram de como comer, e que hoje consideramos não convencionais, já foram tradicionais. Traremos o relato da implantação dessas espécies em hortas escolares, suas perspectivas na cozinha, nas atividades educativas, bem como os desafios encontrados. com GUIL HE R ME R E I S – gestor ambiental (USP), mestre em ciência ambiental (USP), especialista em etnobotânica de plantas alimentícias em contextos urbanos e agricultura urbana
Neide Rigo
JULHO D I A 4, QUA R TA, ÀS 20H30
JULHO divulgação
PANC PARA CULTIVAR EM CASA À frente da empresa Mato no Prato, Beatriz é especialista em consultoria e educação ambiental baseadas no cultivo e no uso de Plantas Alimentícias Não Convencionais. Ela fala de seu trabalho e mostra como se pode cultivar v á r i a s d e s s a s e s p é c i e s e m c a s a e i n c o r p o rá - l a s n a alimentação rotineira.
com BEATR I Z CAR V A L H O – geógrafa, educadora ambiental e mestre em planejamento urbano
DIA 11, QUARTA, ÀS 20H30
RECEITAS GELEIA DE FLORES DE BEGÔNIA Colete flores e botões jovens. Lave coletivamente. Triture no liquidificador ou amasse no pilão. Adicione metade de açúcar cristal em relação ao total de flores trituradas. Mexa até atingir o ponto desejado. Fica com uma coloração linda, parecida com geleia de morango. Ideal para decoração de pratos, cobertura de sorvete (se estiver mais líquida) e recheios de bolo e torta. Se desejá-la mais firme, adicione pectina ou farinha de casca de maracujá.
Marcel Verrumo
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
CURADORIA
NEIDE RIGO
CONSULTORIA INTERNACIONAL
CESAR COSTA
RECEITAS
EXTRAÍDAS DO LIVRO PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC) NO BRASIL , DE VALDELY FERREIRA KINUPP E HARRI LORENZI. INSTITUTO PLANTARUM — www.plantarum.com.br
ILUSTRAÇÕES
MARTINA FLORES
REVISÃO
REGINA STOCKLEN
verso da capa
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