II ENCONTRO DE EDUCADORES DO BARCO ESCOLA “O Indivíduo e o Amanhã”
Realização: Associação Barco Escola da Natureza
Data: 15/10/2013 Horário: 9h – 12h30 Local: Av. José Ferreira Coelho, 815 – Praia dos Namorados Americana - SP
APRESENTAÇÃO A Associação Barco Escola da Natureza, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), atua como verdadeiro fiscal do meio ambiente, denunciando práticas ilegais, auxiliando em diversos trabalhos de limpeza e despoluição do Reservatório Salto Grande e seu entorno, além da conscientização da comunidade quanto à necessidade de conservar o meio em que se vive. No que diz respeito à conscientização, através da Educação Ambiental, trabalhamos em prol da sensibilização de crianças, jovens e adultos em relação a atual situação de degradação ambiental encontrada no Reservatório de Salto Grande, relacionando-a com a problemática ambiental regional e global. No Capítulo 36 da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como o processo que busca: [...] desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos (BRASIL, 1996). Nesse contexto, a E.A. apresenta-se como um fator decisivo para o desenvolvimento futuro das nações. É necessário que se apresente a problemática ambiental diante da realidade atual e, concomitantemente, a relação intrínseca entre os seres humanos e o ambiente, criando, assim, um senso crítico na população, que por sua vez se torna agente multiplicador das informações e práticas de preservação, conservação e restauração da Natureza. Um dos princípios do Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global ressalta que “a educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos. Em seu plano de ação, estebelece-se que é preciso “ incentivar a produção de conhecimento, políticos, metodologias e práticas de Educação Ambiental em todos os espaços de educação formal, informal e não formal, para todas as faixas etárias”.
Vilhena e Politi (2000, p. 5) afirmam que “[...] a maioria dos problemas ambientais que hoje ocorrem no mundo poderia ter sido evitada se a educação ambiental e a conseqüente conscientização ecológica fizessem parte das preocupações das sociedades desenvolvidas, desde a revolução industrial”. Para tanto, é indispensável que se pratique a Educação Ambiental através de um processo que envolva a sociedade como um todo e, principalmente, os educadores, visto que estes estão continuamente transmitindo informações e conhecimentos, sendo fundamentais para o desenvolvimento de consciência crítica, principalmente nos primeiros anos de formação escolar. Segundo José Alexandre Felizola Diniz Filho, professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG), quanto mais cedo o tema ‘Meio Ambiente’ for abordado na escola, melhor será sua repercursão. Ressalta, ainda, que a escola deve ser usada em todos os níveis para tentar reverter ou minimizar os efeitos desta crise ambiental vivenciada atualmente. Assim sendo, criamos, por este, um encontro de profissionais e envolvidos nas áreas de Educação e Meio Ambiente para que possa haver um diálogo entre os atores visando um enriquecimento de experiências e o desenvolvimento de materiais teóricos, didáticos e práticos que instruam e incentivem a todos os educadores inserirem a questão ambiental em todos os níveis educacionais da sociedade.
II EEBE O II Encontro de Educadores do Barco Escola: “O Indivíduo e o Amanhã”, assim como a primeira edição, tem a imcumbência de dialogar com os atores que, direta ou indiretamente, assumem a missão de difundir e aclarar o conhecimento, a fim de participar ativamente na construção e no desenvolvimento de uma consciência mais crítica em relação ao futuro com o qual as próximas gerações serão condenadas a conviver. Nesta oportunidade será discutida a potencialidade de interferência e intervenção do Indivíduo sobre o meio onde estabelece suas raízes, de forma a entender a função de cada qual no contexto do grupo social com o qual se relaciona e do meio ambiente que o circunda. A partir desse encontro, portanto, pretende-se desenvolver um diálogo, com caráter reflexivo, em que cada participante envolvido, com suas experiências e habilidades, possa ser parte fundamental para a mudança dos paradigmas que regem as práticas educacionais na atualidade. A degradação dos ambientes naturais ainda é uma angustiante realidade, visto que, mesmo estando cientes da importância de manter-se uma natureza preservada, os costumes “ambientalmente corretos”, até este momento, não foram integralmente incorporados nem pela sociedade civil e, menos ainda, pelos setores produtivos. Garantir que as informações referentes à questão ambiental sejam transmitidas de maneira eficaz é indispensável para proporcionar o desenvolvimento de comunidades conscientes das condições naturais do planeta, a fim de utilizar os recursos de forma responsável e racional. Com isso, pretende-se que cada ator envolvido neste encontro seja um agente multiplicador das informações referentes à qualidade ambiental de nossos ecossistemas, de forma a difundir os ideais de preservação do meio ambiente em suas comunidades. “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” Paulo Freire
PROGRAMAÇÃO
9h – Abertura do II Encontro de Educadores do Barco Escola 9h15 – Apresentação da banca e dos assuntos a serem abordados 9h25 – Desenvolvimento dos temas pela banca 11h – Coffee Break 11h20 – Abertura do diálogo com os participantes 12h30 – Encerramento
PÚBLICO ALVO O público-alvo deste encontro é composto por educadores, formais e informais, que atuem em todos níveis e métodos de ensino, organizações não governamentais, órgãos públicos, setor privado, e a sociedade civil em geral. Em suma, todos aqueles que se interessam em dialogar sobre a educação ambiental nos ambientes educacionais e em refletir sobre as perspectivas da questão ambiental em nosso planeta, de forma a possibilitar uma relação mais sustentável entre o ser humano e a natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Dialogar sobre a questão ambiental, ainda hoje, é um desafio para grande parte das sociedades. Isso porque, até poucas décadas atrás, acreditava-se que os recursos naturais eram infinitos, assim sendo, não seria necessário planejar ou organizar seu consumo. Com o desenvolvimento de estudos científicos voltados ao meio ambiente foi possível abrir os olhos da população humana para toda a degradação que está sendo ocasionada, e que, se não forem tomadas atitudes conservacionistas no momento presente, as futuras gerações estarão sujeitas a habitar um planeta insustentável. Para tanto, é preciso que as pessoas tomem conhecimento da gravidade destes impactos à natureza, tarefa essa que depende, em muito, da paixão e força de vontade daqueles que batalham em prol de uma sociedade mais humanizada e consciente, os educadores. Neste segundo encontro buscar-se-á entender a relação do indivíduo com o meio natural e social que o circunda, de forma que possa haver uma reflexão acerca da participação ativa da população para a preservação do meio ambiente. Essa participação é assegurada na Lei nº 9.795/1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e que apresenta, como um de seus princípios, “o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania”. Para tornar isso possível é necessário que haja uma descontrução de determinados valores adotados pelas sociedades atuais, de forma a construir um novo olhar em relação à ocupação humana sobre a Terra. É preciso, então, que seja desenvolvido um diáologo ininterrupto entre os diversos atores envolvidos, de modo que a troca de experiências e ensinamentos seja constante. E, como defende Paulo Freire (2000),”ensinar exige disponibilidade para o diálogo. É quando ouço o que o Outro fala, às ideias do Outro, que posso organizar minhas ideias, saber como me colocar melhor, reconhecer as diferenças. No diálogo não há como se fechar ao mundo. Ao contrário, construímos saberes e nos reconhecemos como seres inacabados”. Neste sentido, “seres inacabados” traz à tona a necessidade de estarmos em um processo continuo de construção, evolução, aprendizado e ensinamentos. Não será tarde para dar início ao processo de educação, até o momento em que não restar mais ninguém para conscientizar.