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GAZETA DE PIRACICABA PIRACICABA, SEXTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2014
Bolsões Verdes
Futuro bem verde Milhares de mudas plantadas em 40 hectares começam a dar forma ao Parque da Cidade Fotos: Christiano Diehl Neto
ELENI DESTRO Especial para a Gazeta
magine um espaço equivalente a 37 campos de futebol, cheio de árvores, trilhas, nascentes e ainda com uma vista linda da cidade de Piracicaba. Esse cenário, aos poucos, vai se desenhando em uma área de 40 hectares na região de Santa Teresinha. Tratase do Parque da Cidade, tema de hoje da série Bolsões Verdes da Gazeta de Piracicaba. O parque foi lançado oficialmente pela Prefeitura de Piracicaba em 2008 e recebeu investimentos da ordem de R$ 700 mil, vindos de uma parceria ambiental entre a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) e a siderúrgica ArcelorMittal. Com o nome de Parque Natural Municipal do Distrito de Santa Teresinha, a área é uma unidade de conservação, de propriedade do município e protegida por lei. Fica em um local estratégico, às margens da rodovia SP 304, Geraldo de Barros. Ricardo Schmidt, engenheiro agrônomo e diretor da ONG Florespi, que participou da comissão de criação do parque, em 2004, quando era membro do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba), acompanhou a reportagem em uma visita ao parque esta semana. O local ainda é desconhecido da maioria dos piracicabanos em seu novo formato. Antes disso, era apenas um grande terreno, alvo de vândalos, que ateavam fogo na área, além de ser ponto de descarte de entulho, segundo Schmidt. Com a chegada da base da Polícia Militar Ambiental, em 2010, o local agora está protegido. "Hoje, a porcentagem de incêndios é zero", comemora o sargento Flávio Luiz Terrabuio, supervisor da base operacional, que mantém policiamento 24 horas por dia.
I
POR VIR As espécies de árvores nativas são poucas em toda a área do parque. Há uma ou outra, como a farinha-seca, o angico, além de ipês. O melhor do local é o que está por vir. Milhares de novas árvores crescem por todos os cantos, resultado de um projeto de reflorestamento já iniciado. "Foram plantados jatobás,
Do Parque da Cidade observa-se a cidade e os rios Corumbataí e Piracicaba
Palmeiras fazem parte do projeto paisagístico ao lado da base da PM
Schmidt e sargento Terrabuio observam o Piracicaba de dentro do parque
ipês, cabreúvas, ingás de vários tipos, eritrinas, pau-viola...", enumera Schmidt. Segundo ele, no projeto original o parque deve ter no mínimo 80 espécies diferentes em seus 40 hectares, com trilhas interpretativas e árvores com placas de identificação. IMENSO Percorrer o local todo, se houver pressa, só de carro. Ao lado das estradas de terra, é possível identificar outras espécies também, como é o caso da embaúba, árvore nativa que tem folhas lindas. "A embaúba dá umas bananinhas que atraem animais, como os macacos", avisa Schmidt. "Um parque como este pode servir de observação da fauna,
A beleza das folhas da embaúba, espécie que cresce no local
de pássaros, o que atrai um público-alvo específico", conta o agrônomo. Os diversos pés de aroeira-pimenteira são os responsáveis pelo pouco de cor do parque, além do verde predominante. Elas soltam sementinhas de um vermelho vivo e é, segundo Schmidt, uma planta específica para mata ciliar, bastante perfilhada e usada para conduzir outras espécies que precisam de sua sombra. Se ainda a beleza das árvores é restrita, por outro lado - ou outros lados - ela existe de sobra. Afinal, não é qualquer parque que tem o privilégio de ter como vizinhos dois rios, como é o caso do Parque da Cidade, ladeado pelo Corumbataí e pelo rio Piracicaba.
Coloridos das sementinhas da aroeira-pimenteira
Este ipê fica ao lado das margens do rio Piracicaba, vizinho do bairro Ondas
Um belo angico, de cerca de 10 metros: natural do parque