BOLETIM FLORESTAL RECICLA Edição Especial
Ano V | n° 1/2013
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Reflexão Resgate do Equilíbrio Socioambiental Pag. 3
Cordel
“A Realeza xerófila Nordestina” – O Juazeiro
Sobre a Caatinga
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Flora do Bioma Caatinga
Sobre o PASS
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BOLETIM FLORESTAL RECICLA Edição Especial
Semana Mundial do Meio Ambiente O Boletim Florestal Recicla lança esta edição especial comemorativa ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta data foi criada em 1972, na Conferência sobre O Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia. Criar uma data comemorativa, serve de referencial para reflexões da comunidade em geral. Ao lado dos grandes avanços tecnológicos que dispomos na atualidade, dentre eles, instrumentos precisos na área de saúde, satélites que monitoram o clima ininterruptamente, os computadores que atuam realizando cálculos e favorecendo o registro e análise de variados dados, interligados ou não; os grandes avanços na área de comunicação, incluindo os celulares, computadores, o crescimento da indústria da beleza mas não ficamos apenas nisto, intensificam-se os problemas ambientais derivados da exploração veloz dos recursos naturais, utilizados para prover as necessidades crescentes de uma população inserida na cultura do consumismo exacerbado, pelo menos, para parte da população do planeta. Estes recursos são a base material para qualquer inovação tecnológica e é base de suprimentos para a manutenção da vida, por isto que deve ser utilizado com parcimônia, de forma sustentável, utilizando o termo mais correntemente conhecido, para prover as necessidades das populações que nascem no planeta. O desafio atual é o de se conseguir produzir com mínimos impactos ambientais, com a mínima utilização de recursos naturais, com máximo reaproveitamento dos resíduos. Entretanto as mudanças exigem que se construa um ambiente em que as novas percepções tenham espaço para “florescer”, discutir, avaliar, ou ao menos ser semeada. Esta a pretensão do PASS favorecer reflexões em torno da importância de um ambiente preservado para a manutenção da qualidade de vida do ser humano, reconhecendo que não estamos dissociados da cadeia da vida e que precisamos de seu equilíbrio para garantir nossa própria sobrevivência e das “gerações futuras”. O debate é amplo e está aberto.
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Edição Especial
Reflexão
Joedla Rodrigues de Lima
Conta-se que a esposa de um agricultor que tinha vastas terras detestava cobras e solicitou a ele que matasse as cobras. Para não contrariar sua esposa organizou um plano para dizimar todas as cobras das suas terras. No ano seguinte sua colheita rendeu apenas 10% e o agricultor aflito rezou para Deus pedindo perdão porque achava que era castigo divino a baixa colheita. Sonhou que o Senhor da Vida lhes respondia: _ Não o castiguei, nem o perdoei, apenas deixei que a vida seguisse seu curso natural. É isto mesmo! Cobras comem sapos, sapos comem insetos, sem as cobras os sapos proliferaram e comeram mais insetos que são polinizadores. Com poucos insetos para polinizar as plantas como virão os frutos?[1] Esta estória é atemporal porém seus efeitos são reais. Sobre as alterações na cadeia da vida, neste caso proporcionado pelo uso de pesticidas, a bióloga Rachel Carlson, em 1962, lançou um livro sobre seus efeitos na vida dos insetos polinizadores, além dos considerados pragas e demonstrou que o acumulo de veneno nos animais mortos que eram comidos por outros ia gerando mortandades, até atingir a ave símbolo dos Estados Unidos, a águia, além de demonstrar, com base em artigos científicos, que também gerava câncer em seres humanos. O livro Primavera Silenciosa gerou muitas discussões e ainda exerce influencia nos movimentos ambientalistas de hoje. Na década anterior, no Japão, constatou-se que mortandade de peixes, uma doença neurológica em gatos e o aumento de fetos deformados e abortos tinham todos a mesma relação: a contaminação por mercúrio. Todos estes fatos nos assustam porque perdemos a cultura de que somos seres interligados e que ““De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à
terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride aos filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama à si próprio fará”[2] É preciso que resgatemos esta noção de que fazemos parte de um elo e que somos relativamente responsáveis pela qualidade e abundância da flora, fauna, dos recursos naturais, pela qualidade do ar. Equilibrar conhecimento ou avanços tecnológicos e a sustentabilidade ambiental é o nosso desafio atual e o primeiro deles é reconstruir a cultura da ligação, nas bases atuais.
[1] (retirado do site http://sergionunespersonal.blogspot.com.br/2011/06/dia-mundial-do-meio-ambiente-e-da.html) [2] Carta do Chefe Seattle, leia a carta na integra em : http://www.geocities.com/RainForest/Andes/8032/page16.html
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“A REALEZA XERÓFILA NORDESTINA” - O JUAZEIRO (Homenagem à semana da caatinga no Município de Patos PB, escrita pelo poeta Chico Velho)
Poeta Agr° Chico Velho
No meu nordeste, coração do meu Brasil Nasceu ali nosso símbolo verdejante Do Piauí a Minas bem “nordestil” O juazeiro se propaga bem pujante A seca abrasa, contudo, aqui ardente E as brenhas te guardam com furor Na aridez encravado e consistente Meu juazeiro sempre verde esplendor Ó planta nobre que enleva tanta vida Quantos ninhos tu acolhes à morada Tua presteza acomoda com guarida Teu verde brilho e tua fauna passarada Aqui brilhas em realeza nordestina Bem formosa, esplendorosa e fulgor O teu verde-reluzente nos ensina A natureza que resplende tanto amor Ó juazeiro planta símbolo do nordeste Tua beleza te reluz à poesia O tom verde que a natureza te reveste Evoca forte à nossa mãe ecologia
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FLORA DO BIOMA CAATINGA Maria de Fátima de Araújo Lucena Nos últimos 15 anos importantes ações foram desenvolvidas buscando ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade do Bioma Caatinga, especialmente sua flora. Equipes de botânicos de todo Brasil uniram esforços nesse sentido. Entre estas ações podemos citar a formação de novos recursos humanos nos diversos programas de pós-graduação em biologia vegetal e/ou botânica das regiões Nordeste e Sudeste do país; captação de recurso; realização de seminários e workshops para indicação de áreas consideradas prioritárias para conservação no bioma e inventários florísticos de novas áreas, especialmente na Bahia, Piauí, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Minas Gerais.
Pesquisas nas diversas fitofisionomias do Bioma, incluindo áreas de campos rupestres e inselbergues, foram incentivadas. Outro importante avanço na divulgação de dados sobre o Bioma foi o aumento de publicações, resultantes de pesquisas desenvolvidas nesses estados, provenientes de dissertações de mestrado, teses de doutorado e monografias. A promoção de intercâmbios entre diversas universidades do país com variados institutos de pesquisa internacionais, a exemplo do Jardim Botânico de Nova York, Kew Gardens, Missouri Botanical Garden e Museu de História Natural de Paris, não pode ser esquecida. Estas parcerias propiciaram pesquisas que alavancaram projetos importantes para mapeamento da flora da caatinga. Como resultado de todo este esforço de mais de 400 botânicos brasileiros, foi possível reunir uma grande base de dados sobre a diversidade de plantas do Brasil, incluindo o bioma caatinga.
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FLORA DO BIOMA CAATINGA Maria de Fátima de Araújo Lucena Em 2010 foi anunciado oficialmente pelo MMA, o projeto Lista de espécies da flora do Brasil, coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o registro de 4332 plantas habitando o bioma Caatinga, esse ambiente tão particular da região nordeste do Brasil. Destas 744 são consideradas endêmicas e outras raras e 46 estão ameaçadas de extinção em algum grau de acordo com a IUCN. Continuamente há novas áreas sendo inventariadas e espécies novas sendo descobertas. Esses dados estão sendo atualizados continuamente. Uma Câmara técnica especial do Ministério do Meio Ambiente sobre o bioma e as coleções biológicas é outro marco histórico e cientificamente importante. Na Paraíba a equipe do herbário CSTR, da UFCG tem sido um referencial importante na busca por inventariar, de modo pioneiro, algumas áreas na mesorregião do sertão paraibano, para que nos próximos anos possamos ter um panorama mais real da diversidade vegetal em nossa região, o que no momento, ainda não dispomos. Isso vai exigir a formação de novos botânicos, através da participação em projetos, infraestrutura adequada nas instituições, incentivo de bolsa de pesquisa e a criação de programas de pós-graduação, além da expansão e consolidação de uma coleção biológica (herbário) de referência para armazenar exemplares desta flora como testemunho e apoio à pesquisa e ao ensino.
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SOBRE O PASS - Programa de Ações Para a Sustentabilidade Socioambiental
Edevaldo da Silva Joedla Rodrigues de Lima
O Programa de Ações para a Sustentabilidade Socioambiental (PASS) é um programa de extensão da Universidade Federal de Campina Grande – Campus de Patos/PB, apoiado pelo Programa de Bolsa de Extensão (PROBEX) da mesma instituição. Ele foi criado em 2011, como resultado da ampliação do projeto Florestal Recicla, em vigência desde 2008. Em 2013, o Programa PASS possui como participantes os professores: Joedla Rodrigues de Lima (Coordenadora do PASS); Edevaldo da Silva (Coordenador do Florestal Recicla); Maria Edilene Rodrigues ; Ivonete Alves Bakke; Valter Ribeiro da Silva; Carlos Roberto de Lima. Além de alunos de graduação: Habyhabane Maia de Oliveira, Edinailma Santos Silva e funcionários do campus. O Programa PASS As ações do PASS estão divididas em dois projetos intitulados como: “Florestal Recicla V” e “Reeduca”. Ambos reúnem objetivos e ações firmes em seus propósitos sociais e humanos. O PASS avança ganhando maturidade e contribuindo para a formação de novos valores que reintegrem o ser humano na cadeia da vida por meio de atitudes responsáveis, sustentáveis. Atua no sentido de despertar a comunidade diretamente envolvida com o tema socioambiental partindo de uma ação simples que é desenvolver o hábito da coleta seletiva, mas este é apenas um motivo...
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SOBRE O PASS - Programa de Ações Para a Sustentabilidade Socioambiental
Edevaldo da Silva Joedla Rodrigues de Lima
... de redução no consumo, do reaproveitamento de materiais; a necessidade de políticas públicas efetivamente aplicadas, mas, em profundidade a mudança proposta verte para os valores humanos. Os seus números são cada vez mais expressivos e, em 2012 eles só aumentaram: os resíduos encaminhados para reciclagem já soma mais de 6 toneladas(soma dos 5 anos); cerca de 650 cidadãos, entre alunos e professores, se beneficiaram diretamente de nossas ações em palestras, oficinas, visitas e atividades em geral. O projeto conta com colaboradores valorosos, talentosos, e conseguimos materializar a frase que diz: “um mais um é sempre mais que dois”. O trabalho em grupo, resulta na somatória de conhecimentos e aptidões que o resultado final torna-se melhor do que o esperado. Isto é o que ocorre com o grupo PASS. Visite o Site do Programa PASS - www.florestalrecicla.com, conheça e junte-se a nós.
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