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Cerimônias Cariocas 2016 faz balanço

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Editorial

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COMPLEXIDADE E ENVOLVIMENTO. ESSES FORAM OS DESTAQUES DA ABERTURA E ENCERRAMENTO DAS OLIMPÍADAS REALIZADAS NO BRASIL

Passado o sufoco, agora é hora de comemorar.” É assim que pensa o CEO da Cerimônias Cariocas 2016, Andrea Varnier. Em um balanço especialmente realizado para a Revista Live Marketing, o executivo conta que o clima negativo propagado inicialmente assustou, mas no fi nal o resultado foi excelente. A Cerimônias Cariocas 2016 foi a empresa vencedora da concorrência promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro, para realizar o evento de passagem da tocha que aconteceu em Londres, a abertura e encerramento da Olimpíada e Paralimpíada, o revezamento olímpico e paralímpico da tocha que passou por 300 cidades brasileiras em 95 dias e contou com 12 mil pessoas que se revezaram na condução e o evento de boas-vindas às delegações. Essa empresa é fruto da associação da Film Master Group, com sede na Itália e a brasileira SR Promoções Culturais (SRCom).

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De início, Andrea destaca a complexidade da concorrência, que levou seis 6 meses para ser concluída, isso porque pela primeira vez um Comitê resolveu englobar todas as ações em uma única concorrência. “Nos outros países em que o evento aconteceu, os organizadores preferiram fatiar a concorrência.”

Nesse sentido, as exigências também eram as mais diversas, começando pela exigência de experiência olímpica e a necessidade de ser uma empresa brasileira. “Dessa maneira, grandes grupos vieram buscar parceiros no Brasil e enfrentamos o desafi o e a experiência de ter uma sociedade dividida meio a meio, o que inicialmente podia ser um risco, já que nenhum dos sócios tinha o poder de decisão sozinho.”

Cabe ressaltar ainda, que foi uma concorrência que contou com a participação de dezenas de grupos empresariais na primeira etapa, depois fi caram dez, caiu para cinco e no fi nal, foram três fi nalistas. “Quando ganhamos a concorrência, tínhamos duas grandes preocupações; a primeira era transformar em realidade o que estava no papel, que vai desde a criação da empresa e produzir o evento de Londres, pois tínhamos apenas 8 meses para realizá-lo”, assegura Andrea.

ILUMINAR EVENTOS DE SUCESSO É A NOSSA EXPERTISE

Só para se ter uma dimensão do tamanho do evento, a primeira visita técnica realizada em Londres, envolveu cerca de 200 pessoas. Depois, ao longo do percurso mais pessoas foram sendo incorporadas. No pico das cerimônias foram 650 pessoas envolvidas diretamente, na tocha mais de 100 pessoas e 35 na cerimônia de boas-vindas. Foram 5 mil voluntários cast na cerimônia e 250 de apoio.

CRITÉRIO

Na opinião do vice-presidente da SRCom, Flávio Machado, o sucesso do evento reside na criteriosa seleção dos profi ssionais que seriam envolvidos no projeto. “Havia uma expectativa alta e sabíamos que tínhamos uma limitação fi nanceira que os outros jogos olímpicos não tiveram. Além disso, em outras edições do evento, foram construídos estádios específi cos para o evento de abertura e encerramento e nós precisávamos trabalhar com o Maracanã. Assim, nosso diferencial foi saber tocar o coração das pessoas.”

Machado assegura que quando contrataram o time de diretores criativos para as Olimpíadas composto por Andrucha Waddington, Abel Gomes, Daniela Thomas e Fernando Meirelles, tinham a certeza de que tudo daria certo. “Esse time profi ssional se empenhou para que o resultado fi nal fosse emoção pura.”

Nas discussões, Machado conta que o maior questionamento era chegar ao consenso de qual Brasil mostrar ao mundo. “No fi - nal, fi zemos um trabalho muito bem conceituado que destacou a sustentabilidade e o cuidado com o planeta.”

Para Andrea, o resultado positivo também foi alcançado porque a mão de obra brasileira se mostrou extremamente profi ssional. “Eu nunca tinha trabalhado no Brasil e o que encontrei aqui foram profi ssionais de um elevado grau de profi ssionalismo e bastante fl exíveis.” No total de profi ssionais envolvidos com a Cerimônias Cariocas 30% eram formados por estrangeiros e o restante todos profi ssionais recrutados no Brasil.

Ele entende que esse item é bastante relevante, levando-se em consideração o tamanho do Brasil e a questão da regionalização. No evento de revezamento da tocha pelas cidades, por exemplo, precisávamos levar em consideração as diferenças de cada local. “Eram públicos diferentes e em alguns lugares, até a legislação mudava.”

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Advogado e sócio do escritório FAS Advogados, Márcio Lamonica e o CEO da Cerimônias Cariocas 2016, Andrea Varnier

“ESSE TIME PROFISSIONAL SE EMPENHOU PARA QUE O RESULTADO FINAL FOSSE EMOÇÃO PURA.” (FLÁVIO MACHADO)

Dessa maneira, levando em consideração esses aspectos, a Cerimônias Cariocas montou três times separados. Tinha o time responsável pela tocha, o da cerimônia de abertura e encerramento e o de boas-vindas, que respondiam para a equipe executiva que era geral.

Gerenciamento

Ao todo, a empresa teve que gerenciar perto de 1,2 mil contratos com artistas, cast e fornecedores. Nesse sentido, contaram com o apoio do escritório FAS Advogados. Responsável por esse trabalho, o advogado e sócio do escritório, Márcio Lamonica, assegura que o envolvimento da banca foi total. “Respondemos pela relação jurídica entre a Cerimônias Cariocas e a Rio 2016, bem como os contratos com as empresas de alimentação, áudio e vídeo, correios, logística, propriedade intelectual, contrato com artistas e dançarinos, direito de imagem, voz e performance artística.”

Para Lamonica esse foi um trabalho que exigiu do escritório um nível de entendimento além do tradicional. “Nossa grande inteligência foi seguir as normas padrão estabelecidas pela Rio 2016 e negociar com os fornecedores os pontos de confl ito.” Para realizar essa tarefa, que consumiu pouco mais de 2 anos, o escritório disponibilizou uma equipe formada por 15 advogados das áreas tributária, societária, cível e trabalhista.

Por isso e por tantos outros aspectos, Andrea garante que essa foi uma experiência sem igual. “Começamos em 2011 a trabalhar as Olimpíadas e o país vivia uma onda de crescimento e otimismo sem igual. Depois veio a crise, a zika vírus, a dengue, a violência, o medo dos estrangeiros em relação ao que iam encontrar no Brasil, o impeachment da presidente Dilma, denúncia de corrupção, atraso nas obras olímpicas e mesmo assim conseguimos realizar um evento que fi cou marcado. O mundo todo comentou e encheu o Brasil de orgulho e a nós também. O país estava meio abatido, com moral triste e nosso trabalho deu uma virada nesse sentimento. Vimos o orgulho das pessoas que trabalhavam em nossa equipe.”

Já Machado vai além. Ele entende que a proposta pensada, planejada e executada pelo time da Cerimônias Cariocas mudou a ex////////////////////////////////////////////////////////////////////// pectativa que se apresentava no Brasil e no exterior. “O mundo entendeu o poder de transformação da imagem do país”, conclui. n

MERCADO DE TRADE MARKETING SOFRE PARA CUMPRIR A LEI DE COTAS

“O ALTO TURNOVER DESSE MERCADO, A NECESSIDADE DE DESENVOLVER O TRABALHO DENTRO DAS DEPENDÊNCIAS DO CLIENTE, O PISO SALARIAL E A DIFICULDADE DE SE ENCONTRAR MÃO DE OBRA QUALIFICADA SÃO AS PRINCIPAIS QUEIXAS DAS EMPRESAS.”

A Lei de Cotas de pessoas com defi ciência existe há mais de 20 anos e deve ser cumprida por todas as empresas que possuem mais de 100 empregados. Acontece que alguns mercados têm mais difi - culdade de cumprir a cota legal. Esse é exatamente o caso do mercado de Trade Marketing. Normalmente as empresas possuem um número alto de empregados registrados, o que faz com a cota seja elevada. Por outro lado, as fi scalizações do Ministério do Trabalho e Emprego não se mostram sensibilizadas com as difi - culdades do mercado.

“O alto turnover desse mercado, a necessidade de desenvolver o trabalho dentro das dependências do cliente, o piso salarial e a difi culdade de se encontrar mão de obra qualifi cada são as principais queixas das empresas,” explica o advogado especialista em inclusão social Luiz Eduardo Amaral de Mendonça, sócio do FAS Advogados.

O comitê de Trade da AMPRO está discutindo atualmente as melhores estratégias e alternativas para que o mercado consiga ser ouvido. Uma das alternativas apresentadas e discutidas é a distribuição de ação judicial declaratória, cuja proposta é que a base de cálculo da cota seja aplicada somente sobre os empregados da área administrativa.

“O mercado de Trade Marketing não é contra a inclu são social, mas é essencial que a fi scalização e o Ministério Público do Trabalho reconheçam os esforços das empresas e sejam um pouco mais fl exíveis com as empresas que se dedicam no cumprimento da lei. Não podemos permitir que as empresas sejam reiteradamente autuadas com pagamento de multas pesadas”, explica Luiz Eduardo. n

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