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Mulheres mostram sua força
MULHERES CONQUISTAM ESPAÇO E NÃO ESPAÇO E NÃO FOGEM À LUTA FOGEM À LUTA
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Presidente da Mark Up, Silvana Torres
Acantora Rita Lee, fez sucesso nos anos 90 com uma música que dizia ser a mulher o sexo frágil, mas que não foge à luta e terminava: “por isso não provoque é cor de rosa choque”. A verdade é que as mulheres levaram sua necessidade de conquista ao pé da letra e hoje disputam espaço com os homens que também têm percebido que existe campo para todo mundo e que unir forças é melhor do que trabalhar separado.
De qualquer modo, as mulheres estão conquistando, a cada dia, mais visibilidade em todos os setores da sociedade. Seja no comando de empresas, marcas, agências, promovendo atividades econômicas ou simplesmente tocando projetos de grande vulto, as mulheres mostram todo o seu potencial.
Esse momento representa um grande avanço nas lutas e conquistas do público feminino. CEO da Outra Praia, Dilma Campos destaca que as mulheres sempre mostraram ao mundo seu potencial, que tem ganhado mais espaço na medida em que passaram a discutir a igualdade de gêneros em sua amplitude. “Este momento representa um caminho sem retorno para a equidade de gêneros com chances iguais para todos”, destaca.
Ela ainda entende que o empoderamento feminino mostra muito além do simples ato de comandar atividades, antes comuns aos homens. “O mercado não pede que a gente deixe de ser mulher. O mercado pede por mulheres com sede de empreender, seja dentro do seu próprio ambiente de trabalho ou em um negócio próprio, inquietas, curiosas, ousadas e que não se cansam e nem tem medo de enfrentar, com a postura correta, os desafi os que vierem.”
Esse novo momento tem sido trilhado através de muito esforço de diversas representantes dos mais diversos segmentos da sociedade e também pelas nações, que segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres são mais de 50% da população. Essa dedicação tem gerado frutos, transformando a sociedade, abrindo as portas de diversas oportunidades.
CEO da Outra Praia, Dilma Campos
Proprietária da Batuque Promo, Chris Bradley afi rma que esse movimento representa uma grande vitória, uma nova era. “Sou pernambucana e comecei em Recife aos 17 anos. Sempre fui empreendedora. Senti na pele um pouco desse preconceito, não no trabalho, mas pela sociedade. E, por ser uma cidade machista na época, o preconceito era ainda maior. Tenho lido bastante sobre o assunto e observado que empresas com mulheres no comando têm, entre outras vantagens, a diminuição do turn over. Isso mostra que o profi ssional está atrelado à sensibilidade feminina e que isso é frutífero ao negócio”, comenta a empresária.
E a sensibilidade das mulheres no comando das atividades tornam a sociedade melhor. Diretora de marketing e novos negócios da Miksom&Partners / Vintage.Ag, Danny Ortali ressalta que este é um momento de transição, em que gradativamente, as mulheres vêm se empoderando e ganhando visibilidade, em diversos setores, com bastante destaque no âmbito profi ssional. “Há muitas barreiras a enfrentar ainda, mas, também há grandes ganhos.” Ela acredita que isso mostra algo mais próximo da realidade de igualdade que todos almejam: que a mulher é tão competente quanto o homem em tarefas, antes exclusivamente masculinas. E vice-versa. “Competência e profi ssionalismo não é uma questão de gênero e sim de personalidade. E provamos essa tese todos os dias.”
COMPETENTES E COMBATIVAS
Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes comenta que este é um momento absolutamente fundamental para determinar um ponto de virada no que se refere à equidade de gênero e uma sociedade mais equilibrada. “Ainda é um momento delicado porque toda mudança exige refl exão e principalmente mudança de cultura.”
Na prática, o empoderamento feminino é mais do que apenas ocupar as atividades masculinas. Ana acrescenta que esse estágio social mostra que, apesar das mulheres serem a maioria da população mundial e de ter a responsabilidade por aproximadamente
Fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes
“MOSTRAMOS QUE A MULHER É IGUAL AO HOMEM, QUE O GÊNERO NÃO PODE DECIDIR UMA VAGA DE EMPREGO, E SIM AS COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS QUE SÃO NECESSÁRIAS PARA CADA TRABALHO.” (CHRIS BRADLEY)
Proprietária da Batuque Promo, Chris Bradley
80% das decisões de compra de uma família, elas não se sentem nem acolhidas nem representadas, e estão unidas para buscar representatividade – não soberania. “As mulheres buscam representatividade e direitos iguais, não só nas leis, mas efetivamente no dia a dia. Apesar de estarmos em 2016, ainda não estamos representadas nos ambientes de poder.” Sobre os desafi os enfrentados pelas mulheres, Ana assegura que no mundo, cerca de 100 milhões de meninas são proibidas de estudar e só no Brasil estima-se que 500 mil mulheres são estupradas anualmente e por dia 12 são assassinadas. “Representatividade signifi ca ter os mesmos direitos e sermos reconhecidas como seres humanos. Este momento que vivemos é crucial para as próximas gerações para mudança de cultura.” Como complemento, Chris diz que com tantos desafi os, as mulheres estão vencendo as difi culdades. “Mostramos que a mulher é igual ao homem, que o gênero não pode decidir uma vaga de emprego, e sim as competências profi ssionais que são necessárias para cada trabalho.”
PODEROSAS
Há diversas ações em andamento para que a cada dia seja mais pertinente a discussão do empoderamento da mulher, em todas as atividades sociais e econômicas. No mercado de Live Marketing, uma iniciativa da Associação de Marketing Promocional (Ampro) está fortalecendo essa atitude, com uma plataforma de mulheres executivas que busca contribuir para o crescimento e desenvolvimento profi ssional do gênero, por meio da troca de experiência com os seus pares e da capacitação.
Presidido por Silvana Torres, presidente da Mark Up e primeira mulher a ganhar o prêmio de Melhor Profi ssional de Marketing Promocional do Ano no AMPRO Globes Awards de 2005, o comitê busca gerar conhecimento e troca de experiências. “O nosso objetivo é gerar boas práticas para desenvolver uma espécie de formação empreendedora, de ponta a ponta, para que a característica multidesk feminina seja valorizada e, assim, preparar as profi ssionais do mercado para que cada vez mais mulheres assumam posições de liderança”, acrescenta Silvana.
Vencer os preconceitos e mostrar a força feminina no Live Marketing tem se mostrado uma das principais bandeiras das executivas envolvidas com o mercado. Para Chris, isso mostra que o segmento é mais aberto e que não tem preconceitos em relação a esse assunto. “O público com quem falamos em nossas ações é misto, por isso é importante que dentro da agência tenhamos uma equipe multigênero para entender as necessidades de cada projeto. Essa mistura é extremamente rica para o resultado dos projetos”.
“COMPETÊNCIA E PROFISSIONALISMO NÃO É UMA QUESTÃO DE GÊNERO E SIM DE PERSONALIDADE. E PROVAMOS ESSA TESE TODOS OS DIAS.” (DANNY ORTALI)
Diretora de marketing e novos negócios da Miksom&Partners / Vintage.Ag, Danny Ortali
Para Danny o mercado já tem um passado atípico, com mulheres em posições de comando. “Eu mesma, desde pequena, vi grandes mulheres comandarem equipes de produção, por exemplo. E cresci nesse meio sabendo que nós podemos fazer eventos de qualidade. O Live Marketing ganha com a sensibilidade para os detalhes que mulheres não deixam passar despercebidos. Mas, muito mais do que isso, toda a sociedade se benefi cia com um olhar feminino sobre tudo.”
ESSÊNCIA E COMANDO
Além de poderosas e tomadoras de decisões, as mulheres mostram seu valor sem esquecer do fundamental. Seja tocando projetos envolvendo cifras ou cuidando com carinho de projetos de comunicação ao vivo, elas dão as cartas cada vez mais em diversos setores, principalmente naqueles que envolvem agências, marcas e fornecedores. “Acredito que as mulheres não devem perder a essência, não precisam abrir mão de sua condição feminina para se inserir no ambiente de trabalho. Por outro lado, a questão de gênero envolve diferenças biológicas e constitutivas que não devem ser negadas. Pelo contrário. A mulher deve aprender a usar essas diferenças a seu favor. Enquanto o homem é mais objetivo, a mulher tem uma visão mais global e essa aptidão é importante para se compor e analisar cenários. Mas deve ser contrabalanceada com a racionalidade, para ela não se tornar pouco objetiva”, acrescenta Dilma. Na opinião de Danny, os desafi os se concentram na administração dos diversos papéis que precisam assumir no dia a dia. “Assim, a inteligência está em saber se comunicar com todos os pares. E penso que os homens também têm assumido outros papéis, dividido tarefas com as parceiras. O ambiente de trabalho, inclusive, tem se mostrado muito menos uma arena de competição, com um time de homens versus um de mulheres, e mais uma mesa de negociação, onde todos trocam, de igual para igual. Claro que ainda temos muito a evoluir, estamos na primeira infân
cia dessa nova realidade, mas, já podemos ver, aqui e ali, exemplos que nos encorajam e nos certifi cam de que estamos na direção certa.” n
