Projeto Nossas Crianças: Janelas de Oportunidades Maria De La Ó Ramallo Veríssimo Maria Angela Maricondi III Workshop Internacional de Desenvolvimento Infantil da FMCSV 26 novembro 2009
Objetivo Apresentar as estratégias de disseminação de
conceitos e práticas de Desenvolvimento Infantil utilizadas pelo Grupo Técnico do
Projeto Janelas para formar profissionais de serviços de saúde que lidam com famílias de crianças de 0 a 6 anos e gestantes
Parte I Disseminação de conhecimentos e práticas Parte II Implantação do projeto
Parte III Avaliação de produtos e processos
Parte I. Disseminação de conhecimentos e práticas
• Necessidade de novas tecnologias para contemplar: • • •
ações de promoção da saúde infantil
a dimensão da família a atuação com grupos socialmente vulneráveis
• A tecnologia consiste em conhecimentos e práticas
para a reorganização do trabalho em saúde: promover o desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos, mediante fortalecimento dos cuidados familiares
Estratégia escolhida Construção coletiva do trabalho ◦ Grupo técnico: Secretaria Municipal da Saúde Associação Comunitária Monte Azul UNICEF
Pastoral da Criança CREN/UNIFESP EEUSP
Quais conhecimentos e práticas? Competências familiares: saberes e habilidades que, somados à amorosidade de atitudes e práticas das famílias, facilitam e promovem a sobrevivência, o
desenvolvimento, a proteção e a participação das crianças
Patrimônio: conjunto de recursos dos quais as pessoas
dispõem para garantirem, a si mesmas e a seus familiares, maior segurança e melhor padrão de vida
Quais conhecimentos e práticas? Cuidado
cuidar de crianças é uma tarefa para a qual as pessoas precisam ser preparadas e apoiadas: Promover o conhecimento e a compreensão sobre o processo de desenvolvimento infantil e as necessidades essenciais decorrentes deste processo.
Resiliência
Crianças que têm interações contínuas com pessoas que cuidam bem delas tornam-se melhor preparadas, biológica e emocionalmente, para aprenderem e trabalharem estresses e desapontamentos do dia a dia de suas vidas
Quais conhecimentos e práticas? Família: a diversidade real X modelo idealizado Pessoa/Família em condições adversas: carência como geradora de falta de liberdade para decidir
Rede Social da Família: um conjunto de relações interpessoais a partir das quais a pessoa e ou a família mantêm sua própria identidade social.
Práticas tradicionais
Projeto Janelas
Profissionais especialistas em Profissionais generalistas saúde da criança
Finalidade diagnóstica
Finalidade de promoção da saúde
Variáveis da criança
Variáveis do contexto
Abordagem da criança
Abordagem da família
Consultas ambulatoriais
Contato no ambiente de vida
Testes e medidas
Observação e descrição
Análise técnica - devolutiva
Construção de saberes compartilhados
Práticas tradicionais
Projeto Janelas
Destaque do saber
Fortalecimento das
profissional
competências das famílias
Encaminhamento
Acolhimento
Família receptora de
Família agente de cuidados
orientações Serviço de assistência
Organização da comunidade
Objetivo: tratamento
Objetivo: inclusão
Ação pontual
Processo contínuo
Público de interesse Equipes de Saúde da Família como sujeitos diretamente responsáveis pelo trabalho com as famílias Gestores e parceiros de PSF
Compartilhando o marco conceitual I Oficina: abril/2002
• Apresentação dos conceitos relacionados ao DI
• Trabalho de grupo:
• caracterização da situação da infância
• reflexão sobre as práticas desenvolvidas e os
conteúdos apresentados •propostas de fortalecimento do DI, considerando as potencialidades do cuidado na Família e nas Redes Sociais
• Plenária
Síntese das avaliações da I Oficina Relevância do projeto: ◦ Apoio às ESF na abordagem do DI ◦ Valorização das experiências e conhecimentos das entidades parceiras do PSF
◦ Ampliação da atenção ao DI, contemplando o ambiente, as oportunidades e as relações ◦ O suporte às famílias - importante instrumento para abordagem da violência doméstica (repercussão na transformação da violência social)
Síntese das avaliações da I Oficina Interesse em atuar como atores do projeto para:
rever a postura de atendimento com maior escuta, suporte e interesse pelas famílias sensibilizar os membros das equipes para o projeto
criar uma cultura de cuidados afetivos nos grupos educativos, nas creches e escolas criar e ampliar espaços de brinquedotecas envolver as comunidades montar videotecas e bibliotecas
Construindo os materiais educativos II Oficina: agosto/2002
• Apresentação da 1ª versão da cartilha da família e da ficha de acompanhamento dos cuidados
• Debate sobre a pertinência e clareza dos
conteúdos escolhidos, formato, ilustrações, etc.
• Organização das críticas e sugestões
Construindo os materiais educativos • Principal questionamento à cartilha:
• Ausência de personagens de etnias diversas
• Principal questionamento à ficha:
• Grande volume de informações – conteúdos
relativos a marcos de DI (conquistas) e a cuidados voltados à promoção do DI (oportunidades)
Apresentação dos materiais educativos: Celebrando o trabalho realizado
III Oficina: maio/2003 Lançamento dos produtos do projeto:
• Cartilha e manual de apoio “Toda hora é hora de cuidar”
• Ficha de acompanhamento dos cuidados para a promoção da saúde da criança
Estratégias e recursos de divulgação ◦ Produtos de comunicação: Folder, logomarca e cartaz para divulgação do projeto nas unidades
O próprio material educativo: aspecto e conteúdos
Parte II. Implantação do projeto: desenhando as oficinas de formação
Concentração do Grupo Técnico para planejamento do trabalho de formação Oficina de 40 horas, com cinco encontros semanais de 8 horas com as equipes estratégias participativas ambiente acolhedor
Implantação do projeto: as oficinas de formação 4 oficinas: grupo Sul I, grupo Sul II, grupo Leste e grupo Centro-Norte
Metodologia participativa e problematizadora: equilíbrio entre atividades relacionadas ao pensar, sentir e agir exercício do cuidado, acolhimento e estímulo à participação e construção compartilhada do conhecimento experimentação das novas práticas nos momentos de dispersão
A formação das equipes e das famílias
Formação inicial de 114 “multiplicadores” / 68
USFs
Ampliação para 304 equipes e 1.525 ACS realizada por 98 “multiplicadores” / 57 USFs
231 equipes e 1.115 agentes trabalhando com famílias (em novembro 2004)
Tiragem e distribuição dos produtos Cartilha da família: 45.000 exemplares (esgotada) Manual de apoio da equipe SF: 5.000
exemplares (3.500 distribuídos) Ficha de acompanhamento dos cuidados:
100.000 (60.000 distribuídas)
Acompanhamento das ações Acompanhamento das ações locais: formação das redes regionais de “multiplicadores”
Objetivo: garantir a sustentação dos vínculos formados durante as oficinas de formação e a contínua troca de experiências entre os profissionais “multiplicadores” – dificuldades, avanços, conquistas
Parte III. Avaliação dos produtos e processos Objetivo: avaliar a eficácia e a efetividade das estratégias escolhidas para disseminar conhecimentos e mudar práticas de cuidados dos públicos de interesse (profissionais de saúde e famílias)
Método: investigação com metodologias qualitativas e quantitativas
Avaliação dos produtos e processos Objeto: Experiências e significados Metodologia e conteúdos da formação de multiplicadores Aceitação e compreensão dos conteúdos pelas famílias e pelos profissionais de saúde
Realização:
EEUSP (coordenação)/UNIFESP Apoio CNPq
Avaliação dos produtos e processos Resultados: O projeto estimulou e apoiou o protagonismo dos profissionais de saúde no diálogo com as famílias Cartilha e ficha são instrumentos de Promoção da Saúde da Criança, pois favorecem aproximação efetiva com as famílias As estratégias de formação participativa e emancipatória apoiaram a construção coletiva e criativa dos planos locais de implantação do projeto
Avaliação dos produtos e processos Resultados: A cartilha foi estudada sob vários aspectos
(conteúdos, ilustrações, tamanho, tamanho e tipo de letra,
quantidade de páginas) tanto sob a ótica das famílias
quanto dos ACS. Muito bem aceita; não foram indicadas modificações significativas para nenhum dos aspectos estudados
Avaliação dos produtos e processos Resultados: Não foi possível avaliar o impacto das ações educativas no comportamento das famílias. Foi realizada pesquisa de linha de base das competências familiares em 2004 com metodologia quantitativa do UNICEF, mas não replicada posteriormente.
Sobre as estratégias de disseminação
Muitos participantes do processo ainda hoje referem-se à importância dos conhecimentos e práticas abordados no projeto
Os materiais educativos são avaliados como atraentes e significativos
Obrigada, Maria De La Ă“ Ramallo VerĂssimo
mdlorver@usp.br