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AVANÇAM os processos de beatificação
SANTA SÉ comunicou recentemente sobre os processos de dom Vital e dom Helder Camara
ODicastério das Causas dos Santos comunicou que nomeou o monsenhor espanhol
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Melchor José Sanchez de Toca y Alameda como relator da Positio do processo de dom Helder Camara. No ano passado, a Santa Sé anunciou a validação jurídica de todo o material enviado a Roma. Também foi dado início à impressão da Positio do processo de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira. A expectativa agora é que nos próximos dias o documento seja entregue aos membros das comissões romanas formadas por historia- dores, teólogos, bispos e cardeais
A Igreja no Brasil, em especial o Regional Nordeste 2 da CNBB, celebra os mais recentes avanços nos processos de beatificação e canonização dos Servos de Deus dom Vital (1844-1878) e dom
Helder Camara (19091999). Ambos, além de epíscopos – o primeiro pastor da Diocese de Olinda (PE) e o segundo da Arquidiocese de Olinda e Recife – foram em vida exemplos de cristãos e, por isso, caminham para o reconhecimento de suas virtudes.
Este arquivo, que agora será elaborado, resume toda documentação já enviada pela arquidiocese e prova que o Servo de Deus viveu, em grau heróico, as Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade); b) Virtudes Cardeais (Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança); e as Virtudes de Estado Clerical (Pobreza, Humildade, Castidade e Obediência).
O relatório também incluirá depoimentos de testemunhas (Summarium Testium), além de reunir os documentos mais relevantes de autoria de dom Helder ou produzidos sobre ele (Summarium Documentorum).
O processo de beatificação e canonização de dom Helder foi aberto pela Igreja pernambucana em 2014 e a fase arquidiocesana foi concluída em 2018. No ano passado, no encerramento do 18º Congresso Eucarístico Nacional, a Santa Sé anunciou a validação jurídica de todo o material enviado a Roma.
O administrador Apostólico de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, comemora mais um passo dado para reconhecer a santidade de dom Helder. “Esse é nosso desejo, a declaração oficial da Igreja, pois conhecemos de perto as virtu- des de dom Helder e o tomamos como modelo de santidade, na luta pela dignidade dos pobres, na vida de oração, na humildade e sabedoria”, afirmou.
Vener Vel
A Tipografia Vaticana deu início à impressão da Positio do processo de beatificação e canonização de dom Vital. A expectativa agora é que nos próximos dias o documento seja entregue aos membros das comissões romanas formadas por historiadores, teólogos, bispos e cardeais.
“A depender da agenda dessas comis-
UM JOVEM BISPO em Processo de Canonização
Dom Vital Maria
Gonçalves de Oliveira (1844-1878), capuchinho, foi nomeado bispo de Olinda por Pio IX com apenas 26 anos de idade. Ao assumir o pastoreio, teve que enfrentar grandes desafios a começar pelo vasto território geográfico. Em meio aos desafios pastorais, teve que defender a Igreja e a fé católica diante dos insultos e das perseguições da maçonaria, esta amparada pelo governo imperial. Homem de fé, forjado no claustro capuchinho, Vital resistiu às investigas inimigas, de tal modo a ser chamado o
“Atanásio brasileiro”. Apoiado pelo bispo do Pará, Dom Macedo Costa e outro colegas de episcopado, defendeu corajosamente a liberdade da Igreja no Brasil. De coração magnânimo, o primeiro gesto, ao se instalar no Palácio episcopal da Soledade, foi dar alforria aos escravos, dizendo que os filhos de um bispo não podem ser escravos. Por defender a fé, foi preso, julgado e condenado a 4 anos de prisão com trabalhos forçados. Diante da pressão popular e dos rogos da Santa Sé, o imperador Pedro II comutou a pena para prisão simples e, tempos depois, lhe concedeu anistia. Livre, Dom Vital foi a Roma e teve vários encontros com o Papa que o acolheu como filho caríssimo. Retornando à Olinda, empreendeu uma visita pastoral, passando por várias paróquias. Contudo, sentia-se adoentado, consequência das perseguições e dos dias de prisão na Fortaleza de São João, no Rio. Aconselhado pelos médicos, foi buscar tratamento na Europa, passando pela Itália e pela França. Em Paris, sentiu-se muito mal e acabou falecendo em 4 de julho de 1878,com apenas 33 anos de idade e 7 de episcopado. Entre as suas últimas disse que perdoava os inimigos e oferecia sua vida pela Igreja de Olinda.
Em Olinda, na Catedral da Sé, no dia 4 do corrente, foi celebrada missa em memória dos 145 anos sões, é possível que o Papa Francisco declare dom Vital como Venerável. Daí restará apenas um milagre para a beatificação”, explicou o confrade e vice-postulador da causa de dom Vital, Frei Jociel Gomes. O processo de beatificação e canonização de dom Vital foi aberto oficialmente em 1953 e retomado em 1992. A fase diocesana foi encerrada em 2003 e a documentação enviada ao Vaticano. Na última terça-feira (4), a Igreja fez memória aos 145 anos de morte do religioso que foi o primeiro bispo capuchinho do Brasil. de Dom Vital na Casa do Pai. E na terra natal do Servo de Deus, Pedras de Fogo-PB, houve o “I Simpósio Dom Vital” recordando a vida e as obras do conterrâneo, que foi o primeiro bispo capuchinho do Brasil.