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As ferramentas jornalísticas e seus porquês

OMBUDSMAN

AFONSOVERNER*

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Aprática do Jornalismo é um desafio diário. Tal desafio co‐meça em tentar dar sentido a acontecimentos esparsos e muitas vezes sem conexão com nossa re‐alidade, chegando à necessidade de comunicar de forma clara e efi‐ciente em uma sociedade cada vez mais submersa em informação, quase numa 'infodemia'. Dito isso, a edição 226 do Foca Livre, publi‐cada em novembro de 2022, nos permite refletir sobre as ferra‐mentas jornalísticas disponíveis para o desafio diário do Jornalis‐mo: dar sentido aquilo que parece não ter ou revelar os sentidos sub‐jacentes

Ditoisso,destacoaquiodesafioda Turma36‐grupoquesofrecomafal‐ta de docentes no Curso ‐ em produ‐zirmaisumaediçãodoFocaLivredi‐ante de condições adversas Ironica‐mente, minha primeira observação dirige‐se exatamente à reportagem quetratadoaniversáriode53anosda UEPG, UEL e UEM e das condições de ensino nestas instituições de ensino superior Por mais que cite la‐conicamente que as universidades

EXPEDIENTE

Editoras‐chefes

Amanda Dal'Bosco, Iasmin Gow‐dak e Júlia Andrade

Editoresdeimagem

Alex Dolgan, JoãoVitorPizani e Quiara Camargo

Editoras/editoresdetexto

Daphinne Pimenta, Eduarda Gui‐marães, Emelli Schneider, Gabrie‐la Oliveira, Heloisa RibasBida, João Paulo Fagundes, Kailani Czornei, Larissa Del Pozo, Lívia

"aindaprecisamderecursos",otexto, em sua maioria, assume a versão as‐sessoria: a universidade pública fun‐cionaperfeitamente.

Ao contrário do que poderia se esperar, não há uma fonte sequer que tensione de forma incisiva a versão institucional: boas coloca‐ções nos diferentes rankings, tudo segue maravilhosamente bem A única (e tímida) menção ao questi‐onamento aparece no último pará‐grafo, de forma quase envergo‐nhada Na prática, a reportagem é o sonho de qualquer assessoria de imprensa: 'compra' a versão de ex‐celência no ensino e na estrutura sem maiores questionamentos. Curiosamente o questionamento mais incisivo está no editorial des‐ta edição Fica o aprendizado: por ofício, o(a) jornalista sempre duvi‐da e questiona, ainda mais quando a realidade no seu entorno con‐trastadaquiloqueelereporta.

Outro ponto crítico da edição 226 do Foca Livre diz respeito aos títulos e usos do espaço em branco Cabe lembrar: o "branco" é para o design (diagramação) uma ferra‐menta importante, de descanso da leitura e deve ser corretamente uti‐ lizado O equívoco começa já na primeira página: há vazios em títu‐los, como o da editoria Especial, que não se justificam.Tal expedien‐te se repete, como na página qua‐tro, com um título evasivo e que poucoocupaoespaçodisposto

Para além do uso inadequado do espaço em branco, o desafio de ti‐tular notícias ainda precisa ser en‐carado e vencido pelaequipe do Fo‐ca Há diversas notícias com titula‐ções vagas, pouco incisivas. Aqui recorro às palavras do rapper Mano Brown, do grupo Racionais MCs, que diz: "Minha palavra vale um ti‐ro e eu tenho muita munição". Na titulação das reportagens desta edi‐ção,amuniçãopareceteracabado

Quer um exemplo? Há títulos lacônicos como "Aprovada há 11 anos, LAI segue em evolução" ou "Preço da gasolina não enfrenta reajustes desde o início do semes‐tre". No primeiro caso, a expres‐são "segue em evolução" diz pou‐co, quase nada No segundo caso, a opção pelo uso negativo (não) torna a frase truncada e pouco compreensiva. Não seria mais adequado dizer que o preço da ga‐solina está estável há um determi‐ mêsdedezembrode2022

Nós, alunos do segundo ano de Jornalismo UEPG, desejamos uma boaleituraavocê,leitor Queoano de 2023 nos traga realizações e produçõescadavezmelhores!

Hasman, Manuela Rocha, Maria Eduarda Kobilarz, Naiomi Mainar‐des,Vanessa Galvão eVitóriaTesta

Chefedediagramação

Leonardo Czerski

Diagramadores

BiancaVoinaroski, Camila Ribeiro, Camila Souza, Carolina Olegário, João Iansen, Kauan Ribeiro, Mariana Real, PamelaTischer, Rafaela Col‐man, Sara Dalzoto, Tayná Landarin eWesley Machado

Repórteres Consulte a autoria de textos, fotografiase ilustraçõesdiretamente na página

FocaLivreéojornal‐laboratóriodo cursodeJornalismodaUEPG

Jornalproduzido,publicadoeeditado peladisciplina“NúcleodeRedaçãoInte‐gradaI”

Profa Fernanda Cavassana e Profa Luíza Carolina dosSantos nado número de meses? Exatidão e precisão, sempre

Por fim, a reportagem mais rica daediçãoemtermosdeinformação (o especial sobre o JOIA) acaba per‐dendo destaque ‐ em termos de va‐lor‐notícia, o texto tem muito mais potencial do que a notícia escolhida como manchete Neste caso, a equi‐pe de edição pecou na escolha e na avaliaçãodoscritérios Aperguntaa ser feita aqui é: quantos jornais pautaram o boom do álbum da Co‐pa do Mundo e quantos trataram do JOIAcomoeventoesportivoecultu‐ral?Arespostaéauto‐explicativa Cadaferramentajornalísticatem um uso acompanhado de um porquê Qual motivo leva uma notí‐cia a escalar ao posto de manchete? O que faz um verbo ser usado e não outro? Esses (e tantos outros) são caminhos jornalísticos que os membros da Turma 36 ainda vão aprender, seja na produção do Foca Livre ou em outros ambientes pro‐dutivosdocurso

*Afonso Ferreira Verner é jornalista formado pela turma 25 da UEPG, mestre em Jornalismo e doutorandoemComunicação

Notíciasintegradasàsdisciplina“Produ‐çãoeEdiçãodeTextosJornalísticosIeII”

Profs Felipe Simão Pontes, Karina

JanzWoitowicz, Paula Melani

Rocha e RicardoTesseroli

Projetográficointegradoàdisciplina “DesignemJornalismo”

Prof Maurício Liesen

Contato

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Telefone: +55 (42) 3220‐3389

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