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Projeto Menarca instrui meninas sobre saúde feminina em Ponta Grossa

Em 20 anos de atuação, o projeto ajudou mais de 70 mil meninas

HELOISA RIBAS BIDA

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O Projeto Menarca vido pelo Colégio SEPAM de Ponta Grossa, completou anos de atividade em foco do projeto é zação de meninas sobre gravi dez na adolescê contraceptivos, quest cas de saúde menstrual e higi ene íntima e os riscos de in fecções sexualmente transmis síveis (IST's). Ao longo dos anos de atuação, das cerca de 72 da comunidade pontagrossen se, com o apoio de mais de alunas entre o 9 no Fundamental e Ensino Médio que atuaram co mo voluntárias

O nome do projeto foi esco lhido em função de seu p co‐alvo: meninas entre anos, idade em que geralmente ocorre a primeira menstrua ção, que é chamada de menar ca O Projeto visa a conscienti zação da saúde menstrual e fe minina e, para isso lestras em escolas p centros de atendimento a me‐nores infratores, com o intuito de promover um bate‐papo en‐tre as meninas

O projeto foi criado em 2002 e cresceu com o trabalho con‐junto do Colégio SEPAM, que faz a gestão do projeto e das alunas da própria escola, que atuam como voluntárias Ao longo dos anos, o projeto con‐quistou quatro prêmios nacio‐nais: o Prêmio Escola de Incen‐tivo à Prevenção de DST`s, Aids e drogas (UNESCO/ONU – 2003), o Prêmio Jovem Semeador (Ibe‐rá Sementes – 2004), o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM Brasil (Gover‐no Brasileiro – 2005) e o Prê‐mio Construindo a Nação (CNI/ SESI – 2007).

A voluntária do projeto, Ana Clara Lima Dias, destaca que o maior objetivo das ações reali‐zadas “é levar informação para quem não tem”. As conversas acontecem sem a presença de adultos, para que as garotas se sintam confortáveis no ambi‐ente e participem ativamente do diálogo. Ou seja, é “uma conversa de menina para me‐nina, sobre coisas de menina”, como diz o slogan do projeto

“Elas acabam se sentindo mais à vontade para conversar com ou‐tras pessoas que também pas‐sam pelo mesmo que elas, e por termos a mesma faixa etária fa‐cilita ainda mais”, destaca a voluntária Ana Clara

“Desde março nós começa‐mos as visitas nas escolas e cen‐tros educacionais que solicitam, para atender o máximo de luga‐res possíveis”, explica a profes‐sora Larissa Anyela Pasturczak, orientadora do projeto desde 2015 Ela afirma que o grupo ministra palestras em 40 luga‐res diferentes, além de amparar e instruir cerca de 500 meninas todos os anos “Mesmo assim, sempre tem fila de espera As escolas, principalmente, en‐tram em contato com o projeto para irmos pela primeira vez ou para voltarmos”, ressalta A vo‐luntária Ana Júlia Aparecida Spinardi, conta que poder parti‐cipar do Menarca é uma realiza‐ção pessoal, pois, já estudou em escola pública e sabe como é não ter acesso as informa‐ções Para ela é muito gratifi‐cante poder ajudar essas meni‐ nas a entenderem sobre os pró‐prios corpos e levar informa‐ções importantes para elas

Preparação

A professora Larissa conta que antes das voluntárias co‐meçarem as palestras, elas conversam com uma médica ginecologista, para entender melhor sobre o assunto que irão trabalhar e tirarem suas dúvidas Elas também conver‐sam com uma psicóloga, para não absorver os problemas das meninas que visitam “A dife‐rença de realidade é chocante, principalmente no começo, en‐tão a psicóloga nos prepara pa‐ra encontrarmos esses confli‐tos e não nos atingirmos”, ex‐plica Ana Clara

Mesmo com preparação psi‐cológica, as voluntárias rela‐tam que ainda se sentem afeta‐das em algumas situações. Ca‐tarina Litzinger conta que a pa‐lestra mais marcante para ela foi quando a coordenadora de um colégio assistido a chamou e pediu para as palestrantes discutirem sobre relaciona‐ mentos abusivos e prostitui‐ção, já que haviam casos sus‐peitos dessa situação naquela escola “As meninas nesse ca‐so estavam no 8° ano, eram novas, e não estamos acostu‐madas com esse tipo de situa‐ção, é impactante”, conta. Ca‐tarina também aponta que por esses motivos decidiu entrar no projeto, para transformar o mundo

Ex‐participante do Menar‐ca, Vitória Costa Moro, diz que o projeto a ensinou a valorizar as informações a que sempre teve acesso, seja por meio de pesquisas ou conversas com outras mulheres “Eu tive mui‐ta sorte de ter uma boa rela‐ção com a minha mãe, tudo o que eu preciso eu posso con‐versar com ela”, explica Vitó‐ria relembra o fato de que muitas meninas não tinham acesso a informações básicas, o que para ela parecia fácil de se alcançar: “Nem na escola elas aprendem sobre a menar‐ca e os próprios corpos, isso deve nos fazer refletir”, com‐pleta a ex‐voluntária.

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