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Doenças psicológicas afetam qualidade do sono

Daphinnepimenta

Estudo realizado por pesqui‐sadores da USP e Unifesp, publi‐cado em 2022, na revista Sleep Epidemiology, mostra que 65,5% da população geral brasileira têm problemas associados ao sono Esse contexto se agrava com pessoas que possuem transtornos mentais, uma vez que doenças psicológicas ten‐dem a desregular o sono dos in‐divíduos e influenciar na execu‐ção de atividades rotineiras. Es‐pecialistas apontam que dormir menos ou mais do que o neces‐sário pode agravar alguns sinto‐mas de transtornos mentais, co‐mo a irritabilidade e a falta de atenção Técnicas como a higie‐ne do sono podem auxiliar os pacientes no aumento de sua qualidade do sono

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A psiquiatra Cynthia Cybulski aponta que dormir menos do que o necessário pode agravar os sintomas de transtornos mentais. “Piora, principalmen‐te, a irritabilidade, cansaço, fa‐diga, sonolência e a parte cogni‐tiva, ou seja, a atenção, o foco e a memória”, explica A médica revelou ainda que a pessoa que dorme muito além do necessá‐rio, também pode ser afetada. “Dormir demais reforça sinto‐mas depressivos, aumenta o de‐ sinteresse e pode deixar a pes‐soa com a sensação de falta de energia”, completa.

Cynthia afirma que é possível dormir bem mesmo que as doen‐ças psicológicas alterem a quali‐dade do sono “Dormir bem é possível, principalmente, por meio da higiene do sono, que são medidas comportamentais para melhorar o sono sem o uso de medicação”, destaca a psiqui‐atra Algumas das estratégias pa‐ra a higiene do sono são: dormir e acordar sempre no mesmo ho‐rário, fazer exercícios físicos an‐tes do período da noite, não co‐mer alimentos pesados e gordu‐rosos à noite, não ingerir bebidas alcoólicas ou energéticas perto do horário de dormir Para a hi‐ giene do sono também é impor‐tante: usar a cama somente para dormir, não dormir em quartos iluminados, não tirar cochilos à tarde e não usar nenhuma tela (televisão, celular, computador) antes de dormir

Cybulski explica que o sono é dividido em três fases: “Na pri‐meira fase, o sono é mais superfi‐cial porque você começou a dor‐mir há pouco tempo. Na segunda e terceira fases são os momentos que mais descansamos, ou seja, o cérebro descansa mais e aconte‐cem alguns processos cognitivos, como o desenvolvimento da me‐mória e da aprendizagem”. A psi‐quiatra informa que a qualidade do sono pode ser avaliada pelo médico em uma consulta de roti‐ na e que um adulto deve dormir, em média, de sete a oito horas por noite para desenvolver bem as atividades no dia seguinte.

A bióloga, Ana Carolina Padu‐ki, diz que sofre de depressão e transtorno bipolar, por isso, quando estava em crise tinha insônia ou sono excessivo. “Crise depressiva me faz dormir muito, crise hipomaníaca da bipolarida‐de me faz dormir pouco e me sentir com muita energia”. Ana Carolina comenta que as doen‐ças afetam também a qualidade de vida e interferem com a roti‐na dela “Tento manter a rotina sempre, janto e procuro dormir antes da meia noite, evito comi‐das pesadas à noite e café, medi‐to, faço acompanhamento psico‐lógico e psiquiátrico”, relata

A vestibulanda, Larissa Blood, foi diagnosticada com depressão e ansiedade, por esse motivo, busca fazer exercícios físicos e manter a rotina para não preci‐sar usar medicação para dormir. “Sempre tento fazer meditação e atividade física e, quando faço, consigo dormir bem Nos dias que não faço, acabo dormindo mal. Quando vai chegando meu horário de dormir, tomo um ba‐nho quente para relaxar, tento evitar televisão, celular e compu‐tador; ler e meditar também tem me ajudado”, conta Larissa

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