Folha Carioca / Dezembro 2011 / Ano 10 / nº 95

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Dezembro 2011 Ano 10 No 95

2012

Corra que o mundo vai acabar! Você acredita mesmo nisso?

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Alexandre Brandão

ZY UNIDÊ – a rádio para você

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Oswaldo Miranda

Museu de cera de Petrópolis

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Saúde

O exercício do cuidar



índice

editorial

O que você faria? Conforme o ano de 2012 se aproxima, alguns cientistas, religiosos e místicos do mundo inteiro correm atrás de pistas deixadas por civilizações e profetas do passado explicando como será o fim dos tempos. Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o ‘Armageddon’, o ‘apocalipse’, o ‘fim do mundo’, ‘o juízo final’, ‘o fim de um ciclo’ e, nos mais otimistas, ‘o ano em que esta era terminará e outra, melhor, será iniciada’. Maias, egípcios, celtas, hopis, Nostradamus e diversos profetas, chineses e budistas, cientistas e religiosos das mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos pode estar com os dias contados. Hollywood até fez um filme chamado “2012” tratando desse assunto. Entretanto, estudiosos de diversas áreas têm rejeitado a ideia de que uma catástrofe ocorrerá no próximo ano. Adicionalmente, astrônomos e outros cientistas rejeitam as previsões apocalípticas. Eles as classificam como pseudociência, afirmando que os eventos previstos são desmentidos por simples observações astronômicas. Não restam dúvidas de que nossa civilização está em perigo. Nunca antes estivemos mergulhados em tantas crises ao mesmo tempo: superpopulação humana, pobreza e desigualdade social, crise financeira mundial, crise alimentar, crise energética, escassez de água, desastres ecológicos, consumismo frenético, ameaças de terrorismo e guerras nucleares, o reaparecimento de doenças mortais já extintas, escândalos envolvendo políticos, quedas de governos, de ministros, mudanças climáticas e o aumento impressionante das catástrofes naturais, além do agravamento da violência e distúrbios civis. Mas daí a prever para o próximo ano o fim do mundo, existe uma grande diferença. Paulinho Moska e Billy Brandão, na música “O último dia”, perguntam: “O que você faria se só te restasse esse dia? Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria? Ia manter sua agenda de almoço, hora, apatia? Ou esperar os seus amigos na sua sala vazia? Corria prum shopping center ou para uma academia? Pra se esquecer que não dá tempo pro tempo que já se perdia? Andava pelado na chuva? Corria no meio da rua? Entrava de roupa no mar? Trepava sem camisinha? Abria a porta do hospício? Trancava a da delegacia? Dinamitava o meu carro? Parava o tráfego e ria?” Será que precisamos que o mundo esteja por um fio para tirarmos o dia pra fazer amor, implorar o perdão de Deus, reunirmo-nos com nossos familiares, ou simplesmente aproveitarmos para descansar? O que nos faz adiar, até o derradeiro minuto, tudo aquilo que, no fundo, é o que mais desejamos? Como a Folha Carioca preza o humor, entramos na brincadeira e fomos às ruas perguntar aos cariocas o que eles fariam se realmente o mundo acabasse em 2012. Descubram as respostas a partir da página 14. Boa leitura!

2295-5675 2259-8110 9409-2696

Quem é quem

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Leslie 8

Segurança

Atenção nunca é demais 9

Atividades Aquáticas

Nas diversas etapas da vida 10

Mensagem de Natal Um Natal exclusivo Passatempo

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Cem perguntas Capa

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2012, corra que o mundo vai acabar! 22

Conto

O pássaro noturno 24

Resenha

Angústia, de Graciliano Ramos

colunas 05 06 06 09 11 13

Maria bel Baptista Ana Flores Suzan Hanson Sandra Jabur Wegner Lilibeth Cardozo Alexandre Brandão

18 19 20 24 24 25

Iaci Malta Sil Montechiari Oswaldo Miranda Tamas Haron Gamal Gisela Gold

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folhacarioca@gmail.com

Leia a edição pela internet: www.folhacarioca.tk Fundadora Regina Luz

Capa Foto de stock xchng

Editores Paulo Wagner / Lilibeth Cardozo

Projeto gráfico e arte Vladimir Calado (vlad.calado@gmail.com)

Distribuição Gratuita

Revisão Petippa Mojarta, Marilza Bigio

Jornalista Fred Alves (MTbE-26424/RJ)

Colaboradores Alexandre Brandão, Arlanza Crespo, Gisela Gold, Haron Gamal, Iaci Malta, Lilibeth Cardozo, Maria bel Baptista, Maria Luiza de Andrade, Oswaldo Miranda, Sandra Jabur Wegner, Sil Montechiari, Tamas

Captação de Anúncios Angela: 2259-8110 / 9884-9389 Marlei: 2579-1266 O conteúdo das matérias assinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores.


quem é quem

Pregoterapia

Dezembro 2011

Há 6 anos Leslie vende jogos artesanais de quebra-cabeça feitos em pregos, arames, argolas e caixas de madeiras. Os jogos são procurados por pessoas de todas as idades, sendo que o público infantil é em maior quantidade. Não se trata de “jogos” propriamente ditos, na medida em que são diversões solitárias. O jogador tem a si mesmo como adversário.. A intenção é decifrar um enigma, um problema que é proposto. Estes passatempos têm a finalidade de desenvolver o raciocínio, principalmenteo espacial.

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Por exemplo, os quebra-cabeças em pregos são pequenas peças de metal, torcidas e entrelaçadas. O objetivo é separar as peças, sem fazer força, isto é, separá-las naturalmente. Outro jogo que ele vende é um conjunto que tem como objetivo liberar o anel preso entre dois cabos, depois recolocar conforme a faze inicial.

A variedade de quebra-cabeça é grande. Um que faz bastante sucesso é uma caixa produzida em madeira onde o objetivo é abri-la. Parece simples, mas não é. O encaixe das peças é perfeito e é difícil de descobrir a maneira correta de abrir a caixa. É interessante ver a curiosidade das pessoas em saber como resolver o quebra-cabeça.

Leslie costuma entregar alguns brinquedos aos clientes e volta minutos depois para ver se eles conseguiram separar as peças. Segundo ele, as crianças encontram a solução mais facilmente do que os adultos. Muitos pedem para não ensinar como resolver, compram e levam para casa para tentar solucionar. Até agora ninguém voltou para buscar a resposta. Para Leslie a solução está nos três “p”: paciência, persistência e perspicácia. Leslie não fabrica os jogos. Ele tem uma parceria com um artesão. Seu ponto de venda é no Parque dos Patins, na Lagoa. Nos finais de semana chega por volta das 18h e fica até acabar o movimento das pessoas que vão apreciar a Árvore de Natal, o que ocorre por volta das 2 horas da manhã. Para fugir do lugar comum, esses produtos podem ser um ótimo presente neste Natal. Demonstração e venda pelo tel: 2523-7926 ou 8201-5860


Maria bel Baptista flordecamalote@yahoo.com.br

Terça-feira, dia 29 de novembro, às 17 horas, em um percurso aéreo entre Campo Grande, MS e São Paulo... Conversas mis... pelos brasis... e a vida continua... VIVA e eu ganhei mais uma! VIVA a VIDA: * Com o pouso já liberado para aterrissar em Congonhas, São Paulo quando: raios! Trovões! Águas! Ventos! nos arremetem de volta ao ar na direção do céu... Penso: Estamos voando em um cataclismo! Quando escuto a voz do comandante, vibrante, driblar raios, chuvas, trovões, ventos, e soar nas caixas de som do avião inventando uma calma pânica: “Não será mais possível aterrissar em Congonhas; e temos 10 minutos de gasolina no ar”. Estou tentando pedir liberação de pouso em Campinas”. Silêncio eterno... na aeronave! Quando uma voz pequena e baixa dilacera a quietude: “Faltam seis minutos...” Uma outra replica:“No meu já passaram oito” quando um voz firme no galope diz: “Faltam, apenas, dois minutos para dez minutos!” Absoluto profundo silêncio. O rapaz que ria todo o tempo emudeceu. O casal do outro lado e no banco de trás, fixam-se os olhos numa vida juntos. Quando a voz do comandante ressoa “divinamente clara” nas caixas de som da aeronave: “Em dois dois minutos aterrissamos em Campinas!!!” PROFUNDO ABSOLUTO SILÊNCIO; ALGUÉM MORREU!!!??? E para a nossa insustentável leveza de ser Corpo Espírito Alma Aterrissam na terra firme E a aeronave PARA no hangar Silêncio e portas cerradas! * Num impulso, arranco o cinto, levanto e vou em direção à traseira do avião, duas mulheres já estão lá, uma reclama aterrorizada: “Ele não podia ter avisado que tínhamos só 10 minutos de

gasolina!” Eu revelo: “Prefiro assim, deu tempo de rezar, agradecer, escrever bilhete para Sofia e Stella”, e a aeromoça alivia: “Ele tem obrigação de dizer o que está se passando”, e a outra diz: “Eu prefiro assim!” como eu disse; e rumei para a dianteira do avião, com uma desculpa mentirosa de que teria um show às 20 horas para fazer no Rio! O que eu queria era sair daquela aeronave, daquela situação e sentir a terra firme mais uma vez bem debaixo dos meus pés. O comandante abre a porta da cabine, eu o olho e aceno, num super feliz OK! Ele fecha a porta, para em seguida abri-la e sair. Eu logo lhe aperto a mão: PARABÉNS!!! OBRIGADO! OBRIGADO! E penso mas não digo: meu herói, meu campeão, e quero pegar meu violão; e cantar para ele e todos que aqui estão: mesmo espaço, mesmo tempo, onde dez minutos, foram parar em uma eternidade... que tempo é esse!? que espaço é esse!? que eternidade é essa!? Mas não pego o meu violão. É tudo culpa dessa natureza estridente e veemente, incisiva nos seus cataclismos raios! trovões! chuvas! gritaram dos céus suas orações. Mãos amolecidas! Gélidas! Face esbranquiçada! Apavorada! Aliviada!!! E imagino o que ele passara na cabine durante o cataclismo, quando tantas vidas dependiam de suas mãos, sua sorte!!! Dez minutos de muitas vidas suspensas no ar, prontas a escapar por uma janela mínima de avião, sem que ele pudesse fazer, mesmo que o impossível estava sendo feito. Meu HERÓI! Escrevi um bilhete para minhas filhas...!!! “Sofia e Stella caso aconteça alguma coisa, estou feliz, sou feliz e sigo feliz com a vida que segue eterna. Amo vocês aqui na terra e além, muito além daqui... Sejam e estejam sempre felizes, que a vida é para sempre VIVA” Questionam: e iam achar um bilhete? E eu desanuvio: Sei lá, palavras têm força: acalmam! oram! pedem! agradecem! Uma mulher relata que é budista e esquecera naquele momento todos os mantras e só conse-

guiu chorar... um outro homem delicadamente diz: “Nossa! Gostoso arremeter, dá um frisson na boca do estômago, igual tobogã”. Ah! Eu ri. E pensei cá com os meus cataclismos internos: “Mais uma vez, não foi dessa vez” e a alegria me invade! A felicidade me ocupa! O medo se desapropria! E agradeço a vida de todos e a minha, rimos, casais se beijam, muitos rezam agradecidos, e sinto Deus imenso depositando aquela carcaça na terra enquanto nós uivamos de alegria: daquelas ALEGRIAS internas, silenciosas, extasiadas no seu pico, VIVA saltitante, regozijando um orgasmo no peito de todos, refazendo, brotando, fazendo renascer mais uma vez nossas vidas, na vida de todos. E todos entramos, saímos e estamos mais alegres mais vivos, ainda que a morte persista em existir apavorando a vida, inventando certezas. O que conta no final, se é que existe fim, é a vida invadindo a morte, driblando, nocauteando, existindo, resistindo, ganhando espaço VIVA infinita, eterna, magnânima e estupefatamente BELA pura VIDA VIVA dentro da gente. * É Natal, dezembro, nasceu Jesus dia 25 e continua nascendo infinitamente no coração de todos que habitam no seu amor: Feliz Natal para todos e que o amor seja sempre aquele que Jesus nos ensinou. Amor se aprende, Jesus, de todos, é o melhor mestre. Feliz Natal Natal é Jesus e JESUS é AMOR!

Dezembro 2011

Cataclismo

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Ana Flores anaflores.rj@terra.com.br

Cotidiano

Dezembro 2011

De todos os irmãos, era a que passava mais tempo na cama. Doentinha, coitada. Na infância, na juventude, sempre uma dorzinha aqui, um mal-estar ali, canseira nas pernas, cabeça pesada, cólica, enjoo. E muita queixa da vida. Numa dessas vezes, pediu padre para extrema-unção, disse que estava nas últimas. Ele chegou, olhou bem para a enferma e viu do que se tratava. Fingiu que tinha esquecido o óleo santo e começou a prosear com ela sobre a vida, sobre as alegriazinhas que chegam sem escarcéu e são ignoradas,

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dos pequenos prazeres que a gente não tem tempo de viver, dos mal-entendidos fáceis de criar e difíceis de desatar, e de tudo o que ela não esperava ouvir. Ouviu e proseou como nunca na vida. Levantou-se da cama e foi ela mesma levar o padre até a porta. Por hábito, já ia pedir uma canja pra mãe, mas não havia mais enjoo. Abriu as janelas da casa e gostou quando viu a chuvarada caindo e fazendo pocinhas na terra, levando até ela cheiros que nunca imaginara que existissem.

Suzan Lee Hanson suzan.hanson@gmail.com

Volta ao mundo! Estava à toa numa quinta-feira à noite zapeando na TV a cabo, quando um programa chamado “Volta ao mundo” me chamou a atenção. É um programa de meia hora que apresenta, em episódios, duas jovens mulheres rodando o mundo como mochileiras. O objetivo é mostrar que uma viagem desse tipo é possível para qualquer pessoa que tenha vontade, disposição, planejamento financeiro e, para valer a pena, pelo menos dois meses de disponibilidade. Fiquei surpresa, pois, para mim, isso era coisa de aventureiro ou milionário. Para começar, explicam, existem bilhetes aéreos do tipo RTW (round the world), que podem custar algo entre USD 4.000,00 e USD 5.000,00. Essas passagens, resultado de uma parceria em escala mundial entre diversas companhias aéreas, possuem certas condições, como percorrer apenas um sentido – leste ou oeste –, não retornar trechos dentro de um mesmo continente e totalizar no máximo de 16 a 20 trechos. Depois, como a proposta do programa é mostrar a viabilidade da empreitada, o desafio das jovens é gastar em média USD 100,00 por dia, cobrindo tudo, de transporte local e

alimentação até lazer e hospedagem. Fazendo as contas, é um valor significativo, é claro, e normalmente temos mil outras prioridades para gastar nosso suado dinheiro mas, com planejamento, não é algo totalmente impossível. Logo, não é necessariamente preciso buscar uma forma extraordinária para viabilizar essa experiência, como diversos empreendedores corajosos o fazem, mudando de vida, largando seus empregos e vidas mais formais, e saindo em busca da realização de projetos humanitários, ecológicos ou pessoais e profissionais. Dentre eles, pensei nos conhecidos projetos do Amyr Klink e da família Schürmann e também do encantador projeto do fotógrafo Sebastião Salgado, chamado “Gênesis”, cujo objetivo é mostrar ao mundo paisagens, fauna e comunidades que permanecem praticamente intocadas pela civilização. Chegando próximo ao fim do projeto, Salgado pôde verificar que uma imensa parte do globo permanece quase intacta. As fotos são estonteantes! Este projeto me trouxe à memória outro igualmente interessante, realizado em 1990 e chamado “One world one voice”, que tinha como objetivo sensibilizar o

mundo sobre a importância da preservação do planeta, do combate à pobreza e da paz mundial através, dentre outras iniciativas, da gravação de uma única música com a participação de diversos músicos espalhados ao redor do globo: carimbos individuais compondo uma música universal, mostrando a unidade através da diversidade. Sem falar dos incontáveis atuais pequenos projetos que podem ser vistos na TV a cabo, em blogs e livros, sobre experiências as mais diversas, como o próprio programa que inicia esse texto. A princípio o programa apenas me permitiu sonhar acordada com a real viabilidade de dar a volta ao mundo simplesmente como turista, sem grandes pretensões, grandes projetos ou mudanças radicais de vida. Isso, tirando a dificuldade de conseguir disponibilidade de tempo sem se desfazer da vida atual – quem sabe batalhar por um trimestre sabático? No final, veio-me a sensação de que qualquer sonho engavetado e coberto de impossibilidades, tanto resistentes quanto inexistentes, poderia ser lavado, passado e pendurado no cabide, ficando pronto para uso. Qual seria a sua volta ao mundo, seu desejo adormecido, prestes a ser posto em prática?


Dezembro 2011

novidades serviços e entregas

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segurança

Atenção nunca é demais Marcelo Aires

Estatísticas vêm demonstrando que o risco de perder a vida dentro de seu carro, em um sinal de trânsito, é maior do que em qualquer outra situação. Por isso, seguem algumas dicas importantes para você ficar atento. • Não coloque no seu carro adesivos que possam identificar facilmente onde você mora e locais que freqüenta, como academia, faculdade etc. • Ar condicionado não é luxo, e sim segurança. • Mantenha sempre vidros e portas fechados • Se o pneu furar à noite, ou em locais pouco movimentados, não pare. Permaneça dirigindo até um posto policial ou local movimentado. O estrago em seu carro tem preço. Você não! • Quando sinal estiver vermelho, procure manter seu carro à direita da rua. Geralmente os ladrões atacam pelo lado esquerdo, o do motorista. Reduza a velocidade, tentando chegar

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ao cruzamento quando o sinal estiver abrindo. Se tiver que parar, mantenha sempre a primeira marcha engatada. Fique atento a tudo em seu redor. Não se distraia. A surpresa é a grande arma do bandido. Mantenha sempre uma distância segura do carro da frente ( a distância é segura quando você enxerga o pneu traseiro do carro da frente ). Nunca fique dentro do carro estacionado. Você se transforma na vítima perfeita. Se você estaciona sempre nas mesmas imediações e teve a tampa do tanque de combustível roubada, troque todas as chaves do seu carro. Roubam a tampa para fazer cópias das chaves. Mantenha gravado no seu celular um número de contato para casos de emergência, sob a expressão: AAvisar emergência. Desta forma o “AA” sempre aparecerá em primeiro lugar na

lista telefônica da sua agenda e facilita a localização do telefone da pessoa a ser contatada em caso de acidente. Em caso de assalto • Não reaja! • Não tente fugir! • Não grite! • Procure controlar seu nervosismo. Fale devagar, mas obedeça rapidamente ao que está sendo solicitado. • Não faça movimentos bruscos, mantenha as duas mãos no volante. Se você precisar tirar as mãos do volante comunique que vai fazer isto e por quê. • O fator “surpresa” está sempre a favor do bandido, que quase nunca está sozinho e não tem nada a perder. Esteja sempre atento!


Sandra Jabur Wegner hidrovida@hidrovida.com.br

Atividades aquáticas nas diversas etapas da vida essa atividade continua sendo importante na manutenção das habilidades adquiridas anteriormente. O prazer do contato da água na epiderme proporciona motivação e facilidade na execução dos exercícios e das atividades propostas. A redução do impacto nas articulações inferiores previne lesões. Na idade mais tenra, as atividades aquáticas ajudam a estimular o desenvolvimento da lateralidade, tonicidade, equilíbrio, noção espacial. estruturação corporal, coordenação motora global e fina, socialização, afetividade e autoconfiança. Em uma idade mais avançada, quando inicia o declínio da curva de habilidades sensório motoras, precisamos manter todas as habilidades para envelhecermos com saúde e autonomia.

As atividades aquáticas propostas são: natação em todas as idades, inclusive bebês, treinamento para aqueles que desejarem atingir um nível competitivo, hidroginástica, alongamento aquático e técnicas de relaxamento ativo e passivo. Todas essas atividades têm objetivos específicos, mas o prazer, a motivação e a saúde estão sempre presentes.

Dúvidas sobre o assunto podem ser esclarecidas através do e-mail hidrovida@hidrovida.com.br Dezembro 2011

A água é o elemento essencial para qualquer vida, principalmente a humana. Começamos a nos relacionar com ela desde os primeiros momentos da nossa existência, ainda na fase intrauterina, quando ficamos nove meses imersos, durante o período da gestação. Esse líquido é extremamente importante em todas as fases da vida, não apenas para consumo, mas como um meio propiciador de atividades físicas e de estímulos externos. A natação e a adaptação ao meio líquido são benéficas durante os primeiros anos de vida e na infância, nas primeiras aquisições de habilidades e coordenação de movimentos. Durante a fase adulta,

pela internet

Viva a vida

Escrito por Regina Brett, com apenas 90 anos de idade

.Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. 1. A vida não é justa, mas ainda é boa. 2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno. 3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém. 4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato. 5. Pague mensalmente seus cartões de crédito. 6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar. 7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho. 8. Pode ficar bravo com Deus. Ele suporta isso. 9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário. 10. Quanto ao chocolate, é inútil resistir. 11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. 12. É bom deixar suas crianças verem que você chora. 13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que é a jornada deles. 14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deve entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe, Deus nunca pisca. 16. Respire fundo. Isso acalma a mente. 17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre. 18. Qualquer coisa que não o matar, o tornará realmente mais forte. 19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais. 20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. 21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial. 22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo. 23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo. 24. O órgão sexual mais importante é o cérebro. 25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você. 26. Enquadre todos os assim chamados “desastres” com estas palavras ‘Em cinco anos, isto importará?’ 27. Sempre escolha a vida. 28. Perdoe tudo de todo mundo. 29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. 31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. 32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. 33. Acredite em milagres. 34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez. 35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo, agora. 36. Envelhecer ganha da alternativa morrer jovem. 37. Suas crianças têm apenas uma infância. ]38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou. 39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. 40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. 41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa. 42. O melhor ainda está por vir. 43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça. 44. Produza! 45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda assim é um presente.

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mensagem de natal

Um Natal exclusivo! Rev. Dr. Leonardo Sahium (pastor da Igreja Presbiteriana da Gávea)

Dezembro 2011

Existe um segmento de mercado que não sofre com as crises, apesar de muitos pensarem que este setor seria o mais afetado em um momento de dificuldades econômicas. Este mercado que não enfrenta crises é o dos produtos exclusivos e muito caros.

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Em São Paulo, algumas suítes de luxo, em hotéis, têm diárias entre R$ 12.000,00 e R$ 22.000,00. Hospedaram pessoas importantes como Bono Vox, Madonna e Dalai Lama (fonte: http://vejasp.abril.com. br/especiais/luxo-hotel). O mercado de bens de luxo (carros, iates, helicópteros e aviões executivos) não enfrenta crise alguma. As vendas estão em franco crescimento, principalmente em países como o Brasil. Então surge a pergunta inevitável “Por que o luxo e a exclusividade custam caro e atraem tantas pessoas?” A resposta é simples: as pessoas gostam do conforto e de sentirem especiais. Nosso mundo valoriza o prazer e para tê-lo, pagam uma fortuna. O Natal é uma época dedicada às compras, aos sonhos de consumo e ao investimento financeiro acima da média dos outros meses. O décimoterceiro salário incrementa as vendas e dá ao consumidor uma sensação gostosa de poder. É óbvio que, por vivermos em uma cultura materialista e consumista, muitas pessoas acreditam que ter algo pode lhes trazer a realização e felicidade desejadas. Esta generalização é perigosa e algumas vezes injusta. Trabalhar para conquistar seus sonhos de consumo nunca foi pecado na Bíblia. O problema é quando os sonhos de consumo se tornam deuses do prazer e da alegria, como se a felicidade ficasse refém do mundo material. No universo do consumo e dos sonhos materiais, não deve existir o pesadelo da idolatria material. Não são objetos que nos trazem felicidade, pois, estes bens de maior valor são para pessoas exclusivas e específicas. Paz, amor e esperança é que são as maiores riquezas da vida, e estes estão acima daquilo

Azulejos representando o nascimento de Jesus

que se pode tocar, quebrar e ser roubado. Jesus Cristo disse: “Não acumulem para vocês tesouros na Terra, onde traça e ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” Quantos relacionamentos já foram destruídos, lares desfeitos, por causa do amor ao dinheiro? À luz das palavras de Jesus Cristo, fica uma pergunta: “Como ajuntar tesouros no céus e ao mesmo tempo realizar nossos sonhos de consumo na Terra?” A primeira coisa que precisamos entender, é que uma questão não está necessariamente ligada à outra. Elas não são excludentes. É possível reunir tesouros no céus sem realizar todos os sonhos de consumo na Terra. Assim como é possível, para uma pessoa, realizar todos os seus sonhos de consumo na Terra, e, no entanto, não ter nenhum valor diante de Deus. Finalmente, como não são excludentes, é possível juntar tesouros no céu e realizar os sonhos de consumo na Terra. Sem dúvida um fator muito importante em nossa agenda diária é o estabelecimento de nossas prioridades. Temos muitas coisas importantes em nosso dia, mas existem coisas que são fundamentais. Logo, o primeiro exercício para alguém ser realmente produtivo em sua vida diária, coisas que são fundamentais. é saber distinguir o que é

importante do que é prioritário. Nossa prioridade é ter uma relação equilibrada, saudável e rica com Deus. Se estivermos bem com a nossa fé, espiritualmente saudáveis, teremos equilíbrio e sobriedade para realizar nossas tarefas diárias e viver de maneira feliz. Assim sendo, a felicidade é construída dentro de relacionamentos cheios de amor, paciência, domínio próprio, alegria, fidelidade, bondade, esperança e fé. Alcançando esta condição espiritual será muito mais fácil ser bem sucedido em qualquer atividade em que você estiver inserido. Um profissional equilibrado, sóbrio, sensato e competente é valorizado. Portanto, tem maiores possibilidades de alcançar seus sonhos de consumo. Por ser espiritualmente equilibrado, ele obviamente será generoso, compassivo e estará aberto às necessidades do próximo. Observe que o sucesso não exclui Deus, muito pelo contrário, encontra na relação com Ele a paz e a segurança para caminhar com alegria. Também não exclui o próximo, porque valoriza os relacionamentos e assim respeita, ama, admira e descobre a felicidade das amizades transparentes. Desta forma se acumula tesouros no céu. Que seu Natal seja repleto das coisas que são realmente especiais, bens não apenas de consumo material, mas o bem maior que é realmente exclusivo, único, e portanto extremamente valioso; o amor que vem de Deus! Feliz Natal!


Lilibeth Cardozo

lilibethcardozo@hotmail.com

Meu amigo Alexandre fez uma crônica porreta este mês sobre um radialista; Iaci escreveu sobre o assunto que pautou discussões de mais de 20 dias que era uma gota d’água virando uma hidrelétrica; Ana Flores fez um mini conto que é uma poesia; Maria, sobre o susto que passou em uma viagem de avião, Oswaldo Miranda sobre o Museu de Cera de Petrópolis; Silvania sobre lembranças, sentimentos, agradecimentos, aí... eu fiquei sem assunto. Tenho até umas crônicas prontas, mas nenhuma delas me agradou muito. Não quero escrever protestos, nada político, nada muito contundente. Fui escrever sobre os seios rosas femininos no mês passado e acabou que os seios da minha adorada irmã ganharam uma tinta vermelha. Eu, hein, que coisa esquisita! Chorei feito doida este mês. É sempre assim quando vai chegando o fim

do ano: fico numa tristeza de balanço geral que mais parece tristeza de comerciante que faliu e vai fazer balanço do que sobrou da loja. Não quero isso não! Depois deste número da Folha Carioca vou me dar um descanso. Vai ter festa de Natal e minha família linda vai estar toda reunida. Até os pequenos que moram no exterior vão estar aqui. É bom demais ter família. A maior pobreza do ser humano é a solidão. O homem é cada vez mais pobre quanto mais ele faz rupturas com a família, com seus parentes. Não quero isto nunca! Ainda bem que tive dois filhos e eles terão filhos. Vou continuar nos meus netos e eles poderão até lembrar da avó meio maluca, destemperada, meio “bipolar” como chamam atualmente os que chamávamos de “malucos belezas” na minha infância. Estou ficando muito velha e aquela marca de faltarem poucos

anos para fazer 60, que dá gratuidade nos ônibus, nos cinemas e teatros é um bônus para entrar na roubada de desistir de encontrar de novo um grande amor. Logo eu, uma namoradeira! Andei olhando uns anúncios de procura-se um casamento. Entrei nos sites da internet e, gente, quanto homem procurando uma companheira! Todo mundo me errando na vida... Mas eu não sou lá muito fácil de aturar. Mas vou entrar o ano procurando, mesmo que eu queira mesmo é encontrar não o primeiro amor, nem o maior, mas o último, aquele que me fez acreditar que era possível recasar depois dos 50. Minha irmã vai chiar com este texto. Vai dizer logo que me exponho muito. Não estou nem aí, pois eu acho que, mesmo adorando flores, depois de morta não quero flores, quero é companhia!

Dezembro 2011

Procura-se

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passatempo

Cem perguntas

Demonstre seus conhecimentos gerais respondendo a essas perguntas. As respostas estão na

página 25. Boa sorte! 81. Diz o dito popular: - Barriga cheia, goiaba tem... A. açúcar B. mel C. vento D. bicho 82. Diz o refrão popular: - Sapo de fora não ... A. cala B. assobia C. coacha D. pia 83. Diz o adágio popular: - Toda araruta tem seu dia de... A. branco B. mingau C. natal D. caçador

Dezembro 2011

84. Diz o axioma popular: - Deus não mata mas ... A. castiga B. esquece C. caçoa D. aleija

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85. Alvaiade, o que é? A. antiga poltrona B. tipo de penteado C. ouro ordinário D. pigmento branco 86. Benjoim, o que é? A. beijinho B. bálsamo aromático C. amendoim em casca D. tomada elétrica 87. Cimitarra, o que é? A. instrumento musical B. balança de precisão C. panela de barro D. sabre oriental 88. Cremalheira, o que é? A. recheio de bolo B. tipo de calçado C. espécie de madeira D. trilho dentado 89. Liteira, o que é? A. móvel de vidro B. antigo meio de transporte C. vasilha para líquidos D. tipo de chapéu 90. Maravalhas, o que são? A. cracas do mar B. lascas de madeira C. poeiras cósmicas D. barcos de pesca

91. Titicaca, o que é? A. nome de um lago B. fralda suja C. excremento de aves D. fêmea do tico-tico 92. Trema, aspas e asterisco, o que são? A. os 3 Porquinhos B. sinais de trânsito C. sinais gráficos D. os 3 Patetas 93. Xilofone, o que é? A. uma marimba B. aparelho de fax C. telefone sem fio D. um medicamento 94. O Ocapi, é um parente da: A. sardinha B. foca C. girafa D. coruja 95. O Onagro, é um parente do: A. camarão B. cavalo C. golfinho D. papagaio 96. Que nome damos ao filho de pintassilgo com fêmea de canário? A. tiziu B. pintarroxo C. pintagol D. albino 97. Que povo os espanhóis encontraram em Nova Granada (América Central), no século 16? A. os caldeus B. os fariseus C. os pigmeus D. os chibchas 98. Precisamente, quantos bytes tem um kilobyte? A. 1.000 B. 1.001 C. 1.024 D. 999 99. Que nome tem ‘a carta máxima’ no jogo de baralho chamado truco? A. zápete B. sota C. curinga D. dunga 100. Que nome se dá à cruz que tem a forma de: X? A. de Santo Antônio B. de Malta C. de Lorena D. de Santo André


Alexandre Brandão

No Osso

xanbran@gmail.com

A ouvinte de morada distante oferece ao amor de sua vida esta singela melodia: “Esta é a última canção que faço pra você”. Ouvimos a música e pensamos nas razões que levaram Zenóbia, a ouvinte, a querer ouvir e oferecer essa espécie de carta de despedida. Por que os corações são estraçalhados no rescaldo do amor? O chão de sua casa, senhora que se deixa levar pelas ondas da rádio ZY Unidê, não deve ficar entregue à cera da moda ou ao desinfetante de fácil aplicação, longe disso. Ele merece, sim, dedicação e força, que somente o esfregão Mop, duro e pesado, faculta à esmerada dona de casa. Ainda há pouco, nas redondezas de Copacabana, um jovem infrator, com mais de mil passagens pela polícia nos últimos meses, jogou fora a própria sorte e acabou preso. Tudo ocorreu, como conta o repórter Alvim Alveiro, no momento em que o meliante, em fuga, viu uma senhorinha com dificuldades de atravessar a selvagem Nossa Senhora de Copacabana. Condoído das dificuldades da anciã, Larapios, alcunha do dito-cujo, abandonou a fuga e os objetos que, não fazia muito, furtara da loja de roupas Gorducha Sex, nossa anunciante – olá, dona Isabel, espero que a senhora receba tudo de volta. Bem, dizíamos, o vagabundo largou tudo e foi ajudar a velhinha a cruzar a avenida. Sua boa ação custou-lhe caro. Nos escreve Pigorrilho Bartolomeu, poeta da serra, para dizer que ganhou a visita da musa. O resultado, ou parte do resultado, já que não podemos ler todas as quatrocentas e cinquenta páginas recebidas do ilustre trovador, é o seguinte: “A galhardia merencória/danação silenciosa do amor minúsculo/repousou sua lágrima no colo da amada”. Bom que ainda temos poetas como esse da serra. Obrigado, Pigorrilho Bartolomeu. Cai bem recitar suas trovas depois de molhar as palavras na cerveja Belgadulce, aquela de sabor sem igual. Ouvimos, agora, uma canção que, dessa vez, quem a oferece sou eu mesmo, este locutor que voz fala, o “homem da voz” como alguns fãs me chamam por aí. E a música, tirada lá do fundo da cartola e cujos primeiros acordes todos já escutam, é esta. (Aumente o som, mesa.) “Only you can make this world seems right/only you can make the darkness bright/only you, and you alone, can thrill me like you do/ and fill my heart with love for only you”. Como canta esse

The Platters. Talvez, ouvinte do Catete, de Brás de Pina, da Tijuca, aguce-o a curiosidade de saber a quem ofereço essa pequena obra-prima da canção popular americana. Digolhes: à minha mãezinha, dona Inaneia, que hoje comemora seus oitenta e sete anos. Dona Inaneia sempre foi uma mulher sabida, por isso, em sua casa, nunca entrou outro arroz que não fosse o agulhinha Agulhão. Macio, saboroso, ele rende mais, muito mais do que qualquer outro. Duvida? Faça o teste. Ou não faça, pois, quando seus guris provarem o Agulhão, nunca mais aceitarão outro. Morreu hoje, vítima de doença ruim, o ex-presidente da escola de samba “Surdo, repique, tarol”, senhor Finorácio Callado Tunes. Em sua homenagem, a escola fará, no domingo, feijoada de adesão. Em respeito, os surdos estarão mudos. Estamos na linha com Mariovalda Codajás, guia espiritual da igreja “Sou de Cristo, Estou com Buda”, que nos fala sobre os caminhos para a juventude. – Senhora Mariovalda, bomdia, é uma honra poder falar com a senhora. – Honrada fico eu em participar de programa tão importante. – Pergunto-lhe – depois de refrescar a garganta com pastilhas Verdefrescor, as verdinhas fáceis de encontrar, aqui, ali e acolá – qual é, de fato, o caminho para a juventude. – Não existe um caminho, estou certa disso, mas todos os existentes passam por Jesus e Buda. – Isso soa estranho, senhora Mariovalda, pois, até onde sei, Cristo é Cristo, Buda é Buda. – Sim, óbvio. Mas, na realidade, são, ambos, apenas encarnações da divindade maior. – Ah, sim, agora entendi. Agradeço então, senhora Mariovalda, suas esclarecedoras palavras. Os jovens que nos escutam neste instante têm outra possibilidade para viver uma vida regrada. O programa vai chegando ao final. Amanhã, às seis, “Acorde sem sono” – na voz de seu amigo, eu, Trúlpide Coelho – estará de volta com mais música, notícias e entrevistas. Fiquem com Deus, Cristo e Buda e, depois do almoço, pasta de dente é Esmalte Verniz. ZY UNIDÊ – a rádio para você. Fui, deixando na agulha: “Amanhã, será um lindo dia”.

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ZY UNIDÊ – a rádio para você

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capa

Corra, o mundo vai acabar em 2012!

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Lilibeth Cardozo

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Diferentes publicações no mundo, sérias ou não, tratam há muitos anos sobre as profecias do fim do mundo. A profecia do calendário maia é a que está se tornando mais famosa pelo fato de anunciar o fim para o ano 2012

A Folha Carioca, sem nenhuma pretensão de tratar aprofundamente o assunto, foi buscar dentre alguns cariocas as opiniões sobre o anunciado fim dos tempos em dezembro do próximo ano. Foi divertido e curioso observar nos entrevistados brincadeiras com os sonhos e desejos de realizações no espaço de tempo de um ano de vida em 2012. A voz mais comum foi a descrença na profecia e a afirmação de que, se for verdade, o prazo de um ano é para realizar todos os sonhos As ideias românticas se expressam em segredos revelados como paixões não vividas por impedimentos de casamentos ou padrões familiares rígidos. A ideia de fim, tempo limitado de vida, sugeriu

a vários entrevistados a transgressão de tais padrões como a declaração da Maria, uma empregada doméstica de 43 anos, casada e mãe de dois filhos adolescentes que afirma: “eu não acredito, mas se eu tivesse certeza de que o mundo ia acabar, iria procurar uma determinada pessoa, passaria o dia com ele, voltaria pra casa e esperaria o mundo acabar ao lado da minha família, meu marido e meus filhos.” Recentemente o filme do diretor e escritor Roland Emmerich pegou os grandes desastres e elevou à enésima potência em “2012”, que estreou mundialmente no dia 13 de novembro de 2009. Destaca que: “Em 2012, quando desastres naturais começam a destruir a Terra, pesquisador acadêmico lidera um grupo de pessoas numa luta para evitar esses eventos apocalípticos que foram previstos num antigo calendário dos povos Maias e que pode culminar com o fim da civilização”. Baseando-se na premissa da cultura Maia de que o mundo acaba em 2012, o filme revela a história desta teoria e mostra todo o caos que se instala na Terra após seu alinhamento com outros planetas e uma inversão dos pólos que culmina em um grande tsunami. O filme se passa entre uma explicação confusa da teoria Maia ainda no ano de 2009 e os paralelos de cenas entre o geólogo Adrian Helmsley (interpretado por Chiwetel Ejiofor) – tentando convencer o presidente dos Estados Unidos sobre o caos que espera o nosso planeta –, e Jackson Curtis (personagem de John Cusack), um escritor sem sucesso, que, junto com outras pessoas, tenta salvar sua família da destruição já em dezembro de 2012. Carregado de efeitos especiais, a cena do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, só aparece em uma tela que um dos personagens do filme vê na Globo News. Entrevistados que assistiram ao filme declaram nos sites, nas revistas suas críticas ao que assistiram e vão além comentando os


em “2012”

sentimentos diante do fim profético. Leonardo, de 20 anos, nos falou: “Agora é a vez do Brasil: 2016 as Olimpíadas; 2014 a Copa do Mundo, em 2012 o fim do mundo. Estava bom demais pra ser verdade. Antes de chegar a nossa vez o mundo acaba.” Crentes ou não do fim do mundo em 2012 os fundamentos para tanto alarido estão nos estudos e crenças que fazem parte da ciência, das religiões e das diferentes culturas dos povos do mundo. O grande mote de toda a discussão sobre o 2012 é o calendário Maia. Segundo o professor de história da América Pré-hispânica da USP Eduardo Natalino dos Santos, falando do calendário Maia, “‘Em nenhum lugar se diz que o ciclo que estamos vivendo seria o último. A maioria dos estudiosos acredita que, após chegar à data final, o calendário se reiniciaria. Assim como, para nós, o 31 de dezembro é sucedido pelo 1 de janeiro, para eles, os Maias, o dia 2/12/2012 corresponderia ao dia 0.0.0.0.1”. Mas a coisa não é bem como se fantasia. Na verdade, quem acaba em 2012 é o próprio calendário maia. O resto - colisão de meteoros e planetas com a Terra, previsões de “paranormais” sobre o fim do mundo naquele ano, etc. - é pura especulação. A “Profecia maia” já tomou grande proporção na internet pelo mundo afora, com milhões de pessoas acreditando que o mundo vai acabar em 2012. O calendário de conta longa é apenas um entre os vários que os maias usavam. Assim como os nossos meses, anos e séculos, ele se estrutura em unidades de tempo cada vez maiores. Cada 20 dias formam um ‘mês’, ou uinal. Cada 18 uinals, 1 tun, ou ‘ano’, cada 20 tuns faziam um

Raimundo: “Não creio que o mundo vai acabar em 2012”

Sergio Babucar: “Eu faria tudo num grau extremo”

pois sua terra natal, o Ceará, guarda tesouros afetivos importantes e ele sentencia: “Se eu soubesse do fim do mundo eu ia aproveitar ao máximo, mas o que eu faria de mais importante seria voltar para o Ceará pra morrer lá”. Joana, uma administradora de 30 anos de idade, fica feliz em falar e nos diz que está sabendo sobre o assunto desde 1998, quando começou a ouvir esta profecia, pois tem uma

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A impressionante cena do Cristo Redentor,

katun e assim sucessivamente. Enquanto o nosso sistema de contagem de séculos não leva a um fim, o calendário de conta longa maia dura cerca de 5.200 anos e se encerra na data 13.0.0.0.0, que para muitos estudiosos (não há um consenso a respeito) corresponde ao nosso 21/12/2012. Isso não significa que eles esperassem pelo fim do mundo naquele dia. ‘Os povos ameríndios não tinham apenas uma concepção linear de tempo, que permitisse pensar num fim absoluto”. Quando fomos às ruas perguntar sobre o assunto encontramos adultos com afirmações muito interessantes sobre as possibilidade de fim. Sergio Babucar, um jovem carioca, economista, de 26 anos, nos diz: “Eu não acredito mas se eu tivesse certeza de que o mundo iria acabar meu senso de preservação acabaria. Eu faria tudo num grau extremo. Como acredito que meu horizonte de tempo é maior, ainda me preservo. Uma das coisas que eu tenho certeza de que eu faria (dentre as que eu posso falar) seria conhecer o máximo de pessoas possível. Viajaria o máximo que eu pudesse, em todos os sentidos. Eu faço isso tudo, mas eu tenho mais calma, mais cautela. Estudo, faço minha pósgraduação, busco atender as expectivas de meu futuro. Eu romperia com esses compromissos... iria aos extremos”. Raimundo tem 32 anos e teve uma vida bem cheia de emoções, pois já é pai de 5 filhos. Trabalha num bar carioquíssimo e diverte-se com a clientela. Sempre de bom-humor ele diz; “Não creio que o mundo vai acabar em 2012. Já vem acabando há muito tempo. Pra mim está ótimo. Já vivi mais de 30 anos. Tenho cinco filhos, de 5 a 20 anos, já fiz muito, né?“ Seu companheiro de trabalho, um lindo rapaz de 23 anos é carioca só de coração,

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tia que acredita muito e inclusive foi viver no Vale do Amanhecer. Entre um gole e outro da cerveja geladinha ela falou: “Creio que algo vai acontecer. Vamos entrar em outro portal. Vai acontecer uma limpeza do planeta, algo de muito importante vai acontecer. Pretendo ganhar muito dinheiro para poder gastar viajando muito.”

Rosa e Joana: “Penso em ter uma casa no alto das montanhas pra sobreviver às inundações; “Vamos entrar em outro portal”


Tiago: “Voltaria para o Ceará pra

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morrer lá”

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Rosa, de 27 anos, é designer de modas e bebia num fim de dia de trabalho com as amigas a beira da baia da Guanabara. Rosa nos diz: “Quando penso muito nisto planejo ter uma casa flutuante. Às vezes penso também em ter uma casa, um terreno em Minas, na parte mais alta do estado pra sobreviver ás inundações. Atualmente estou me mudando para Lisboa e não penso em mais nada.” Fabiana, uma administradora de 33 anos, vai bem mais longe na imaginação sobre o fim do mundo em 2012 e acredita numa “seleção natural”, ao que ela explica: “Ficariam os que prestam e morreriam os que não prestam. Acho que isto que está já acontecendo. Eu ficaria no meu clã, entre os meus, meu porto seguro”. Sua amiga, Juliana, advogada, 34 anos, diz com convicção: “Se eu tivesse certeza de que vai acabar eu pediria demissão do meu trabalho, venderia meu apartamento e iria gastar o dinheiro visitando países diferentes como os da Ásia. Queria ir esperar o fim do mundo, no Japão, no Camboja, esses lugares mais diferentes.” Encontramos Mário, um oficial do exército que não nos permitiu fotografá-lo, mas divertido, conversou bastante conosco e rindo da profecia afirmou: “Eu quero é ser abduzido. Não acredito nisto, Deus é brasileiro!. Mas se for verdade eu queria encontrar a mulher que foi mais importante na minha vida. Mas, não escreve isso aí não! Eu ia mesmo é juntar minha família e me recolher.” Ouvimos também outras afirmações tal como a de um jovem na praia de Ipanema: “Que dezembro de 2012 que nada, como uma pessoa já disse, acha que Deus fica deixando pista para brincar de ‘O código da Vinci’?” Um outro carioca de 43 anos, que se diz “descolado”, afirma :“Cara, o Brasil só ganhou

a oportunidade de fazer as Olimpíadas e a Copa porque o mundo vai acabar em 2012. Ou vocês acham que realmente chegou a nossa vez? Fizeram isso só pra sacanear a gente...” Angélica é uma intelectual muito alegre e divertida. Leitora voraz, cinéfila e muito ligada às grandes transformações do mundo. Encontramos Angélica numa livraria de Botafogo e aproveitamos para entrevistá-la enquanto esperávamos uma sessão de cinema. Com o último número da Folha Carioca na mão, nós a identificamos como nossa leitora. Ela adorou falar à Folha e quando soube sobre a capa deste mês fez questão de dar seu depoimento: “Não acredito em mundo acabando de uma vez só. O mundo em que vivemos vai acabando para muitos povos. Vejam quantos mundos já acabaram. Vamos falar de vida. Para várias pessoas 2012 será o último ano de vida. Sou atéia e para os que se forem em 2012 o mundo acabou. Não existe outro. Não tem essa de paraíso ou inferno. Eu tenho

um medo horrível de morrer, até porque não creio que haja outra vida e aqui é bom demais! Se eu acreditasse que o mundo iria acabar em dezembro de 2012 sabem o que eu faria? Eu ia andar nua porque na morte, assim como na vida, entra-se despido.” Angélica despediu-se garantindo: “Em 2012 podem preparar 12 exemplares da Folha Carioca e pensar na primeira edição de 2013!”

Fabiana: “Acredito numa seleção natural: ficariam os que prestam e morreriam os que não prestam”

As profecias de Nostradamus são interpretadas de várias maneiras


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Iaci Malta iaci@barongarden.com

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Gota d’água ou enxurrada de ignorância?

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Como deve ter acontecido com vários de vocês, ser rastreadas, conferidas e questionadas, de outras recebi via e-mail, um link para o vídeo “Movimento que são passadas por técnicas apelativas, calcadas Gota D’água”. Sendo eu um ser que pensa, minha na ignorância e no poder de manipulação de figuras reação foi oposta àquela certamente pretendida pelo públicas, como é o caso dos atores famosos da Globo. referido vídeo, meu pensamento imediato foi: como Se eles, os famosos, estão nesse vídeo a trabalho, podem tratar um tema de tal relevância para o país, isto é, como atores, atuando de acordo com um isto é, para os brasileiros, com tanta ignorância roteiro e falando o que lhes é ordenado e leviandade? que falem, não posso deixar de De onde os articuladocriticar o fato de que eles “.. o lugar de res desse “movimento” não tenham percebido a tiraram a idéia de que importância do tema figura pública, admirada e, um complexo eólipara os brasileiros. portanto, com poder de influenciar Afinal de contas, em co não interfere na ecologia? De onde e formar opinião de outros, traz uma minha opinião, o lutiraram a idéia de que gar de figura pública, responsabilidade cívica que precisa sistemas de geração admirada e, portanto, ser atendida.” de energia eólica não com poder de influenciar precisam de muito espaço e formar opinião de outros, desmatado? Pela experiência traz uma responsabilidade cívica e tecnologias até agora adquiridas, que precisa ser atendida. deve haver no máximo vegetação rasteira na área de Se eles ali estão como adeptos do tal movimento, um complexo eólico. Em http://idiarte.wordpress. não posso deixar de me indignar com o fato deles não com/2011/11/21/demasias-contra-belo-monte-parte- terem se dado ao trabalho de obter informações sérias 1/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter, sobre o assunto de maneira que pudessem refletir Marcelo Idiarte faz uma análise séria dessa questão, e questionar as falas que lhes foram designadas. Ter vale a pena ler. opiniões, expressá-las e defendê-las são direitos de Bem, o fato é que o caráter apelativo e leviano todos, mas usar recursos manipulativos, calcados na desse vídeo me levou a buscar informações sobre a ignorância para convencer outros, é condenável em questão. Pedi a ajuda de um amigo que é muito bom qualquer um que assim atue. nessas pesquisas e ele me enviou os textos de Marcelo Nessa altura vocês já devem ter notado que miIdiarte (link acima) e de Reinaldo Azevedo (http://veja. nha crítica se concentrou nos atores e talvez estejam abril.com.br/blog/reinaldo/geral/belo-monte-e-as- se perguntando se esqueci dos “idealizadores” dessa magdas-e-os-magdos-da-tv-globo-e-o-maior-festivalcampanha. Não esqueci não, apensas priorizei o fato de-besteiras-jamais-ditas-num-video-e-olhem-que-a- de que sem os artistas famosos, seu festival leviano de concorrencia-e-grande/). Nesses textos vocês podem besteiras não teria o menor alcance. encontrar outras referências ao assunto. Finalizo lançando uma pergunta imbecil: será que Tenho consciência de que o estado de “ser isento” esses ativistas (ou não) sabem que na falta de uma é um estado virtual, estamos sempre, mesmo que ação preventiva eficaz e viável para atender a demanda apenas inconscientemente, sendo influenciados por energética do país, a solução imediata para uma crise alguma tendência, mas é muito diferente recebermos energética será a geração de energia termelétrica? Ou informações explicitamente expressadas, que podem eles nem sabem o que é isso?


Sil Montechiari

Dispa-se!

silmontechiari@gmail.com

“Amigos eu ganhei, saudades eu senti partindo” Quando eu estou aqui eu vivo este momento lindo, olhando pra você e as mesmas emoções sentindo... São tantas já vividas, são momentos que eu não me esqueci, Detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui. Última edição do ano de 2011! Tive muita dificuldade pra decidir o assunto do meu texto. Acho que pensei demasiado, a cabeça a mil, tempo de mudança e a vida, lá se vai... mais um ano de muitas transformações (“São tantas emoções”). Liguei pro nosso editor no meu deadline e avisei que as ideias não fluíam. Perguntei se tinha pauta pra substituir meu espaço. Então, a resposta dele me conduziu ao raciocínio conclusivo. É hora de despir-se! Fiquei um pouco confusa (só pra variar), se queria dizer despir-se ou despedir-se. De qualquer forma, o propósito deveria ser imediato e deixei as elucubrações para um momento mais apropriado. A ideia surgiu após a conversa com o Paulo (nosso editor), quando me lembrei da sensação ao descobrir o quanto gosto de escrever. É óbvio que isso não quer dizer que sei ou que estou agradando. Mas quer dizer que posso, porque me propus a superar meu receio quando fui convidada e aceitei o desafio. E isto me remeteu ao quanto sou grata à paciência que ele (o Paulo) teve comigo. E me lembrei de agradecer à Arlanza que me convidou para uma entrevista e me indicou ao Paulo. E agradecer ao Cláudio que é amigo da Arlanza e me apresentou a ela. Sem jamais esquecer a minha amiga de infância e comunhão, a Lídia Valéria, que me apresentou ao Cláudio quando me convidou para o aniversário dele... Enquanto estas “camadas” de gratidão iam saindo de mim, todos os momentos, os sorrisos e as trocas que efetuei com estas pessoas me

vieram à mente. Fui desdobrando tantas outras passagens, contextos e gente de todo canto. Lembrei daquela família que me acolheu em sua casa, sem me conhecer, em uma cidadela do Marrocos quando meu trem descarrilhou, da senhora que me levou para o catamarã em seu carro a oitenta quilômetros de sua cidade às seis da manhã lá em Tarifa, sul da Espanha. Recordei aquele senhor que encontrei no aeroporto de Barajas, sem conseguir embarcar havia três dias por um problema na minha passagem e me indicou um hotel adequado e seguro, e aquele menino que também indicou o caminho quando me perdi pelas ruelas da Medina, em Marrakesch, no Marrocos. Isso foi me contagiando e fui viajando mais longe, retornei a anos anteriores e fui cada vez mais longe. Deste modo, fui percebendo quantas vivências maravilhosas tive em minha vida. E quantas pessoas incríveis passaram por ela. Lembrei da Dani, da Pati, da Marcos, da Rita, da Marina, da Cris, da Raquel, da Lili, do meu cunhado e mais uma dúzia. Aí, de repente, fui ficando um pouco triste. Ao continuar a minha lista mental, senti que, de algumas pessoas, eu guardava alguma tristeza por alguns momentos de diferenças e indiferenças. Percebi que sentia mesmo era ressentimento de algumas situações e me prendia à circunstância que me impedia de amá-las como já tinha acontecido um dia. Encarar este sentimento é mesmo vergonhoso. Temos que dar conta da pretensão de nos acharmos menos falíveis que os outros. Da falta de tolerância com a nossa humanidade. Da arrogância de acharmos que merecíamos mais.

Inevitavelmente comecei a chorar. Há quanto tempo venho carregando este fardo! Remoendo estas coisas em meu coração! Desperdiçando o tempo com questões que, muitas vezes, nem me compete resolver. Quantas destas pessoas também não se indignaram com coisas que fiz e que, talvez, eu nem tenha me “tocado”? Quantas não incomodei porque “mandei mal” num comentário sem intenção, porém inadequado? Sem falar nos meus defeitos e falhas mais escabrosas e que não vou sair por aí divulgando... Lembrei-me de outras duas pessoas: uma prima que morreu estupidamente e estávamos brigadas por questões bobas apesar de termos tido uma vida inteira de bons momentos e de grande afeto e outra amiga que foi soterrada na enchente em Friburgo no ano passado. Esta, a Lucinha, apesar de não nos vermos há anos, por “falta de tempo”, sei o quanto ela guardava de bom do amor de nossos velhos tempos. Ah! Aí, mesmo assim, revivendo estes fatos mórbidos, comecei a sorrir novamente. Lembrei-me de uma passagem bíblica que é uma fonte de inspiração pra mim: “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoe como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo , porém revistam-se do amor , que é o elo perfeito”. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos.“ Colossensses 3.13:15

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Emoções, composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos

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Espaço Oswaldo Miranda oswaldomiranda@uol.com.br

Museu de cera é nova atração em Petrópolis homem, certamente pelo interesse que possam despertar junto ao público infantil. O projeto pretende aos poucos ir aumentando o número de figuras, tendo em vista o sucesso da bela empreitada e as possibilidades de faturamento, renda e lucros esperados diante do interesse esperado pelos promotores, com o crescente número de visitantes. Quanto a mim, manifesto minha alegria com a notícia, tanto mais que, dentre tantas atrações, minha cidade apresenta mais uma opção cultural com esse museu de cera, que sem dúvida atrairá ainda mais gente a Petrópolis.

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Aberto em Petrópolis o primeiro museu de cera do país, nos moldes dos famosos de Madame Tussauds, em Londres e outras cidades. Iniciativa de Renato Bomtempo e de Bruno Villas Bôas, depois de visitas a museus semelhantes com constantes pesquisas no sentido de efetivar o projeto. As esculturas foram produzidas nos Estados Unidos, seguindo os padrões de perfeccionismo que as caracteriza. Já são 14 as esculturas, a começar por personagens intimamente ligadas à história da cidade, como o Imperador D. Pedro lI, a Princesa Isabel e Santos Dumont. Os idealizadores do museu decidiram por personagens reais e fictícios como Batman e Super-

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Ele hoje não está assim. A quimioterapia modificou seu rosto barbudo. Mas temos fé que ele vai se curar e voltar a ser o mesmo Lula que conhecemos, tão bem representado no museu referido

Que tal, diante de Einstein, especularmos um pouco sobre sua Teoria da relatividade?

mídia

Deu na

Serviço Museu de Cera de Petrópolis Rua Barão do Amazonas, 35 – Centro – Petrópolis/ RJ Aberto à visitação de terça a domingo, das 10h às 17h Tel.: (24) 2249-1595

INTERNET: “Seleção do México não come carne para evitar doping por clembuterol “Estamos todos... dopados! // HOJE: “Câmara tem projeto para liberar cigarro em locais fechados.” Não fumantes... excluídos. // RJ-TV: “São Gonçalo tem um policial para cada 2 mil habitantes.” Bandidagem não quer outra vida! // HOJE: “Anuncia-se a psicologia positiva”. Bem vinda para acabar com fracassos e preocupações.// INTERNET: “Hugo Chávez diz que o tratamento deu certo e que está livre do câncer.” Agora vê se toma juízo... // VERÍSSIMO: “Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro.” Assino em baixo. // RÁDIO CBN: “Ricardo Teixeira: o Brasil, vai, tenho certeza absoluta, jogar a final da Copa no Maracanã.” Futurologia, premonição... // O DIA: “Pensionistas sob o risco de receber menos.” Viúvas. sem filhos menores se precavenham. // ÉPOCA - Ruth de Aquino: “O time com mais prestígio e dinheiro é o Brasilia Corrupção Clube. O ‘bicho’ para eles é a propina.” Sem cartão vermelho e impedimento. // O GLOBO: “Corrupção desviou 67 milhões dos cofres públicos em 8 anos!” Não há Comlurb que desentupa este ralo. // SEM CENSURA: Francisco Aragão, do Embrapa: “Um vírus, a mosca azul, está destruindo plantações de feijão que correspondem a 200 mil Maracanãs e afetando outras plantações. “Estamos combatendo.” Mas adiantou não haver perigo, pois o feijão que estamos comendo é de outros países, até da China. Ah! Bom! // UFO ESPECIAL: “Por que extraterrestres abduzem seres humanos?” Verdade? // VEJINHA: “Só no Túnel Rebouças são 500 carros enguiçados por mês.” Chamada: sai da frente, calhambeque! // O DIA: “Lula pode ficar sem voz.” Manchete agressiva, pessimista! // GLOBO NEWS: “INSS gasta 8 bilhões por ano com vítimas de acidentes de tráfego.” Lei quer cobrar do infrator beberrão. // O DIA: “Em 2 horas, 40 anos de tráfico viram pó.” VaIeu o trocadilho.


Cowpitalista – Thiago Ortiz e Renan Pinto

Música na rua dá o clima do Natal Nestes tempos em que recordamos o nascimento de Jesus, como faz bem ao nosso espírito ouvir as belas melodias natalinas - White Christmas, Mendelsohn , Mozart, Franz Gruber, os nossos Assis Valente e Blecaute - Anoiteceu o sino gemeu... Natal Natal das crianças, Natal é festa de luz... Os ouvintes se sensibilizaram ouvindo os• dois jovens violinistas - artistas de rua que merecem nossos aplausos.

Moacyr Miranda por ele mesmo

Moacyr Miranda, uma das figuras exponenciais da minha cidade de Petrópolis, acaba de publicar sua autobiografia. Não quis tardes-noites de autógrafos, preferindo distribuir o livro mão a mão, ganhando de cada receptador o natural carinho da bela oferenda. A mídia local ignorou o lançamento. E é por isso mesmo que estou aqui com um trecho da orelha que tive a honra de fazer, dando uma síntese do precioso trabalho aos meus leitores petropolitanos e aos meus conterrâneos, que por aqui residam, pois sei que são muitos na terra carioca. Basto-me só com este pedaço do prefácio de “Há sempre lugar para uma taça de champagne”, este o título da publicação de sugestiva capa, já naturalmente sendo lida e apreciada pelos incontáveis amigos do bravo autobiografado. “... um belo relatório sobre as andanças de Moacyr pelas sendas da vida. Foi tudo, foi muito, foi múltiplo, sempre deixando por onde passou o selo de sua vida exemplar. Que variedade de ações, ora empregado, ora dirigente, ora acumulando funções as mais diversas, a conquista, tijolo a tijolo, para a formação do seu pé de meia, a independência financeira, a solidez no futuro que legará aos seus...”

A equipe da Folha Carioca deseja a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

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Cow parede As Cow Parade voltaram a alegrar as ruas da cidade. As crianças se divertem, tentando até tirar leite de suas vastas tetas... Entro com música, lembrando Almirante e o Bando de Tangarás, lá na década de 30, cantando...” É de manhã, é de madrugada, vamo tirá leite ô Sá Dona, da vaca maiada...”

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conto

O pássaro noturno

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Maria Luiza de Andrade

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Era uma vez um lenhador que vivia numa cabana no coração da floresta. Ao final do árduo trabalho do dia, costumava meditar recostado ao tronco de um carvalho secular e dali contemplar o céu faiscante de estrelas. Um anoitecer, estando em seu posto habitual, o lenhador viu pousar no ramo mais alto da árvore um pássaro desconhecido de rara beleza, cujo perfil destacava-se, nítido, contra o céu prateado. Mais surpreendido ficou quando a ave entoou seu cântico melodioso lembrando o som pura de uma flauta. E, prodígio maior, o canto da ave podia ser compreendido pelo homem. Na linguagem humana, o significado da melodia traduzia a seguinte mensagem: – Sou o mensageiro noturno. Habito junto ao trono do Altíssimo e só desço à terra quando vejo brilhar na aura humana a chama inconfundível do Amor. Ela anuncia que o coração do homem está pronto para iniciar a viagem espiritual. Venho trazer-te a recordação de tua origem divina, lenhador. A nostalgia que sentes contemplando os astros perdidos na imensidão é a lembrança que a tua alma guarda das regiões onde habitavas antes de desceres na Matéria. Queres conhecer tua pátria verdadeira, o Reino da Luz? – Sim! Respondeu o lenhador cuja alma sensível se sentia oprimida pelo escafandro do corpo físico. Que devo fazer? – Deves passar pela dor e pelo sofrimento sem maldizê-los. Deves te libertar do jugo das paixões desordenadas. Após esta morte na cruz, voltarei com novas instruções. O canto eloquente silenciou. O pássaro revoluteou em torno do homem e da árvore, depois alçou voo perdendo-se nas alturas. O tempo passou. Machado às costas, o lenhador encaminhava-se todos os dias para o trabalho. No seu íntimo, porém, uma grande transformação se operava. A promessa do Mensageiro não lhe saía da lembrança. Seguia as instruções recebidas crescendo em renúncia e sabedoria sem se dar conta. Afinal, o mensageiro tão ansiado retornou. Trazia no bico uma cruz de ouro que depositou nas mãos rudes do lenhador. – Eis a tua recompensa. Venceste a prova da cruz. Queres prosseguir? – Oh, sim. Que devo fazer agora? Apressou-se a perguntar.

– Tens que elevar tua mente a planos mais sutis, expandindo tua consciência de modo a descobrires as potencialidades divinas que abrigas em teu ser. Tens que adquirir equilíbrio interno para que a Divindade possa atuar A rosácea da Catedral de Chartres, na França, transmite através da luz e da cor o na tua alma. Quando contacto com a espiritualidade e a ascensão ao sagrado atingires este estágio, eu voltarei. Feitas as evoluções rituais, lançou-se ao espaço desaparecendo na tanto empenho se dedicou à tarefa que olvidou por completo a ânsia de partir. Quando, numa noite sevastidão da floresta. Agora, uma chama mais alta e poderosa ardia no rena, ouviu o canto familiar ficou surpreso. Como o coração do lenhador. Cultivou com ardor as novas vir- tempo passara rápido! Das outras vezes, ele se escotudes, tornando-se desapegado e confiante. Aprendeu ara muito, muito lentamente. Agora, um acelerador a rejeitar pensamentos mesquinhos, substituindo-os invisível o adiantara. Encaminhou-se para o carvalho por pensamentos de concórdia e fraternidade. À e viu a ave descendo em sua direção com uma coroa medida que prosseguia em sua ascese, passou a per- radiante presa ao bico. Jamais a floresta ouviu canto ceber a proteção de seres invisíveis que o visitavam tão mavioso como nessa noite. O mensageiro cantou: – A coroa é o símbolo da mais alta realização com frequência. Certa noite, quando a quietude da floresta era humana. Merecestes a coroa porque aprendestes profunda, o canto inconfundível se fez ouvir. Desta tudo dar e nada reter. Esquecestes a tua personalidade humana para te tornares o Servidor. Alcançastes o vez, o pássaro trazia no bico uma estrela cintilante. – Venceste mais uma etapa, peregrino do Cami- amor impessoal, o inegoísmo, a ação desinteressada e a compaixão. És um Ungido, um ser coroado. A Pátria nho, cantou o mensageiro. Queres prosseguir? – Tudo que desejo é alcançar a pátria distante, re- em festa aguarda o teu regresso. – Mensageiro alado, quando me visitastes pela trucou o lenhador. Garantida minha cidadania celeste, primeira vez desejei ardentemente regressar à pátria voltarei à Terra para ajudar outros peregrinos. – Falas com sabedoria. Na medida em que segui- perdida. Por isto me lancei com tanto êxito na busca res tua estrela guia, tua luz aumentará e te libertará da perfeição. Quando voltastes com a Cruz e a Esdo cativeiro. Procura Amar e Servir. Quanto tiveres trela me senti estimulado a acelerar minha libertação. praticado suficientemente estes dois ensinamentos, Mas, ao conquistar a Coroa servindo a meus irmãos, já não sinto forças para abandoná-los. Não te posso voltarei a estar contigo. Mais uma vez o pássaro circundou o lenhador com acompanhar ainda. Quero que leves, porém, para o reino distante de onde vens, o único bem que possuo, o voo de proteção e rumou para o infinito. De posse da estrela cintilante, o lenhador já não já que sempre trouxestes uma dádiva ao me visitares. O pássaro aquiesceu com um trinado de júbilo conseguia guardar só para si a ventura de que estava possuído. Percebendo na aura de outros lenhadores e, tendo tomado no bico o coração do lenhador, a mesma cruz tímida e luminosa que atraíra para ele lançou-se ao espaço rumo ao trono do Altíssimo, em o mensageiro das alturas, ensinou aos companheiros cujos pés depositou a relíquia palpitante transformada como trilhar as primeiras etapas do Caminho. Com no mais puro diamante.


Ao buscar a prática da excelência no processo de cuidar, estamos prontos a liberar o nosso potencial intelectivo para atingir a plenitude de nossa escolha profissional. Através deste método, é possível reconhecer que não existem pessoas medíocres, mas conformistas com determinadas situações que desagradam e desumanizam. Por vezes os profissionais ficam paralisados pelo medo de inovar, de ousar e de acreditar. Parafraseando Jean Watson (1988), afirmo que “Cuidado é o legado mais importante que a Enfermagem tem a oferecer para a humanidade”. Um cuidado autêntico e intencional, no sentido de ir ao encontro do outro de forma despretensiosa, porém comprometida com a conquista de bem maior, que é a sua saúde no amplo sentido bio-psico-sócio-espiritual. Para o desenvolvimento da excelência profissional é necessário gerenciar nossas atitudes. Para tal, precisamos aprender a “Liderar”. O autor do livro “O Código da Inteligência”, Augusto Cury (2008), nos desafia, dizendo que “um excelente profissional não é um gestor pronto, mas um gestor construído...”. Acredito que liderar nossos atos na busca da excelência ao cuidar de pessoas doentes requer um processo educativo que vai além dos semestres acadêmicos, perdurando ao longo de nossas experiências práticas traduzidas pelos conflitos cotidianos, lapidados com muito sentimento e emoção no terreno da técnica, da ética, da tecnologia e das fragilidades humanas. Associado ao contexto econômico globalizado, percebe-se que para os profissionais da área da saúde hoje, em especial a Enfermagem, já não basta desenvolver suas atividades com segurança e atingir metas. É necessário promover transformações rápidas, ir além, atingir a excelência para cuidar e se cuidar, obtendo assim a conquista de sua saúde psíquica. Tenho estimulado nossos colegas a surpreenderem para serem surpreendidos e que, por praticarem atitudes corretas, possam ser avaliados por seus clientes. Para isso, no exercício de cuidar com intencionalidade, atenção e segurança, são aplicadas as seis metas internacionais da OMS: 1- Identificar corretamente o paciente. 2- Melhorar a efetividade da comunicação entre os profissionais da assistência. 3- Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância.

4- Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto. 5- Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados em saúde. 6- Reduzir o risco de lesões a paciente decorrente de quedas. Todos estão encarregados de exercitar sua capacidade para a melhoria contínua dos processos assistenciais. Com isso, podemos promover a satisfação de nossos clientes, médicos e pacientes. Assim, como diz a própria missão do nosso hospital, podemos realizar “a promoção da saúde de forma ética, humana e personalizada, aliada ao compromisso com a gestão do conhecimento, o pioneirismo e a plena realização das pessoas”. A sociedade não requer profissionais engessados, pois pessoas doentes solicitam cuidadores sensíveis, solícitos e pensantes. É importante saber trabalhar em equipe e que, acima de tudo, possam exercitar o poder do elogio, fazendo além do que lhe solicitam, prevenindo e surpreendendo. Reconhecemos que os cinco hábitos descritos por Augusto Cury têm contribuído para o nosso desenvolvimento na busca da eficácia no atendimento aos nossos clientes, minimizando seus sofrimentos, os quais compartilhamos abaixo: 1º - Bons profissionais fazem tudo que lhe pedem, enquanto excelentes profissionais surpreendem, fazem além do que lhes solicitam. 2º - Bons profissionais corrigem erros, enquanto excelentes profissionais os previnem. 3º - Bons profissionais executam ordens, enquanto excelentes profissionais pensam pela empresa. 4º - Bons profissionais são individualistas, enquanto excelentes profissionais trabalham em equipe, lutam pelo cérebro do time. 5º - Bons profissionais usam o poder do medo e das pressões, enquanto excelentes profissionais usam o poder do elogio. Ser profissional de excelência no cuidado da saúde, proporcionando qualidade assistencial e um cuidado livre de danos não é apenas a nossa meta, é o nosso compromisso.

Jane Biehl

EMERGÊNCIA

GERAL

Gerente de enfermagem da Clínica São Vicente

Tel.:2529-4505

Tel.:2529-4422

Dezembro 2011

Em busca da excelência no exercício do cuidar

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Tamas

2004.tamas@openlink.com.br

“Cacos de vidro partido. Vai-se a forma, fica a essência.”

“Existe uma hora no meio da noite que todos os fantasmas saem para bailar.” “Pecar, sem culpa, é muito bom!” “Antes de deitar olhe-se no espelho para ver com quem você vai dormir.”

“A prepotência é filha da estupidez.”

MODERNA LENDA DO ASNO Dois animais encontraram-se no meio de uma estrada que passava ao lado de uma floresta. Um era um quadrúpede e atravessava lentamente a estrada. O outro estava dentro de um belo, grande e veloz automóvel e ao ver o quadrúpede na estrada foi obrigado a dar uma freada brusca para não atropelá-lo. O animal do automóvel buzinou, piscou o farol, gritou, mas não conseguiu alterar o ritmo do animal que atravessava a estrada. Quando finalmente ele entrou floresta adentro, o animal do automóvel partiu em disparada e tendo uma curva logo a sua frente, saiu da estrada, capotou e morreu. O quadrúpede, dentro da floresta, encostou-se ao pé de uma grande árvore e foi dormir. MORAL DA HISTÓRIA: Quem é o asno?

Pensamentos Pró-fundos

Dezembro 2011

“Distância de corpos mede-se em metros, quilômetros. E quando corações se afastam, qual a medida?”

“A Arca de Noé está pronta para partir. Ocupem os seus lugares.”

hjgamal@ig.com.br

Angústia, de Graciliano Ramos, comemora 75 anos

“Amar é um direito. Com o dever de amar direito.”

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Haron Gamal

Há livros que, publicados, não se apresentam como o autor pretendia, mas acabam saindo do jeito que os leitores gostam. Foi o que aconteceu com Angústia, de Graciliano Ramos. O autor tinha a intenção de revisar os originais mais uma vez e achava necessário eliminar pelo menos um terço da narrativa. Mas as circunstâncias não permitiram, Graciliano estava encarcerado como preso político nos porões do Estado Novo. Para a comemoração dos 75 anos de lançamento do romance, a editora Record traz a público nova edição deste que é o terceiro livro do autor de São Bernardo, acrescido de sua fortuna crítica. Resenhas e textos contemporâneos ao lançamento ou mesmo matérias sobre o livro, que apareceram no decorrer do século 20, fazem parte de um apêndice, no final da edição. Participam autores do porte de Otávio Tarquinio de Souza, Adonias Filho, Nelson Werneck Sodré, Otávio Dias Leite, Jorge Amado, Peregrino Junior, Rachel de Queiroz, Álvaro Lins, Ferreira Gullar etc., incluído Nicolao Montezuma, pseudônimo atribuído a Carlos Lacerda. Dentre todos esses textos, destaca-se o de Jorge Amado. O autor baiano afirma: “Esse romancista nordestino sabe bem o que quer fazer. Porque a impressão inicial que Angústia nos dá é de livro onde nada é inútil, nada é forçado e onde também nada falta.” Adiante, continua: “Sei de alguém que não conseguiu passar da página 30 desse romance com medo de enlouquecer.” Há também referência a um texto de Antonio Cândido, que classifica o livro como: “romance excessivo [que], de certo modo, contrasta com a discrição e o despojamento dos demais, o mais ambicioso e espetacular.” Dois posfácios, um de Otto Maria Carpeaux e outro de Silviano Santiago, fecham o livro. Angústia reflete o drama de todo artista marcado pelo destino, alguém que prevê o próprio futuro grandioso mas, para sobreviver, precisa sucumbir ao ridículo e comezinho

do dia a dia, vendo-se obrigado a emprestar seu talento a escritores de repartição, ou mesmo alugar sua pena àqueles que desejam rascunhar algum elogio fútil a seus superiores. Na verdade, o grande drama de Luís da Silva, protagonista e narrador do romance, não é a perda da mulher, que nem chegou a amar, nem o crime que cometeu contra Julião Tavares, esnobe filho de comerciantes abastados. Sua tragédia pessoal é a própria obra que se avizinha, disfarçada de simples relato, fazendo crer que o narrador é o escritor, como é comum às narrativas em primeira pessoa. Por isso, não é à toa que a história possa ser percebida, já nas primeiras páginas, como tentativa literária de um autor fracassado. A angústia acaba se tornando a perspectiva de não saber empreender o próprio talento, sempre urdido (nos grandes autores) em meio a intenso sofrimento e à vida trágica. Graciliano Ramos soube captar bem este lastro do seu tempo e viveu na pele a própria tragédia. Outro aspecto que pode ser observado, como bem salienta Elizabeth Ramos na introdução, matéria também de uma revista norte-americana sobre o livro, é o seguinte: trata-se da “crônica da condição do intelectual nos países subdesenvolvidos da América Latina.” Questão premente, porque todo intelectual que se pretende livre, que não pertence aos círculos universitários nem aos círculos do poder, se vê condenado à solidão e ao silêncio. O livro tem estrutura circular, começa pelo final. Luís da Silva já está se recuperando e relembra o último ano de sua vida, quando tudo parecia ir bem até conhecer Marina, uma moça que se mudou para a casa ao lado da sua. O narrador conta sobre sua vida de funcionário público, sobre os tipos locais, a luta política, o avanço do autoritarismo, a hipocrisia do meio intelectual em que está inserido, a vida nos cafés, o cinema local e o


Gisela Gold

espaço do leitor

http://giselagold.tumblr.com/

Cartas Vitória, Sabes que, vez em quando, adoro não te saber. Degustar é preciso. Saborear é preciso. Perder-se em aromas é preciso. Desvendar não é preciso. E, cada vez que o tento, você muda. És estranha todo o sempre para minha entranha. A entrega faço em salto de trapézio. Em cada salto, sobressalto. Sobressais. Sobre você: nada. Sobre você nado. Contra corrente. A teu favor. Inteira, sem meias palavras. Elas me faltam. Traduzir não é preciso. A tradução é sempre traição. Vitor

bordel. Também é assaltado por lembranças da infância. Aqui comparece a característica pela qual Graciliano Ramos se tornou mais conhecido, e que, neste romance, ocupa espaço periférico: a vida do sertanejo nordestino. Angústia, no entanto, mostra um Graciliano totalmente compatível com a vida na capital, privilegiando a introspecção muito antes de ela virar moda e ter sido explorada até as últimas consequências por uma escritora como Clarice Lispector. O que se pode concluir é que Angústia não perdeu nem ameaça perder tão cedo a atualidade. Lido 75 anos depois de lançado, o romance também parece abordar, até de modo mais acurado, uma entre as principais questões dos dias de hoje: as doenças psíquicas, ou mesmo a loucura. Sem conhecimento profundo de Freud e de seus seguidores, ausente ainda Foucault, o autor constrói um narrador que mergulha nas sutilezas da alma ao descrever sua “doença”, e consegue dissecar aquela espécie de mal que ronda o homem moderno, a solidão e a melancolia.

Angústia, Graciliano Ramos Editora Record 382 páginas

Recanto inestimável em meio a desordem Silêncio acolhedor e surpreendente em meio a massa de sons Sons que não cessam jamais mas que respeitam tão adorado recanto Adorável para estudar, escrever poesia, pra namorar e desfrutar de tão doce calma Recanto de flores, com leves odores em meio ao incomodo da poluição que reina além do portão Triste em pensar que tamanha exceção já foi regra em algum tempo tempo em que o Rio, era rio, árvore, mar, pássaros e silêncio.

Ulisses, Meu verso sempre te vence. E eu desisto de sair dali. Daqui a algum tempo já não me convences novamente com tua prosa. E daí; se volto a me repetir em ti. Que só vais falar entre parênteses. Teus silêncios hiatos tão pouco gentis. Meus atos são falhos e te tropeço novamente. Antes fosse o acaso. Ainda namoro o que me ausenta. Você sobra. Eu falto. Meu verso te vence. Eu não. Vera

Luna Boccaletti Abdalla

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Joyce, A luva não me cabe. Escorro. Escuto miragens fora daqui. Extravio. Extravaso. Espirro de contentamento. Tudo que não tinha já me alcança. Pacto, não, faço é aliança. Sem fiança. Confio. Eu cerro os olhos para me acontecer. Eu quase choro. Pranto de parto. Eu voo. Silas

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