Folha diocesana ed252

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FOLHA

DIOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG

ANO XXII | Nº 252 | Outubro de 2017

NOSSA SENHORA APARECIDA, 300 ANOS DE FÉ E DEVOÇÃO

PÁGINAS 4 e 5

“Das redes dos pescadores ao coração dos humildes.” MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO DO DÍZIMO DIOCESANO

MISSÃO DOS CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS

Festa do Padroeiro São Miguel: homilia de Dom Jeremias

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NOVEMBRO, 3

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DAREDAÇÃO

Editorial

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2 DIOCESANA outubro2017

A intercessão de Maria: 300 anos de Aparecida

Calendário Diocesano

Em 2017 o Brasil celebra os 300 anos do encontro da imagem da Imaculada Conceição, no Rio Paraíba do Sul, que passou a ser conhecida carinhosa e piedosamente como Nossa Senhora Aparecida. O povo sabe que Maria intercede. Os títulos são “jeitos de dizer” a forma com que Maria colabora, já que a fé apresenta roupagens. O núcleo é a fé, mas a roupagem é a forma como ela se expressa. A intercessão de Maria não é dogma de fé. Este título está relacionado com maternidade divina, pois mãe é símbolo de intercessão, como podemos ver no “sinal” das Bodas de Caná - apesar de o texto não ter essa intenção, nos ajuda a entender isso. Outros textos apresentam Maria presente desde os primórdios do cristianismo. Mas, donde veio ou quando começou essa piedade de invocar a intercessão de Maria de Nazaré? On-

de estão os fundamentos da intercessão mariana? Na tradição de Israel, a intercessão aparece poucas vezes e quase sempre é em favor de outra pessoa e, sobretudo, pequeno, “inferior” (Moisés intercede a Deus em favor do povo, Ester intercede junto ao rei em favor do povo hebreu). Ao procurar raízes históricas teológicas da intercessão de Maria, encontramos acontecimentos marcantes e relevantes que ao longo dos séculos influenciaram a noção de intercessão, fruto também da manifestação da fé (oração) do povo que expressa a confiança na intercessão de Maria. Ao remontarmos as raízes distantes do cristianismo veremos que nas catacumbas de Santa Priscila, por exemplo, está uma primeira manifestação que é considerada a primeira, ou a mais antiga, representação de

Maria (século II). Outra manifestação vem dos padres da igreja - Santo Irineu, por exemplo, é considerado o pai da Mariologia - num contexto de heresias, a figura de Maria estava a serviço de imagem de Cristo. Um dos primeiros testemunhos de invocação vem de santo Efrém “com o mediador és mediadora no mundo inteiro”. A intercessão de Maria – de forma orante – está registrada num papiro com inscrições de “sub tuum praesidium” que significa “a vossa proteção recorremos”. Apesar da dúvida sobre a data, acredita-se que esta prece é do século III, portanto, desde o tempo das perseguições a igreja confia na intercessão da “Serva do Senhor”. A intercessão não é uma novidade da piedade moderna (com seus exageros) nem algo da tão difamada Idade Média. É obra da igreja primitiva, conforme a tradição, registrada princi-

palmente no coração do povo fiel. No entanto, a piedade mariana pouco serve se não se seguir o exemplo de Maria (praticante da palavra, responde com fé, serve e profetiza o Reino de Deus). Qualquer piedade mariana que não evoca a imitação de Maria no seguimento de Cristo é falsa. É superstição! Não se salva quem tem fé em Maria, mas quem tem a fé de Maria. Saber disto nos anima a não perder esperança e contar com ajuda – intercessão – daquela que disse: “o Senhor fez por mim Maravilhas” (Lc 1): “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”. Pe Bruno Costa Ribeiro, colaborador

NOVEMBRO 07 - Confraternização dos Servidores, local a confirmar 11 - ECC, Avaliação e planejamento, em Virginópolis 11 - Encontro com as sete áreas Pastorais em Guanhães, padres e leigos. Doc. 107 CNBB 14 a 16 - Assembleia do Regional Leste II, Casa de Retiros São José, BH 18 - ECC Missa, apresentação da nova equipe de dirigente e confraternização, em Virginópolis 18 - Escola de Teologia: Encerramento missa na Catedral, às 19h – Sem. André e Dom Jeremias 18-19 - PJ, 4º Encontro diocesano de formação para líderes Jovens, Guanhães

a m o c a u b contri A N A S E C O I D A H L O F

21 - Reunião do Clero, Planejamento 2018 23-25 - Tríduo pelo Ano do Laicato 25 - Past. Catequética. Encontro Diocesano em Guanhães 24 a 26 - Past. Criança, Assembleia avaliativa e planejamento para 2018 26 - Festa de Cristo Rei – abertura do Ano do Laicato

DEZEMBRO 11 - Confraternização dos padres e seminaristas 12 - Estudo sobre a CF 2018 12 - Reunião do colégio de Consultores

expediente

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Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 3243-3829 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com

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COMEMORAÇÃO - NOVEMBRO e DEZEMBRO de 2017 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães NOVEMBRO 03 Sem. Tiago Dione Vileforte 15 Pe. Manoel Godoy 20 Pe. José Aparecido de Pinho 22 Pe. Mário Gomes dos Santos 25 Pe. Elair Sales Diniz 27 Pe. José Aparecido dos Santos

Nascimento Ordenação Nascimento Nascimento Ordenação Nascimento

DEZEMBRO 03 Ir. Neuza Alves dos Santos (Clarissa Franciscana - CMD) 04 Pe. Alípio José de Souza 08 Pe. Itamar José Pereira 08 Maria Raquel Mendes Soares (Coop. Família Guanhães) 10 Pe. João Evangelista dos Santos 10 Dom Jeremias Antônio de Jesus 11 Pe. Amarildo Dias da Silva 12 Pe. Luiz Maurício Silva 13 Pe. Ismar Dias de Matos 17 Dom Marcello Romano 21 Sem. André Luiz Eleotério Lomba

Nascimento Nascimento/Ord. 1963 Ordenação Consagração Ordenação Ordenação Presbiteral Nascimento 1975 Ord. Diac. 1998 e Presb. 1999 Nascimento Ordenação Presbiteral Nascimento


ARTIGOS

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PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO Papa Francisco: a corrupção é um “habitus” construído sobre a idolatria do dinheiro o falar para os membros da Comissão Parlamentar Italiana Antimáfia – em 21 de setembro de 2017 – o papa Francisco lembrou as palavras de Jesus que “o que sai do homem é o que torna o homem impuro”, destacou que o ponto de partida permanece sempre o coração do homem, as suas relações, os seus apegos. Nunca seremos suficientemente vigilantes neste abismo onde a pessoa está exposta a tentações de oportunismo, engano e fraude, tornada mais perigosa ao recusar a se questionar. Quando você se fecha na autossuficiência, chega-se facilmente ao prazer de si mesmo e à pretensão de ser a norma de tudo e de todos. É sinal disso também uma política desviante, inclinada a interesses de parte e acordos pou-

A

co claros. Então, chegase a sufocar os apelos da consciência, a banalizar o mal, confundir a verdade com a mentira e a aproveitar-se do papel de responsabilidade pública que possui. Francisco afirmou em seguida: “A política autêntica, a que reconhecemos como uma forma eminente de caridade trabalha, em vez disso, para assegurar

um futuro de esperança e promover a dignidade de cada um. É precisamente por isso que vê a luta contra as máfias como uma prioridade, pois roubaram o bem comum, removendo esperança e dignidade das pessoas”. Para este fim, torna-se decisivo opor-se de todos os modos ao grave problema da corrupção, que, no desprezo do interesse geral, representa o

terreno fértil no qual as máfias se envolvem e se desenvolvem. “A corrupção, - disse Francisco sempre encontra o modo para se justificar, apresentando-se como a condição ‘normal’, a solução de quem ‘esperto’, o caminho para atingir os seus objetivos. Tem uma natureza contagiosa e parasitária, porque não se nutre do que de bom produz, mas do que subtrai e rouba. É uma raiz venenosa que altera a sã concorrência e afasta os investimentos. Enfim, a corrupção é um ‘habitus’ construído sobre a idolatria do dinheiro e da mercantilização da dignidade humana, por isso deve ser combatida com medidas não menos incisivas do que as previstas na luta contra as máfias”. Fonte: br.radiovaticana.va

NOVEMBRO, MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO DO DÍZIMO DIOCESANO O dízimo, na perspectiva católica, não deve ser entendido como uma obrigação imposta pela Igreja ao fiel. Mas, ao contrário, deve ser compreendido como expressão de generosidade da parte de quem o oferece. Para ser um dizimista autêntico, portanto, é preciso ter dado alguns passos no caminho que conduz à maturidade de fé, pois somente quem compreende a beleza e a profundidade de significado deste gesto é capaz de fazê-lo, a partir de uma decisão livre e amadurecida. A partir de uma decisão livre e amadurecida significa não devolver o dízimo por medo de nos acontecer algo caso não devolvamos, ou devolvê-lo com interesses em obter benefícios, como numa relação de troca, mas ofertá-lo de maneira generosa e gratuita. É, portanto, reconhecer que tudo o que conquistamos vem auxiliado pela Graça de Deus, que nos deu a possibilidade de trabalhar para prover a nós e àqueles que dependem de nós. Por isso, quando devolvemos o dízimo de maneira convicta, entendemos que não estamos pagando algo, mas partilhando a nossa própria vi-

da e, consequentemente, evangelizando. Sim, quando devolvemos o dízimo conscientemente estamos também evangelizando! Isto porque parte do que ofertamos é utilizado para suprir os gastos próprios do exercício do apostolado. Além disso, com este dinheiro também ajudamos os necessitados de nossa comunidade, uma vez que o compromisso de fidelidade com Deus exige de nós o cuidado para com o próximo: dimensão fraterna e social do ser cristão. Naturalmente, este gesto de desprendimento de nossa parte traz também benefícios para nós, ainda que por consequência, dentre eles, o desenvolvimento de uma sensibilidade maior para perceber a dor do outro; o desapego do dinheiro e das realidades que nos escravizam. Celebrando, pois, o mês de Novembro dedicado, em nossa Diocese de Guanhães, como Mês do Dízimo, rezemos por todos aqueles que contribuem generosamente para que a obra de Deus se realize. E renovemos também o nosso compromisso com o Dízimo Paroquial,

EU DEVOLVO O DÍZIMO DE CORAÇÃO Sem. Edmilson Henrique Cândido

conscientes de que o nosso gesto, por si só, evangeliza e testemunha a todas as pessoas o quão realizador é poder participar da vida de nossa comunidade.


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APARECIDA, 300 ANOS DE FÉ E DEVOÇÃO

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Basta tirar-lhe o manto e a coroa, fixar nela o olhar atento, para sentir o que Nossa Senhora Aparecida nos diz ao coração. A imagem Aparecida das águas permaneceu alguns anos no leito de um rio, aqui já podemos tirar uma mensagem recordando o nosso mergulho nas águas do batismo de onde saímos refeitos, restaurados, missionários. Emergiram nas redes dos pescadores dois pedaços de uma imagem da Imaculada Conceição, corpo e cabeça que unidos restaura e refaz a integridade e dignidade. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é feita de terra, e esteve, por vários anos, mergulhada na lama do fundo do rio Paraíba, isto nos faz recordar a nossa humanidade e humildade. “Fomos feitos do pó, do ‘húmus’ da terra.” Depois de ser pescada no rio, a imagem permaneceu por longos anos na

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recida diz ainda que: Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários”. A devoção a Nossa Senhora Aparecida nos incorpora a Jesus, à Igreja e à missão. Os milagres acontecem após a pesca da imagem de Aparecia. Assim rezamos na oração jubilar dos 300 anos: “peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida”. O padre Paulo Suess assim escreveu: “Aparecida aponta para uma devoção mariana enraizada na encarnação da Palavra de Deus em nosso mundo e em nossas realidades. A proximidade entre Maria e a missão significa encarnação, tratar a vida cotidiana como ela é, falar do trabalho e de uma pesca que no começo não deu certo, tocar no barro e cantar a glória de Deus numa vida de simplicidade. A Nossa Senhora (silenciosamente) Aparecida é três em uma: nossa Senhora da Encarnação, Nossa Senhora do Encontro e Nossa Senhora da Missão”. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é tão pequenina que quase se perde na imensidão da monumental Basílica Nacional. Ela não está ao centro, mas em um lado estratégico que aponta para a centralidade da Eucaristia e da Palavra que é o seu próprio Filho Jesus. Assim também, Nossa Senhora Aparecida está com os olhos postos em seus filhos e suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de

NOSSA SENHORA

elebramos o grande jubileu dos 300 anos do encontro da nossa pequena e querida imagem da Senhora Aparecida. Em 1717, três humildes pescadores a acolheram em suas humildes famílias e pequenas casas. A santa Aparecida ganhou o coração daquela gente humilde, passou de mão em mão, de casa em casa. O povo se reuniu e construiu uma capela nas proximidades do Porto Itaguaçu, onde a santa fora miraculosamente pescada. Um pequeno altar foi erguido, velas acendidas, orações e cânticos entoados diante da pequenina imagem D’Aparecida. Graciosa, bela, pequenina é esta santa, até parece que quer sorrir ou falar para quem a observa. O tempo foi passando, a notícia foi se espalhando e muitas pessoas da redondeza e luga-

outubro2017

nária, dos discípulos missionários, visitada e visitadora. A pesca abundante pode ser considerada como o segundo milagre de Aparecida. Os peixes eram esperados e tinham destino certo. A Maria que nos visita é a Auxiliadora. Durante a preparação do jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, a sua imagem visitou todo o território brasileiro em suas arquidioceses, dioceses, prelazias, paróquias e comunidades. No Rio Paraíba do Sul não aconteceu propriamente uma aparição milagrosa. A Aparecida é uma santa silenciosa. Apareceu no silêncio das águas e atuou no silêncio das casas, sem dizer uma só palavra. Até hoje quando os devotos passam adiante desta pequenina imagem, contemplam admirados o seu silêncio. A imagem de Nossa Senhora Apare-

“Das redes dos pescadores ao coração dos humildes.” A missão de Maria, a missão da Igreja. res distantes vinham para ver a santa e rezar perto dela. Gente de todo jeito, de todas as classes, príncipes e princesas, reis e rainhas, pessoas ilustres e pessoas simples se misturam para ver a Senhora Aparecida. Três séculos se passaram, chegou o ano de 2017, hoje são milhares de peregrinos de todos os lugares, religiões, raças e nações que acorrem a esta Basílica monumental, orando e cantando diante desta mesma imagem enegrecida, reunidos em torno da Palavra do Senhor e da Eucaristia. Nossa Senhora Aparecida é nossa Maria. Não foi trazida de fora, mas brotou das águas do Rio Paraíba. Qual é a sua mensagem, já que nada falou aos três pescadores? Na verdade, a própria imagem e a história de seu encontro nos oferecem mensagens preciosas.

casa dos pobres, foi enfeitada com adornos, cordões de ouro e homenagens que não foram encomendas da visitada, mas oferta dos visitantes, pois o povo sempre oferece o melhor para seus hóspedes. Isto é ser missionário, oferecer o melhor de si para o bem do outro. A passagem da Imaculada por esse rio indica sua missão como Aparecida. É uma missão que significa despojamento, doação de si, presença e visitação silenciosa. Podemos dizer que o primeiro milagre de Nossa Senhora Aparecida das águas é a sua entrada meiga e silenciosa na vida do povo, pois ela assume sua cultura e seu jeito. Poderíamos dizer que Aparecida tem uma “brasilidade” por ser afetuosa, alegre, negra, dos ricos e dos pobres. A Imaculada tornou a Aparecida missio-

cida de 36 centímetros, de barro e argila, característica das imagens sacras do Estado de São Paulo, ocupa um nicho protegido no Santuário Nacional maior templo católico do mundo dedicado à Virgem Maria - que recebe anualmente mais 12 milhões de romeiros. A simplicidade de Nossa Senhora representada na imagem de Aparecida provoca uma identificação imediata. Ela é pequenina e, se repararmos bem, tem um leve sorriso nos lábios, parece que quer falar, que quer sorrir. Soma-se isso o fato de a imagem ser negra, uma cor muito presente no nosso povo e na nossa cultura. A devoção a Nossa Senhora Aparecida se espalhou por todo o Brasil, entrou nas casas e na vida das pessoas; não é difícil encontrar inúmeras mulheres e homens que têm o nome da san-

ta. Maria Aparecida, José Aparecido, Conceição Aparecida, Manuel Aparecido... Muitas Dioceses, Paróquias e comunidades têm Nossa Senhora Aparecida por padroeira. Por exemplo, a primeira paróquia criada pela Diocese de Guanhães é a Paróquia Nossa Senhora Aparecida; uma das paróquias mais antigas da nossa diocese é a paróquia Nossa Senhora Aparecida no distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro; uma das maiores festas marianas da diocese de Guanhães é a de Nossa Senhora Aparecida em Divinolândia de Minas. No mês de maio de 2007, realizouse no Santuário Nacional de nossa Senhora Aparecida a V Conferência do episcopado latino americano e caribenho. O Documento de Aparecida, resultado desta V Conferência nos diz que:

“a máxima realização da existência cristã nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé e obediência à vontade de Deus e por sua constante meditação da Palavra e ações de Jesus, é a discípula mais perfeita do Senhor. Com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se fez colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo”. “Maria atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos (e podemos dizer também em nossas dioceses, paróquias e comunidades...). Por isso, com a Virgem Maria a Igreja é mãe. O Documento de Apa-

serviço, de entrega e de gratuidade que devem ser a principal marca daqueles que escutam o que Jesus diz. A presença de Maria em nossas comunidades tem enriquecido e continuará enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola de comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão.

Pe. Eduardo Ribeiro, C.Ss.R


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Basta tirar-lhe o manto e a coroa, fixar nela o olhar atento, para sentir o que Nossa Senhora Aparecida nos diz ao coração. A imagem Aparecida das águas permaneceu alguns anos no leito de um rio, aqui já podemos tirar uma mensagem recordando o nosso mergulho nas águas do batismo de onde saímos refeitos, restaurados, missionários. Emergiram nas redes dos pescadores dois pedaços de uma imagem da Imaculada Conceição, corpo e cabeça que unidos restaura e refaz a integridade e dignidade. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é feita de terra, e esteve, por vários anos, mergulhada na lama do fundo do rio Paraíba, isto nos faz recordar a nossa humanidade e humildade. “Fomos feitos do pó, do ‘húmus’ da terra.” Depois de ser pescada no rio, a imagem permaneceu por longos anos na

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recida diz ainda que: Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários”. A devoção a Nossa Senhora Aparecida nos incorpora a Jesus, à Igreja e à missão. Os milagres acontecem após a pesca da imagem de Aparecia. Assim rezamos na oração jubilar dos 300 anos: “peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida”. O padre Paulo Suess assim escreveu: “Aparecida aponta para uma devoção mariana enraizada na encarnação da Palavra de Deus em nosso mundo e em nossas realidades. A proximidade entre Maria e a missão significa encarnação, tratar a vida cotidiana como ela é, falar do trabalho e de uma pesca que no começo não deu certo, tocar no barro e cantar a glória de Deus numa vida de simplicidade. A Nossa Senhora (silenciosamente) Aparecida é três em uma: nossa Senhora da Encarnação, Nossa Senhora do Encontro e Nossa Senhora da Missão”. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é tão pequenina que quase se perde na imensidão da monumental Basílica Nacional. Ela não está ao centro, mas em um lado estratégico que aponta para a centralidade da Eucaristia e da Palavra que é o seu próprio Filho Jesus. Assim também, Nossa Senhora Aparecida está com os olhos postos em seus filhos e suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de

NOSSA SENHORA

elebramos o grande jubileu dos 300 anos do encontro da nossa pequena e querida imagem da Senhora Aparecida. Em 1717, três humildes pescadores a acolheram em suas humildes famílias e pequenas casas. A santa Aparecida ganhou o coração daquela gente humilde, passou de mão em mão, de casa em casa. O povo se reuniu e construiu uma capela nas proximidades do Porto Itaguaçu, onde a santa fora miraculosamente pescada. Um pequeno altar foi erguido, velas acendidas, orações e cânticos entoados diante da pequenina imagem D’Aparecida. Graciosa, bela, pequenina é esta santa, até parece que quer sorrir ou falar para quem a observa. O tempo foi passando, a notícia foi se espalhando e muitas pessoas da redondeza e luga-

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nária, dos discípulos missionários, visitada e visitadora. A pesca abundante pode ser considerada como o segundo milagre de Aparecida. Os peixes eram esperados e tinham destino certo. A Maria que nos visita é a Auxiliadora. Durante a preparação do jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, a sua imagem visitou todo o território brasileiro em suas arquidioceses, dioceses, prelazias, paróquias e comunidades. No Rio Paraíba do Sul não aconteceu propriamente uma aparição milagrosa. A Aparecida é uma santa silenciosa. Apareceu no silêncio das águas e atuou no silêncio das casas, sem dizer uma só palavra. Até hoje quando os devotos passam adiante desta pequenina imagem, contemplam admirados o seu silêncio. A imagem de Nossa Senhora Apare-

“Das redes dos pescadores ao coração dos humildes.” A missão de Maria, a missão da Igreja. res distantes vinham para ver a santa e rezar perto dela. Gente de todo jeito, de todas as classes, príncipes e princesas, reis e rainhas, pessoas ilustres e pessoas simples se misturam para ver a Senhora Aparecida. Três séculos se passaram, chegou o ano de 2017, hoje são milhares de peregrinos de todos os lugares, religiões, raças e nações que acorrem a esta Basílica monumental, orando e cantando diante desta mesma imagem enegrecida, reunidos em torno da Palavra do Senhor e da Eucaristia. Nossa Senhora Aparecida é nossa Maria. Não foi trazida de fora, mas brotou das águas do Rio Paraíba. Qual é a sua mensagem, já que nada falou aos três pescadores? Na verdade, a própria imagem e a história de seu encontro nos oferecem mensagens preciosas.

casa dos pobres, foi enfeitada com adornos, cordões de ouro e homenagens que não foram encomendas da visitada, mas oferta dos visitantes, pois o povo sempre oferece o melhor para seus hóspedes. Isto é ser missionário, oferecer o melhor de si para o bem do outro. A passagem da Imaculada por esse rio indica sua missão como Aparecida. É uma missão que significa despojamento, doação de si, presença e visitação silenciosa. Podemos dizer que o primeiro milagre de Nossa Senhora Aparecida das águas é a sua entrada meiga e silenciosa na vida do povo, pois ela assume sua cultura e seu jeito. Poderíamos dizer que Aparecida tem uma “brasilidade” por ser afetuosa, alegre, negra, dos ricos e dos pobres. A Imaculada tornou a Aparecida missio-

cida de 36 centímetros, de barro e argila, característica das imagens sacras do Estado de São Paulo, ocupa um nicho protegido no Santuário Nacional maior templo católico do mundo dedicado à Virgem Maria - que recebe anualmente mais 12 milhões de romeiros. A simplicidade de Nossa Senhora representada na imagem de Aparecida provoca uma identificação imediata. Ela é pequenina e, se repararmos bem, tem um leve sorriso nos lábios, parece que quer falar, que quer sorrir. Soma-se isso o fato de a imagem ser negra, uma cor muito presente no nosso povo e na nossa cultura. A devoção a Nossa Senhora Aparecida se espalhou por todo o Brasil, entrou nas casas e na vida das pessoas; não é difícil encontrar inúmeras mulheres e homens que têm o nome da san-

ta. Maria Aparecida, José Aparecido, Conceição Aparecida, Manuel Aparecido... Muitas Dioceses, Paróquias e comunidades têm Nossa Senhora Aparecida por padroeira. Por exemplo, a primeira paróquia criada pela Diocese de Guanhães é a Paróquia Nossa Senhora Aparecida; uma das paróquias mais antigas da nossa diocese é a paróquia Nossa Senhora Aparecida no distrito de Córregos, em Conceição do Mato Dentro; uma das maiores festas marianas da diocese de Guanhães é a de Nossa Senhora Aparecida em Divinolândia de Minas. No mês de maio de 2007, realizouse no Santuário Nacional de nossa Senhora Aparecida a V Conferência do episcopado latino americano e caribenho. O Documento de Aparecida, resultado desta V Conferência nos diz que:

“a máxima realização da existência cristã nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé e obediência à vontade de Deus e por sua constante meditação da Palavra e ações de Jesus, é a discípula mais perfeita do Senhor. Com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se fez colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo”. “Maria atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos (e podemos dizer também em nossas dioceses, paróquias e comunidades...). Por isso, com a Virgem Maria a Igreja é mãe. O Documento de Apa-

serviço, de entrega e de gratuidade que devem ser a principal marca daqueles que escutam o que Jesus diz. A presença de Maria em nossas comunidades tem enriquecido e continuará enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola de comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão.

Pe. Eduardo Ribeiro, C.Ss.R


GERAL

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Também com o

coração

de quem acolhe! á uma frase já consagrada na Igreja que diz assim: “A Missão acontece: com os pés dos que caminham; com os joelhos dos que rezam e com as mãos dos que trabalham”. Ou seja: há os que partem para as missões além-fronteiras para levar mais longe o evangelho e o nome do Senhor; há aqueles que não podem ir e por isso oram e pedem ao Senhor Deus que fortifique aqueles que partiram; e há ainda aqueles que trabalham e que contribuem materialmente para que as necessidades dos missionários sejam supridas e assim a missão tenha êxito. Mas acredito profundamente que, além dessas formas consagradas pela Igreja, há uma forma muito eficaz, fundamental e necessária para que a missão de fato tenha êxito: a missão também acontece com o coração daquele que acolhe: daquele que acolhe o missioná-

H

rio, daquele que acolhe a proposta de Jesus, daquele que acolhe a maneira evangélica de viver. No fundo, é o acolhimento que se inicia nos corações de todos é que faz a missão acontecer, pois sem acolhimento não há partida comprometida, não há oração verdadeira e não há ajuda sincera. Estamos no mês missionário e cada vez mais se constata que esta frase é muito verdadeira. Há muitas formas de exercer a nossa missionariedade, o que não pode acontecer é deixar de realizar a missão; afinal de contas, a nossa Igreja é “essencialmente missionária”. O Saudoso Papa Paulo VI já nos exortava: “a função da Igreja é anunciar o Evangelho” (Evangelii Nunciandi); isso significa que nossa Igreja é essencialmente missionária. Portanto, forjados na escola do mestre de Nazaré (ser discípulos), somos convidados a anunciar com a vida (ser

missionário) o reinado de Deus, isso de forma particular e comunitária. Assim, atendendo ao convite da Igreja, seremos verdadeiros Discípulos-Missionários (DAp). “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída” é o tema da Campanha Missionária de 2017. O papa Francisco nos lembra de que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus” (EG 1). Essa alegria é missionária, precisa ser anunciada a todos os povos, ad gentes, em todos os tempos e lugares. A Igreja Povo de Deus é constituída por diferentes sujeitos da missão, de diversas idades e etnias, conforme destaca o cartaz e o lema da Campanha: “Juntos na missão permanente”. Isso reforça a importância de caminharmos unidos, após nos deixarmos encontrar por Jesus Cristo. A missão se realiza com a participação de todos no caminhar juntos e na comunhão. Sejamos uma Igreja Samaritana! O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das Missões em todo o mundo. A data foi instituída pelo papa Pio XI em 1926, como um Dia de oração e ofertas em favor da evangelização dos povos. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, motivar as comunidades a participarem da missão da Igreja em todo o mundo por meio da

reflexão, da oração e da oferta no Dia Mundial das Missões (21 e 22 de outubro). A generosidade de todos contribui com projetos missionários e propaga a Boa Nova de Jesus para toda a humanidade. Que, a exemplo de Maria, nossa Mãe Aparecida, na celebração dos 300 anos do encontro de sua imagem, sejamos testemunhas proféticas da alegria do Evangelho para uma Igreja em saída. Nossa Diocese, sendo animada pelo setor missões, esforça-se para também fazer parte dessa corrente de amor e solidariedade. Todas as nossas paróquias e comunidades são convidadas a realizar a novena missionária, reforçar ainda mais essa característica de nossa Igreja e propagar a Boa Notícia do senhor. Por Pe. Salomão Rafael Gomes Neto Presbítero da Diocese de Guanhães

MISSÃO DOS CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS “Pela graça do Batismo, somos chamados à missão de ajudar a construir o Reino de Jesus Cristo; somos convocados para instaurar um reinado que renove a face da terra e edifique uma nova sociedade, um novo mundo, uma nova humanidade.” Aproxima-se a Solenidade de Cristo Rei - término do nosso Ano Litúrgico -, data em que iniciaremos, conforme proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB em seu Doc. 105, o Ano Nacional do Laicato, com início em 2017 e término em 2018, comemorando os 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os leigos (1987) e da Exortação Apostólica Christifideles Laici, de São João Paulo II, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988). Precisamos aprofundar a nossa

identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo na Sociedade. Terminado o Ano Mariano, nossa Igreja Diocesana de Guanhães, em consonância com o Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB se prepara para vivenciar o Ano Nacional do Laicato, começando pela celebração do Tríduo de abertura (dias 23,24 e 25 de novembro) em todas as comunidades das 27 paróquias, como

também a solene Abertura do Ano Nacional do Laicato no dia 26 de novembro. “Onde vive uma pessoa batizada, está presente a vida do Evangelho. Quanto mais o Evangelho é testemunhado, mais é anúncio e presença do Reino de Deus.” Somos chamados, cristãos leigos e leigas, a assumir nosso compromisso batismal como testemunhas do Reino e da Vida.

Mariza da Consolação Pimenta Dupim Guanhães, MG.


GERAL

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DIOCESANA outubro2017

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Festa da Padroeira em Dores de Guanhães-2017 É devido dizer que Dores de Guanhães “setembrou” de vez nos dias da novena em honra à querida padroeira, Nossa Senhora das Dores. Popularmente chamada de festa de setembro, a festa da padroeira é o ponto alto do mês, deixa muita alegria nos rostos, revigoramento na fé e muitos outros frutos que ficam espalhados no ar como um suave perfume. A novena iniciou-se no dia 08 de setembro, dia da natividade de Maria, celebração presidida pelo convidado Pe. Edvan, de Gonzaga, e concelebrada pelo nosso administrador paroquial Pe. Marinho. Outros sacerdotes estiveram conos-

co e aos quais ficamos profundamente gratos: Pe. Mário Gomes, Pe. Derci, Pe. Ivani, Pe. Amarildo, Pe. José Martins, Pe. Salomão e Dom Leonardo de Miranda Pereira da Diocese de Paracatu. No primeiro dia da novena distribuíram-se medalhas de Nossa Senhora das Dores a todos os presentes na Igreja, que ficou pequena para os dias de intensa fé do povo dorense. O terço dos homens que a cada dia tem crescido animou a barraquinha com um cardápio bem variado. A procissão no domingo, encerramento da festa também foi conduzida por estes discípulos da bem aventurada, a cada Ave Maria rezada vão tentando ser cada dia melhores na Igreja e no mundo. Houve participação do ministério de música de Braúna, de São Evangelista e da banda de música Nossa Senhora da Conceição de

Rio de Vermelho que acompanhou o hasteamento da bandeira de Nossa Senhora das Dores; e e também a participação da Marujada, nossa riqueza imaterial. Diante de um clima não muito favorável no nosso país, a festa de Nossa Senhora das Dores tem um efeito muito positivo, eleva a confiança, integra as comunidades, recebe convidados nos nove dias seguidos de celebrações. Ao final das missas o encontro nas barraquinhas, leilões, tudo feito com muito carinho. Nos últimos três dias houve show de Munhoz e Mariano, Banda Lex Luthor, e também dos talentos locais: Nayara Drumond, Karen e Arthur e Ismael do Arrocha. A Praça ficou pequena para tanta gente. A acolhida é um forte atributo dos dorenses. A corrida rústica também é outro animador. A festa dorense tem muitos

eventos, opção para todos os gostos. Cada padre e o nosso administrador, cada banda, marujada, o povo presente na novena e tantos outros, cada um deu o melhor de si, do coração de cada um para o coração da Mãe das Dores. Ela nos acompanha por mais de dois séculos e nos ensina a servir ao Senhor. Sentimos imensamente felizes por esses dias de bênçãos, as quais perdurarão fazendo a diferença no nosso cotidiano, às vezes tão difícil. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus! Gilson Mateus Soares Comunidade Dorense

Festa do Padroeiro São Miguel: homilia de Dom Jeremias “A Sagrada Escritura nos fala sobre os anjos como mensageiros de Deus, como espíritos puros diante de Deus a louvá-lo, a glorificá-lo sem cessar. Várias culturas, das mais antigas, já falavam dos anjos, de modo especial os persas e os babilônios, sempre se referindo a eles como seres celestiais, seres diante de Deus prestando continuamente um louvor. Falar de anjos nos dias de hoje, precisamos tomar certo cuidado para não cairmos na cultura do esoterismo e acharmos que os anjos estão voando por aí fazendo como que uma fantasia muito grande a respeito deles. Ao lembrarmos os anjos, nós estamos celebrando a ação de Deus na história da humanidade, a ação de Deus na história da salvação. Por isso cada anjo tendo seu nome vai significar uma atitude, um gesto de Deus em favor do seu povo que sempre está a caminho. Entre os anjos, destacam os arcanjos. A Sagrada Escritura fala que existem nove arcanjos, dos nove, três deles são conhecidos, são citados os seus nomes: Miguel, Gabriel e Rafael. No significado do nome de cada um deles está a grandeza de Deus na nossa vida, na nossa história e também nas nossas necessidades diante de um Deus que é bom, que é Pai, que é misericordioso. São Miguel é o nosso padroeiro e todo mundo sabe o significado do seu nome. É uma pergunta, é um questionamento: “Quem como Deus?” Em outras palavras: “Quem é maior do que Deus?” ou ainda: “Existe alguém igual a Deus?” A resposta nos é muito clara: Não existe ninguém como Deus. Não existe nada como Deus. Diante do nome de Miguel, nós somos questionados se estamos colocando na nossa vida, na nossa caminhada, substitutos para Deus. No mundo moderno quantas tentações nós enfrentamos? E podemos correr o risco de colocarmos muitas coisas no lugar de

Deus. A idolatria do dinheiro, a No dia 29 de idolatria do poder, a corrupção setembro, dia do que estamos assistindo todos os dias pelos canais de comunicanosso padroeiro ção. Diante de tudo isso, voltaSão Miguel, nos a pergunta. Nada pode subsnosso bispo tituir, nada pode ocupar o lugar do Dom Jeremias deu nosso Deus, até mesmo aquilo uma verdadeira que conhecemos e temos de catequese mais sagrado na nossa vida, como por exemplo, a nossa família. sobre os Anjos. A mulher pensando em relação ao seu marido, os pais pensando em relação aos filhos, tudo isso é Quantas experiências de fragilidade! sagrado, tem um lugar especial no mundo, Muitas vezes não encontramos forças para tem lugar especial na nossa vida, mas ja- enfrentar as situações concretas da vida! mais poderão, jamais ocuparam o lugar de Muitas vezes nos falta a força necessária Deus. Até mesmo uma instituição religiosa, para nos mantermos de pé diante de tantos até mesmo um líder religioso, uma pessoa desafios que a vida nos apresenta. Diante seja quem for. da fragilidade humana, esse Deus vem nos São Miguel, o nome Miguel vem dizer: apresentando como força, como coragem, Deus é único, só Ele pode e deve ocupar Ele tem o nome de Gabriel. Gabriel é a foros espaços na nossa vida, só Ele deve nor- ça de Deus. E para nos dar força na camitear a nossa vida. Com o nome Miguel nós nhada Ele quer dizer para nós uma boa nolembramos também que este Deus, que é tícia. Quer trazer para nós a Boa Nova, aleúnico, que é bom, que é Pai, que é miseri- grar o nosso coração, alimentar a nossa vicordioso, Ele tem uma preocupação para da, a nossa fé, a nossa esperança. E é por conosco, para com todos os seus filhos e fi- isso que Gabriel, além de força, é também lhas. E esta preocupação é que caminhe- o mensageiro da Virgem Maria, São José e mos sempre no bem e nos esforcemos pa- Zacarias. Sempre portando e levando a ra viver no bem e o bem. Boa Nova da salvação para nos dizer: “JeSe Ele se preocupa conosco para viver sus é o nosso Salvador”. sempre o bem, o supremo bem que é Ele Jesus quer ocupar um lugar especial na mesmo, Ele nos defende de todo mal. Por nossa vida. É a nossa força, ânimo, alegria. isso São Miguel é Deus se insurgindo con- É a nossa proteção. Ele é o nosso sustento tra a força do inimigo. É Deus nos libertan- na caminhada da nossa vida em meio a do de todos os males. É Deus nos prote- tantos desafios que enfrentamos. Entre as gendo. É Deus nos guardando. É Deus nos fragilidades que enfrentamos, estão as nossalvando de todas as insígnias do inimigo. sas doenças. Nem sempre uma doença é Não podemos nos esquecer de que o física, várias vezes é a doença da alma, a mal é uma realidade que está nos rodean- doença do espírito. Há tantos filhos e filhas do, que está presente no mundo e se muita de Deus que trazem verdadeiros buracos, gente deixa se sucumbir pelo dinheiro, pela crateras na alma e que precisam ser preencorrupção, pelo poder, encontrando substi- chidas e que às vezes sucumbidas pela tutos para Deus é porque está cedendo às tentação, pelo mal que nos rodeia, vai bustentações do mal. car o preenchimento naquilo que não reali-

za, não dura, não satisfaz. Nós pensamos nos nossos jovens que buscam preenchimento nas drogas, ter a sensação do álcool, procuram a realização do sexo desenfreado, irresponsável e busca no dinheiro e no poder, numa série de coisas como que falsamente, numa imagem distorcida, a cura para os males da existência. Diante de tudo isso, esse Deus nos apresenta como Rafael; Ele cura, nos liberta, vem ao nosso encontro para nos salvar. Ao celebrarmos os arcanjos, devemos voltar o olhar para o nosso Deus com toda a confiança e esperança e suplicar: Arcanjos do Senhor, liberta-nos dos males que nos rodeiam! Que nada possa substituir o seu lugar na nossa vida. Venha nos curar de tantas fragilidades que carregamos na nossa vida, os males físicos, espirituais, os males da nossa caminhada, da nossa existência que querem nos fazer sucumbir, desistir. Que o nosso Deus, Uno e Trino, venha ao nosso encontro sempre trazendonos a boa notícia, a boa nova da salvação de que dias melhores virão, de que coisas boas ainda estão para acontecer, que as crises vão passar, que vamos superar as dificuldades do tempo presente. São Miguel, São Gabriel, São Rafael, intercedam constantemente por todos nós. Amém!” Roberto Magno Equipe diocesana de catequese/CATECOM


FOLHA

8 DIOCESANA outubro2017

Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho: Exemplo de Santidade o mês de setembro a Cidade de Santa Maria do Suaçuí, na Diocese de Guanhães – MG se transforma para celebrar o Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho. O Servo de Deus nasceu na cidade do Serro – MG aos 10 de novembro de 1886. Ingressou no Seminário da Arquidiocese de Diamantina, vindo a se ordenar padre no dia 15 de abril de 1917. Após sua ordenação, foi enviado à Paróquia Santa Maria Eterna, em Santa Maria do Suaçuí, como pároco, ali permanecendo por 44 anos, quando fez a sua Páscoa para a casa do Pai, mais precisamente aos 21 de setembro de 1961. O Servo de Deus era um homem de grande espiritualidade destacando-se, sobretudo, pelo Jejum, Oração e grande amor ao próximo. Acolhia a todos sem distinção e não media esforços para atender aos doentes levando-lhes o viático, seja na cidade ou nas longínquas comunidades rurais aonde ia montado em sua mula. A sua fama de santidade não veio após a sua morte, pois em vida todos que acorriam a ele pedindo uma bênção ou oração por alguém da família que se encontrava enferma, atestam que, em muitos desses casos, obtiveram curas que fugiriam à capacidade intelectiva dessas pessoas de compreender como a cura acontecia. Após a sua morte, a devoção ao servo de Deus foi crescendo e extrapolando os muros da cidade de Santa Maria do Suaçuí. Hoje, em vários Estados da Federação, encontramos devotos que vêm à Santa Maria do Suaçuí por ocasião das celebrações de seu aniversário de morte pa-

ra agradecer ou pedir mais bênçãos e graças. Em 2001, iniciou-se o processo de beatificação (Fase diocesana) que foi aceito por Roma dando o Nihil obstat. Assim foi criada a comissão diocesana para dar continuidade ao processo. Hoje, o processo está tramitando em Roma com a Positio quase concluída. Ao final desta, o servo de Deus pode ser declarado venerável. Daí surgindo um milagre que seja atribuído à intercessão do servo de Deus, devidamente comprovado com documentação médica e outros e por peritos no assunto, sendo aceito pelo Vaticano, o venerável será declarado Beato e assim se segue, pois surgindo um segundo milagre, o Santo Papa o declara Santo. Eu estou como vice-postulador da causa do Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho, tendo como Postulador o Dr. Paolo Vilotta, que cuida do processo em Roma. De 25 a 28 de setembro P.P. estive em Jaraguá do Sul, juntamente com Martha, uma das divulgadoras da causa de beatificação, para um encontro com o Postulador Dr. Paolo Vilotta. Estavam presentes aproximadamente 40 vice-postuladores das várias causas de beatificação de várias partes do Brasil. Em conversa com o Dr. Paolo, fui informado de que o processo do servo de Deus Lafayette da Costa Coelho se encontra bem adiantando aguardando somente a conclusão final da Positio. Rezemos para que tão logo tenhamos boas notícias de que o nosso Servo de Deus passou a ser “Venerável” para a Igreja de Jesus Cristo.

N

'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' (Papa Francisco)

#Programa Nova Geração Um canal de comunicação com a juventude.

Pe. Dilton Maria Pinto Vice-Postulador da Causa de Beatificação do Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho

A Pastoral da Juventude exerce sua missão de evangelizar os jovens também através do #Programa Nova Geração. Todos os sábados, às 15:00 horas na Rádio Vida Nova Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br. Curta e acompanhe a nossa página no facebook e nos dê sua opinião e sugestão!

Dr. Marco Aurélio de Assis Otorrinolaringologista/Alergologista

Pastoral da Juventude Diocese de Guanhães/MG

CRM-MG: 29104

Dra. Renata Coelho Argolo Assis Endodontista/ Tratamento de canal CRO-MG: 23126

Dra. Georgia R. Oliveira Carvalhaes Fonoaudióloga CRFA-MG 8.160

Dr. Fábio de Morais Ramos Endocrinologista CRM-MG: 29753

Dr. Marco Lino do Carmo Vieira Gastroenterologia clínica/ Endoscopia digestiva

Dra. Marina Coelho Argolo Vieira Dermatologista

CRM-MG: 47248

CRM-MG: 47459

Dr. Rodrigo Magalhães Otorrinolaringologista/Cirurgia de cabeça e pescoço CRM-MG: 46174

Rua das Flores, 43 Centro – Capelinha/MG CEP: 39680-000 Fone: (33) 3516.1556 Cel.: (33) 99146.5453

Praça Batista Lopes, 30 Centro – Santa Maria/MG CEP: 39780-000 Fone: (33) 3431.1360

Rua Dr. Odilon Behrens, 164 – 2 andar Centro – Guanhães/MG CEP: 39740-000 Fone: (33) 3421.1804 (33) 3421.1645


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