FO LH A
DIOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XXII | Nº 257 | Junho de 2018
ANO LAICATO: SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO PÁGINA
3
“ESTA LUTA É DE TODOS NÓS!” PÁGINA
3
MEMÓRIA E HISTÓRIA DE DOM JOSÉ MARIA PIRES PÁGINA
PENTECOSTES E A FESTA DO DIVINO PÁGINAS 4 e 5
6
FO LH A
2
DIOCESANA
REDAÇÃO
Junho de 2018 EDITORIAL
PENTECOSTES E A FESTA DO DIVINO epois da Páscoa, os judeus celebram a “Festa das Semanas”, com a duração de 50 dias; o 50º dia chama-se Pentecostes (palavra de origem grega que significa “50 dias” ou “quinquagésimo dia”). Em hebraico, a festa litúrgica se chama "shavu'ot", celebração que comemora a revelação divina a Moisés no Monte Sinai (Ex 19). Originariamente, era uma festa agrícola, na qual se agradecia a Deus a colheita. Depois tornou-se a festa em que celebrava a aliança no Sinai, ocasião em que as Tábuas da lei eram entregues a Moisés e a constituição do Povo de Deus. Para os cristãos é o dia em que o Espírito, a “lei da nova aliança”, é transmitido ao “novo povo de Deus”, dinamizando a vida daqueles que creem, formando a comunidade que viverá da lei inscrita, pelo Espírito, no coração de cada discípulo (cf. Ez 36,26-28). Tanto para judeus quanto pa-
D
ra cristãos a festa de Pentecostes celebra o nascimento do povo de Deus. Mais tarde ainda, em Portugal do século 14, uma celebração estabelecida pela rainha Isabel (1271-1336) por ocasião da construção da igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer, dá início a uma festa tradicional, Festa do Divino, celebrada em variadas regiões. Em nossa diocese: na paróquia São Sebastião do Maranhão, Santa Maria do Suaçuí e Água Boa. Pentecostes e Festa do Divino celebram, de uma forma e de outra, a mesma pessoa: a Terceira da Santíssima Trindade. Para arrecadar os recursos de preparação da festa fazia-se a “Folia do Divino”: um grupo que, cantando, visitava as casas dos fiéis para pedir doações. Levavam com eles a Bandeira do Divino, a qual era recebida
com grande devoção onde passava, por semanas ou meses inteiros. Em São Sebastião do Maranhão, por exemplo, ainda se vê esta tradição. O Espírito Santo faz brotar a coragem, para que a Igreja realize sua missão evangelizadora desde o tempo dos apóstolos e continue na mesma dinâmica evangelizadora nos dias atuais. É isso, também, que Lucas no livro do Atos dos Apóstolos nos apresenta: o protagonismo do Espírito Santo dando continuidade ao projeto do Pai, revelado pelo Filho. Agora é o Espírito Santo que dá continuidade à construção do Reino de Deus. Inspirados neste Ano do Laicato, proposto pela CNBB, supliquemos para que os dons do Espírito Santo nos ajudem a ser “Sal da Terra e Luz do mundo” (Mt 5,13-14). Pe Bruno Costa Ribeiro, colaborador.
CALENDÁRIO DIOCESANO
COMEMORAÇÃO JUNHO E JULHO DE 2018
JUNHO
PADRES, RELIGIOSAS, CONSAGRADAS E SEMINARISTAS DA DIOCESE DE GUANHÃES
04 a 07 - Regional Leste II (CONSER E COORD. PASTORAL), Serra da Piedade, Caeté 08 a 10 - ECC, Encontro de 1ª etapa em São Sebastião do Maranhão 12 - Reunião da Pascom Diocesana 13 a 24 - Jubileu do Bom Jesus em CMD 16 - ESCOLA DE TEOLOGIA. Bíblia IV (Mateus e Marcos) 19 - Chegada dos Padres em CMD para o Jubileu 20 - Assembleia da ASPREMONO em CMD 30 - Reunião da Cord. Diocesana de Catequese com os Irpaquianos 2018 30 - ECC, Formação de agentes em São Sebastião do Maranhão JULHO
EXPEDIENTE
FO LH A
01 - São Pedro e São Paulo (coleta Óbolo de São Pedr0 07 e 08 - celebração dos 100 anos da diocese de Diamantina e 150 anos do Seminário 10 - Reunião da Pascom Diocesana 18 a 21 - Encontro Regional com coordenadores de Catequese, em BH 24 - Encontro diocesano dos servidores paroquiais. Assessoria do Aristides Luis Madureira da Editora A Partilha - palestrante do CONASPAR. 27 a 29 - ECC, Encontro de 1ª etapa em Divinolândia de Minas 27 - Reunião da Coordenação de Pastoral= coordenadores de Áreas, 10h 27 - Reunião da Cord. Diocesana de Catequese com os Irpaquianos 2018, à noite 28 - Catequese/leigos: encontro diocesano c/coordenadores de outras pastorais – Projeto IVC 31 - Reunião do Clero, 09h
DIOCESANA
Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, Padre Saint-Clair Ferreira Filho, Padre Bruno Costa Ribeiro Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Tiragem: 5.000 exemplares Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000
Fone:(33) 3421-1586 folhadiocesana@gmail.com Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 99305-1127 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com
O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.
JUNHO 01 Maria do Carmo Grizante (RV) 05 Pe. Josemar Inácio da Rocha 06 Pe. Bruno Costa Ribeiro 10 Tiago F. Jardim Gomes 18 Filipe Ferreira Coelho 17 Arminda Jesus Batista (Coop. F) 22 Diác. Daniel Bueno Borges 26 Pe. Itamar José Pereira 26 Pe. João Evangelista dos Santos 29 Ir. Maria Aparecida Chaves (RV) 29 Pe. Pedro João Daalhuizen
Nascimento Ordenação Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Consagração Nascimento
JULHO 06 Pe. Itamar José Pereira Pe. Ismar Dias de Matos 06 06 Carmen Helena P. de Oliveira (Coop. F Guanhães) 09 Anderson Alves Rocha 10 Pe. Mário Gomes da Silva 13 Pe. José Adriano Barbosa dos Santos 15 Pe. Saint-Clair Ferreira Filho 20 Pe. José Geraldo da Silva 23 Pe. José Adriano Barbosa dos Santos
Ordenação Ordenação Nascimento Nascimento Ordenação Ordenação Ordenação Ordenação Nascimento
a m o c a u b contri A N A S E C O I D A H L O F A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ
Dados para depósito bancário: Editora Folha Diocesana de Guanhães Cooperativa: 4103-3 Conta Corrente: 10.643.001-7 SICOOB-CREDICENM
3
FO LH A
ARTIGOS
DIOCESANA
Junho de 2018
ANO LAICATO: SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO ada um viva de acordo com a graça recebida e coloque-se a serviço dos outros, como bons administradores das muitas formas de graça que Deus concedeu a vocês”. (1Pd 4,10). Acreditando em sua vocação laical, os cristãos leigos e leigas da Diocese de Guanhães iniciaram o Ano Nacional do Laicato – Solenidade de Cristo Rei de 2017 – com o propósito de prosseguir o estudo do Doc. 105 da CNBB – Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – documento aprovado na 54ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, que retoma e aprofunda a participação dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. “Temos uma participação extraordinária dos leigos na Igreja. Mulheres e homens que constroem o Reino da verdade e da graça, do amor e da paz; que assumem serviços e ministérios que tornam a Igreja consoladora, samaritana, profética, serviçal, maternal”. (Doc. 105). Conforme sugestão da
“C
CNBB, um banner da Sagrada Família visitará cada uma das paróquias, ficando por lá por duas semanas, oportunidade em que os cristãos se reúnem para refletir seu papel na Igreja e no mundo. A peregrinação iniciou-se por Guanhães – paróquia São Miguel e paróquia NS Aparecida -, depois São João Evangelista, Peçanha/Cantagalo, São Pedro do Suaçuí, Santa Maria do Suaçuí/José Raydan, Água Boa, São Sebastião do Maranhão, São José do Jacuri, Coluna/Frei Lagonegro, Paulistas, Rio Vermelho, Materlândia. Percebeu-se que, em todos os lugares, houve o empenho dos padres na realização da proposta: valorizar a missão/atuação dos leigos e encorajá-los a “permanecer no seguimento de Jesus, na escuta obediente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem , criatividade e ousadia, para dar testemunho de Cristo”(CNBB, Doc. 105,n.119). Segue cronograma da visita: Sabinópolis: de 3 a 16/6; Virginópolis: 17/6 a 1/7; Divinolândia: 1 a 14/7; Braúnas:
15 a 28/7; Joanésia: 29/7 a 11/8; Dores de Guanhães/Carmésia: 12/8 a 1/9; Ferros: 2 a 15/9; Morro do Pilar/SARA: 16 a 29/9; Conceição do Mato Dentro/Córregos/Tapera: 30/9 a 20/10; Dom Joaquim: 21/9 a 3/11; Senhora do Porto: 4 a 17/11; dia 18, retorna a Guanhães – Catedral -, para a preparação e celebração solene de encerramento do Ano do Laicato na festa de Cristo Rei. Pedimos às comunidades que enviem fotos da visita – no máximo 4 - para mariza-pimenta@hotmail.com. Especialmente neste momento de crise sócio-político-econômico somos interpelados a assumir ativamente nossa vocação de batizados: ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5,1314), ajudando na transformação da sociedade. Para isso, precisamos conhecer as propostas da Igreja por meio de seus documentos: DSI, catecismo e outros. Que Maria, a Mãe de Jesus, nos ajude a ser o “sal da terra e luz do mundo” na medida certa.
Mariza da Consolação Pimenta Dupim mariza-pimenta@hotmail.com)
ESTA LUTA É DE TODOS NÓS! Nas décadas de 1960 a 1980 a sociedade brasileira viveu sob um regime militar autoritário: a ditadura militar. Grande parte dos cidadãos brasileiros estavam indignados com as imposições feitas por esse regime cuja atuação era de forma agressiva e consequentemente estimulou formas de resistência que respondessem a altura conforme o contexto. Hoje não vivemos sob essa pressão. A “democracia”, objetivo daqueles que lutaram contra a ditadura no passado, foi estabelecida, apesar de, atualmente, não parecer interessante a um número razoável de “apáticos políticos” devido escândalos frequentes acompanhados pelos meios de comunicação. A apatia em relação à política e vida pública é constatada entre os variadas camadas e faixa etária da sociedade. Cabe agora, sobretudo aos educadores, debruçar sobre esta questão, identificar quais as causas e adotar medidas para combater esta passividade. A sobrevivência da democracia exige participação, e esta não ocorrerá se não for dada a devida atenção aos jovens, os homens e mulheres do amanhã. A eliminação de matérias que ajudasse os
'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' (Papa Francisco)
#Programa Nova Geração Um canal de comunicação com a juventude.
jovens a refletir colaboram com esse “analfabetismo político”. O analfabeto político “não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos” é o que diz o dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht. Prefere viver a margem de questões sociais, “ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”, afirma Brecht. No final do mês de maio o Brasil parou
A Pastoral da Juventude exerce sua missão de evangelizar os jovens também através do #Programa Nova Geração. Todos os sábados, às 15:00 horas na Rádio Vida Nova Fm 91,5 Mhz ou pela internet em www.vidanovafm.com.br. Curta e acompanhe a nossa página no facebook e nos dê sua opinião e sugestão!
Pastoral da Juventude Diocese de Guanhães/MG
com greve dos caminhoneiros – por conta do custo do combustível – e isso afetou o abastecimento de alimentos, combustíveis, a indústria, entre outros. A situação ficou caótica a cada dia que passou. Estes fatos serviram como “tempo de aprendizado e mudanças” e consequentemente de solidariedade que nos faz próximos na “busca do bem comum”, expressão esta que define o que seja política. A política, no sentido positivo – já que aqui no Brasil, infelizmente, tomou uma conotação pejorativo com o passar dos anos – agora é pauta nas rodas de conversas. Por estes dias, estudantes, professores, comerciantes, motoristas e todo o transporte escolar, padre e pastores, funcionários públicos, agricultores e outros em São Sebastião do manifestaram nas praças e ruas da cidade em apoio aos
caminhoneiros que protestam pelo preço justo dos combustíveis. Do povo se ouvia: “Esta luta é de todos nós!”. Também em São João Evangelista membros da pastoral familiar, grupos de oração da RCC, Pastoral da Criança entre outras áreas relacionadas a igreja católica, estiveram na MGC 120 entre São João Evangelista e Guanhães – onde os caminhoneiros estão parados em protesto – para rezar e manifestar apoio a causa que beneficia o povo brasileiro. Em Guanhães pedestres e motoristas aderiram à causa, seguiram pelas ruas centrais da cidade, buzinando, apitando e gritando "vem pra rua". E tantos outros apoiam também com alimentos Em variadas localidades a população vem se manifestado em solidariedade mas também por melhorias, graças a iniciativa dos caminhoneiros pela redução do preço do combustível e impostos, além de repúdio à corrupção que assola o país, exigindo respeito ao cidadão brasileiro. “Esta luta é de todos nós!” Pe Bruno Costa Ribeiro
5
Junho de 2018
elebramos no dia 20 de maio Pentecostes: o evento fundante do Nascimento da Igreja. Em muitos lugares ainda não se tem consciência suficiente da dimensão desta Solenidade. Embora haja as tradicionais festas do Divino, acreditamos que os que dela participam não se alimentam suficientemente desta riqueza. Parecem ficar na superfície. Páscoa e Pentecostes são as duas colunas que sustentam o ser cristão. A Páscoa é a celebração da evolução total de Jesus e nele do ser humano e de todo o criado. A humanidade é deificada, divinizada em Jesus. Como esse texto é sobre Pentecostes, deixemos de lado o mistério pascal. Pois bem, sem pentecostes os discípulos estariam mumificados naquela casa em Jerusalém (At 2,2) envoltos em medo. Algum arqueólogo os encontraria posteriormente e talvez virariam peça de
C
algum museu. O cristianismo é a única religião em que D’us é trinitário. Isso quer dizer que D’us é relação amorosa de divinas pessoas, é comunhão família. Poderíamos nos perguntar; bastaria só o Pai e o Filho para que houvesse Igreja? O impulso do Espírito para que os discípulos deixassem o medo e saíssem de si é o que nos mostra que sem Ele não seríamos cristãos. Na antiguidade houve homens muito mais importantes do que Jesus e seus seguidores, no entanto procuramos seguir e cultuar a vida Daquele que é escândalo para alguns e loucura para outros. (1Cor 23). Em Mateus 28 lemos que havia dúvida nos corações dos apóstolos. Quando
O ESPÍRITO
SANTO
RENOVA
DESDE O SÉCULO XVI SE CELEBRA NO BRASIL A FESTA DO DIVINO, UMA GRANDE EXPRESSÃO DA DEVOÇÃO POPULAR BRASILEIRA, QUE CELEBRA A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE OS APÓSTOLOS DE CRISTO QUE ESTAVAM COM “MARIA, MÃE DE JESUS” (AT 1,14). ESTA TRADIÇÃO É REALIZADA EM NOSSA DIOCESE NAS PARÓQUIAS DE SÃO SEBASTIÃO DO MARANHÃO, SANTA MARIA DO SUAÇUÍ E ÁGUA BOA.
é que essa dúvida termina? Em Pentecostes. Jesus sozinho não deu conta, sozinho ninguém dá conta. Mesmo em sua vida histórica Jesus precisou de homens e mulheres para que a esperança do reino fosse se concretizando. Após sua Páscoa, Ressurreição e Ascensão ele precisaria do Paráclito para que o entendimento de quem é sua pessoa e mensagem não ficassem no esquecimento, ou fossem lembradas apenas como a mensagem de um filósofo, guru ou rabino. A palavra Espírito em hebraico é Ruah e é feminina, curiosamente muitos teólogos falam que o Espírito Santo é o lado feminino de D’us, dentre eles pe. João Batista Libânio Sjc in memoriam. O
FO LH A
DIOCESANA
TUDO
4
FO LH A
pag4e5 2018_PAG1N.QXD 04/06/2018 18:26 Página 1
DIOCESANA
saudoso papa João XXIII disse ser D’us mais mãe do que pai. O feminino é o que gera, dá vida, acalenta, consola, anima; dessa forma gesta a Igreja deixa-a sempre grávida, propícia para o nascimento de novos cristãos. Onde está a Igreja aí está o Espírito de Deus e onde está o Espírito Santo de Deus está a Igreja e toda a graça. A ação do Espírito Santo é para que se entenda o Pai e o Filho e a Ele Mesmo. Desta forma é a Igreja que, pelo Espírito leva a esta experiência. É esta experiência trinitária que impulsiona todos que a vivenciam para o mundo a sociedade a realidade com o entusiasmo necessário para transformar modificar tudo aquilo que se faz urgente. Tudo isso na Esperança de que todo o criado será transfigurado no reino vindouro que já é e ainda não (Rm 8, 18-25). Padre Wanderlei Rodrigues dos Santos.
Junho de 2018
5
Junho de 2018
elebramos no dia 20 de maio Pentecostes: o evento fundante do Nascimento da Igreja. Em muitos lugares ainda não se tem consciência suficiente da dimensão desta Solenidade. Embora haja as tradicionais festas do Divino, acreditamos que os que dela participam não se alimentam suficientemente desta riqueza. Parecem ficar na superfície. Páscoa e Pentecostes são as duas colunas que sustentam o ser cristão. A Páscoa é a celebração da evolução total de Jesus e nele do ser humano e de todo o criado. A humanidade é deificada, divinizada em Jesus. Como esse texto é sobre Pentecostes, deixemos de lado o mistério pascal. Pois bem, sem pentecostes os discípulos estariam mumificados naquela casa em Jerusalém (At 2,2) envoltos em medo. Algum arqueólogo os encontraria posteriormente e talvez virariam peça de
C
algum museu. O cristianismo é a única religião em que D’us é trinitário. Isso quer dizer que D’us é relação amorosa de divinas pessoas, é comunhão família. Poderíamos nos perguntar; bastaria só o Pai e o Filho para que houvesse Igreja? O impulso do Espírito para que os discípulos deixassem o medo e saíssem de si é o que nos mostra que sem Ele não seríamos cristãos. Na antiguidade houve homens muito mais importantes do que Jesus e seus seguidores, no entanto procuramos seguir e cultuar a vida Daquele que é escândalo para alguns e loucura para outros. (1Cor 23). Em Mateus 28 lemos que havia dúvida nos corações dos apóstolos. Quando
O ESPÍRITO
SANTO
RENOVA
DESDE O SÉCULO XVI SE CELEBRA NO BRASIL A FESTA DO DIVINO, UMA GRANDE EXPRESSÃO DA DEVOÇÃO POPULAR BRASILEIRA, QUE CELEBRA A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE OS APÓSTOLOS DE CRISTO QUE ESTAVAM COM “MARIA, MÃE DE JESUS” (AT 1,14). ESTA TRADIÇÃO É REALIZADA EM NOSSA DIOCESE NAS PARÓQUIAS DE SÃO SEBASTIÃO DO MARANHÃO, SANTA MARIA DO SUAÇUÍ E ÁGUA BOA.
é que essa dúvida termina? Em Pentecostes. Jesus sozinho não deu conta, sozinho ninguém dá conta. Mesmo em sua vida histórica Jesus precisou de homens e mulheres para que a esperança do reino fosse se concretizando. Após sua Páscoa, Ressurreição e Ascensão ele precisaria do Paráclito para que o entendimento de quem é sua pessoa e mensagem não ficassem no esquecimento, ou fossem lembradas apenas como a mensagem de um filósofo, guru ou rabino. A palavra Espírito em hebraico é Ruah e é feminina, curiosamente muitos teólogos falam que o Espírito Santo é o lado feminino de D’us, dentre eles pe. João Batista Libânio Sjc in memoriam. O
FO LH A
DIOCESANA
TUDO
4
FO LH A
pag4e5 2018_PAG1N.QXD 04/06/2018 18:26 Página 1
DIOCESANA
saudoso papa João XXIII disse ser D’us mais mãe do que pai. O feminino é o que gera, dá vida, acalenta, consola, anima; dessa forma gesta a Igreja deixa-a sempre grávida, propícia para o nascimento de novos cristãos. Onde está a Igreja aí está o Espírito de Deus e onde está o Espírito Santo de Deus está a Igreja e toda a graça. A ação do Espírito Santo é para que se entenda o Pai e o Filho e a Ele Mesmo. Desta forma é a Igreja que, pelo Espírito leva a esta experiência. É esta experiência trinitária que impulsiona todos que a vivenciam para o mundo a sociedade a realidade com o entusiasmo necessário para transformar modificar tudo aquilo que se faz urgente. Tudo isso na Esperança de que todo o criado será transfigurado no reino vindouro que já é e ainda não (Rm 8, 18-25). Padre Wanderlei Rodrigues dos Santos.
Junho de 2018
FO LH A
6
DIOCESANA
GERAL
Junho de 2018
PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO
PAPA: COM O SACRAMENTO DA CRISMA SER SAL E LUZ DO MUNDO papa Francisco iniciou na quarta-feira (23/05) um novo ciclo de catequeses, desta vez dedicado ao sacramento da Crisma, também chamado Confirmação, quando os fiéis recebem o dom do Espírito Santo. Aos seus discípulos, Jesus confiou uma grande missão: ser sal da terra e luz do mundo. “São imagens que nos levam a pensar no nosso comportamento, porque seja a carência, seja o excesso de sal comprometem o alimento, assim como a falta
O
ou excesso de luz impedem de ver”, disse o Papa, acrescentando que somente o Espírito de Cristo nos dá o sabor e a luz que clareia o mundo. Este dom é recebido justamente no Sacramento da Confirmação. “Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito. Renascer para a vida divina no Batis-
mo é o primeiro passo, explicou o Papa, depois é preciso se comportar como filhos de Deus, ou seja, conformar-se ao Cristo que atua na santa Igreja. “Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada seu membro está sob a guia do mesmo Espírito.” No momento de fazer a unção, explicou ainda Francisco, o bispo diz estas palavras: “Receba o Espírito Santo que lhe
foi confiado como dom”. “É o grande dom de Deus”, finalizou o Pontífice. “Todos nós temos o Espírito dentro, o Espírito está no nosso coração, na nossa alma. E o Espírito nos guia para que nos tornemos sal e luz na medida certa aos homens. O testemunho cristão consiste em fazer somente e tudo aquilo que o Espírito de Cristo nos pede, concedendo-nos a graça de o realizar.” Fonte: Vaticannews.va
MEMÓRIA E HISTÓRIA DE
DOM JOSÉ MARIA PIRES s romeiros do Bom Jesus que saem de Córregos em direção ao Santuário em Conceição do Mato Dentro, neste junho, não terão a companhia de Dom José Maria Pires, que nos deixou em 27 de agosto do ano passado. Tive a alegria de fazer a romaria por três anos seguidos em companhia do grande profeta que, depois de muitos anos de episcopado, realizou um grande sonho: o de ser pároco em sua terra natal – Córregos – distrito de Conceição do Mato dentro, onde nasceu em 15/03/1919. Aquele menino de Córregos – lugar que deu 23 padres para a Igreja – tornou-se padre em 1941. Trabalhou em Travessão de Guanhães, hoje Açucena, em Governador Valadares (1946-1953) e em Curvelo. Foi ali que, após 15 anos de presbiterato, foi nomeado bispo de Araçuaí, em 1957. Em 1959 foi a Roma pela primeira vez e foi recebido pelo Papa
O
João XXIII. Nervoso, pisou na ponta da capa que usava, desequilibrando-se, e foi sustentado pelo pontífice. Para descontraí-lo, João XXIII quis saber se o jovem bispo ainda tinha pai e mãe vivos. E disse: “Você não parece bispo, parece ainda um clérigo”. Dom José tinha 39 anos! A maior parte de seu episcopado foi vivida na arquidiocese de João Pessoa, no nordeste brasileiro, para onde foi nomeado em dezembro de 1965, tomando posse em 27 de março do ano seguinte. Por ser negro, Dom José era chamado pelos mais próximos de Dom Pelé, mas preferia ser chamado de Dom Zumbi, pois a história deste segundo nome é mais gloriosa, para ele. Dom José, como Zumbi dos Palmares, continua na memória e na história de nosso povo! Pe. Ismar Dias de Matos
7
FO LH A
GERAL
DIOCESANA
Junho de 2018
OS SANTOS MAIS POPULARES DE JUNHO m junho, aqui no Brasil, celebramos vários santos, mas destacaremos apenas quatro deles, os mais populares: Santo Antônio de Pádua, ou de Lisboa, celebrado dia 13/06; São João Batista, primo de Jesus, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, que possui duas celebrações na Igreja: dia de seu batismo, celebrado dia 24/06, e dia de seu martírio, celebrado em 29/08: “O maior dos nascidos de mulher” (Lc 7, 28), segundo o próprio Jesus. E, por último, num dia só destacamos São Pedro, primeiro papa, e São Paulo, apóstolo dos gentios, celebrados no dia 29/06, data do martírio deles.
sente àqueles que se casam ou a alguém que se pretende ver casado. Vejamos, aqui, alguns versos populares cantados ao santo no interior do nordeste brasileiro: Para casar: “Santo Antônio, me case já, Enquanto sou moça e viva, Porque milho plantado tarde Não dá palha nem espiga”.
Santo Antônio Podemos invocar o mesmo santo como Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua, se consideramos a cidade onde ele nasceu (em 1195), ou morreu (em 1221), respectivamente. Recebeu no batismo o nome de Fernando de Bulhões. Vocacionado à missão religiosa, ingressou na Ordem dos Agostinianos. Estudou profundamente as Sagradas Escrituras e a Patrística. Era professor de Bíblia e orador de grande fama. Passou a se chamar Antônio quando entrou para a Ordem dos Frades Menores, ainda no tempo do santo fundador, São Francisco. De saúde frágil, morreu cedo, após intensa vida de pregador e de dedicação aos pobres, o que fez dele um dos santos mais populares da Igreja. Considerado como o “Santo casamenteiro”, Santo Antônio é parte integrante do catolicismo popular brasileiro. Muitas moças, no imenso desejo de se casar, colocam a imagem do santo de cabeça para baixo, dentro de uma vasilha – incômoda posição – e dizem que só vão desvirá-lo quando conseguirem um marido ou noivo. Sua imagem é dada de pre-
Santo Antônio viveu apenas 36 anos, depois de fazer muito bem aos pobres, e também depois de haver exercido importantes cargos em sua ordem religiosa.
E
Depois de casada: “Santo Antônio pequenino, Amansador de burro bravo, Vem amansar minha sogra, Que é levada do diabo”.
São João Batista Esse pregador judeu, do início do século I, é mencionado pelos quatro evangelistas, e considerado o “precursor do Messias”. Pode ser considerado o santo mais popular de junho, e de seu nome é que provém o adjetivo “juninas” para as festas do mês, quando se celebravam as novenas, festas e fogueiras “joaninas”. Suas festas, no norte e nordeste de Minas, e subindo-se para o nordeste e norte do Brasil, só se equiparam às festas natalinas. O nome “João”, que em hebraico significa “Deus é propício”, era e ainda é um nome muito comum. Ele foi apelidado de “Batista” porque batizou muitos judeus no rio Jordão, incluindo o próprio Jesus, e pregava a penitência e a conversão para uma vida mais justa e mais conforme às leis de Deus. Os cristãos usaram o batismo joanino e deram a ele um novo significado, para que marcasse a entrada da
pessoa na nova religião iniciada pelo Messias, Jesus de Nazaré. João Batista levava vida austera, de intensas penitências. Segundo Mateus (3,4), ele trajava vestes de pele de camelo, um cinto de couro, e alimentava-se de gafanhotos – uma espécie de fruto adocicado, também chamado de Pão-de-sãojoão ou figueira do Egito – e mel silvestre. João também possuía discípulos, como Jesus, e os ensinou a orar (Lc 11,1). Como relata o capítulo 11 de Mateus, quando João Batista foi preso, ele enviou dois de seus discípulos até Jesus para que se certificassem de que Jesus era mesmo o Messias. Com essa certeza, o Batista poderia morrer tranquilo, sabendo que estava no mundo aquele a quem anunciara. São Pedro Os evangelhos nos dizem que São Pedro era de Betsaida, na Galileia. Era pescador e formava dupla de pesca com seu irmão André, que se tornou também apóstolo de Jesus. Seu primeiro nome era Simão, nome muito comum entre os judeus: Shimon; Shimon bar Jonas (Simão, filho de Jonas ou de João). Simão, ou Simão Pedro, é citado 182 vezes no Segundo Testamento da Bíblia. Só os evangelistas o citam 113 vezes: Mateus: 24; Marcos: 23; Lucas: 27, e João: 39 vezes. Ele é um personagem espontâneo, de iniciativas rápidas, pensamento ligeiro, por isso toma a iniciativa de muitas respostas que Jesus faz aos Doze. Pedro, colocado por Jesus como a grande referência do grupo apostólico, compartilha com Saulo de Tarso, o convertido apóstolo Paulo, o centro do livro dos “Atos dos Apóstolos”. Muitas pessoas pensam que esse livro fala de todos os apóstolos de Jesus, mas fala dos grandes esteios da fé, que são Pedro e Paulo. Os
outros apóstolos são quase detalhe no livro. Segundo a tradição cristã, Pedro morreu em Roma, onde foi crucificado, por volta do ano 67 da era cristã. A seu pedido, por se julgar indigno de morrer como seu Mestre e Senhor, foi crucificado de cabeça para baixo. São Pedro é considerado pela Igreja como o primeiro papa, do qual o papa Francisco é o 266º sucessor. São Paulo Nascido na cidade de Tarso, Saulo foi um fervoroso judeu. Recebeu esmerada educação do grande rabino Gamaliel, como nos conta o próprio Saulo, convertido em Paulo (Atos 22,3). Sua conversão se dá quando se dirige a Damasco, capital da Síria, para capturar e prender cristãos. Para isso possuía autorização escrita do sinédrio de Jerusalém. Mas no caminho Jesus lhe aparece, e a história de Saulo passa a ter outro sentido. São dele várias cartas do Segundo Testamento bíblico. Praticamente, a doutrina presente em seus escritos dá um fortíssimo embasamento à fé cristã, e muito da teologia católica tem nos ensinamentos de Paulo sua estruturação. Pedro e Paulo representam a figura do Papa: o primeiro representa a Igreja institucional e hierárquica, e necessária; o segundo representa o carisma, a evangelização dos gentios, daqueles que ainda não fazem parte do rebanho. Eles são as duas faces de uma mesma Igreja, cujo corpo é misteriosamente o do próprio Jesus. Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas p.ismar@pucminas.br
FOTOS DA ABERTURA DA TREZENA DE SANTO ANTÔNIO EM PEÇANHA
“VIVEMOS EM UMA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA, OU SEJA, ELEGEMOS QUEM DEVERIA NOS REPRESENTAR, MAS SERÁ QUE VOTAMOS EFETIVAMENTE EM QUEM NOS REPRESENTA?”
FO LH A
8
DIOCESANA
Junho de 2018
CELEBRAÇÃO
CORPUS CHRISTI
VEM AÍ
Dr. Marco Aurélio de Assis Otorrinolaringologista/Alergologista
Dra. Renata Coelho Argolo Assis Endodontista/ Tratamento de canal
CRM-MG: 29104
CRO-MG: 23126
Dra. Georgia R. Oliveira Carvalhaes Fonoaudióloga CRFA-MG 8.160
Dr. Fábio de Morais Ramos Endocrinologista CRM-MG: 29753
Dr. Marco Lino do Carmo Vieira Gastroenterologia clínica/ Endoscopia digestiva
Dra. Marina Coelho Argolo Vieira Dermatologista
CRM-MG: 47248
CRM-MG: 47459
Dr. Rodrigo Magalhães Otorrinolaringologista/Cirurgia de cabeça e pescoço CRM-MG: 46174
Rua das Flores, 43 Centro – Capelinha/MG CEP: 39680-000 Fone: (33) 3516.1556 Cel.: (33) 99146.5453
Praça Batista Lopes, 30 Centro – Santa Maria/MG CEP: 39780-000 Fone: (33) 3431.1360
Rua Dr. Odilon Behrens, 164 – 2 andar Centro – Guanhães/MG CEP: 39740-000 Fone: (33) 3421.1804 (33) 3421.1645