Jornal Folha do Sul, 17 de julho de 2017

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Stela Vasconcellos/EspecialFS

Reprodução/FS

SEGUNDA-FEIRA

17.7.2017

DO SUL

R$ 2,00

Bagé, ano 7 , n° 2 185

PASSADO E PRESENTE

BAGÉ 206 ANOS O município de Bagé completa, neste 17 de julho, 206 anos de história. E, para comemorar esta data especial, a Folha do Sul apresenta, em sua edição de hoje, um caderno mostrando o que, após este longo período de incontáveis fatos e conquistas, a Rainha da Fronteira tem de melhor a oferecer: suas riquezas, fruto do trabalho de quem aqui vive.

HISTÓRIA Colunista relembra fatos que acabaram influenciando na fundação oficial da Rainha da Fronteira pág. 2

COMEMORAÇÃO Programação pelo aniversário do município prevê atividades desde as primeiras horas do dia pág. 5

MÚSICA Confirmado para o mês de novembro, Canto Sem Fronteira voltará a ocorrer neste ano pág. 5

AGASALHO Campanha bageense encerra arrecadação e contabiliza 25 mil itens doados pela comunidade pág. 12

SEGURANÇA Operação encontra drogas e quase meia tonelada de carne sem procedência pág. 14 PREVISÃO DO TEMPO Parcialmente nublado

9º -1º


2 FOLHA DO SUL

Segunda-feira, 17 de julho de 2017

CID

DIONES

M. MARINHO

FRANCHI

Fotógrafo, cinegrafista e pesquisador

UM ANTIGO ALFAIATE

Jornalista

A ORIGEM DA FUNDAÇÃO DE BAGÉ

P

ara chegarmos à origem da fundação de Bagé, temos que estar situados no que realmente aconteceu nesta região. No ano de 1811, as províncias que constituíam o antigo vicereinado do Prata trataram de proclamar sua independência. Era o chamado movimento de independência da Espanha. O governador de Montevidéu, no entanto, manteve-se fiel à Espanha e não aceitava a independência. Devido a sua decisão, Montevidéu foi cercada por forças de Buenos Aires e de orientais (uruguaios) liderados por Artigas. Para se prevenir de uma possível invasão da Capitania do Rio Grande de São Pedro, Portugal organizou o exército de observação na Capitania do Rio Grande do Sul, ao comando de Dom Diogo de Souza. A concentração inicial do exército de observação foi feita na região de Bagé, ao comando do Marechal de Cavalaria Manoel Marquês de Souza, comandante da Fronteira do Rio Grande e também no acampamento São Diogo, junto ao rio Inhaduí, próximo de Alegrete, ao comando do Marechal de Infantaria Joaquim Xavier Curado, comandante da Fronteira do Rio Pardo. De lá, saiu para São Borja, ao comando do coronel João de Deus Menna Barreto, um grupamento de forças. Em maio de 1811, o governador de Montevidéu, sitiado pelo argentino Rondeau e por tropas orientais de Gervásio Artigas, solicitou socorro a Dom João VI, cunhado do rei D. Fernandes da Espanha. Dom João, então, determinou a invasão da Banda Oriental (atual Uruguai) pelo exército de observação, agora, transformado em exército de pacificação da Banda Oriental. Nesse meio tempo, foi feito o acampamento de Bagé, por determinação de Dom Diogo de Souza. Coube então ao Marechal Marques de Souza a escolha do local estratégico, próximo aos cerros de Bagé. Neste acampamento foram construídos hospital, capela, oficinas e armazéns. Dom Diogo de Souza ordenou que todas as forças da capitania se concentrassem no acampamento de Bagé. Deixou uma pequena força de cobertura em São Borja, ao longo das fronteiras. De janeiro a julho, o acampamento virou uma espécie de quartel general do exér-

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cito português. Então, em 17 de julho de 1811, o exército pacificador rumou do acampamento de Bagé para o rio Jaguarão em direção à Banda Oriental. Em 23 de julho, o Marechal Marquês de Souza invadiu o Uruguai e tomou posse de Cerro Largo (atual Mello). Em 5 de setembro, Marques de Souza, à frente de 300 cavalarianos, apossou-se da Fortaleza de Santa Teresa, no Uruguai, abandonada pelo inimigo. Em 3 de outubro, o exército pacificador retomou sua marcha. Em 11 dias de marcha forçada, atingiu Maldonado, sem que o inimigo tentasse qualquer reação sobre as desguarnecidas fronteiras do Rio Grande. Em 14 de outubro, o governador de Montevidéu mandou aviso a Dom Diogo, pedindo que recolhesse para o Rio Grande o exército pacificador, em razão de haver feito um acordo com os argentinos e orientais, por imposição de interesses britânicos. Rondeau retirou-se para Buenos Aires, e Artigas para Entre-Rios. Diante das ameaças que continuaram por parte de Artigas e seus seguidores, Dom Diogo de Souza destacou de Maldonado para o acampamento de São Diogo, em fins de dezembro de 1811, os regimentos de Dragões e de Milícias de Rio Pardo, ao comando do Coronel Thomaz da Costa. Chegando a Paissandu, Dom Diogo de Souza entrincheirou o seu exército, sendo que suas forças tiveram que enfrentar diversas guerrilhas de Artigas. Em 10 de junho de 1812, Dom Diogo de Souza, estava em Paissandu, quando recebeu ordens de D. João VI para retirar-se da Banda Oriental, em razão de umarmistício (acordo). Em 12 de setembro de 1812, o exército pacificador, em duas colunas, marchou novamente para Bagé. Em consequência destes acontecimentos, Dom Diogo de Souza foi agraciado com o título de conde de Rio Pardo e Bagé foi fundada sem precisar ter existido guerra alguma.

Reprodução/FS

E

mílio Pardo Jardon nasceu na Espanha em 15 de junho de 1904. Era filho de Rafael e Maria Jardon. Em fevereiro de 1930, Emílio embarcou em um navio na cidade espanhola de Veigo e, alguns dias depois, desembarcou na cidade brasileira de Rio Grande, no litoral gaúcho. Passado algum tempo, Emílio resolveu mudar-se para Bagé, e se instalou com sua alfaiataria na rua Félix da Cunha, próximo do posto de combustíveis Ollé. Em 1935, Emílio conheceu Maria Narvalis e da união do casal nasceram os filhos José (advogado) e Afonso (comissário da Polícia Civil). Em 1950, Emílio comprou uma casa localizada na rua Ismael Soares, transferindo sua alfaiataria para lá. Trabalhou incansavelmente até se aposentar em 1985. Gostava de passear com os filhos, ouvia o noticiário nas rádios Cultura e Difusora e lia os jornais “Correio do Sul” e “Zero Hora”. Emílio Pardo Jardon morreu no dia 10 de dezembro de 1987, aos 82 anos de idade. Esta pequena biografia foi, gentilmente, concedida por meio de entrevista com o advogado José N. Pardo, seu único filho ainda vivo.

Fontes: Taborda, Tarcísio. Bagé de ontem e de hoje, 2015. Academia de História Militar Terrestre do Brasil – A Campanha do Exército Pacificador da Banda Oriental – 1811-12

Direção Geral: Leisa Soria Gerência Financeira: Suelen Vieira Gerência Administrativa: Carlos Henrique Gerzson Neto Editor Geral: Felipe Valduga REDAÇÃO - Subeditor Geral: Marcelo Pimenta Chefe de Redação: Niela Bittencourt Coordenadora Comercial: Cláudia Jardim Comercial: Fabiana Rodrigues - Marcelo Camargo Revisão: Lucimar Camargo Nunes Reportagem: Gilmar de Quadros - João Alberto de Miranda Filho - Marcos Pintos - Niela Bittencourt - Marcelle Ceolin Repórter Fotográfico: Francisco Bosco Colunistas Colaboradores: Dom Gílio Felício - Diones Franchi - Edgar Muza - Waldir Alves Ramos - Luiz Coronel- César Jacinto - Ricardo Belleza -Antônio Almeida - Luis C.Albano -Andrea Muller - George Teixeira Giorgis - Leo L.Vieira Estagiários: Anderson Ribeiro-Yuri Cougo-Érica Eickoff Diagramação Comercial, Social e Entretenimento: Ben Hur Munhoz Diagramação: Ben Hur Munhoz- Cristiano Lameira

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Segunda-feira, 17 de julho de 2017

VITRINE EMPRESARIAL

FOLHA DO SUL 3 INDICADORES ECONÔMICOS

por Niela Bittencourt

ÚLTIMAS SEMANAS PARA MATRÍCULAS NOS CURSOS TÉCNICOS DO SENAC

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o segundo semestre, o Senac oferecerá os cursos técnicos em Enfermagem, Segurança do Trabalho e Administração na modalidade presencial. Também, técnico em Transações Imobiliárias (Corretor de Imóveis), Meio Ambiente e Recursos Humanos na modalidade semipresencial. O Técnico em Enfermagem habilita o profissional a prestar assistência à mulher, à criança e ao adolescente, a usuários em tratamento clínico e cirúrgico e a usuários em situações de urgência e emergência e em estado grave, sob a supervisão do enfermeiro. Para matrícula, é preciso ter 17 anos e meio e estar cursando, no mínimo, o segundo ano do Ensino Médio. No curso Técnico em Segurança do Trabalho, os alunos são preparados para implementar, nas empresas, ações preventivas de riscos à segurança e à saúde do trabalhador. Para participar é preciso ter, no mínimo, 17 anos

completos no ato da matrícula e estar cursando segundo ou terceiro ano do Ensino Médio. Com 800 horas de duração, o curso Técnico em Administração prepara profissionais para atuar em atividades que envolvam gestão de recursos humanos, materiais, financeiros, mercadológicos e da informação nas mais diversas áreas de uma organização. A idade mínima para ingresso é de 16 anos e também deve estar no segundo ou terceiro ano do Ensino Médio. Quem optar pelo curso Transações Imobiliárias poderá atuar em empresas do setor imobiliário, construção civil, urbanizadoras, loteadoras e, ainda, como autônomo. O aluno matriculado no curso e vinculado a uma imobiliária poderá solicitar a carteira provisória do Creci e ingressar imediatamente no mercado. Já no curso Técnico em Meio Ambiente, o profissional realiza acompanhamento e execução de sistemas de gestão ambiental. Atua

na organização de programas de educação ambiental, de conservação e preservação de recursos naturais, de redução, reuso e reciclagem. E o Técnico em Recursos Humanos atua em organizações, gerindo as atividades de departamentos ou serviços de pessoal, recrutamento e seleção, cargos e salários, benefícios, treinamento e desenvolvimento, proporcionando o trabalho das equipes. Segundo o diretor da Escola de Educação Profissional Senac Bagé, Tiago Radmann, os cursos técnicos são ótimas alternativas para quem busca empregabilidade. Comerciários e empresários, portadores do cartão Sesc/Senac têm descontos de 20%, filiados ao Simba, militares e seus dependentes também possuem benefícios. Além disso, existem outras formas de descontos que podem ser consultadas por meio do telefone (53) 3242 7233 ou pelo site www. senacrs.com.br/bage.

CADORA EM NOVO ENDEREÇO A Cadora Corretora de Imóveis informa que a partir hoje atende em novo endereço: na rua Pinheiro Machado, 1424.

GEORGE BECKMAN MORGADO

Taxa Selic em queda, e agora? Com isso, os investimentos em renda fixa perdem atratividade. Uma excelente forma de manter uma ótima rentabilidade com segurança são as aplicações em CDB pré-fixados. Ou seja, você já define quanto de juros

Dólar comercial Dólar turismo (em R$) Euro (em R$) Pesos ur.(em R$) Pesos arg.(em R$)

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3,183 3,170 3,645 0,110 0,188

3,184 3,360 3,648 0,110 0,189

SALÁRIO MÍNIMO [REGIONAL]

SALÁRIO MÍNIMO [NACIONAL]

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R$ 937,00

CONTEMPORÂNEO por Marcelle Ceolin

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LOOK DO DIA POLACA MODAS

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Grupo Bagé Investimentos

O governo vem trabalhando fortemente para reduzir a Selic (taxa de juros). Atualmente, a taxa Selic se encontra no patamar de 10,25% ao ano, e o mercado já prevê uma queda para até 8,5% ao final de 2017.

MOEDAS

irá receber e não fica atrelado à variação com a Selic). Veja algumas taxas disponíveis na XP Investimentos: (lembrando que a poupança entrega rentabilidade de apenas 7% ao ano).


4 FOLHA DO SUL

Segunda-feira, 17 de julho de 2017

POLÍTICA por Felipe Valduga

PROJETO QUE INSTITUI POLÍTICA DE ANIMAIS COMUNITÁRIOS DEVE IR AO PLENÁRIO

O

plenário da Câmara de Vereadores deve votar hoje, data de aniversário de 206 anos de Bagé, pelo menos um projeto de Lei em caráter conclusivo. Tratase do PL 132/17, que pretende estabelecer uma política voltada à criação comunitária de animais. Proposta em conjunto pelos vereadores Luís Alberto Silva (PSB) e Beatriz Souza (Rede Sustentabilidade), a matéria sugere mudanças na lei muni-

cipal que trata sobre o controle das populações de cães e gatos, bem como sobre a prevenção de zoonoses. Parte do texto propõe a inclusão, na legislação já em vigor, de definição do que é um animal comunitário, ou seja, “sem proprietário definido ou único, mas que estabeleceu vínculo de afeto, dependência ou manutenção com os munícipes”. E prevê o incentivo para “a adoção de cães e gatos, inclusive de animais

comunitários, assim como a prestação de orientação técnica aos adotantes e ao público em geral para os princípios da tutela responsável de animais, visando atender às necessidades físicas, psicológicas e ambientais”. A meta, com a medida, segundo exposto na justificativa da matéria, é viabilizar, a esses animais, serviços como castração e identificação. E, ao mesmo tempo, registrar quem atuar como cuidador.

Emenda de R$ 500 mil será utilizada na aquisição de medicamentos O secretário de Saúde de Bagé, Mário Mena Kalil, já confirmou a destinação dos R$ 500 mil oriundos de uma emenda parlamentar anunciada, semana passada, pelo deputado federal Afonso Hamm (PP). O recurso, conforme o gestor, será aplicado na aquisição de medicamentos. “Estamos inaugurando quatro centros de referência no município, que além do atendimento médico também contemplarão farmácias. Nosso objetivo é facilitar o acesso do cidadão à

consulta e, quando necessário, aos medicamentos prescritos, por isso, esses R$ 500 mil vieram num momento muito oportuno. Agradecemos ao deputado pela parceria e por colocar esforços para que tenhamos condições de ampliar nossas iniciativas nessa importante área”, concluiu. O anúncio de Hamm sobre a autorização de empenho da verba destinada à Rainha da Fronteira ocorreu na quinta-feira. “Nossa prioridade é contribuir ainda mais com a qualificação da saúde

de Bagé, propiciando melhores serviços à população e mais qualidade de vida aos cidadãos. Temos certeza que esse valor será bem investido pela administração liderada pelo prefeito, Divaldo Lara, em ações que atendam as pessoas”, disse ele. Em junho, o progressista já havia informado a liberação de R$ 1,5 milhão para a agricultura do município, para ser investido na manutenção das estradas rurais, aquisição de dois caminhões caçamba e pavimentação da Avenida Itália.

Famurs se declara contra projeto que aumenta piso de agentes comunitários A Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) decidiu orientar os prefeitos gaúchos a pressionar os deputados federais a votarem contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22/2011. O projeto prevê aumentar para R$ 1,6 mil o piso salarial e estabelece aposentadoria especial para agentes comunitários

de saúde e agentes de combate às endemias. O debate sobre a PEC foi adiado, na quinta-feira passada, após um pedido de vista coletivo na comissão especial que analisa o tema e deve voltar a pauta em agosto, após o recesso parlamentar. Em nota, a Famurs disse que “é contra o projeto por resultar, para as prefeituras, em au-

mento de despesas com encargos trabalhistas (13º salário, férias e insalubridade). O Rio Grande do Sul possui pelo menos 11 099 agentes comunitários de saúde cadastrados, que recebem um salário médio de R$ 1,2 mil mensais. Se aprovada, a matéria pode representar uma despesa anual de pelo menos R$ 20 milhões às prefeituras gaúchas”.

Uma agenda política desenvolvida pelo vereador Luís Alberto Silva (PSB), semana passada, junto ao pró-reitor da Universidade Federal do Pampa, Ricardo Carpes, tratou de iniciativas voltadas a facilitar o acesso de bageenses na instituição de ensino. Uma das pautas foi o instrumento de inclusão regional, que,

segundo o socialista, permitirá um bônus na nota dos moradores de Bagé de até 20% nos números finais. “Este bônus também servirá para os alunos de Bagé que, por exemplo, optarem pelo curso de Medicina em Uruguaiana”, disse o parlamentar, em nota de sua assessoria. Em paralelo, revelou, começou a ser discutida a criação de uma espécie de ‘pré-Enem’

na Unipampa. “Considerando os cursos de licenciaturas e Engenharia Química disponibilizados em Bagé, entendemos que esta ação pode auxiliar o acesso dos bageenses na Universidade”, completou. No encontro, Silva esteve acompanhado do assessor político do deputado estadual do PSB Catarina Paladini, Marcelo Nalério dos Reis.

Para facilitar acesso regional no Ensino Superior

EDGAR MUZA

O

VISÃO GERAL

UM TENTA SE CRIAR, OUTRO SE RECRIAR

s últimos dias da semana passada foram preenchidos com campanha eleitoral. São Paulo foi palco de dois eventos, um ao lado do outro, propicia discursos políticos. Um em Diadema, onde foi empossado o novo presidente do PT, com a presença de Lula. Outro em São Bernardo do Campo, onde Doria participou do evento chamado de “Cidade Linda”, organizado pela prefeitura comandada pelo PSDB. Mesmo após condenado em primeira instância pelo juiz Moro, Lula e seus defensores continuam apostando na possibilidade de ser candidato em 2018. Os leitores sabem que eu não duvido. Neste espaço, afirmei que os inúmeros recursos jurídicos que nossas leis dispõe serão usados pela defesa com o objetivo de empurrar com a barriga a decisão em segunda instância. E isso propiciaria a inscrição da chapa encabeçada por Lula. Pois bem, mesmo após a condenação em primeira instância, Lula continua percorrendo o Brasil e não deixando seu eleitorado se dispersar. E ele sabe como poucos motivar seus seguidores. Alguns trechos de seu discurso em Diadema “colo” para os leitores: “Cadê as panelas deles? Acabaram?” Falou por um bom tempo e se aprofundou no discurso pré-eleitoral. Leiam: “Nunca acreditei que ele fosse me absolver. Eles não estão julgando o Lula, estão julgando o nosso governo e as coisas boas que fizemos nesse país. Eles me condenaram porque estão subordinados a prestar contas com a imprensa. Se a condenação não acontecesse, o impeachment de Dilma, não faria sentido. O golpe não fecha se eu não for condenado. A única prova daquele processo é a prova da minha inocência. Tenho a consciência tranquila por saber que nenhum daqueles que estão me processando, é mais honesto do que eu. Enquanto eles não provarem nada contra mim, vou andar por esse país para ser julgado por vocês. Eles não conseguem me quebrar porque eu não sou eu, eu sou vocês. Eles não conseguem me derrubar porque as asas que eu voo não são minhas, são as asas dos trabalhadores e dos jovens desse país”. Pois bem, ali ao lado, em São Bernardo do Campo, o prefeito de São Paulo, João Doria, não deixou por menos e lascou: “Lula é sem vergonha e mentiroso e Dilma é uma Anta”. De certa forma, tanto Lula quanto Doria, se ambos se enfrentarem na próxima eleição, já deixaram claro que o baixo nível da campanha e dos debates será a tônica. Doria foi mais além: “O povo de São Bernardo sabe quem é o mentiroso e sem vergonha do Lula. Os petistas não sabem o que é trabalho porque têm o espelho do Lula, que é o espelho da vagabundagem de quem trabalhou oito anos na vida e depois viveu das benesses do poder, dos amigos e do dinheiro de empreiteiras. Nós preferimos acordar cedo e trabalhar”. Com o que li e transcrevo na coluna de hoje, mais reforça minha opinião e agiliza minha desconfiança. Qual o motivo que Doria apela e ofende um sujeito que já está condenado? Antigamente tinha um ditado popular muito usado “não se bate em animal morto”. No caso, o “animal” não está morto. Continua fazendo suas declarações e preparando sua candidatura. E o que é mais importante, no meu conceito: passa por vítima, mas o povo gosta de vítima. Mas vou além. Lula sabe que se for proibida sua candidatura, o que eu duvido, ele tem uma carta na manga que seria o plano B. Ele tem a Dilma, também lembrada pelo Doria ao chamá-la de anta. Até agora, ela não foi processada por nada. Pode até estar incluída na próxima relação. Mais do que Lula, ela dispõe de tempo para ser lançada candidata sem ser molestada pela Justiça. Ela está elegível. No caso do PSDB, todos os fortes candidatos foram denunciados por corrupção. São elegíveis, iguais aos demais. Mas Doria tem servido de “isca” e botado a cara para bater, coisa que os outros colegas de partido não têm feito. A solução do PT, para o possível impedimento de Lula, é a Dilma. Já o Dória está atacando porque sente o “perigo” dos tucanos puxarem seu tapete. Quanto à possibilidade de Marina Silva, acredito, nenhum dos grandes partidos lhe dão importância. Para quem acompanha os acontecimentos, a política se assemelha às nuvens. Uma hora está de um jeito, em seguida muda de formato. Finalizo, afirmando que “ainda não me convenci da condenação de Lula em segunda instância em tempo hábil para evitar o registro de sua candidatura”. Como também não estou convencido da autorização da Câmara, que está tirando o tapete de Temer. E você, leitor, o que opina?


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FOLHA DO SUL 5

GERAL BAGÉ COMEMORA 206 ANOS HOJE

O

aniversário de 206 anos de Bagé é hoje. E, para comemorar a data, uma ampla agenda de atividades foi programada, a qual inicia logo pela manhã. A partir das 8h, ocorre uma exposição de fotos, no Arquivo Público. No mesmo horário, acontece a hora cívica, na praça Silveira Martins (do Coreto). Mais tarde, às 9h, um plantio de mudas de árvores deve ser realizado na Panela do Candal. As atividades da tarde iniciam com uma rústica às 16h, com representantes de escolas. A saída será da praça Carlos Telles e chegada na praça Silveira Martins. Ainda às 16h, acontece a celebração ecumênica pelo aniversário, na Igreja Matriz do Crucificado. O encerramento se dará com a Cantata à Bagé, na Casa de Cultura Pedro Wayne, às 17h.

Fotos: Francisco Bosco

Atividade, ontem, reuniu cerca de 50 cidadãos

Rústica Na tarde de domingo, aconteceu a Rústica Semana de Bagé. A largada foi dada às 15h, em frente à prefeitura. Conforme o vice-prefeito, Manoel Machado, o evento teve como objetivo alegrar

a cidade e incentivar a prática da caminhada entre os jovens. “A corrida teve sete mil metros de distância. É uma prática que exige resistência, mas o pessoal está bem preparado”, disse. Segundo

ele, inicialmente estava prevista a participação de 100 cidadãos, porém, com o mau tempo, o número caiu pela metade. “Hoje deve ter aproximadamente 50 corredores”, estimou.

Reabertura de bosque é transferida A reabertura do Bosque Professor Eduardo Contreiras Rodrigues, que estava programada para acontecer, ontem, com várias atrações, como a 1ª Mostra de Arte Itinerante, que seria realizada na Galeria do Porão do Palacete Pedro Osório, foi transferida

para o dia 22, às 15h. “É de uma importância a realização deste projeto, tendo em vista que tem o objetivo de incentivar a produção artística local e divulgar a identidade e o turismo de Bagé, pois as telas além de serem inéditas, tem o mesmo tema: Patrimônio

material e imaterial de Bagé”, relata a coordenadora de eventos da Secretaria de Cultura, Anacarla Flores, ao salientar que a “proposta leva a uma reflexão da preservação do nosso patrimônio pela arte, refletida nas imagens dos artistas”.

Canto Sem Fronteira ocorrerá em novembro

“Evento é vinculado ao folclore local”, diz Cesarino

Dentro da programação de comemoração aos 206 anos de Bagé, na noite de sábado, ocorreu o show de lançamento do “Canto Sem Fronteira”, festival de música nativista, que teve sua primeira edição em 2003. Conforme o músico nati-

vista, Tiago Cesarino, o evento é vinculado ao folclore local e a cultura regional. “A interação da comunidade valoriza a arte e a cultura, difundindo costumes da campanha, mantendo viva a identidade do povo gaúcho”, fala.

Segundo Cesarino, há 10 anos o projeto estimula a criação musical e fomenta a cultura regional por meio da participação de artistas locais. O evento conta com 10 CDs e DVDs gravados e mais de 100 composições. Neste ano, a 11ª edição do Canto Sem Fronteira ocorrerá entre os dias 3 e 5 de novembro. “Bagé retorna com o Canto Sem Fronteira”, relata. Conforme o secretário de Cultura e Turismo, Fabiano Marimon, a pasta irá apoiar este festival que, segundo ele, é um dos maiores na área tradicionalista da região Sul. “Por ser de suma importância para Bagé, terra que respira a música gaúcha e que merece um evento desse porte”, diz. Em 2008, o evento foi considerado patrimônio histórico cultural do Estado e do município. Foi premiado pelo Ministério da Cultura com o prêmio Culturas Popular- “Edição Mestre Humberto de Maracanã”, por preservar a cultura brasileira.


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RURAL

EXEMPLAR DE CABANHA DE ACEGUÁ OBTÉM PREMIAÇÃO EM PROVA DE RESISTÊNCIA

A

conteceu em Alegrete, a 16ª edição da Marcha da Integração promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), nos dias de 1º a 15 de julho. A seletiva que testou a resistência dos conjuntos,

encerrou com a vitória da representante do Uruguai, Caprichosa Del Mestejon, da Cabanha El Metejon, de Cerro Largo. O destaque da região ficou para Império do Rincão da Querência, da Cabanha Cerro dos Quietos, de Aceguá. O estabele-

cimento de Luís Umberto Silva Rodrigues, mais conhecido como “Balula”, obteve o primeiro lugar na categoria Castrados. Em maio do ano passado, este exemplar também ganhou a mesma distinção durante a 25ª Marcha de Resistência de Jaguarão.

A consultoria Safras & Mercado divulgou na sexta-feira, o levantamento em que aponta que os preços do arroz seguem sem força de recuperação no mercado nacional. Na média do Rio Grande do Sul, a saca de 50 quilos do grão em casca é cotada a R$ 40,31, ante R$ 40,51 na semana anterior, acumulando alta de 1,64% em relação ao mês passado e queda de 20,3% frente ao ano anterior. “O enfraquecimento do dólar em relação ao real após a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nove

anos e seis meses de prisão, pelo juiz federal Sérgio Moro, reduziu o espaço para elevação dos preços domésticos pelas paridades de importação e exportação”, explica o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento. A indicação nominal para o arroz beneficiado paraguaio no CIF de São Paulo está em R$ 63,16 pelo fardo de 30 quilos, ou 0,54% abaixo da indicação para o produto nacional no mesmo mercado. Há um mês estava em R$ 65,30 e 6,2% acima do brasileiro. “Isso mostra que a opção estrangeira voltou a ga-

nhar força, o que pode manter o saldo comercial negativo”, ressalta o analista. Pela paridade de exportação, o arroz em casca norteamericano está cotado a R$ 41,60 por saca, superando a média gaúcha em 3,1%. No mesmo período do mês passado, estava em R$ 41,01 e 3,4% acima do arroz do Rio Grande do Sul. Isso mostra que a alta do arroz norte-americano (em dólar) reduziu em parte a perda de competitividade brasileira nas exportações, destaca a Safras & Mercado.

Preços do arroz prosseguem sem reação

Consultora do Irga divulga previsão meteorológica para julho, agosto e setembro O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgou na semana passada, levantamento climático desenvolvido pela meteorologista, doutora em Engenharia Agrícola, pela Universidade Federal de Santa Maria e consultora da instituição estadual, Jossana Cera. No estudo feito pela meteorologista, há a informação de que, conforme a última atualização (13 de julho) do IRI (International Research Institute for Climate and Society, da Universidade de Columbia-EUA), a previsão indica que o inverno transcorrerá sob neutralidade, assim como a primavera e o verão. A probabilidade de manutenção das condições neutras varia entre

50-55% e a de formação do El Niño entre 35-45%. As previsões do modelo utilizado pelo CPPMet da UFPel, conforme Jossana, seguem nessa linha. Ou seja, de maneira geral, estão indicando chuvas dentro do normal para os meses de julho, agosto e setembro, sendo que em julho há uma tendência de se ter mais chuvas na região Leste do Estado. “Há outros modelos projetando chuvas acima e outros abaixo da média. Isso acontece por causa da neutralidade. Ou seja, se analisarmos a série histórica da produtividade da soja no Rio Grande do Sul (que depende da chuva), notaremos que em anos neutros houve anos

bons, anos com frustrações e anos com produtividade dentro da média. Ou seja, os anos ditos neutros são muito variáveis entre si em relação às chuvas”, aponta o levantamento feito pela meteorologista. Levando em consideração toda essa variabilidade, conforme Jossana, é muito importante que se faça a limpeza e manutenção dos drenos, se antecipe as reformas de bueiros e pontilhões, assim como os reparos nas barragens. “Deve-se ficar atento ao sistema de irrigação no caso de cheia em rios e, principalmente, fazer o preparo antecipado do solo assim que possível”, enfatiza.


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SOCIAL

A felicidade não é uma estação de chegada, mas uma maneira de viajar”. Runbeck

POSSE CASA DA AMIZADE As estrelas do high alinharam-se para prestigiar Maria Zilma Karam que volta à presidência da Casa da Amizade. Saionara Prates despediu-se do cargo reconhecida pela competência e suavidade com que conduziu seu mandato. Paralelo deu rasante por lá através das lentes do fotógrafo Manoel Valls. A galeria completa com imagens de quem viu e foi visto no evento já disponível em www.paralelomp.com.br.

Gelsa Tavares e Jussara Valente Casarin

Dóris Sá de Moraes Vaz e Fúlvia Augusta Grande de Macedo

Presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Inez Xavier de Bem

Maria Zilma Karam prestigiada pelo esposo, Paulo Ronaldo Karam

Alinhamento de damas: Miryan Gularte, Léa Duarte Grande, Percilinha Rossel Romero

Salve simpatia! Rose Ceratti da Rosa e Sonia Gomes Leite

Saionara Prates e Maria Zilma Karam

Iolanda Marzola Silveira e Liane Machado

Ex-governador do Distrito 4780, Ary Marques Ferreira, Saionara Prates, Maria Zilma Karam, Eneide Ferreira


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ANIVERSÁRIOS

ENTRETENIMENTO Aline Bidder Álvaro Serafim da Rosa Carmem Ramos Dinamara Trassante Nogueira

Geisler Magale Hari Rau José Adail Dutra Rocha José Vanderlei da Silva

Marlon Vaz Ribeiro Berny Micheli Blanco Suñe Rossani Machado Bern Sandro Socca Freitas

Sâmela Colares da Rosa Tarick Salim Valkiria Bueno da Rosa Moreira Zaira Afonso

HORÓSCOPO ÁRIES

RESUMO DE NOVELAS

21/03 a 20/04

Você receberá boas notícias de alguém que conhece. Vá até ela sem medo, não há nada com que se preocupar.

TOURO

E

ugênio decide ir embora e Joyce liga para Irene. Caio aconselha Eugênio a revelar o seu relacionamento com Irene.

21/04 a 20/05

Compense o tempo perdido. Seu sentimento de apatia está se esgotando, especialmente na parte física. Faça uma pausa.

GÊMEOS

21/05 a 20/06

Você sabe como criar uma atmosfera positiva em torno de você. Você é bom para surpresas. Você não poderia estar em melhor forma.

CÂNCER

21/06 a 21/07

Você encontrará paz dentro da sua própria casa. Você vai continuar conversas que foram interrompidas. Sua forma vai melhorar.

LEÃO

22/07 a 22/08

O céu abre novamente e você está se aproximando de seus objetivos. Isso só depende de você.Você será solicitado para trabalhar muito.

VIRGEM

23/08 a 23/09

Você ficará surpreso.Sua saúde,embora excelente, pode ser perturbada por problemas no fígado e pequenas mudanças em sua dieta iria ajudar.

LIBRA

23/09 a 22/10

Você terá ideias claras e conseguirá falar sobre eles com facilidade. Há previsão de comentários. Você está preocupado com os detalhes.

ESCORPIÃO

23/10 a 21/11

Você não terá problemas ao argumentar seu ponto de vista. Não exagere, é tudo a mesma coisa. Seja diplomático.

SAGITÁRIO

22/11 a 21/12

Você sabe como aproveitar a vida ao máximo e as pessoas querem ser como você. Use isso a seu favor para se dar melhor com as pessoas.

CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01 Um Vênus expansivo facilita o surgimento de discussões íntimas. Este é o momento para desenvolver seu relacionamento com cuidado.

AQUÁRIO

21/01 a 20/02

Marte está trabalhando com você e lhe promete momentos inesquecíveis com as pessoas próximas. A felicidade está ao seu alcance.

PEIXES

21/02 a 20/03

Sua intuição vai ajudá-lo a superar uma preocupação considerável. Você está determinado a lutar na direção certa.

LOTERIAS

FEDERAL 15.07.2017 1º 02899 2º 10245 3º 32534 4º 09002 5º 80124

LOTOMANIA 14.07.17 00 01 16 18 20 26 28 33 40 45 46 49 LOTOFÁCIL 51 52 1537 62 63 01 02 03 67 77 04 10 11 81 84 13 14 15 DUPLA-SENA 17 18 20 1668 21 22 24 1º PRÊMIO MEGA-SENA 08 10 1949 14 40 01 06 14 45 50 22 30 56 2º PRÊMIO QUINA 12 20 4428 28 38 23 33 48 39 44 67 78

E

ric diz a Luiza que Pedrinho é capaz de tudo para afastar os dois. Júlio acredita que, enquanto estiver com o dinheiro roubado, não pode ter um relacionamento com Antônia.

J

oaquim é preso. Anna afirma a Olinto que desembarcará no Rio de Janeiro. Hugo convence Germana a parar de assediálo.


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GERAL PRODUTOS DA REGIÃO GANHAM DESTAQUE NA EXPO ALTO CAMAQUÃ

A

oitava edição da Expo Alto Camaquã, evento que destaca a produção familiar nos oito municípios que fazem parte do território do Alto Camaquã (Bagé, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Lavras do Sul, Piratini, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista) teve seu ápice no final de semana. Realizada junto à antiga Viação Férrea, localizada no largo do Centro Administrativo, a exposição apresentou itens de vestuário, culinária, turismo, artesanato, entre outros. Conforme o presidente da Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), Mateus Oliveira Garcia, mais de 20 bancas foram montadas, apresentando os mais diferentes trabalhos. “São produtos de qualidade, que vêm evoluindo a cada ano. Temos artesanato em lã, carne de cordeiro sem suplemento e doces. É um evento que realizamos com muitas dificuldades, mas é uma grande mostra”, destacou durante conversa com a reportagem. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Bayard Paschoa Pereira, tratou-se de um evento extremamente importante, consolidado não só a nível regional, mas nacional. “Fortalece o bioma pampa e prova que temos desenvolvimento usando e preservando o bioma. Nesse momento, fortalece e apresenta estes oito municípios”, ressaltou.

Fotos: Francisco Bosco

Lã foi um dos focos desta edição

Evento teve por objetivo divulgar a produção local

Avaliações A artesã Rosemari Santos, de 51 anos, de Pinheiro Machado, participa desde o primeiro ano da Expo Alto Camaquã. Segundo ela, o movimento é sempre bom e os artesanatos em lã tem comercialização acima da média, já que oportuniza o contato direto com o consumidor.

O também artesão José Gomes, de 73 anos, trabalha com restaurações de facas. “É um produto diferenciado, já é a terceira edição que participamos e as vendas são boas”, relata. Para Juliana Viana, 58 anos, o evento foi importante para ela divulgar seus bolos e pães.

A expectativa de boas vendas também foi o que levou a doceira Karina Torman, de 34 anos, de Palmas, a participar. “Trabalho com pães, broas, cucas, doces de batata, abóbora, ambrosia, rapaduras e esfirras. O evento foi bem divulgado e isso nos ajuda a atrair um público maior”, comentou.

artesanato gaúcho. Segundo o titular da pasta, Cleber Zuliani Carvalho, o objetivo do evento, de caráter informativo, foi proporcionar às pessoas o conhecimento de todo processo que é feito com lã, até serem confeccionadas

roupas, e qual a melhor forma de se aproveitar os materiais. “Além de mostrar a melhor utilização da lã, queremos incentivar e valorizar todo o trabalho que é diariamente feito pelo artesanato local e fomentar o seu comércio”, enfatizou.

Projeto Durante o evento, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural, em parceria com Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), apresentou o projeto Caminhos da Lã, com painéis contando a história do


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GERAL PROJETO BAGEENSE LEVA 25 OBRAS DE ARTE ÀS VITRINES DAS LOJAS

O

projeto Arte na Vitrine comemorou, no sábado, seus 25 anos de existência. E o evento que tem como objetivo promover a interação entre empresários, artistas e comunidade, durante a Semana de Bagé, nesta edição, expôs 25 obras nas fachadas de estabelecimentos comerciais da Rainha da Fronteira. Conforme a diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne, Heloísa Beckman, foram selecionadas obras de artistas que passaram pela Rainha da Fronteira e deixaram no município suas expressões artísticas. De acordo com o presidente da Aciba, Frank Minotto, o evento já é tradicional para Bagé. A caminhada, realizada, na manhã de sábado, gerou curiosidade aos que passavam pelo grupo, o que Minotto destacou ser bom para o objetivo do projeto. Conforme Heloísa, as

Fotos: Francisco Bosco

O último dia oficial da Campanha do Agasalho encerrou com mais de 25 mil peças arrecadadas. Conforme uma das coordenadoras, Marília Severo, já foram contempladas 560 famílias, com o total de 6072 itens, entre os bairros Arvorezinha, Damé, Passo das Pedras, São Martins, Cohab, Ivo Ferronato, Prado Velho e Floresta. As roupas, comenta Marília, são doadas, selecionadas e

Organizadores e convidados conferiram as peças

obras são de artista que fizeram a história de Bagé. “Muitos realizaram gravuras, esculturas e tapeçaria”, falou. Já a coordenadora de eventos da Secretaria

de Cultura, Anacarla Flores, comenta que o Arte na Vitrine é especial. “A arte não existe se não for apreciada. É importante preservar”, salientou.

Vitrine, dando início a um passeio pelas ruas da cidade, passando em alguns pontos, nos quais as obras estavam expostas. O encerramento foi na loja Sappataria, onde aconteceu a

confraternização entre lojistas e artistas. As obras ficarão expostas até o fim desta semana, conforme a secretária executiva da Aciba, Michelle Ribeiro.

Caminhada A“Rota Arte na Vitrine 25 Anos” teve como ponto de encontro a Leb - Livraria e Cafeteria. Lá, no sábado, empresários, artistas e convidados receberam o mapa do Arte na

Campanha do Agasalho encerra com mais de 25 mil itens arrecadados triadas, a partir disso, é realizado um cadastro para identificar a necessidade de cada família e logo são montados os kits para a entrega. No sábado foi realizada uma Loja Solidária, com o objetivo de contemplar os moradores de rua e a população mais carente que mora no entorno do centro. “Em uma hora foram beneficiadas 60 famílias e doadas 600 peças”, destaca a coordenadora.


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SEGURANÇA Escritório de contabilidade é atacado OPERAÇÃO PRENDE ACUSADO POR TRÁFICO Um escritório de contabili- em dinheiro, que estava dentro de DE DROGAS E ENCONTRA MEIA TONELADA dade localizado no centro de Bagé uma gaveta. O comunicante do fato disse teria sido alvo de criminosos na noite de sábado. Conforme bo- que, dentro do imóvel, foi deixada DE CARNE SEM PROCEDÊNCIA letim de ocorrência registrado na polícia, alguém teria entrado no estabelecimento por uma janela e, do local, levado o valor de R$ 100

uma escada de aproximadamente 2,5 metros, a qual possivelmente teria sido utilizada pelo criminoso.

Um homem de 51 anos registrou, sexta-feira passada, na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Bagé que teria sido vítima de um estelionato. De acordo com o relato do comunicante, ele tomou conhecimento, no início do mês, de que um empréstimo foi efetivado em seu nome, junto à uma instituição financeira, ano passado. Segundo o homem, ele ficou

sabendo de tal fato após perceber descontos sendo efetivados, de forma parcelada, junto à sua aposentadoria por invalidez. Aos policiais, o comunicante disse que não fez empréstimo algum, tampouco autorizou que os descontos em sua aposentadoria fossem efetivados. Ele reiterou que a assinatura apresentada no documento que acerta o empréstimo não é sua.

Fotos: Divulgação/FS

Homem diz ter sido vítima de golpe

Mais um assalto no calçadão Mais um caso de assalto junto ao calçadão, localizado no centro de Bagé, foi registrado na polícia. De acordo com boletim de ocorrência, o caso recente teria ocorrido na madrugada de sexta-feira. Conforme o comunicante, um indivíduo teria lhe abordado

e agredido com socos, fazendo com que caísse. Após, disse ele, outros dois acusados apareceram e lhe agarraram. Dele, segundo o registo, foram levados um par de botas e um cinto, os quais estava usando, além do seu aparelho celular, carteira com documentos e a quantia de R$ 480 em dinheiro.

ÓBITOS Dina Rodrigues Ramos, 80 anos, dona de casa, casada com Brenno Dias Ramos. Residia na rua Deputado Rui Ramos. Deixa os filhos Breno Luís, Sérgio Roberto e Luis Fernando. Wilton Ferreira Martins, 69 anos, motorista, casado com Neusa de Meneses Martins. Residia na rua Artur Mauri. Deixa os filhos Alex Sander, Leandro e Viviane.

Fontoura já possui passagem pela polícia

Produto impróprio para consumo foi identificado em açougue

oliciais da Delegacia Especializadas em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), do setor de inteligência da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam, na madrugada de

sábado, no bairro Madezatti, Marcos Santos da Fontoura, de 35 anos, acusado por tráfico de drogas. Conforme o boletim de ocorrência, durante a ação, foram apreendidas 140 gramas de cocaína, embaladas em cinco

porções, em peso aproximado de 27 gramas cada. Consta que a droga, sendo comercializada, poderia render aproximadamente R$ 14 mil. Além do entorpecente, também foram encontrados R$ 1 380 em dinheiro e dois celulares.

Na operação, no mesmo local onde o acusado por tráfico foi preso, agentes ainda identificaram e aprenderam uma quantidade de quase meia tonelada de carne bovina sem procedência. Consta, no registro, que oito cidadãos foram

abordados pelos policiais, pois chegavam no local para comprar entorpecentes. A carne apreendida, segundo apurado, era vendida por Fontoura, que mantinha um açougue. Os policiais suspeitam que os alimentos tenham como

origem o abigeato. Fontoura, segundo registro, possui antecedentes criminais e já foi indiciado por abigeato e condenado por posse ilegal de arma de fogo. O homem, após os trâmites legais, foi recolhido ao Presídio Regional de Bagé.

Na noite de sábado, um indivíduo não identificado teria arrombado e furtado uma casa localizada no bairro Prado Velho.

Conforme o dono do imóvel, que registrou o caso na Delegacia de Polícia de ProntoAtendimento (DPPA), o responsável pelo crime teria forçado a

porta da frente da residência e, após acessar o interior da casa, teria levado uma carteira contendo documentos e cerca de R$ 1,1 mil em dinheiro.

A coordenadora de uma casa que abriga crianças carentes de Bagé registrou, na sexta-feira passada, na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), que

valores em dinheiro teriam sido, possivelmente, furtados do local. De acordo com a comunicante, um montante na ordem de R$ 1,65 mil, que seria usado para

comprar produtos que estavam em falta na instituição, desapareceram. Ela afirma que tal situação já teria ocorrido anteriormente, mas que não possui suspeitos.

P

Apreensão

Casa arrombada no Prado Velho

Instituição abrigo furtada

Motocicleta desaparece

Uma motocicleta que estava sido furtada. Conforme o registro de volta das 21h30min de sexta-feira, e estacionada na rua Fernando Macha- ocorrência feito na polícia, a vítima ao retornar, às 5h30min de sábado, a do, na madrugada de sábado, teria estacionou o veículo no local por mesma não se encontrava no local.


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ESPORTES por Yuri Cougo Dias

Clube oficializou contratação do goleiro Guilherme

GUARANY LANÇA BAR TEMÁTICO Fotos: Yuri Cougo

C

Espaço funcionará aos sábados

om a presença de torcedores e colaboradores, o Guarany inaugurou, no sábado à tarde, o “Bar do Índio”. Para oficializar o início do projeto, o clube promoveu uma carreata e contou com apresentações de músicos, no estádio Antônio Magalhães Rossell. Destaque, também, para a escola de

samba Estrela D’Alva, que esteve presente na atividade. A expectativa é de que o espaço funcione todos os sábados, sempre a partir do meio-dia. Para o presidente Sabella, o investimento patrimonial e a promoção de eventos são necessários para aproximação do torcedor. “Era um serviço que eu

planejava há muito tempo. Toda a vizinhança e familiares foram contemplados. Muita gente tirou foto com as taças que exibimos no local. Hoje foi um dia que será marcado na história do clube. No próximo sábado, teremos a apresentação de um conjunto que foi pago pelo Guarany. O nome será divulgado em breve”, salienta.

Colorados bageenses jantam com ídolos Aproximadamente 500 torcedores estiveram presentes no jantar do Consulado Colorado de Bagé, na noite de sexta-feira, no clube Comercial. A atividade contou com a presença dos ex-jogadores Pinga, Fabiano, Iarley, Índio e Perdigão, e um show da banda Ataque Colorado. Também estiveram à disposição para fotos as taças das principais conquistas do clube, como a Libertadores e o Mundial de 2006. Pela primeira vez em eventos na cidade, Perdigão foi o “dono da festa”, com grande animação com o público. “Tive a honra de vestir essa camisa. Fui muito feliz no Inter e é gratificante esse contato com o torcedor, fora de campo”, ressalta. Sobre o momento atual do Inter, o ex-jogador pede que a torcida tenha paciência. “O momento é adverso, mas os jogadores estão determinados e é preciso apoiar. Os resultados vão vir”, enfatiza. A principal homenagem da noite foi para Iarley. Após jantar, o consulado passou a ser denomi-

nado Consulado Colorado Pedro Iarley Lima Dantas. “Todo clube que passei, sempre tentei deixar uma marca e fazer parte de sua história. Aqui no Inter fui muito feliz com esses títulos importantes”, salienta. Atualmente, como profissional das categorias de base, Iarley observa que há vários talentos nas equipes sub-20 e sub-23. “Tem o Juan, o Mossoró, o Joanderson que ainda não estreou. São grandes talentos que ainda vão ajudar muito”, entende. Pela segunda vez consecutiva na cidade, Pinga, Índio e Fabiano já mostram estar familiarizados com o evento em Bagé. Eufórico com o contato com o torcedor, Índio ressalta que o Inter mudou sua vida. “Tudo que tenho foi graças ao Inter. Vendo essa torcida dá vontade de entrar em campo de novo. Sempre tive persistência para buscar meus sonhos. Não podemos desistir do que queremos. O Inter já teve outros momentos ruins. Se os jogadores tiverem determinação, isso vai passar”, frisa.

Rifa Na carreata, Sabella exibiu à população a van personalizada que será rifada. Ao todo, serão 1,5 mil números por R$ 10 cada. A direção alvirrubra definiu um itinerário para venda. Serão 10 regiões. A primeira será hoje e envolverá os bairros Arvorezinha, Camilo Gomes, Madezatti e Vila Brum. A ideia é captar R$ 150 mil para o clube em 40 dias.

Van será rifada para captar recursos

Contratações A apresentação do elenco que vai disputar a Copa FGF está marcada para amanhã, às 19h, no estádio. No final de semana, a direção divulgou mais um reforço, o goleiro Guilherme Costa, que atuou nesse ano pelo Bagé. O atleta se juntará a Samuel para brigar pela camisa um. A perspectiva é que um

Arquivo pessoal

terceiro nome seja oriundo das categorias de base. Quanto à comissão técnica, Sabella informa que será constituída por Leco (treinador), Sílvio Rogério da Silva (preparador físico) e Sandro Islabão (preparador de goleiros) – velho conhecido do torcedor alvirrubro por ter sido o goleiro na série A do Gauchão.

Jogador disputará vaga com Samuel

Festa contou com cerca de 500 torcedores


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ASSINATURAS E ANÚNCIOS: 3242 1020 REDAÇÃO: 3311 3915


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S O N A 6 0 2

Stela Vasconcellos/EspecialFS

BagĂŠ, segunda-feira, 17 de julho de 2017


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BAGÉ 206 ANOS

AS RIQUEZAS DE UMA RAINHA CENTENÁRIA

BAGÉ 206 ANOS

por Felipe Valduga

C

elebrar o aniversário de uma cidade com 206 anos de idade é motivo mais que suficiente para destacar sua história que, simplesmente, por ser mais que duplamente centenária, tem muito para contar. Ainda mais quando se fala em Bagé, berço de acontecimentos que transformaram a realidade de terras muito mais distantes que as delimitações do seu território. Mesmo diante de tal fato, este caderno pretende se focar em outro tópico para, junto aos seus leitores, comemorar esta data tão especial: mostrar, para quem quiser ver, as riquezas que representam a Rainha da Fronteira. A Folha do Sul, neste 17 de julho, decidiu apresentar alguns dos principais potenciais daqui. Mostrar características que sempre marcaram este solo, como a agricultura e a pecuária, e suas transformações ao longo dos anos até o presente. E também expor novas faces que passaram a integrar o retrato do município. Até porque, na atualidade, a Rainha da Fronteira se tornou bem mais que uma cidade histórica. Dentro desta breve análise, dividida em temas escolhidos por sua evidente significação, desejamos garantir que o leitor, mesmo o que ainda não conhece este chão, fique por dentro do que Bagé tem a oferecer. Passe a saber como e porque, hoje, esta terra é um polo educacional, referência regional na saúde, e possui um amplo potencial para o turismo. Entenda como cada segmento da economia influi na movimentação, no desenvolvimento e no progresso. E, para garantir respostas a boa parte das perguntas que possam surgir, buscou-se traçar uma rápida projeção de rumo para o futuro, ao menos nos pontos mencionados, a partir da coleta de opiniões de gestores de cada área. Desejamos que os leitores desfrutem deste conteúdo. A Bagé, nosso sincero feliz aniversário!

EXPEDIENTE

EDITOR GERAL Felipe Valduga

DIAGRAMAÇÃO Cristiano Lameira

DIAGRAMAÇÃO COMERCIAL Ben Hur Munhoz

REVISÃO Marialda Silveira Monteiro

REPÓRTER Niela Bittencourt

REPÓRTER João A. M. Filho

REPÓRTER Érica Eickoff

REPÓRTER Marcelo Pimenta e Silva

REPÓRTER Yuri Cougo Dias

Este caderno é um suplemento do Jornal FOLHA do SUL. Não pode ser vendido separadamente.


BAGÉ 206 ANOS

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BAGÉ 206 ANOS

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A FORÇA DA AGRICULTURA: UMA TRADIÇÃO Francisco Bosco

por Marcelo Pimenta e Silva

A

chamada Rainha da Fronteira tem sua história vinculada à pecuária de corte, com a produção de gado a partir da introdução de raças taurinas, e, até hoje, tem como diferencial uma carne de qualidade ímpar, muito pela criação de rebanhos tendo com base o campo nativo. No entanto, Bagé também mantém seu papel de vanguarda pela possibilidade de dinamizar seus potenciais, principalmente, pela convergência de culturas que foram introduzidas no passado, como o arroz, para novas frentes produtivas. Essa capacidade de aproveitar a fertilidade de seus campos, sua localização geográfica e o trabalho do produtor e do trabalhador rural faz com que novos desafios sejam superados e conquiste diferenciais na produção bovina e ovina de alta qualidade; na criação de cavalos de excelência na raça Crioula e no Puro-Sangue Inglês; na produção orizícola que dinamizou os serviços em agricultura no município, bem como as novas atividades, tais como a produção de soja, uvas para vinhos finos, a olivicultura e a fruticultura.

Oleaginosa: expansão na Campanha

Arroz: antigos desafios para manter produtividade Na cultura do arroz irrigado na região de Bagé, os registros de sua intensificação remontam à década de 70, com o primeiro registro da safra de 1974/1975, tendo uma área de cultivo de 2 987 hectares e uma produtividade alcançada de 3,2 mil quilos. Mais de 40 anos depois, o município teve, na última safra, uma produção de 95 963 toneladas, com produtividade, em quilos, por hectare, de 8315, em uma área colhida com a cultura de 11 541 hectares. Conforme o produtor e presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé, Ricardo Zago, a safra foi excepcional,

com produtividade um pouco superior a de outras regiões do Estado. “O clima foi benéfico para o arroz. Da semeadura até a colheita, não tivemos problemas. Foi uma safra muito positiva como há algum tempo não tínhamos; o único ‘porém’ foi para a questão do preço, que sofreu uma queda de até 25%, se comparado com a safra passada”, salienta Zago. Para ele, os hoje mais de 150 orizicultores que plantam o cereal na Rainha da Fronteira precisam superar como grande desafio a questão da logística para a retirada do produto de suas lavouras até as empresas

de armazenagem, bem como a questão de armazenamento de água. “No primeiro caso, acredito que já melhorou muito com a atual gestão municipal. Hoje, já existe uma intenção com ações de recuperação de nossas vias do interior, mas claro que é um problema que ainda precisa ser superado. Já sobre o armazenamento de água, esse é o grande desafio para os nossos produtores, visto que, nos últimos anos, não tivemos problema desse tipo, mas sabemos que Bagé tem um histórico de estiagem e, cedo ou tarde, teremos problemas com a seca”, comenta Zago.

Integração com a soja é benéfica Já o diretor do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão (Nate) do Irga, em Bagé, Juliano Quevedo, comenta que, ainda hoje, um desafio para o setor é que existe uma enorme dificuldade, principalmente, de pequenos e médios produtores, com o preço de comercialização do arroz abaixo do valor de custo de produção e perdas de produtividade de safras devido a eventos climáticos como El Niño, o que acarretou na descapitalização e endividamento desses produtores. Por consequência, perderam o direito ao crédito nas ins-

tituições financeiras oficiais, diminuindo ainda mais as suas rentabilidades. “Portanto, para a sustentabilidade ambiental, econômica e produtiva da lavoura orizícola, é necessário que seja intensificada a rotação de cultura e a integração com a pecuária, os chamados sistemas integração, lavoura e pecuária (ILP). A cultura da soja em rotação com arroz está sendo uma importante ferramenta no controle das plantas daninhas, um dos principais gargalos na produção da cultura do arroz irrigado, além de outros benefícios como a quebra de ciclo de

doenças, fixação biológica do nitrogênio, reciclagem de nutrientes, melhorias nas condições físicas, químicas e biológicas do solo, possibilitando aumentos da produtividade na lavoura do arroz em até 20%, quando comparada ao plantio convencional arroz/arroz e ainda proporcionando uma diversificação da renda do produtor”, ressalta o engenheiro agrônomo sobre a importância da integração do arroz com a soja, cultura que, nos últimos anos, apresentou um crescimento considerável de área plantada em Bagé.

Investimentos e aumento de área plantada Para o vice-presidente da Farsul e ex-presidente da Associação Rural do município, Gedeão Silveira Pereira, o produtor atendeu a demanda nacional pela produção de grãos, no caso o da soja. Com isso, aumentou os investimentos para a cultura na região de Bagé. “Se formos pensar que Bagé é uma fronteira agrícola e que não tínhamos infraestrutura para atender a demanda pela soja, houve um grande investimento em máquinas, implementos em geral, como tratores, colheitadeiras, insumos, armazenamento e tudo isso para que, em sete anos, saíssemos de uma área plantada no município de cerca de cinco mil hectares para um volume superior a 100 mil”, reitera o dirigente. Esse volume de investimentos, neste ano, representou uma vitória para o setor agrícola de Bagé. Isso porque,

após uma safra com diversos problemas, incluindo uma severa quebra em produtividade, efeito do fenômeno El Niño - que trouxe chuvas da semeadura até a colheita da soja -, o período atual foi de bonança para os produtores. Isso porque para a safra 2016-2017 houve recorde na colheita da oleaginosa. Resultado que comprova, para muitos, que ela está consolidada na Rainha da Fronteira. O empresário e produtor Valmor Coradini Júnior reforça esse sentimento. Para ele, os números de alta produtividade deste ano vão além da safra que se encerrou recentemente. Ele enfatiza que os produtores da região têm conhecimento e tecnologia para produzir. “A safra trará um sentimento de vitória e um entusiasmo para as próximas. O produtor irá observar, cada vez mais, a cultura com ânimo redobrado. A solução

da grande quebra da safra 2015-2016 não se resolverá com a que se encerrou agora, mas iniciou pelos resultados obtidos nesta última”, comenta o empresário. Coradini Júnior aposta em um aumento entre 5 a 10% na área plantada com soja para a safra 2017-2018. “A soja é um negócio rentável e que veio para ficar. Não é apenas aqui que se fala em nova fronteira agrícola na Metade Sul do Rio Grande do Sul. As operadoras do mercado também comentam sobre isso e aqui temos área para expansão. O crescimento poderá ser em um ritmo mais lento do que aconteceu nos últimos anos, quando a área plantada deu um salto, mas ele prosseguirá. Isso é importante, porque onde a soja se estabelece ela movimenta a economia e traz riqueza para a região”, conclui o empresário.


BAGÉ 206 ANOS

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PRODUÇÃO DE VINHOS DE ALTA QUALIDADE JÁ É MARCA ATESTADA Fotos: Francisco Bosco

por Marcelo Pimenta e Silva

O

clima benéfico no verão deste ano também possibilitou uma safra recorda na produção de uva. No Rio Grande do Sul, a produção foi superior a 750 milhões de quilos de uva, volume que ingressou nas vinícolas gaúchas, totalizando a maior safra processada no Estado. Conforme o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) o montante é 5,8% superior ao ano recorde na produção de uva - 2011 -, que na época, fechou com 709,6 milhões de

quilos da fruta. Na região de Bagé, os números também foram positivos e comprovam que a Campanha tem diferenciais para a produção de vinhos finos, porque os dias no verão são mais longos com maior período de luminosidade para as plantas e a grande variação de temperatura entre o dia e a noite favorece o cultivo das videiras. O solo também destaca uma condição que auxilia na vitivinicultura porque é rico em granito e calcário.

Diferenciais Tais condições são destacadas pelo empresário do ramo, Éder Peruzzo, que reforça dizendo que a topografia e o clima são os pontos que destacam Bagé na produção de vinhos de alta gama. “Essa topografia, não muito acentuada, de coxilhas leves, em primeiro lugar, permite que o vento minuano sopre por todo o nosso vinhedo, e isso é muito bom, porque, assim, ele está sempre seco e sadio e o clima tradicional ajuda em seu desenvolvimento e na maturação das uvas. Os invernos rigorosos e frios ajudam na maturação das gemas do vinhedo e os verões, quentes e secos, possibilitam a maturação plena e completa dos

cachos de uva”, destaca Peruzzo. O empresário cita que o aumento no consumo de vinhos na região também tem se destacado nos últimos cinco anos. Esse consumo maior se dá, conforme Peruzzo, pelos benefícios para a saúde que o produto oferece e que é exposto pela mídia, bem como “pela própria produção e desenvolvimento da nossa região no setor de viticultura”. Ele ainda pondera que o aumento no consumo de artigos locais se dá também, um pouco pela curiosidade e até mesmo por um certo “bairrismo” em apreciar vinhos produzidos na região de Bagé.

Peruzzo comenta que empresa surgiu em 2008

História A família Peruzzo investiu no cultivo de uvas viníferas no começo da década passada. As primeiras videiras foram plantadas no ano de 2003, originárias de mudas importadas de viveiristas de países europeus como a França, Itália e Portugal. Já a vinícola Peruzzo foi

inaugurada em 2008, com um processo de elaboração que incorpora modernas tecnologias. A cave da vinícola, localizada no subsolo da cantina, possibilita que os espumantes e vinhos amadureçam sob temperaturas constantes entre 18 a 20 graus.

Premiações De acordo com Peruzzo, a produção da empresa é de cerca de 40 a 50 mil garrafas por ano. “Os nosso vinhos de reserva têm lote de seis a oito mil garrafas, isso é muito pouco. Um espumante champenoise da Peruzzo está levando cinco anos para ser produzido, esse tempo todo matura melhor os vinhos e os deixa mais preparados para o mercado. Os nossos destaques têm sido os vinhos da variedade merlot. Esses vinhos têm recebido

premiações em vários concursos e têm sido muito bem aceitos. A safra de 2011, que foi premiada com a medalha de ouro no concurso internacional de vinhos do Brasil, está chegando ao fim, com menos de mil garrafas, e já estamos começando a rotular a safra de 2012, que ganhou a medalha de duplo ouro em uma etapa do concurso mundial de Bruxelas (Bélgica). Dessa safra ainda possuímos seis mil garrafas”, detalha o empresário.

Desafios Perguntado ainda sobre os desafios para o setor em Bagé, Peruzzo afirma que existem dois deles a serem superados. O primeiro está no âmbito tributário. Isso porque a região da Campanha consegue produzir vinhos de alta qualidade com um custo de produção não tão elevado. “O problema é que, na hora da venda, a carga tributária é muito elevada, e,na maioria das vezes, ultrapassa os 50%, o que deixa o produto com um valor muito alto para o consumidor final”, salienta. Já o segundo desafio, para o empresário, está na efetivação de um sentimento

de orgulho da comunidade para o que é feito na Rainha da Fronteira e região da Campanha. “Existem muitos vinhos e espumantes bons feitos fora daqui da região. Porém, aqui também são feitos produtos de qualidade superior. Muitas vezes, o consumidor opta por uma marca de outro local, até por desconhecimento de que, aqui também, se produzem vinhos de alta qualidade. Esse é um trabalho que estamos fazendo, o de conseguir chegar à mesa do maior número de pessoas possível, para mostrarmos o nosso produto”, reitera.

Cave da vinícola mantém temperatura constante


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OLIVICULTURA: APOSTA EM ASCENSÃO Fernando Dias/EspecialFS

por Marcelo Pimenta e Silva

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os últimos 10 anos uma atividade agrícola ganhou força na região da Campanha. Trata-se da olivicultura, que se consolida em municípios da Metade Sul do Estado como alternativa para somar a culturas tradicionais como a pecuária e às agrícolas, como a do arroz e a soja. Conforme dados da Emater/RS-Ascar, o que atrai muitos produtores à cultura da oliva está na possibilidade de que, entre o sexto e sétimo ano, após o plantio das mudas, os olivais possibilitem uma produção de cerca de seis mil quilos de azeitona por hectare e uma produção de azeite que varie entre 900 a mil litros por hectare. Essa produção, conforme a instituição, sanaria todos os custos de investimento no empreendimento e daria aos produtores fluxo de caixa. Em Bagé, atualmente, há cerca de oito produtores apostando na cultura, com uma área aproximada de 70 hectares com olivais. A estimativa é de que se tenha, no município, em torno de 20,5 mil plantas, com expectativa de serem colhidas, pela primeira vez, na próxima safra. Conforme o engenheiro agrônomo e produtor Émerson Menezes, o segmento vive, em Bagé, a expectativa da instalação da agroindústria que ele e outros produtores estão instalado.

Expectativa de produção para o próximo ano

Construção de empreendimento O empreendimento Azeites do Pampa Agroindústria Ltda. está sendo construído em uma área de quatro hectares que pertencia ao Clube Cantegril de Bagé, próximo ao Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer, na BR-153. A agroindústria visa absorver não somente a produção local de azeitonas, bem como de cidades como Dom Pedrito, Aceguá e Hulha Negra. “Apesar da crise econômica ter influenciado na retração dos

investimentos em 2016, o anúncio do empreendimento refletiu no aumento do interesse por parte dos produtores que planejam investir na atividade no segundo semestre de 2017. O mercado está aquecido e a tendência é que dobremos a área plantada em 2018”, projeta Menezes. O produtor detalha que a capacidade da indústria será de 500 quilos de azeitonas/hora e terá suporte de absorver produção superior a 100 hectares ao ano. “Claro

que, se for necessário, essa capacidade poderá ser aumentada já que haverá espaço para ampliação no prédio industrial”, explica. De acordo com o engenheiro agrônomo, a safra 2017/2018, em Bagé, será pequena, uma vez que os olivais ainda são jovens. “Teremos que adquirir produção de outros municípios vizinhos para colocar o azeite local no mercado. A partir de 2019, espera-se o aumento progressivo da produção em toda a região”, complementa.

que não representaria concorrência a essas produções. “O Brasil necessitaria, atualmente, para atingir a autossuficiência, em torno de 100 mil hectares em produção. Hoje, temos 2,5 mil hectares, sendo que 10% em produção. Por ser uma cultura que demanda muita mão de obra, principalmente para a colheita, a sua expansão não será vertiginosa, restringindo-se a pequenas áreas próximas ás propriedades”, afirma Menezes. Conforme ele, observa-se que o perfil de produtor que ingressa na atividade é formado por pro-

fissionais liberais, tais como médicos, funcionários públicos e aposentados com bom poder aquisitivo e com alguma experiência em fruticultura. “Em função do custo de implantação e do tempo para o retorno do investimento, o perfil é da classe média e alta. Hoje, existem linhas de crédito que possibilitam aos pequenos produtores ingressarem na atividade e, sem dúvida é uma bela alternativa de renda para a pequena e média propriedade rural, inclusive para a integração com pecuária”, acrescenta.

Pinheiro Machado e Livramento. Claro que a mecanização da colheita se tornará imprescindível”, argumenta Menezes que ainda aponta como outro desafio a necessidade de educação do consumidor para que reconheça as diferenças entre um azeite genuíno de um fraudado, podendo, assim, usufruir de todos os benefícios de uma alimentação mais saudável. “Ainda indico desafios para a pesquisa: quais as cultivares mais adaptadas para as nossas

condições; quais os tratamentos para minimizar a alternância de produção e as questões de mercado, como concorrer com azeites de segunda classe; acesso a crédito, pois o novo plano Safra disponibiliza recursos para a olivicultura, porém o período de carência ainda é pequeno; enfim, os desafios são inúmeros, mas o desejo de empreender, gerar emprego, renda e promover o desenvolvimento regional são maiores”, finaliza.

Perfil da atividade A atividade da olivicultura é viável, segundo o agrônomo, se todos os critérios técnicos - escolha da área onde será cultivada; análise detalhada do solo; escolha das cultivares e correção do solo - forem atendidos. O Brasil importa 99% do que consome. São cerca de 70 mil toneladas de azeite ao ano, o que representa um montante estimado em 500 milhões de dólares anuais. Menezes ainda acrescenta que as áreas preferenciais para o cultivo de oliveiras não são as mesmas para culturas agrícolas como a da soja e a do arroz, o

Desafios Indagado sobre os desafios que surgem para o setor da olivicultura, Menezes destaca que a capacitação de mão de obra é o principal, na opinião dele. Isso porque a atividade demanda qualificação, tanto no plantio, quanto nos tratos culturais e colheita. “Daqui a alguns anos, quando estivermos colhendo 100 hectares no município, precisaremos de 80 trabalhadores durante 60 dias. Imaginem toda a região com mais de 500 hectares entre


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COMÉRCIO: O MOTOR ECONÔMICO por Niela Bittencourt

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Yuri Cougo

rescimento das vendas, metas alcançadas, expansão: essas são algumas expressões que sempre são associadas a um dos principais setores que movimentam a economia bageense, o comércio. Aliás, conforme apresentado pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Nerildo Lacerda, o setor é responsável por 72% do Produto Interno Bruto (PIB) da Rainha da Fronteira. Além disso, é um dos maiores empregadores: são mais de três mil postos de trabalho diretos, de acordo com o sindicalista. Mesmo em um período conturbado na economia - e na política -, os empresários mantêm o otimismo e investem em seus empreendimentos. Ainda que planos de expansão tenham sido suspensos, a ordem é a inovação. E, para isso, o investimento é na estrutura já disponível, na qualidade do que é oferecido ao consumidor - uma forma de atraí-lo para o varejo. Como comenta Lacerda, vale destacar tal característica do empresariado local, que investe no apelo visual. Trata-se, de fato, de uma estratégia, como elucida. Lacerda pondera que, hoje, a crise política e econômica tem gerado um impasse: o consumidor prefere não gastar, por medo, em decorrência da instabilidade; e o empresário não investe porque não vislumbra um retorno. Por outro lado, é nesse cenário que a inovação é determinante. O sindicalista elencou, por exemplo, novos nichos de mercado, que estão sendo explorados pelos empreendedores. Um exemplo são barbearias, petshops e brechós. Sobre este último, Lacerda sustenta que o crescimento desse tipo de estabelecimento é uma consequência do contexto econômico e, é claro, de uma tendência de consumo. Diante da crise, o consumidor busca alternativas, ao mesmo tempo em que há uma “nova moda” ou estilo de vida, que é o consumo consciente. Neste ramo, destaca sobretudo o da venda de roupas usadas infantis. Os microempreendedores individuais, também neste contexto, destacam-se. Lacerda, porém, pondera que isso ocorre porque, além de conseguirem explorar tais nichos, por vezes, não necessitam arcar com grandes investimentos ou despesas de pessoal, por exemplo - quando sim, é menor. As franquias também são apontadas como um potencial pelo sindicalista.

Setor supermercadista é destaque no varejo

A palavra é investimento Mas é o varejo supermercadista que é destacado pelo sindicalista como um dos ramos que melhor representa a força do comércio local. Além daquelas empresas de fora do município que aqui se estabelecem, investem e empregam, há aquelas cuja história e desenvolvimento estão atreladas, desde o início, à Rainha da Fronteira. Em março deste ano, os Supermercados Nicolini, por exemplo, inauguraram reforma e remodelação de uma das lojas da rede, a que está localizada na Monsenhor Costábile Hipólito. Só ela, que é a maior, com 1,3 mil metros quadrados de área de venda, conta com 120 empregos diretos. Mas nas nove lojas da rede (duas delas em Dom Pedrito e Pelotas), são 970 funcionários. Vale destacar que o investimento na remodelação da filial ocorreu após intervenções significativas nas outras - atacado, Netto, Gomes Carneiro e São Judas. A ideia, como elucidou o gerente de marketing da rede de supermercados, Selmo Dias, naquela ocasião, era garantir ambientes que pudessem proporcionar maior conforto aos clientes. E ponderou que a empresa investe, já há algum tempo, na melhoria de suas estruturas, com reformas e ampliações, a

fim de contemplar aquelas comunidades onde já está inserida. Inclusive, em uma próxima etapa de investimentos, haverá reformas na filial da Tupy e na da cidade de Dom Pedrito. Na Tupy Silveira, haverá expansão: uma loja nova e totalmente remodelada deve ser entregue - o início da execução da obra ainda depende de aprovação de projetos, o que deve ocorrer em breve, como elucidou Dias. Ele garantiu que é um grande investimento para oportunizar aos consumidores um espaço ainda mais agradável. O presidente do Sindilojas, sobre isso, manifestou aprovação quanto à modernização dos espaços, ao comentar que é uma estratégia exemplar para todo o comércio. Inclusive, mencionou a loja da Monsenhor, ao defini-la como digna de um shopping center. A história da rede começou em Bagé: Elzira e Osmar Nicolini deixaram Garibaldi para representarem os negócios da família na Campanha. Aqui vendiam frango e vinho, em um ponto na Tupy Silveira. Após, Ivo Manfroi se juntou a eles e abriu um mercado na General Netto (onde hoje funciona uma das lojas mais movimentadas da rede). Atualmente, os Su-

permercados Nicolini se encontram em evidência no ranking nacional do setor - e estão entre os 15 maiores do Estado. Inclusive, em abril, os Supermercados Nicolini foram destaque na categoria faturamento anual de R$ 200 a R$ 300 milhões no Ranking Agas 2016. Naquela ocasião, comemorou também o crescimento e avanço de uma posição no ranking (de 15º em 2015 para 14º em 2016). Aliás, o setor supermercadista gaúcho voltou a crescer em 2016, na comparação com o ano anterior. Um dado que foi amplamente divulgado pela Associação Gaúcha de Supermercados. Segundo a entidade, houve um crescimento nominal de 9,7% em relação a 2015 e um crescimento real de 3,4%. Entre os maiores do setor, no Estado, está outra bageense: a rede de Supermercados Peruzzo, que ocupa a nona posição no ranking, quando considerados faturamento, número de lojas e montante total de colaboradores (são 21 lojas e mais de 1,8 mil colaboradores). Aliás, naquela ocasião, o empresário Lindonor Peruzzo Júnior afirmou que a empresa tem planos de expansão para o próximo ano, ainda que, em 2017, o foco seja no investimento em tecnologia.


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EXPECTATIVAS PARA O DISTRITO INDUSTRIAL por Érica Eickoff

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Fotos: Francisco Bosco

estes 206 anos de Bagé, a reportagem aponta o potencial industrial do município e o que gestores projetam para esse setor. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Bayard Pereira, o projeto Empreende Bagé, por exemplo, objetiva incentivar e apoiar as iniciativas empreendedoras. O foco principal é o incentivo à instalação de novas empresas no Distrito Industrial. Além disso, o programa visa ao emprego de tecnologias e ações inovadoras, potencializando a economia local e regional, com ênfase na responsabilidade social e ambiental. Conforme Pereira há, ainda, outros objetivos, que são atrair novas indústrias, incentivar a expansão das existentes e criar uma cultura concreta neste âmbito na região. O secretário comenta que, na década de 70, o Estado doou uma área para desenvolvimento de uma ação de incentivo. “O Estado, quando criou, no município, o distrito, montou um plano de desenvolvimento chamado Polo Proteico, onde a principal matéria-prima a ser vendida era o boi - não só a carne, mas o couro e as vísceras. A ideia era aproveitar tudo. Aqui, o polo nunca saiu do papel e a área ficou sem utilização até 2007”, explica. Em 2007, relata, foi feita a intermediação da vinda da Perdigão para Bagé. “Foi quando o grupo BRF (do qual a Perdigão faz parte) implantou, na área, uma central de recebimento de leite. Em 2015, todas as áreas da BRF vinculadas ao setor lácteo negociaram com a Lactalis. De 1979 até 2007, não havia tido uma sequer, pois só se tinha o frigorífico e o curtume, que hoje é Curtume Bagé. De 2007 para cá, nada foi feito”, salienta. O secretário comemora, agora, a implantação da empresa Agropik Brasil, voltada ao comércio de sementes. Ela adquiriu 4,8 hectares no Distrito Industrial.

Espaço é destinado à implantação de empresas

Empreende Bagé O secretário comenta que, no dia 23 de junho, foi lançado o projeto com o objetivo de divulgar o distrito para os investidores locais. “A ideia é ‘abraçar’ os que já estão empreendendo no município. Concluímos com o governo do Estado uma boa condição - o preço praticado por hectare dentro do distrito de Bagé é o menor entre os outros seis municípios do Estado que fazem parte do projeto. O hectare, aqui, está por R$19 mil”, aponta. Pereira destaca que, no dia de lançamento, 19 empreendedores assinaram a carta-consulta. Contudo, foram postos 20 empreendimentos, pois um empreen-

dedor assinou duas delas. “Fechamos com 20 no lançamento. Em 15 dias, estamos com mais 10 investidores, somando 30 com carta-consulta assinada. Isso, obviamente, não significa que todos vão concretizar o negócio, mas boa parte, sim. Se desses 30, 15 concretizarem, vai ser um ganho e tanto. Segundo Pereira, esse projeto possibilitará a mudança da realidade econômica da região - hoje focada no comércio e no serviço. “Quase 57% do Valor Agregado Bruto (VAB) da região do próprio Produto Interno Bruto são calçados no comércio e serviço. Só 13,2% está calçado na indústria. O que precisamos? Caminhar em direção à cultura industrial

e, para isso, criar condições. Ocupar essa área é uma delas, pois o espaço tem como função e característica empreendimentos industriais”, aponta. O secretário relata que o objetivo, assim, “é trilhar um caminho numa perspectiva de sair de um ciclo vicioso, é tentar, em certo período de tempo, dobrar esse percentual, ou seja, passar de 13% para 26%”, o que é considerado, por ele, um bom patamar. Para isso, é necessário, conforme argumenta, industrializar as matérias-primas. “Uma delas é o arroz: 95% sai da cidade a granel, ou seja, sem alteração nenhuma. É uma realidade péssima e devemos inverter”, argumenta.

Investidores Um dos grupos que deverá se instalar no distrito, diz Pereira, deve investir em arroz parboilizado. Outro propõe uma fábrica de ração, que usará a casca do arroz para isso, bem como a soja, que sai toda a granel. “Possuímos, aproximadamente, 100 mil hectares de soja plantada e não temos uma empresa de óleo de soja no município. O grande desafio é processar as matériasprimas. Com isso, vamos gerar empregos no setor industrial, deixar de sermos exportadores de inteligência e vamos ampliar a participação no valor agregado bruto”, ressalta. O titular da pasta salienta que seis investidores do setor moveleiro da cidade irão se juntar ao distrito. “Sempre nos preocupamos em fortalecer esse trabalho, que estava parado nos últimos nove anos. A ideia é criar um núcleo. Foi plantada muita madeira na região e não é agregada quase nada”, aponta. Uma empresa de pavilhões também deve fazer

parte. Pereira destaca que ela, talvez, já forneça material para quem for construir no local. Empresas de produtos de limpeza de casa e cosméticos estão no negócio, como destaca o titular da pasta. Ele salienta que um investidor de fora da cidade entrou em contato, pois também tem interesse em adquirir um espaço no distrito. Ele possui uma empresa de concreto. “Até o fim desta gestão queremos mudar um pouco o panorama da cidade e dobrar a participação da indústria local. Com isso, a ideia é ampliar o número de empregos”, destaca. A forma para adquirir um espaço na área é fácil, como define o secretário. “Além do valor ser baixo – R$19 mil -, o investidor pode dar 10% de entrada e parcelar em até 30 vezes. Ainda pode dar o imóvel que está adquirindo como garantia. O Fundo de Aval a Micro e Pequenas Empresas (Fampe) do Sebrae garante até 80% do financiamento de um investidor para o Banco do Brasil e Badesul”, explica.

Secretário comemora boa procura


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Uma nova Bagé ressurge após seis meses de gestão nos seus 206 anos Bagé vive uma nova era. Uma era que busca oferecer aos bageenses uma vida com qualidade. Com esta gestão, que completou seis meses de governança, novas prioridades foram estabelecidas. Agora, estamos caminhando rumo ao desenvolvimento de uma cidade considerada pólo regional, explorando suas potencialidades. A união de todas as secretarias e o empenho diário dos ser vidores vem se refletindo em resultados para o município, que hoje conta com ações concretas que estão alavancando a economia e o desenvolvimento industrial, melhorando a saúde, a educação e projetando Bagé como uma grande cidade para se viver com qualidade de vida e segurança. A seguir, acompanhe alguns dos nossos principais projetos concretos, além das aspirações para tornar a Rainha da Fronteira um lugar melhor para os seus cidadãos.

Meu Bairro Melhor O projeto “Meu Bairro Melhor ” foi uma novidade que esta gestão implementou na expectativa de atender aos pedidos por atenção das comunidades bageenses. Até o momento, foram atendidos os bairros Castro Alves, Passo das Pedras, Vila Goular t, Ivo Ferronato e Stand. A iniciativa consiste em realizar, em cada bairro, as principais demandas por melhorias, como patrolamento de ruas, revitalização de postos de saúde e escolas, colocação de bueiros, conser tos e reparos em iluminação pública, podas, recolhimento de entulhos, pintura de meio fio, ruas e equipamentos públicos, manutenção de praças, entre outros ser viços. A moradora do Passo das Pedras Geci Conceição, comemora a ação. “Nunca tínhamos recebido toda essa atenção. A rua da minha casa estava sem patrolamentohá muito tempo. Estou muito feliz”, pondera.

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Retomada e conclusão de obras Além do projeto “Meu Bairro Melhor ”, muitos locais também foram contemplados com a retomada de obras há muito tempo aguardadas. A pavimentação da avenida Áttila Taborda, por exemplo, era um grande pedido dos moradores da região há 30 anos. Em junho, a empresa Construbrás recomeçou o processo de topografia da via, que interliga a zona central aos bairros Ar vorezinha, Camilo Gomes, Hidráulica e Narciso Sune e que poderá receber fluxo de veículos pesados. A primeira fase está com 90% concluído. Além disso, a impor tante obra de pavimentação do Anel Rodoviário também foi retomada, com 2,5 quilômetros de extensão. A inter venção na avenida Itália já foi concluída, restando apenas a conclusão do passeio público, assim como já foram finalizados os trabalhos na entrada do Residencial São Sebastião, o acesso à Unipampa, rua PM Éver ton e recapeamento do asfalto da rua Dr. Penna.

Educação e qualificação profissional para o povo Mesmo recebendo um caixa com R$ 108 milhões de reais em dívidas, a Prefeitura de Bagé trabalhou para que a prestação de ser viços em educação fosse melhorada e aumentada. Já no início do ano, foi anunciada a aber tura de 371 novas vagas. De acordo com informações da secretaria responsável, a iniciativa foi possível através da readequação de espaços físicos. Nesses seis meses, a merenda foi qualificada, dando atenção especial aos alunos com alergias alimentares, e também foram distribuídos tênis à todos os estudantes. Os alunos com necessidades especiais foram contemplados com a inauguração do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), atendendo à 50 estudantes com déficit de aprendizagem. Na Coxilha das Flores, nas Palmas, os alunos terão mais confor to durante o ano letivo, sendo buscados em casa pelos ônibus escolares uma hora mais tarde, tomando café da manhã na escola e com aulas normais pela manhã, almoço e oficinas sobre a vida no campo à tarde. “Meu filho precisava acordar às 5h da manhã para se preparar para pegar o ônibus escolar. Agora, terá uma hora a mais de descanso e poderá aprender sobre a vida que levamos aqui, cuidando do campo, na escola”, obser va. Outras ações, como a creche noturna Corujinha, tem o objetivo de atender não só as necessidades das crianças como também dos pais, que podem estudar ou trabalhar à noite.


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Assistência social

+ Moradias

Um projeto que nunca chegou a funcionar no governo anterior, Economia Solidária, hoje muda história de pessoas que buscam qualificação profissional no Complexo Km 21 com cursos e opor tunidade de trabalho. Os produtos confeccionados pelos alunos e professores são comercializados para a prefeitura pela metade do preço de mercado, como as placas de trânsito, que vem sendo colocadas nos bairros e vias de grande fluxo, e placas de concreto, que permeiam as escolas municipais. O novo Governo também reabriu o Restaurante Popular, atendendo às normas exigidas, oferecendo maior qualidade na alimentação e com custo menor para a população. Através de organização e qualificação dos projetos, a Prefeitura de Bagé conquistou 1164 moradias para famílias de baixa renda, de 0 a R$ 1,8 mil reais, pelo programa Minha Casa Minha Vida. Bagé foi o único município do Estado a ser comtemplado e as inscrições, bem como a concepção dos residenciais, serão iniciadas no próximo ano.

Com os cofres públicos no negativo, a cultura precisou ser reestruturada para que nenhum evento dependesse unicamente de recursos da prefeitura. Com muito trabalho, a secretaria responsável promoveu parcerias entre o poder público e a iniciativa privada que possibilitaram a realização de uma grande festa de carnaval, que, até então, seria cancelada. A folia se estendeu ao centro da cidade, com a realização de inúmeras edições do Samba na Praça, e a Santa Thereza, com a realização da festa “No Tempo da Marchinha”. De acordo com dados do governo, todas as atividades de carnaval mobilizaram cerca de 15 mil pessoas. O Dança Bagé também bateu recordes com o número de inscrições e por ser o primeiro, em sua 15ª edição, a ser completamente autossustentável. Além de não utilizar verbas da prefeitura, devolveu recursos aos cofres públicos. A empresária Luiza Mar tins, que par ticipou do evento com o grupo Chams Moi, elogiou a organização e as novidades da edição 2017. “Os jurados inéditos e a presença de grandes bailarinos com cer teza nos motiva a par ticipar e competir com mais alegria e entusiasmo”, ressalta. O evento ainda contou com a presença do coreógrafo da Globo, Sylvio Lemgruber.

Foto: Luciano Pavão

Cultura auto sustentável

Foto: Luciano Pavão

Estradas rurais melhoradas Uma parceria com os produtores rurais possibilitou patrolamento e facilidade no acesso de carretas e caminhões até as unidades de abastecimento de produtos, como soja, arroz e insumos agrícolas. As estradas rurais receberam atenção especial para melhorar o escoamento das cargas que foram colhidas entre abril, maio e início de junho deste ano. Algumas pequenas pontes de acesso em áreas rurais também estão recebendo cuidados da prefeitura.

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estudar ou trabalhar à noite.

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Desenvolvimento industrial e Econômico

Foto:Vinicius Assumpção

A fim de incentivar o desenvolvimento industrial da região, o governo criou os programas Empreende Bagé, que prevê a comercialização dos lotes do Distrito Industrial para investimento de empreendedores locais. Cerca de 20 empreendedores já apresentaram car tas-proposta, que indicam interesse de aquisição do hectare, e que gerarão emprego e renda. Outro problema recorrente, motivo de muitas reclamações dos comerciantes locais, eram as feiras itinerantes. Agora, não só as feiras foram proibidas como também o comércio local está sendo incentivado a ter mais atrativos a seus consumidores, através do projeto Sábados Azuis. A iniciativa se baseia em uma feira de comércio livre, mensal, na avenida Sete de Setembro, para fomentar a economia local. O município também realizou a doação de uma área para dar início ao Polo Científico e Tecnológico e com excelentes perspectivas para a ativação do æropor to do município.

Qualidade de vida com saúde e espor tes Na saúde, foram implementados, este ano, quatro Centros de Referência no município, disponibilizando médicos especialistas aos bairros. Com a determinação do fechamento das Farmácias Populares pelo Ministério da Saúde, as unidades dos Centros de Referência suprirão a demanda, sem deixar os bageenses desassistidos, pois cada unidade deve abrigar uma farmácia. O processo de recuperação da fila de espera por exames foi iniciado em fevereiro, com a compra de 1,2 mil novos para o município. A fila da tomografia, com mais de 500 pacientes na espera, foi zerada. A reaber tura do Hospital Universitário também foi uma das grandes conquistas deste primeiro semestre, com 39 leitos funcionando e repasse de R$ 96 mil/mês por par te do município. Na Unidade de Pronto Atendimento, foi inaugurado o plantão odontológico, mais uma conquista deste governo. O Centro de Especialidades Odontológicas, que estava fechado há aproximadamente um ano, hoje funciona a pleno, para tratamentos mais específicos. No espor te, o Complexo Espor tivo do Militão virou um grande espaço de prática de modalidades espor tivas e lazer. O projeto #VemProMilitão realizou mais de 24 atividades em um único final de semana, mobilizando crianças, jovens e adultos para a prática espor tiva e de entretenimento. Em visita recente a Brasília, a prefeitura ainda foi contemplada com investimento em dois projetos do Programa Segundo Tempo. No total, foram mais de meio milhão em incentivos conquistados pelo secretário titular da pasta responsável. Continue acompanhando diariamente no nosso site, as mudanças que estão fazendo de Bagé, uma nova cidade. Fotos: Rodrigo Sarasol


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EXPANSÃO URBANA: MUDANDO CENÁRIOS Francisco Bosco

por Érica Eickoff

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expansão urbana do município é um tema que chama a atenção de todos os bageenses, sejam eles investidores, compradores ou mesmo a população em geral. Ao longo dos últimos anos, a construção civil literalmente passou a mudar o cenário da cidade, até então basicamente assinalada pela mistura de prédios históricos, na área central, e as paisagens verdes do campo. O município visualizou uma ampliação significativa de obras, aproveitando um momento em que o segmento crescia, também, país afora.

Aspectos determinantes Para o engenheiro civil e diretor executivo da ASM Empreendimentos Imobiliários, Marcus Menezes, a construção civil e, consequentemente, a expansão urbana caminham junto à economia e esta se encontra em desequilibro. “Bagé também teve sua expansão, quando todo país estava com estabilidade financeira”, pondera. Ele lembra que o plano diretor priorizou, no município, a zona norte e regiões mais afastadas da área central. Outro aspecto determinante para isso foi a poligonal - fixação do centro histórico de Bagé. “A questão de preservação de imóveis, e a construção nessa região central, gerou uma adaptação do mercado em procurar as regiões um pouco menos centrais. Uma expansão em função da instabilidade”, explica. Menezes ressalta que houve um período bom economicamente, porém, Bagé tem certa carência de infraestrutura para essa expansão. “Dependemos de investimentos fortes, da União, do Estado ou do município, para que se tenha, assim, uma expansão urbana de qualidade. Bagé cresceu proporcional ao seu tamanho”, relata. Ele observa que tudo é uma questão econômica: “A estabilidade é o que se procura, é alavancada no financiamento habitacional e acreditamos que vá melhorar”, diz. Ele conclui: “Algumas definições precisam de tempo, uma é esperar passar esta instabilidade econômica para voltar a gerar empregos. Precisamos estabilizar para depois crescer. A economia está se estabilizando, pois os dados estavam muito ruins, agora estão melhorando. Mas precisamos de alguns meses para poder confirmar”.

Os desafios da construção civil Para o empresário Luiz Fernando Dalé o futuro do setor depende de planejamento coletivo. “Em Bagé, ainda falta organização urbana. Há muito tempo não se tem ruas novas”, diz ele ao mencionar a necessidade de mais espaço na área central, o que, em sua visão, tem ocasionado que a construção civil passe a se concentrar nas áreas intermediárias. “Deve haver uma combinação: ou se arruma o centro ou abrem mais ruas nos bairros”, argumentou. Dalé salienta que, quando a economia mundial favorecia tal expansão, ela ocorreu. Agora, sustenta ele, os empresários precisam se preparar, pois Bagé merece desenvolvimento. “Um diálogo permanente iria melhorar a cidade significativamente”, avalia ao sugerir uma opção: “aqueles terrenos que não são utilizados e que os proprietários não se desfazem”. O desenvolvimento deve ser levado a sério, aponta Dalé, com muita pesquisa e análise de mercado. Uma reforma econômica total não seria boa, pois é preciso, primeiro, realizar um estudo. “A solução não está em levantar impostos, e sim em fazer a população pagar esses impostos. Bagé melhorou, sim, significativamente”, fala. O empresário salienta que o debate em conjunto deve nortear os próximos passos para a questão de expansão urbana. “A cada conquista de Bagé é preciso sentar e conversar. Deve existir um diálogo permanente”, opina. Por fim, Dalé avalia que um desafio para os investidores é o pro-

Expectativa para o futuro é positiva

duto que irão disponibilizar aos consumidores. O raciocínio é simples: quem pretende adquirir um imóvel não pode errar, sobretudo porque, por vezes, fez um esforço considerável para essa aquisição. Ele, inclusive, defende uma alternativa. “Nossas obras produzem poucos resíduos, além de não prejudicarem o meio ambiente”, elucida. Salienta, ainda, que a construção em concreto - técnica utilizada em sua construtora -, possui um custo mais elevado, contudo, a durabilidade e a qualidade trazem redução, que se diferencia pela baixa manutenção. “Outro ponto positivo é o salitre. Nenhuma obra escapa dele, porém, o concreto é imune”, fala.


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UM POLO EDUCACIONAL CONSOLIDADO por João A. M. Filho

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Francisco Bosco

os últimos anos, a Rainha da Fronteira expandiu a oferta de vagas nos quatro pilares que compõe a rede de ensino, formação profissional e produção de conhecimento – fundamental, médio, técnico e superior. As tradicionais instituições presentes em Bagé - públicas e particulares - tiveram adições importantes e significativas. Com isso, na atualidade, Bagé se consolida como polo de Educação, que forma jovens desde os primeiros passos até se tornarem futuros profissionais para atuarem no mercado de trabalho.

Rede pública: busca por qualificação e mais estrutura As redes estadual e municipal de ensino formam o alicerce no qual é construída a formação educacional de milhares de bageenses. Com 82 estabelecimentos – 62 municipais e 20 estaduais as instituições abrangem desde a Educação Infantil ao Ensino Médio e Técnico. De acordo com a coordenadora pedagógica da 13ª Coordenadoria Regional de Educação, Zina Amélia Assumpção, em torno de mil professores atuam na rede estadual. “Temos unidades de referência em tempo integral, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e uma unidade que opera dentro do Presídio Regional de Bagé. Toda essa estrutura exige um grande esforço de gestão e o trabalho realizado pela equipe de nossos professores é muito qualificado”, ressaltou. Zina ressalta que uma das metas é a implantação gradativa da escola em tempo integral. “Temos três estabelecimentos que atendem os alunos assim e a adoção deve se estender a outros locais”, afirmou. Já a secretária municipal de Educação e Formação Profissional, Adriana Lara, salienta a qualificação dos quadros funcionais. “Nossos professores são muito dedicados e muitos deles possuem pós-graduação. Isso é um diferencial quando ofertamos um ensino público gratuito e de qualidade”, enfatizou ao ponderar que “nós atuamos de forma permanentemente, pois o ensino formal não se restringe aos bancos escolares. A criação de projetos conjuntos de formação para nossos professores, criação da creche noturna e muitos outros projetos em andamento são parte de nosso trabalho em formar nossas crianças e jovens”.

Formação técnica: tradição aliada à inovação Há 70 anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) está presente em Bagé. A Rainha da Fronteira foi o primeiro município do interior do Rio Grande do Sul a receber uma escola da instituição. Segundo o atual diretor, Tiago Radmann, em todos esses anos de atuação, a estimativa é que o Senac tenha formado em torno de 120 mil profissionais. “Desde 2009, quando assumi a direção, o Senac se tornou uma escola técnica e ofertamos muitas possibilidades. Hoje, um dos potenciais a serem explorados é o do comércio e serviços, que corresponde a cerca de 70% do Produto Interno Bruto local”, destacou. Radmann explicou que uma das características da escola é focar ma formação para o mercado de trabalho, alinhado às tendências. “Há dois anos, abrimos o curso de barbearia. Hoje, esses ex-alunos são empreendedores e tivemos uma expansão desse setor. Mas não é só isso. Formamos cabeleireiros, frentistas, técnicos em enfermagem, gastronomia e todos esses profissionais saem daqui para o emprego ou para empreender”, sustentou.

Rainha da Fronteira sedia campus e reitoria da Unipampa Anderson Ribeiro

Ensino técnico e superior: formando profissionais Conforme o reitor da Universidade Federal do Pampa, Marco Antônio Fontoura Hansen, a Rainha da Fronteira está consolidada como polo regional de Educação. Bagé, além de sediar um dos campi da instituição, também é o lar da reitoria da Unipampa. “Hoje, em termos de graduação, a Unipampa ocupa o quinto lugar no Rio Grande do Sul e está dentro do percentual de 27% das melhores universidades do país. Isso nos orgulha muito, pois somos uma universidade jovem”, expressou. Por sua vez, a diretora do campus Bagé do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), Giulia Vieira, ressaltou que Bagé conta com diversas instituições de nível superior e ensino técnico profissionalizante de qualidade que garantem a formação acadêmica e a preparação para o mundo do trabalho. “Os Institutos Federais (IFs) se caracterizam pela oferta de educação profissional e tecnológica, pública e gratuita, em diferentes níveis e modalidades de ensino, a partir de um perfil que busca integrar cultura, trabalho, ciência e tecnologia a favor da sociedade. Assim, eles se diferenciam e se firmam, a partir de uma proposta de ensino que busca preparar o cidadão para o mundo do trabalho e para a cidadania”, destacou. Não bastasse, a Rainha da Fronteira é sede da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), há décadas em atividades, e conta com unidades da Faculdades Ideau e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

IFSul oferece cursos técnicos e graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

A gente tem o maior

orgulho de fazer parte da história de Bagé. São 206 anos de uma história marcada por muitas conquistas de um povo trabalhador que sabe a importância das suas origens, assim como a Quero-Quero. Parabéns a todos os moradores desta cidade que nos enche de orgulho.

Avenida 7 de Setembro, 1026 Avenida Santa Tecla, 501 Rua General Neto, 134


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SAÚDE: BUSCA PELA PLENITUDE

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por João A. M. Filho

Rainha da Fronteira, sede da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (7ª CRS), é referência no atendimento a pacientes oriundos dos municípios da Campanha gaúcha. No entanto, nem sempre esse protagonismo é evidenciado. De acordo com o secretário de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência, Mário Mena Kalil, “a comunidade precisa acreditar em seu potencial. O povo de Bagé é guerreiro e trabalhador, mas nem sempre reconhece os próprios méritos”.

Referência e transformação Conforme o coordenador da 7ª CRS, Daltro Silveira Paiva, a Santa Casa de Caridade de Bagé é referência no atendimento da Unidade de Terapia Intensiva neonatal e centro de oftalmologia. “Recebemos solicitações de todo Estado para atendimento na Santa Casa, que oferece serviços de alto nível”, destacou. De acordo com ele, o foco da atuação é a abertura de novos serviços vinculados à Santa Casa e ao Hospital Universitário Doutor Mário Araújo (HU), para consolidar o setor. “Pretendemos fortalecer globalmente a atenção hospitalar em nosso município”, sustentou. A busca por diagnóstico preciso também é um dos principais passos almejados para o setor. Conforme Kalil, hoje, uma das conquistas da comunidade bageense é o fim da extensa fila para exames de raios-x, cujos resultados são liberados em 24 horas, e tomografias, com entrega dos exames em até 48 horas, cujos resultados, segundo dados obtidos com a secretaria, em seis meses, já foram superados em mais de três mil em relação ao ano anterior. “Retomamos serviços que estavam sem funcionar e zeramos as filas. Colocamos eletrocardiogramas nos postos, para dar agilidade aos pacientes suspeitos de cardiopatia, além de zerar a fila de consultas com cardiologistas. Hoje, arrisco a dizer que as tomografias feitas em Bagé estão entre as mais ágeis no Brasil”, comemorou. O diferencial apontado pelo gestor para a redução das filas é a unificação dos sistemas informáticos. “Antes, era preciso marcar a consulta no posto e a equipe local, que entrava em contato com a sede onde os exames eram marcados. Hoje, são feitos diretamente na unidade de referência, devidamente agendados, sem a necessidade de deslocamentos”, exaltou.

Carências Kalil e Paiva salientaram as conquistas recentes para o setor, no entanto, apresentaram as carências que ainda afetam o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde. Existe a necessidade de suprir a rede com especialidades em cirurgia vascular, endocrinologia, ambulatório de urologia, ginecologia, exames de cintilografia, além de obstetrícia e hemodinâmica. “São necessidades urgentes para atender a população. Entretanto, necessitamos do aporte financeiro do Estado e do governo federal”, alertou Paiva. Relacionado ao conforto dos pacientes, o gestor municipal se mostrou otimista com uma obra que deve ser entregue, em breve, à comunidade. “Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), já temos garantidos os recursos para a construção de uma ala de recuperação. Assim, os pacientes não terão de aguardar nos corredores, em macas, a complementação do tratamento”, explicou.

Novidades e projeções Desde que assumiu a pasta, Kalil promoveu, por exemplo, a descentralização dos serviços nos postos de saúde, buscando garantir mais autonomia às equipes, além de criar quatro unidades de referência para o atendimento às comunidades dos bairros. “Desde que assumimos, nossa meta era ampliar os serviços prestados. Por isso, hoje, cada unidade de referência tem farmácia própria, para que os usuários não tenham de se deslocar ao Pronto-Atendimento Médico I (PAM I) cada vez que precisa de um medicamento”, destacou. Kalil destacou ainda os investimentos. “Au-

Posto Sá Monmany será sede do ESF Getúlio Vargas e Samu

Estatísticas - Janeiro a maio de 2017 Consultas médicas (especialistas) = 18 913 (crescimento de 216% em relação a 2016) Atendimentos em reabilitação física, auditiva e Centro Especializado de Fisioterapia = 25 550 (140% superior a registros de 2016) Consultas médicas na atenção básica (fluxo normal e urgências) = 33 549 (38% a mais que o ano anterior) Fonte: Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência

mentamos em 85% o faturamento e isso vai se refletir em qualidade aos usuários do SUS”, frisou. Entre as novidades apresentadas, está a abertura da parceria entre prefeitura e empresa Planalto transportes, que, a exemplo da concessionária Ouro e Prata, vai disponibilizar viagens aos pacientes e familiares que utilizam o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), aos municípios de Pelotas e Rio Grande. Num futuro próximo, a expectativa de Kalil é alcançar a gestão semiplena da saúde, ou seja, os serviços de atenção básica serão uniformizados e

devem suprir as necessidades da população, além de reduzir as filas nos hospitais. “Tudo isso representa o esforço da equipe. Buscamos cada centavo a que temos direito para investir na saúde da população”, completou. Por sua vez, Paiva disse que a prioridade é a reativação do bloco cirúrgico e UTI do Hospital Universitário, que considera entre os mais bem equipados e modernos no Estado. “Tenho convicção, certeza e esperança de que Bagé será consolidada como a cidade referência no interior do Rio Grande do Sul”, finalizou.


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UM NOVO “OLHAR TURÍSTICO” PARA A CAMPANHA GAÚCHA Fotos: Arquivo/FS

por Yuri Cougo Dias

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vento frio. A grama verde do “campo aberto”. Um “ar de antiguidade” nos prédios históricos. Essas são apenas três das várias respostas que poderiam elucidar a pergunta: por que visitar a Rainha da Fronteira? Um aniversário de 206 anos indica que muitas histórias e fatos estão guardados, tanto na parte física quanto no “coração” desse povo. No entanto, de nada adiantará se a informação não for divulgada e os investimentos não forem feitos do modo adequado. É nessa linha de raciocínio que entra o “empreendedorismo”. O jornal Folha do Sul entrevistou especialistas no ramo do turismo e representantes do poder público municipal para saber o panorama atual da cidade, dentro do segmento, e as perspectivas futuras para o setor.

Catedral e as memórias da cidade Pelo seu contexto histórico, o trajeto turístico começa na Catedral de São Sebastião. Com base em materiais dos historiadores Tarcísio Taborda e Elizabeth Fagundes, o ativista cultural Sávio Machado elaborou uma pesquisa das principais curiosidades do templo religioso e a sua influência nos acontecimentos da cidade. As informações também serviram para a criação de um folhetim, que fica disponível para os visitantes. “A igreja surgiu quando os cavaleiros de São Sebastião trouxeram a imagem do santo. Iniciou como uma capela. A matriz começou a ser construída em 1820 e foi concluída em 1830. Anos depois, em 1859, a comunidade decidiu construir uma nova igreja e, para isso, contratou o arquiteto italiano José Obino”, relata. Personagens não faltam na história da catedral. De acordo com Machado, no aspecto artístico, um dos quadros expostos que mais chama a atenção é o “Morte e Ressurreição”, pintado por Glauco Rodrigues. O material foi doado por Norma Estelita Rodrigues, viúva de Glauco. “Muitos estudantes de artes que passam por ali se impressionam e passam a explorar a obra de Glauco, isso sem falar que ele pintou mais de 90 quadros relacionados a São Sebastião”, enfatiza. O local também abriga, mais especificamente na torre direita, os restos mortais de Gaspar Silveira Martins e do general Carlos Telles. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 30 de janeiro de 1937, o prédio depende de intervenções para que a preservação histórica seja mantida. Está em fase de elaboração um projeto cultural e um arquitetônico, a fim de angariar fundos no Ministério da Cultura. A ideia, conforme Machado, é fazer um restauro geral do espaço.

Consolidação da identidade Presidente do Conselho Municipal de Turismo, Edson Mór entende que o primeiro passo é a reestruturação. A partir disso, ele afirma que deve ser criada uma identidade visual, de acordo com os costumes e o contexto histórico. “Além de uma cidade limpa, ser também uma

Igreja é um dos cartões-postais de Bagé

cidade rústica, que lembre, em cada canto, a nossa identidade. Na pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Bagé recebeu uma ótima nota como potencial turístico. No mapa nacional turístico, recebeu nota B, a mesma de Garibaldi e Bento Gonçalves, cidades já consolidadas

como destino turístico”, pontua. Nesse contexto, Mór elenca vários projetos como potenciais, como a Hidráulica, a cidade cenográfica Santa Fé e a produção das vinícolas. “Tenho certeza de que estamos no caminho certo para o desenvolvimento do turismo”, ressalta.

Predomínio rural O clima, a economia e o aspecto geográfico deixam claro que Bagé é reconhecida pelo território na zona rural. Especialista em turismo, Juliano Munhoz afirma que grande parte dos visitantes da Rainha da Fronteira tem interesse em não apenas observar as lidas do campo, mas participar delas. “Bagé sempre foi reconhecida por essa característica pela Secretaria de Turismo do Estado. Na década de 80, teve até 21 propriedades que atuaram nessa área. Hoje tem cinco. A procura, no verão, tem aumentado, pois cada vez mais as pessoas estão buscando contato com a natureza, devido ao estresse do dia a dia”, observa. Entre os fatores locais, Munhoz destaca a tradicional criação de cavalos das raças Crioula e Puro-Sangue Inglês. Também cita a produção de artesanato. “Dizem os teóricos que o turismo rural surgiu em Lages. Para mim, foi em Bagé e em Lavras do Sul. O turista não precisa de uma megaestrutura. Claro, a oferta de um bom banho e uma boa alimentação é primordial. Mas ele quer ter a experiência do campo. Potencial nós temos. O que precisamos é marketing, empreendedorismo, promover capacitações”, frisa.

Grande parte da procura é pelas lidas do campo

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BAGÉ 206 ANOS Cristiano Lameira

Engajamento da sociedade civil Parcerias público-privadas e o apoio da sociedade são os fatores que o coordenador municipal de Turismo, César Fernandes, aponta como fundamentais para extensão do segmento em Bagé e região. “Bagé é uma das 173 cidades históricas, conforme o Ministério do Turismo. As pessoas vêm pela história, pela gastronomia e até para sentir um pouco de frio. Para isso, o comércio deve estar preparado. Os visitantes precisam de restaurantes, hotéis, postos de combustíveis”, salienta. Reativado no dia 20 de junho, o Centro de Informações Turísticas, localizado na avenida Santa Tecla, recebeu 43 visitantes, de 1° a 10 de julho. O espaço funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h. “Tivemos apenas seis meses de gestão. Muitas coisas ainda virão”, pondera.

A relação com a cultura Desde a gestão de Divaldo Lara, a Secretaria de Cultura passou a se chamar “Secretaria de Cultura e Turismo”. Titular da pasta, Fabiano Marimon entende que os dois segmentos estão interligados. A realização de eventos, segundo ele, é uma consequência dessa união. “Tivemos o Dança Bagé, com mais de mil pessoas. O Fimp vai trazer bastantes participantes também. Ainda teremos a Semana Farroupilha, a Festa do Churrasco, o próprio carnaval, que já tem data marcada para 2018. Sem falar os projetos que apoiamos, como a Expofeira, a Semana Crioula e o MotoEncontro”, argumenta. Para Marimon, o principal ponto a ser investido, em caráter de urgência, é a cidade cenográfica de Santa Fé. “Ela foi deixada de forma caótica pela gestão anterior. Conseguimos apoio para fazer reparos e deixá-la apta e ter uma boa durabilidade. É fundamental que as pessoas contribuam com R$ 5, que é o valor cobrado para visitações. Nesses seis meses, arrecadamos mais de R$ 6 mil. Todo o dinheiro foi usado para reformas”, comenta. Sobre os planos futuros, a meta de Marimon é que a prefeitura realize, no mínimo, um evento por mês. “Nosso primeiro ano de gestão é para nos organizarmos e tomarmos conhecimento. Estamos em busca da reconstrução do hipódromo, que gerará mais de 500 empregos diretos e indiretos. Junto a esses projetos, elaboraremos um plano de mídia. Teremos um site e colocaremos painéis de outdoor nas rodovias e montaremos um material para ‘vender’ Bagé para fora. Temos muito o que fazer”, finaliza.

Santa Fé serviu como cenário para “O Tempo e o Vento”


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