Folha Independente Nº 279 03/05/2019

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GESTÃO PÚBLICA

IDOSOS

Região é reconhecida em prêmio do Sebrae/SC

Diagnóstico revela situação dos idosos de Campos Novos

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Tempestades isoladas com trovoadas

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Min 16° Max 24°

Campos Novos (SC), sexta-feira, 3 de maio de 2019 • Ano 5 - Nº 279 • R$ 3,50

DESATIVAÇÃO DAS ADRS: SAIBA COMO VÃO FUNCIONAR OS SERVIÇOS DO ESTADO A normativa publicada no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (29) garante a continuidade da prestação de serviços regionais nas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura, que passam a ser vinculados diretamente às suas diretorias ou superintendências regionais e às secretarias de cada área.

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QUALIDADE DA ÁGUA Novos estudos apontam que estamos ingerindo agrotóxicos na água. Veja situação de Campos Novos. Página 10

Celebração para os 100 anos do prédio da Casa da Cultura Página 8

SAÚDE Sábado é dia D da vacinação contra a gripe Página 12


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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

DA REDAÇÃO

PREVISÃO DO TEMPO HOJE

O DESAFIO DA CONFIANÇA

Tempestades isoladas

Max 24° Min 16°

Chuvas com trovoadas

DOMINGO

Max 27° Min 17°

Parcialmente nublado

Max 27° Min 16° Fonte: weather.com/Google

Foto de Rafaela Fogaça retratando as lindas cores do céu camponovense

você fotógrafo

O Instituto Ipsos divulgou em abril pesquisa que mostra uma diminuição da confiança e do diálogo entre pessoas e grupos com ideias políticas diferentes. É uma tendência mundial, mas o Brasil ficou acima da média. O radicalismo nas discussões político-partidárias e a falta de disposição para aceitar diferenças viraram parte do quotidiano nacional, o que coloca um desafio imenso diante das instituições formais e informais brasileiras, uma vez que a dinâmica social e o sistema político são diretamente afetados pelo nível de confiança e relacionamento entre as pessoas. Os dados apontam que 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena conversar com pessoas de visões diferentes das suas. O número ficou acima da média mundial da pesquisa (24%). Para 39% dos brasileiros, a frase “quem tem visão política diferente de mim foi enganado” é verdadeira (a média é de 37%). Ainda mais grave, 31% acham que aqueles que possuem visão política diferente das suas não ligam de verdade para o futuro do Brasil, contra 29% da média geral. Essas informações revelam quão polarizada está a sociedade brasileira, e isso se traduz na forma como tratamos familiares, colegas de trabalho e concidadãos no espaço público. Talvez, com a evolução dos meios de comunicação e a presença das redes sociais, esses dados causem espanto. Afinal, a facilidade de acesso à informação não deveria contribuir para uma cultura de diálogo? Desde a Constituição de 1988, já se passaram mais de 30 anos – não haveria, portanto, de ter-se formado já em nossa sociedade uma cultura verdadeiramente democrática, em que o pluralismo de ideias seja visto como uma conquista, e não como algo a ser combatido? Não se nega que a internet também tenha favorecido o acesso a informações que vão muito além do que era possível imaginar antes, o que é algo muito bom. Entretanto, isso exige de quem as recebe uma capacidade muito maior de absorvê-las e julgá-las adequadamente. É necessário, portanto, que haja uma cultura e um sistema educacional que dê as ferramentas necessárias para que as informações sejam discutidas e reelaboradas, aceitas ou recusadas – e, se recusadas, de uma maneira que a opinião dos outros não seja menosprezada. O Brasil pontua cronicamente mal nos índices que medem confiança interpessoal e nas instituições e participação política formal e informal na vida pública. A pesquisa do Instituto Ipsos é mais uma a fortalecer esse triste quadro. Estão bem estabelecidas nas ciências sociais a correlação e, em alguns casos, a causalidade, entre o que se chama de capital social – o conjunto de relações de confiança e bens sociais compartilhados – e uma série de indicadores de desenvolvimento social e político e de eficácia de política públicas. O desafio para reverter esse quadro, portanto, não pode ser enfrentado apenas pelo sistema político: ele passa, necessariamente, por toda a sociedade.

DESCE

SOBE

CONSUMO

CUIDADORES Cinquenta e quatro milhões de brasileiros de 14 anos de idade ou mais cuidaram de parentes moradores ou não no domicílio, em 2018. Isso representou uma taxa de realização de cuidados de 31,8%, superando a detectada no ano anterior, de 31,5%. O índice subiu para os homens de 25,6%, em 2017, para 26,1%, no ano passado, enquanto permaneceu estável de um ano para outro entre as mulheres (37%). As informações constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), referente a outras formas de trabalho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), outras formas de trabalho compreendem afazeres domésticos, cuidados com pessoas, produção para próprio consumo e trabalho voluntário.

A opinião expressa em artigos assinados é de responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião da Folha Independente.

Pelo segundo mês consecutivo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda. Em abril, o índice medido pela Confederação Nacional do Comércio caiu 1,9%. Em março, ele já havia recuado em 0,4%. O estudo apontou variação negativa em todos os subíndices do indicador. A última vez que isso aconteceu foi após a greve dos caminhoneiros, em julho do ano passado. O desemprego, a taxa de juros e a recuperação lenta da economia mostram que as famílias brasileiras estão, no momento, com maior cautela para consumir. A Região Sudeste registrou a maior queda de intenção de consumo, 3,2%. Enquanto, o Nordeste teve o menor índice, 1,7%.

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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

OPINIÃO

A PREVIDÊNCIA E O PROFETA ISAÍAS Por José Pio Martins Em 1936, Albert Jay Nock publicou um ensaio intitulado A Missão de Isaías, no qual há uma passagem que lembra a reforma da Previdência. Durante o reinado do rei Uzias, século 7 a.C., Deus teria instruído Isaías para que fizesse uma profecia a seu povo, nos seguintes termos: “Diga a eles o que está errado e por quê. E o que lhes acontecerá se não houver uma mudança profunda em sua maneira de agir e de pensar. Fale francamente. Deixe claro que esta é a última chance. Fale firme e insista até que eles compreendam”. Isaías ficou apreensivo quando o Senhor acrescentou: “Devo dizer-lhe que isto de nada adiantará. As elites e os intelectuais desprezarão suas advertências; as massas não lhe darão ouvidos e, provavelmente, você terá sorte se conseguir sair vivo disso”. Assustado, Isaías perguntou por que deveria dar-se ao trabalho de fazer tal profecia, se ninguém lhe daria importância. O senhor respondeu: “Entenda bem: existem sempre os Remanescentes que você nem conhece e a respeito de quem você nada sabe. Eles são humildes, desorganizados e aparentemente desinteressados. Precisam ser encorajados, porque quando tudo der errado serão eles que retornarão e construirão uma nova sociedade e, até que isso ocorra, sua pregação servirá para lhes manter vivo o interesse e a esperança. Sua tarefa é cuidar desses Remanescentes. Agora vá e dê cabo de sua missão”. A Previdência Social brasileira foi estrutura a partir dos anos 1940, quando a expectativa média de vida ao nascer era de 45 anos e apenas 1% dos trabalhadores tinham registro em carteira de trabalho, que havia sido criada em 1932, por Getúlio Vargas. O mercado de trabalho e nos anos 1960 havia oito trabalhadores contribuindo com o INSS para cada aposentado. Hoje, a relação é de 1,8 trabalhadores ativos para cada aposentado, e a expectativa média de vida já passa dos 75 anos. Da forma como está, a Previdência dos empregados privados faliu estruturalmente. O país criou um segundo regime previdenciário, diferente, para os funcionários do setor estatal, nele incorporou os defeitos do sistema previdenciário privado e adicionou outros defeitos, como aposentadorias para servidores com idade precoce e que irão viver 30 ou mais anos recebendo salário integral, pensões por morte como não há em quase nenhum país adiantado do mundo e outros benefícios que abocanham expressiva parcela dos tributos que deveriam ir para a infraestrutura e para os serviços públicos. A junção dos dois sistemas previdenciários – dos trabalhadores privados e do funcionalismo estatal – tornou-se um desastre em pleno fim da segunda década do século 21, tanto por seus defeitos quanto pelo fato de ter mudado a pirâmide etária, pelas pessoas estarem vivendo muito mais e porque ambas as previdências são compulsoriamente geridas pelo setor estatal. Portanto, mesmo correndo o risco atribuído por Deus ao profeta Isaías, é preciso falar às massas que ou o país conserta esse problema agora ou nossos filhos e netos pagarão a conta de nossa omissão.

José Pio Martins é economista e reitor da Universidade Positivo

MUDANÇA

GOVERNO DEFINE DESATIVAÇÃO DAS ADRS Saiba como vão funcionar os serviços prestados pelo Estado com a desativação das ADRs

Com a desativação das 20 estruturas das Agências de Desenvolvimento Regionais (ADRs), desde terça-feira, 30 de abril, o governo do estado definiu como vai funcionar as atividades remanescentes das estruturas. A normativa publicada no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (29) garante a continuidade da prestação de serviços regionais nas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura, que passam a ser vinculados diretamente às suas diretorias ou superintendências regionais e às secretarias de cada área (responsável central) e não mais às ADRs – Secretaria de Estado da Saúde (SES), Secretaria de Estado da Educação (SED) e Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). A abrangência geográfica das regiões permanece a mesma. Pelo decreto, devem ser nomeados em cargo de confiança, um gerente de saúde, um gerente de infraestrutura e um gerente de educação, assim como outras funções nos quadros da educação: supervisor de gestão escolar, supervisor de gestão de pessoas e integrador educacional, que passarão a se reportar diretamente as secretarias. O governo por sua vez também escolherá um responsável regional em cada estrutura remanescente, porém, não fica claro se será um cargo de competência exclusiva, ou se terá acumulo de função em alguma gerencia. Isso porque as regionais também terão corresponsabilidade nas atividades administrativas, como a supervisão ou direcionamento das atividades ligadas ao patrimônio, gestão de pessoas, documentos, aquisição de materiais e serviços e a continuidade da prestação de serviços.

Estrutura será usada pelo IGP, Perícia Médica, Saúde e Educação

As atividades administrativas que envolvem convênios, prestações de contas e tomada de contas especial serão realizadas pela Central de Atendimento aos Municípios da Secretaria da Casa Civil, que conforme anúncio anterior do governo, contará com um Núcleo Regional em cada região, em parceria com as Associações dos Municípios e que serão corresponsáveis pela região. No caso de Campos Novos, o núcleo deve permanecer na estrutura da ADR, por conta de falta de espaço físico na sede da Amplasc. Dois servidores devem ser designados para o Núcleo. A criação de Núcleos também depende da aprovação da Reforma Administrativa do governo, em trâmite na Assembleia Legislativa. Com a desativação das ADRs, 598 cargos também são automaticamente extintos, não ficando mais vinculados às estruturas. Em Campos Novos foram exonerados quatro servidores. Os servidores efetivos serão redistribuídos ou realocados para os órgãos e entidades em que prestaram concurso público. Os concursados diretamente na ADR, serão redistribuídos para a SED. Pelo decreto, o Deinfra tem até o dia 20 de maio para nomear um engenheiro para fazer o acompanhamento e medições das obras do Estado.

DESTINAÇÃO DO PRÉDIO No Diário Oficial do Estado de sexta-feira (26), foram publicadas portarias que contemplam as reocupações dos prédios das ADRs. Em Campos Novos, o andar térreo será ocupado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), atualmente em prédio alugado, a Perícia Médica/ Secretaria de Estado da Administração e pela Secretaria de Estado da Saúde. O primeiro andar, ficará com a Secretaria de Estado da Educação. A Gerencia de Infraestrutura também poderá ocupar provisoriamente o prédio. A decisão, também prevê que as garagens e vagas de estacionamento, nesses locais, sejam destinadas apenas aos veículos oficiais, e que as despesas correntes sejam pagas pelos órgãos que ocuparão o imóvel. Segundo o Estado, as definições foram feitas após análise técnica, primando pelos serviços de Saúde, Educação e Infraestrutura. Num segundo momento, foram privilegiadas instituições estaduais que atuam nas cidades que contavam com as agências, mas que ocupavam instalações alugadas. “A intenção da reocupação também caracteriza uma preocupação do governador com o patrimônio do Estado, já que nenhuma sede ficará obsoleta”, explicou o secretário da Administração, Jorge Eduardo Tasca.


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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

IDOSOS

DIAGNÓSTICO REVELA SITUAÇÃO DOS IDOSOS DE CAMPOS NOVOS Apresentado na semana passada, diagnóstico servirá como base para ações em prol desse público

O diagnóstico da situação do idoso realizado no município de Campos Novos foi apresentado na quinta-feira (25), na Biblioteca Pública Municipal onde oportunizou também um debate sobre o assunto. O estudo contribuirá para o desenvolvimento de políticas públicas no município em atendimento aos idosos. O estudo foi encomendado pelo Conselho Municipal de Direitos dos Idosos (CMDI) via Fundo Municipal do Idoso, numa realização do Instituto Humaniza, com apoio da Unoesc e prefeitura municipal e patrocínio da Campos Novos Energia SA (Enercan). O diagnóstico está embasado em pesquisa por amostragem realizada em 2018, onde foram entrevistados 508 idosos com idade entre 71 a 79 anos, residentes no centro, bairros e interior do município e apresenta indicadores socioeconômicos, demográficos e de saúde. No geral, a maioria dos idosos entrevistados são brancos, casados, tem ensino fundamental incompleto, ganha até um salário mínimo, mora fora do centro, em casa própria, com água encanada, esgoto, banheiro e energia elétrica. Existe um baixo índice de idosos que contratam empregada doméstica e ou cuidador de idosos para os auxiliarem no dia a dia. Em relação à saúde, a maioria não tem plano de saúde, e usa principalmente o SUS. A maioria está satisfeita com o atendimento de saúde oferecido pelo sistema público. São sedentários, dormem bem. Poucos fumantes, mas muitos ex-fumantes. As doenças mais frequentes são as reumáticas, pneumonias/ problemas respiratórios, hipertensão e diabetes, sendo as duas últimas as causas (impacta 21,5% dos entrevistados) mais comuns que levaram à internação nos últimos anos. Cerca de 44% dos entrevistados afirmam conseguir medicamentos diretamente na farmácia pública municipal. A maior incapacidade física é para curvar-se/agachar-se/ajoelhar-se e fazer serviço doméstico, limitações comuns ao processo de envelhecimento.

Diagnóstico situacional dos idosos apresentou a necessidade de evoluir nas políticas públicas

Cerca de 47% dos entrevistados afirmam ter, no mínimo às vezes, sentimento de tristeza e depressão. Estão em grande parte satisfeitos com a própria saúde e com a vida de modo geral, consideram sua saúde boa ou regular. E nos casos que apontam insatisfação com a vida, os motivos são devidos principalmente a problemas de saúde. Uma boa parte da população idosa, 28,5% dos entrevistados, afirmam não conhecer os direitos das pessoas idosas. Em sua maioria, 98,4%, referem não sofrer violência e apresentam satisfação com diferentes aspectos da vida. Parte dos entrevistados – 13,2% apresentam insatisfação com o transporte público da cidade. Tem liberdade para tomar suas próprias decisões e aqueles que não tem referem ser devido a doença ou falta de conhecimento. Cerca de 30,70% afirmam não terem dificuldades para saírem de casa, enquanto 30,70% dos entrevistaram afirmaram ter e destaca-se como principal meio de locomoção o carro, a sequência o ônibus. As maiores preocupações cotidianas são relativas a questões financeiras e medo de assaltos e roubo, e a necessidade do uso de medicamentos, marcar consultas e exames. Questionados sobre quais serviços sugerem melhorias, os resultados foram: 105 pessoas citaram a saúde (melhorias no hospital e no serviço de modo geral), 59 pessoas lazer (mais opções para os idosos e grupos de apoio), 14 pessoas acessibilidade (facilitar para o idoso o acesso aos serviços) e 66 pessoas infraestrutura (especialmente

asfalto, transporte público e segurança). Para a gerontóloga Rita Zoldan, presidente do CMDI, a realização do diagnóstico é importante porque dá uma noção da realidade situacional dos idosos e que orientará as ações em prol desse público. “Esses dados são importantes porque nos dão uma direção, um norte de atuação. Se existem coisas boas, ótimo, precisamos manter, mas se existem dados negativos, precisamos pensar, construir juntos com as entidades e instituições que tem a competência de realizar. Um dos exemplos que me preocupou, é o desconhecimento dos órgãos e programas do município que prestam atendimento aos idosos. Precisamos dar mais visibilidade aos programas”, disse Rita Zoldan. Quanto aos dados apresentados, Rita Zoldan comentou sobre a necessidade de evoluir nas políticas públicas. “Nos preocupamos em ter dados para evoluir a partir daí. São várias preocupações, como a questão do desconhecimento dos direitos dos idosos. A família, órgãos públicos, conselho, a mídia, enfim, cada um de nós deve informar o idoso, todos temos que ser parceiros na divulgação dessas informações de forma mais sistemática. Estamos fazendo alguma coisa, mas precisamos continuar avançando. Precisamos implantar programas de esporte, cultura e lazer, de saúde mental, de orientação em todos os bairros, não somente no Centro de Convivência dos Idosos, que atende uma parcela mínima de idosos, sendo que pelos dados da Secretaria de Saúde, temos mais 4 mil idosos em Campos Novos. Precisamos melhorar o entrosamento e articulação intersetoriais entre secretarias, conselhos e entidades que trabalham em prol do idoso”, destaca a presidente.


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“Estamos vivendo um tempo mais acelerado” Rodrigo Turin, historiador e pesquisador Em abril de 2011, cruzando diferentes levantamentos e a expectativa de vida de 71,3 anos no Brasil, de acordo com o IBGE, a revista Mundo Estranho estimou que os brasileiros passam 23 anos, 9 meses e 7 dias dormindo; 1 ano e 10 meses estudando; 3 meses e 3 dias fazendo sexo; e 27 dias e 2 horas esperando o elevador. A impressão de que o tempo está passando mais rápido, mais acelerado, pode ser estudada nas humanidades a partir do conceito de “aceleração social”, que se refere ao aumento de atividades realizadas em um período de tempo acompanhando as transformações da sociedade. Trata-se, segundo o historiador Rodrigo Turin, de uma “experiência histórica”. “A relação entre aceleração do tempo e precarização do trabalho é algo cada vez mais estrutural na sociedade. Estamos chegando ao limite fisiológico e psicológico”, disse Turin. Professor da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e autor de “Tessituras do Tempo” (Ed. Uerj), o historiador pesquisa o assunto no pós-doutorado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris. Leia abaixo a entrevista concedida ao portal Nexo.

Estamos vivendo um tempo mais ‘acelerado’? Sim, estamos vivendo um tempo mais acelerado. Mas é importante especificar a natureza dessa aceleração. As sociedades modernas são essencialmente “aceleracionistas”, isto é, elas se estruturam a partir da produção de um movimento de crescimento e de diferenciação. É o que o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss chamou de “sociedades quentes”, por oposição às “sociedades frias”, que se organizam de modo a privilegiar a estabilidade. A aceleração, portanto, não é algo pontual na nossa sociedade, mas seu próprio fundamento. Todas as nossas instituições e nossa linguagem espelham esse imperativo da aceleração. Precisamos sempre estar em busca do “progresso”, inovando, intensificando o crescimento econômico, tecnológico, cultural. Nas últimas décadas, com as novas tecnologias, as mudanças nas formas de trabalho, a hegemonia do capital financeiro global, esse imperativo aceleracionista ganhou novas dimensões. A percepção de que a velocidade aumentou se deve ao modo como essas transformações afetam nosso cotidiano. Com os aparelhos tecnológicos,

temos acesso a um maior número de informações em “tempo real”, isto é, no momento mesmo em que estão acontecendo. Somos bombardeados constantemente com novas notícias e produtos, sem que tenhamos o tempo necessário para processá-los, por isso a sensação de que estamos sempre atrasados. Assim, a aceleração social pode ser entendida como uma contração do presente, promovida pelo aumento de atividades a serem realizadas dentro dos mesmos intervalos de tempo que, no fundo, não se alteram (as 24 horas do dia, por exemplo). A aceleração estrutura nossa sociedade, mas afeta os indivíduos de formas diferentes, dependendo da classe social, da idade, do gênero e da raça. A aceleração tende a afetar mais as mulheres, por exemplo, do que os homens. Ao entrar para o mercado de trabalho, as mulheres acabam acumulando outras tarefas, como afazeres domésticos e cuidado dos filhos. Essa divisão de tarefas segundo o gênero, construída historicamente, não foi apagada com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. Por isso elas tendem a sentir mais os efeitos da aceleração que os homens.

Por que muitas vezes temos a sensação de estar ‘perdendo tempo’, por exemplo, na internet? A sensação de estar “perdendo tempo” se deve à incorporação de um princípio ético que vincula o tempo à dimensão do ganho, da produtividade. O lema “tempo é dinheiro” sintetiza essa ideia. “Perder tempo”, portanto, nos deixa com a sensação de culpa, como se estivéssemos violando esse imperativo ético. Atualmente, com a intensificação do ritmo de vida, cada vez menos há a divisão entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer, que possibilitava um espaço legítimo para o ócio, o “não fazer nada”. As demandas aceleradas do mercado de trabalho, associadas às novas tecnologias, fazem com que tenhamos que estar sempre disponíveis, conectados. A internet tem um papel fundamental nisso, pois é o meio principal no qual essa otimização do tempo ocorre. Mas a internet tem igualmente um efeito dispersivo. Navegamos com diferentes páginas abertas, um link nos leva a um novo vídeo, um amigo nos encaminha uma nova reportagem, e assim vamos nos dispersando nesse espaço virtual. Segundo a acadêmica alemã Aleida

Assmann, o “presente” na internet dura cerca de 5 minutos. Esse é o tempo médio, por exemplo, que um internauta ocupa assistindo um vídeo do YouTube. Vídeos ou textos maiores do que isso tendem a ser menos consumidos, pois a atenção do internauta já vai ser direcionada a outro objeto. A procrastinação é, portanto, um dos modos de habitar a internet. Ao mesmo tempo em que o meio virtual permite e mesmo nos cobra uma produção acelerada, ele também nos dispersa com atividades aparentemente inúteis, que adiam ou atrasam aquela produção. O indivíduo entra na internet para resolver uma tarefa específica, mas quando percebe já está navegando em uma página aleatória postada nas redes sociais. A internet acelera e dispersa, capturando constantemente nossa atenção para diferentes coisas. E isso não é gratuito. Um dos objetivos principais das grandes redes sociais, como o Facebook, é fazer com que os usuários passem a maior quantidade de tempo possível em suas plataformas. . Nesse sentido, pode-se dizer que a procrastinação na internet é um comportamento induzido e que não deixa de ter

um caráter produtivo – pelo menos para as plataformas da internet que oferecem os produtos. Por outro lado, talvez possamos dizer também que a procrastinação serve como uma forma de micro-resistência dos sujeitos, um modo de desobedecer aos prazos, escapar do imperativo da aceleração e, enfim, perder tempo. Afinal, há um limite psíquico para o imperativo da aceleração.

de percorrer o bairro, conhecendo o farmacêutico ou o garçom, ficamos em casa ou no escritório, sendo atendidos por trabalhadores momentâneos e precarizados. Pode parecer um detalhe, mas essa forma de distanciamento, ou mesmo de alienação, frente aos outros e ao espaço, produz grandes efeitos sociais, como a falta de empatia ou a perda de sentimento de coletividade.

Também recorremos a ferramentas digitais para ‘não perder tempo’, como aplicativos de entrega rápida de diversos produtos. É um paradoxo? Esses aplicativos sintetizam o encontro entre a nova fase do capitalismo global e as tecnologias digitais, implicando outras relações de trabalho e de consumo. Eles permitem a criação de uma série de serviços direcionados, supostamente, a nos “poupar tempo” – novamente, a metáfora do tempo como dinheiro. Por um lado, eles nos dão a impressão de uma maior facilidade e rapidez, nos liberando tempo. Por outro, esse tempo liberado tende a ser “gasto” ou “investido” em novas tarefas, intensificando ainda mais o ritmo de produção e de consumo. É um ciclo de aceleração. Cada vez mais serão criadas diferentes demandas de serviços, que serão rapidamente atendidas por novos prestadores. Esse ciclo de aceleração implica também uma precarização do tempo, em diferentes sentidos. Primeiro, em função da desregulamentação das relações de trabalho promovida por esses aplicativos. Baseados na figura do indivíduo como empreendedor de si, eles não oferecem a segurança das leis trabalhistas, como férias, por exemplo. Segundo, do lado do consumo, a precarização se dá seja pela aceleração que produz (tendemos a ocupar o tempo com novas atividades, metas e prazos), seja pelo empobrecimento da relação que mantemos com as pessoas e com o espaço. Ao invés de ir à rua,

Estamos mais ativos ou mais preguiçosos? Não acredito que estejamos mais preguiçosos. Pelo contrário, estamos cada vez mais ativos. Estudos mostram que dormimos cada vez menos, viajamos cada vez mais, trabalhamos mais horas. Mais do que preguiça, o que talvez caracterize a sociedade atual seja a exaustão. Exaustão de trabalho, de imagens e informações, de tragédias que parecem acontecer cada vez mais rapidamente sem que tenhamos tempo para respirar. Mas essa exaustão atinge de modos diferentes os grupos sociais. A exaustão de um motorista de ônibus no Rio de Janeiro, que faz bico como motorista de Uber nos finais de semana, certamente não é a mesma exaustão do executivo que passa a semana na ponte aérea, conectado com as variações do mercado financeiro global. Eles têm condições e motivações diferentes. De todo modo, a relação entre aceleração do tempo e precarização do trabalho é algo cada vez mais estrutural na sociedade. Estamos chegando ao limite fisiológico, psicológico e climático. Alguns podem apostar na fase de um pós-humano habitado por inteligências artificiais, capazes de acelerar indefinidamente. Não me parece uma boa aposta. Eu diria que a questão fundamental hoje é tratar o tempo como um tema central da nossa agenda política, questionando que tipo de tempo queremos como sociedade. Qual o tempo de uma boa vida?


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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

DESTAQUE

REGIÃO É DESTAQUE NO PRÊMIO “PREFEITO EMPREENDEDOR” Os prefeitos de Abdon Batista e Campos Novos foram reconhecidos por boas práticas públicas de apoio aos pequenos negócios

Os prefeitos de Campos Novos e Abdon Batista, Sílvio Alexandre Zancanaro e Lucimar Antonio Salmória, receberam na noite de segunda-feira (29), em Florianópolis, o selo de Prefeito Empreendedor do Sebrae de Santa Catarina. Eles foram finalistas na etapa estadual do prêmio, que reconhece o esforço dos gestores municipais em projetos com resultados comprovados de estímulo ao surgimento e ao desenvolvimento de pequenos negócios e à modernização da gestão pública. Na 10ª edição, o Sebrae recebeu a inscrição de 48 projetos, de 34 municípios. Ao todo, foram premiados projetos em oito categorias: cooperação intermunicipal, empreendedorismo nas escolas, políticas públicas, inclusão produtiva e apoio ao MEI, desburocratização, pequenos negócios no campo, compras governamentais e inovação e sustentabilidade. “Só estão aqui os melhores, os projetos que foram avaliados por um time técnico que percebeu que o projeto é sólido e consistente. Esses recebem hoje o Selo de Prefeito Empreendedor”, completou o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca. Durante a cerimônia, foram premiados com um selo de Prefeito Empreendedor todos os gestores públicos que inscreveram projetos que cumpriram todos os requisitos pré-estabelecidos em regulamento que apresentaram destaque em cada uma das categorias. Depois disso, foram conhecidos os projetos finalistas, que são aqueles que

Zancanaro recebe o selo “Prefeito Empreendedor” em Florianópolis, ao lado de representante do Sebrae/SC

possuem práticas e resultados exemplares em cada uma das oito categorias. Entre esses finalistas é que foram anunciados os grandes vencedores da noite, que tiveram maior destaque em cada categoria e que se tornaram referência no assunto. Os vencedores da etapa estadual concorrem agora na etapa nacional do Prêmio, que será realizada no dia 5 de junho, em Brasília. O prefeito de Abdon Batista configurou como finalista em duas categorias: políticas públicas para o desenvolvimento dos pequenos negócios e também inovação e sustentabilidade. Os cases de sucesso do prefeito de Abdon Batista concentram-se no uso de material reciclado em obras públicas como o Mirante Santo Antônio (em construção) e a Praça Central concluída em dezembro de 2018. Também reconhece investimentos de mais de R$ 30 milhões na infraestrutura urbana visando a melhor qualidade de vida da população e desenvolvimento do turismo. Os vencedores dessas duas categorias foram os municípios Lages e Florianópolis, respectivamente. Já o prefeito de Campos Novos ficou entre os três finalistas da categoria

pequenos negócios no campo com o projeto piloto “Trailers da Agricultura Familiar”, o qual é executado pela Secretaria de Agricultura e Prefeitura de Campos Novos, que possibilita feiras itinerantes, através de sete trailers, equipados com pias, bancadas, geladeiras, freezers e água potável, adquiridos com recursos próprios do município. O vencedor estadual dessa categoria foi o município de Tubarão. Na ocasião, Zancanaro ressaltou a importância do trabalho realizado em Campos Novos. “Para nós é uma grande conquista receber uma honraria como essa e ver que o nosso trabalho tem sido reconhecido no meio de tantos outros munícipios inscritos. Lançamos um projeto inédito no país com o objetivo de agregar valor na renda dos pequenos produtores, movimentar a economia do município e aumentar a qualidade de vida aos camponovenses, facilitando o acesso aos alimentos naturais. Além disso, ampliamos consideravelmente o fornecimento de produtos da Agricultura Familiar na merenda escolar, garantindo as nossas crianças uma alimentação saudável e de excelência”, pontuou o prefeito de Campos Novos.

OBRAS

PREFEITURA LANÇA LICITAÇÃO PARA OBRA DO NOVO QUARTEL DOS BOMBEIROS A prefeitura de Campos Novos lançou nos últimos dias, o edital de licitação para contratação de empresa que será responsável pela construção da nova sede do Corpo de Bombeiros de Campos Novos. A licitação, via tomada de preços, será no dia 15 de maio, às 14h. As construtoras podem entregar as documentações de habilitação e propostas na prefeitura até às 13h45 do mesmo dia. O valor orçado para a obra é de R$ 1.059.178,15, via Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom). O edital, projeto e memorial descritivo está disponível no site do município.

O projeto, assinado pelos engenheiros civis da Amplasc, contará com uma área construída de 845,76m², em dois pavimentos, que será usada pelos Bombeiros e SAMU. O quartel contará com área de convivência para a corporação incluindo dormitórios, banheiros, vestiários, cozinha e refeitório, sala de TV e academia, salas reservadas e área de assepsia. Além da área de convivência da corporação, existe também as áreas administrativas, como as salas do sargento e do comando, uma sala de apoio e uma sala para os serviços de atividades técnicas (SAT). Conta também com garagem para as viaturas da corporação e estacionamento. A construção será ao lado da Escola Estadual Henrique Rupp Júnior,

no Bairro Senhor Bom Jesus. As tratativas para construção da sede própria dos Bombeiros foram reforças nos últimos dois anos quando através de taxas, serviços e convênios com as prefeituras, a Corporação Militar acarreou recursos financeiros para efetivar o projeto. Atualmente, o Bombeiros funciona em prédio cedido pela prefeitura de Campos Novos, em anexo a Câmara de Vereadores e a tropa enfrenta dificuldades no local que vão da segurança dos veículos (garagem aberta) ao espaço limitado para treinamentos (teóricos e práticos). Os Bombeiros além de Campos Novos prestam atendimentos aos municípios de Vargem, Brunópolis, Zorteá e Celso Ramos.


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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

SAÚDE

CAMPOS NOVOS EM ALERTA CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE Para eliminação do mosquito, estão ações com drones para identificar os criadouros numa parceria com a Polícia Militar

A Vigilância Sanitária Municipal confirmou nesta semana que já foram encontrados 34 focos do mosquito Aedes egipty entre janeiro e abril em Campos Novos, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. As larvas foram encontradas nos bairros Boa Vista (COHAB), Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Lourdes, por isso a Vigilância considera que o município está em estado de infestação, situação que coloca a cidade em patamar de alerta, sob risco de registrar as doenças. Neste ano, a Secretaria de Saúde registrou um caso de dengue no município, importado por uma mulher que viajou ao Tocantins. Em Campos Novos estão instaladas mais de 100 armadilhas, formando uma rede que cobre todo o município. Entretanto, a situação é preocupante. O município está em estado de alerta, visto que desde o final de 2018, quando uma moradora do bairro Boa Vista encontrou o mosquito adulto, a Secretaria de Saúde,

Vigilância Sanitária e Agentes de Endemias têm intensificado os trabalhos de vistoria para erradicar os focos da região. Contudo, mesmo com as ações preventivas realizadas e campanhas de orientações a situação está fora de controle, conforme explicou o fiscal da Vigilância Sanitária, Mário Arthur Favretto. “Campos Novos está em estado de infestação, o que significa que o mosquito está se reproduzindo dentro do município, e não é mais aquela situação esporádica, em que as larvas apareciam nas armadilhas instaladas em pontos estratégicos. O bairro Boa Vista é a situação mais preocupante e nas últimas semanas a situação ficou mais crítica porque os focos estão chegando para a região central do município, ultrapassando os limites da BR282. Também foi registrado um foco no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, em uma das armadilhas, instaladas em empresas e residências colaboradoras e outro foco foi registrado no Bairro Nossa Senhora Aparecida”, explicou o fiscal da Vigilância Sanitária, Mário Arthur Favretto. De acordo com informações repassadas pela prefeitura, diversas medidas estão sendo adotadas para combater focos do mosquito Aedes aegypti. A maior preocupação da

equipe é que o mosquito se espalhe na cidade. Mesmo não havendo casos de transmissão de doenças, o pedido é que a comunidade se envolva nos cuidados básicos para que o mosquito não se multiplique. “A gente precisa que a população tome consciência da importância desse assunto, é uma doença que conseguimos prevenir se tivermos bons hábitos. Estamos intensificando os trabalhos, contamos com a parceria Secretaria de Obras para o recolhimento de materiais que podem acumular água identificados pelas agentes de endemias”, explicou a secretária de saúde, Mayara Serena Conforme a secretária, o município ampliou a equipe de agentes de endemias para o combate dos focos de Campos Novos e também conta com a importante ajuda das agentes comunitárias de saúde para orientar os moradores. Observando bons exemplos de outro município do Estado, que fizeram um trabalho de identificação de possíveis focos com drone, Mayara comentou que esta prática será adotada também em Campos Novos. “Conseguimos uma importante parceria com a Polícia Militar, por meio do capitão Pedroso que se colocou à disposição para realizar esta ação. Pois muitas vezes em cima das casas podemos encontrar calhas com acúmulo de

Focos do mosquito da dengue reforça a necessidade de atenção da população com água parada água parada ou caixas de água sem tampa e agora vamos identificar essas residências, principalmente nas regiões dos focos”, disse. Outra ação será desenvolvida nas escolas, com trabalho de orientação com crianças, adolescentes e jovens que participarão do programa “Saúde na Escola”. “Na nossa região não tinha focos e quando encontrávamos era esporádico e logo acabava, porém em razão das adaptações do mosquito, que agora não se prolifera

apenas em água limpa e em regiões de calor, ficando mais resistente ao frio, encontramos no município. Por isso, não podemos cruzar os braços e pensar que conosco nunca irá acontecer. Precisamos estar sempre alertas. Se cada um fizer a sua parte, conseguiremos acabar com esses focos”, enfatizou a secretária. As pessoas que tiveram informações de alguns pontos que possam ser focos do mosquito da dengue, podem apresentar denúncia no Agiliza.

MUDANÇA

HORÁRIO DE VERÃO É OFICIALMENTE EXTINTO Nos últimos 87 anos de instituição do horário de verão, por 43 anos o país ficou sem adotar a medida

O Brasil não adotará mais o horário de verão a partir deste ano. O presidente Jair Bolsonaro assinou na quinta-feira (25) decreto que extingue a medida, em cerimônia no Palácio do Planalto. A decisão foi baseada em recomendação do Ministério de Minas e Energia (MME)

que apontou pouca efetividade na economia energética, e estudos da área da saúde, sobre o quanto o horário de verão afeta o relógio biológico das pessoas. A medida já havia sido anunciada pelo presidente no dia 5 de abril. “As conclusões foram coincidentes. O horário de pico hoje é às 15 horas e [o horário de verão] não economizava mais energia. Na saúde, mesmo sendo só uma hora, mexia com o relógio biológico das pessoas”, disse, ressaltando que não deve haver queda na produtividade

dos trabalhadores nesse período. De acordo com o secretário de Energia Elétrica do MME, Ricardo Cyrino, a economia de energia com o horário de verão diminuiu nos últimos anos e, neste ano, estaria perto da neutralidade. “Na ótica do setor elétrico, deixamos de ter o benefício”, disse. Cyrino afirmou que o horário de verão foi criado com o objetivo de aliviar o pico de consumo, que era em torno das 18 horas, e trazer economia de energia na medida em que a iluminação solar era aproveitada por mais tempo. “Com a evolução da

tecnologia, iluminação mais eficiente, entrada de ar-condicionado – que deslocou o pico de consumo para as 15 horas – e também a substituição de chuveiros elétricos [por aquecimento solar, por exemplo], que coincidia com a iluminação pública às 18 horas, deixamos de ter a economia de energia que havia no passado e o benefício do alívio no horário de ponta, às 18 horas”, explicou. O horário de verão foi criado em 1931 e aplicado no país em anos irregulares até 1968, quando foi revogado. A partir de 1985, foi

novamente instituído e vinha sendo aplicado todos os anos, sem interrupção. Normalmente, o horário de verão começava entre os meses de outubro e novembro e ia até fevereiro do ano subsequente, quando os relógios deveriam ser adiantados em uma hora em parte do território nacional. O secretário afirmou ainda que nos últimos 87 anos de instituição do horário de verão, por 43 anos o país ficou sem adotar a medida e que ela pode ser instituída novamente no futuro, após novas avaliações.


Caderno i

Sexta-feira, 3 de maio de 2019

HORÓSCOPO

CULTURA

SEMANA DOS MUSEUS CELEBRA 100 ANOS DO EDIFÍCIO DA CASA DA CULTURA

Áries

21/03 a 20/04

Não é tudo como você pretendia, mas ao mesmo tempo se abriram perspectivas com as quais você não contava. Toque a bola para frente e faça os ajustes necessários sobre a marcha. É hora de adaptar-se aos acontecimentos.

Touro

21/04 a 20/05

Conhecer a realidade na sua mais íntima crueza não é um exercício para almas fracas, é preciso ter presença de espírito para aceitar o que não se pode mudar de maneira alguma, pelo menos de forma imediata. Alma forte.

Programação contará com visitas guiadas, palestras, exposições e contação de histórias

A Fundação Cultural Camponovense participará novamente da Semana Nacional dos Museus, promovida nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), envolvendo os museus de todo o Brasil já que no dia 18 de maio, é o Dia Internacional de Museus. A edição desse ano conta com uma comemoração especial – os 100 anos do prédio do Museu Histórico e Arqueológico Sebastião Paz de Almeida, conhecido popularmente como Casa da Cultura, por congregar as atividades culturais de Campos Novos. A programação ocorre de 13 a 17 de maio, com o tema “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”. Toda a programação será gratuita (confira programação abaixo). O prédio centenário começou a ser construído em 7 de abril de 1914, 33 anos após a emancipação do município de Campos Novos para ser a sede da prefeitura, sendo inaugurado em 1919. O projeto foi assinado pelo arquiteto e escultor italiano Agostinho Malinverni (que residia em Lages) e executado pelo construtor Ricardo Veronesi. Após 1971, o prédio abrigou o Fórum de Justiça, a Câmara Municipal e a Biblioteca Pública. Devido ao valor histórico e estilo arquitetônico, a edificação foi tombada como monumento histórico em 1983, a fim de preservação de suas características, pois é um instrumento de memória coletiva e uma referência na trajetória histórico-cultural do povo camponovense. O museu de Campos Novos expõe para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos

PROGRAMAÇÃO

e coleções de valor histórico/cultural para a sociedade de Campos Novos, todos doados por camponovenses ou pessoas ligadas ao município. Entre os objetos mais antigos destaque para uma moeda de 200 réis de 1870 e porta moedas de 1897. O museu também possui um acervo arqueológico, com diversos achados de cerâmica e artefatos líticos que pertenciam as tribos dos índios kaingang e xokleng que povoavam a região de Campos Novos em outros séculos. Os artefatos são achados de salvamento arqueológico quando das escavações para a construção da Usina Campos Novos e preservados graças ao trabalho de arqueólogos. O museu fica aberto de segunda-feira à sexta, das 9h ao meio dia e das 14h às 17h. Para as comemorações do centenário, o prédio receberá pintura e outras melhorias na parte externa, conforme informou Marli Becker, superintende da Fundação Cultural. A reforma iniciou na semana passada, com a troca de vidros das janelas. “Estaremos recebendo nossos convidados e visitantes na estrutura do museu, que já está passando por reforma estética e ficará adequado para comemorarmos esses 100 anos. A cada semestre fazemos manutenção na rede elétrica por uma questão de segurança, tendo em vista a quantidade de prédios históricos sendo acometidos pelo fogo nos últimos tempos. Encaminhamos convites para autoridades, ex-prefeitos, historiadores, professores e a todos que tem envolvimento com a história e que valorizam as tradições”, destaca.

13/05 9h: Abertura oficial com recepção das autoridades e visitantes para as comemorações de 100 anos de história do edifício do museu, com corte do bolo; 9h às 12h e das 14h às 17h Exposição de peças históricas e arqueológicas coletadas em Campos Novos e região; 9h às 10h e das 14h às 15h – Palestra “Nossas raízes e o futuro das tradições”, após, visitação guiada para todos os públicos; 15/05 9h às 12h e das 14h às 17h Exposição de indumentárias gaúchas e utensílios domésticos e campeiros utilizados pelos antepassados 16/05 9h às 10h e das 14h às 15h Contações de histórias sobre a história e tradições do povo camponovense por historiadores locais 17/05 9h às 12h e das 14h às 17h Sarau de músicas tradicionalistas e declamação de poesias por músicos locais, alunos e professores da Fundação Cultural

Gêmeos

21/05 a 20/06

As propostas são arriscadas, mas não tanto quanto seu temor antigo faz parecer. Procure não importar os temores de outros tempos para a situação atual, porque as coisas são bem diferentes, é outro cenário.

Câncer

21/06 a 20/07

Ainda que você corra o risco de melindrar certas pessoas, mesmo assim valerá a pena colocar em marcha suas pretensões. Na prática, não se pode agradar todo mundo, sempre aparecerá alguém que não gosta do que você faz.

Leão

21/07 a 22/08

Seria mais fácil se houvesse colaboração, mas essa não está disponível, não porque as pessoas não a ofereçam, mas porque anda acontecendo tanta coisa com elas que não se pode contar com essa ajuda. Faça por si.

Virgem

23/08 a 22/09

Se as primeiras tentativas não forem bem-sucedidas, procure insistir, porque os erros hão de servir de treinamento e de clareza a respeito dos ajustes que precisam ser feitos. Está tudo em marcha, confie.

Libra

23/09 a 22/10

A dificuldade de colocar em marcha seus planos é proporcional à sua vontade de que tudo seja fácil e aberto. Por isso, valerá a pena continuar tentando e manter a presença de espírito diante das contrariedades.

Escorpião 23/10 a 21/11

Para que os benefícios disponíveis nesta parte do caminho sejam percebidos, é necessário conversar com clareza e sinceridade sobre tudo que está acontecendo. Tome a iniciativa para que essas conversas aconteçam.

Sagitário 22/11 a 21/12

FILME EM CARTAZ

SUGESTÃO DE LEITURA

VINGADORES ULTIMATO

O HOMEM DE GIZ

Ainda não assistiu Vingadores – Ultimato, o filme que quebrou todos os recordes de bilheteria na estreia? Ainda está em cartaz no Cine Lúmine Campos Novos. Ingressos antecipados na bilheteria do cinema, com sessões dubladas e legendadas. Garanta o seu! Vingadores se tornou a 18ª maior bilheteria de todos os tempos, e a sexta maior bilheteria acumulada do Universo Cinematográfico Marvel. Corre para o Cine Lúmine Campos Novos.

Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King. Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas. O livro faz o leitor duvidar de todos os personagens, perder o fôlego nas várias reviravoltas e passar a noite acordado com os trechos macabros.

Sua alma não nasceu sagitariana para pisar sempre em terreno seguro, sua alma prefere assumir riscos e se lançar à vida com espírito de aventura. Por isso, a paciência com as formalidades acaba sendo muito curta.

Capricórnio 22/12 a 20/01

Mais vale tomar atitudes atrapalhadas do que deixar passar a oportunidade em branco. Procure não se importar demais com as trapalhadas que você cometer, porque mesmo assim essas representarão avanço.

Aquário

21/01 a 19/02

Há assuntos que podem ser discutidos abertamente, mas há outros que você ainda precisa manter em sigilo, porque não seriam compreendidos pelas pessoas. Guarde sua intimidade para si, não é hora de abrir todo o jogo.

Peixes

20/02 a 20/03

As boas e as más notícias se misturam e tornam o entendimento bastante difícil. Porém, a complexidade do panorama anuncia, pelo menos, de que algo está mudando e de forma definitiva. Tudo adquire dinamismo. Isso é bom.


Sexta-feira, 3 de maio de 2019

COMEMORAÇÃO

EXPO ABDON O prefeito de Abdon Batista, Lucimar Salmória está muito feliz com o resultado da 2ª Expo Abdon, onde se comemorou também, os 30 Anos do município. As festividades iniciaram na sexta-feira (26) com diversas atrações como o Rodeio Contry da equipe César Paraná e se estenderam até no domingo, dia 28, com o show de encerramento com a dupla Fernando e Sorocaba (na foto com o prefeito Luimar). Entre as atrações teve ainda, os shows nacionais com Paula e Pamela e Leo Santoro, Rick e Renner e a dupla Cris e Mel. Parabéns Abdon Batista!

Parabéns para a Raíssa Walter que completou 14 anos nesta semana, dia 30 de abril. A data foi especial, com muitas comemorações e surpresas preparadas com muito carinho pelos pais Chaiana de Oliveira e Gordo Walter. Feliz Aniversário Raíssa que seus dias sejam sempre especiais, assim como você é para todos ao seu redor. Além da foto do almoço surpresa, não poderia faltar aquela do super show na Arena Farm, onde Raíssa e suas amigas Eduarda e Bruna conheceram pessoalmente a turma do Atitude 67. Com um repertório animado e divertido o grupo de pagode que misturam sons diferentes, conquistou o coração da meninada. Elas amaram o showzaço!

PARABÉNS Para o tradicionalista e professor de danças gaúchas, Giovani Primieri, que na última quarta-feira, dia 1° de maio, completou mais um aniversário. Que seus 33 anos sejam de dias repletos de conquistas e alegrias. Parabéns Giovani!

+beleza SHORT BOB

ANIMAL PRINT

Hoje trazemos mais uma daquelas dicas de arrasar! O corte de cabelo Short bob, curto, é um dos queridinhos da mulherada e chega para tomar o lugar do long bob, que faz muito sucesso. Muitas celebridades aderiram à moda. O corte na altura dos ombros vai dar mais espaço à sua versão mais curtinha em 2019. Esse estilo de cabelo na altura do queixo é muito charmoso e fica lindo em todas as mulheres. Lembrando que o corte sofre alteração de acordo com o formato do rosto.

Animal print é a moda retro que com tudo nesta estação. As estampas de bichos não estão presentes apenas nas fantasias de carnaval. As feras estão a solta para atualizar os looks da vez! E claro, que você encontra peças especiais na Moça Biju. Mulherada com atitude e sensualidade, corre escolher a peça que mais combina com você!

Tudo na loja R$ 10,00 a peça. Rua São João Batista, 131, sala 2, centro. Telefone: 49.99815-0823 Rua Dom Daniel Hostin, Nº 477, centro. Telefone: 35410033 | Whats: 49. 99995-2775

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Sexta-feira, 3 de maio de 2019

MEIO AMBIENTE

NOVOS DADOS APONTAM PRESENÇA DE AGROTÓXICOS NA ÁGUA, PORÉM, DENTRO DOS LIMITES

Pesquisa divulgada na semana passada, revela que dos 27 agrotóxicos analisados pelo Ministério da Saúde, todos estão abaixo dos limites brasileiros e europeus na água do SAMAE

Novas pesquisas divulgadas na semana passada, alardearam a população camponovense quanto a presença de agrotóxicos na água distribuída pelo sistema público. Os dados divulgados no site “Por Trás do Alimento”, reúnem análises de água dos municípios entre 2014 a 2017 enviados pelas próprias autarquias municipais e serviços públicos de abastecimento ao Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde. A lei brasileira determina que os fornecedores de água no Brasil são responsáveis por realizar os testes a cada seis meses e apresentar os resultados ao governo federal. Após a divulgação da investigação, realizada em conjunto pela Repórter Brasil, Public Eye e Agência Pública com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação em abril de 2018, o Sisagua passou a divulgar as informações no portal Dados Abertos do governo federal, onde o cidadão comum pode acessar os resultados. Pela pesquisa é possível visualizar a quantidade de substâncias detectadas em cada cidade e as concentrações detectadas no mesmo período com os parâmetros de segurança estabelecidos pela regulação do Brasil e da União Europeia. O Sisagua reúne os resultados de testes que medem a presença de apenas 27 agrotóxicos na água que abastece as cidades, sendo que existem 504 substâncias liberadas no mercado brasileiro. A mistura de diferentes agrotóxicos foi encontrada na água de uma em cada quatro cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Do total desses 27 pesticidas, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente. A falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017.

Quanto a Campos Novos, nesses quatro anos, foram detectados todos os 27 agrotóxicos pesquisados pelo governo brasileiro na água que abastece o município, na totalidade dos exames entre 2014 e 2017. No entanto, todas as substâncias estavam abaixo dos limites brasileiros e europeus (bem menores que os brasileiros). Diferente são os municípios vizinhos de Curitibanos e Fraiburgo, onde duas substâncias foram detectadas em concentração acima do limite considerado seguro no Brasil e 21 agrotóxicos detectados acima do limite considerado seguro na União Europeia. Nesse estudo, Santa Catarina é o terceiro estado com maior contaminação, atrás de São Paulo e Paraná. Diante da divulgação, a Diretoria de Vigilância Sanitária de SC (DIVE), emitiu uma nota técnica em que esclareceu como são realizados os testes, destacando equívocos nos dados, no entanto sem clareza para entendimento da população. Conforme o órgão, todos os laudos que constam digitados no banco de dados do Sisagua, não foram detectados agrotóxicos em Santa Catarina até o momento, acima dos Valores Máximos Permitidos (VMP) pela legislação. A Vigilância Sanitária estadual também solicitou aos prestadores de serviço de abastecimento de água os laudos originais das análises de agrotóxicos pertencentes ao controle semestral, para conferência das amostras que supostamente no estudo publicado apresentaram valores discrepantes da realidade, podendo ter sido causado por um erro na transcrição do dado do laudo para o Sisagua. Conforme a DIVS, os laboratórios subcontratados pelos prestadores de serviço, expressam seus resultados analíticos com o valor do Limite de Quantificação (LQ), ou seja, expressam o resultado considerando o menor resultado que pode ser quantificado com precisão e exatidão. Levando em consideração valores de LQ em média de até 100 vezes menor que o Valor Máximo Permitido (VMP) na legislação vigente, os resultados expressos nos relatórios como menores que o Limite de Quantificação podem indicar ou não a presença da substância de interesse, uma vez que o resultado bruto pode estar abaixo do Limite de Detecção, ou entre o Limite de Detecção e o Limite de Quantificação, indicando assim que o mesmo não pode ser quantificado com precisão e exatidão em um valor maior que a incerteza associada a ele. No entanto essa expressão de resultado diverge do método de avaliação padronizado pelo Sisagua, que considera que abaixo do LQ indica presença de agrotóxico na água, embora não tenha sido quantificado. Para a entidade, essa divergência de interpretação gerou um diagnóstico equivocado da real situação de agrotóxicos na água para consumo humano.

O PERIGO É QUE A COMBINAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS PRESENTES NA ÁGUA MULTIPLIQUE OU ATÉ MESMO GERE NOVOS EFEITOS.

O PERIGO DA NORMALIDADE Apesar da aparente normalidade, com as ditas “quantidades normais”, essa divulgação visa o debate, em especial sobre os riscos à saúde ao beber um copo de água. O Brasil é campeão mundial na utilização de agrotóxicos, e Campos Novos, que recebe o título de Celeiro Catarinense, também se enquadra como grande utilizador desses defensivos nas lavouras. Mesmo que ínfimas, as substâncias já contam com diversas pesquisas sobre os efeitos crônicos à saúde. É grande o debate sobre a complexidade em se enfrentar o problema, mas é difícil encontrar quem está assumindo a responsabilidade. Conforme a pesquisa, nem filtros são capazes de eliminar os agrotóxicos e nem água mineral está livre, tendo em vista que os mananciais também estão sujeitos a contaminação. “No que está ao alcance do SAMAE, estamos obedecendo a legislação com análises semestrais da água e os laudos mostram que estamos dentro dos padrões. Acho oportuno o debate, tendo em vista que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o que afeta a qualidade da água e dos alimentos em geral. Muitos agrotóxicos que usamos no Brasil são proibidos na Europa, então a pergunta que nós fazemos é que se faz mal lá, porque não faz mal pra nós brasileiros? Nossa água ainda está boa por sermos o Celeiro Catarinense de grãos, mas a responsabilidade é grande para o SAMAE, para os agricultores que tem lavouras próximo ao Restingão, para as autoridades. Ainda estamos tendo controle da situação, mas seria bom que promovêssemos uma campanha para revisão das legislações e restringir alguns agrotóxicos que já são proibidos em outros países”, destaca Alexandre Kunen, diretor do SAMAE de Campos Novos. A mistura entre os diversas químicos foi um dos pontos que mais gerou preocupação. O perigo é que a combinação de substâncias multiplique ou até mesmo gere novos efeitos. Essas reações já foram demonstradas em testes, afirma a química Cassiana Montagner. “Mesmo que um agrotóxico não tenha efeito sobre a saúde humana, ele pode ter quando mistura com outra substância”, explica Montagner, que pesquisa a contaminação da água no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo. “A mistura é uma das nossas principais preocupações com os agrotóxicos na água”. As políticas públicas não monitoram a interação entre as substâncias porque os estudos que embasam essas políticas não apontam os riscos desse fenômeno. “Os agentes químicos são avaliados isoladamente, em laboratório, e ignoram os efeitos das misturas que ocorrem na vida real”, diz a médica e toxicologista Virginia Dapper. Questionado sobre quais medidas estão sendo tomadas, o Ministério da Saúde apenas reforçou que “a exposição aos agrotóxicos é considerada grave problema de saúde pública” e listando efeitos nocivos que podem gerar “puberdade precoce, aleitamento alterado, diminuição da fertilidade feminina e na qualidade do sêmen; além de alergias, distúrbios gastrintestinais, res-

piratórios, endócrinos, neurológicos e neoplasias”. No entanto, ações de controle e prevenção só podem ser tomadas quando o resultado do teste ultrapassa o máximo permitido em lei. E aí está o problema: o Brasil não tem um limite fixado para regular a mistura de substâncias. A regra na União Europeia, que busca restringir a mistura de substâncias diz que o máximo permitido é de 0,5 microgramas em cada litro de água – somando todos os agrotóxicos encontrados. No Brasil, há apenas limites individuais. Assim, somando todos os limites permitidos para cada um dos agrotóxicos monitorados, a mistura de substâncias na água do Brasil pode chegar a 1.353 microgramas por litro sem soar nenhum alarme. O valor equivale a 2.706 vezes o limite europeu. Mesmo quando se olha a contaminação de cada agrotóxico isoladamente, o quadro preocupa. Dos 27 agrotóxicos monitorados, 20 são listados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network, grupo que reúne centenas de organizações não governamentais que trabalham para monitorar os efeitos dos agrotóxicos. Mas, aos olhos da lei brasileira, o problema é pequeno. Apenas 0,3% de todos os casos detectados de 2014 a 2017 ultrapassaram o nível considerado seguro para cada substância. Mesmo considerando os casos em que se monitora dez agrotóxicos proibidos no Brasil, são poucas as situações em que a presença deles na água soa o alarme. E esse é o segundo alerta feito por parte dos pesquisadores: os limites individuais seriam permissivos. “Essa legislação está há mais de 10 anos sem revisão, é muito atraso do ponto de vista científico” afirma a química Montagner. “É como usar uma TV antiga, pequena e preto e branco, quando você pode ter acesso a uma HD de alta definição”. Ela se refere a pesquisas mais recentes sobre os riscos do consumo frequente e em quantidades menores, um tipo de contaminação que não gera reações imediatas. “Talvez certo agrotóxico na água não leve 15% da cidade para o hospital no mesmo dia. Mas o consumo contínuo gera efeitos crônicos ainda mais graves, como câncer, problemas na tireoide, hormonal ou neurológico”, alerta Montagner. “Já temos evidências científicas, mas a água contaminada continua sendo considerada como potável porque não se olha as quantidades menores”, afirma.


Sexta-feira, 3 de maio de 2019

Em resposta a essa crítica, um grupo de trabalho foi criado pelo Ministério da Saúde para rever os limites da contaminação. “Estamos fazendo um trabalho criterioso”, afirma Ellen Pritsch, engenheira química e representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental no grupo. Segundo ela, pesquisas internacionais e regulações de outros países estão sendo levados em conta. Criado em 2014, a previsão é que os trabalhos sejam concluídos em setembro desse ano. O controle da água feito pelo Brasil também está distante dos parâmetros da União Europeia. Com o objetivo de eliminar a contaminação, o continente fixou a concentração máxima na água em 0,1 micrograma por litro – valor que era o mínimo detectável quando a regulação foi criada. Alguns dos agrotóxicos mais perigosos no Brasil ultrapassaram os limites europeus em mais de 20% dos testes. Entre eles, o glifosato e o mancozebe, ambos associados a doenças crônicas, e o aldicarbe, proibido no Brasil e classificado pela Anvisa como “o agrotóxico mais tóxico registrado no país, entre todos os ingredientes ativos utilizados na agricultura”. O glifosato é o caso mais revelador sobre as peculiaridades do Brasil na regulação sobre agrotóxicos. Classificado como “provável carcinogênico” pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde, o pesticida está sendo discutido em todo o mundo. Há milhares de pacientes com câncer processando os fabricantes nos Estados Unidos – e vencendo nos tribunais – além de protestos e petições pedindo a sua proibição na Europa. Não há consenso, entre as agências reguladoras, sobre sua classificação. No Brasil, que oficialmente colocou a substância em revisão desde 2008, o Ministério da Agricultura liberou novos registros para a venda de glifosato no início deste ano. O pesticida passou a ser vendido em novas formas, quantidades e por número maior de fabricantes.

Nos testes com a água do país, a controversa substância foi a que mais ultrapassou a margem de segurança segundo o critério da União Europeia: 23% dos casos acima do limite. Pela lei brasileira, o glifosato foi um dos que menos soou o alarme: apenas 0,02% dos testes ultrapassaram o nosso limite. “Isso é um escândalo de saúde pública. Nós colocamos o limite alto, lá na estratosfera, e aí comemoramos que temos uma água segura”, questiona a pesquisadora Larissa Bombardi, professora de geografia na Universidade de São Paulo. Como o glifosato é o agrotóxico mais vendido no país, e também o que tem o limite mais generoso para presença na água, Bombardi lança suspeitas sobre os critérios usados. “No caso do glifosato é realmente difícil encontrar justificativa científica, parece ser mais uma decisão política e econômica”. O pesticida foi o mais consumido em 2017 no Brasil com 173 mil toneladas vendidas, segundo o Ibama. O volume corresponde a 22% das estimativas de vendas para esse químico em todo o mundo no mesmo ano – o que faz do Brasil um importante mercado para as fabricantes. Antes de aprovar os registros dos agrotóxicos, as empresas fabricantes entregam estudos com testes feitos com animais em laboratórios. O Sindiveg, sindicato da indústria de fabricantes de pesticidas, defende que esses estudos são o suficiente para avaliar os riscos das substâncias. “São estudos de bioconcentração em peixes e micro-organismo, algas e organismos do solo, abelhas, microcrustáceos, peixes e aves”, afirma em nota. A principal reivindicação dos grupos que fazem campanha pelo controle dos agrotóxicos é por mais restrição e até pela proibição de alguns dos pesticidas hoje aprovados no país, como a atrazina, o acefato e o paraquate, que são campeões de venda no Brasil, mas proibidos na União Europeia.

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EXEMPLO CATARINENSE Em março, em pesquisa divulgada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) não foi detectado agrotóxicos na água de Campos Novos. O órgão detectou a presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 22 municípios entre 90 que fizeram parte de amostragem. Ao todo foram pesquisados 204 ingredientes ativos de agrotóxicos. Dos 17 princípios ativos encontrados na água catarinense, sete são proibidos na União Européia devido aos efeitos negativos que podem provocar na saúde humana atrazina, simazina, bromopropilato, metalacloro, permetrina, propargite, propiconazol. As amostras foram coletadas entre março e novembro de 2018, período de safras e cultivos. Mas esse é só o início de um trabalho que começa a chamar a atenção do Ministério Público catarinense, que já montou um grupo de trabalho no mês passado envolvendo 15 órgãos estaduais para desenvolver ações conjuntas a fim de reduzir os índices de agrotóxicos na água consumida. Os primeiros encaminhamentos serão a divulgação de dados a população e cruzamento de informações disponíveis. O MP também discute a ampliação do monitoramento, assim como a necessidade de revisão dos parâmetros mínimos relativos aos agrotóxicos e normatização local, que atualmente só são definidos pelo Ministério da Saúde. Além disso, ressaltou-se que no próximo mês haverá uma reunião com o Ministério da Saúde nacional para revisão da portaria que estabelece os limites. A coordenadora técnica do estudo, Sônia Hess, doutora em engenharia química destacou a importância de continuidade do monitoramento. “Em cada local, foi realizada apenas uma campanha de coleta, ou seja, em uma única data e horário. Além disso, a sensibilidade para análise do glifosato e de seu derivado ampa, não foi boa. Caso fosse monitorado o ano inteiro, certamente haveria presença de mais agrotóxicos e em mais municípios, provavelmente até em todos. O MP irá prosseguir com os estudos e novas coletas, em diferentes épocas do ano, serão realizadas”, comentou a especialista.


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SAÚDE

DIA D DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE SERÁ NESTE SÁBADO Em Campos Novos, são três salas de vacinas públicas que estarão abertas durante todo o dia, das 8h às 17h

As salas de vacinação das unidades de Saúde de Campos Novos estarão abertas no próximo sábado (4), durante o dia, para vacinar os grupos prioritários contra a gripe. A Campanha de Vacinação começou no dia 10 de abril, mas até o momento apenas 17,83% do público-alvo se imunizaram contra a doença em todo o estado de Santa Catarina. O prazo final para tomar a dose é dia 31 de maio. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) é de vacinar, ao menos, 90% da população total dos grupos prioritários que, em Santa Catarina, é de mais de dois milhões de pessoas (2.000.034). Além do horário especial deste sábado, das 8h às 17h, a sala de vacinação da Unidade Básica de Saúde (PAM), funciona diariamente de segunda à sexta, das 7h às 19h, com distribuição de senhas até às 18h, devido ao fluxo maior de procura no local. Já as salas de vacina do posto de saúde do bairro

Senhor Bom Jesus, o atendimento será das 7h30 às 16h30, fechando ao meio dia. No posto do Bairro Aparecida, a vacinação ocorre das 7h às 16h30, sem fechar ao meio dia. Nos postos dos bairros, não existem filas devido a uma demanda menor de procura. É indispensável a apresentação do cartão do SUS e um documento de identidade. Este ano, crianças com idade até 6 anos incompletos (5 anos, 11 meses e 29 dias) também serão vacinadas, conforme orientação do Ministério da Saúde. Em 2018, a vacina foi oferecida somente para crianças com até 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias). Profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das forças armadas) também têm direito à vacina contra a gripe a partir deste ano. A decisão foi tomada pelo MS tendo em vista que eles são expostos em atividades de risco, em locais de aglomerações, um dos principais fatores de propagação do vírus da gripe. Outras categorias do público prioritário são gestantes e puérperas, idosos, trabalhadores de saúde, indígenas, professores, população privada de liberdade e funcionários do sistema

GRIPE EM SC Segundo dados divulgados pela Dive, em 2019, até o dia 24 de abril, foram confirmados 13 casos de influenza, sendo 9 (69,2%) pelo vírus A (H1N1); 3 (23,1%) pelo vírus A (H3N2) e 1 (7,7%) está aguardando subtipagem. Uma morte foi notificada no dia 5 de março de 2019 pelo vírus Influenza A (H1N1). O paciente morava em Tubarão, tinha 52 anos, era portador de diabetes mellitus e fez uso de Oseltamivir (Tamiflu) no mesmo dia do início dos sintomas. Em todo o ano de 2018, foram 461 casos de influenza no Estado, 59 pessoas morreram. A maior proporção de óbitos foi entre pacientes com mais de 60 anos (49,2%).

ATUALIZAÇÃO VACINAL Em paralelo a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, a população também poderá atualizar a Caderneta de Vacinação com as vacinas faltantes. No caso das gestantes e puérperas também será intensificada a vacinação da dTpa (difteria, tétano e coqueluche). Segundo o Ministério da Saúde, a ação conjunta tem como objetivo aumentar as coberturas da vacina dTpa em gestantes que, atualmente, não alcançam 50% no país. Em Santa Catarina, a cobertura é de 66,57%, acima da média nacional, mas ainda assim é preocupante. Também será ofertada a vacina dT (dupla adulto) que protege contra a difteria e o tétano. Segundo a gerente de imunização da Dive, Lia Quaresma Coimbra, o tétano acidental permanece como importante problema de saúde pública em nosso Estado. Em 2018, foram confirmados 14 casos com registro de 3 óbitos.

carcerário e portadores doenças crônicas e condições especiais. A vacinação também será disponibilizada para pessoas que tem indicação de risco clínico, somente com apresentação de atestado médico indicando a necessidade da vacina. Conforme a secretária Mayara Serena, a indicação médica é necessária para evitar riscos de interações medicamentosa e causar outros problemas de saúde. São consideradas pessoas com risco clínico, os transplantados, pacientes com doenças respiratórias, renais, hepáticas, neurológicas, obesos e diabéticos. A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do contato com outras pessoas doentes. A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em casos extremos, pode levar à morte. A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns em circulação sem ficar doente.

PREVENÇÃO Além da vacina, é recomendado adotar algumas medidas de prevenção para evitar a gripe: higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; a higienização também é importante depois de usar o banheiro; antes das refeições; antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimão, bancos, maçanetas), além de manter hábitos de alimentação saudáveis, com ingestão de líquidos e realização de atividades físicas. Pessoas com influenza devem evitar contato com outras pessoas. Em caso de suspeita, o paciente deve procurar atendimento médico o mais rápido possível. O tratamento precoce com Oseltamivir (Tamiflu) reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da influenza e está disponível em todas as unidades de saúde e hospitais de Santa Catarina.

ESPAÇO DA POESIA

GAÚCHO E CATARINENSE VALDENI CORDEIRO Meu avô era gaúcho, Das serras de São Francisco, Ganhou a vida tropeando, Dias de sol ou chuvisco, Quando deixou a querência, Pra conhecer outros povos, Caiu no laço do amor, Nos pagos de Campos Novos. Uma estancieira morena, De muita fibra e beleza, Jogou um tiro certeiro, Com precisão e destreza, Pealou o jovem tropeiro, E segurou com firmeza, No sovéu do coração, Cheio de amor e pureza. Sou gaúcho e catarinense, Sou xucro do Contestado, Tenho sangue dos Farrapos, Que lutaram no passado, Por ideias libertários, Contra o poder opressor, Unindo os dois Estados, Num grito libertador. Bento Gonçalves, gaúcho, Daqueles do tempo antigo, Se junto com Garibaldi, E outros tantos amigos, Proclamaram no Rio Grande A Republica do Piratini, E a Republica Juliana, Foi proclamada aqui. Gaúcho não é somente Quem nasce no Rio Grande, É um estado de espirito Que se espalha, que se expande. Eu espero estar vivo, Nem que seja no final, Pra ver o dia do gaúcho Ser feriado nacional. Quem nasce aqui no Sul, Já traz na sua consciência, O amor a liberdade E o amor pela querência. Vamos continuar peleando, Com bravura e com tenência, Nestes meus versos rimados, Deixo um abraço apertado, Aos gaúchos e gaúchas, De todas as querências. APOIADORES CULTURAIS: • Osmar Flores - Empresa Vita Metais, Curitiba, PR • Valdeni Cordeiro dos Santos - Fone (49) 98828-9970


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PESQUISA

AGROTÓXICOS ENCURTAM VIDA E MUDAM COMPORTAMENTO DAS ABELHAS Os efeitos de agrotóxicos podem ser um dos fatores que contribuem para a extinção em massa de abelhas, segundo os pesquisadores

Nova pesquisa sobre efeito dos agrotóxicos em abelhas mostrou que um tipo de inseticida, mesmo quando usado em doses não letais, encurtou o tempo de vida dos insetos em até 50%. Os pesquisadores observaram ainda que uma substância fungicida considerada inofensiva para abelhas mudou o comportamento das operárias, deixando-as letárgicas, o que pode comprometer o funcionamento de toda a colônia. O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), investiga o fato, já conhecido, de que diversas espécies de abelhas estão desaparecendo no mundo todo. No Brasil, o fenômeno tem sido observado pelo menos desde 2005 e está diretamente ligado ao uso de agrotóxicos, diz o professor Osmar Malaspina, pesquisador do Centro de Estudos de Insetos Sociais do Instituto de Biociências da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Segundo Malaspina, que participou da pesquisa, na maior parte dos casos, as colmeias desaparecem de 24 a 48 horas, o que é um indicativo de contaminação por inseticida. “Não existe nenhuma doença capaz de matar uma colmeia inteira em 24 horas. Só inseticidas podem provocar isso”, afirmou. “Fizemos um levantamento no estado de São Paulo nos últimos três anos, mandamos fazer análises dos produtos e das abelhas mortas para ver se tinha resíduo desses produtos e comprovamos que, nesses casos de mortalidade em massa, a grande maioria foi provocada por inseticidas”, informou o professor. Os ingredientes ativos investigados na nova pesquisa foram a clotianidina, inseticida usado para controle de pragas nas culturas de algodão, feijão, milho e soja, e o fungicida piraclostrobina, aplicado nas folhas da maioria das culturas de grãos, frutas, legumes e vegetais. Os testes de toxicidade de agrotóxicos foram realizados em concentrações realistas, como as

Os efeitos do fungicida pode ser, segundo os pesquisadores, um dos fatores que contribuem para a extinção em massa de abelhas encontradas residualmente no pólen das flores. Os pesquisadores disseram que os agrotóxicos em grandes concentrações dizimariam colmeias quase imediatamente, mas ressaltaram que o objetivo do estudo é descobrir a ação residual dos agrotóxicos sobre as abelhas, mesmo em concentrações muito baixas e teoricamente não letais.

RESULTADOS No caso das larvas de abelhas alimentadas com dieta contaminada pelo inseticida clotianidina em baixíssima concentração, os insetos apresentaram tempo de vida drasticamente menor, de até 50%. Já entre as larvas alimentadas com a dieta contaminada pelo fungicida piraclostrobina, quando adultas, as operárias sofreram mudança em seu comportamento, tornando-se mais lentas. “Se você colocou uma dose baixa desse fungicida e ele teoricamente é inofensivo, a abelha vai ingerir aquela dose, mas não vai morrer, como morreria se fosse o inseticida. Mas isso não significa que não esteja prejudicando a colônia, isso já é suficiente para mudar o comportamento dela”, disse o pesquisador.

As operárias jovens fazem inspeções diárias na colmeia, o que faz com que percorram certa distância e se movimentem bastante dentro da colônia. Nos testes, verificou-se que, no caso das abelhas contaminadas tanto pelo fungicida sozinho ou associado ao inseticida, a distância percorrida e a velocidade foram muito menores. “Então a abelha, por exemplo, se perde no campo, não acha mais o caminho da colônia, e a velocidade que ela voa e a distância são muito menores. Ela não vai coletar alimento direito, vai se perder e, após um período, a colônia acaba sofrendo um colapso e morrendo. Eles [fungicidas] foram feitos para matar fungos, mas acabam matando as abelhas também”, lamentou Malaspina.

IMPACTOS ECONÔMICOS No Rio Grande do Sul, entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, foi registrada a perda de cerca de 5 mil colmeias, o que equivale a 400 milhões de abelhas. Há um impacto econômico previsto, porque, além de afetar a produção de mel, grande parte da agricultura depende do trabalho de polinização realizado pelas abelhas. A dificuldade na polinização de diversas culturas

traz perdas não só para a produção de alimentos e commodities, mas para a biodiversidade. O professor ressalta que algumas culturas que são afetadas de forma drástica pela falta de polinização das abelhas. “Tem culturas que são extremamente dependentes das abelhas, como o melão e a maçã. Se você não tem abelha, não tem melão, nem maçã. Outras culturas, como a laranja, são parcialmente dependentes. Se tiver abelha, aumenta a produção de laranja em até 40%, são valores extraordinários.” “Na cultura de soja, você aumenta até 10% [a produção]. Imagina o tamanho desse país, a quantidade de soja que é produzida no Brasil. Você aumenta a produção em até 10% sem desmatar um hectare de terra, simplesmente com uso dos serviços ambientas prestados pelas abelhas”, estimou Malaspina. Ele destaca que, no Brasil, as monoculturas de soja, milho e cana dependem do uso intensivo de inseticidas. A contaminação das colônias de abelhas ocorre quando, por exemplo, os agricultores não respeitam uma margem de segurança mínima – são recomendados 250 metros – na aplicação de defensivos agrícolas entre as lavouras e as áreas florestais que as margeiam. explica. “Tem gente que aplica produtos químicos até o limite da floresta.”

APICULTURA AMEAÇADA Há dois anos, o apicultor Aldo Machado dos Santos, chegou a perder 500 colmeias, de um total de 3 mil, por uso indevido de inseticidas em uma plantação de soja vizinha. Segundo o produtor, o inseticida que deveria ser usado apenas nas sementes, acabou contaminando as flores no campo e, consequentemente, contaminaram as abelhas. “Na época, eu recebi um laudo que mostrava um prejuízo de R$ 810 por colmeia. Foi uma perda total de mais de R$ 400 mil.” Filho de pequeno produtor de fumo, Aldo foi para a região do Pampa no Rio Grande do Sul para investir na apicultura. “Quando eu vi a quantidade de veneno que tinha no fumo e que estavam desaparecendo as abelhas na região, não encontrava mais um fio de mel puro naquela época, eu comecei a criar abelha”.


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SAÚDE

CÂMARA APROVA POLÍTICA DE PLANTAS MEDICINAIS Projeto de lei do vereador José Adelar Carpes visa estabelecer uma política municipal sobre o tema em Campos Novos

Um projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores visa instituir a nível municipal a Política de Plantas Medicinais Aromáticas, Condimentares e Fitoterápicos. A iniciativa é do vereador José Adelar Carpes (MDB), Crespo, em que visa incentivar esse setor e colocar as plantas medicinais como opção terapêutica, revertendo a lógica baseada na dependência exclusiva de medicamentos. Para isso, a política municipal estará inserida na Política de Assistência Farmacêutica do município e em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e das Políticas e Programas Nacional e Estadual de Plantas Medicinais e de Fitoterápicos. O projeto segue para sanção do Executivo. A construção da política requer a integração de diferentes órgãos do governo municipal e da sociedade, respeitando as especificidades e vocações locais, valorizando as culturas e saberes

tradicionais, estruturando a rede de competências da cadeia produtiva, executando, de forma integrada, as questões ambientais e científico-tecnológicas. São objetivos da lei, resgatar e valorizar, ampliar e qualificar a utilização das plantas medicinais, aromáticas, condimentares e fitoterápicos como elementos estratégicos de saúde; implementar a fitoterapia nos serviços públicos de saúde, garantir acesso e disponibilização com qualidade e segurança à população; estimular e fazer avançar a pesquisa sobre plantas medicinais, aromáticas e condimentares, priorizando as espécies nativas; qualificar a cadeia produtiva, colocando a atividade em patamar sustentável e favorecendo a reconversão produtiva do meio rural e urbano; criar mecanismos e instrumentos de proteção, resgate e valorização da cultura tradicional sobre plantas medicinais, aromáticas e condimentares na saúde humana, animal e vegetal; estimular o investimento e integração da comunidade com a prefeitura e setores públicos e privados atuantes na área de plantas medicinais,

aromáticas, condimentares e de fitoterápicos, entre outros. Conforme a justificativa do vereador, essa política já existe em outros municípios e em nível estadual e visa integrar Campos Novos nesse caminho, o que contribuirá para um modelo de desenvolvimento sustentável, soberano, gerador de renda, de trabalho, de qualidade de vida, de preservação ambiental e do patrimônio genético. “Há, em nosso município, conhecimento acumulado para que ocorra essa integração. Seja o conhecimento tradicional arraigado no cultivo, manejo e uso de plantas, seja o conhecimento acadêmico contido em inúmeras iniciativas e desenvolvimento de tecnologias contidas nas universidades e nos órgãos de governos sediados no Estado, além de uma Indústria químico-farmacêutica concentrada na capital e que atua fortemente nessa área. Adiciona-se, também, o significado dessa Política Municipal na contribuição ao nosso desenvolvimento econômico, social, ambiental e no contexto da saúde da população usuária do Sistema Único de Saúde”.

IMPOSTO

CAMPOS NOVOS DEFINE NOVOS PRAZOS PARA PAGAMENTO DO IPTU Contribuintes terão até o dia 31 de maio para o pagamento da 1ª parcela ou cota única do IPTU

Na semana passada, a administração municipal republicou o Decreto 8.240/2019, referente ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), prorrogando a data de pagamento do exercício de 2019. A primeira parcela e cota única, venceriam no dia 10 de maio, contudo com o novo decreto, os contribuintes terão até o dia 31 de maio para realizar esse pagamento. Conforme explicou o secretário de Administração e Fazenda, Dari Orestes Scarabotto, a medida surgiu após um atraso no cronograma de emissão e entrega dos mais de 12 mil carnês. “Devido ao georreferenciamento, tivemos que fazer reajustes e alterações no sistema, com isso

a emissão, impressão e a entrega dos carnês teve um atraso. Como forma de bonificar o cidadão optamos por estender esse prazo, oferecendo ao contribuinte um tempo maior para o pagamento”, disse. Ele ainda ressaltou que o contribuinte pode emitir a sua guia pela internet, através site do município ou do Agiliza, bastando apenas o número do CPF do titular do imóvel. Além disso o cidadão tem a opção de ir até o Agiliza Campos Novos para realizar esse serviço. O cronograma de descontos diferenciados, para quem pagou em dia e que nos últimos anos quitou o imposto em cota única, permanece o mesmo. Para aquele cidadão que optar pelo pagamento parcelado do IPTU, poderá dividir em seis parcelas com vencimento da 1ª em 31/05/2019 e as demais em 30/06, 31/07, 31/08, 30/09 e 31/10.

AS REGRAS Para o imóvel que teve o pagamento de IPTU em cota única nos últimos 5 anos, o percentual de desconto será de 18%, até 31/05/2019; • Para o imóvel que teve o pagamento de IPTU em cota única nos últimos 4 anos, o percentual de desconto será de 16%, até 31/05/2019; • Para o imóvel que teve o pagamento de IPTU em cota única nos últimos 3 anos, o percentual de desconto será de 14%, até 31/05/2019; • Para o imóvel que teve o pagamento de IPTU em cota única nos últimos 2 anos, o percentual de desconto será de 12%, até 31/05/2019; • Para o imóvel que teve o pagamento de IPTU em cota única no último ano, o percentual de desconto será de 10%, até 31/05/2019; • Para imóveis que foram cadastrados recentemente, ou seja, no exercício de 2018 e não se enquadrem no cenário supracitado, o percentual de desconto será de 10%.

• O Clube Anos Dourados convida para o tradicional Jantar Italiano Dançante, neste sábado, 4 maio, na sede do Clube. Ingressos à venda com os membros do Anos Dourados. • A Comunidade de São Pedro Sarandi convida para a tradicional Festa em Honra Padroeiro São Pedro. Será dia 30 de junho com a seguinte programação: 9h – Futebol; 11h - Santa Missa; 12h - Almoço e às 14h - Matine com Embalo do Som de Herval D’Oeste. Agende –se!


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