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COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR CONCURSO DE ADMISSÃO AO 1O ANO DO CPCAR 2005 PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

O tamanho médio das casas é de 250 metros quadrados, o dobro da área das construídas há cinqüenta anos.

...mas muitos deles não notaram • 54% dos americanos acreditam que os Estados Unidos estão no rumo errado. • 25% experimentam pelo menos um episódio de depressão na vida.

18 de AGOSTO de 2004. Transcreva este dado para o seu cartão de respostas. VERSÃO: A ATENÇÃO! ESTA PROVA CONTÉM 30 QUESTÕES.

• O porcentual de indivíduos que se consideram muito felizes caiu de 36% para 29% em trinta anos. • Os Estados Unidos estão em 11º lugar no ranking internacional de felicidade da Universidade de Michigan, atrás de países complicados como Nigéria e México. (Revista Veja, 14 de abril de 2004. Texto adaptado.)

Leia atentamente o Texto I e o Texto II e, a seguir, responda às questões a eles referentes.

TEXTO II

TEXTO I

Dois e dois: quatro

O PARADOXO DO PROGRESSO

população dos países mais ricos passa por uma crise existencial: a sensação de que no passado se vivia melhor. A história e as estatísticas, no entanto, mostram que a média dos moradores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental nunca teve uma vida tão próspera. As pessoas vivem mais, têm mais acesso à educação e, descontados os desejos mais extravagantes, realizam como nunca os sonhos de consumo. Cinqüenta anos atrás, os objetivos de uma família americana eram a casa própria, o carro na garagem e pelo menos um dos filhos na universidade. Hoje, seu estilo de vida excede essas expectativas, graças a um aumento de 50% na renda da classe média nos últimos 25 anos. O que hoje é comum  uma frota de carros na garagem, assistência médica de primeira e férias no exterior  no início do século XX era privilégio de uns poucos milionários. Há muito mais: algumas doenças letais que nos anos 50 não poupavam nem sequer os muitos ricos, como a poliomielite, foram praticamente erradicadas. Apesar de todos esses avanços, os psicólogos identificam um fenômeno que tem sido chamado de “hipocondria social” ou “paradoxo do progresso”: a sensação crescente de que tudo o que se conquistou com as melhorias sociais é mera ilusão. A idéia de que um bom padrão de vida não é garantia para a realização pessoal é antiga. Há mais de 2000 anos, o filósofo grego Aristóteles já afirmava que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude, e não da posse. Uma pesquisa recente realizada pelo sociólogo holandês Ruut Veenhoven, da Universidade Erasmus de Roterdã, concluiu que com uma renda anual de 10 000 dólares o indivíduo tem o suficiente para uma vida confortável em qualquer país industrializado. A partir daí, como na propaganda de cartão de crédito, existem coisas  um sentido para a vida, uma paixão e amizades  que o dinheiro não pode comprar. A melancolia que contamina as sociedades ricas do século XXI é mais complexa do que a velha frase “Dinheiro não compra felicidade”.

Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade, pequena

A

Como teus olhos são claros e a tua pele, morena como é azul o oceano e a lagoa, serena como um tempo de alegria por trás do terror me acena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena  sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena. (Ferreira Gullar)

01 -

De acordo com o texto I, pode-se afirmar que a/os a)

classe média dos moradores dos EUA e da Europa Ocidental vive uma falsa prosperidade. b) objetivos (os anseios) da família americana mudaram devido ao crescimento econômico, mas eles vivem hoje o paradoxo do progresso. c) idéia de realização pessoal se liga à felicidade da riqueza material uma vez que ela resulta em tranqüilidade espiritual. d) vida dos americanos melhorou, porém muitos deles não notaram, porque não se esquecem dos obstáculos do passado.

A vida dos americanos melhorou... 02 •

A expectativa de vida dos americanos aumentou de 47 para 77 anos nos últimos 100 anos.

Identifique a única alternativa que NÃO traz uma conseqüência do progresso intenso visto no texto I. a)

A renda das famílias de classe média cresceu 50% nos últimos 25 anos.

Os americanos gastam 25 bilhões de dólares anuais apenas em equipamentos de recreação aquática (barcos, lanchas e jet skis).

70% da população têm casa própria, contra 20% no início do século XX.

Uma em cada três famílias possui pelo menos três carros na garagem.

A cultura da extravagância.

b) O crescimento da renda da classe média. c) A criação de novos conceitos de bem-estar. d) O aumento da expectativa de vida dos americanos.

03 -

A temática do texto I pode ser associada ao provérbio: a) b) c) d)

“As águas dos rios correm sempre para o mar.” “Em casa de ferreiro, espeto de pau.” “Nem tudo o que reluz é ouro.” “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.”

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CPCAR 2005 04 -

LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO - VERSÃO A

Na expressão “O PARADOXO DO PROGRESSO”, o articulista ressalta a/o

10 -

2

Leia as afirmativas abaixo, referentes ao texto I. O vocábulo “próspera” pode ser substituído corretamente por “abastada”. II - “Letais” é um adjetivo que possui relação sinonímica com o vocábulo “mortais”. III - “Hipocondria social” é uma expressão que reforça a excessiva preocupação com a própria saúde social, caracterizada pela convicção exacerbada de que se está doente socialmente. IV - O “Paradoxo” é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível.

Ia) absurda desigualdade entre os países ricos e pobres. b) exagerado consumismo que domina a vida dos norte-americanos e de muitos europeus. c) contexto de muito progresso e de pouca felicidade. d) falsa idéia de satisfação e a grande ansiedade por valores espiritualistas, geradas pelo consumismo.

05 -

No texto II, o eu-lírico exalta a vida conquanto a) o pão seja caro. b) dois e dois sejam quatro.

06 -

a) I e II apenas. b) somente II e III.

11 -

O consumo desenfreiado é uma forma de realização dos consumidores norte-americanos. b) A explosão do consumo, ou seja, comida e produtos baratos, levaram à cultura do supérfluo. c) O excesso de caminhos a seguir provoca ansiedade e seções redobradas no psicanalista. d) Para não reclamar de barriga vazia, Easterbrook propõe um exercício coletivo a seus conterrâneos: serem mais gratos pelo que possuem, mais generosos com o próximo e mais otimistas quanto ao futuro.

A leitura atenta do texto I só NÃO permite concluir que é necessária uma sondagem profunda para que se encontrem as causas da infelicidade das sociedades ricas contemporâneas. b) ignora-se a razão da falta de sentido para a vida, comprovada pela melancolia das nações mais ricas. c) cidadãos norte-americanos e da Europa Ocidental repudiam as conquistas efetuadas nas últimas décadas. d) uma comparação histórica torna ainda mais inexplicáveis os motivos da insatisfação norte-americana no que se refere à moderna qualidade de vida.

Levando em conta a língua padrão escrita, assinale a frase totalmente correta. a)

a)

08 -

c) III e IV apenas. d) I, II, III e IV.

No texto II, infere-se que, para o eu-lírico, a) o exercício da virtude faz com que a vida valha a pena. b) não importam os preços altos, ou a falta de liberdade, o que importa é ser feliz. c) apesar das adversidades do presente, há esperança de dias melhores. d) é matemática a certeza de que, apesar de tudo, vale a pena viver quando se ama.

07 -

Estão corretas

c) teus olhos sejam claros. d) não se tenha liberdade.

12 -

Analise atentamente as assertivas que se seguem a respeito desta frase: “Apesar de todos esses avanços, os psicólogos identificam um fenômeno que tem sido chamado de ‘hipocondria social’ ou ‘paradoxo do progresso’.” I-

No plano morfológico e sintático, considera-se a expressão “apesar de” como uma locução conjuntiva subordinativa; no plano

semântico, ela expressa uma condição. Nesta reformulação do trecho acima: os psicólogos chamam ao fenômeno de “paradoxo do progresso”, a correta regência do verbo “chamar” é mantida. III - As expressões “hipocondria social” e “paradoxo do progresso” exercem função predicativa em relação ao sujeito, representado pelo pronome relativo “que”.

Relacionando o texto I com o texto II, só é possível afirmar que

II -

a)

em ambos, a felicidade é vista como um bem que não depende de condições materiais. b) o eu-lírico, no texto II, apresenta os sintomas da hipocondria social denunciada no texto I. c) o texto II atesta que um sentido para a vida e a paixão é tão importante quanto o saldo bancário. d) o texto I aponta o caminho que deveria ser percorrido para que o eu-lírico, no texto II, alcançasse a felicidade.

Estão corretas a) I e III apenas. b) II e III somente.

09 -

Considere o poema Dois e dois: quatro, para analisar as seguintes afirmativas: I-

II III -

IV -

Nota-se no texto uma linguagem conotativa por intermédio de figuras estilísticas, tais como: personificação, antítese e comparação. Em “sei que dois e dois são quatro”, a oração em destaque complementa circunstancialmente o sentido do verbo “saber”. Nos versos “embora o pão seja caro” e “a liberdade, pequena”, as palavras destacadas exercem mesma função morfológica e sintática. Na seqüência: “sei que a vida vale a pena / mesmo que o pão seja caro”, a relação semântica seria preservada se a locução conjuntiva fosse substituída por porquanto.

13 -

Assinale a alternativa que está totalmente de acordo com a norma padrão escrita. a) Assiste-se hoje, nos Estados Unidos, aquilo que Easterbrook chama “síndrome dos dez martelos”. b) Pesquisas revelam que encontra-se 65% dos americanos afetados pelo maior problema de saúde nos Estados Unidos: a obesidade. c) A classe média da Europa e dos Estados Unidos não está feliz por causa de uma mistura indigesta de decepção e progresso. d) No início do século XX, haviam doenças letais, como a poliomielite, que não poupavam nem os mais ricos.

São verdadeiras apenas a) I, II e IV. b) II, III e IV.

c) apenas I e II. d) I, II e III.

c) II e III. d) I e III.

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CPCAR 2005 14 -

LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO - VERSÃO A

Considere estes versos:

19 -

3

Leia atentamente a tirinha abaixo e, a seguir, faça o que se pede.

“ sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena.” Assinale a opção em que a palavra destacada NÃO exerce a mesma função sintática de “caro” (3º verso). a) Como teus olhos são claros E a tua pele, morena b) Como é azul o oceano e a lagoa, serena c)

I

Como um tempo de alegria por trás do terror me acena

a) Há vocábulos com hiato no quadro I. b) O quadro I não apresenta encontro consonantal. c) Observa-se no quadro III a presença de ditongo e encontro consonantal. d) As palavras “ei” e “dois” possuem ditongos decrescentes orais.

Com relação à seguinte frase: “A classe média dos Estados Unidos e da Europa nunca viveu tão bem. Por que a maioria não se sente mais feliz?”

20 -

só NÃO se pode afirmar que

16 -

III

Assinale a afirmativa INCORRETA.

d) Sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena

15 -

II

Os excertos abaixo apresentam figuras de estilo. Leia-os atentamente e, depois, relacione a segunda coluna com a primeira. (Cada número pode ser usado apenas uma vez.)

a) o advérbio interrogativo por que está grafado corretamente. b) as palavras nunca e tão são, respectivamente, advérbios de tempo e de intensidade. c) as locuções adverbiais dos Estados Unidos e da Europa indicam circunstância de lugar. d) viver é um verbo intransitivo modificado por um advérbio de modo.

1ª Coluna

2ª coluna

1 - “O’ mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal.”

(

) Prosopopéia

2 - “O dia nascia atrás dos quintais As pensões alegres dormiam tristíssimas As casas também iam bêbadas.”

(

) Gradação

Leia atentamente a 1ª estrofe do poema de Ferreira Gullar, Dois e dois: quatro, e, a seguir, assinale a alternativa correta.

3 - “O primeiro milhão possuído, excita, acirra, assanha a gula do milionário.”

(

) Ironia

4 - “Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta; Um amor.”

(

) Metonímia

(

) Metáfora

a) É composta de apenas orações subordinadas. b) O verbo “saber” exige, contextualmente, um complemento sem preposição. c) “(...) embora o pão seja caro” funciona como oração principal em relação a “e a liberdade pequena”. d) A 1ª oração “Como dois e dois são quatro” expressa a conseqüência de “sei que a vida vale a pena.”

5 - “Beijaria até uma caveira Se espumante o Madeira ali corresse.”

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta. 17 -

Assinale a alternativa em que a concordância verbal está de acordo com o registro da norma culta escrita. Por definição, o progresso pressupõem crescimento do bem-estar e objetivo idealizado. b) Foram os americanos que fizeram a explosão do consumo. c) Hoje, o excesso de caminhos a seguir são motivo de ansiedade. d) O pessimismo dos americanos podem ser percebidos na preferência deles por más notícias.

a) 4 – 2 – 3 – 1 – 5 b) 2 – 5 – 3 – 4 – 1

c) 4 – 1 – 5 – 2 – 3 d) 2 – 3 – 4 – 5 – 1

a)

18 -

Assim como na frase: “A partir daí, como na propaganda de cartão de crédito, há coisas  um sentido para a vida, uma paixão e amizades  que o dinheiro não pode comprar.”, a concordância verbal está correta em: a) b) c) d)

Poderá haver discussões e brigas se o segurança não intervier. Até quando haverão guerras? Costumavam haver enchentes naquela época. Não existe, nos próximos 50 quilômetros, hotel em que hajam vagas.

21 -

Leia atentamente o excerto abaixo: “A sociedade ateniense foi organizada para o mundo masculino. Às mulheres estavam reservadas funções domésticas. Os pais tratavam dos casamentos das filhas adolescentes, as quais, após as núpcias, ficavam sob o domínio total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silêncio era o maior exemplo de virtude para as representantes do sexo feminino.” (História das Cavernas ao Terceiro Milênio - Myriam Becho Mota e Patrícia Ramos Braik)

Assinale a única alternativa correta. “Organizou-se a sociedade ateniense para o mundo masculino” é a conversão do primeiro período à voz passiva sintética. b) O termo “Às mulheres” é o sujeito agente da forma verbal “estavam reservadas”. c) O conectivo “as quais” refere-se à expressão “funções domésticas”, que figura no período anterior. d) A expressão “dos maridos” completa o sentido do nome transitivo “total”. a)

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CPCAR 2005 22 -

LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO - VERSÃO A

Leia os seguintes trechos adaptados, extraídos de Direito de ter direitos, de Gilberto Dimenstein. Em seguida, assinale a alternativa correta quanto à norma culta da colocação pronominal em destaque.

4

Leia atentamente o texto retirado do Jornal Estado de Minas (04 de maio de 2004 – Caderno D+) para resolver as questões 25 e 26. Ensinar é UM GESTO de amor

a)

Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de votar. E outros batalhavam para você votar aos dezesseis anos. Lutou-se pela idéia de que todos os homens merecem a liberdade e de que todos são iguais diante da lei. b) Se achavam no direito de bater e até matar os escravos que fugissem. Nessa época, o voto era um privilégio: só podia votar quem tivesse dinheiro. E, para candidatar-se a deputado, só com muita riqueza em terras. c) As mulheres, relegadas a segundo plano, passaram a poder votar, símbolo máximo de cidadania. Há pouco tempo, ainda justificava-se abertamente o direito do marido de bater na mulher (...). d) Com essa declaração, se solidificaria a visão de que, além da liberdade de votar, de não ser perseguido por suas convicções, o homem teria direito a uma vida digna. Teria o direito ao bem-estar.

1.

5.

10.

15. 23 -

Leia as afirmativas referentes à tirinha abaixo.

20.

MAS DURAM MAIS...

LÂMPADAS FLUORESCENTES ILUMINAM MAIS!

DROGA... EU ADORO TROCAR LÂMPADAS.

25.

GASTAM MENOS!

1

2

3

O vocábulo “fluorescentes” admite como variante lingüística “fuorescentes”. II - “Mas” é advérbio de intensidade e “mais” conjunção coordenativa que expressa oposição. III - “Trocar” é verbo de 1ª conjugação e está empregado no infinitivo. IV - “Mais duram mais” expressa a mesma idéia grafada no 3º quadrinho.

30.

I-

24 -

(Joyldson Gouvêa. Psicólogo e palestrante.)

25 -

Está(ão) correta(s) apenas a) I e II. b) II e III.

35.

Assinale a alternativa que justifica corretamente o emprego da vírgula. a) “Conheço professores que, sem muita formação ou recursos, realizam seu trabalho (...).” [linha 5] A vírgula foi empregada para separar adjunto adverbial. b) “O papel do professor não é o de fornecer respostas prontas, mas estimular seus alunos (...).” [linha 17] A vírgula foi empregada para separar oração reduzida adverbial. c) “Admiramos muitos escritores, músicos, artistas, mas nos esquecemos de que, se não fosse pela dedicação, pelo apoio e encorajamento de muitos professores (...).” [linha 24] Em todas as ocorrências, a vírgula foi empregada para separar palavras ou orações assindéticas. d) “Artista que é, o professor parece estar na contramão, remando contra a maré.” [linha 32] A vírgula foi empregada para separar orações subordinadas adverbiais.

c) III. d) IV.

Considere esta frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proferida na abertura da Bienal do Livro de São Paulo realizada neste ano. “Ler é como ter uma esteira (ergométrica) no quarto. No começo, a gente tem preguiça de andar, mas depois que começa toma gosto pelo exercício e não quer parar mais.” Assinale a afirmativa verdadeira. “Ler” está empregado na forma infinitiva e representa o núcleo de um predicado nominal. b) A norma culta da língua escrita aceita a seguinte concordância ideológica: a gente temos. c) A oração relativa “que começa” restringe o significado de “esteira”. d) O termo “pelo exercício” complementa o sentido do substantivo abstrato “gosto”, formado por derivação regressiva.

Ensinar é uma arte. Nisso, tanto educadores quanto educandos concordam. O sucesso ou fracasso de uma escola depende em grande parte dos professores e da sua arte. Mas onde estaria o segredo dessa arte? Estaria nos livros de didática, pedagogia ou psicologia? Estaria nos diplomas, certificados e especializações? Conheço professores que, sem muita formação ou recursos, realizam seu trabalho de maneira brilhante. Não que o conhecimento e os recursos didáticos não sejam importantes, mas certamente não está aí o segredo. Há pessoas que, com pouco, fazem muito. Por maiores que sejam os avanços tecnológicos, nada substitui um bom professor. Afinal, de que é feito um bom professor? Como todo artista, é feito antes de tudo de paixão, de entrega, de gostar daquilo que faz. Ensinar é um gesto de amor ao próximo. Procure se lembrar de um bom professor que você já teve. Certamente, você irá identificar nele essa paixão, o gostar do trabalho, o acreditar no outro. São pessoas que nos marcaram e que iremos guardar na memória para sempre. O papel do professor não é o de fornecer respostas prontas, mas estimular seus alunos a pensarem e desenvolverem o conhecimento por meio da dúvida e da curiosidade. Desempenha, muitas vezes, papéis que vão além da sala de aula, sendo, em alguns momentos, amigo, confidente, quase pais e mães. Eles são capazes de ficar sem noites e finais de semana. Abrem mão, às vezes, do convívio dos filhos e cônjuges, para preparar, mais do que aulas, lições de amor e doação ao outro. Admiramos muitos escritores, músicos, artistas, mas nos esquecemos de que, se não fosse pela dedicação, pelo apoio e encorajamento de muitos professores, hoje não estaríamos contemplando esses frutos. O papel do professor se assemelha ao poder do fogo que transforma o milho duro em pipoca macia. Sem o poder do fogo, o milho de pipoca continuará sendo milho para sempre. Sem o incentivo do professor, muitos talentos se resumiriam a promessas. Artista que é, o professor parece estar na contramão, remando contra a maré. Sem o reconhecimento merecido, às vezes o guerreiro pensa em desistir, mas basta um sorriso, um abraço de quem realmente o conhece e sabe o seu valor para ele retomar as forças e continuar a jornada. Talvez aí esteja o segredo: são mais que professores, são mestres da vida.

a)

26 -

Dentre as afirmativas abaixo, assinale a única FALSA. a)

Na frase “Conheço professores que, sem muita formação ou recursos, realizam seu trabalho de maneira brilhante.” (linha 5),

mantém-se a coerência textual iniciando-se o segmento destacado pelo conectivo “ainda que”. b) No período “Sem o poder do fogo, o milho de pipoca continuará sendo milho para sempre.” (linha 29), o trecho em destaque denota uma conseqüência em relação ao fato expresso posteriormente. c) Em “Procure se lembrar de um bom professor que você já teve.” (linha 13), a colocação e o emprego do pronome “se” estão de acordo com a língua culta escrita. d) Neste fragmento adaptado “Certamente, você irá identificar nele esta paixão: o gostar do trabalho.”, o termo destacado assume uma função apositiva.

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CPCAR 2005

LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO - VERSÃO A

As questões 27 e 28 referem-se aos seguintes textos extraídos da revista

27 -

5

Analisando o texto I, somente é correta a afirmação de que

Superinteressante (edição 200 - maio de 2004, ed. Abril). a) as locuções “do mês” e “dos mortos” têm função adjetiva. b) não se pode determinar o sujeito das ações indicadas pelos verbos “precisa” e “conheça” , visto que o mesmo não se encontra expresso textualmente. c) a palavra “útil” confere uma qualidade ao agente do verbo “tornar”. d) a palavra “porque”, empregada no primeiro período, pode ser também utilizada com a mesma grafia na introdução de uma frase interrogativa.

I)

28 -

.

II)

Com relação aos textos II e III, julgue como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma destas assertivas. (

)

(

)

(

)

(

)

A frase “Saiba por quê.” (texto II) está escrita de acordo com a norma culta escrita, já que o termo destacado está substantivado. A supressão da oração relativa “que a história sabe” (texto III) não traria prejuízo algum ao sentido global do período, visto que a mesma traz apenas uma explicação acerca do seu termo antecedente. A expressão “torceu o nariz” (texto II) assume, contextualmente, um sentido conotativo. A concordância dos verbos “sangraram” e “morreram” (texto III) se dá pela mesma razão que se observa em: Todas as guerras possuem uma única mãe: a Guerra de Tróia.

A seqüência correta é a) V, V, F, V. b) F, F, V, F.

29 -

c) V, F, F, V. d) F, V, V, F.

Em frente a uma pizzaria, uma placa luminosa anuncia o seguinte:

ENTREGA-SE PIZZAS À DOMICÍLIO.

Da análise atenta do texto nela escrito, só é verdadeiro afirmar que o/a sujeito da forma verbal “entrega” está indeterminado; por isso, a flexão do verbo no singular. b) expressão “pizzas à domicílio” sofre a ação expressa pelo verbo. c) acento grave indica corretamente a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a”. d) pronome “se” está apassivando sinteticamente o verbo “entregar”, que, por esse motivo, deveria estar em concordância com o sujeito paciente “pizzas”. a)

III)

A Guerra de Tróia Há 3200 anos, gregos e troianos sangraram e morreram  e, dos escombros, nasceu o Ocidente. Saiba o que a história sabe e o que ela não sabe sobre a mãe de todas as guerras.

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CPCAR 2005 30 -

LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO - VERSÃO A

Leia atentamente as tirinhas abaixo e, a seguir, faça o que se pede. Texto I

COMO FOI O SEU DIA?

CHEIO!

TRÊS CARÕES, SEIS PEDIDOS DE TEMPO, DUAS PALMADAS E UM "ESPERE-ATÉ- SEU-PAICHEGAR"!

AI-AI!

EU SERIA UMA MÃE EM TEMPO INTEGRAL MELHOR SE TIVESSE DOIS FILHOS EM TEMPO PARCIAL!

Texto II

ADORO JOGAR GOLFE, MAS ME RECUSO A JOGAR NUM TEMPO ASSIM!

OK, CHORÃO!

MAS JÁ QUE ESTAMOS AQUI, VAMOS TERMINAR OS ÚLTIMOS QUINZE BURACOS!

Texto III

FELIZ ANIVERSÁRIO, VIGÁRIO!

OBRIGADO, QUERIDA!

O SENHOR PARECE FELIZ!!

A FELICIDADE É SER OBRIGADO A CONVIDAR O ZÉ PARA A SUA FESTA... E AÍ DESCOBRIR QUE ELE TEM UMA FINAL DE SINUCA!

E ESTOU!

Com relação aos enunciados, é FALSO afirmar que a)

o texto I apresenta quatro vocábulos oxítonos acentuados graficamente. b) “últimos” (no texto II) é acentuado pela mesma razão que “sociólogo” (do texto O paradoxo do progresso). c) “aniversário” e “vigário” (texto III) recebem acento gráfico por se tratar de paroxítonas terminadas em ditongo crescente. d) as palavras “ai” (texto I) e “aí ” (texto III), além de apresentarem uma relação semântica diversa, contêm, respectivamente, um ditongo e um hiato.

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