Boletim da
INDĂšSTRIA Paraense 2015
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Simão Robison Oliveira Jatene Governador do Estado do Pará José da Cruz Marinho Vice-Governador do Estado do Pará Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Educação Técnica e Tecnológica – SECTET Alex Fiúza de Melo Secretário de Estado de Ciência, Educação Técnica e Tecnológica
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas - Fapespa Eduardo José Monteiro da Costa Diretor-Presidente Alberto Cardoso Arruda Diretor Científico Geovana Raiol Pires Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural Maria Glaucia Moreira Diretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação Iloé Listo de Azevedo Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais Marco Antônio Barbosa da Costa Diretor Administrativo Eduardo Alberto da Silva Lima Diretor de Planejamento, Orçamento e Finanças Paulo Henrique Cunha Diretor de Operações Técnicas
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ Presidente José Conrado Azevedo Santos Vice-Presidentes Sidney Jorge Rosa • 1º Vice-Presidente Gualter Parente Leitão • 2º Vice-Presidente Manoel Pereira dos Santos Júnior Nilson Monteiro de Azevedo Roberto Kataoka Oyama
Secretários Elias Gomes Pedrosa Neto • 1º Secretário Antônio Djalma Souza Vasconcelos • 2º Secretário Tesoureiros Ivanildo Pereira de Pontes • 1º Tesoureiro Roberto Rodrigues Lima • 2º Tesoureiro Diretoria da Federação das Indústrias do Pará sistema FIEPA quadriênio 2014/2018 Antonio Pereira da Silva Pedro Flávio Costa Azevedo Rita de Cássia Arêas dos Santos Cézar Paulo Remor Antônio Emil dos Santos L. C. Macedo Solange Maria Alves Mota Santos André Luiz Ferreira Fontes Raimundo Gonçalves Barbosa Frederico Vendramini Nunes Oliveira Darci Dalberto Uliana Fernando Bruno Barbosa Neudo Tavares Armando José Romanguera Burle Paulo Afonso Costa Nelson Kataoka Equipe Técnica Fiepa Cassandra Saíra Lobato Paulo Yuri Lameira Moura
Hélio de Moura Melo Filho José Maria da Costa Mendonça Luiz Otávio Rei Monteiro Juarez de Paula Simões Marcos Marcelino de Oliveira Carlos Jorge da Silva Lima
Conselho Fiscal - Efetivos Fernando de Souza Flexa Ribeiro Luizinho Bartolomeu de Macedo José Duarte de Almeida Santos Suplentes João Batista Correa Filho Mário César Lombardi Delegados Efetivos junto à CNI José Conrado Azevedo Santos Sidney Jorge Rosa Suplentes junto à CNI Gualter Parente Leitão Manoel Pereira dos Santos Júnior Superintendente Regional do SESI José Olímpio Bastos Diretor Regional do SENAI Gerson dos Santos Peres Diretor Regional do IEL Gualter Parente Leitão Chefe de Gabinete da FIEPA Fabio Contente Biolcati Rodrigues Centro Internacional de Negócios da FIEPA Raul da Rocha Tavares
EXPEDIENTE Publicação Oficial: © 2016 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – Fapespa Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. 1ª edição - 2016 Elaboração, edição e distribuição Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – Fapespa Endereço: Tv. Nove de Janeiro, 1686, entre Av. Gentil Bittencourt e Av. Conselheiro Furtado. Bairro: São Brás – Belém – PA, CEP: 66.060-575 Fone: (91) 3323 2550 / Disponível em: www.fapespa.pa.gov.br Presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas – FAPESPA Eduardo José Monteiro da Costa Presidente da FIEPA José Conrado Azevedo Santos Diretoria de Estudos Socioeconômicos e Análise Conjuntural da FAPESPA Geovana Raiol Pires Coordenação de Estudos Econômicos da FAPESPA Edson da Silva E Silva Equipe Técnica da FAPESPA Edson da Silva E Silva Marcelo Santos Chaves Centro Internacional de Negócios da FIEPA Raul da Rocha Tavares Equipe Técnica FIEPA Cassandra Saíra Lobato Paulo Yuri Lameira Moura Produção Editorial: Arize Dolzane Frederico Mendonça Helen da Silva Barata Jobson Cruz Juliana Saldanha Wagner Santos Revisão: Juliana Saldanha Normatização: Anderson Alberto Saldanha Tavares Andréa Cristina dos Santos Corrêa Ângela Cristina Nascimento Silva Jacqueline Queiroz Carneiro
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) F981b
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas Boletim da Indústria Paraense 2015 / Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural. – Belém, 2015. 14 f.: il. Anual 1. Indústria - Pará. 2. Indústria Extrativa. 3. Indústria de Transformação. 4. Indústria - ICMS. I. FAPESPA. II. Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural. III. Título. CDD: 23 ed. 338
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BOLETIM Da INDÚSTRIA PARAENSE
2015
APRESENTAÇÃO
A
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com a Federação da Indústria do Estado do Pará (FIEPA), divulga o Boletim da Indústria Paraense com os principais resultados do setor. A análise foi realizada com base nos resultados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo como referência o ano de 2015, observando o comportamento da Indústria Geral do estado, além dos subsetores Extrativo Mineral e Indústria de Transformação. Neste Boletim foram agregadas, ainda, informações sobre emprego e ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) do setor industrial, com o objetivo de ampliar a análise, mostrando fatores de resultados do comportamento da atividade produtiva da indústria. Soma-se a isso uma análise da indústria frigorífica paraense, abordada em um Box, de forma a qualificar a leitura sobre o segmento no estado.
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BOLETIM Da INDÚSTRIA PARAENSE
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A INDÚSTRIA PARAENSE NO CENÁRIO NACIONAL A produção física industrial do Pará no ano de 2015 cresceu 5,7% em relação a 2014, desempenho contrário ao resultado da indústria nacional, que encerrou o ano com retração de 8,3% (Gráfico 1). Com esse resultado a indústria paraense obteve a segunda alta anual consecutiva, pois nos anos de 2012 e 2013 verificaram-se variações negativas de 1,6% e 2%, nessa ordem. O crescimento da Indústria Geral do Pará foi o maior entre os estados brasileiros, seguido por Mato Grosso e Espírito Santo, que registraram 4,7% e 4,4%, respectivamente. As demais unidades da federação apresentaram desempenhos negativos, com destaque para a acentuada retração de 16,8% ocorrida na indústria amazonense, em decorrência da baixa na fabricação de equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos (-31,4%).
Gráfico 1 – Variação (%) da Produção Física da Indústria Geral por UF em 2015
Pará
5,7
Mato Grosso
4,7
Espírito Santo
4,4
Goiás
-2,5
Pernambuco
-3,5
Rio de Janeiro
-6,5
Bahia
-7
Santa Catarina
-7,9
Minas Gerais
-7,9
Brasil
-8,3
Paraná
-9,6
Ceará
-9,7
São Paulo
-11
Rio Grande do Sul Amazonas
(%)
-11,8
-16,8 -20
-15
-10
-5
0
5
10
Fonte: PIM/IBGE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016.
Entre os fatores de influência do comportamento recessivo da maioria das unidades federativas e da desaceleração em relação ao crescimento observado em 2014 nos estados que apresentaram desempenho positivo, destacam-se: a elevação da inflação, que impactou diretamente na redução do consumo das famílias e no aumento dos custos operacionais das empresas; a retração dos investimentos, com redução na formação bruta de capital fixo e na 7
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aquisição de maquinários; a instabilidade econômica e política do cenário nacional, sendo este um dos motivos para o aumento das incertezas e diminuição das expectativas dos empreendedores; entre outros. Nesse cenário, os estados com produção industrial fortemente voltada para o exterior e menos dependente do mercado interno obtiveram comportamentos favoráveis, como foi o caso do Pará, do Espírito Santo, ambos com destaque na extrativa mineral, e Mato Grosso, sendo a indústria alimentícia o principal segmento na produção de óleo de soja e carne desossada.
A INDÚSTRIA PARAENSE O desempenho positivo da Indústria Geral paraense (5,7%) foi impulsionado pela Indústria Extrativa, com crescimento de 8,2%, influenciada principalmente pela extração de minério de ferro e minério de cobre em 2015, podendo a elevação na produção dessas commodities ser acompanhada pela alta de 12,35% e 40,03%, respectivamente, em suas quantidades exportadas, na comparação com 2014. Quanto à Indústria de Transformação, que havia apresentado leve baixa de 0,8% em 2014, acentuou-se o desempenho recessivo ao ser registrada atividade produtiva 3,6% menor em 2015 (Gráfico 2). Nesse caso, a metalurgia foi o segmento de maior impacto no setor, fato esse verificado pela redução de 2,56% das exportações de alumínio em 2015 em relação ao ano anterior. O resultado recessivo da Indústria de Transformação foi o maior, considerando-se a série dos últimos seis anos (2010 a 2015), sendo o quinto consecutivo. Por outro lado, a Extrativa Mineral registrou o segundo ano seguido de crescimento, com 2015 apresentando a terceira melhor variação na série (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Variação (%) da produção física da Indústria Geral, Extrativa e de Transformação do estado do Pará (2010-2015)
20
18,8
15 10,7 (%)
10
8,1
8,1
7,2
5
8,2 5,7
2,8 0,6
0 -0,9 -5 2010
2011
Indústria Geral
-1,6
-0,4 -2,9 2012
Indústrias Extrativas
-2
-1,7 -2,9 2013
-0,8 2014
-3,6 2015
Indústrias de Transformação
Fonte: PIM/IBGE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016.
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Apesar do bom resultado da Indústria Geral paraense, o desempenho de 2015 esteve abaixo do apresentado em 2014, tendo como alguns dos fatores a retração de 7,28% da demanda de minério de ferro pela economia chinesa, o declínio de 2,56% da demanda mundial do alumínio paraense e a baixa atividade da fabricação de alimentos (-0,9%) e bebidas (-6,3%) na produção física, sendo essa última fortemente vinculada a uma elevação nos custos de produção desse segmento, por conta da alta tributária instituída de 15% de IPI e 10% de PIS/COFINS. Sobre o desempenho negativo no âmbito da Indústria de Transformação cabe destacar ainda a fabricação de produtos de madeira, que decresceu 21,7%, a produção de minerais não metálicos (-9,2%) e a metalurgia (-0,8%), ambos pressionados, em grande parte, pela baixa na produção de madeira serrada, aplainada ou polida; pela retração na fabricação de cimentos Portland e massa de concreto preparada para construção; e pela redução na produção de óxido de alumínio e alumínio não ligado em formas brutas, nesta ordem.
Tabela 1 – Variação (%) da Produção Física da Indústria Paraense (2014-2015)
Indústria
2014
Indústria Geral
2015
8,1
5,7
Indústrias Extrativas
10,7
8,2
Indústrias de Transformação
-0,8
-3,6
0,5
-0,9
11,4
-6,3
4,9
-21,7
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
-5
134,1
Fabricação de produtos de minerais não metálicos
-7,2
-9,2
Metalurgia
-2,8
-0,8
Fabricação de produtos alimentícios Fabricação de bebidas Fabricação de produtos de madeira
Fonte: PIM/IBGE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016.
Observando o desempenho mensal da Indústria paraense ao longo de 2015, em comparação com igual período do ano anterior, na série sem ajuste sazonal, com exceção do mês de agosto, a Indústria Geral descreveu trajetória positiva em todos os meses do ano. Com base nesse comportamento, foram registrados crescimentos da produção física superiores ao do ano anterior nos meses de janeiro, fevereiro, junho, julho, setembro e dezembro (Gráfico 3).
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Gráfico 3 – Variação (%) mensal da Indústria Geral Paraense (2014 e 2015)
40 30
(%)*
20 10 0 -10
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
2014
-0,7
4
12,7
37
27,3
6,3
-1
5,8
5,7
5,1
6,9
1,5
2015
6
8,5
11,9
5,8
2,6
6,7
6,7
-2,7
12,2
3,6
6
3,7
Fonte: PIM/IBGE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016. * Variação mensal sem ajuste sazonal.
No Gráfico 5, observa-se a trajetória de variação do setor industrial paraense no decorrer de 2015, levando em consideração os subsetores Extrativo Mineral e Indústria de Transformação, sendo que o primeiro direciona o comportamento da Indústria Geral do estado. Dessa forma, o resultado negativo (-2,7%) do setor industrial paraense em agosto esteve diretamente associado à retração de Extrativo Mineral (-2,2%), única variação declinante da série.
Gráfico 5 – Variação mensal da Indústria Geral, Extrativa e de Transformação Paraense, 2015
20 15 10
(%)*
5 0 -5 -10 -15
Indústria Geral
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
6
8,5
11,9
5,8
2,6
6,7
6,7
-2,7
12,2
3,6
6
3,7
Indústrias Extrativas
9,6
11,4
14,4
6,6
4,5
8,4
10
-2,2
17
5,9
9,1
6,9
Indústrias de Transformação
-4,8
-0,1
3,9
3
-4,2
0,3
-5,5
-4,7
-6,8
-6,3
-6,3
-10,4
Fonte: PIM/IBGE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016. * Variação mensal sem ajuste sazonal.
A Indústria de Transformação, apesar de ter apresentado nove variações negativas ao longo de 2015, teve no segmento de celulose/papel expressiva alta de 134,1% (Tabela 1), apontando forte recuperação frente aos 5% negativos observados em 2014, explicada, em grande medida, pela expansão na produção de pastas químicas de madeira (celulose). 10
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Indústria da Carne Paraense A indústria de transformação é o segmento produtivo responsável pelo processamento da matéria-prima em produto final, pronto para o consumo, ou intermediário para outra indústria de transformação, sendo o segmento produtivo que mais agrega e internaliza valor e riqueza em uma economia. De acordo com o PIM/IBGE, nos últimos cinco anos a economia paraense vem registrando sucessivos déficits em sua indústria de transformação, contudo, um segmento com resultados anticíclicos vem assumindo certo protagonismo no âmbito do setor industrial, a indústria frigorífica. Estabelecimentos Dados desagregados da RAIS/MTE esclarecem que, entre 2006-2014, o número de estabelecimentos frigoríficos cresceu 39,28% no Pará. Em 2014, esses empreendimentos já totalizavam 78 unidades em todo estado, com a presença de grandes empresas
do segmento na estrutura produtiva paraense, com atividades distribuídas nos municípios de Altamira, Eldorado dos Carajás, Marabá, Redenção, Santana do Araguaia e Tucumã e Mãe do Rio. Produção Física Dados extraídos do Sistema de Informações Gerenciais dos SIF, gerenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), demonstram que a indústria frigorífica do Pará registrou um crescimento médio nos últimos cinco anos de 4,26% no abate de bovinos e 10% no abate de aves (frango). Só entre 2014-2015, essa produção física alcançou um incremento de 6,05% (ou 112.521 cabeças bovinas abatidas a mais) e 22% (ou 6,252 milhões de aves abatidas a mais). Avaliando tal desempenho em longo prazo, entre 2002-2015, o abate da espécie bovina aumentou 1,891 milhões de cabeças, enquanto que o abate de aves atingiu um patamar de 33,010 milhões.
Fonte: SIGSIF/MAPA e RAIS/MTE, 2016
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Comércio Exterior No ano de 2013, o Pará registrou seu melhor desempenho nos últimos seis anos, ao alcançar a cifra de US$ 343,865 milhões em valor exportado de derivados da espécie bovina, contudo, em 2015, registrou uma baixa neste montante da ordem de 12%, em relação a 2014, influenciada pela conjuntura econômica de 2015. Mas, de modo geral, ao se fazer uma análise em uma série temporal mais extensa, percebe-se que de 2010-2015, as exportações desses derivados saltaram de US$ 156,244 milhões para US$ 302,817 milhões, além de registrar, em 2015, um mercado altamente diversificado, composto por 51 países, sendo que os principais parceiros comerciais são Hong Kong, China, Egito e Rússia.
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Mercado de Trabalho No que tange ao mercado de trabalho na indústria frigorífica paraense, dados desagregados do CAGED/MTE apontam que, em 2015, este segmento encerrou o período com um incremento de 35,54% no saldo dos vínculos empregatícios gerados, o que corresponde a 1.026 novos vínculos trabalhistas, na comparação com 2014. Tais resultados traduzem o bom desempenho da atividade industrial frigorífica no estado do Pará, ante ao cenário recessivo verificado tanto na indústria de transformação nacional (produção física de -9,9%), quanto na indústria frigorífica nacional (produção física de -3,22%) em 2015.
EMPREGO NO SETOR INDUSTRIAL A dinâmica produtiva do setor industrial paraense pode ser analisada, também, por meio da geração de postos de trabalho formais. Em 2015, o desempenho favorável ficou por conta da indústria Extrativa Mineral, que registrou saldo positivo de 500 vínculos trabalhistas; por outro lado, a Indústria de Transformação registrou saldo negativo de 3.036 vínculos empregatícios, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). Tal desempenho recessivo se deve a alguns segmentos de setor industrial que apresentaram perdas no âmbito produtivo, como foi o caso da fabricação de produtos de madeira, a produção de minerais não metálicos e a metalurgia, que, juntos, responderam pela perda de 4.073 vínculos trabalhistas em 2015 (Tabela 2).
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Tabela 2 – Mercado de Trabalho Celetista na Indústria Paraense, 2015
Emprego
Admitidos
Extrativa Mineral
Desligados
Saldo
3.615
3.115
500
39.465
42.501
-3.036
Indústria de produtos minerais não metálicos
4.189
5.100
-911
Indústria metalúrgica
2.650
3.666
-1.016
Indústria mecânica
2.044
1.749
295
Indústria do material elétrico e de comunicações
222
154
68
Indústria do material de transporte
385
460
-75
8.895
11.041
-2.146
825
1.120
-295
950
1.139
-189
2.005
1.416
589
803
1.194
-391
Indústria de Transformação
Indústria da madeira e do mobiliário Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos Indústria de calçados Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico
18
30
-12
16.479
15.432
1.047
Fonte: CAGED/MTE, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016.
Ainda de acordo com o CAGED, a indústria química e a de alimentos/bebidas contribuíram para a geração de novos vínculos empregatícios de 589 e 1.047 contratos formais com carteira assinada, respectivamente, em que pese essa última ter apresentado retração em sua atividade produtiva, no período em estudo, de acordo com os dados do IBGE.
ICMS DO SETOR INDUSTRIAL A trajetória de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no setor industrial do Pará é mostrada no Gráfico 6, que traz a comparação da arrecadação do setor secundário paraense nos 12 meses, de 2014 e 2015. Na comparação dos dados, verificase que a arrecadação do ICMS em 2015 foi superior à do ano anterior, totalizando R$ 2,453 bilhões no acumulado de 2015, contra R$ 2,298 bilhões no mesmo período de 2014, resultado que expressa variação de 6,71%. Destaca-se ainda que o mês de dezembro de 2015 foi o único a registrar arrecadação abaixo de 2014, para o mesmo mês.
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Gráfico 6 - Arrecadação (R$ mil) de ICMS do setor secundário de jan-dez (2014-2015)*
400.000,00
2014 - R$ 2,298 bilhões
350.000,00
6,71%
300.000,00 250.000,00 200.000,00 150.000,00 100.000,00 50.000,00 0,00
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2014 181.899, 164.001, 160.723, 160.483, 159.612, 159.630, 169.386, 172.291, 186.226, 203.858, 206.156, 374.438, 2015 219.757, 192.577, 201.901, 192.317, 188.748, 197.378, 186.166, 202.679, 213.018, 202.512, 231.875, 224.114,
* Valores corrigidos pelo IPCA a preços de dezembro/2015. Fonte: CONFAZ/MF, 2016. / Elaboração: FAPESPA/FIEPA/CIN, 2016.
Ressalta-se que, entre os fatores de melhoria da arrecadação do ICMS no estado, destacam-se as medidas de estímulo à economia, medidas de combate à evasão fiscal e à concorrência desleal, que, juntos com o crescimento da atividade produtiva, contribuíram para a elevação da arrecadação.
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