SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21 SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Com o Alto Patrocínio da Sua Excelência o Presidente da República
Sob o patrocínio do Senhor Janez Potocnik Comissário Europeu para o Ambiente
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Organização FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21
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FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21 SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
LISBOA 24 E 25 DE OUTUBRO 2011 SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA
Edição com o apoio de Fundação Calouste Gulbenkian Coordenação Carlos Fernández-Jáuregui Amalio de Marichalar, Conde de Ripalda Conteúdo Alberto Crespo Milliet Revisão Luis Veiga da Cunha César Dopazo García José Matos Silva José Luis Moreira da Silva António Neves de Carvalho Equipa de apoio Lorena Varela de la Peña Ariadna Corbi Ferrer Design Paulo Emiliano impressão Agapex Lisboa, Abril de 2012 500 exemplares
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SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
RESUMO EXECUTIVO
Versão Portuguesa LISBOA 24 E 25 DE OUTUBRO 2011 SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA
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RESUMO DO DOCUMENTO FINAL
1. DESCRIÇÃO GERAL DO FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21 Nos dias 24 e 25 de outubro de 2011 realizou-se em Lisboa, Portugal, o Fórum Mundial Lisboa 21 sobre Água, Energia e Desenvolvimento Sustentável. O Fórum Mundial Lisboa 21 apresentou-se como uma proposta às instituições e à sociedade civil das ideias básicas para um desenvolvimento racional. O objetivo central era criar consciência sobre a problemática da sustentabilidade do desenvolvimento, centrando o debate nos elementos básicos Água e Energia e procurando reunir as experiências dos últimos 20 anos. O evento realizou-se na Sociedade de Geografia de Lisboa, Portugal, com a participação de mais de 650 pessoas. O programa constou de oito mesas redondas e cinco sessões paralelas, nas quais expuseram os seus critérios e posições especialistas, instituições e empresas. 1.1. ORGANIZAÇÃO DO FÓRUM Organizadores Fundação Gulbenkian, Fundação EDP, ACEGE, Universidade Católica Portuguesa, Instituto Português de Corporate Governance, Instituto de Empreendedorismo Social, Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola, Agência para a Energia ADENE, Water Assessment & Advisory Global Netowork (WASA-GN), Instituto de Estudos Económicos, Club de Excelência em Sustentabilidade, Universidad San Pablo CEU, Fundação ADECCO, FOES, Fórum Soria 21 Para o Desenvolvimento Sustentável. Patrocinadores Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Wellington, Fundação ACS, ENDESA, CEMEX, Banco BIC, Fundação Montepio, SAPO, REN, WIN Energy, ENCE. Colaboradores SIEMENS, Fundação MAPFRE, Banco Espírito Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS MATTERS, VOLVO, Fundação Luso, MARSH, Fundação GALP Energia, Agreda. Apoio Sociedade de Geografia de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez – Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green Media, GAMESA Media Partners Diário Económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Água & Ambiente, NATURLINK 1.2. TEMAS DO FÓRUM Programa principal Mesa 1: A Água, situação atual global e perspetivas futuras Mesa 2: A Crise mundial da água. Necessidades globais de solução Mesa 3: A Água como elemento estruturador. O caso da Península Ibérica Mesa 4: O Futuro da Energia Mesa 5: Desafios energéticos nos países desenvolvidos e países emergentes 9
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Mesa 6: As necessidades energéticas do desenvolvimento sustentável Mesa 7: Água e Energia. Educação e cultura de sustentabilidade Mesa 8: A importância da Comunicação no debate dos recursos hídricos e energéticos a nível global Sessões paralelas Sessão 1: Energia para o Desenvolvimento Sessão 2: Eficiência e Sustentabilidade Sessão 3: Sustentabilidade e inovação social nas organizações Sessão 4: Iniciativa, Educação e Responsabilidade Sessão 5: Cultura, quarto pilar da Sustentabilidade
2. GUIAS E DOCUMENTOS PRÉVIOS AO FÓRUM. 2.1. RESUMO DOS ALINHAMENTOS PARA OS CONFERENCISTAS. Mesa 1. A ÁGUA, SITUAÇÃO ATUAL GLOBAL E PERSPETIVAS FUTURAS A primeira mesa deveria estabelecer as bases gerais do debate. É importante que os participantes percebam a existência de uma situação crítica da água no mundo. O debate deve dirigir-se no sentido de projetar ações globais para mitigar esta situação dentro do quadro da sustentabilidade do desenvolvimento. É mais importante a discussão dos conceitos sobre os quais se construiu o processo do que o debate sobre temas locais, não porque estes não sejam relevantes mas sim pela dimensão planetária que alcançaram os problemas. Mesa 2. A CRISE MUNDIAL DA ÁGUA. NECESSIDADES GLOBAIS DE SOLUÇÃO Se for possível entender as causas da situação crítica da água no mundo também será possível apresentar soluções. Atualmente, o debate sobre a crise da água anda à volta de temas que vão desde a problemática da governabilidade até à conceção de que tudo se resume a uma falta de infraestruturas hídricas. No fundo o tema central é outro e está mais relacionado com o que se entende por desenvolvimento e sobre se é possível a sustentabilidade de um modelo baseado no consumo crescente de recursos limitados. Mesa 3. A ÁGUA COMO ELEMENTO ESTRUTURADOR. O CASO DA PENÍNSULA IBÉRICA A água é naturalmente um elemento estruturador que, a partir da bacia hidrográfica, dá forma não só aos sistemas ecológicos mas também modela os sistemas sociais e culturais. O problema principal está menos relacionado com a dicotomia entre conflito e cooperação e mais com o como repensar a gestão dos recursos hídricos com sistemas políticos artificiais que se sobrepõem e fragmentam os sistemas naturais onde reside a água. Os problemas da água entre Espanha e Portugal são um objeto de estudo interessante que mostra tanto encontros como desencontros e pode ser adequado para exemplificar não só o que se deve ou não fazer, na gestão de águas transfronteiriças, mas também para o tornar num espaço de reflexão sobre o como fazer e que mecanismos operativos se podem aplicar para uma gestão partilhada. Mesa 4. O FUTURO DA ENERGIA O tema mais importante no debate mundial é, atualmente, o futuro da energia. A situação atual, as reservas do planeta, as consequências do esgotamento dos combustíveis fósseis e as opções possíveis ou as fontes energéticas do futuro são temas de máximo interesse. O mundo atual aumenta continuamente o consumo de energia e não é difícil perceber que a situação é tudo menos sustentável. Está na hora de pensar em alternativas. 10
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Uma possível opção a considerar para o futuro, se se quiser manter o crescimento atual, parece ser a energia atómica. Neste caso, o tema central volta-se para o debate sobre se queremos manter o esquema budines as usual e aceitar os riscos inerentes ou repensar os paradigmas de desenvolvimento e crescimento. Mesa 5. DESAFIOS ENERGÉTICOS NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E PAÍSES EMERGENTES O tema é particularmente importante à luz da crise económica que preocupa os países industrializados. A sua solução não é previsível num curto prazo e em relação aos desafios e às pressões que este desenvolvimento explosivo possa gerar no setor Energia. Este processo, baseado na aplicação escrupulosa das regras de mercado, permitiu o crescimento de países que estão focados num processo de produção e crescimento económico, privilegiando estes fatores sobre os fatores básicos de sustentabilidade. Mesa 6. AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O tema de fundo faz referência às fontes e à provisão de energia necessária para desencadear um processo de desenvolvimento e às restrições que impõem a escassez do petróleo e a alteração climática gerada pela emissão de CO2 na atmosfera. Do ponto de vista energético as opções de solução às contradições conceptuais entre desenvolvimento e sustentabilidade não são muitas: ou uma alteração radical do modelo de crescimento e consumo ou uma alteração no tipo e fonte de energia para uma mais barata, mais limpa e mais abundante que possibilite continuar com a tendência atual. Atualmente, todas as fontes de energia renováveis juntas, abastecem apenas um pouco mais de 15% do consumo mundial. Mesa 7. ÁGUA E ENERGIA. EDUCAÇÃO E CULTURA DE SUSTENTABILIDADE A Educação, como ferramenta para a criação e manutenção de um conjunto de padrões culturais que favoreçam a sustentabilidade, deve ser prioridade das políticas públicas e do interesse da sociedade em geral. O termo Cultura deve focar-se nos padrões de comportamento de um conjunto social e centrar o debate na possibilidade de desenvolver esses padrões culturais orientados para a sustentabilidade. Mesa 8. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO DEBATE DOS RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS A NÍVEL GLOBAL A participação dos usuários na gestão da água (segundo princípio da Declaração de Dublin) implica que deve existir uma base informativa suficiente que possibilite essa participação. O tema em discussão envolve as necessidades dos usuários, os meios de comunicação massiva e as ferramentas necessárias para converter o processo em algo permanente, sustentado e gerido adequadamente. No campo energético a comunicação deverá responder às necessidades de informação dos usuários em relação às condições da oferta e da procura e à necessidade de tornar transparentes as decisões políticas do setor. 2.2. RESUMO DOS DIRETRIZES PARA OS MODERADORES Mesa 1. A ÁGUA, SITUAÇÃO ATUAL GLOBAL E PERSPETIVAS FUTURAS É importante que os participantes (público e conferencistas) percebam a existência de uma situação crítica da água no mundo e que o debate se direcione na apresentação de ações globais para mitigar esta situação num quadro de sustentabilidade. Para entender a natureza da crise é necessário considerar os seguintes elementos: • A água é abundante mas os recursos hídricos são limitados. • A distribuição de água e de população no mundo não é uniforme. • O consumo de água é proporcional à população, mas o crescimento do consumo é maior do que o da população. • Para apresentar soluções devemos entender as causas. 11
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Mesa 2. A CRISE MUNDIAL DA ÁGUA. NECESSIDADES GLOBAIS DE SOLUÇÃO A crise mundial da água é o resultado de um desequilíbrio entre a oferta de água do meio natural e a procura de água pela sociedade. Este desequilíbrio é o resultado da interação do Homem com o Meio num ambiente físico e num quadro de gestão da água. A crise da água é um fenómeno multidimensional que envolve elementos físicos do meio natural, elementos culturais e sociais, em que todos se interrelacionam e se entrelaçam como causas e efeitos. • Crescimento da população e aumento da procura. • Poluição do recurso. • Alteração climática. A crise da água foi qualificada como uma crise de governabilidade. Este conceito envolve muitos aspetos até agora não consideradas na gestão da água e implica que haja uma forma virtuosa de a governar, baseada na capacidade de formular políticas com efetividade, administrar recursos com eficiência e providenciar serviços com eficácia. Enfrentar a crise é uma tarefa complexa que requer repensar os nossos padrões de comportamento e principalmente as nossas formas habituais de pensamento. A velocidade de crescimento da procura de água aproxima-a da disponibilidade do recurso. Pode-se atenuar o crescimento da procura com a aplicação de novas tecnologias e a racionalização dos padrões de consumo ainda que não se possa evitar completamente. A proximidade e a gravidade da crise da água parecem indicar que se torna necessária uma alteração mais profunda, uma alteração de paradigma. Uma alteração de paradigma não é mais do que uma alteração de pensamento, a substituição de uma forma de pensar por outra que se adeque de melhor forma às alterações no ambiente com um nível de maior racionalidade. Mesa 3. A ÁGUA COMO ELEMENTO ESTRUTURADOR. O CASO DA PENÍNSULA IBÉRICA A água é um elemento dinâmico e mutante ciclicamente. A água no mundo segue um padrão circulatório dependente de variáveis climáticas tais como temperatura, radiação e ventos. Está associada a uma estrutura física, a bacia hidrográfica, que é o recetáculo de captação e o leito natural de circulação das águas. A bacia hidrográfica é uma realidade hidrológica, mas é também uma unidade natural territorial, social, ecológica e económica a partir da qual se pode entender e planificar o desenvolvimento de uma sociedade. A água tanto pode ser uma fonte de conflito como uma fonte de cooperação e há exemplos de ambos os casos ao longo da história. No entanto, o mundo parece ir entendendo lentamente que os cursos de água, mais do que fronteiras divisórias entre países são elementos de união e que a cooperação produz mais benefícios que o conflito. No caso da Península Ibérica a exposição dos conferencistas devia referir-se, de forma não exclusiva, aos seguintes temas: • A Diretiva Quadro da Água na Europa. • O modelo de gestão integrada dos recursos transfronteiriços. • A planificação hidrológica e a obrigação de a realizar instituída pela Diretiva Quadro. • Os Planos de Desenvolvimento Hídrico acordados. • A problemática das bacias hidrológicas partilhadas por Espanha e Portugal e a assimetria de países rio abaixo ou rio acima. • Os acordos transfronteiriços entre Espanha e Portugal e os princípios de gestão que incorporam. Sugere-se a exploração da possibilidade de administração dos recursos hídricos partilhados através de Confederações Binacionais de Bacias Hidrográficas. 12
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Mesa 4. O FUTURO DA ENERGIA Existe uma relação direta e evidente entre energia e desenvolvimento. A partir da Revolução Industrial o progresso e o crescimento das sociedades humanas estiveram condicionados, de forma cada vez mais intensa, ao consumo de energia e associados a um processo de alteração paulatino das fontes energéticas. A situação atual da energia pode apreciar-se pelos seguintes valores: 84% provém de fontes não renováveis. 61% de fontes de energia primária que emitem CO2 e são poluentes. 3% de fontes com uma alta dependência da água. 12% da energia primária é renovável, não poluente, com uma dependência muito grande da água. A produção de biocombustíveis tem uma baixa eficiência e consome quase tanta energia, em termos de combustível, transporte, pesticidas e fertilizantes, como a que gera. Além disso, serve-se de terras potencialmente utilizadas na produção de alimentos, geram-se deficits na produção de alimentos e consequentemente aumento dos preços. A extração de petróleo é uma atividade industrial que requer energia. Para extrair um barril de petróleo é necessário gastar uma quantidade de energia que seja equivalente a menos de um barril de petróleo para que esta extração seja rentável. Em meados do século XIX, os campos petrolíferos em exploração tinham uma relação de 1 para 50. Por cada barril de petróleo investido na exploração obtinham-se 50. Atualmente esta relação (taxa de retorno energético) está na ordem de 1 para 5. É previsível que num futuro relativamente próximo o petróleo, do qual se obtém 33% da energia consumida no mundo, deva ser substituído por outra fonte energética. Mesa 5. DESAFIOS ENERGÉTICOS EM PAÍSES DESENVOLVIDOS E EMERGENTES Desde a década anterior que o mundo foi espetador de uma alteração notável no equilíbrio mundial com a aparição dos países emergentes, economias em desenvolvimento, que num período de tempo relativamente curto mostraram um crescimento explosivo. Quatro destes países (China, Rússia, Brasil e Índia), os maiores em território e população, destacam-se pelas altíssimas taxas de crescimento das suas economias e por uma dinâmica produtiva imparável. Estima-se que nas próximas duas décadas o produto interno bruto dos países emergentes aumente em 5.3 % anual, frente a 2.5% dos países da OCDE. Como consequência deste crescimento os países emergentes serão nesse lapso de tempo, os principais consumidores de energia. (Fonte: EIA. World Energy Outlook 2011). Desafios dos Países desenvolvidos • Apurar e assumir os graus de responsabilidade na produção de poluentes e as implicações para os países emergentes. • Assumir a liderança mundial na reformulação do modelo económico-industrial atual. • Alterar o esquema de transferência industrial Desafios dos países emergentes •Estruturar o crescimento das suas economias com base em considerações globais de sustentabilidade • Definir e planificar de forma responsável o futuro energético •Repensar a opção de ter assumido um modelo de desenvolvimento baseado na insustentabilidade Mesa 6. AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Uma das características dos países desenvolvidos é o seu alto nível de consumo. Desenvolvimento Sustentável implica restrições e condições que estabeleçam regras para o crescimento e para o consumo. Atualmente o termo Desenvolvimento Sustentável é questionado e a sua utilização requer maior especificidade quanto às condições de fronteira e ao horizonte de tempo. Pode-se entender que o termo desenvolvimento sustentável implica um aumentar sem fim. Isto significa que o que está a crescer se 13
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estenderá a um tamanho desmedido. Contrastando isto com o tamanho finito dos recursos, dos ecossistemas, do meio ambiente e da Terra, a frase Desenvolvimento Sustentável parece ser um oximoro. Do ponto de vista energético as opções de solução às contradições conceptuais entre desenvolvimento e sustentabilidade não são muitas; ou se faz uma alteração radical no modelo de crescimento e consumo ou uma alteração no tipo e fonte de energia para uma mais barata, mais limpa e com menor taxa de esgotamento que possibilite continuar com a tendência atual. Todas as energias renováveis juntas alcançam apenas 15% do total consumido atualmente. Algumas destas fontes renováveis têm escassa possibilidade de substituir totalmente os combustíveis fósseis. A opção de energia nuclear tem possibilidades certas de substituição parcial dos mesmos a médio prazo e sem maiores dificuldades técnicas, ainda que com os riscos inerentes à sua utilização. Mesa 7. ÁGUA E ENERGIA. EDUCAÇÃO E CULTURA DE SUSTENTABILIDADE Para apresentar soluções devemos tentar entender as causas dos problemas. A água e a energia são as duas variáveis mais importantes da função de desenvolvimento e a forma como se manusearem pode fazer com que a sustentabilidade seja uma enteléquia inalcançável ou um paradigma possível. Se definirmos Cultura como o conjunto de padrões de comportamento instalado numa sociedade humana podemos verificar que as três origens da insustentabilidade, consumo, crescimento e comportamento, são em grande medida, traços culturais. Como qualquer outro traço, podem ser modificados através da educação como instrumento de mudança. Podemos definir modelos culturais que favoreçam a sustentabilidade e tentar instalá-los na sociedade. Uma cultura de sustentabilidade é um conjunto de padrões que definem o que fazer e o como fazer em relação a: • Valorização dos recursos e conhecimento da sua importância. • Dispor de informação oportuna e pertinente sobre a realidade dos recursos e do meio natural. • Um paradigma de pensamento que não esteja orientado para o consumo. • Consciência da responsabilidade social e individual quanto à importância do cuidado do meio natural e da necessidade imperiosa de enquadrar o crescimento no conceito de sustentabilidade. Os padrões culturais de uma sociedade são multidimensionais e formam uma estrutura, que quando é sólida e está corretamente armada, pode perdurar no tempo. Neste conjunto são reconhecíveis em diferentes latitudes, culturas e religiões elementos culturais associados à valorização da água. Mesa 8. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO DEBATE DOS RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS A NÍVEL GLOBAL Em janeiro de 1992 celebrou-se em Dublin, Irlanda, a Conferência Internacional sobre a Água e o Meio Ambiente (CIAMA) como reunião preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) que se realizou no Rio de Janeiro, em junho de 1992. Como conclusão da reunião adotou-se a Declaração de Dublin sobre Água e Desenvolvimento Sustentável que consiste em quatro princípios recomendados para a gestão da água e que desde então se constituíram nos elementos diretórios para a administração dos recursos hídricos. O segundo princípio da mencionada Declaração especifica que: “O aproveitamento e a gestão da água devem ser inspirados numa abordagem baseada na participação dos usuários, dos planificadores e dos responsáveis pelas decisões a todos os níveis.” A participação dos usuários, tal como está apresentada na Declaração de Dublin, é um processo que só se pode dar se existir uma base comunicacional preestabelecida e operativa. A estrutura do setor energético difere da do setor hídrico. No primeiro caso, a gestão está focada na exploração e no outro na administração do recurso. Diferem também pela natureza do bem e pela propriedade legal 14
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do recurso. No entanto, a importância do tema e o efeito que tem no setor doméstico, também implica a necessidade de um processo de comunicação que vise informar o consumidor sobre decisões e situações que possam afetar profundamente a sua economia e o seu nível de vida. Em ambos os casos, ainda que com diferentes intensidades, o papel dos diretores do setor deve adaptar uma nova abertura em relação ao interlocutor-usuário. Esta deve traduzir-se na instalação permanente de canais e meios de comunicação, mecanismos e metodologias que possibilitem a circulação de informação veraz e oportuna e a participação efetiva nas decisões do setor.
3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO FÓRUM MUNDIAL LISBOA 21 As seguintes são as conclusões extraídas das apresentações e intervenções realizadas durante o Fórum. 3.1 DECLARAÇÃO FINAL DO FÓRUM ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL • Todos os participantes reconhecem e consideram urgente levar a cabo uma alteração de paradigma depois de analisarem que o atual modelo de desenvolvimento está esgotado e não é sustentável. Também reconhecem que atualmente existe uma falta de liderança a nível local, regional e mundial. • Identificou-se que os problemas vinculados à água e à energia têm um paralelismo uma vez que o número de pessoas sem acesso a serviços básicos de água é o mesmo que ao de energia considerando as peculiaridades de ambos os âmbitos. • O crescimento da população e os 7000 milhões de pessoas com que contamos no mundo fazem com que a população urbana já seja uma maioria a partir de 2011 e com que os problemas do atual modelo continuem a deteriorar a qualidade de vida da população por falta de serviços básicos acessíveis. • Adota-se a Cultura como 4º pilar da sustentabilidade por ser a melhor herança moral da sociedade, para dar coesão e inspirar uma mudança de atitude em prol de um progresso inteligente. • Reconhece-se que a crise de governabilidade que atravessa a água é o resultado da falta de gestores e políticos idóneos e pede-se aos países para criarem autoridades de água ao mais alto nível, da mesma forma, tendo-se identificado que mais de 25 agências da ONU se dedicam aos temas da água dando sinais contraditórios e equivocados em muitos casos, pede-se aos países a criação de uma só Agência Mundial da Água na ONU para garantir coerência e melhorar a governabilidade da água. • Observa-se que a meta do milénio relativamente à água (7) não se vai cumprir no ano 2015 e que em muitos casos o número de pessoas sem acesso a saneamento seguro aumentou e que portanto esta é a segunda vez que fracassa uma Década dedicada à água potável e ao Saneamento (a primeira Década foi 1980-1990) • Reconhece-se que o desenvolvimento e a inovação tecnológica são a garantia para procurar melhores formas de transformar a energia e considera-se que a alternativa nuclear requer maior discussão e análise, pelo que se propõe a continuação do debate em âmbitos especializados. • Recomenda-se a criação de um Centro Mundial que permita analisar e estudar o desenvolvimento sustentável e que leve a cabo uma monitorização dos avanços do conhecimento, vinculando a sociedade civil; além de adotar a Carta da Terra como documento para a educação num desenvolvimento sustentável. • Concluiu-se que a atual universidade é um formador de soluções para problemas do século passado pelo que requeremos que a universidade altere o seu enfoque de formação e investigação e responda aos problemas do século 21. • Por fim, reconheceu-se que os atuais meios de comunicação se devem reinventar para cumprirem o seu papel de formador de opinião de forma veraz e transparente. Lisboa, 25 de outubro de 2011 15
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3.2. CONCLUSÕES 3.2.1 A Ideologia do Desenvolvimento Ao finalizar o século passado impôs-se no mundo um modelo de mercado e um paradigma que prometia que, se se seguissem as receitas do mercado e da globalização, o mundo encontraria a solução para todos os seus problemas. Passados quase vinte anos o mundo ainda se encontra longe da solução para os seus problemas crónicos, com novos problemas adicionais e com crises globais de energia, recursos hídricos e aquecimento global. Tudo parece indicar que a ideologia do desenvolvimento era um mito baseado numa falsa premissa: que o mundo e os recursos naturais eram infinitos e inesgotáveis. O nível de desenvolvimento atual da tecnologia, derivado da aliança da ciência com o mercado, tem um nível de impacto tão alto no imaginário social que faz supor que a tecnologia possa ser uma solução imediata para as crises. Descobertas de novos materiais e tecnologias parecem estar sempre ao virar da esquina para dar solução aos problemas da humanidade. Sempre e quando se puder pagar o preço de mercado destes engenhos. Mas a crise da água, particularmente, é pouco sensível à tecnologia e neste campo o único avanço que poderia ter um impacto imediato sobre os estados críticos atuais seria a descoberta de uma fonte de energia limpa, barata e inesgotável. Até que isto não aconteça, as crises agudizar-se-ão de forma sustentável. Se acontecer, convém recordar as palavras de Albert Einstein sobre a energia nuclear: “O mundo que criamos, como resultado de um nível de pensamento, gerou problemas que não podemos resolver com esse mesmo nível de pensamento Para que a humanidade possa sobreviver, necessitamos de uma forma substancialmente nova de pensar e aprender”. 3.2.2 A Sustentabilidade do Desenvolvimento Em 1987, foi apresentado oficialmente o Relatório Brundtland (Our Common Future, Brundtland 1987), elaborado pela Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio ambiente e o Desenvolvimento. Neste relatório aparece pela primeira vez o termo Desenvolvimento Sustentável e com ele alguns conceitos que é necessário repensar à luz do tempo decorrido: Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Este desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado se população e crescimento estiverem em harmonia com o sempre mutável potencial produtivo dos ecossistemas. O tema não é apenas o número de pessoas, mas sim a relação desse número de pessoas com os recursos disponíveis. São necessários passos urgentes para limitar as taxas extremas de crescimento populacional. Em 1968 um grupo de 105 cientistas e políticos de 30 países reuniram-se em Roma, Itália, para refletir acerca do crescimento da sociedade. Em 1972 o grupo, já conhecido como o Club de Roma, publicou o resultado das suas primeiras reflexões, o livro “Os Limites do Crescimento” (The Limits to Growth), cuja conclusão principal foi a seguinte: “se o atual aumento de população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração de recursos naturais se mantiver sem variações, alcançar-se-ão os limites absolutos de crescimento na terra durante os próximos cem anos”. A versão simplificada desta conclusão pode ler-se como: “Não pode haver um crescimento populacional, económico e industrial ilimitado num planeta de recursos limitados”. O imperativo atual é encontrar as formas e os meios para que o crescimento das nações esteja de acordo com os recursos naturais. 16
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3.3 RECOMENDAÇÕES As seguintes recomendações foram extraídas da participação dos assistentes. 3.3.1. Recomendação 1. Promover uma alteração de paradigma Perante a perceção da profundidade e multiplicidade das crises no mundo, a observação mais recorrente foi a necessidade de modificar a sociedade, a economia e as formas de vida atuais. Isto foi exposto como a necessidade de reformular o paradigma sobre o qual está construído o mundo. Uma mudança de paradigma não é mais do que uma mudança de pensamento, a substituição de uma forma de pensar por outra de uma racionalidade superior. Uma das consequências das crises é que obrigam a repensar situações, problemas e respostas e a procurar alternativas de maior efetividade, eficácia e eficiência. A profundidade da crise e a racionalidade mais básica indicam que está na hora de alterar os padrões de comportamento e pensamento das sociedades humanas, de gerir rigorosamente o crescimento e o consumo. Nada na história da humanidade permite afirmar que estas alterações sejam possíveis. Geralmente os modelos obsoletos mantêm-se até ao seu esgotamento e autodestruição. No entanto, nunca antes as sociedades humanas estiveram melhor preparadas nem contaram com tantos meios e capacidades como hoje para se automodificarem. Só o tempo dirá se somos capazes de o fazer. 3.3.2 Recomendação 2. Criar a Agência Mundial da Água A indiscutível importância da água para a vida torna imprescindível a existência de um organismo ao mais alto nível que atue como referente global da gestão hídrica. No sistema das Nações Unidas existem 25 agências e comissões que, direta ou indiretamente, trabalham no tema, o que resulta num setor fragmentado e com duplicidade de funções. No ano de 2008, como conclusão da Expo Zaragoza, o governo de Espanha comprometeu-se a apoiar para dar impulso à criação da Agência Mundial da Água. Neste sentido o Pabellón Puente da Expo Zaragoza registava entre os seus conteúdos expositivos dois temas destacados: • A necessidade de unificar, a nível global, o enfoque, a discussão e as ações referentes aos recursos hídricos numa só agência. • A urgência de reconhecer a nível mundial a Água como um Direito Humano. No ano de 2010 o reconhecimento do Direito Humano à Água pela Assembleia das Nações Unidas confirmou a importância das iniciativas. Como se manifestou durante o Fórum de Lisboa, existe um grande interesse de Portugal em relação à materialização desta iniciativa e ao compromisso manifesto de apoio. Entre as funções principais desta Agência estariam: • Propor um quadro normativo mundial acerca dos recursos hídricos, especialmente no que se refere a bacias hidrográficas transnacionais. • Disseminar efetivamente a informação hídrica que gera o sistema de NNUU. • Apoiar e assistir os países no levantamento de informação hídrica e na criação de sistemas de informação coerentes e estandardizados. • Promover modelos de gestão da água de maior racionalidade que os atuais, com enfase na gestão sistémica e na planificação multissetorial. • Promover a difusão e o intercâmbio eficaz e global de boas práticas, lições aprendidas, modelos e processos reproduzíveis, experiências que tenham alcançado o êxito e recomendações, através de um centro próprio de documentação e transferência sobre água. • Impulsionar a educação, os princípios e os valores que suscitem uma cultura de sustentabilidade. 17
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3.3.3 Recomendação 3. Criação de um Centro Mundial de Desenvolvimento Sustentável. O termo Desenvolvimento Sustentável implica um conceito complexo cuja utilização requer maior especificidade no seu uso quanto às condições de fronteira e ao horizonte de tempo, onde se aplicar o conceito. O qualificativo “sustentável”, aplicado a um fenómeno de crescimento como é o desenvolvimento, sem quantificadores de tempo ou quantidade, implica um aumentar sem fim. Significa que o que está em crescimento se estenderá a um tamanho infinito. A contrastar com isto está o tamanho finito dos recursos, dos ecossistemas, do meio ambiente e da Terra, a frase Desenvolvimento Sustentável parece ser um oximoro. O desenvolvimento das nações, como era entendido até hoje, obedece a um modelo comparativo. Na ausência de uma conceptualização clara, universalmente partilhada, e de uma escala de proporcionalidade que permita qualificar cada caso específico, para medir o grau de desenvolvimento de um país recorrese a um ranking de comparação à cabeça do qual se encontram os países de maiores rendimentos per capita, e cuja caraterística é o seu elevado nível de consumo. De facto, associa-se, sem grande erro, o nível de desenvolvimento de um país com o seu consumo. A última finalidade do desenvolvimento das nações parecer ser o tornar-se grande consumidor de bens, de recursos naturais e de serviços. Conceber uma redução geral e consensual do consumo é uma tarefa sem esperança na realidade de um sistema económico que privilegia o crescimento acima da sustentabilidade, num mundo em que os países de menor desenvolvimento desejam para si os níveis de bem-estar material do mundo desenvolvido e dificilmente vão renunciar à opção do crescimento económico. Tudo isto leva à compreensão da necessidade de estudar o fenómeno do desenvolvimento, do crescimento e do consumo com maior profundidade. Não é possível continuar a usar o adjetivo da sustentabilidade como parte da retórica política. É necessário redefinir conceitos a partir das constrangedoras realidades atuais e formular novas teorias com base na racionalidade. Se a sustentabilidade não for possível, o planeta está inevitavelmente condenado. Se a sustentabilidade for possível, é nosso dever entendê-la, construir um modelo de relações causais que a administre e adequá-lo às formas sociais. Propõem-se a adoção da Carta da Terra como instrumento para a educação no Desenvolvimento Sustentável, como parte do novo paradigma para a sociedade global do século XXI e como linha de base ética e democrática. A recomendação 1 assinala a necessidade de mudar os paradigmas atuais. A recomendação 3 implica a criação de um centro pensante, sob orientação das NNUU, onde se analise e valorize as opções alternativas, os custos sociais e económicos e as consequências no tempo. 3.3.4 Recomendação 4. Promover a Cultura como pilar central da Sustentabilidade. Define-se Cultura como o conjunto de padrões de comportamento instalados numa sociedade. Os padrões culturais de uma sociedade são multidimensionais e formam uma estrutura que quando é sólida, e está corretamente munida, não perdura apenas no tempo mas também, eventualmente, possibilita a autoadaptação a mudanças no ambiente. A cultura é o resultado de somas históricas e a sua formação obedece à acumulação de padrões de comportamentos que respondem ao meio. Este processo não é outra coisa senão uma dinâmica de adaptação que vai construindo a história de um grupo humano. Existem na história exemplos de culturas que perduraram por milénios (China, Egito faraónico) e que sucumbiram por incapacidade de adaptação às mudanças e de culturas que não souberam manter a sua identidade por excesso de adaptação (Roma). De qualquer forma o fenómeno cultural requer uma manutenção constante tendo em vista a alta ou baixa adaptabilidade do grupo social. Isto justifica a existência na sociedade de um elemento com capacidade para avaliar a validade de determinados padrões e principalmente para conceber novos modelos culturais e para os instalar na sociedade através da educação. 18
SOBRE ÁGUA, ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A cultura ocidental, em termos gerais o paradigma vigente, já mostra sinais de incompatibilidade com as mudanças. É possível detetar nela padrões de comportamento disfuncionais que ameaçam derrubar toda a estrutura social, económica e política. É necessário, desde a ótica de mudança de paradigma, apurar as disfuncionalidades e substitui-las por uma cultura focada na adaptação às mudanças e à sustentabilidade. Uma cultura de sustentabilidade é um conjunto de padrões que deveriam definir o que fazer e como fazer em relação a: • Avaliação dos recursos e conhecimento da sua importância. • Dispor de informação oportuna e pertinente sobre a realidade dos recursos e do meio natural. • Um paradigma de pensamento que não esteja focado no consumo. • Consciência da responsabilidade social e individual no que se refere à importância dos cuidados para com o meio natural e à necessidade imperiosa de enquadrar o crescimento no conceito de sustentabilidade. A criação e implantação a nível global de uma cultura baseada nestes valores seria a melhor herança moral para as gerações futuras. Lisboa, dezembro de 2011
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FORO MUNDIAL LISBOA 21 SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE RESUMEN EJECUTIVO
Versión Español LISBOA 24 Y 25 DE OCTUBRE 2011 SOCIEDAD DE GEOGRAFIA DE LISBOA
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RESUMEN DEL DOCUMENTO FINAL
1. DESCRIPCIÓN GENERAL DEL FORO MUNDIAL LISBOA 21 Los días 24 y 25 de Octubre de 2011 se realizó en Lisboa, Portugal, el Foro Mundial Lisboa 21 sobre Agua, Energía y Desarrollo Sostenible. El Foro Mundial Lisboa 21, se planteó como una propuesta a las instituciones y la sociedad civil de las ideas básicas para un desarrollo racional. El objetivo central era crear conciencia sobre la problemática de la sostenibilidad del desarrollo, centrando el debate en los elementos básicos Agua y Energía y buscando recoger las experiencias de los últimos 20 años. El evento se realizó en la Sociedad de Geografía de Lisboa, Portugal con la participación de más de 650 personas. El programa constó de ocho mesas redondas y cinco sesiones paralelas, en las cuales expusieron sus criterios y posiciones expertos, instituciones y empresas. 1.1. ORGANIZACIÓN DEL FORO Organizadores Fundación Gulbenkian, Fundación EDP, ACEGE, Universidad Católica Portuguesa, Instituto Portugués de Corporate Governance, Instituto de Empreendedorismo Social, Cámara de Comercio e Industria LusoEspañola, Agencia para la Energía ADENE, Water Assessment & Advisory Global Netowork (WASA-GN), Instituto de Estudios Económicos, Club de Excelencia en Sostenibilidad, Universidad San Pablo CEU, Fundación ADECCO, FOES, Foro Soria 21 Para el Desarrollo Sostenible. Patrocinadores Fundación EDP, Fundación Calouste Gulbenkian, Fundación Wellington, Fundación ACS, ENDESA, CEMEX, Banco BIC, Fundación Montepío, SAPO, REN, WIN Energy, ENCE. Colaboradores SIEMENS, Fundación MAPFRE, Banco Espíritu Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS MATTERS, VOLVO, Fundación Luso, MARSH, Fundación GALP Energía, Agreda. Apoyo Sociedad de Geografía de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez – Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green Media, GAMESA Media Partners Diario económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Agua & Ambiente, NATURLINK 1.2. TEMAS DEL FORO Programa principal Mesa 1: El Agua. Situación actual global y perspectivas futuras Mesa 2: La Crisis mundial del agua. Necesidades globales de solución Mesa 3: El Agua como elemento vertebrador. El caso de la Península Ibérica Mesa 4: El Futuro de la Energía Mesa 5: Retos energéticos en los países desarrollados y países emergentes 21
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Mesa 6: Las necesidades energéticas del desarrollo sostenible Mesa 7: Agua y Energía. Educación y cultura de sostenibilidad Mesa 8: La importancia de la Comunicación en el debate de los recursos hídricos y energéticos a nivel global Sesiones Paralelas Sesión 1: Energía para el Desarrollo Sesión 2: Eficiencia y Sostenibilidad Sesión 3: Sostenibilidad e innovación social en las organizaciones Sesión 4: Iniciativa, Educación y Responsabilidad Sesión 5: Cultura. Cuarto pilar de la Sostenibilidad
2. GuÍas y documentos previos del Foro. 2.1. RESUMEN DE LOS LINEAMIENTOS PARA LOS PONENTES. Mesa 1. El Agua, situación actual gLobal y perspectivas futuras La primera mesa debería establecer las bases generales del debate. Es importante que los participantes perciban la existencia de una situación crítica del agua en el mundo. El debate debe dirigirse hacia el planteamiento de acciones globales para mitigar esta situación dentro del marco de la sostenibilidad del desarrollo. Resulta más importante la discusión de los conceptos sobre los cuales se ha construido el proceso, que el debate sobre temas locales, no porque estos no sean relevantes, sino por la dimensión planetaria que han alcanzado los problemas. Mesa 2. La Crisis mundial del agua. Necesidades globales de solución Si es posible entender las causas de la situación crítica del agua en el mundo será posible también plantear soluciones. En el momento actual, el debate sobre la crisis del agua gira en torno a temas que van desde la problemática de la gobernabilidad hasta el planteamiento que todo se reduce a una falta de infraestructura hídrica. En el fondo el tema central es otro y está más relacionado con lo que se entiende por desarrollo y sobre si es posible la sostenibilidad de un modelo basado en el consumo creciente de recursos limitados. Mesa 3. El Agua como elemento vertebrador. El caso de la PENÍNSULA Ibérica El agua es naturalmente un elemento vertebrador que, a partir de la cuenca hidrográfica, da forma no sólo a los sistemas ecológicos sino también modela los sistemas sociales y culturales. El problema principal está menos relacionado con la dicotomía entre conflicto y cooperación y más con el cómo repensar la gestión de los recursos hídricos con sistemas políticos artificiales que se superponen y fragmentan a los sistemas naturales donde reside el agua. Los problemas del agua entre España y Portugal son un objeto interesante de estudio que muestra tanto encuentros como desencuentros y puede ser adecuado para ejemplificar no solo lo que se debe hacer o no hacer en la gestión de aguas transfronterizas, sino también para convertirlo en un espacio de reflexión sobre cómo hacer y qué mecanismos operativos pueden aplicarse para la gestión compartida. Mesa 4. El Futuro de la Energía El tema más importante en el debate mundial es actualmente el futuro de la energía. La situación actual, las reservas del planeta, las consecuencias del agotamiento de los combustibles fósiles y las opciones posibles o las fuentes energéticas del futuro son temas de máximo interés. El mundo actual aumenta continuamente 22
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el consumo de energía y no es difícil percibir que la situación es todo menos sostenible. Es hora de pensar en alternativas. Una posible opción a considerar para el futuro, si se quiere mantener el crecimiento actual, parece ser la energía nuclear. El tema central entonces se traslada al debate sobre si queremos mantener el esquema business as usual y aceptar los riesgos inherentes o repensar los paradigmas de desarrollo y crecimiento. Mesa 5. RETOS ENERGÉTICOS EN LOS PAÍSES DESARROLLADOS Y PAÍSES EMERGENTES El tema es particularmente importante a la luz de la crisis económica que preocupa a los países industrializados. Su solución no es previsible en un corto plazo y en relación a los retos y las presiones que este desarrollo explosivo puede generar en el sector energético. Este proceso, basado en la aplicación escrupulosa de las reglas del mercado, ha permitido el crecimiento de países que están enfocados en un proceso de producción y crecimiento económico, primando estos factores sobre los elementos básicos de sostenibilidad. Mesa 6. Las necesidades energéticas del desarrollo sostenible El tema de fondo hace referencia a las fuentes y al suministro de energía necesaria para desencadenar un proceso de desarrollo y a las restricciones que imponen la escasez de petróleo y el cambio climático generado por la emisión de CO2 a la atmósfera. Desde el punto de vista energético las opciones de solución a las contradicciones conceptuales entre desarrollo y sostenibilidad no son muchas: o una modificación radical del modelo de crecimiento y consumo o un cambio del tipo y fuente de energía por una más barata, más limpia y más abundante que posibilite continuar con la tendencia actual. Actualmente, todas las fuentes de energía renovable juntas, suministran algo más del 15% del consumo mundial. Mesa 7. Agua y Energía. Educación y cultura de sostenibilidad La Educación, como herramienta para la creación y mantenimiento de un conjunto de patrones culturales que favorezcan la sostenibilidad, debe ser la prioridad de las políticas públicas y de interés para la sociedad en general. El término Cultura debe enfocarse hacia los patrones de comportamiento de un conjunto social y centrar el debate en la posibilidad de desarrollar esos patrones culturales orientados a la sostenibilidad. Mesa 8. LA IMPORTANCIA DE LA COMUNICACIÓN EN EL DEBATE DE LOS RECURSOS HÍDRICOS Y ENERGÉTICOS A NIVEL GLOBAL La participación de los usuarios en la gestión del agua (segundo principio de la Declaración de Dublín) implica que debe existir una base informativa suficiente que posibilite esa participación. El tema en discusión incluye entonces, las necesidades de los usuarios, a los medios de comunicación masiva y las herramientas necesarias para convertir el proceso en algo permanente, sostenido y adecuadamente gestionado. En el campo energético la comunicación deberá responder a las necesidades de información de los usuarios en relación a las condiciones de oferta y demanda y a la necesidad de hacer transparentes las decisiones políticas sobre el sector. 2.2. RESUMEN DE LAS DIRECTRICES PARA LOS MODERADORES Mesa 1. El Agua, situación actual GLOBAL y perspectivas futuras Resulta importante que los participantes (público y ponentes) perciban la existencia de una situación crítica del agua en el mundo y que el debate se dirija hacia el planteamiento de acciones globales para mitigar esta situación en un marco de sostenibilidad. Para entender la naturaleza de la crisis es necesario considerar los siguientes elementos: • El agua es abundante pero los recursos hídricos son limitados. • Las distribuciones del agua y de la población en el mundo no son uniformes. 23
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• El consumo de agua es proporcional a la población, pero el crecimiento del consumo es mayor que el de la población • Para plantear soluciones debemos entender las causas. Mesa 2. La Crisis mundial del agua. Necesidades globales de solución La crisis mundial del agua es el resultado de un desequilibrio entre la oferta de agua del medio natural y la demanda de la sociedad. Este desequilibrio es el resultado de la interacción del Hombre con el Medio en un entorno físico y en un marco de gestión del agua. La crisis del agua es un fenómeno multidimensional que involucra elementos físicos del medio natural, elementos culturales y sociales, todos los cuales se interrelacionan y entrelazan como causas y efectos. • Crecimiento de la población y aumento de la demanda • Contaminación del recurso • Cambio climático La crisis del agua ha sido calificada como una crisis de gobernabilidad. Este concepto, involucra muchos aspectos hasta ahora no considerados en la gestión del agua e implica que hay una forma virtuosa de gobernarla, basada en la capacidad de formular políticas con efectividad, administrar recursos con eficiencia y proveer servicios con eficacia. Enfrentarse a la crisis es una tarea compleja que requiere repensar nuestros patrones de comportamiento y principalmente nuestras formas habituales de pensamiento. La velocidad de crecimiento la demanda de agua acerca ésta a la disponibilidad del recurso. Se puede ser ralentizar el crecimiento de la demanda con la aplicación de nuevas tecnologías y la racionalización de los patrones de consumo aunque no se puede evitar completamente. La cercanía y gravedad de la crisis del agua parecen indicar que es necesario un cambio más profundo, un cambio de paradigma. Un cambio de paradigma no es más que un cambio de pensamiento, la sustitución de una forma de pensar por otra que se adecue mejor a los cambios en el entorno con un mayor nivel de racionalidad. Mesa 3. El Agua como elemento vertebrador. El caso de la PENÍNSULA Ibérica El agua es un elemento dinámico y cambiante cíclicamente. El agua en el mundo sigue un patrón circulatorio dependiente de las variables climáticas como temperatura, radiación y vientos. Está asociada a una estructura física, la cuenca que es el receptáculo de captación y el cauce natural de circulación de las aguas. La cuenca es una realidad hidrológica, pero es también una unidad natural territorial, social, ecológica y económica a partir de la cual se puede entender y planificar el desarrollo de una sociedad. El agua puede ser tanto una fuente de conflicto como una fuente de cooperación y hay ejemplos de ambos casos a lo largo de la historia. Sin embargo el mundo parece ir entendiendo lentamente que los cursos de agua, más que fronteras divisorias entre países son elementos de unión y que la cooperación produce más beneficios que el conflicto. En el caso de la Península Ibérica el planteamiento de los ponentes debería referirse, aunque no exclusivamente, a los siguientes temas: • La Directiva Marco del Agua en Europa • El modelo de gestión integrada de los recursos transfronterizos. • La planificación hidrológica y la obligación de realizarla instituida por la Directiva Marco • Los Planes de Desarrollo Hídrico concertados. • La problemática de las cuencas compartidas entre España y Portugal y la asimetría de países aguas arriba o aguas abajo. • Los acuerdos transfronterizos entre España y Portugal y los principios de gestión que incorporan. 24
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Se sugiere explorar la posibilidad de administración de los recursos hídricos compartidos a través de Confederaciones Binacionales de Cuenca. Mesa 4. El Futuro de la Energía Existe una relación directa y evidente entre energía y desarrollo. A partir de la Revolución Industrial el progreso y crecimiento de las sociedades humanas ha estado condicionado, en forma cada vez más intensa por el consumo de energía y asociado a un proceso de cambio paulatino de las fuentes energéticas. La situación actual de la energía puede apreciarse por los siguientes valores: El 84% proviene de fuentes no renovables. El 61% de fuentes de energía primaria que emiten CO2 y son contaminantes. El 3% de fuentes tiene una alta dependencia del agua. El 12% de energía primaria es renovable, no contaminantes, con una dependencia alta del agua. La producción de biocombustibles tiene una baja eficiencia y consume casi tanta energía, en términos de combustible, transporte, pesticidas y fertilizantes, como la que genera. Además se emplean tierras potencialmente utilizadas en la producción de alimentos, se generan déficits en la producción de éstos y, consecuentemente, aumentos de sus precios. La extracción de petróleo es una actividad industrial que requiere energía. Para extraer un barril de petroleo se requiere gastar una cantidad de energía que sea equivalente a menos de un barril de petroleo para que esta extracción sea rentable. A mediados del siglo XIX, los campos petrolíferos en explotaión tenían una relación de 1 a 50. Por cada barril de petroleo invertido en la explotación se obtenían 50. Actualmente esta relación (tasa de retorno energético) es del orden de 1 a 5. Es previsible que en un futuro relativamente próximo el petróleo, del cual se obtiene el 33% de la energía consumida en el mundo, deba sustituirse por otra fuente energética. Mesa 5. RETOS ENERGÉTICOS EN PAÍSES DESARROLLADOS Y EMERGENTES Desde la década anterior el mundo ha sido espectador de un cambio notable en el equilibrio mundial con la aparición de los países emergentes, economías en desarrollo, que en un período de tiempo relativamente corto han mostrado un crecimiento explosivo. Cuatro de estos países (China, Rusia, Brasil e India), los más grandes en territorio y población, destacan por las altísimas tasas de crecimiento de sus economías y por una dinámica productiva imparable. Se estima que en las próximas dos décadas el producto interior bruto de los países emergentes se incrementará un 5.3 % anual, frente a un 2.5% de los países de la OACDE. Como consecuencia de este crecimiento los países emergentes serán en ese lapso de tiempo, los principales consumidores de energía. (Fuente: EIA. World Energy Outlook. 2011). Retos de los Países desarrollados • Deslindar y asumir los grados de responsabilidad en la generación de contaminantes y las implicaciones para los países emergentes. • Asumir el liderazgo mundial en la reformulación del modelo económico-industrial actual. • Cambiar el esquema de transferencia industrial Retos de los países emergentes • Estructurar el crecimiento de sus economías en base a consideraciones globales de sostenibilidad • Definir y planificar en forma responsable el futuro energético • Repensar la opción de haber asumido un modelo de desarrollo basado en la insostenibilidad Mesa 6. LAS NECESIDADES ENERGÉTICAS DEL DESARROLLO SOSTENIBLE Una de las características de los países desarrollados es su alto nivel de consumo. Desarrollo Sostenible implica restricciones y condiciones que establecen reglas para el crecimiento y el consumo. Actualmente el término Desarrollo Sostenible es cuestionado y su utilización requiere una mayor 25
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especificación de las condiciones de contorno y del horizonte temporal. Se puede entender que el término desarrollo sostenible implica aumentar sin fin. Esto significa que lo que está creciendo tenderá a un tamaño desmedido. Contrastado esto con el tamaño finito de los recursos, los ecosistemas, el medio ambiente y la Tierra, la frase Desarrollo Sostenible parece ser un oxímoron. Desde el punto de vista energético las opciones de solución a las contradicciones conceptuales entre desarrollo y sostenibilidad no son muchas; o un cambio radical del modelo de crecimiento y consumo o un cambio del tipo y fuente de energía por una más barata, más limpia y con menor tasa de agotamiento que posibilite continuar con la tendencia actual. Todas las energías renovables juntas apenas alcanzan al 15% del total consumido actualmente. Algunas de estas fuentes renovables tienen escasa posibilidad de sustituir totalmente a los combustibles fósiles. La opción de energía nuclear tiene posibilidades ciertas de sustitución parcial a medio plazo de los mismos y sin mayores dificultades técnicas, aunque con los riesgos inherentes a su utilización. Mesa 7. AGUA Y ENERGÍA. EDUCACIóN Y CULTURA DE SOSTENIBILIDAD Para plantear soluciones debemos intentar entender las causas de los problemas. El agua y la energía son las dos variables más importantes de la función de desarrollo y la forma como se manejen puede hacer que la sostenibilidad sea una entelequia inalcanzable o un paradigma posible. Si definimos la Cultura como el conjunto de patrones de comportamiento instalado en una sociedad humana podemos apreciar que los tres orígenes de la insostenibilidad, consumo, crecimiento y comportamiento, son en gran medida, rasgos culturales. Como cualquier otro rasgo, pueden ser modificados a través de la educación como instrumento de cambio. Podemos definir los modelos culturales que favorezcan la sostenibilidad e intentar implantarlos en la sociedad. Una cultura de sostenibilidad es un conjunto de patrones que definen qué hacer y cómo hacer en relación a: • Valoración de los recursos y conocimiento de su importancia. • Disponer de información oportuna y pertinente sobre la realidad de los recursos y el medio natural. • Un paradigma de pensamiento que no esté orientado al consumo. • Conciencia de la responsabilidad social e individual en cuanto a la importancia del cuidado del medio natural y de la necesidad imperiosa de enmarcar el crecimiento en el concepto de sostenibilidad. Los patrones culturales de una sociedad son multidimensionales y forman una estructura, que cuando es sólida y está correctamente armada puede perdurar en el tiempo. En este conjunto son reconocibles en diferentes latitudes, culturas y religiones elementos culturales asociados a la valoración del agua Mesa 8. LA IMPORTANCIA DE LA COMUNICACIÓN EN EL DEBATE DE LOS RECURSOS HÍDRICOS Y ENERGÉTICOS A NIVEL GLOBAL En Enero de 1992 se celebró en Dublín, Irlanda, la Conferencia Internacional sobre el Agua y el Medio Ambiente (CIAMA) como reunión preparatoria para la Conferencia de las Naciones Unidas sobre el Medio Ambiente y el Desarrollo (CNUMAD) que se desarrolló en Río de Janeiro en junio de 1992. Como conclusión de la reunión se adoptó la Declaración de Dublín sobre Agua y Desarrollo Sostenible, consistente en cuatro principios recomendados para la gestión del agua, que desde entonces han constituido los elementos rectores de la administración de los recursos hídricos. El segundo principio de la mencionada Declaración específica que: “El aprovechamiento y la gestión del agua debe inspirarse en un planteamiento basado en la participación de los usuarios, los planificadores y los responsables de las decisiones a todos los niveles.” La participación de los usuarios, tal como está planteada en la Declaración de Dublín, es un proceso que sólo puede darse si existe una base de comunicación preestablecida y operativa. 26
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La estructura del sector energético difiere de la del sector hídrico. En un caso, la gestión está enfocada a la explotación y en el otro hacia la administración del recurso. Difieren también en la naturaleza del bien y en la propiedad legal del recurso. Sin embargo la importancia del tema y el efecto que tiene en el sector doméstico, también implica la necesidad de un proceso de comunicación dirigido a informar al consumidor de decisiones y situaciones que pueden afectar profundamente su economía y nivel de vida. En ambos casos, aunque con diferentes intensidades, el papel de los directivos del sector debe incorporar una nueva apertura hacia el interlocutor-usuario. Ésta debe traducirse en la instalación permanente de canales y medios de comunicación, mecanismos y metodologías que posibiliten la circulación de información veraz y oportuna y la participación efectiva en las decisiones del sector.
3. Conclusiones y recomendaciones del Foro Mundial Lisboa 21 Las siguientes son las conclusiones extraídas de las ponencias e intervenciones realizadas durante el Foro. 3.1 DECLARACIÓN FINAL DEL FORO AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE • Todos los participantes reconocen y consideran urgente llevar a cabo un cambio de paradigma después de analizar que el actual modelo de desarrollo está agotado y no es sostenible. También reconocen que en la actualidad existe una falta de liderazgo a nivel local, regional y mundial. • Se ha identificado que los problemas vinculados al agua y la energía tienen un paralelismo ya que el número de personas sin acceso a servicios básicos de agua es el mismo que al de energía considerando las peculiaridades de ambos ámbitos. • El crecimiento de la población y los 7000 millones de personas con las que se cuentan en el mundo hacen que la población urbana ya sea una mayoría a partir del 2011 y que los problemas del actual modelo seguirán deteriorando la calidad de vida de la población por falta de servicios básicos accesibles. • Se adopta la Cultura como 4º pilar de la sostenibilidad al ser la mejor herencia moral de la sociedad, para cohesionar e inspirar un cambio de actitud en bien de un progreso inteligente • Se reconoce que la crisis de gobernabilidad que atraviesa el agua, es el resultado de la falta de gestores y políticos idóneos y se pide a los países crear autoridades de agua al más alto nivel, de igual manera habiéndose identificado que más de 25 agencias de ONU se dedican a temas de agua dando señales contradictorias y equivocadas en muchos casos, se pide a los países la creación de una sola Agencia Mundial del Agua en la ONU para garantizar coherencia y mejorar la gobernabilidad del agua • La Meta del milenio relativa el agua (7) se observa que no se va a cumplir el año 2015 y que en muchos casos el número de personas sin accesos al saneamiento seguro se ha incrementado y que por la tanto esta es la segunda vez que fracasa una Década dedicada al agua potable y Saneamiento (la primera Década fue 1980-1990) • Se reconoce que el desarrollo y la innovación tecnóloga, son la garantía para buscar mejores formas de transformar la energía y se considera que la alternativa nuclear requiere mayor discusión y análisis, por lo que se propone seguir el debate en los ámbitos especializados. • Se recomienda la creación de un Centro Mundial que permita analizar y estudiar el desarrollo sostenible y que lleve a cabo un monitoreo de los avances del conocimiento, vinculando a la sociedad civil; además de adoptar la Carta de la Tierra como documento para la educación en un desarrollo sostenible. • Se concluyó que la actual universidad es un formador de soluciones para problemas del siglo pasado por lo que requerimos que la universidad cambie su enfoque de la formación y la investigación y responda a los problemas del siglo 21 27
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• Finalmente se reconoció que los actuales medios de comunicación deben reinventarse para cumplir su rol de formador de opinión de forma veraz y transparente. Lisboa 25 de octubre 2011 3.2. CONCLUSIONES 3.2.1 La Ideología del Desarrollo Al finalizar el siglo pasado se impuso en el mundo un modelo de mercado y un paradigma que prometía que, de seguir estos las recetas del mercado y la globalización, el mundo encontraría la solución a todos sus problemas. Casi veinte años después el mundo se encuentra aún lejos de la solución a sus problemas crónicos, con nuevos problemas adicionales y con crisis globales de energía, recursos hídricos y calentamiento global. Todo parece indicar que la ideología del desarrollismo era un mito basado en una falsa premisa: que el mundo y los recursos naturales eran infinitos e inagotables. El nivel de desarrollo actual de la tecnología, derivado de la alianza de la ciencia con el mercado, tiene un nivel de impacto tan alto en el imaginario colectivo que hace suponer que la tecnología puede ser una solución inmediata a las crisis. Descubrimientos de nuevos materiales y, tecnologías parecen estar siempre a la vuelta de la esquina para dar solución a los problemas de la humanidad. Siempre y cuando se pueda pagar el precio de mercado de estos ingenios. Pero la crisis del agua, particularmente, es poco sensible a la tecnología y en este campo el único avance que podría tener un impacto inmediato sobre los estados críticos actuales seria el descubrimiento de una fuente de energía limpia, barata e inagotable. Mientras esto no suceda, las crisis se agudizarán en forma sostenida. Convendría recordar las palabras de Albert Einstein sobre la energía nuclear: “El mundo que hemos creado como resultado de un nivel de pensamiento, ha generado problemas que no podemos resolver con ese mismo nivel de pensamiento Para que la humanidad pueda sobrevivir, necesitaremos una manera substancialmente nueva de pensar y aprender”. 3.2.2 La Sostenibilidad del Desarrollo En 1987, fue presentado oficialmente el Informe Brundtland (Our Common Future, Brundtland 1987), elaborado para Comisión Mundial de Naciones Unidas para el Medioambiente y el Desarrollo. En este informe aparece por primera vez el término Desarrollo Sostenible y con él algunos conceptos que es necesario repensar a la luz del tiempo transcurrido: Desarrollo sostenible es desarrollo que satisface las necesidades del presente sin comprometer la posibilidad de que futuras generaciones satisfagan sus propias necesidades. Este desarrollo sostenible sólo puede ser alcanzado si población y crecimiento están en armonía con el siempre cambiante potencial productivo de los ecosistemas. El tema no es solamente el número de personas, sino la relación de ese número de personas con los recursos disponibles. Pasos urgentes son necesarios para limitar las tasas extremadas de crecimiento poblacional. En 1968 un grupo de 105 científicos, y políticos de 30 países se reunión en Roma, Italia para reflexionar sobre el crecimiento de la sociedad. En 1972 el grupo, ya conocido como el Club de Roma publicó un resultado de sus primeras reflexiones, el libro “Los Límites del Crecimiento” (The Limits to Growth), cuya conclusión principal fue la siguiente: “si el actual incremento de la población mundial, la industrialización, la contaminación, la producción de alimentos y la explotación de los recursos naturales se mantiene sin variación, se alcanzarán los límites absolutos de crecimiento en la tierra durante los próximos cien años”. La versión simplificada de esta conclusión puede leerse como: “No puede haber un crecimiento poblacional, económico e industrial ilimitado en un planeta de recursos limitados”. 28
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El imperativo actual es encontrar las formas y los medios para que el crecimiento de las naciones sea acorde con los recursos naturales. 3.3 RECOMENDACIONES Las siguientes recomendaciones fueron extraídas de la participación de los asistentes. 3.3.1. Recomendación 1. Promover un cambio de paradigma Ante la percepción de la profundidad y multiplicidad de las crisis en el mundo, la observación más recurrente fue la necesidad de modificar la sociedad, la economía y las formas de vida actuales. Esto ha sido planteado como la necesidad de reformular el paradigma sobre el cual está construido el mundo. Un cambio de paradigma no es más que un cambio de pensamiento, la sustitución de una forma de pensar por otra de una racionalidad superior. Una de las consecuencias de las crisis es que obligan a repensar situaciones, problemas y respuestas y a buscar alternativas de mayor efectividad, eficacia y eficiencia. La profundidad de la crisis y la racionalidad más básica indican que es hora de cambiar los patrones de comportamiento y pensamiento de las sociedades humanas, gestionar rigurosamente el crecimiento y el consumo. Nada en la historia de la humanidad permite afirmar que estos cambios sean posibles. Generalmente los modelos obsoletos se han mantenido hasta su agotamiento y autodestrucción. Sin embargo nunca antes las sociedades humanas han estado mejor preparadas ni han contado con tantos medios y capacidades como hoy para auto- modificarse. Sólo el tiempo dirá si somos capaces de hacerlo. 3.3.2 Recomendación 2. Crear la Agencia Mundial del Agua La indiscutible importancia del agua para la vida hace imprescindible la existencia de un organismo del más alto nivel que actúe como referente global de la gestión hídrica. En el sistema de Naciones Unidas existen 25 agencias y comisiones que directa o indirectamente trabajan en el tema, lo cual resulta en un sector fragmentado y con duplicidad de funciones. El año 2008, como conclusión de la Expo Zaragoza se comprometió el apoyo del gobierno de España para dar impulso a la creación de la Agencia Mundial del Agua. En este sentido el Pabellón Puente de la Expo Zaragoza registraba entre sus contenidos expositivos dos temas destacados: • La necesidad de unificar a nivel global la el enfoque, la discusión y las acciones referidas a los recursos hídricos en una sola agencia • La urgencia de reconocer a nivel mundial el Agua como un Derecho Humano. El año 2010 el reconocimiento del Derecho Humano al Agua por la Asamblea de Naciones Unidas confirmó la importancia de las iniciativas. Como se manifestó durante el Foro de Lisboa, existe un gran interés de Portugal hacia la materialización de esta iniciativa y el compromiso manifiesto de apoyo. Entre las funciones principales de esta Agencia estarían: • Proponer un marco normativo mundial sobre los recursos hídricos, especialmente en referencia a cuencas transnacionales. • Diseminar efectivamente la información hídrica que genera el sistema de NNUU. • Apoyar y asistir a los países en el levantamiento de información hídrica y en la creación de sistemas de información coherentes y estandarizados. • Promover modelos de gestión del agua de mayor racionalidad que los actuales, con énfasis en la gestión sistémica y la planificación multisectorial. • Promover la difusión y el intercambio eficaz y global de buenas prácticas, lecciones aprendidas, modelos 29
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y procesos reproducibles, experiencias que hayan alcanzado el éxito y recomendaciones, a través de un centro propio de documentación y transferencia sobre agua. • Impulsar la educación, los principios y los valores que, susciten una cultura de sostenibilidad. 3.3.3 Recomendación 3. Creación de un Centro Mundial de Desarrollo Sostenible. El término Desarrollo Sostenible implica un concepto complejo cuya utilización requiere mayor especificación de su uso, en cuanto a las condiciones de contorno y el horizonte temporal en los que se aplica el concepto. El calificativo “sostenible”, aplicado a un fenómeno de crecimiento como es el desarrollo, sin cuantificadores de tiempo o cantidad implica aumentar sin fin. Significa que lo que está creciendo tenderá a un tamaño infinito. Contrastado esto con el tamaño finito de los recursos, los ecosistemas, el medio ambiente y la Tierra, la frase Desarrollo Sostenible parece ser un oxímoron. El desarrollo de las naciones, como se entiende hoy, obedece a un modelo comparativo. En ausencia de una conceptualización clara, universalmente compartida y de una escala de proporcionalidad que permita calificar cada caso específico, para medir el grado de desarrollo de un país se recurre a un ranking a la cabeza del cual se encuentran los países de mayor renta per cápita, y cuya característica es su elevado nivel de consumo. De hecho se asocia, sin gran error, el nivel de desarrollo de un país con el de su consumo. La finalidad última del desarrollo de las naciones parece ser el convertirse en grandes consumidores de bienes, recursos naturales y servicios. Plantear una reducción general y consensuada del consumo resulta una tarea sin esperanza en la realidad de un sistema económico que prioriza el crecimiento por encima de la sostenibilidad, en un mundo en el cual los países de menor desarrollo desean los niveles de bienestar material del mundo desarrollado y difícilmente van a renunciar a la opción del crecimiento económico. Todo esto lleva a la comprensión de la necesidad de estudiar el fenómeno del desarrollo, el crecimiento y el consumo con más profundidad. No es posible seguir usando el adjetivo de la sostenibilidad como parte de la retórica política. Es necesario redefinir conceptos a partir de las abrumadoras realidades actuales y formular nuevas teorías sobre la base de la racionalidad. Si la sostenibilidad no es posible, el planeta está condenado irremisiblemente. Si la sostenibilidad es posible, es nuestro deber entenderla, construir un modelo de relaciones causales que la genere y adecuar las formas sociales al mismo. Se plantea la adopción de la Carta de la Tierra como instrumento para la educación en Desarrollo Sostenible, como parte del nuevo paradigma para la sociedad global del siglo XXI y como línea de base ética y democrática. La recomendación 1 señala la necesidad de cambiar los paradigmas actuales. La recomendación 3 implica la creación de un centro pensante, dependiente de NNUU, desde el cual se analicen y valoren las opciones alternativas, los costes sociales y económicos y las consecuencias futuras. 3.3.4 Recomendación 4. Promover a la Cultura como pilar central de la Sostenibilidad. Se define Cultura como el conjunto de patrones de comportamiento instalados en una sociedad. Los patrones culturales de una sociedad son multidimensionales y forman una estructura, que cuando es sólida y está correctamente armada no sólo perdura en el tiempo sino que eventualmente posibilita la auto adaptación a cambios en el entorno. La cultura es el resultado de sumas históricas y su formación obedece a la acumulación de patrones de comportamiento que responden al medio. Este proceso, no es otra cosa que una dinámica de adaptación que va construyendo la historia de un grupo humano. Existen en la historia ejemplos de culturas que perduraron por milenios (China, Egipto faraónico) y que sucumbieron por incapacidad de adaptarse a los cambios y de culturas que no supieron mantener su identidad por exceso de adaptación (Roma). De todas formas el fenómeno cultural requiere un 30
SOBRE AGUA, ENERGÍA Y DESARROLLO SOSTENIBLE
mantenimiento constante según la alta o baja adaptabilidad del grupo social. Esto merece la existencia en la sociedad de un elemento con capacidad de evaluar la validez de determinados patrones y principalmente de diseñar nuevos modelos culturales para instalarlos en la sociedad a través de la educación. La cultura occidental, en términos generales el paradigma vigente, muestra ya señales de incompatibilidad con los cambios. Es posible detectar en ella patrones de comportamiento disfuncionales que amenazan con derrumbar toda la estructura social, económica y política. Es necesario, desde la óptica del cambio de paradigma, tamizar las disfuncionalidades y sustituirlas por una cultura enfocada hacia la adaptación a los cambios y a la sostenibilidad. Una cultura de sostenibilidad es un conjunto de patrones que deberían definir qué hacer y cómo hacer en relación a: • Valoración de los recursos y conocimiento de su importancia. • Disponer de información oportuna y pertinente sobre la realidad de los recursos y el medio natural. • Un paradigma de pensamiento que no esté enfocado en el consumo. • Conciencia de la responsabilidad social e individual en cuanto a la importancia del cuidado del medio natural y de la necesidad imperiosa de enmarcar el crecimiento en el concepto de sostenibilidad. La creación e implantación a nivel global de una cultura basada en estos valores sería la mejor herencia moral para las generaciones futuras. Lisboa, Diciembre de 2011
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WORLD FORUM LISBON 21 ON WATER, ENERGY AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT EXECUTIVE SUMMARY
English Version LISBON 24TH AND 25TH OCTOBER 2011 GEOGRAPHIC SOCIETY OF LISBON
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EXECUTIVE SUMMARY
1. OVERVIEW OF THE LISBON WORLD FORUM 21 The Lisbon 21 World Forum on Water, Energy and Sustainable Development was held at the Geographic Society of Lisbon (Portugal) on October 24th and 25th, 2011. The Lisbon 21 World Forum was conceived as a proposal for bringing together institutions and civil society to raise general social awareness of the problems of sustainable development. The debate focused on Water and Energy and compared experiences on these two commodities over the last 20 years. More than 650 attendees participated at this event. It was structured as a central programme with eight round tables and five parallel sessions. Experts, institutions and businesses expounded their criteria and opinions. 1.1. ORGANISATION OF THE FORUM Organisers Fundación Gulbenkian, Fundación EDP, ACEGE, Universidade Católica Portuguesa, Instituto Portugues de Corporate Governance, Instituto de Emprendedorismo Social, Cámara de Comercio e Industria LusoEspañola, Agencia para la Energía ADENE, Water Assessment & Advisory Global Network (WASA-GN), Instituto de Estudios Económicos, Club de Excelencia en Sostenibilidad, Universidad San Pablo CEU, Fundación ADECCO, FOES, Foro Soria 21 para el Desarrollo Sostenible. Sponsors Fundación EDP, Fundación Calouste Gulbenkian, Fundación Wellington, Fundación ACS, ENDESA, CEMEX, Banco BIC, Fundación Montepío, SAPO, REN, WIN ENERGY, ENCE. Collaborators SIEMENS, Fundación MAPFRE, Banco Espíritu Santo (BES), Banco Santander TOTTA, Banco Popular, SRS FOCUS MATTERS, VOLVO, Fundación Luso, MARSH, Fundación GALP Energía, Agreda. Support Sociedade de Geografía de Lisboa, Delta Cafés, PARTEX, CONDÉ NAST, LIPOR, About Media, Uría & Menéndez – Proença de Carvalho, FULCRO, LABORLA, SKIPSO, SPECTACOLOR, ALSTOM, El Corte Inglés, REPSOL, Green Media, GAMESA Media Partners Diario Económico, Vida Económica, IMPRESA, TVI, Agua &Ambiente, NATURLINK 1.2. FORUM TOPICS Main programme Table 1: Water: the global situation today and the outlook for the future Table 2: The worldwide water crisis: Needs for a global solution Table 3: Water as the core element: The example of the Iberian Peninsula Table 4: The future of energy Table 5: Energy challenges in developed and emerging nations Table 6: Energy needs for sustainable development 33
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Table 7: Water and energy: Education and culture in sustainability Table 8: The importance of communication in the debate on water and energy resources at a global level Parallel sessions Session 1: Energy for Development Session 2: Efficiency and Sustainability Session 3: Sustainability and social innovation in organisations Session 4: Initiative, Education and Responsibility Session 5: Culture: the fourth pillar of Sustainability 2. Guides and preliminary Forum documents 2.1. SUMMARY OF THE GUIDELINES FOR SPEAKERS Table 1. Water: the global situation today and the outlook for the future The first round table was instrumental to set the groundwork for general debates. It was important for participants to feel how critical the water situation is in the world and for the debate to focus on global actions to mitigate this situation. The discussion on the concepts underlying the process was even more important than the debate on local topics, not because the latter are not important but because of the global dimensions the problems have reached. Table 2. The worldwide water crisis: Needs for a global solution If it is possible to understand the causes behind the critical situation of water in the world, it must also be possible to come up with solutions. At present, the debate on the water crises is dwelling on subjects ranging from governance problems to the consideration that the stumbling block to progress is the lack of waterworks infrastructure. However, the real issue is related to what is meant by development and to whether a model can be sustainable if it is based on ever-increasing consumption of finite resources. Table 3. Water as the core element: The example of the Iberian Peninsula Water is a core element that naturally shapes ecosystems as well as social and cultural systems alike. The main problem is not the dichotomy between conflict and cooperation, but rethinking how to manage water resources with artificial political systems that superimpose and fragment natural systems of which water is only a part. Water issues between Spain and Portugal pose an interesting case study that shows ups and downs; they can not only illustrate what to do and avoid in managing water across borders, but serve to reflect on water management sharing and pertinent operative mechanisms to apply. Table 4. The future of energy The most important global debate today is on the future of energy: what current reserves amount to, how long the planet can rely on depleting resources, what the consequences of running out of fossil fuels would be and what possible options or future energy sources could replace those. The world today displays an evergrowing demand for energy, and it is not hard to see that this energy system is anything but sustainable. The time has come to think about energy alternatives; should the current growth in demand continue, a part of future scenarios seems to be the nuclear energy. The main dilemma is then whether we wish to maintain the “business as usual� trends with acceptance of the inherent risks, or to re-think our paradigms of development and growth. 34
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Table 5. ENERGY CHALLENGES IN DEVELOPED AND EMERGING NATIONS This topic is particularly important in the light of the economic downturn facing many industrial countries, the solution to which cannot be anticipated in the short term. This situation confronts the energy sector with challenges and risks and might trigger social unrest and conflict. Based on the unwavering application of market rules, this process has allowed countries to grow unchecked, favouring the economic throughput and results above the basic social and environmental sustainable values. Table 6. Energy needs for sustainable development The energy resources and conversion technologies needed to trigger an environmentally friendly development process are at the core of this debate. The restrictions set by the oil exhaustion and by the climate change induced by CO2 emissions into the atmosphere is a prime consideration. The options available to solve the conceptual contradictions between development and sustainability are limited: either a radical change in the model of growth and consumption, or shifting to a cleaner and in exhaustible source of energy to stay on the current direction. Currently, all sources of renewable energy together amount to little more than 15% of the energy used worldwide. Table 7. Water and energy: Education and culture in sustainability As a tool for creating and maintaining a set of cultural values, favouring sustainability, education must become a priority in public policy. The term “culture” should focus on the behaviour patterns of the society. The debate should aim at the possibility of developing cultural patterns focussed on sustainability. Table 8. THE IMPORTANCE OF COMMUNICATION IN THE DEBATE ON WATER AND ENERGY RESOURCES AT A GLOBAL LEVEL User participation in how water is managed (the second principle in the Declaration of Dublin) implies that there should be a large enough computer database to make this participation possible. The issue at hand thus involves the users’ needs, the mass media and the tools needed to give the process an initial momentum that can be sustained and adequately managed. In the energy field, communications should emphasize the users’ need for information on conditions of supply and demand and the transparency of policy decisions and regulatory measures. 2.2. SUMMARY OF GUIDELINES FOR MODERATORS Table 1. Water, the global situation today and the outlook for the future It is important for participants (listeners and speakers alike) to feel how critical the water situation is in the world. The debate should address global actions to mitigate this situation within a sustainability framework. The following issues are essential to understand the nature of the crisis: • Water is abundant, but water resources are limited • Water is not distributed evenly among the population of the world regions • The use of water is proportional to the population, but the increment rate of its use is greater than the growth rate of population • To pose solutions one first need understand the causes Table 2. The worldwide water crisis: Needs for a global solution The worldwide water crisis is the result of an imbalance between the water supply and its demand by citizen. This imbalance arises from the way “man” and “nature” interact in the physical world as well as from the water management framework. The water crisis is a multi-dimensional phenomenon that involves physical 35
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elements of the natural environment, as well as cultural and social elements. All of them are interrelated, and their causes and effects are interwoven. • Population growth and increased demand • Water pollution • Climate change The water crisis has been qualified as a crisis of governability. This concept involves many dimensions not yet considered in water management. It implies that there are prospects for governing water based on the capacity to devise effective policies and administrate tools and to provide quality services. Facing the crisis head-on is a complex task that requires rethinking our patterns of behaviour. The speed at which the water supply approaches the unmet water demand limits can be slowed down by applying new technologies and rationalising the patterns of use. The nearness and severity of the water crisis indicates that a deeper change is needed, a paradigm shift. Table 3. Water as the CORE element: The example of the Iberian Peninsula Water is a dynamic and cyclic element. Water in the world flows depending on climate variables such as temperature, sunlight and winds. Water flow is associated with a physical structure, the basin, which is the holding vessel and natural route for water circulation. Basins are a hydrological reality, but they are also part of a natural territorial, social, ecological and economic unit on which the understanding and development of a society should be based. Water can be a source of conflict as well as one of cooperation, and both extremes have been well documented throughout history. However, the world seems to be slowly learning that waterways, more than lines dividing countries, are unifying elements, and that cooperation produces greater returns than conflict. In the case of the Iberian Peninsula, the arguments of the speakers should refer, but not be limited, to the following topics: • The Framework Directive of Water in Europe • The integrated management model of cross-border resources. • Hydrological planning and the obligation to do so as instituted by the Framework Directive • The accorded Water Development Plans • Troubles with shared basins between Spain and Portugal and the asymmetry of upstream and downstream countries • Cross-border agreements between Spain and Portugal and the management principles they contain It is suggested to explore the possibility of administrating the shared water resources by means of bi-lateral Water Basin Confederations. Table 4. The Future of Energy There is a direct and visible relationship between energy and development. Ever since the Industrial Revolution, progress and growth of human societies has been conditioned more and more intensely by energy use and associated with a process of gradual shift in energy sources. 84% of the primary energy currently comes from fossil non-renewable sources 12% is generated from renewable sources that are non-polluting but are highly dependent on water. Bio-fuel production is in its infancy, inefficient and energy intensive. Furthermore, the share of arable land to grow energy crops which otherwise could potentially be producing food is significant; this might generate deficits in the food production chain and consequently increase food prices. Pumping oil from wells is an energy-intensive industrial activity. In the mid 1800s, the oil fields in use had an energy ratio of 1:50. For every barrel of oil spent, the return was 50 barrels. Today, this energy ratio has 36
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dropped to 1:5. It is therefore to be expected that in the relatively near future, 33% of the energy from oil will have to be found from some other source. Unconventional oil and gas reserves could moderately improve this perspective. Table 5. ENERGY CHALLENGES IN DEVELOPED AND EMERGING NATIONS Over the last decade, the world has witnessed a notable change in the geo-strategic balance due to the emergence of developing economies that have undergone a large population explosion in a relatively short time. Four of those nations (China, Russia, Brazil and India), the largest in size and in population, are noteworthy for their very rapidly growing economies and unstoppable dynamics of production. According to estimates, over the next twenty years the gross domestic product of emerging countries will grow at an average annual rate of 5.3%, in contrast to 2.5% for the OECD nations. Emerging economies will become the largest users of energy in that period of time. (Source: EIA. World Energy Outlook. 2011). Challenges for Developed Nations • Accept some degree of responsibility for CO2 emissions • Accept global leadership in reformulating the current industrial-economic model • Change the patterns of technology transfer Challenges for Emerging Nations • Adapt their economic growth within clear sustainability targets • Define and plan the future energy system in a responsible manner • Learn from previous mistakes of developed countries Table 6. ENERGY NEEDS FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT One of the characteristics of developed nations is their high level of consumption. Development is a synonym for growth. Sustainable development involves restrictions and conditions that set limits on growth and soaring consumption. The term “sustainable development” is currently under question, and its use requires greater specification in terms of boundary conditions and the time frame involved. The term sustainable development can be misconstrued as implying endless growth. This would mean that the growing entity would end up becoming extremely large. When contrasted with the finite size of our resources, ecosystems, the environment and the Earth, the term Sustainable Development seems to be an oxymoron. From the energy point of view, the options available for solutions to the conceptual contradictions between development and sustainability are few: either a radical change in the model of growth and consumption, or changing to a cleaner and almost inexhaustible source of energy to stay on the current direction. All renewable energies together hardly account for 15% of the total current energy consumption and cannot replace fossil fuels in the medium-term. Nuclear energy seems to be a sensible option to substitute a significant share of fossil generation in the medium term with no technical problems, but with its associated risks. Table 7. WATER AND ENERGY: EDUCATION AND CULTURE IN SUSTAINABILITY To propose solutions one first must understand the causes. Water and energy are the two most important commodities enabling development. The way in which they are both managed is far from sustainable. Culture is defined as the set of behavioural patterns immanent in a human society. Cultural traits can be modified by education as an instrument of change. Education models should promote sustainability as a social value. A culture of sustainability should insist on: • Valuing resources and understanding their importance 37
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• Having timely and pertinent information on the reality of natural resources and the environment • Avoiding wasteful use of resources • Fostering social and individual awareness of the importance of preserving the environment. The cultural patterns of a society are multidimensional and make up a structure that, when solid and correctly built, can last over time. The value attached to water is recognisable in different latitudes, cultures and religions. Table 8. THE IMPORTANCE OF COMMUNICATION IN THE DEBATE ON WATER AND ENERGY RESOURCES AT A GLOBAL LEVEL The International Conference on Water and the Environment (ICWE) was held in Dublin in January 1992. It was a preparatory meeting for the UN Conference on the Environment and Development (UNCED) which took place in Rio de Janeiro in June 1992. The meeting concluded with the adoption of the Dublin Statement on Water and Sustainable Development. It recommends four principles, which since then have become the guiding elements in water management. The second principle specifies that: “Water development and management should be based on a participatory approach, involving users, planners and policy-makers at all levels”. User participation as recommended in the Dublin Statement is a process which can only occur if there is a pre-established functional base of communication. The structures of the energy and water sectors are different. The former focuses on generation for commercialization whereas the latter administers the resource. They also differ in the nature of goods and their legal ownerships. However, the importance of the subject and the effect it has on the domestic sector also requires a communication process to inform consumers on decisions and situations that can deeply affect their economies and standards of living. Decision-makers must promote the permanent access to media channels, mechanisms and methodologies to provide true and timely information, and to participate effectively in debates on sector issues.
3. Conclusions and recommendations from the Lisbon World Forum 21 The following conclusions are drawn from the papers and talks delivered at this Forum. 3.1 CLOSING STATEMENT OF THE FORUM • All the attendees acknowledge how vitally important it is to change the paradigm after analysing the current model of development and finding it spent and unsustainable. • The water problem and the energy problem are clearly viewed as being intertwined: the number of people lacking access to basic water supplies is the same as the number of people lacking access to energy, considering the particulars of both. • Population growth and the 7 billion people alive in the world make the population of urban dwellers the majority as of 2011. The problems affecting the world today will keep dragging down the quality of life because of a lack of accessible basic services. • Culture is adopted as being the 4th pillar of sustainability, being the best moral inheritance that society has to bring people together and inspire a change in behaviour for the good of a smarter type of progress. • The governance crisis that water is experiencing is acknowledged as being the result of a lack of skilled politicians and water managers. Nations are therefore being asked to create boards of water authorities at 38
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the highest levels. Similarly, it was found that there are more than 25 different agencies at the United Nations working on water-related issues, thus often giving contradictory and incorrect signals. Consequently, countries are being asked to create a World Water Agency in the UN instead to ensure coherence and improve the governance of water. • The goal set for water in the new millennium (7) is clearly not going to be achieved by the year 2015. Indeed, in many cases, the number of people without access to safe plumbing has actually gone up, subsequently making this the second Decade dedicated to Potable Water and Plumbing (the first was from 1980-1990). • Technological development and innovation are acknowledged as being the best guarantee to finding new ways to transform energy, while the nuclear energy alternative is deemed to need further discussion and analysis, so the proposal is to continue with the debate in the various specialised fields. • The recommendation is to create a World Centre for analysing and studying sustainable development and for monitoring the progress made and engaging the civil population. They also recommend adopting the Earth Charter to teach about sustainable development. • They then conclude that the current university setup is designed around solving last century’s problems, and therefore a new approach is needed for teaching and research that better addresses the problems of the 21st century. • Finally, it is acknowledged that the current means of communication should be overhauled to fulfil their role as opinion-makers in a more truthful and transparent way. 3.2. CONCLUSIONS 3.2.1 The Ideology of Development At the end of last century the world was set along the track of a market-based model. A paradigm stated that should the world follow market and globalisation recipes, it would find the solution to all its woes. Nearly twenty years later, the world remains far from solving its chronic problems and, in fact, has additional new problems and global crises on energy, water resources and global warming. Everything seems to indicate that the ideology of development was a myth based on a false premise: that the world and its natural resources were infinite and inexhaustible. The current level of technological development, derived from the alliance between science and market, has such a high degree of influence on the social mindset that it leads to thinking that technology is the instant solution to the crisis. Breakthroughs in materials and technologies always seem to be right around the corner to solve any problem, as long as one can pay the market price of these inventions. But the water crisis is particularly resilient to technology; in this field the only progress that may have an immediate effect on the present critical situations would be the discovery of a source of clean, cheap and unlimited energy. Until that happens, the crisis will become more and more acute. If that happens, it would be wise to recall the words of Albert Einstein on nuclear energy: “The world we have made, as a result of the level of thinking we have done thus far, creates problems we cannot solve at the same level of thinking at which we created them. For mankind to survive, we will need a substantially new way of thinking and learning.” 3.2.2 The Sustainability of Development In 1987 the Brundtland Report (Our Common Future, Brundtland 1987) was officially presented to the United Nations World Commission for the Environment and Development. The term “sustainable development” appears in this report for the first time, along with some concepts that must be re-thought in the light of time since then: Sustainable development is development that satisfies that needs of the present without jeopardizing the possibility 39
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for future generations to satisfy their own needs. This sustainable development can only be reached if population and growth are in harmony with the ever changing production potential of ecosystems. The matter is not only the number of people, but the relationship between that number of people and the available resources. Urgent steps are needed to limit the extreme rates of population growth. In 1968 a group of 105 scientists and politicians from 30 countries met in Rome to reflect on the growth of society. In 1972, the group, now known as the Club of Rome, published a result of their first reflections, the book “The Limits to Growth”, the main conclusion to which was the following: “...if the current increase in world population, industrialization, contamination, food production and exploitation of natural resources goes on unchecked, the earth will reach its absolute values of growth in the next one hundred years.” The simplified version of this conclusion can be read as: There can be no unlimited growth in population, economy and industry on a planet with finite resources.” The current need is to find ways and means for the growth of nations to be in harmony with natural resources. 3.3 RECOMMENDATIONS The following recommendations were drawn from the attendees’ participation. 3.3.1 Recommendation 1: Promote a Change in Paradigm Regarding the perception of the depth and multiplicity of the crises assailing the world today, the most frequently made observation was the need to modify society, the economy and the current way of living. This was posed as the need to reformulate the paradigm on which the world is based. A paradigm shift is nothing but a change in mindsets; the replacement of one way of thinking by a more rational one. One of the consequences of crises is that they force citizens to re-think situations, problems and answers and to seek out more effective and efficient solutions based upon logical alternatives. The urgency of this crisis and the most basic rationality indicate that time has come to modify patterns of behaviour and thought in human societies and smartly manage growth and consumption. Nothing in human history confirms that these changes are possible. Generally speaking, obsolete models have always been held beyond reasonable limit. However, never before have human societies been better equipped nor had so many means and capabilities as we do today. Only time will tell if we are capable of doing so. 3.3.2 Recommendation 2: Create a World Water Agency The undeniable importance of water for life makes it necessary to have an organization at the highest level to act as a global reference point for water management issues. In the United Nations system there are 25 agencies and commissions that directly or indirectly work on this subject. This makes the sector fragmented and inoperable, and functions are duplicated. In 2008, one of the outcomes of Expo Zaragoza was the Spanish government’s commitment to pushing for the creation of the World Water Agency. In this sense the Bridge Pavilion of the Expo Zaragoza recorded between its contents two highlights: • The need to unify globally the actions concerning water resources into a single agency. • The urgency of worldwide to recognize water as a Human Right . The year 2010 the recognition of the Human Right to water by the United Nations Assembly confirmed the importance of the initiatives. As manifested during the Lisbon Forum, there is a great interest of Portugal towards the realization of this initiative and the commitment of support. The main functions of this agency will be: 40
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• Propose a global normative on water resources, especially in reference to transnational basins. • Disseminate water information generated by the United Nations system. • Support and assist countries in the lifting of water information and the creation of consistent and standardized information systems. • Promote water management models of more rational than at present, with an emphasis on systemic management and multisectoral planning. • Promote the difussion and exchance effective and global of good practices, lessons learned, models and reproducible processes, experiences that have achieved success and recommendations, through a centre of documentation and transfer on water. • Promoting education, the principles and values that promote a culture of sustainability. 3.3.3 Recommendation 3: Create a World Centre for Sustainable Development. The term Sustainable Development implies a complex concept whose use requires a precise specification of the boundary conditions and time frame in which the concept must be applied. The qualifier “sustainable”, as related to a phenomenon of growth such as development, without any quantifiers of time or quantity, implies endless increase; whatever is growing will tend to do so with no foreseeable limit. When contrasted with the finite size of our resources, ecosystems, the environment and the Earth, Sustainable Development sounds rather like a contradiction in terms. The development of nations, as it is currently understood, obeys a comparative model. The degree of development of a country is measured by using a ranking at the top of which are the nations with the highest income. A common characteristic of developed nations is their high level of consumption, to appoint that the ultimate purpose of a country’s socio-economic improvement is to turn it into a large consumer of natural resources, manufactured goods and services. Proposing a general and consensual cutback on consumption is a hopeless task in an economic system that prioritizes growth above sustainability. This is particularly so in a world where developing nations long for the upper status of developed consumers, and are unlikely to willingly renounce the option of economic growth. The need to understand the phenomenon of development, growth and consumption in greater detail is compelling. The adjective “sustainable” cannot longer be used merely as political rhetoric. Concepts must be defined based on the overwhelming current realities and new theories must be formulated on the basis of rationality rather than rhetoric. If sustainability is not possible, the planet is doomed with no solution. If, however, sustainability is possible, it is our duty to understand it, to build a model of causal relations that generates it and to change social patterns to fit it in. The adoption of the Earth Charter as a tool for education in Sustainable Development, as part of the new paradigm for the global society of the twenty-first century and as ethical and democratic baseline arises. Conclusion 1 points out the need to change the current paradigms. Conclusion 3 involves creating a think tank depending the United Nations for analysing and assessing plausible options, the social and economic costs and future consequences. 3.3.4 Recommendation 4: Promote culture as the central pillar of Sustainability. The cultural patterns of a society are multidimensional and make up a structure that, when solid and correctly built, can not only last over time but gradually enables adaptation to changes. Culture is the additive result of historical events and is shaped by the accumulation of patterns of behaviour in response to the environment. This is essentially a dynamic process of adaptation that constitutes the history of a group of people. History yields many examples of cultures that lasted for centuries (China, Ancient Egypt) but that succumbed 41
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due to their inability to adapt to change. On the other hand, some cultures have been unable to keep their own identity due to overzealous adaptation (Rome). In either case, the cultural phenomenon requires constant surveillance vis-a-vis the high or low adaptability of the social group. This merits the existence of a social entity able to assess the validity of certain patterns, design new cultural models and instil them via education. Current culture is showing signs of incompatibility with changes. Patterns of dysfunctional behaviour are emerging that threaten to bring down the entire social, economic and political structure. It therefore becomes necessary to weed out the dysfunctions and replace them with a culture focused on adaptation to changes and sustainability. A culture of sustainability is a set of patterns that should define what to do and how to do it in terms of: • Assessing resources and understanding their importance • Having timely and pertinent information on the reality of resources and the natural environment • Fostering mindsets not focused on soaring consumption • Making society and individual citizens aware of the importance of taking care of the environment and of the urgent need to encompass growth within the concept of sustainability. The creation and implementation a global level of a culture based on these values would be the best moral legacy for future generations. Lisbon, December 2011
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