Entrada e direção de um cartel

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Entrada e Direção de um Cartel Michelle Abou Dehn* Este trabalho começou a ser escrito quando do convite do último Café Cartel, que convidava a pensar no ritmo envolvido neste dispositivo. Este ano a convite de dar “Mais um(a) volta” opto pela experiência dos deslizes da fala e da escrita – falar à pena. Antes mesmo de decidir pela constituição de um cartel, debruçamos a discutir sobre o modo de funcionamento deste dispositivo: número de integrantes; fixação ou circulação do MAIS UM e sua função; eleição de textos que tentassem esclarecer o que seria um cartel, disponibilidade de horário; frequência dos encontros; manutenção ou alteração do tema. Tempos depois, oficializamos a formação do cartel Direção do Tratamento, decidindo pela composição de 4+1 - ainda que isto não resultasse em 5, pois a primazia da singularidade está marcada a todo tempo, pelo interesse, ritmo, formação, prática clínica e pesquisa particular de cada cartelizante. No embalo deste ato, concordei em colocar à prova que o discurso da psicanálise não se sustenta em um saber que se suponha acabado, ao contrário, ele impõe ao seu praticante assumir o risco da articulação e desarticulação a partir do não saber - “ainda que este balanço pareça deixar a desejar”. Os textos eram claros na exigência de um produto ao final de dois anos de (dis)funcionamento (no máximo). A forma de divulgar os efeitos do cartel inibia-me, angustiava-me – “...se comprometem a informar do produzido e dos impasses para quem deseje sabê-lo.”. Então, tal qual uma peça musical, onde a melodia solista pode ser acompanhada por harmonias, coloquei-me a reger uma escrita de um só e ritmada por discussões bastante interessantes e associações livres dos quatro. A remixagem, ou consequências, que cada um dará à sua experiência no decorrer e na conclusão deste processo orienta-se a partir do percurso singular. Bom, eu, através deste dispositivo, tento conduzir os passos desta dança aos tropeços das palavras, prescindindo da sintonia com meus parceiros, mas não de seus passos

Referências bibliográficas LACAN, J. (1964). Ato de Fundação. In: Outros Escritos. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2003.

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Participante de Formações Clínicas do FCL-­‐SP


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