Pedroso numero 39

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O Pedroso entrevista Yasmina Garcia Castro

Dúvidas sobre ética política

Mais umha vez, Jacobeu 2010

Ano X • nº 39 •Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela

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oPedro o

Nova Responsável comarcal de NÓS-UP de Compostela

Análise

Nom é a primeira ocasiom, e por desgraça nom vai ser a última, em que nas páginas de O Pedroso criticamos a celebraçom do Ano Santo Compostelano por parte das administraçons públicas. É bem conhecido, ao menos entre quem presta atençom às opinions da esquerda independentista, todo o repertório de argumentos que desde há anos vimos empregando para criticar a decisom tomada pola Junta dirigida por Manuel Fraga de transformar um evento religioso na ponta de lança da promoçom turística do nosso país. Advertíamos naquela altura que a aposta polo turismo como factor económico de primeira magnitude era totalmente irracional, já que ao ser este um sector dependente de forma preferente da demanda externa nom fazia mais que aprofundar na situaçom de subsidariedade económica da Galiza. Acrescente-se-lhe a isto que o turismo nom é por definiçom um artigo de primeira necessidade, mas todo o contrário, e obtemos como resultado o que está a acontecer na actualidade, que numha situaçom de crise global as economias dependentes do ócio som as que mais sofrem os efeitos na retraçom do consumo. O que traduzido a umha mensagem compreensível polo

comum dos mortais significa que neste ano 2010 os visitantes que cheguem a Compostela vam ser menos e vam fazer menos gasto, como já estám a revelar os índices de ocupaçom na hotelaria nestes primeiros meses. A pesar do evidente desta análise, que nom precisa de ter grandes conhecimentos em economia para ser desenvolvida e compreendida, as administraçons implicadas na gestom do Jacobeu continuárom na sua aposta durante os últimos dezassete anos. E neste tempo em cada ocasiom que o 25 de Julho caia a Domingo voltárom com o mesmo discurso dos notáveis efeitos no acrescento do PIB que significava a celebraçom de cada ano jacobeu. Por desgraça para eles, e para nós também, já que a fim de contas somos quem sofremos o seu nefasto governo, a bolha do crescimento do PIB explodiu quando a alguém se lhe ocorreu rever as séries estatísticas e descobriu que durante estes 17 anos a linha ascendente na gráfica seguia umha tendência geral que nom se modificava houvesse ou nom Jacobeu nesse ano. Quer dizer, a celebraçom dos jacobeus nom significou nengumha mudança na evoluçom do PIB já que este indicador na Galiza cresceu até o ano 2009 seguindo a tenContinua na página 2

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Vem da página 1

dência comum ao resto do Estado. E ainda mais, como no resto do Estado, em 2009 a linha começou a descer e todo indica que por muito jacobeu que se celebre a linha continuará em 2010. Em resumo, as supostas bondades do fenómeno “Jacobeu” durante estes 17 anos nom fôrom tais já que o seu impacto económico foi muito menor do que se nos vendeu. De facto é bastante possível que de destinar as ingentes quantidades de dinheiro com que se promocionou face a outros sectores produtivos os resultados teriam sido muito melhores e a fragilidade do tecido económico galego nom se teria acrescentado como de facto aconteceu. Mas a nossa crítica nom se reduziu apenas ao conteúdo económico do Jacobeu, porém neste tempo temos insistido mil e umha vezes que era um erro, e continua a sê-lo, a orientaçom cultural que lhe era dada a este evento. De facto, o erro em si mesmo é atribuir-lhe a categoria de política cultural a uns fastos que som mais próprios da conceitualizaçom comercial de um parque de diversons estilo Disneyworld mas com temática da mitologia católica. O Jacobeu tem sido nestes tempos umha das grandes lousas que caiu sobre a política cultural do governo autonómico, junto ao projecto da Cidade da Cultura. Umha lousa que custou centenares de milhons de euros que fôrom esbanjados no desenho e promoçom de uns fastos pensados nom para o auto-desenvolvimento da cultura galega mas para a construçom de umha enteléquia que pudesse ser vendida ao visitante foráneo. Se repassamos os grandes fastos culturais promovidos sob a etiqueta Jacobeu, e que fôrom financiados fundamentalmente a conta dos orça-

mentos da Conselharia de Cultura, encontraremos que o que podemos definir em puridade como cultura galega está praticamente ausente. E nom estranha porque o Jacobeu, ao igual que o seu projecto irmao, a Cidade da Cultura, nom tem nada a ver na realidade com a cultura galega mas com umha outra cousa que alguns chamam economia do ócio. Do que se trata nom é de promover a cultura galega mas de vender a consumidores foráneos actividades de ócio às quais se lhes aplica um verniz pseudo-intelectual. Um facto que em si nom tem porque ser excessivamente mau se nom for porque ao se desenvolver este tipo de

política estivo-se a estrangular o desenvolvimento de umha política de promoçom cultural a sério. Política de promoçom cultural que é especialmente necessária numha realidade como a galega na que a imposiçom de modelos culturais alheios levárom a que partes fundamentais do nosso ser, como o nosso idioma, estejam numha nefasta situaçom. Poderíamos continuar a lembrar o facto de que na sua origem o Jacobeu nom deixa de ser um fasto religioso. Umha festividade consistente em que quando o 25 de Julho coincide em Domingo a Igreja Católica concede indulgência plenária dos seus pecados aos acólitos que cumpram

E acabamos a valorizar os efeitos perniciosos de converter em parque de diversons umha cidade que de por si conta com umha populaçom autóctone, que pretende desenvolver a sua vida com normalidade, e nestes anos tivo que sofrer as pejas de suportar a chegada maciça de milheiros de visitantes. Pejas que passam pola expropriaçom de facto de um área central da cidade, a cidade histórica, que passou de ser umha parte mais do cenário quotidiano da vida das vizinhas e vizinhos de Compostela para ser um território estranho en que abundam as lojas de recordos e os grupos de turistas, e que os habitantes de Compostela procuram evitar. Ou o facto de ter que sofrer um estado policial em cada ediçom do Jacobeu suportando a abafante presença de patrulhas da polícia espanhola, controlos nas entradas e saídas da cidade e a companhia contínua das cámaras de video-vigiláncia. Por nom falarmos das restriçons da livre circulaçom por mor das “visitas” de autoridades e realizaçom de eventos. É este um argumentário conhecido, reiterado e ao nosso ver carregado de sentido; mas que durante estes 17 anos foi reiteradamente ignorado polas autoridades responsáveis do nosso governo, polo PSOE e BNG. Lamentavelmente a surdez das administraçons nom supujo entrave algum para que quando a situaçom económica na nossa sociedade entrou de cheio na crise actual um dos

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primeiros afectados fosse o próprio Jacobeu. E assim este Jacobeu 2010 estivesse a caracterizar-se pola sucesom de fiascos e ridículos. Destaca a penosa atitude do governo autonómico que se vê na obriga de fazer o que pode com um orçamento minguado, polo qual inclui dentro da programaçom do Jacobeu praticamente todo o que vai fazer no conjunto da Comunidade Autónoma neste ano. Decisom que provoca o efeito de que na programaçom a cidade de Compostela pareça marginalizada, despertando os protestos do governo municipal e mesmo do PP local. Ou as grandiosas ideias como a da construçom de um teleférico que ligue a Cidade Velha e a estaçom dos comboios com a Cidade da Cultura. Decisom que conta já com verba orçamentária e que pom de relevo qual é a conceitualizaçom de prioridades da Cámara Municipal em relaçom ao transporte urbano. Ainda bem que nom se lhes ocorreu construir umha montanha russa! Por nom esquecer as lamentáveis teimas que protagoniza a Junta de Feijó quando o governo central decide nom fazer cá um conselho de ministros europeu ou realizar um sorteio da lotaria. Factos todos eles que nom provocariam mais que risos se nom for porque som protagonizados por quem se supom tem o papel de dirigir esta sociedade. E assim o ano vai avançando e o Jacobeu 2010 está a viver-se por parte da maioria dos habitantes de Compostela como um período de tempo caracterizado apenas polas obras e a abafante quantidade de polícia. Ainda bem que até o 2021 nom toca outro.

CAFÉ-BAR

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oPedro o

O Pedroso recomenda

com determinados preceitos na catedral de Compostela. Umha crença que por si própria merece o mesmo respeito que qualquer outra convicçom religiosa, mas que em modo algum se pode entender que seja promovida polas instituiçons públicas de um Estado que se declara aconfissional.

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e d i t o r i a l

Porém a dicotomia entre ambos projectos é mínima. Gravita nos graus dos ritmos de espanholizaçom, privatizaçom e recortes de liberdades, nas velocidades da implementaçom das políticas neoliberais e regionalistas que PP versus PSOE/BNG podam aplicar. Para o movimento popular, para a juventude, para as mulheres, para o conjunto da classe obreira que aspira a umha cidade construida para a vizinhança, com umha economia diversificada que gere postos de trabalho, que assegure o futuro das novas geraçons, por umha Compostela galega e em galego, orgulhosa do seu passado, nom tem sentido depositar confiança nestas duas falsas alternativas, que nom passam de ser as duas caras de idêntico modelo. Tampouco deixar-se arrastar pola resignaçom e o pessimismo. É possível quebrar o bipartidismo imperfeito disfarçado de governo progressista frente ao fantasma da direita. Mas para poder garantir o sucesso de umha candidatura popular e transformadora, identificada com as melhores tradiçons da esquerda compostelana e galega, do movimento soberanista, é necessário que se construa desde um amplo acordo que some e multiplique o conjunto de organizaçons, forças, colectivos, entidades e pessoas que acreditem em que a história nom está escrita, que somos nós, o povo trabalhador quem devemos escrevê-la, apostando sem temor e com generosidade por mudar o presente. O momento aproxima-se para dar os passos tendentes a avançar nesta direcçom.

O Concelho de Compostela cumpre com a “generalidade galega”: escassos ingressos próprios, aumento do endividamento e perda de ingressos patrimoniais por privatizaçom. O desfase orçamentário ou dívida imediata (reconhecida) da Cámara Municipal de Compostela é de 63,3 milhons de euros (a segunda cidade mais endividada da Galiza logo da Corunha), uns 671 euros por habitante, o mais alto em dívida por habitante da Galiza, só superado por alguns concelhos com menos de 5.000 habitantes. Em 2010 a dívida contraída com as entidades bancárias é de 2.975 milhons, com umha dívida financeira a longo prazo de um total de 7.226 milhons. Os cofres municipais compostelanos som totalmente dependentes das ajudas externas, em especial dos acordos directos com a Junta e os Fundos Europeus. Os projectos municipais neste fim de legislatura: a nova terminal da Lavacolha, o AVE, desdobramento da AP-9, o Plano Urban Norte e a depuradora com a rede de colectores, dependem totalmente do financiamento extramunicipal e a privatizaçom da exploraçom destes serviços. Som projectos baseados na turistificaçom crescente de Compostela e a mitificaçom

o p i n i o m dos possíveis ingressos do Jacobeu 2010. Os Fundos Europeus também som utilizados para pagamento dos juros que vencem neste ano. O endividamento do concelho e a sua dependência económico-política de ajudas, mesmo na refinaciaçom de dívidas, som denunciáveis. Mas o grave é continuar com as políticas que convertem Compostela num parque temático turístico-religioso, onde se esbanja o dinheiro público sem apenas efeito real sobre a economia produtiva geradora de riqueza. A turistificaçom só promove trabalhos de baixa qualidade, o deslocamento da populaçom e a perda de espaços para a vizinhança de Compostela. Assim mesmo provocam-se a verdadeiros ataques à razom como a Cidade da Cultura com o seu teleférico e a estaçom do AVE, perdendo o espaço público do Monte do Gaiás e os terrenos da estaçom que vam ser privatizados com hotéis, parques de estacionamento e centros comerciais, projectos nom viáveis nem produtivos, que só servirám para que grandes empresas continuem a se apropriarem do dinheiro público.

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Sobre financiamento municipal “Diz como funcionam os concelhos e direi-che em que país vives”. Na Galiza os orçamentos municipais quase nom superam metade Anjo Paz da média dos concelhos do Reino de Espanha, existe umha falta de política fiscal progressiva e abundam os subsídios externos. Vemos marcadas diferenças no dinheiro recebido por concelhos com o mesmo número de habitantes, dependendo da cor política. Ao mesmo tempo, a galega é a Comunidade Autónoma que menor quantidade de dinheiro destina a políticas municipais, e mais discrecionalmente atribui os fundos empregando convénios directos entre cada Câmara Municipal e a Junta. A este dinheiro há que acrescentar o que recebem os concelhos polo Fundo de Compensaçom Intraterritorial (Governo de Espanha) e dos Fundos Europeus (Uniom Europeia).

Editorial >>

referencialidade do PP compostelano. Conde Roa está convencido que agora as condiçons tenhem a maturidade para atingir a mais destacada cadeira municipal. O rico advodago conta ao seu favor com algo muito importante. Realmente a política do PSOE-BNG está esgotada, carece de qualquer novo projecto mais além de aprofundar na inércia de obras para embelecer urbanisticamente as principais ruas do centro e alguns bairros, e na disparata turistificaçom que pretende desfigurar o carácter popular da velha urbe para transformá-la num imenso parque temático. E o próprio Bugalho transmite cansaço e desleixo nas suas funçons.

oPedro o

A medida que se aproxima 2011 o Partido Popular acelera a maquinaria propagandística e mediática tendente a contribuir a gerar as condiçons necessárias que permitam atingir um velho sonho que Dositeo Rodrigues nom foi capaz de lograr: ocupar a presidência da Cámara Municipal de Compostela. Gerardo Conde Roa tem depositadas enormes expectativas e ambiçons em lograr essa maioria absoluta que permita deslocar de Rajói o governo bipartido. Para consegui-lo nom renúncia a nada que sirva para desgastar a Bugalho e aos seus cada vez mais invisíveis sócios do BNG. Desprendido das enormes limitaçons e desconfianças que ser membro numerário da Obra fundada por Escrivá de Balaguer provoca num amplo sector de votantes potenciais, o líder da direita mais autoritária da capital galega, “libertado” do Opus Dei, nom tem escrúpulos à hora de forçar artificiais e injustificadas alteraçons da ordem pública nos plenos municipais forçando a sua expulsom pola polícia municipal seguindo mandatos de Bugalho. Deste jeito consegue simultaneamente capas e titulares nos meios de comunicaçom, e denúncias aparentemente plausíveis sobre os défices democráticos de um governo obsessionado em condená-lo ao ostracismo. Mas a realidade nom é exactamente assim. Mais além do show que Conde Roa pretende montar com denúncias absurdas e delirantes sobre espionagens, seguimentos e outras lérias, o senhorito engominado e afeiçoado às delícias de Baco, carece de um modelo alternativo de cidade ao que actualmene apresenta o binómio PSOE-BNG por umha simples razom: porque a Compostela que levam construindo desde há umha década Bugalho e os diversos líderes autonomistas que o acompanhárom fugazmente na tarefa é muito similar a sua. Aqui radica parte do problema para lograr convencer a esse sector social sociologicamente conservador, habitual votante do PP, mas que nas municipais opta “incrivelmente” por apoiar o projecto do PSOE ante a falta de solvência e

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Anjo Paz é membro da Direcçom Comarcal de NÓS-UP


Entrevista >>

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Porque és a nova responsável comarcal de NÓS-UP Compostela?. Responde a umha mudança de orientaçom emanada da V Assembleia Nacional realizada em Dezembro ou bem é um relevo natural? A substituiçom na responsabilidade comarcal do companheiro José Dias Cadaveira é fruto da necessária renovaçom e na importáncia de que as mulheres assumamos responsabilidades. Além dos estilos pessoais de cada umha de nós eu tam só vou dar continuidade às linhas de intervençom traçadas nos dous últimos anos. Quais som as linhas de intervençom prioritárias para este novo período? Imersos na profunda e prolongada crise actual do capitalismo a nossa linha de intervençom prioritária centra-se na defesa dos interesses da classe trabalhadora. Galiza e a nossa comarca deixárom de ser essencialmente rurais, hoje a maior parte da populaçom trabalha como asssalariada e sofremos de modo muito agudo as consequências desta crise. Tal como manifestámos há mais de um ano a crise que a paguem os ricos. A situaçom tornou-se inassumível com taxas de desemprego que superam 30% e umha elevadíssima contrataçom temporária que complica a já precária situaçom a que estava submetida a nossa classe. Cumpre dar umha resposta contundente e maciça para mudar as políticas neoli-

Quais som as principais reivindicaçons e demandas de NÓS-UP à política municipal do bipartido? O principal problema da política municipal é construir umha cidade de costas à vizinhança, com umha marcada identidade burguesa e um importante controlo social. A arrogáncia de Sanches Bugalho vê-se reflectida nas últimas “grandes obras” promovidas polo bipartido, a injecçom económica para a Cidade da Cultura e a construçom de um teleférico que pretende comunicá-la directamente com a Cidade Velha, como se com o mausoléu fraguista nom fose suficiente. A disparatada promoçom do Jacobeu só incrementa o esbanjamento público em obras na maioria dos casos injustificadas, noutros muitos inecessárias, que reforçam a turistificaçom e a espanholizaçom. A juventude vê-se obrigada a emigrar a outros concelhos limítrofes porque a habitaçom atinge preços inassumíveis, a relaçom m2/preço possui a média mais alta da Galiza, mas expropriam-se terrenos para urbanizaçons concebidas para sectores acomodados enquanto a habitaçom pública nom atinge nem o 20% legal. Nom existe criaçom de indústria nem iniciativas que promovam a criaçom de emprego. O governo PSOE-BNG aplicou todos estes anos umha política municipal espanholizante de baixa intensidade, carente de actividades para promover a cultura

“Estamos abertas a somar-nos e promover qualquer iniciativa popular soberanista e de esquerdas para concorrer nas próximas eleiçons municipais como figemos noutras comarcas”

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oPedro o

As eleiçons municipais de 2011 som um dos reptos ou bem consideras que ainda nom se dam as condiçons para que a esquerda independentista configure umha candidatura com garantias de apoio popular? As eleiçons municipais som um dos

nossa classe sofre umha situaçom inassumível e as mulheres somos a parte mais fraca da cadeia, sofremos mais contrataçom temporária, mais subemprego, importantes desigualdades salariais em comparaçom com os homens, jornadas laborais que superam em muito as legais, sem falarmos dos postos para os quais nom se nos considera “aptas”, e o acosso moral e sexual nos centros laborais. Compartilhar o trabalho com a militán-

“Um sector fundamental do nosso povo nom está disposto a ficar de braços cruzados vendo como se perpetra o linguicídio” reptos deste novo período. Embora o trabalho da nossa organizaçom a nível municipal nom se encaminhe primordialmente à preparaçom das eleiçons sim estamos abertas a somar-nos e promover qualquer iniciativa popular soberanista e de esquerdas para concorrer nas próximas eleiçons como figemos noutras comarcas. Porém o nosso trabalho deve centrar-se nestes momentos em fazer frente a esse modelo de cidade que há anos denunciamos e combatemos.

cia activa numha organizaçom coma a nossa, com umha importante pressom nas empresas em que desenvolvemos a nossa actividade e umhas jornadas laborais intermináveis, é para muitas de nós esgotador. Porém o nosso firme compromisso para contribuir a mudar a situaçom, e o firme convencimento em que nós, o povo trabalhador, somos a garantia para levar adiante esta mudança, dá-nos fôlegos para continuar o nosso trabalho. Os mecanismos do sistema capitalista fai que seja muito complicado intervir. Os despedimentos das pessoas com

O Pedroso entrevista

Yasmina Garcia Castro

“A crise que a paguem os ricos” berais que estám a empobrecer-nos. Por outra banda, sucedem-se novas agressons contra um dos alicerces fundamentais da nossa identidade nacional, a nossa língua. O trabalho para a recuperaçom do nosso idioma é primordial para a nossa organizaçom. Mais da metade da populaçom galega, especialmente nas cidades, já som espanholfalantes. A lacra do bilinguismo estende-se cada dia mais alentada polo Estado espanhol e o governo da Junta como pudemos ver na arrogante ocupaçom das ruas da nossa cidade por GB há agora um ano, ou no último “decretaço” de Feijó. Mas tal como se tem constatado nos últimos meses um sector fundamental do nosso povo nom está disposto a ficar de braços cruzados vendo como se perpetra o linguicídio.

tura galega e menos perseguiçom das iniciativas populares, a utilizaçom sem excepçom da nossa língua em todos os ámbitos municipais.

e identidade galega além do puro folclorismo. PSOE e BNG tam só aplicárom políticas neoliberais encaminhadas à privatizaçom dos sectores públicos para benefício da burguesia.

Nova Responsável comarcal de NÓS-UP de Compostela Como compatibilizas o teu compromisso com o projecto revolucionário da esquerda independentista e a tua situaçom laboral de mulher trabalhadora em precário?

“Cumpre dar umha resposta contundente e maciça para mudar as políticas neoliberais que estám a empobrecer-nos” Da esquerda independentista reivindicamos umha Compostela para o povo. Mais habitaçom pública e centros de saúde e menos esquadras policiais, mais promoçom social e menos especulaçom urbanística, mais postos de trabalho e menos Jacobeu, mais promoçom da cul-

A nossa organizaçom está conformada por trabalhadores e trabalhadoras que acreditamos firmemente que na mobilizaçom social e no compromisso colectivo está o caminho para garantir os nossos interesses. Como já manifestei anteriormente a

maior iniciativa, o assédio e chantagem aos comités de empresa e a perseguiçom das alternativas para melhorar as nossas condiçons estám na ordem do dia nos centros de trabalho, criando resignaçom e derrrotismo entre companheiras e companheiros, às quais só se pode fazer frente com maior compromisso, consciência e disciplina revolucionária. Acreditamos firmemente em que as circunstáncias podem mudar e constatamos que pouco a pouco atingimos certos logros. Na situaçom actual do capitalismo em que cada dia há mais EREs, mais desemprego, mais subcontratos, mais precariedade, o maior compromisso da nossa classe vê-se coma única soluçom para garantir os nossos direitos.


Dúvidas sobre ética política Umha das associaçons que a gente do comum estabelece com mais facilidade é a do binómio política/corrupçom. A gestom do poder supom a exposiçom a multidom de tentaçons que o “provo homem público” tem sérias dificuldades para afrontar, e assim acontece que em numerosas ocasions alguns dos dirigentes da nossa sociedade cometem a falta de se aproveitar ilegalmente da sua posiçom.

cheio de supostos erros técnicos e valorizaçons trabucadas; enquanto no segundo se trataria da gestom irregular de umha empresa com participaçom municipal onde nom se sabe muito bem aonde fôrom parar algumhas verbas de dinheiro supostamente justificadas com facturas falsas. Curiosamente cada umha destas polémicas afectou áreas geridas respectivamente polas duas forças que cons-

típodas das tendências progressistas, mas guardando-se muito de começar umha guerra real que pudesse fazer perigar os equilíbrios institucionais. Cousa que, por outro lado, tem a sua lógica se repararmos em que o líder da oposiçom municipal é um indivíduo que no seu momento se esqueceu de abonar o importe de 81 recibos do IBI, facto polo qual, a propósito, nom pediu desculpas das tribunas mediáticas como sim decidiu fazer por ou-

da onde a venda de favores está na ordem do dia. O que nom seria de estranhar numha cidade onde a presença da indústria da construçom e a contrataçom de obra pública é tam evidente.

Tais circunstáncias bem sabemos que nom som estranhas, nom fai falta mais que abrir as folhas de um jornal para ver que a corrupçom política semelha ser um factor intrínseco ao sistema vigorante.

tituem o grupo de governo, o PSOE e o BNG; e nom é menos curioso, que em ambos os casos a ponta de lança da acusaçom de irregularidades correspondeu ao grupo municipal do PP.

tras questons que simplesmente afectavam a sua vida pessoal. Curiosa percepçom a que o senhor Conde Roa tem dos seu deveres públicos!

Mas a actualidade desta questom no nosso contorno imediato, o da cidade de Compostela, vem dada pola apariçom no último ano de um par de temas polémicos que chegárom ao conhecimento dos habitantes da capital da Galiza da mao dos meios de comunicaçom convencionais, e que se vírom reforçadas polo normal funcionamento da rumorologia numha urbe pequena.

Porém, a apresentaçom destas acusaçons na cena pública nom supujo mudança algumha no cenário político compostelano. De facto o caso INCOLSA desapareceu dos meios sem tam sequer ter servido para dar pé a um processo judicial, enquanto que as actuaçons à volta do chamado caso Montebalsa derivárom na abertura de um sumário que avança com a lentidom característica da justiça espanhola e no cessamento cautelar de um cargo menor do aparelho institucional de Rajói. Em definitiva, a suposta corrupçom no concelho compostelano só foi arejada polo partido da oposiçom institucional como arma propagandística, com a inestimável ajuda de sectores da judicatura conhecidos pola sua situaçom geográfico-política nas an-

eleitos. Assim a vigiláncia sobre as possíveis ilegalidades fica nas maos dos próprios políticos profissionais ou bem do sistema judicial, que nom em poucas ocasions está conectado directamente com os interesses dos partidos. De facto, nas condiçons actuais tam só com a ruptura dos equilíbrios que caracterizam a vida política da nossa cidade nas últimas três décadas poderiam dar-se as condiçons precisas para que umha investigaçom sobre corrupçom no nível municipal puder ser levada avante.

Lamentavelmente no sistema político espanhol há pouco lugar, por nom dizer nengum, para que o povo poda exercer um autêntico controlo do que fam os seus representantes

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Haverá que aguardar pois a que estas suspeitas que podem angustiar a vizinhança de Compostela sejam simples rumores sem fundamento, ou ao menos erros ou mal-entendidos atribuíveis a falibilidade humana; já que no caso contrário o que estaria a acontecer é que no Paço de Rajói está sentado um grupo variado de delinquentes que se protegem entre si para continuarem a se aproveitar de todas e todos nós.

oPedro o

Estamos a falar das supostas irregularidades na concessom das obras do pavilhom da escola Quiroga Palácios e na gestom da empresa INCOLSA. No primeiro dos casos o assunto consiste na suposta concessom ilegal da obra a umha empresa que nom era a que melhor cumpria os requisitos do concurso público, num processo

Mas a dúvida fica ai. Existem realmente na Cámara de Compostela práticas habituais de corrupçom e gestom irregular dos recursos públicos? Nós nom podemos dar umha resposta a essa pergunta mas podemos entender a existência de suspeitas. O problema é que entre nengumha das forças políticas com representaçom institucional haja o mais mínimo interesse por aprofundar no tema. Polo pouco que sabemos as acusaçons de irregularidades salpicam os três partidos que ocupam as cadeiras em Rajói, e nom parece que haja ninguém lá dentro que esteja disposto a provocar umha detonaçom que poderia fazer abalar o equilíbrio institucional. A tranquilidade que caracteriza à política compostelana poderia nom ser mais que umha cortina trás a qual se ocultasse umha realidade sórdi-

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NÓS-UP nom quer consenso com o inimigo, e sim luita popular pola hegemonia social do galego

Municipal >>

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Eis o dilema que enfrenta nom só as forças políticas galegas, mas qualquer galego ou galega que realmente aspire a que o nosso país normalize a sua única língua própria, à mesma altura que o espanhol foi normalizado no seu território originário: recuperar o consenso com o inimigo ou defender a hegemonia social do galego? NÓS-Unidade Popular tem clara a resposta: nom é possível consensualizar nada com quem aspira à liquidaçom da comunidade lingística galega. É possível, necessário e imprescindível articular mais e mais povo em defesa do galego como Língua Nacional da Galiza. De facto, só isso permitirá tombar as políticas assimilacionistas.

Lamentavelmente, o BNG e o PSOE teimam em “recuperar o consenso perdido”, quando é evidente que esse “consenso” foi a antessala que permitiu que a extrema-direita espanhola lance este desafio à nossa dignidade como povo, a partir de umha posiçom de força, em funçom sobretodo da debilidade do programa linguístico desenvolvido polo bipartido entre 2005 e 2009. Fôrom os 30 anos de “liberalismo linguístico”, os milhons de euros dilapidados sem jeito, a absoluta falta de ideias para fazer avançar o galego, a falta de objectivos estratégicos alternativos ao “bilinguismo harmónico”... Foi todo isso que permitiu o avanço inexorável do espanhol e,

consequentemente, do espanholismo hoje empoleirado à Junta da Galiza. Os governos de Fernández Alvor, Gonçales Laje, Manuel Fraga, do tandem Tourinho-Quintana... com diferentes responsabilidades e intençons, todos eles contribuírom, pola falta de políticas normalizadoras, para que o PP poda agora pisar o acelerador da espanholizaçom. Todos eles tenhem coincidido em difundir umha imagem idealizada do consenso como via para normalizar, através do “convencimento”, “amavelmente” e, naturalmente, “sem imposiçons”. Acaso o espanhol foi normalizado desse jeito nalgum lugar do mundo? A resposta é nom, por isso os resultados no caso galego estám à vista.

Alguns sectores, temos denunciado durante a última década o desastre aonde nos conduziam as políticas de consenso bilingüista. Agora, o tempo dá-nos a razom. Mais umha vez, a esquerda independentista representada por NÓSUnidade Popular fai um apelo a todos os sectores normalizadores do nosso país para marcarmos o único objectivo estratégico realista para a normalizaçom: frente à imposiçom do espanhol, oficialidade única do galego. Encaminhemos para esse objectivo todo o nosso trabalho, toda a nossa luita e toda a nossa raiva colectiva, através da auto-organizaçom e da luita popular unitária em defesa da língua. Nom há outra fórmula. Em funçom desses princípios, NÓSUnidade Popular apoiará todas as iniciativas tendentes a parar os pés ao Partido Popular, sem deixar de denunciar as responsabilidades da oposiçom parlamentar (PSOE e BNG) num processo que, ao longo das três décadas, conduziu à gravíssima situaçom actual. Umha situaçom que pode e deve ser rectificada.

8 de Fevereiro fijo um ano a convocatória que o colectivo ultra Galicia Bilingüe, com o apoio de diferentes organizaçons de extrema-direita, realizou para exigir mais espanhol e menos galego no ensino e, em geral, na vida pública do nosso país. No seu dia, entidades sociais e a esquerda independentista, coincidentes na defesa do nosso direito coletivo à língua, participamos numha resposta diversificada contra a manifestaçom espanholista. Houvo exibiçom de cartazes e faixas em defesa do galego, como as que levou a nossa militáncia, e todo o tipo de actividades que, diante da resposta violentíssima da polícia, derivárom em confrontos e com um companheiro da nossa Direcçom Nacional no hospital com importantes lesons, fruto da malheira recebida em plena rua e diante das cámaras. Houvo também 18 detençons, incluídas várias militantes de NÓS-UP, no mesmo dia e nos seguintes, sem que as vítimas saibam ainda hoje a que ater-se, pois as arbitrárias acusaçons

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Cumpre-se um ano da manifestaçom antigalega de Galicia Bilingüe, o PP e a Falange: a luita pola língua continua vam da resistência à autoridade às desordens públicas, obstaculizaçom do direito de manifestaçom ou mesmo por ter informado na rede sobre o acontecido, sem nalguns casos nem terem estado naquele dia em Compostela. Mas, sobretodo, um ano depois de aqueles confrontos e da repressom que hoje continua, devemos reconhecer que, fruto da falta de um projecto político claro e diferenciado por parte dos partidos que na altura governavam, hoje o PP está em Sam Caetano governando para o mesmo sector extremista que se manifestou contra o galego aquele dia. Aquela manifestaçom, totalmente rodeada de polícias, que percorreu uns poucos metros de Compostela com presença da extrema-direita no seu interior, foi o preámbulo da aplicaçom, por parte do PP, de um programa linguístico destinado a fazer do galego um resíduo totalmente inservível, recuando a posiçons pré-autonómicas no que di respeito

à cooficialidade actual. Já naquele momento, e nos meses anteriores, NÓS-Unidade Popular e outros sectores vínhamos alertando de que o continuismo na acçom de governo poderia levar o PP de volta ao poder autonómico e de facto, três semanas depois daquela jornada, assim foi. Curiosamente, os que integravam o oficialismo e mantivérom umha passividade escandalosa na jornada do 8 de Fevereiro, tivérom que perder as cadeiras no governo bipartido para assumir a necessidade da mobilizaçom. Parece que o BNG e o PSOE só se lembram dos conteúdos da acçom de governo que os seus votantes esperam deles quando perdem o poder; daí que, sobretodo o primeiro, tenha tentado recuperar o perfil mais mobilizador após derrota de 1 de Março. Quanto à esquerda independentista, o nosso discurso é e será substancialmente o mesmo. A língua deveria unir todos os sectores que defendem a sua extensom face a quem quer exterminá-la. Qualquer que seja o

governo, é imprescindível manter a iniciativa e exigir umha Galiza em galego, fazendo frente a quem, de maneira mais ou menos camuflada, quer deixar-nos sem fala. NÓS-Unidade Popular aproveita este aniversário para celebrar o crescimento de um amplo movimento mobilizador contra a política linguicida do PP. Esperamos que se mantenha e ainda cresça, até tombar iniciativas reaccionárias como o novo Decreto de ensino do PP, e evitando restringir-se aos interesses de quem só fai cálculos mobilizadores em termos eleitorais. Reclamamos, por último, a livre absolviçom dos 18 companheiros e companheiras imputadas como consequência da repressom policial de há um ano, parabenizando todas as pessoas que, de umha ou outra forma, participárom naquela jornada de defesa da língua.


Dous militantes da esquerda independentista de Compostela venhem de receber a citaçom para um novo julgamento na capital da Galiza. A Cámara Municipal de Compostela denunciou os dous independentistas identificados pola polícia local do

PSOE-BNG por realizarem pintadas reclamando a liberdade das/os activistas pró-galego após as detençons e a repressom acontecida o dia 8 de Fevereiro como conseqüência da mobilizaçom nacional de dignidade em resposta à presença nas ruas do colectivo ultra Galicia Bilingüe. Deste jeito, somam-se mais duas pessoas imputadas aos expedientes sancionadores e aos processos judiciais abertos para processar dezenas de pessoas que naquela altura optaram por defender a língua

em lugar de baixarem a cabeça perante o passeio provocador dos predicadores do ódio antigalego. As pessoas imputadas desta vez som-no por tomarem um spray na mao e sairem a denunciar polas ruas da capital que várias/os compatriotas estavam já detidas/os , enquanto dezenas permaneciam magoados/as polos paus da polícia espanhola. Porque na rua é que se denuncia que haja galegas/os represaliadas/os enquanto os espanholistas se recreiam no esmagamento da nossa língua.

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Municipal >>

Cámara municipal compostelana continua a sua cruzada anti-independentista

Junta e Cámara municipal pretendem esbanjar 20 milhons de euros

Activado disparatado projecto de construir teleférico em Compostela O novo governo da Junta da Galiza acaba de avaliar a disparatada ideia promovida polo Consórcio de unir a cidade de Compostela com as instalaçons da Cidade da Cultura no monte Gaiás. No inverno de 2008 o governo municipal tinhase manifestado a favor desta obra, embora um informe contrário do Icomos, -umha entidade assesora da Unesco em questons de património, provocou a congelaçom de faraónico projecto. A praça do Matadoiro e a futura estaçom do AVE som os dous pontos de conexom previstos para instalar os accesos desde Compostela ao Gaiás mediante duas linhas. A Conselharia de Cultura com o apoio municipal tem previsto investir mais de 20 milhons de euros numha obra inecessária, injustificada, agressiva para o meio e contrária aos interesses da maioria do povo trabalhador compostelano. Umha obra que pode pôr em perigo a declaraçom da capital da Galiza como património da humanidade polo brutal impacto que este projecto terá para a zona histórica da nossa cidade. Os orçamentos deste ano da Conselharia de

Cultura já recolhem 9 milhons de euros para iniciar a primeira fase. Para entendermos o enorme interesse que Sanches Bugalho e o Conselheiro de Cultura Roberto Varela manifestam nesta obra há que destacar que posteriormente a sua construçom com fundos públicos seria privatizado o serviço mediante umha concessom do transporte. Esta iniciativa é continuaçom do despropósito chamado Cidade da Cultura que já consumiu mais de 500 milhons dos nossos euros, e que encetado a modo de mausoléu por Fraga Iribarne, posteriormente continuado irresponsavelmente pola Junta bipartida de PSOE e BNG, Feijó pretende culminar nesta legislatura. A Cidade da Cultura, o Jacobeu, e agora o teleférico formam parte de um aberrante projecto integral que pretende converter Compostela num imenso parque de diversom mediante um nefasto modelo de turistificaçom que esta a devorar a identidade da nossa cidade, a qualidade de vida das vizinhas e vizinhos da capital galega e o meio natural desta Compostela cada vez mais enlatada e artificial.

Numha comarca e país com uns transportes públicos ainda precários e atrasados, em que os trens funcionam com combustível e nom oferecem serviços de proximidades a “soluçom” é colocada na alta velocidade Madrid-Galiza e teleférico em Compostela. Que tipo de burla é esta? Devemos exigir que se desista deste projecto e que no seu lugar se invista numha rede de transportes comarcal útil e respeitosa com o meio ambiente. Que se deixe de esbanjar o nosso dinheiro nessa Cidade da Cultura que ninguém precisa e que se invista em cultura real, popular e participativa. Nom queremos ver a nossa cidade convertida numha Disneylándia de marisco e monumentos. NÓS-UP apela ao conjunto das organizaçons culturais, sociais, sindicais e forças políticas comprometidas com a conservaçom do património popular de Compostela e contrárias a um modelo turístico irracional a aunar esforços para deter esta aberraçom.

NÓS-UP já denunciou em Novembro de 2008 o projecto A iniciativa dava continuidade à denúncia que NÓS-UP realizara nas semanas prévias coincidindo com diversas entidades sociais.

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oPedro o

Na manhá de 26 de Novembro NÓS-Unidade Popular despregou umha enorme faixa na praça da Galiza para denunciar a construçom do teleférico.


Editada agenda da esquerda independentista 2010 Já podes encomendar na loja do nosso web a Agenda da esquerda independentista do ano 2010, editada por sétimo ano consecutivo pola nossa organizaçom. Ao contrário do que tantas vezes tenhem propagandeado os meios oficiais do imperialismo, as pequenas naçons negadas, os povos que vem usurpada a sua soberania nom desaparecem nem se resignam à assimilaçom linguística, cultural, económica. Dúzias de novos Estados tenhem surgido nas últimas décadas em todo o mundo, quase sempre a partir de longos processos de luita popular pola identidade usurpada. A actualidade dessas luitas manifesta-se também na Europa Ocidental, onde várias naçons sem Estado tenhem conseguido nos últimos anos importantes avanços sociais e mesmo institucionais em favor da autodeterminaçom. Este facto abre novas expectativas para rupturas em estados europeus que, como outros

já desaparecidos, pareciam inamovíveis, enquanto outros povos, como o nosso, continuam a enfrentar duras condiçons de negaçom e assimilacionismo encoberto de falsa democracia. Esta realidade levou a equipa redactora da nossa já tradicional agenda independentista a centrar a atençom do ano 2010 nas luitas de libertaçom nacional existentes um pouco por todo o mundo. A luita nacional de resistência é umha das principais no confronto entre os povos e o capitalismo avançado e em crise, tornando-se imprescindível apoiarmos todos e cada um dos povos que no mundo luitam polo direito à existência, por ser umha luita justa e por coincidir com a direcçom certa de batermos no capitalismo até o tombarmos e o conduzirmos à derrota histórica. Para espalhar o conhecimento de algumhas dessa luitas, oferecemos-vos esta agenda que ajudará a que, além de nom esqueceres os teus compromissos particulares do dia a dia, lembres também o compromisso colectivo que nos une na luita pola independência, o socialismo e o fim do patriarcado. A agenda está à venda, além de na própria loja do nosso web, em diversos locais e centros sociais ao preço de 12 euros.

NÓS-UP aprova orientaçom bianual e elege nova direcçom na V Assembleia Nacional No sábado 12 de Dezembro reuniu-se em Vigo a V Assembleia Nacional de NÓS-Unidade Popular, um encontro que o novo porta-voz nacional, o companheiro Alberte Moço, definiu como “de grande utilidade”, dado o alto nível do debate e as numerosas intervençons. Após Compostela, Corunha, Ferrol e Teio, foi a vez da maior cidade operária galega. Os companheiros e companheiras da comarca encarregárom-se do relativo à recepçom da filiaçom que se deslocou de diferentes pontos da Galiza para um encontro especialmente útil, sobre os diversos temas de actualidade do calendário político estável em que NÓS-UP está a desenvolver iniciativas no dia a dia. Todo o relativo à vida política do nosso projecto foi tocado abertamente polas companheiras e companheiros que participárom nesta Assembleia Nacional. Desde as finanças até a introduçom no movimento popular, passando polo trabalho sindical e o feminista, NÓSUP actualizou as coordenadas da sua actuaçom política consoante as novas características da situaçom sociopolítica e económica da Galiza. Após o discurso inicial de Maurício Castro os debates prolongárom-se toda a jornada até as oito da tarde, em que foi proclamada a nova Direcçom Nacional, que

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Alberte Moço Quintela

oPedro o vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela

inclui algumhas substituiçons e garante a continuidade do trabalho político feito. Numha situaçom adversa por causa das próprias circunstáncias de divisom soberanista, que parte dos anos 70 e nom tem fácil soluçom no curto prazo, a nossa organizaçom marcou a linha política desta nova etapa da maneira mais democrática, certificando o alto grau de unidade e coesom que caracteriza a nossa corrente. Alberte Moço Quintela, Noa Rios Bergantinhos, Maurício Castro Lopes, Patrícia Soares Saiáns, Bruno Lopes Teixeiro, Lara Soto Gonçalves, Ramiro Vidal Alvarinho, Sheila Fernandes Migues, Carlos Morais Álvares, Ilduara Medranho Gonçálves, André Seoane Antelo e José Manuel Dias Cadaveira configuram o renovado organismo de direcçom, à espera da incorporaçom das e dos reponsáveis comarcais nas próximas semanas e da Responsável Nacional da Mulher. Passadas as 20h dava começo o acto de encerramento com a presença das delegaçons convidadas: AGAL, AGIR, BRIGA, Baiuca Vermelha, AMC, AGARB, Associaçom de Amizade Galego-Cubana Francisco Villamil, Movimento pola Base, Galiza por Palestina, CS Gomes Gaioso, Fundaçom Artábria, AV S. Vicente e Canedo, A Gentalha do Pichel, Primeira Linha, PCPG, ACO Maçarico, AC Semente Vermelha e Siareir@s Galeg@s.

Desculpároma sua ausência e encaminhárom umha saudaçom Corrente Vermelha, COSAL, SCD Condado, LNB e a Associaçom Verbo Xido Terra de Montes. Também estivo presente no acto final da V Assembleia Nacional a Cônsul Geral da República Bolivariana da Venezuela na Galiza, Mónica Chacín. Alejandro Fuentes Hernández, Cônsul Geral da Repúblicade Cuba no nosso país, encaminhou um correio desculpando nom poder assistir. O companheiro Alberte Moço protagonizou o discurso final, muito aplaudido polas pessoas presentes, que verificárom a estabilidade e a maturidade com que a militáncia da esquerda independentista acordou encetar umha nova fase em que o trabalho deverá aumentar em quantidade e qualidade, fazendo assim frente às condiçons adversas que o sistema e a ideologia dominantes incutem no povo trabalhador galego. A língua, o afám imperialista ianque na América Latina e a crise capitalista com a sua incidência nas trabalhadoras e trabalhadores galegos fôrom alguns dos textos aprovados em forma de resoluçom, junto ao regulamento e às teses organizativa, ideológica e política. Nom duvidamos da alta produtividade política do encontro assemblear, cujos frutos ajudarám ao avanço da Galiza independente, socialista e nom patriarcal que sonhamos.

Conselho de Redacçom: Anjo Paz, José Dias Cadaveira, César Campos, Yasmina Garcia, Carlos Morais, André Seoane Antelo, Patrícia Soares Saians. Imprime: Tameiga • Edita: NÓS-Unidade Popular da Comarca de Compostela. Rua Quiroga Palácios, 42, rés-do-chao, Compostela · Galiza Tel. 695596484 • e-mail: nosup-compostela@nosgaliza.org • Correcçom lingüística: galizaemgalego Publicaçom trimestral de NÓS-UP da Comarca de Compostela • Distribuiçom gratuita. Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos e informaçons sempre que se citar a fonte. O Pedroso nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados. O Pedroso nº39 · Outubro-Dezembro 2009 • Tiragem: 5.000 exemplares • Depósito Legal: C-1002-01 • Encerramento da ediçom: 10 de Fevereiro de 2010

www.nosgaliza.org


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