259 Um lugar em nossas vidas: a casa, a família. As datas festivas. O cotidiano
do fazer, do saber, do nutrir. Em tudo isso, o tempo que passa, perceptível nas pequenas marcas. Um tempo em nossas vidas, retido em um espaço de confinamento. Ou um tempo de confinamento, retido no espaço de nossas
vidas. Um confinamento que interroga sobre o interior e o exterior, em que os limites estão na janela. O confinamento como uma adversidade, que nos empurra para olhar, rememorar. Ao olhar e nos propormos a registrar este
espaço vivido, damo-nos conta que se trata de um vivido que não tem uma
positividade, mas que remete às parcialidades da imaginação. Um jogo entre rememorar e criar, como na tradição de pintar os ovos de páscoa com
papel crepom, fazer balões e bandeirinhas de papel para São João. O tempo
passa, retido nas pequenas marcas. E as abelhas também cuidam de suas casas e alguém nos observa ao longe.