Editorial
NÃO É MIRAGEM... ... É MESMO ÁGUA o que vemos à nossa frente! Esperamos que a Senhora Ministra atenda a esta nossa pretensão, para que a Suinicultura continue a cumprir a sua missão em Portugal.
Cinco anos a atravessar o deserto. Os heróis resistentes que foram assistindo ao tombar de muitos dos seus, sentem-se desgastados e cansados, mas persistentes e determinados em alcançar a estabilidade económica que se aproxima. Sentimos a água, momentaneamente já lhe chegamos, mas muitos são os obstáculos para que a atinjamos em plenitude. Burocracia, Bem-estar animal, Aujeszky, REAP, aumento do preço das materias-primas e de outros custos, são obstáculos que seremos capazes de ultrapassar, até porque com maior ou menor expressão, os nossos concorrentes, também os têm, já tiveram, ou terão outros. Difícil será ultrapassar a pressão da banca. Uma que estando a sair de Portugal, nos exige em tempo apertado a liquidação dos financiamentos concedidos. Outra que nos está a obrigar a planos de amortização não compatíveis com a capacidade de gerar receitas do sector, atrofiando a tesouraria das nossas empresas. Apelamos aos responsáveis políticos, que a não ser alterado, este procedimento levará a uma redução compulsiva dos efectivos, mesmo em empresas sólidas e com resultados económicos positivos. Lembramos que a França para além dos valores concedidos para apoio às obras de bem-estar animal, acaba de intervir perante a banca no sentido de que sejam criadas linhas de credito, de apoio à produção animal naquele País. Mas o grande obstáculo, a montanha que nos apedreja e que não sabemos como ultrapassar, aquele que tem levado ao desaparecimento de grande parte do tecido empresarial do sector, chama-se RELAÇÕES COM A GRANDE DISTRIBUIÇÃO. Gigantes que se degladiam pela tomada do poder absoluto na distribuição, pisando e destruindo tudo à sua volta, através da procura constante, de ter preco mais baixo que o concorrente, para ter mais e mais volume de vendas. Depois que têm uma operação negativa, e convidam os fornecedores a colaborarem, se assim o entenderem, senão... O mercado é deles, já não há comércio tradicional. Veem os preços baixos, a dependência e as insolvências. Custa perceber como um País importador de 50% da carne que consome, a importe a preços superiores aos pagos internamente. Custa perceber este espirito anti-Nacional. A falta de percepção de que todos somos clientes e que a destruição de postos de trabalho em Portugal, nos fragilidade a todos. Para que serve a Plataforma de Acompanhamento das Relações com a Cadeia Alimentar? Pela primeira vez em Portugal, mais propriamente em Lisboa, teremos nos próximos dias 25 e 26 de Outubro o XXXIII SIMPÓSIO DA ANAPORC, com a colaboração directa da nossa FPAS, na sua elaboração. Chamamos a atenção de todos para o Programa Cientifico que apresenta, dado a actualidade e importância dos temas e a magnificência dos oradores. Espanha não e mais um concorrente, é um parceiro preferencial para o escoamento de parte importante da nossa produção. Pensar o mercado como Ibérico, é fundamental para a nossa actividade. Boas notícias. Continua a chover no nosso quintal. Em Setembro os porcos foram valorizados em mais dez cêntimos por quilo que em Agosto. Já tinham visto isto? E a estes valores? Stocks em baixa, forte procura dos mercados de leste e asiáticos, diminuição da produção, também por adaptação das esplorações ao bem-estar animal, têm conduzido naturalmente a uma consolidação dos preços em alta. Experts afirmam que no inicio do próximo Verão os preços atingirão os 2,20 por quilo. Eu acredito. Nós merecemos. Vitor Menino Director da revista Suinicultura Suinicultura 3
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Sumário EDITORIAL por Vitor Menino...................................................................................................3 XXXIII Simpósio ANAPORC Programa......................................................................................................................................6
FEIRA NACIONAL DO PORCO...................................................................................8 Feira Nacional do Porco Vitor Menino......................................................................................................................................8 XXI Feira Nacional do Porco - relatório final................................................................9
Ficha Técnica Revista Suinicultura n.º 97
Publicação da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) www.suinicultura.com NIPC 501 312 072 Director
Vitor Menino v3m@grupoali.pt Sub-Director
A. Simões Monteiro (Médico Veterinário) asm@suinicultura.com Editor/Redacção
FPAS - Av. António Augusto Aguiar, n.º 179, r/c esq 1050-014 Lisboa Tel.: 21 387 99 49; 91 756 39 01 Fax: 21 388 31 77 fpas@suinicultura.com Grafismo e paginação
NOZ - Consultoria, Lda. info@noz.pt
Pré-impressão e impressão
Peres-Soctip, SA. Apartado 20 - 2135-999 Samora Correia Periodicidade
Trimestral Tiragem
2200 exemplares ICS/122280 Depósito Legal 48323/91 Sócio nº P-1154
INTERPROFISSIONAL Memorandum de Entendimento.......................................................................................10 Representatividade e diálogo David Gouveia..........................................................................................................................12 Posição da FPAS................................................................................................................14 Posição da APIC................................................................................................................16 Posição da IACA................................................................................................................16 Organizações Interprofissionais - instrumentos de fortalecimento do sector Alberto Herranz........................................................................................................................19
JORNADAS técnicas Constrangimentos e Oportunidades Sector analisa objectivos..............................................................................................24 Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujeszky (PCEDA) A. Pina da Fonseca....................................................................................................................26 Adaptação de explorações às regras de bem-estar animal Conceição Blasques..................................................................................................................28 Plataforma de acompanhamento das relações na cadeia alimentar Pedro Queiroz...........................................................................................................................30 Programa de desenvolvimento rural 2014/2020 Rita Moura e Susana Barradas..................................................................................................32
Bem-estar animal Efeito do jejum e tempo de espera em relação ao bem-estar dos porcos e à qualidade da carcaça e da carne Núria Pannela...................................................................................................................................34
ECONOMIA Situação e perspectivas do porco espanhol: O Informe ExcelporkTM Joseph A. Herce...............................................................................................................................46 Desafios da globalização no mundo rural Luis Cacito e Maria Gertrudes Ramalho.........................................................................................52
RAÇAS AUTÓCTONES ACPA Visita do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária......58 Notícias ACPA.....................................................................................................................59 ANCPA Feira da Luz - Expomor 2012.....................................................................................60
EMPRESAS...............................................................................................................................61 próximos eventos.....................................................................................................63 III Simpósio internacional sobre gestão de resíduos FIMA Ganadera.................................................................................................................65
ACTIVIDADES FPAS (3º trimestre 2012)...............................................................66 Suinicultura 5
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XXXIII SImpósio ANAPORC
XXXIII Simpósio ANAPORC Programa provisório Pavilhão do Conhecimento - Lisboa Dia 25 Outubro 09:30 Entrega de Documentação 10:00 Conferências Comerciais 12:30 Almoço 14:00 Cerimónia de Abertura 15:00 As novas regras de Bem estar Animal - Situação na UE 15:30 Produção Suína antes y depois da Lei do ley de Bienestar Animal Daniel Babot, Universidade de Barcelona 16:00 Visão Global o Mercado do Porco Gilberto Litta, DSM 16:30 Situação da Europa no mercado de Matérias Primas Arnaut Petit, CopaCogeca 17:00 Pausa Café 17:30 Peste Suína Africana. Uma ameaça para suinicultura da EU Carlos Martins, SPCV 18:00 Higienização de Alimentos. Ricardo Mesquita, Aligrupo 18:30 Exportação de carne de porco para fora da EU Ricardo Stéfano, Grupo Campofrio 19:00 Final das sessões de 25 de Outubro 20:30 Jantar de Gala. Casino Estoril
Dia 26 Outubro 09:30 Clonação em porcos Jonathan Fernández 10:00 Diagnóstico a partir de amostras de saliva Zinerman, Iowa University 10:30 PFTS. Casos Clínicos em Portugal Pedro Lopes 11:00 Pausa Café. 11:30 Alimentação em grupos grandes de leitões Andrés Donadeu 12:00 SNIPS como impulso para o melhoramento genético. Egbert Kenol 12:30 Causas de anoestro em porcas reprodutoras Rafael Pallas e Mariví Falceto 13:00 Afecções Digestivas. Coli B-hemolítico. Manolo Toledo e Pascual Belenguer 14:00 Almoço 15:00 Mesa Redonda “Futuro do Porco Ibérico/Alentejano” Associações do Ibérico e do Alentejano 15:30 Alimetação do Porco Ibérico/Alentejano 16:00 As raças autóctones e os novos sistemas de alimentação (castanhas) 16:30 Redes Sociais e Suinicultura 17:00 Sessão de encerramento
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PCEDA
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Interprofissional Feira Nacional do Porco
Feira Nacional do Porco Sessão de abertura Vitor Menino *
Exmo. Senhor Secretario de Estado das Florestas e do Desenvolvim. Rural Exma. Senhora Presidente da Camara Municipal do Montijo Exma. Senhora Presidente da Ass Portuguesa Ind Ali Comp Pará Animais Exmo. Senhor Presidente da Associaçao Port dos Industriais de Carnes Exmos senhores convidados Exmos. Senhores expositores Minhas senhoras e meus senhores Em nome da Associacao Livre de Suinicultores, tenho a honra de saudar todos os presentes, nesta cerimonia oficial de inauguração da XXI Feira Nacional do Porco, XIX da Salsicharia e I das Actividades Agrícolas. As minhas primeiras palavras são de agradecimento a todas as entidades que connosco incansavelmente trabalharam neste projecto, destacando o querer, a disponibilidade e o empenhamento da CMM, da Escola Profissional do Montijo, da ADREPES, da FPAS , da IACA, da APIC., da DRAPLVT, da CCA de Entre o Tejo e Sado, dos Floricultores, dos horticultores, dos bovinicultores, dos vitivinicultores, e ainda a de todos os expositores que aceitaram estar presentes provando que o sector primário, tem dinamica, esta vivo, acredita, e que é capaz.
Também um agradecimento especial à Senhora Ministra da Agricultura, pelo contributo financeiro concedido através do seu ministério e um agradecimento, pelo mesmo motivo a Caixa de Credito Agricola Mutuo de Entre o Tejo e o Sado. Neste agradecimento permitam-me que destaque aqueles que pelo seu querer, empenhamento, espirito de sacrificio e dedicacao, tornaram possivel esta feira, refiro-me à Paula Paulino, ao Paulo Ribeiro ao Hugo Branquinho e ainda ao staf da Camara Municipal e da Escola Profissional do Montijo, bem como a todos os que no anonimato contribuíram para criar e tornar possivel esta realidade. Orgulhamos-nos da obra que apresentamos. Começamos determinados, mas conscientes das dificuldades que iríamos encontar, dado o contexto generalizado do País e em especial do nosso sector. Esta feira por motivos que não interessa referir, estava com um interregno de 3 anos. Sabíamos que o Montijo havia sido palco de diversos certames com extraordinário sucesso nacional para o sector, havendo demonstrado possuir um historico de conhecimento, que seria importante continuar. Estimular a produção agro-pecuária e a produtividade agricola, promovendo-os com vista a dinamizar os mercados, fomentando o aumento das exportacoes e minimizando o impacto das importações na economia nacional, contribuindo para a sustentabilidade destes sectores, foram os objectivos que nos moveram.
Comecamos preocupados com a sustentabilidade financeira da feira. Tomamos a iniciativa de a alargar a outras actividades do Agro-negocio. Tivemos o arrojo de baixar o custo para os expositores em 30%., relativamente ao último certame . Com o intuito de conquistar o grande público, trouxemos a esta, espaço lúdico com tasquinhas, bares, concertos, demonstrações de folclore, jogos tradicionais ligados ao porco, atrelagem equestre, etc.... Promovemos conferencias e debates, sobre temas ligados a todas as actividades aqui representadas E o que havia começado com duvidas podemos desde já afirmar ser um êxito superior a qualquer estimativa do mais optimista de nós. A feira ficou pequena. Temos 80 empresas e entidades directamente expostas. Os últimos não couberam. Não conseguimos colocar os sépticos, não tínhamos mais espaços. E estes foram mais de 30. A minha equipa esta de parabéns. Tornou esta feira pequena. Obrigado a eles, que no anonimato tanto trabalharam. Permitam-me que destaque o acontecimento histórico que acabou de decorrer, e que ficará para sempre ligado a esta XXI Feira Nacional do Porco do Porco, XIX Feira Nacional de Salsicharia e I das Actividades Agrícolas, que foi a assinatura do protocolo de acordo
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Feira Nacional do Porco
para a realização da escritura de constituição do interprofissional da carne de porco em Portugal, efectuado à momentos. Aspiração legitima pela qual temos lutado, não demora à 20 anos. Torna-lá realidade é motivo de orgulho para as direcções da IACA, da APIC e da FPAS, e para os seus secretários gerais, que ha tanto tempo incompreensivelmente assistem incrédulos, ao adiar de algo tão fundamental, e vital para o desenvolvimento da suinicultura em Portugal Obrigado Cristina, obrigado Carlos. Obrigado Senhor Eng. Daniel Campelo, digníssimo Secretario de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, por apadrinhar este momento. Tudo passa,.... apenas ficará a obra realizada. Amigos Suinicultores Os porcos hoje mantêm aqui. - Montijo - Portugal Subiram ontem em França Mantiveram ontem em Espanha Manterão amanha na Alemanha Poderão até subir nas próximas semanas E que melhor noticia poderíamos ter que essa? Levo 33 anos de Suinicultor e nunca assisti a um Setembro a preços de Julho e Agosto. Consolidação generalizada de preço em alta, com segurança de continuidade. Coragem para poder afirmar que o longo ciclo negativo, ......passou. Entramos num ciclo positivo da actividade. Vamos voltar a acreditar. Vamos incentivar os nossos filhos a voltar à actividade, para que recomecem a fazer aquilo que fomos sendo obrigados a deixar de fazer. Nós temos futuro, e Portugal tem de voltar a ser AUTO-SUFICIENTE em valor, na carne de porco, na horto-fruticultura, nos vinhos, na floricultura e nas florestas. Dão-me alguma razão lógica para que assim não seja? Uma que seja!.... Todos, empresários e administração, técnicos e instituições financeiras, GDO, se essa for a nossa vontade, conseguiremos.
Senhora Dra. Maria Amélia Antunes, dignissima Presidente da Camara Municipal do Montijo obrigado por nos ter dado as condições que tornaram possível este evento, um evento de esperança, que esperamos marque o relançamento das nossas actividades. Permita-me que lhe deixe um pedido: Inclua no próximo orçamento do município as obras de melhoria das infra-estruturas necessárias ao melhoramento e alargamento deste recinto. A todos, deixo desde já, um desafio: Começar hoje a preparar a próxima feira, a realizar em Setembro de 2013. A todos o meu muito obrigado.
Vamos trabalhar para aproveitar o próximo quadro comunitário de apoio 2014/2020, para nos ajudar a atingir este objectivo.
* Presidente da Comissao Organizadora da XXI Feira Nacional do Porco Presidente da FPAS
XXI Feira Nacional do Porco relatório final Terminada que está a nossa Feira, é tempo de fazer o balanço à forma como decorreu. Parece-nos ter sido um êxito, que superou as nossas expectativas, quer no número de expositores, quer em público presente. Mas, a nossa opinião, é a nossa opinião. Nada melhor que analisar a opinião dos que financeiramente contribuíram para o êxito desta Feira. É neste contexto que queremos efetuar o balanço, de fazer a análise
às respostas e expectativas dos expositores e do público em geral, de forma a criarmos as condições para que sejam efetuadas as modificações necessárias ao melhoramento do próximo certame. Com a envolvência de todos, organização, parceiros, autarquia e expositores, atingiremos os níveis de satisfação que pretendemos atingir. Vitor Menino (Presidente da Comissão Organizadora)
XXI Feira Nacional do Porco, XIX da Salsicharia e 1ª Actividades Agricolas Expositores presentes: Respostas apresentadas: Publico presente INQUERITO DE OPINIÃO 1- Nivel geral de Satisfação: 2- Opinião sobre a Feira: Apoio Serviços antes da Feira Apoio Serviços durante a Feira Apoio Serviços após a Feira Imagem exterior Divulgação da Feira Presença de Profissionais Presença de Publico Gastronomia Segurança Estrutura Apreciação Global 3- Periocidade: 4- Destinatários da Feira:
86 64 12,000
74.40%
Mau 0.6%
Insufic. 3.4%
Suficiente 23.9%
Bom 46.7%
M. Bom 25.4%
Respostas 64 64 46 63 61 62 60 59 64 61 62
Mau 1.6% 1.6% 2.2%
Insufic. 4.7% 3.1% 2.2% 3.2% 3.3% 1.6% 3.3% 6.8% 1.6% 4.9%
Suficiente 25.0% 18.8% 19.6% 31.7% 31.1% 29.0% 20.0% 37.3% 15.6% 24.6% 11.3%
Bom 48.4% 51.6% 52.2% 41.3% 45.9% 40.3% 45.0% 37.3% 45.3% 49.2% 62.9%
Respostas 60
Anual 53.30%
Bi-anual 46.70%
Respostas
Profission.
59
10.10%
M. Bom 20.3% 25.0% 23.9% 23.8% 19.7% 29.0% 31.7% 18.6% 37.5% 21.3% 25.8%
Prof.+Publ 89.90%
5- Sugestões de melhoria mais relevantes: (sugestões de 55% das respostas) 11 Falta divulgação (TV e outras). Faltou divulgação dos eventos internos da feira; 10 Restauração insuficiente. Fora da area de expositores. Mais variedade e apenas porco; 9 Melhoramento espaco interno, da entrada e dos sanitários, pontos para lixo interno; 7 Zona de expositores deveria fechar entre as 19 e a 21H00 6 Tourada no Domingos no fecho da feira (entre as 20 e as 22H00) 6 Ausência de Multibanco na Feira 4 Reservar estacionamento para os expositores 4 Vendas de produtos tradicionais ligados ao porco (Ex. de vinhais) 2 Mais animação com artistas nacionais Sinalização a indicar a Feira. Internet. Bovinos fora da zona de exposição. Melhorar aspe- das celas de suinos. Animação junto 1 aos stands. Som alto. to das celas dos suinos. Animação junto aos stands. Som alto. Montijo, 01 de Outubro de 2012
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Interprofissional
Interprofissional da Fileira da Carne de Porco
Memorandum de entendimento A Fileira da carne de porco representa um dos principais setores da indústria agroalimentar nacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da economia portuguesa e para a coesão, estabilidade e valorização do Mundo Rural, com a manutenção e criação de emprego em zonas para as quais as alternativas são cada vez mais reduzidas. Nos últimos anos, este setor tem enfrentado enormes problemas e dificuldades, decorrentes dos elevados custos dos preços das matérias-primas e, consequentemente da alimentação animal, sem que seja possível repercutir esses acréscimos de custos nos produtos finais junto do consumidor, pelas estratégias levadas a cabo pela Grande Distribuição, que tem assumido uma dimensão e crescente quota de mercado nos produtos alimentares. Urge a necessidade de aprovação de regulamentação, no sentido de limitar o principal constrangimento à produção nacional. Para além destes estrangulamentos, temos sido confrontados com inúmeras adaptações de natureza ambiental, de segurança alimentar e de bem-estar animal em todas as atividades da Fileira, cujos custos não têm sido suficientemente compensados ou valorizados pelo mercado Muitas explorações pecuárias, unidades de fabrico de alimentos compostos e indústrias de carne têm vindo a encerrar e os níveis de autossuficiência em carne de porco tem vindo a reduzir-se ano após ano. Num cenário de crise económica e financeira, dificuldades de acesso ao crédito, redução do poder de compra do consumidor nacional, excessiva volatilidade e especulação ao nível das principais matérias-primas agrícolas, designadamente os cereais, oleaginosas e proteaginosas, e descapitalização da pecuária, a Fileira vive momentos dramáticos na conjun-
Secretário de Estado e presidentes das associações signatárias do memorandum
tura atual, sendo necessárias medidas urgentes de apoio ao Setor e a definição de políticas públicas que se traduzam num investimento real e efetivo na modernização e reestruturação de uma Fileira para potenciar o desenvolvimento económico do país e a recuperação da agricultura e da agroindústria, contribuindo para o desígnio nacional de atingirmos a autossuficiência, em valor, no horizonte 2020. Conscientes destes desafios e das responsabilidades que temos pela frente, as organizações aqui representadas (IACA, FPAS e APIC) assumem, neste Memorandum de Entendimento, a criação, até final do ano, da Organização Interprofissional da Fileira da Carne de Porco, entidade que representará a fileira portuguesa da carne de porco, integrando os sectores do porco, respetivas carnes e produtos derivados, através das suas estruturas associativas de produção dos alimentos compostos, da produção de suínos, do abate e da transformação. Entendem-se como estruturas associativas representativas a IACA – Associação Por-
tuguesa dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais, a FPAS – Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores e a APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes. São atribuições do Interprofissional, incentivar a Produção Suinícola Nacional, a prossecução e apoio da promoção do porco, respetivas carnes e produtos derivados, os controlos sanitários e da qualidade, da formação profissional, do conhecimento e da transparência dos mercados, da publicidade e da investigação no âmbito dos setores representados, nomeadamente no que respeita aos alimentos compostos, à produção, abate e transformação, comercialização e distribuição do porco, suas carnes e produtos derivados, no sentido de proporcionar a rentabilidade empresarial da fileira, a qualidade dos produtos e a satisfação dos consumidores. Assegurar a sustentabilidade da Fileira da carne de porco em Portugal. Para alcançar os fins e objetivos mencionados, o Interprofissional poderá colaborar
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Interprofissional
Secretário de Estado Daniel Campelo que presidiu à cerimónia
Mesa da presidência
com outras entidades, públicas ou privadas, em todas as matérias relacionadas com o seu âmbito de atuação, bem como negociar e gerir a atribuição de subsídios ou outras dotações destinadas à sua atividade. É tempo de mudar e temos a consciência da mudança. Aceitaremos os desafios com res-
ponsabilidade, orgulho e confiança, designadamente no quadro da nova PAC e no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio para o período 2014/2020. Mas também exigimos cumplicidade, no bom sentido, com as autoridades nacionais para que, em conjunto, nos ajudem a ultrapassar os desafios e a acreditar que a Fileira da
Carne de Porco é uma boa aposta para o futuro dos nossos jovens e futuros empresários. Montijo, 21 de setembro de 2012 Carlos Ruivo - APIC Vitor Menino FPAS Cristina de Sousa - IACA
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Interprofissional
Representatividade e diálogo David Gouveia *
A abrangência dos fatores que incidem sobre a atividade pecuária, em matérias tão diversas como o custo dos fatores de produção, a sanidade e o bem-estar animal, a segurança alimentar, a regulação dos mercados e funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar, e os mecanismos de gestão de riscos e crises, entre outros, implica que a procura de soluções se baseie na coordenação de várias políticas públicas e na cooperação e concertação com os agentes privados, que exige um investimento forte em organização interna e integração quer horizontal, ao nível de Organizações de Produtores, quer vertical através de Organizações Interprofissionais. A fileira da carne de suíno assenta maioritariamente na produção pecuária intensiva, com um grau de industrialização elevado, mas em que não existe verdadeiramente uma integração vertical da fileira. Na atual conjuntura, caracterizada por um aumento dos custos de produção, que não é refletido no preço pago aos produtores, encurtando as margens a montante da fileira, a formação de preços é definida pelas fases a jusante, em que a distribuição tem um papel primordial.
Nesse sentido, a integração da fileira é um aspeto essencial à sua regulação. É necessário reforçar o poder negocial da produção, que pode ser obtido a partir da concentração da oferta, mas também com atuação ao nível da transparência em toda a fileira, com informação clara e atualizada de custos e preços, assim como da melhoria de poder negocial, que garantam uma distribuição equilibrada de valor ao longo da fileira. Para esta última componente a organização vertical assume um papel preponderante, nomeadamente através de estruturas interprofissionais que trabalhem a informação setorial, e que assegurem a devida articulação entre todos os elos da cadeia. O reforço da organização da produção e a regulação da fileira agroalimentar são preocupações do MAMAOT, tendo em vista a melhoria do autoaprovisionamento alimentar em valor, que permita reduzir o défice na balança comercial que atualmente se verifica, sendo reconhecido o importante papel que Organizações de Produtores e Organizações Interprofissionais devem desempenhar para se atingir este objetivo. Em linha com as preocupações nacionais, o futuro da PAC em termos de medidas de mercado, aponta para um reforço do papel destas organizações enquanto elementos es-
senciais à melhoria da repartição de valor na cadeia alimentar, quer pelo acompanhamento do mercado quer pela definição de mecanismos de autorregulação setorial, permitindo mesmo a extensão de regras e a cobrança de taxas, existindo ainda posições de Organizações Interprofissionais de outros Estados-Membros que pretendem ver estas entidades a atuar ao nível da gestão da oferta. O trabalho já desenvolvido pela administração para melhor regulação da cadeia alimentar, de que se deve destacar o exemplo da PARCA como espaço de diálogo entre todas as entidades da cadeia de valor que já produziu resultados ao nível da transparência (foi publicado a 12 de setembro o 2º relatório Carne de Suíno, divulgado nos sites do GPP e DGAE, que permite concluir que os preços da carne de suíno não acompanharam o aumento de custos de produção que se verifica desde 2005, com perda de margens para os produtores) e da equidade, com linhas orientadoras para a necessidade de revisão legislativa quanto a concorrência e prazos de pagamento, deve ser acompanhado de um esforço dos próprios agentes setoriais no sentido da autorregulação, que complemente as iniciativas governamentais, com destaque para a definição de Códigos de Boas Práticas e a criação de Organizações Interprofissionais.
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Interprofissional
A assinatura do protocolo que se verificou no dia 21 de setembro no âmbito da XXI Feira Nacional do Porco, no Montijo, é um importante passo para esta fileira, ao definir o compromisso de criar uma associação interprofissional, estabelecido entre a produção (FPAS), a indústria de abate e transformação (APIC), e a indústria de alimentos compostos para animais (IACA), que configura um importante desenvolvimento no sentido da criação da OIP para o setor, e é resultado de uma necessidade de fazer face a problemas comuns e interligados, que esteve na base da criação em 2011 de uma plataforma de entendimento para os problemas do setor. Nas Jornadas Técnicas FPAS, realizadas na referida feira, que contaram com um painel dedicado a este tema, com o título “O Interprofissional da Fileira da carne de Porco”, foi possível concluir quanto à motivação dos presidentes das três entidades envolvidas, quanto à visão estratégica sobre o setor, a necessida-
de de esforço conjunto e o compromisso de dar continuidade aos trabalhos de criação e reconhecimento formal de uma Organização Interprofissional para esta fileira. As funções prioritárias para a interprofissional da carne de porco, como foi identificado pelos próprios intervenientes, são as necessidades de reequilíbrio de forças com a grande distribuição e a valorização da produção para fazer face aos custos acrescidos de produção, garantindo a melhor distribuição de valor entre todos os agentes desta fileira. Foi também possível ter uma perspetiva sobre a organização espanhola OIPORC, através de uma apresentação detalhada por parte do seu presidente, que expressou a importância e as funções que devem estar patentes na atividade de uma organização neste setor, sendo de destacar ainda uma referência à necessidade de confiança entre todas as partes como um pilar para o sucesso destas iniciativas.
É importante o alerta, tendo em conta a experiência já adquirida em Espanha, de que uma Interprofissão não pode ser apenas estrutura, tendo que desempenhar funções efetivas a favor da fileira como um todo, em que no final todos beneficiem. O futuro desta fileira pode estar a começar agora a ser traçado, compete aos seus agentes dar seguimento ao compromisso firmado, e trabalhar em conjunto para o objetivo de criar esta estrutura a nível nacional. O caminho não é fácil, e será necessário ultrapassar dificuldades, para as quais é essencial representatividade e diálogo construtivo, mantendo cada uma das entidades a sua identidade e posições legítimas para defesa dos seus representados, sem consensos universais ou unanimidades impostas, pois do diálogo e negociação entre os elos sairá o reforço da cadeia como um todo.
* GPP
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Interprofissional
O Interprofissional da Fileira da Carne de Porco
Posição da FPAS A abrangência dos fatores que incidem sobre a atividade pecuária, em matérias tão diversas como o custo dos fatores de produção, a sanidade e o bem-estar animal, a segurança alimentar, a regulação dos mercados e funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar, e os mecanismos de gestão de riscos e crises, entre outros, implica que a procura de soluções se baseie na coordenação de várias políticas públicas e na cooperação e concertação com os agentes privados, que exige um investimento forte em organização interna e integração quer horizontal, ao nível de Organizações de Produtores, quer vertical através de Organizações Interprofissionais. A fileira da carne de suíno assenta maioritariamente na produção pecuária intensiva, com um grau de industrialização elevado, mas em que não existe verdadeiramente uma integração vertical da fileira. Na atual conjuntura, caracterizada por um aumento dos custos de produção, que não é refletido no preço pago aos produtores, encurtando as margens a montante da fileira, a formação de preços é definida pelas fases a jusante, em que a distribuição tem um papel primordial.
Vitor Menino, presidente da FPAS
Nesse sentido, a integração da fileira é um aspeto essencial à sua regulação. É necessário reforçar o poder negocial da produção, que pode ser obtido a partir da concentração da oferta, mas também com atuação ao nível da transparência em toda a fileira, com informação clara e atualizada de custos e preços, assim como da melhoria de poder negocial, que garantam uma distribuição equilibrada de valor ao longo da fileira. Para esta última componente a organização vertical assume um papel preponderante,
nomeadamente através de estruturas interprofissionais que trabalhem a informação setorial, e que assegurem a devida articulação entre todos os elos da cadeia. O reforço da organização da produção e a regulação da fileira agroalimentar são preocupações do MAMAOT, tendo em vista a melhoria do autoaprovisionamento alimentar em valor, que permita reduzir o défice na balança comercial que atualmente se verifica, sendo reconhecido o importante papel que Organizações de Produtores e Organizações Interprofissionais devem desempenhar para se atingir este objetivo. Em linha com as preocupações nacionais, o futuro da PAC em termos de medidas de mercado, aponta para um reforço do papel destas organizações enquanto elementos essenciais à melhoria da repartição de valor na cadeia alimentar, quer pelo acompanhamento do mercado quer pela definição de mecanismos de autorregulação setorial, permitindo mesmo a extensão de regras e a cobrança de taxas, existindo ainda posições de Organizações Interprofissionais de outros Estados-Membros que pretendem ver estas entidades a atuar ao nível da gestão da oferta. O trabalho já desenvolvido pela administração para melhor regulação da cadeia alimentar, de que se deve destacar o exemplo da PARCA como espaço de diálogo entre todas as entidades da cadeia de valor que já produziu resultados ao nível da transparência (foi publicado a 12 de setembro o 2º relatório - Carne de Suíno, divulgado nos sites do GPP e DGAE, que permite concluir que os preços da carne de suíno não acompanharam o aumento de custos de produção que se verifica desde 2005, com perda de margens para os produtores) e da equidade, com linhas orientadoras para a necessidade de revisão legislativa quanto a concorrência e prazos de pagamento, deve ser acompanhado de um esforço dos próprios agentes setoriais no sentido da autorregulação, que complemente as iniciativas governamentais,
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com destaque para a definição de Códigos de Boas Práticas e a criação de Organizações Interprofissionais. A assinatura do protocolo que se verificou no dia 21 de setembro no âmbito da XXI Feira Nacional do Porco, no Montijo, é um importante passo para esta fileira, ao definir o compromisso de criar uma associação interprofissional, estabelecido entre a produção (FPAS), a indústria de abate e transformação (APIC), e a indústria de alimentos compostos para animais (IACA), que configura um importante desenvolvimento no sentido da criação da OIP para o setor, e é resultado de uma necessidade de fazer face a problemas comuns e interligados, que esteve na base da criação em 2011 de uma plataforma de entendimento para os problemas do setor. Nas Jornadas Técnicas FPAS, realizadas na referida feira, que contaram com um painel dedicado a este tema, com o título “O Interprofissional da Fileira da carne de
Porco”, foi possível concluir quanto à motivação dos presidentes das três entidades envolvidas, quanto à visão estratégica sobre o setor, a necessidade de esforço conjunto e o compromisso de dar continuidade aos trabalhos de criação e reconhecimento formal de uma Organização Interprofissional para esta fileira. As funções prioritárias para a interprofissional da carne de porco, como foi identificado pelos próprios intervenientes, são as necessidades de reequilíbrio de forças com a grande distribuição e a valorização da produção para fazer face aos custos acrescidos de produção, garantindo a melhor distribuição de valor entre todos os agentes desta fileira. Foi também possível ter uma perspetiva sobre a organização espanhola OIPORC, através de uma apresentação detalhada por parte do seu presidente, que expressou a importância e as funções que devem estar patentes na atividade de uma organização neste setor, sendo de destacar ainda uma
referência à necessidade de confiança entre todas as partes como um pilar para o sucesso destas iniciativas. É importante o alerta, tendo em conta a experiência já adquirida em Espanha, de que uma Interprofissão não pode ser apenas estrutura, tendo que desempenhar funções efetivas a favor da fileira como um todo, em que no final todos beneficiem. O futuro desta fileira pode estar a começar agora a ser traçado, compete aos seus agentes dar seguimento ao compromisso firmado, e trabalhar em conjunto para o objetivo de criar esta estrutura a nível nacional. O caminho não é fácil, e será necessário ultrapassar dificuldades, para as quais é essencial representatividade e diálogo construtivo, mantendo cada uma das entidades a sua identidade e posições legítimas para defesa dos seus representados, sem consensos universais ou unanimidades impostas, pois do diálogo e negociação entre os elos sairá o reforço da cadeia como um todo.
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O Interprofissional da Fileira da Carne de Porco
Posição da APIC A APIC considera que o memorando, assinado pelas três associações representativas da fileira da carne de porco, FPAS, IACA e APIC, é fundamental para a estratégia desta fileira. A Organização da fileira da carne de porco, de forma a potenciar todas as soluções que possam maximizar os benefícios para os seus intervenientes é, assim, fundamental. Com uma maior e melhor integração dos objetivos comuns às diferentes associações esperamos uma maior e mais rápida resolução dos problemas que afetam o setor dos quais salientamos as relações com a Moderna Distribuição, a Dr. Carlos Ruivo Presidenta da APIC
importância de dinamizarmos e aumentarmos a importância dos setor, nomeadamente através das exportações, entre muitos outros. Consideramos que o memorando assinado hoje demonstra e reforça às autoridades o nosso empenho com vista ao encontro de soluções para a garantia da sustentabilidade e do crescimento do setor, relevante para a economia do País. Esperamos, assim, vir a ter perante a Administração Central uma maior intervenção nas decisões com impacto para a fileira da carne de porco.
O Interprofissional da Fileira da Carne de Porco
Posição da IACA Nesta data foi finalmente concretizada a assinatura do Memorandum de Entendimento para constituição da Organização Interprofissional da Fileira da Carne de Porco. A IACA regista com muita satisfação a celebração deste Memorandum com a FPAS e a APIC que, depois de mais de 17 anos de avanços e recuos, demonstra estarem reunidas as condições de entendimento com os outros parceiros para dar uma nova dinâmica à fileira da carne de porco. A IACA como parceiro da Organização Interprofissional da Fileira da Carne de Porco está comprometida e conjugará com os demais parceiros esforços com o objectivo de, em conjunto, serem ultrapassados os estrangulamentos que actualmente esta fileira atravessa, procurando a criação de condições de sustentabilidade no presente e no futuro. A fileira da carne de porco é um sector muito importante na economia do nosso País com particulares responsabilidades ao
Eng.ª Cristina de Sousa Presidenta IACA
nível da criação de emprego, do desenvolvimento social e da riqueza nacional. Temos consciência que o problema de um dos elos da fileira é também o problema dos outros, pelo que a assinatura des-
te Memorandum de Entendimento, será o início de uma nova era para o sector. Em conjunto estaremos atentos aos factores que actualmente condicionam a nossa actividade e dos quais realçamos: a excessiva volatilidade do preço das matérias primas, o elevado deficit de cereais e proteínas em Portugal, a necessidade de stocks estratégicos e de maior transparência e regulação de mercados, a descapitalização das nossas empresas, assim como a necessidade de implementação de medidas que permitam um maior equilíbrio na cadeia alimentar (PARCA). A IACA tem a certeza que a partir de hoje iniciamos uma nova fase deste longo processo e assumimos o compromisso que até ao fim do ano será celebrada a escritura da constituição da Organização Interprofissional da Fileira da Carne de Porco.
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Bem-estar Animal
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As organizações interprofissionais como instrumentos de fortalecimento do sector Caso INTERPORC Introdução O grau de organização dum sector de produção alimentar face ao território geográfico de influência é uma das peças básicas para atingir um elevado nível de competitividade, questão essa que por sua vez é a chave para que essa competitividade atinja regiões envolventes e de maior âmbito territorial. A existência duma adequada estrutura organizativa da cadeia agro-alimentar permite alcançar um nível de actividade superior, tendo por base o somatório das acções desenvolvidas tanto por cada uma das empresas que a integram, como pelas organizações que a compõem. Actualmente a produção de alimentos exige um alto nível de colaboração entre todas as empresas que integram o sistema produtivo; esta exigência é mais elevada nos mercados mais desenvolvidos e com consumidores cada vez mais exigentes cujas preferências colocaram sobre a mesa a questão da segurança alimentar, cada vez mais sentida na europa e nos países desenvolvidos. A colaboração da indústria e do comércio com a agricultura torna-se imprescindível para conseguir um fornecimento adequado de matéria-prima em qualidade, quantidade e regularidade; o mesmo sucede nas diversas fases da cadeia. As novas exigências dos mercados finais quanto a segurança alimentar, traçabilidade dos alimentos, normalização, gestão de qualidade e controlo de pontos críticos reforçam essa necessidade de colaboração que actualmente afecta não só os produtos convencionais como os de qualidade diferenciada. Todas as empresas que fazem parte da cadeia de produção têm como objectivo comum a obtenção da maior eficácia possível, da melhoria da qualidade, da abertura de
Alberto Herranz
novos mercados, da inovação e do desenvolvimento tecnológico, da melhoria da informação e da defesa dos seus interesses corporativos. Para além disso, uma boa gestão dos mercados melhora os resultados a médio prazo de todos os intervenientes. O aprofundamento desta ideia leva a que se aplique o conceito de eficácia a toda a cadeia de produção e como tal a todo o conjunto de empresas que nela estão envolvidas. Com base neste ponto de vista, não será possível a existência de uma boa agricultura sem um mercado eficiente e uma indústria eficaz e vice-versa. Em termos gerais, a uma boa cadeia de produção de alimentos, há que juntar serviços de crescente importância, como por exemplo a logística e a informação. O sector alimentar é formado por um número relativamente alto de empresas, especialmente na fase primária, enquanto que a indústria, fundamentalmente a da transformação, está mais concentrada. Os níveis de concentração nas últimas fases da cadeia de produção são bem distintos nos diversos
sectores, mas sempre superiores aos das primeiras fases. A necessária colaboração ao longo da cadeia de produção articula-se em dois âmbitos distintos e complementares: o das relações de coordenação vertical entre empresas a título individual bem vincadas nas teorias de organização industrial e o das organizações e diversas instâncias interprofissionais que se situam no âmbito da gestão colectiva de interesses e a criação de bases de referência para as relações entre empresas. Com o início da Política Agrícola Comum, o desenvolvimento sócio económico e político dos países da Comunidade forçou a modificação da estrutura inicial, dando lugar ao actual panorama que é caracterizado por uma separação entre as tarefas atribuídas à administração pública e as de responsabilidade de gestão por parte dos sectores privados, entre as quais sobressai a cadeia de produção. Nestas últimas estão os “interprofissionais”, adaptando permanentemente os seus centros de interesse ao desenvolvimento da sociedade em que estão inseridos. Paralelamente, foram criados mecanismos para que os representantes das empresas da cadeia agro-alimentar participem nas decisões e na execução da política de preços. Existem várias hipóteses: • através das organizações interprofissionais privadas quando elas existem; • na ausência delas, através de comités consultivos nos organismos públicos encarregados desta política; • e por fim nos casos em que os interprofissionais mantiveram a forma de corporação de direito público, foram eles encarregues dessa gestão. De momento as organizações interprofissionais têm âmbito exclusivamente nacional, dado que em nenhum caso conseguiram dar o salto para adaptarem as suas estruturas às Suinicultura 19
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Alberto Herranz (Interporc), Vitor Menino (FPAS), David Gouveia (GPP), Cristina Sousa (IACA) e Carlos Ruivo (APIC)
O que é uma ORGANIZAÇÃO INTERPROFISSIONAL AGRARIA? A Organização Interprofissional Agro alimentar, que a partir de agora chamaremos OIA, é constituída por organizações representativas dos empresários da produção, da transformação e da comercialização de um sector ou produto incluído no sistema agro-alimentar. No caso particular de Espanha, à data de hoje, existem devidamente reconhecidas 27 Organizações Interprofissionais Agro alimentares.
tornar-se universais, e assim serem obrigatoriamente respeitados e aplicados por todos os produtores e operadores do sector ou produto. As estruturas interprofissionais são constituídas no sentido de dar cumprimento a algumas ou a todas as seguintes finalidades pré estabelecidas: • Melhorar a transparência e a eficiência dos mercados. • Melhorar a qualidade dos produtos e processos. • Realizar ou promover a investigação e o desenvolvimento. • Promover os produtos. • Melhorar a informação aos consumidores. • Desenvolver acções tendentes à melhoria do meio ambiente. • Actuar no sentido de uma melhor adaptação entre a oferta e a procura.
Como funcionam? As OIA’s exercem a sua actividade criando acordos obrigatórios para os seus membros e dispõem para além disso de um mecanismo denominado “extensão de regras”, mediante o qual esses acordos podem
As matérias que podem conduzir a um acordo de extensão de regras são: • A qualidade dos produtos. • A protecção do meio ambiente. • A informação e o conhecimento dos mercados.
novas áreas económicas de integração. Essas estruturas não conseguiram até à data coordenar devidamente as suas acções a nível da União Europeia, mantendo-se nos limites geográficos de cada um dos Estados membros.
• As acções de promoção. • A investigação, desenvolvimento e inovação tecnológica. Quem as compõe Elas são constituídas por organizações representativas do produto ou sector em questão e em cada um dos níveis da cadeia de valor desse mesmo produto. • Representantes da produção: sindicatos agrários, associações de produtores e criadores, cooperativas agro-alimentares, etc • Representantes da transformação e da comercialização: Associações da indústria, matadouros, salas de desmancha, armazéns frigoríficos, cooperativas, retalhistas, … Como se financiam As vias de financiamento das OIA são várias, mas poderemos destacar as seguintes: • Recolha de quotas dos associados. • Captação de verbas decorrentes da extensão das regras. • Verbas provenientes de prestação de serviços a terceiros. • Acesso a apoios ou financiamentos públicos.
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• Acordos de colaboração com empresas públicas ou privadas. Para que servem Para desenvolver acções conjuntas com objectivos finais comuns e de interesse geral para todos os intervenientes na cadeia de valor do produto. Entre essas acções destacamos: • Melhoria da transparência e eficiência dos mercados. • Melhoria da qualidade dos produtos e processos. • Realização ou promoção de investigação e desenvolvimento. • Promoção dos produtos. • Melhoria da informação aos consumidores. • Desenvolvimento de acções para a melhoria do meio ambiente. • Actuações que permitam uma melhor adaptação entre a oferta e a procura. Que funções desenvolve o INTERPORC? A existência duma estrutura organizativa adequada da cadeia agro-alimentar permite alcançar no desenvolvimento das suas actividades, uma eficácia superior à obtida pelo somatório de cada uma das empresas que a integram mesmo quando falamos de cada uma das fases intermédias. Actualmente a produção de alimentos exige um alto nível de colaboração entre todas as empresas que compõem, fase por fase,
a cadeia de valor. A organização interprofissional agro-alimentar é constituída pelas organizações representativas dos empresários da produção, da transformação e da comercialização de um sector ou produto incluído nesse sistema agro-alimentar. Os diversos interprofissionais são constituídos com o intuito de cumprirem algumas ou todas as finalidades estabelecidas no artigo 3º da Lei 38/1994, tal como já foi afirmado anteriormente: melhorar a transparência e a eficiência dos mercados, melhorar a qualidade dos produtos e dos processos, realizar e promover investigação e desenvolvimento, promover os próprios produtos melhorando a informação aos consumidores, desenvolver acções tendentes à melhoria do meio ambiente, etc. 1. Quais serão então as principais acções que deverão ser desenvolvidas pelo Interporc em matéria de comunicação e publicidade nos próximos anos? Neste momento estamos em processo de aprovação da proposta de Extensão da Norma aplicável ao nosso sector. Logo que tal aconteça e que seja efectuada a sua publicação no Boletim Oficial do Estado estaremos aptos a “realizar actividades promocionais que redundem em benefício do sector ou produto correspondente”, o que neste caso particular será o sector porcino e os correspondentes produtos com origem neste animal. Será o Comité Permanente e posteriormente a Junta Directiva que
decidirão quais as acções que se irão realizar nos próximos anos, já que o Interprofissional do porco de pelagem Branca será a partir desse momento um foro de decisão. 2. Qual será a sua relação com o comércio retalhista – talho/charcutaria? INTERPORC desde sempre teve como vontade criar condições e mecanismos de colaboração com todos e com cada um dos diversos patamares da fileira e em particular com o comércio retalhista que, bem o sabemos, é capaz de chegar ao consumidor informando-o e demonstrando-lhe as virtualidades da carne de porco. Como prova do que estou afirmando está a incorporação bem recente (18 de Abril de 2012) da CEDECARNE, como organização representativa da carne no INTERPORC. Por certo não restarão dúvidas quanto ao peso específico detido pelo comércio retalhista na distribuição, sendo um dos veículos de comunicação que queremos privilegiar até ao cliente final. 3. Quais serão os nossos objectivos a curto e médio prazo? A curto prazo o nosso objectivo é conseguir a “Extensão da Norma”, considerada como uma ferramenta eficaz que nos permitirá obter fundos para desenvolver um plano estratégico com objectivos claros e bem definidos que serão debatidos e decididos nos competentes órgãos de decisão do interprofissional.
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A médio prazo, que poderemos definir como um período de 3 anos, desenvolver este plano estratégico, tentando conseguir atingir os objectivos marcados em matéria de publicidade e promoção, tanto a nível nacional como internacional, bem como realizar estudos de investigação em temas que consideraremos de relevância. 4. Um desafio de futuro que nos preocupa especialmente. São muitas as questões que, quanto ao futuro, nos preocupam, mas fundamentalmente que todos os que fazem parte do interprofissional se sintam satisfeitos com os resultados obtidos na sua aplicação. Isto quererá dizer que os recursos obtidos sejam investidos de forma correcta e como tal, sejam dados com bem empregue o esforço económico realizado. Estaremos em muitas frentes mas iremos sem dúvida tentar melhorar a imagem da carne de porco, comunicando de forma positiva as suas virtudes, os seus sabores e as vantagens da sua utilização em qualquer idade. Os Mandamentos do INTERPROFISSIONAL: 1. As estruturas interprofissionais são absolutamente necessárias e sê-lo-ão cada mais, num mercado globalizado, mais desrregularizado e menos protegido. Neste sentido os diversos Interprofissionais deveriam ser potenciadas pelas Administrações públicas. 2. A constituição de uma Organização Interprofissional Agro alimentar (OIA) deveria ser criada unicamente quando os operadores das diversas fases da cadeia de valor, através das suas organizações, elegessem um ou vários objectivos comuns de trabalho e estivessem realmente dispostos a desenvolve-los e a financia-los. 3. As OIA’s são pontos de encontro de todo o sector, facilitam o trabalho constituindo lobby e permitem manter um diálogo que pode ser importante para afrontar os desafios actuais que muito preocupam o sistema produtivo. 4. As OIA’s tem no entanto algumas limitações no que diz respeito aos temas que
podem desenvolver, em particular no que se relaciona com: • A aplicação do seu trabalho e dos seus acordos em algumas Autonomias. • Desconhecimento generalizado da sua natureza e funções o que origina dificuldades de colaboração com outros departamentos e Administrações no sector produtivo. • Conflitos entre associações que o compõem, o que dificulta o desenvolvimento normal da actividade. 5. Considera-se particularmente importante a profissionalização da gestão da OIA para transmitir estabilidade e facilitar o seu desenvolvimento. 6. Dever-se-á estudar a possibilidade de regular a criação e o desenvolvimento de federações de OIA’s ou outras entidades de segundo grau. 7. A proposta para o financiamento das suas estruturas é unânime: co-financiamento, podendo no entanto ser obtido por diversas vias: • Privado, mediante quotas dos associados e/ ou dos operadores e/ou serviços, etc. • Pública, propondo-se, neste caso: o A revisão do tipo de ajudas. o Estabelecimento de instrumentos jurídicos adequados mediante a figura de “entidades colaboradoras da Administração”. 8. Também a proposta para o financiamento das actividades é, novamente, unânime: co-financiamento • Privado, mediante extensão da norma e/ou quotas dos associados e/ou dos operadores. • Pública, propondo-se neste caso: o A revisão do tipo de ajudas. o A criação de instrumentos jurídicos adequados mediante a figura de “entidades colaboradoras da Administração”. • Público-privada: Mediante instrumentos jurídicos adequados a cada caso tendo em conta o desenvolvimento de projectos concretos. 9. A composição de cada OIA deve aproximar-se o mais possível da estrutura real de cada sub-sector. Deve estabelecer-se, para além disso, logo após a definição da sua fi-
nalidade, quais os eus objectivos e quais as suas funções. 10. A fixação de critérios de representatividade exige o acordo prévio de todas as partes implicadas na fileira agro-alimentar. A Lei só deve garantir que fazem parte de cada OIA todas as organizações que atinjam determinado nível de representatividade, independentemente que sejam organizações sectoriais ou de carácter geral. As OIA’s baseiam as suas actuações nas funções previstas nos seus estatutos e no respeito pela Lei. 11. A extensão da norma é uma ferramenta que pode ser muito eficaz para a consecução dos fins das OIA’s, e que permite garantir a participação de todos os operadores num objectivo comum. Não obstante estas virtudes, tem sido muito pouco utilizada em Espanha 12. Conclui-se assim a necessidade de clarificar o âmbito da aplicação da extensão de normas. Não existe unanimidade no que diz respeito a se a extensão das normas deve afectar todos os diversos patamares da fileira, ainda que eles estejam representados nas OIA’s, ou só devem obrigar os sectores que estejam representados nas mesmas 13. Finalmente, parece conveniente uma reflexão geral sobre o conjunto normativo das OIA’s para ultrapassar vícios jurídicos, especialmente em matéria de captação de recursos e, em geral, em tudo o que se relaciona com a extensão de normas para que o trabalho resulte realmente eficaz.
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Jornadas Técnicas
Constrangimentos e oportunidades
Sector analisa objectivos Carlos Fragoso de Almeida*
De 21 a 23 de Setembro deste ano decorreu no Montijo a XXI Feira Nacional do Porco, a XIX de Salsicharia e, pela primeira vez, a das Atividades Agrícolas. A vitalidade do sector foi mais uma vez cabalmente demonstrada, tendo cabido à Associação Livre de Suinicultores (ALIS) a organização deste evento. Das diversas atividades do Programa, fizeram parte também as jornadas técnicas. Estas foram organizadas em parceria com a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS). Os temas versados foram de atualidade indiscutível, tornando assim possível o debate de ideias e opiniões sobre o interprofissional da fileira da carne de porco, empresas sustentáveis, potencialidades para o desenvolvimento regional e ainda sobre constrangimentos e oportunidades para o sector suinícola. Sobre este último painel foram apresentados trabalhos discorrendo acerca do Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujeszky (PCEDA), do Bem-Estar Animal nas explorações Suínas, do Regime de Exercício de Atividade Pecuária (REAP), da intervenção da plataforma de acompanhamento das relações na cadeia Agroalimentar e do programa de desenvolvimento rural para o período 2014 – 2020. Tendo-nos cabido a moderação da sessão sobre constrangimentos e oportunidades para o sector suinícola em representação da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) fizemo-lo com redobrado gosto.
Desde logo, porque mais uma vez podemos constatar o manancial de oportunidades que se abrem à Administração Pública que se exige virada para o exterior e também porque, repita-se, podemos assim participar ativamente em mais uma demonstração de vontade do setor suinícola em contribuir para o desenvolvimento do país. Da síntese das intervenções retivemos que o novo PCEDA exige empenho organizativo acrescido, nomeadamente aos Serviços Veterinários portugueses e empenho de todos e cada um dos suinicultores. Os atores estão obrigados a perceber a importância estratégica de erradicação da doença, para tal minimizando constrangimentos. Destes importa mencionar impactos negativos provocados pela existência da doença. Parece ser relevante reconhecer como aspeto essencial neste processo a especificidade dos estatutos dos diversos atores, que se devem expressar através de comportamentos adequados a cada interveniente considerado individualmente. É o somatório de cada contributo dado a todo o tempo, que pode induzir a erradicação da doença. Foi explicitado o valor estratégico da informação em todo o processo. Parece-nos que o êxito ou será de todos ou de ninguém. Foi de seguida abordada a problemática do Bem-Estar Animal nas instalações suinícolas sendo realçado a obrigatoriedade de em tempo (01-01-2013) dar comprimento à legislação comunitária e nacional. Após uma revisitação dos regulamentos existentes, foram inventariados diversos constrangimentos dos quais se apontaram os financeiros e a in-
terligação com o REAP. Como oportunidade essencial a de saber aproveitar as mais valias do atual modelo. Julgamos no entanto importante, que se inicie desde já o diagnóstico dos impactos decorrentes da aplicação da atual legislação para quando chamados à emissão de pareceres os mesmos possam assim ser tecnicamente fundamentados. A exposição sobre o REAP iniciou-se com uma introdução descritiva do regime e inventariação dos constrangimentos diagnosticados pelo grupo de trabalho criado recentemente (SIMREAP) para propor simplificação do processo de licenciamento da atividade pecuária. Após apresentação dos objetivos da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar foram de forma sintética debatidas três principais preocupações transversais a toda a fileira Agroalimentar. Foram também divulgadas algumas tarefas que a plataforma tem no imediato em mãos. O Programa de Desenvolvimento Rural para o período 2014 – 2020 mereceu informação circunstanciada das suas grandes linhas, tendo sido anunciadas e destacadas diversas opções. Foi enfatizado o facto de ser da maior importância o fornecimento de contributos que possam enriquecer o muito trabalho já realizado. Seguiu-se o período de perguntas e respostas, sendo que no cômputo final dos trabalhos é de justiça realçar a verificação “in loco” de que, mais uma vez, o coletivo dos produtores de suínos cumpriu a sua missão, através da FPAS. * Moderador deste painel
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Jornadas TĂŠcnicas
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Jornadas Técnicas
Constrangimentos e oportunidades
Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujeszky (PCEDA) A. Pina da Fonseca*
Constrangimentos A doença de Aujeszky constitui um dos grandes problemas sanitários que afetam o setor suinícola a nível nacional. Em 2011 em Portugal foram confirmados 223 efetivos positivos à doença de Aujeszky, com importantes repercussões a nível do comércio intracomunitário e com países terceiros. Não tendo sido, ao abrigo do constante no plano anterior, controlados serologicamente todos os efetivos, da simples leitura do número de efetivos positivos não se pode extrapolar indicadores epidemiológicos universais, como a prevalência ou a incidência. No quadro seguinte vemos a distribuição mundial da doença de Aujeszky entre 2005 e 209.
Existem na atualidade um número de Estados Membros livres da doença de Aujeszky e outros, como a Espanha, com resultados bastante favoráveis no controlo e erradicação da mesma, situação que Portugal tem que atingir o mais rápido possível, para garantir a continuidade do comércio de suínos vivos para Espanha, tendo em conta as relações comerciais existentes entre os dois países. Face ao exposto é determinante para ultrapassar esta situação que Portugal tenha implementado no mais curto espaço de tempo, um plano que vise a erradicação da doença de Aujeszky.
O facto da doença de Aujeszky não se encontrar erradicada em Portugal é, do ponto de vista económico, um constrangimento importante para o sector.
sua vez se agregarão em regiões indemnes é uma forma de poder compartimentar a doença e solidificar a abordagem estratégica para a sua erradicação.
Oportunidades A erradicação da doença de Aujeszky tem que acontecer para tornar mais competitivas as explorações suinícolas portuguesas. A erradicação será atingida, numa primeira fase, através da avaliação epidemiológica da doença de Aujeszky em cada freguesia, efetuada nos primeiros 6 meses de implementação do plano. A avaliação epidemiológica terá por base o rastreio de avaliação, que será determinante para que os efetivos de estatuto sanitário desconhecido (A1) adquirirem o estatuto sanitário em saneamento (A3). O controlo do plano baseia-se no rastreio serológico regular dos efetivos positivos (A2), na utilização da vacinação enquanto ferramenta de erradicação, no reforço dos rastreios serológicos dos suínos de substituição nascidos e criados na própria exploração desde que pertencentes a efetivos classificados como desconhecidos (A1), positivos (A2) ou em saneamento (A3) e no reforço do controlo da movimentação animal. A erradicação, enquanto primeira prioridade deste plano, será atingida através da aquisição e manutenção do estatuto sanitário indemne (A4) dos efetivos e zonas.
A erradicação da doença de Aujeszky em Portugal irá contribuir para uma maior competitividade do sector suinícola através da garantia da continuidade do envio de suínos vivos para o nosso maior parceiro comercial nesta área, Espanha.
A constituição de zonas indemnes com dimensão mínima de uma freguesia, que por
Reflexões Intervenientes no PCEDA
As atuações e interações de todos os intervenientes no plano de controlo e erradicação da doença de Aujeszky são primordiais para que se atinga o objetivo da erradicação desta doença. Neste modelo, em rede, os vários atores interagem entre si. Por um lado temos a administração, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e
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Jornadas Técnicas
o Instituto de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e por outro temos os laboratórios de diagnóstico, a produção e o médico veterinário. Quanto à DGAV, quer através dos seus serviços centrais ou regionais assume funções de gestão, coordenação, execução do PCEDA, dado que tem que dirigir, coordenar, executar e controlar as ações decorrentes deste plano bem como pôr em prática as necessárias ações de formação. Destacam-se as seguintes competências: 1 – A criação, desenvolvimento de um sistema informativo específico para a gestão técnica e administrativa do PCEDA (registos de controlos sanitários e vacinações, classificações sanitárias). Este sistema irá ser implementado em todo o país e permitirá nomeadamente viabilizar e suportar todas as decisões sanitárias e também conferir uma maior eficácia e eficiência nas atividades de rotina administrativa e de epidemiovigilância deste plano. 2 – Nomeação dos coordenadores nacional e regional para que seja do conhecimento de todos os interessados (produção e médicos veterinários) a equipa da DGAV responsável por levar a cabo as ações decorrentes do PCEDA. 3 – Autorizar os laboratórios de diagnóstico depois de reconhecidos pelo INIAV. O papel do INIAV reveste-se também da maior importância enquanto Laboratório Nacional de Referência dado que coordena, supervisiona e assegura a necessária formação dos laboratórios de diagnóstico. É da sua competência reconhecer os laboratórios para que a DGAV os autorize a participar no plano. Cabe aos laboratórios de diagnóstico autorizados pela DGAV realizar as provas de diagnóstico serológico da doença. Devem também ter o método acreditado e cumprir escrupulosamente com o circuito definido pela DGAV. O médico veterinário, enquanto responsável sanitário ou médico veterinário contratado é uma peça fundamental deste plano pois é corresponsável com
o suinicultor pela execução das ações de imunoprofilaxia e da avaliação epidemiológica decorrentes do PCEDA. Deve também efetuar as comunicações das referidas ações efetuadas dentro dos prazos estipulados, os cinco (5) dias úteis, permitindo que a DGAV tenha em tempo útil a informação necessária para a gestão sanitária do PCEDA. Acresce que é também o médico veterinário que aconselha o suinicultor tecnicamente sobre as medidas de biossegurança e higiosanitárias adequadas.
Por último, e do mesmo modo relevante, a produção que colabora na execução e controlo de todas as medidas veterinárias e cumpre com as medidas de biossegurança, aplicáveis ao plano. Em conclusão, para atingir a erradicação é importante o empenho de toda a fileira, assumindo o produtor um papel determinante na mesma, assim como o envolvimento de todos os atores e da administração. * DGAV
Reduzir o nível de proteína bruta na dieta de porcos crescimento para melhorar o custo do alimento
Redução do preço do alimento
17,0 % 15,0 % Proteína bruta
Proteína bruta
Resultados da optimização do alimento para porcos crescimento considerando cada aminoácido essencial
☛ Os nutricionistas da Ajinomoto Eurolysine S.A.S. reviram e actualizaram recentemente as necessidades de aminoácidos essenciais para porcos crescimento (>25kg). As necessidades actualizadas, apresentadas na tabela seguinte, fornecem um caminho para a redução da proteina bruta da dieta sem consequências negativas na performance esperada dos suínos. ☛ A suplementação com aminoácidos como o L-Triptofano permite uma redução da proteína bruta da dieta e, consequentemente, do custo do alimento, permitindo assim uma performance optimizada ao menor custo. ☛ Adicionalmente, benefícios no ambiente são obtidos por menor excreção de azoto. PERFIL IDEAL DE AMINOÁCIDOS PARA PORCOS CRESCIMENTO E ACABAMENTO Relação SID relativamente à Lisina (%)
Crescimento 25 aos 65kg
Acabamento 65 aos 110kg
Lisina
100
100
Treonina
67
68
Metionina + Cistina
60
60
Triptofano
20
19
Valina
65
65
Isoleucina
53
53
Leucina
100
100
Acesso livre a toda a informação em: www.ajinomoto-eurolysine.com
Contact: INDUKERN PORTUGAL, LDA Centro Empresarial Sintra Estoril II – Rua Pé de Mouro – Edif. C Apartado 53 – Estr. de Albarraque, 2710-335 SINTRA Telef.: 219248140 – Fax: 219248141 – teresa.costa@indukern.pt
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Constrangimentos e oportunidades
Adaptação de explorações às regras de bem-estar animal Conceição Blasques
Como já é do conhecimento geral, em 2001 a Comissão Europeia fez publicar as Diretivas 2001/88/CE, de 23 de Outubro de 2001, e 2001/93/CE de 9, de Novembro de 2001, que vieram alterar a Diretiva 91/630/CE, relativa às normas mínimas de proteção dos suínos nos locais de criação. Estas Diretivas foram transpostas para a ordem jurídica nacional através do Decreto-Lei n.º 135/2003, de 28 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei 48/2006, de 1 de Março. A versão codificada de ambas as Diretivas está coligida na Diretiva 120/2008 do Conselho, de 18 de Dezembro. Tanto as diretivas como os Decretos-lei nacionais estabeleceram os requisitos mínimos que devem ser cumpridos nas explorações suinícolas, bem como um calendário de aplicação dos mesmos. Estes requisitos são de aplicação obrigatória para todas as novas explorações construídas a partir de 1 de Junho 2003, para as que tenham sido alvo de restruturação ou utilizadas pela 1ª vez após aquela data. A partir de 1 de Janeiro de 2013 aplicam-se a todas as explorações. Um dos principais objetivos desta legislação passou a ser a obrigatoriedade da ma-
nutenção em grupos, a partir da quarta semana depois da cobrição e até uma semana antes do parto, tanto de porcas gestantes como de marrãs após cobrição. Para além daquela prioridade, foram ainda estabelecidas outras importantes diretrizes relacionadas com as estruturas, a liberdade de movimentos, o maneio e o comportamento dos suínos, tais como a proibição do uso de amarras nas porcas, a especificação das dimensões dos parques dos varrascos quando estes são utilizados para reprodução natural (liberdade de movimentos) ou a utilização de pavimentos em grelhas de betão com dimensões específicas, o fornecimento permanente de materiais de entretenimento aos suínos, a alimentação específica das porcas e marrãs prenhes e secas, e a idade para desmame dos leitões. Inicialmente, e de uma forma abrangente, tanto os produtores per si como as organizações
que os representam, defenderam posições contrárias à aplicação desta legislação que, para um número considerável de representantes do setor era bastante controversa e perspetivava um percurso difícil, senão catastrófico, para muitos produtores a nível nacional. Hoje em dia, com menos emotividade que em tempos idos, até porque existe uma experiência acumulada no que respeita à introdução das novas regras de bem-estar animal nas explorações suinícolas, já ninguém tem dúvidas de que as datas impostas são para serem cumpridas e que, a partir de 1 de Janeiro de 2013 todas as explorações têm que estar integralmente adaptadas àquelas normas, não se perspetivando qualquer alteração desta data, tanto por parte do Parlamento Europeu como da Comissão. Constrangimentos e Oportunidades Decorridos que foram 10 anos de aplicação desta legislação, é possível identificar não só alguns dos constrangimentos com que os produtores se foram deparando ao longo deste período mas também as oportunidades que as alterações concetuais, de estruturas e de maneio vieram introduzir num setor produtivo cada vez mais competitivo e balizado pelos critérios de qualidade dos consumidores, europeus e não só - As exigências com a qualidade e a origem dos produtos cárneos consumidos, nomeadamente no que respeita à segurança alimentar e à criação dos animais seguindo as regras de bem-estar animal instituídas, são, como é sabido, cada vez maiores! Poderemos identificar alguns, a saber os mais emblemáticos: 1.Constrangimentos • Crise económica vivida pelo setor desde 2004/2005 e que se veio a agravar acentuada-
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mente a partir de 2008; A subida vertiginosa dos custos de produção, em particular dos alimentos para animais, agravou uma situação que já era preocupante para muitos produtores; • Neste contexto, os constrangimentos financeiros vividos assim como a crescente dificuldade de acesso ao crédito bancário; • As dificuldades impostas ao licenciamento de explorações no âmbito do REAP; • Também naquele âmbito, as dificuldades e constrangimentos processuais ligados ao licenciamento ambiental; • Na generalidade, uma certa desinformação relativamente aos conceitos de bem-estar animal e sua implementação ao nível das explorações (estruturas) e do maneio dos animais; • Produtores, tratadores e técnicos responsáveis pelas explorações (incluindo os médicos veterinários responsáveis sanitários), com diminuta formação específica no âmbito do bem-estar animal; • Uma globalização económica que não respeita as especificidades das regiões, dos respetivos povos e suas culturas; • Um mercado global em que não são impostas as mesmas regras de produção a todos os intervenientes, originando custos de produção diferentes; • Etc… 2. Oportunidades • A inequívoca possibilidade de adquirir um novo conceito de produção, o qual passa por uma nova tipologia alimentar e por uma maior eficiência produtiva;
• O abandono de um Mercado de produtos “acomodados”, através da produção e comercialização de novos produtos, diferenciados em função da segmentação do mercado; • Ir ao encontro de uma cada vez maior exigência, por parte do consumidor europeu e nacional no que respeita ao consumo de produtos provenientes de animais criados em absoluto cumprimento das regras de maneio, higiene e saúde, e bem-estar animal, instituídas com o objetivo de se alcançar maior respeito pelos animais como seres sentientes que são, uma maior sustentabilidade produtiva e elevados valores éticos; • Neste âmbito, chegar a mercados altamente exigentes, no caso de produções de alto nível de implementação das regras de bem-estar animal, ou ter a possibilidade de fazer parte de um mercado mais global em que o cumprimento das regras de bem-estar é iguale inequivocamente exigido;
• Produzir com eficiência competitiva um produto final de qualidade superior, garantindo a segurança e a qualidade da carne através de padrões que excedam os requisitos legais e até as próprias exigências dos novos modelos de consumo; • Poder, assim, chegar a mercados exteriores, exigentes mas que poderão ser uma enorme oportunidade de sobrevivência de quem perceber e tiver capacidade de se envolver nesta possibilidade de mudança. A integração dos conceitos de Bem-estar Animal num conceito mais alargado de “qualidade alimentar” passa pela comunicação e por um diálogo transparente, aberto e colaborativo entre todos os intervenientes do setor incluindo as autoridades competentes. Formação, informação e campanhas de esclarecimento público são essenciais e parte importante daquela estratégia. * DGAV
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Constrangimentos e oportunidades
Plataforma de acompanhamento das relações na cadeia alimentar similares em outros países. Para além da urgência de se trazer para o patamar da discussão institucional um tema que há muito preocupa os fornecedores da grande distribuição, este fórum nasce num contexto em que se abriram algumas janelas de oportunidade. As várias instituições, quer comunitárias quer nacionais, têm vindo a identificar a existência de vários problemas associados à cadeia de abastecimento alimentar e estabeleceram já necessidade de encontrar soluções efetivas. A nível nacional, existe a necessidade de dar sequência às recomendações Pedro Queiroz* do já referido relatório da AdC. Salienta-se a referência ao facto de os Grandes A PARCA - Plataforma de AcomGrupos Retalhistas (GGR) se assumirem panhamento das Relações na Cadeia hoje “como verdadeiros “porteiros” no Agroalimentar, foi criada por despacho acesso dos produtos da indústria transconjunto da Ministra da Agricultura, do formadora – alimentar e especializada Mar, do Ambiente e do Ordenamento do – ao consumidor final” e a constatação Território e do Ministro da Economia e de que “o crescente poder de mercado Emprego, tendo por missão promover do destes Grupos na venda a retalho e a análise das relações entre os setores enquanto clientes da indústria de aprode produção, transformação e distribuivisionamento tem contribuído para uma ção de produtos agrícolas, com vista ao perda progressiva do poder de venda da fomento da equidade e do equilíbrio na cadeia alimentar. Como ponto de partida para os seus trabalhos assumiu as recomendações que constam do Relatório Final da Autoridade da Concorrência sobre Relações Comerciais entre a Distribuição Alimentar e os seus Fornecedores, divulgado em Outubro de 2010, as recomendações da Comissão Europeia para o funcionamento da cadeia alimentar e para o Grupo de Alto Nível do Leite, a Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões sobre os preços dos géneros alimentícios na Europa, e ainda exemplos de trabalhos
indústria face ao poder de compra destes Grupos…”
Por outro lado, a nível comunitário, destacam-se as Recomendações finais do Grupo de Alto Nível (HLG.006), a Comunicação sobre “um melhor funcionamento da cadeia de abastecimento alimentar na europa” (COM(2009) 591), o relatório de monitorização do mercado de retalho (COM(2010) 355), o “Single Market Act” (COM(2011) 206/4), o relatório Bové (2009/2237(INI) e o relatório Corazza-Bildt (2010/2109(INI). De forma sintética, pode destacar-se as três principais preocupações que são hoje transversais a toda a fileira agroalimentar: 1. Fortes desequilíbrios nas relações entre Fornecedores e GGR, que podem afetar a viabilidade das empresas fornecedoras e a realização de investimentos para a inovação; 2. Exigências contratuais impostas pelos GGR consideradas como injustas e suscetíveis de limitar o crescimento e mesmo a viabilidade de algumas empresas e fileiras até agora competitivas; 3. Questões associadas à concorrência entre marcas de fabricante e marcas
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de distribuidor que estão a determinar: vantagens adicionais e desproporcionadas para a grande distribuição, ao nível da fidelização de clientes e da fixação de preços sem que se tenha em conta a reação dos concorrentes; obstáculos de acesso ao mercado com eliminação de produtos das prateleiras (2ª e 3ª marcas); distorções da
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concorrência de jusante para montante que podem constituir ameaça à eficácia económica. Tornar-se assim fundamental aproveitar a dinâmica criada e pugnar para que as práticas comerciais dos GGR identificadas como problemáticas sejam tratadas em sede legislativa própria, que não em sede de legislação
de defesa e promoção da concorrência, sendo essencial colmatar a insuficiência das regras que regulam as práticas comerciais restritivas e as relações contratuais entre os GGR e os seus fornecedores. O atual quadro legal que regula as práticas individuais (DL 370/93, tal como revisto pelo DL 140/98), apesar de incluir já um conjunto de princípios da maior relevância, é insuficiente. Refira-se ainda que tem sido opinião generalizada que a autorregulação não se tem configurado como possível solução para o problema. A experiência tem vindo a demonstrá-lo ao longo de mais de uma década. O reforço contínuo da forte posição negocial dos GGR só tornará ainda mais improvável que, sem imposições regulamentares, os GGR passem a assumir, em sede de autorregulação, posições que tenham como consequência práticas comerciais que lhes sejam menos favoráveis que as atuais. * FIPA
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Constrangimentos e oportunidades
Programa de desenvolvimento rural - 2014/2020 Rita Moura * Susana Barradas *
Em outubro de 2011, a Comissão Europeia apresentou as propostas legislativas relativas à reforma da PAC,nomeadamente o Regulamento de Desenvolvimento Rural (FEADER). Em janeiro de 2012 o MAMAOT efetuou uma apresentação pública sobre a abordagem estratégica para o período pós 2013, onde foi lançado um questionário a entidades ligadas ao sector sobre o futuro período de programação.
A 30 de maio de foi apresentado, pelo MAMAOT, um documento de orientação que define a orientação base do programa de desenvolvimento rural para o período 2014 – 2020 (PDR2020) o qual apresenta elementos das medidas a incluir no PDR2020, assim como as principais linhas das modalidades de gestão do programa. O Regulamento de Desenvolvimento Rural esta ainda em discussão ao nível do Conselho Europeu. O setor agro-florestalcontribui de uma forma positiva para o equilíbrio ecológico, através da preservação do meio ambiente, e
para a sustentabilidade económica de algumas regiões portuguesas, em particular do interior do país, através da criação de riqueza e emprego no território,sendo um recurso endógeno e produtor de bens transacionáveis, com um papel importante na economia nacional. De facto, as atividades do setor têm um papel importante no comércio internacional representando, perto de 20% e 18%, respetivamente, dos valores das exportações e das importações de bens da economia nacional, exportações que têm crescido a um ritmo superior ao das importações e mesmo das exportações da economia, o que se tradu-
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e
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ziu em melhorias do saldo da balança comercial agro-florestal. Contudo, embora a capacidade exportadora do setor agroalimentar, uma das componentes do setor agro-florestal, tenha apresentado um grande dinamismo, o setor continuou a exibir níveis de autoaprovisionamento que revelam dependência do exterior. De facto, a nossa dependência externa relativamente a certos bens alimentares, nomeadamente cereais para alimentação animal, cujo grau de autoaprovisionamento se situa em torno dos 20%, sujeita-nos aos preços dessas matérias-primas no mercado externo. O recente aumento do preço destes bens refletiu-se sobre a nossa agricultura através do aumento dos custos de produção que, fruto da fragilidade da produção agrícola na cadeia de abastecimento alimentar (designadamente pela fraca concentração da oferta na produção), não foram repercutidos nos preços de venda, afetando gravemente o rendimento da atividade. Esta dificuldade encontra-se espelhada na atividade de produção de suínos para carne que depende do nível de preços das importações de alimentos para animais, não conseguindo repercutir essas variações no preço de venda, traduzindo-sena diminuição das margens ligadas à produção. Por outro lado, oaumento da produção agrícola não foi suficiente para compensar o grande aumento do consumo de bens alimentares, obrigando à importação destes bens com efeito sobre o saldo da balança comercial agroalimentar, para o qual contribuiu também a modificação doshábitos de consumo,designadamente através da introdução de frutos exóticos e de produtos fora de época na dieta. Destaca-se, de igual forma, a produtividade do setor agro florestalque, embora tenha vindo a revelar uma dinâmica positivacontinua a apresentar níveis inferiores aos damédia da economia. Na sequência das constatações evidenciadas, a visão estratégica para a agricultura e o desenvolvimento rural pretende orientar
para a autossuficiência, em valor, do setor agroalimentar em 2020 promovendo a sustentabilidade de todo o território nacional. A visão da estratégia nacional para a agricultura e o desenvolvimento rural nacional, nomeadamente na formulação do Programa de Desenvolvimento Rural, terá então como princípio determinante a concentração dos apoios no setor e na produção de bens transacionáveis e dirigidas a agentes diretamente envolvidos na criação de valor
a partir de atividades agrícolas e florestais. Desta forma, valoriza-se o sector como produtor de bens transacionáveis, contribuindo para a melhoria, em particular, do grau de autoaprovisionamento alimentar e para a correção do desequilíbrio da balança comercial nacional promovendo-se em simultâneo a sustentabilidade do território. A programação do Desenvolvimento Rural deverá assentar em três programas, Continente, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira, integrando a Rede Rural Nacional. Procurando a simplificação da programação e da implementação dos apoios do FEADER, com preferência pelo tratamento homogéneo das regiões do Continente, tendo devidamente em conta as especificidades regionais via descentralização. Destacam-se as principais opções: Prioridade à competitividade com atuação em todo o território nacional Apoios ao sector da produção de bens transacionáveis dirigidos a agentes diretamente envolvidos na criação de valor.
Investimentos produtivos com foco na exploração/empresa. Abordagens que promovam a organização da produção e a universalidade da gestão de risco. Promoção do papel da agricultura e florestas na produção de bens públicos. Complementaridade entre 1º e 2ºPilar para promoção da sustentabilidade dos territórios Rurais. Articulação com outros fundos do Quadro Estratégico Comum (QEC). Simplificação da legislação e implementação do programa Clareza dos critérios de seleção Possibilidade de inclusão de apoio a instrumentos financeiros Possibilidade de implementação de medidas integradas Especificamente, o setor da produção de suínos para carne, tem encontrado algumas dificuldades, a jusante da cadeia no que respeita ao preço de importação dos alimentos para animais, que tem registado um comportamento muito volátil e incerto, com o consequente aumento dos custos de produção, e a montante não conseguindo refletir estes custos no preço de venda, devido à fragilidade da posição negocial da produção na cadeia. As propostas apresentadas, no âmbito da preparação da programação do futuro PDR, nomeadamente, a promoção da organização estrutural, quer através da criação de estruturas de cooperação horizontal, quer de cooperação vertical, designadamente através de organizações interprofissionais, o apoio ao investimento nas explorações agrícolas, na transformação e comercialização, à inovação e promoção, aos jovens agricultores constituirão janelas de oportunidade importantes para fomentar a produção agrícola de uma forma sustentável, uma das grandes prioridades do futuro PDR. A participação ativa e concertada de todos interessados será essencial para a construção do próximo programa para o desenvolvimento rural. * GPP
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Efeito do jejum e tempo de espera em relação ao bem-estar dos porcos e à qualidade da carcaça e da carne Nota da redação: Este artigo foi anteriormente publicado na revista Eurocarne, edição n.º 207
Núria Pannella *
Neste artigo são apresentados os resultados do efeito do jejum total antes do abate dos animais sobre a qualidade da carcaça e da carne de porco 1 Introducção Nos momentos que antecedem o abate os animais de consumo experimentam situações de stress devido ao maneio a que são sujeitos (jejum, carga e descarga do camião, transporte, etc. Figura 1). Estas práticas podem afectar negativamente o bem estar dos animais e no caso concreto dos suínos, uma incorrecta manipulação dos animais no período ante-abate pode originar carcaças e carnes defeituosas (D’Souza y col., 1998; Grandin, 1980; van der Wal y col., 1999; Warriss y col., 1990), que podem provocar importantes prejuizos económicos para a indústria (Gispert y col., 1996). Para minimizá-los, o sector tem vindo a aumentar os seus esforços para melhorar as
condições de tratamento dos animais imediatamente antes do abate ebm como das práticas realizadas pelos operários do matadouro durante o próprio abate. (FIG. 1). Assim sendo, a motivação dos produtores para melhorar o bem estar dos porcos tem não só lugar por questões meramente legais e/ou éticas, como também existem cada dia mais evidências que relacionam a melhoria do bem estar animal com repercussões muito positivas nas características da carcaça e na qualidade tecnológica da carne (Terlow, 2005). De facto, defeitos de qualidade da carne repercutem-se negativamente nos lucros económicos de todos os escalões da cadeia cárnica porcina. Percebendo as causas e o alcance destes defeitos, poder-se-ão optimizar as práticas no sistema de produção para minimizar os efeitos negativos ou mesmo eliminá-los. Assim, condições adequadas de jejum e de transporte dos animais desde as explorações até aos matadouros e umas boas práticas de maneio nos parques de espera e durante a insensibilização, podem contribuir para minimizar estes efeitos negativos.
Figura 1. Frequência cardíaca dos porcos (n=91) durante o período ante-abate (adaptado de Álvarez y col., 2009).
1.1 O jejum Na generalidade é aconsalhável o jejum dos animais antes de serem transportardos para o matadouro. Essa restrição alimentar poderá variar entre as 12 e as 18 h segundo Gispert y col. (1996) ou entre 16 e 23 h segundo Eikelenboom y col. (1991). Tendo em conta a opinião de Beattie y col. (2002) e Faucitano y col. (2010a) os principais motivos pelos quais é recomendado o jejum são: • reduzir o conteúdo do tracto intestinal para minimizar os enjoos (Bradshaw y col., 1996) • diminuir o risco de contaminações da carcaça por enterobactérias provocadas por eventuais ropturas do aparelho digestivo durante a evisceração (Berends y col., 1996) • reduzir a mortalidade durante o transporte Foi relacionado o jejum com as alterações das características das carcaças tendo em conta parâmetros relacionados com a qualidade da carne (como o pH, a capacidade de retenção de água e/ou a cor), com o bem estar animal e inclusivamente com o impacto
Figura 2. Revisão dos trabalhos centrados no estudo do efeito do jejum antes do abate.
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ambiental e económico (Beattie y col., 2002, Eikeenboom y col., 1994, Gregory, 1998, Kephard y Mills, 2005). Foram publicados muitos trabalhos focalizados no estudo do efeito do jejum sobre a qualidade da carcaça e da carne. Na Figura 2 resumem-se os tempos de jejum recomendados. A maioria dos estudos recomendam um jejum entre 8 e 24 h antes do abate, havendo, no entanto, outros que aconselham o não jejum ou até mesmo fazê-lo mmuito curto (até 2 h) por questões de bem estar animal e por fim outros concluem que um jejum entre as 4 e as 12 h permite aumentar a coloração avermelhada da carne (parâmetro a* do sistema CIELab) e diminuir a sua dureza instrumental. Outro conjunto de trabalhos recomendam um jejum entre 12 e 24 h, afirmando que durante este período se observa uma diminuição do peso das vísceras, sugerindo o limite das 18 h de jejum para evitar prejuízos económicos. Finalmente, um conjunto de trabalhos recomendam um jejum de 24-26 h para observar uma diminuição do potencial glicolítico e uma possível melhoria da cor e da capacidade de retenção de água na carne de porco. No entanto, segundo um estudo publicado no ano 2008, as prácticas mais habituais em Espanha consistem em jejuns de 12 a 18 h (Averós y col. 2008). (FIG. 2)
1.2 O tempo de espera no matadouro, antes do abate O tempo de espera no matadouro permitiria aos animais a oportunidade de recuperarem de um transporte stressante beneficiando de um período de descanso (Grandin, 1994; Costa y col., 2002; Pérez y col., 2002; Warriss, 2003), o que permitiría uma recuperação do músculo e um melhor processo de tenderização deste. Além disso, o tempo de espera proporciona uma reserva de animais na linha de abate com-
pensando as difentes variações no horário de chegada e como tal, trabalhar de forma ininterrupta. Deste modo, um bom maneio no matadouro pode ter implicações positivas desde o ponto de vista do bem estar animal e da qualidade da carne (Warriss, 2003). Actualmente considera-se que os porcos não devem ser abatidos em situação de stress, ainda que se aceite que o próprio maneio relacionado com a recepção dos animais no matadouro seja ele próprio stressante (Figura 1), mas que pode atingir um nível de calma entre 2 e 3 horas após a chegada (Honkavaara, 1988). Também é importante ter em conta que se se conseguir manobrar e transportar os animais em condições de stress mínimo, o tempo de repouso no matadouro não trás uma melhoria na qualidade da carne. Isto leva alguns autores a defender que, no caso de todo o processo ter sido executado sob condições de mínimo stress não haveria necessidade de os deixar em descanso como forma de recuperar desse stress. (Aaslyng y col., 2001; Warriss, 2003). As recomendações de duração ideal do período de espera variam segundo os estudos e as condições experimentais utilisadas, e existe uma certa discrepância em relação ao período óptimo. Na Figura 3 pretende-se
Figura 3. Revisão dos trabalhos centrados no estudo sobre o efeito do tempo de espera no matadouro antes do abate.
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resumir os tempos de espera recomendados pela maioría deles. A maioría dos autores recomendam períodos de espera entre 0 e 6 h argumentando questões relacionadas com o bem estar dos porcos (Grandin, 1998; De Smet y col. 1996). No entanto existem outros estudos que se centram mais nos efeitos sobre a qualidade da carne (cor, capacidade de retenção de água, prevalência de carnes pálidas, moles e exsudativas - PSE - ou de carnes escuras, rijas e secas - DFD). Por exemplo, Costa y col. (2002) observaram que, de entre todos os factores prévios ao abate estudados (gen RYR1, método de carregamento, situação dos animais e densidade dentro do camião), o tempo de espera era o que mais afectava a qualidade da carne: ao aumentar o tempo de espera (comparando entre 2 e 22 h de espera), diminuía a proporção de carne PSE. Alguns estudos também demontram as diferenças entre estações do ano, provando que no inverno o período de repouso poderia ser inferior a 2 h enquanto que no verão deveria
ser alargado para as 4 h (Van de Perre y col., 2010). É muito importante ter também em conta que um repouso excessivo pode aumentar de maneira significativa os ferimentos na pele, especialmente na parte posterior da carcaça (Brown y col., 1999; Faucitano, 2001) conduzindo a percas económicas importantes pela desvalorização da carcaça, em especial quando se trata de eventual produção de presunto curado (Costa y col., 2002). Lesões na parte frontal do animal estão relacionadas com as lutas entre eles devido às mistura de animais desconhecidos. Com a passagem das horas e no caso de espaços reduzidos, (o que é habitual com as densidades com que se trabalha no matadouro), estas lesões podem atingir a parte posterior do animal, dado que os mais fracos não lutam com os dominantes, nem tem como deles fugir, aumentando as lesões na zona dos presuntos. Um aspecto muito importante a ter em conta ao estudar o tempo de espera, e que
muitos estudos não refletem, é que a sua duração tem a ver com o jejum a que foram submetidos os animais. Um tempo excessivo pode contribuir para a diminução das reservas de glucógeno como consequência aumentar a proporção de carnes DFD (Fernandez, y col., 1991; Pérez y col., 2002; Warriss y col., 1998). No entanto, nem todos os estudos chegam às mesmas conclusões. Por exemplo, no estudo de Costa y col., (2002) comentado anteriormente, o facto de aumentar até 22 h o jejum (33 h de jejum total) não aumentou a proporção de carcaças DFD em comparação com os animais com 2 h de repouso. (Fig3.) Tendo em conta os resultados relacionados com o tempo de jejum e com o tempo de espera encontrados na bibliografía especializada, o IRTA participou num estudo no qual se pretendia comparar o efeito do jejum e o efeito do tempo de espera. Assim, o objectivo do trabalho foi estudar o efeito do jejum na exploração (0 e 12h) combinado com o período de espera no matadouro (0 y 12 h)
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sobre o bem estar dos porcos e a qualidade da carcaça e da carne. 2 Material e métodos 2.1 Animais e períodos de jejum Foi avaliado um total de 72 porcos (97,1 ± 6,62 kg), cruzados de Pietrain x (Landrace x Duroc) distribuídos em 4 grupos distintos segundo o tratamento ante-mortem. Os grupos combinavam duas situações de jejum(0 e 12 h; A0 e A12, respectivamente) e dois períodos de espera no matadouro (0 e 12 h; E0 e E12, respectivamente). Na Figura 4 pode-se observar o tratamento ante-mortem realizado para cada grupo de animais: - No grupo 1 não houve jejum (A0), carregaram-se os animais no camião, procedeu-se ao seu transporte até ao matadouro
experimental do IRTA (trajecto de 5 min), descarregaram-se os animais e procedeu-se de imediato ao abate (E0). - No grupo 2 também não houve jejum (A0) mas os animais descansaram 12 h (E12) nos currais do matadouro experimental antes do abate. - No grupo 3 houve jejum de 12 h na exploração (A12) antes de serem carregados e transportados ao matadouro experimental e ram de imediato abatidos logo que chegaram (repouso de 0h; E0). - No grupo 4 houve jejum de 12 h na exploração (A12), procedeu-se ao transporte até ao matadouro experimental e de seguida os animais tiveram um período de espera de 12 h (E12). (Fig 4) Os animais dos 4 grupos foram trata-
Figura 4. Esquema experimental dos quatro grupos de animais.
dos em condições de stress mínimo, com um transporte muito suave de 0.5 km entre a exploração e o matadouro experimental do IRTA, evitando-se a mistura de animais de diferentes parques. Devido a particularidades próprias do matadouro experimental, que só permitía o abate de forma individual, o tempo de jejum variou entre 2 e 4 h relativamente ao tempo desejado. O consumo de ração foi controlado individualmente utilizando uma estação automática de controlo de ingestão de ração (IVOG ® Hokofarm, Marknesse, Holanda) que regista a hora de inicio e do final da visita ao comedouro, bem como o peso inicial e final do comedouro em cada visita do animal. Assim, foi possível saber qual o momento da última ingestão de ração e a hora do abate, e assim poder com rigor calcular o jejum real de cada um dos animais em estudo. Isto permitiu constituir 3 grupos distintos de animais, segundo o tempo total de jejum (tempo que decorreu desde a última comida e o momento do abate): - Jejum 0-2h: porcos sujeitos a jejum entre 0 e 2 h antes do abate (A0E0). - Jejum 12-16h: porcos sujeitos a jejum entre 12 e 16 h antes do abate. Neste grupo, foram estudados em separado os porcos com jejum de 12 h na exploração e abatidos imediatamente após a chegada ao matadouro (A12E0), e os porcos transportados ao matadouro sem jejum e abatidos após 12 h de espera no matadouro (A0E12). - Jejum 24-26h: porcos com jejum de 12 h na exploração e abatidos após 12 h de espera no matadouro (A12E12). Neste artigo são apresentados os resultados comparativos do jejum dos três grupos de porcos. A experiência levada a cabo no matadouro experimental do IRTA-Monells, equipado com um sistema de insensibilização de CO2 Dip Lift (Butina, Alps, Copenhague, Dinamarca). Os porcos foram seleccionados alternadamente de cada grupo, de forma aleatória, sendo conduzidos individualmente ao sistema de insensibilização com dióxido de carbono numa concentração de 90 % durante Suinicultura 37
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132 segundos (23 s para descida e subida e 86 s na parte inferior do poço, na máxima concentração). Os parques de espera estavam ligados às zona de insensibilização atarvés de um corredor de 412 cm de comprimento e 60 cm de largura, com paredes de aço inoxidável de 90 cm de altura que impedía que os porcos pudessem observar o se passava do lado de fora do corredor e de se virarem. 2.2 Medidas da carcaçae qualidade da carne Registaram-se as percas de peso vivo durante o jejum, o tempo de espera e o peso da carcaça (eviscerada e sem gordura pélvico-renal, rins e diafragma). Depois da degola do animal foram avaliadas as feridas da pele, comparando com um padrão fotográfico da Meat and Livestock Commission (MLC, 1985) com 5 niveis: 1- sem feridas, 2- feridas muito leves, 3- feridas leves, 4- feridas moderadas, 5- feridas severas. As medições da qualidade da carne foram realizadas no músculo longissimus thoracis (LT), a nível da última costela, e do semimembranoso (SM), ambas do lado esquerdo da carcaça. Foi medido o pH muscular com pHmetro Knick (Knick, Berlin, Alemania) usando uma sonda de penetração de xerolyt, 45 minutos post-mortem (pH45) e depois às 24 horas (pHu) post-mortem no músculo LT a nível da última costela caudal e no músculo SM. A conductividade eléctrica foi medida nos mesmos pontos do músculo LT e SM às 24 h post-mortem utilizando o equipamen-
to portátil Pork Quality Meter (PQM-I/ KOMBI, Intek Klassifizierungs- technik, Aichach, Alemania) (CEu). A avaliação da cor foi efectuada no músculo LT com um colorímetro Minolta Chroma Meter CR200 utilizando o iluminante D65 e 10º de observação standar. Os resultados de cor foram expressos seguindo o sistema CIE L* a* b* (McLaren, 1976). As percas por exsudação foram determinadas 48 horas depois de pesar novamente a mesma amostra de LT, seguindo o método de referência da OCDE (Honikel, 1996). A partir dos valores de pH45, pHu, as percas por exsudação e a luminosidad (L*) foram calculadas em percentajem de lombos de diferente categoría de qualidade de carne. A Tabela 1 resume os critrios considerados e as categorías, estabelecidas a partir das revisões de Flores y col., 1999 y Faucitano y col., 2010b. Tabla 1 2.3 Análise estatística A análise estatística foi realizada com base no Statistical Analysis System (SAS): pH, percas por exsudação, conductividade e cor L*, a* e b*, foram analizados mediante um modelo mixto de análise de varabilidade (PROC MIXED) com o “jejum total” como efeito fixo e “peso carcaça” como co-variável. As outras variáveis, tais como as características de PSE, RESE, PFN, RFN e DFD foram analizadas mediante um modelo generalizado de análise linear da variação (PROC GENMOD). Em todos os casos, o grau de significancia fixou-se em P<0,05.
Figura 5. Relação entre o tempo de jejum total e o conteúdo do estomago.
Esta experiência foi aprovada pelo Comité de ética do IRTA. 3 Resultados e discussão 3.1 Consumo Na Figura 5 apresentamos a relação entre o conteúdo estomacal e o tempo real de jejum. Observa-se que ao aumentar o tempo de jejum, diminue o conteúdo do estómago. Precisamente a partir do peso do conteúdo estomacal Chevillon y col., (1994) estableceram 4 categorías para identificar se os animais teriam tido um jejum correcto. Em primeiro lugar, estabrleceram-se as seguintes categorías: - Estómago vazío: porcos cujo conteúdo estomacal seja inferior a 0,5 kg. - Estómago com tendência a estar vazío: porcos com o conteúdo estomacal entre 0,5 e 0,8 kg. - Estomago com tendência a não estar vazío: conteúdo estomacal entre 0,8 e 1,1 kg. - Estómago não vazío: conteúdo estomacal superior a 1,1 kg. Por outro lado, foi aceite que os porcos sujeitos a um correcto correcto jejum eram aqueles cujo conteúdo estomacal era inferior a 0.8 kg. Na Figura 5 são mostradas as quatro categorías segundo o conteúdo estomacal: “não sujeitos a jejum”, “tendência para não se encontrarem em jejum”, “tendência para estarem jejuados” e “porcos em jejum”. Os porcos incluídos nas duas últimas categorías podem considerar-se como porcos “correctamente jejuados”. Neste estudo, todos os animais do grupo Jejum 24-26h cumpriram estes requisitos, enquanto que o número de
Tabela 1. Critérios de classificação das categorías de qualidade da carne (a partir de Flores y col., 1999 y Faucitano y col., 2010b).
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Ensaio
Seleção Genómica implementada nos núcleos de linha A em Portugal Durante o mês de Agosto a TOPIGS iniciou a recolha de amostras de DNA para a implementação da seleção genómica nos seus núcleos de linha A em Portugal. Isto significa que a seleção de fêmeas e de machos nos núcleos genéticos de linha materna A da TOPIGS em Portugal passa a ser feita também com informação recolhida através da seleção genómica. Este passo segue a introdução da seleção genómica na seleção de machos finalizadores e da introdução da seleção genómica nas suas linhas maternas N e Z na Holanda no passado mês de Junho. A utilização da informação da seleção genómica na seleção das linhas maternas TOPIGS permite uma maior e mais rápida evolução genética a ser alcançada em áreas como o tamanho de ninhada, peso ao nascimento, vitalidade dos leitões e capacidades maternais. Uma evolução mais rápida pode também ser alcançada nos parâmetros de engorda e de qualidade de carcaça das linhas maternas TOPIGS.
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animais que não o cumpriram aumentou com a diminuição do tempo de jejum (4 porcos do grupo Jejum 12-16h; 11 porcos do grupo jejum 0-2 h). (Fig. 5) Na realidade, o peso dos estomagos com o seu conteúdo é um parâmetro que se utiliza nalguns matadouros comerciais de França e Canadá para identificar se as prácticas de jejum e espera foram realizadas correctamente. Nos contratos de entrega dos animais no matadouro é especificado qual deve ser o peso dos estomagos como indicador do tipo de jejum realizado (zona Uniporc-Ouest de França e do Quebec, no Canadá; Chevillon, 1994). Não obstante, há que ter em conta que animais que beberam imediatamente antes do aba-
Tabela 2. Características da carcaça1.
te podem levar a distorsões ocasionais se se trabalha com um número reduzido de animais (Dalmau, com. pers.). Além disso, os animais com o estomago cheio dificultam o trabalho das carcaças no matadouro (Eilert, 1997); existe ainda o risco de contaminação das carcaças devido à eventual perfuração do tracto digestivo (Berends y col., 1996), aumentando, por outro lado os resíduos do matadouro (Eikelenboom y col., 1991). Por outro lado, animais com o estomago cheio são mais susceptiveis de enjoos durante o transporte entre a exploração e o matadouro, comprometendo também o seu bem estar animal (Bradshaw y col., 1996), já que o enjoo pode contribuir para o aumento da temperatura corporal do
animal e, no pior dos casos, produzir vómitos e morte por pneumonía por aspiração. 3.2 Características das carcaças As percas de peso vivo aumentaram significativamente com o decorrer do tempo de jejum total (P<0,001). Os animais do grupo “Jejum 24-26h” perderam significativamente mais peso (3,5 %) do que os animais “Jejum 12-16h” (2,4 %) e dos de “Jejum 0-2h” (0 %). Segundo Warriss (1993), os porcos perderam peso a uma velocidade de 0,2 %/ hora durante o jejum. De acordo com estas estimativas, o grupo “Jejum 12-16h” perdeu 2,4 % do seu peso vivo, enquanto que o grupo “Jejum 24-26h” perdeu menos peso que o previsto por Warriss (1993), sendo 3,5
Tabela 4. Medidas de qualidade da carne1.
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% em vez de 4,8-5,2 %. Parte destas percas são atribuidas principalmente a fezes e urina (Faucitano y col., 2010a), em particular quando o transporte dos animais á curto (Warriss y col., 1990). Estas percas de peso vivo refletem-se em menor escala no peso de carcaça P=0,03; Tabela 2), e só são observadas diferenças entre os grupos extremos: “Jejum 0-2h” e “Jejum 24-26h”. Estes resultados seguem as linhas de outros estudos publicados, os quais refletem percas no peso de carcaça a partir das 24 h de jejum (Beattie y col., 2002). Tabela 2 Ao estudar o rendimento (quente) destas carcaças, este foi significativamente superior nos grupos “12-16h” e “24-26h” (P<0,001). Tendo em conta os três parâmetros, os animais com maior rendimento de carcaça e com menos percas de peso vivo foram os do grupo de “Jejum 12-16h”. 3.3 Feridas na pele Não foram observadas diferenças significativas entre grupos (P>0,05) com três tempos de jejum, ao comparar a incidência de feridas nem a respectiva intensidade. No entanto, e tendo em conta os trabalhos de Costa y col. (2002) e Warriss (2003), ao aumentar o tempo de jejum é expectável um aumento do número de feridas na pele das carcaças. Uma das explicações para estes resultados terá a ver com o facto dos porcos terem recebido um tratamento ante-mortem de mínimo stress (transporte curto e suave, evitando mistura de animais de diferentes parques.
3.4 Efeito sobre as características da carne Não foram observadas diferenças (P>0,05) nos parâmetros de qualidade da carne como o pH45LT, o pHu no músculo LT e SM, nas percas por exsudação nem na luminosidade da carne (parâmetro L* do sistema CIE-Lab). No entanto foram observadas diferênças no pH45 do músculo SM (P=0,009) e nos valores de conductibilidade eléctrica do LT e SM (P=0,008 y P=0,001, respectivamente) (Tabela 4). Muitas vezes o jejum é visto como uma ferramenta para aumentar o pH através da diminução das reservas de glucógeno muscular (Eikelenboom e col., 1991; Warner e col., 1997; Warriss, 1982). Por outro lado, o tempo de espera pode dar uma oportunidade para os porcos acalmarem depois de um transporte stressante, de modo a produzir uma melhoria na qualidade da carne (Warriss, 2003). De uma forma ou de outra, parece que a proporção do número de caracaças PSE e DFD poderia alterar-se (Costa y col., 2002; Warriss, 2003). No presente estudo, através da combinação de valores do pH, percas por exsudação e alteração de cor (L*) foram definidas as categorías de qualidade (Tabela 1 e Figura 6). Em primeiro lugar, cabe aqui ressaltar
que ao calcular a proporção de carcaças de cada categoría de qualidade de carne (RSE, PSE, PFN, RFN y DFD) se observou que em nenhum caso se obtiveram carcaças com características DFD, tendo pelo contrário sido encontradas carcaças exsudativas. Através desta característica é possível distinguir carcaças pálidas, moles e exsudativas (PSE) e carcaças vermelhas, moles e exsudativas (RSE). Relativamente às primeira, a percentagem de carcaças PSE variou entre 5,6 % e 8,3 %, sendo a categoría “Jejum 12-16h” a que obteve uma maior percentagem. As percentagens de carcaças RSE foram maiores nos grupos “Jejum 0-2h” e “Jejum 12-16h” (27,8 e 26,4 %, respectivamente), que no caso do grupo “24-26h” (8,3 %). Os resultados das carcaças vermelhas, firmes e não exsudativas (RFN), consideradas carcaças “normais” teve um perfil oposto, sendo máximo no grupo “24-26h”, seguido pelo grupo “0-2h” e finalmente pelo grupo “12-16h”, que foi o único no qual se observaram carnes
GAMA ANTIBIÓTICA
Figura 6. Proporção de carcaças de cada categoría de qualidade de carne, segundo o tempo total de jejum (PSE: pálida, branda e exsudativa; RSE: vermelha, mole e exsudativa; PFN: pálida, firme e não exsudativa; RFN: vermelha, firme e não exsudativa; DFD: escura, firme e seca). DIMENSÃO
ANTI-INFECCIOSA
injectável suína
A Vétoquinol, especialista em anti-infecciosos dedicados à saúde animal, coloca agora à sua disposição a gama melhor adaptada à produção suína
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Antibioterapia racional: um acto de responsabilidade
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pálidas e não exsudativas (PFN). (Fig. 6) Os resultados deste estudo mostram que o efeito isolado do jejum nos porcos não é suficiente para explicar o aparecimento de carcaças exsudativas (PSE ou RSE) ou escuras (DFD). No presente estudo, um jejum de 24-26h não foi suficiente para obter carcaças DFD, coincidindo assim com os resultados de Murray e Jones (1994). Foi precisamente este grupo de porcos que teve maior número de caracaças com categoría “normal” (RFN). Assim, e segundo os resultados obtidos nas categorías de qualidade da carne, poder-se-ia concluir que o manejo mais favorável desde o ponto de vista “qualidade da carne” poderia ser o “Jejum 24-26h”. Mas é muito importante recordar neste ponto o tratamento ante-mortem que receberam os animais (transporte curto, de menos de 1 km, respeitando os grupos originais nos parques da exploração, o que, diga-se, não é o habitual em condições comerciais normais). Sería necessário repetir o estudo com um tratamento ante-mortem mais próximo das condições comerciais para extrapolar devidamente estes resultados. Nas condições ditas normais ou habituais, intervêm diversos factores de stress que contribuem para o aumento do consumo de glucógeneo muscular (a própria sujeição
dos animais aos movimentos do camião ou as lutas que se observam nos parques de espera nos matadouros, consomem a energia do músculo), de modo que as carcaças com características RFN poderiam fácilmente converter-se em carcaças DFD. Vários autores relacionaram um aumento da proporção de carcaças DFD com o jejum (Warriss y col., 1998), relacionando também com um aumento das lutas entre animais. Neste estudo não se observou nem um aumento da proporção de DFD nem um aumento de lutas entre animais. 4 Considerações gerais e conclusões Em primeiro lugar será importante ter em conta que o tempo de espera no matadouro faz parte do tempo de jejum dos animais. É certo que alguns autores recomendam jejuns de 0 horas se os animais forem sujeitos as condições de stress mínimo, mas é bom ter em conta que um estomago repleto numa viagem de camião, aumenta o risco do animal sofrer um stress térmico, a principal causa de mortalidade no transporte. Por outro lado, em condições comerciais, os parques de espera facilitam a formação de grandes grupos de animais para que a linha de abate possa trabalhar em contínuo, pelo que ao tempo de jejum prévio ao transporte e ao do próprio
transporte, haverá que juntar o tempo que os animais irão passar nos parques de espera, pelo que muito raramente encontraremos nos circuitos comerciais, animais com 0-2 h de jejum. O presente estudo confirma além disso que não existe nenhuma vantagem comparativa em relação aos outros dois sistemas descritos acima. Desde o ponto de vista do bem estar animal, existem alguns autores que consideram que os animais deveriam ser abatidos imediatamente após a sua chegada ao matadouro enquanto outros defendem que permitir-lhes um par de horas para se acalmarem pode facilitar o seu maeio na hora de entrarem na cadeia de abate. Por outro lado, para reduzir os problemas de carnes PSE em suínos, também são diversos os estudos que aconselham algumas horas de repouso antes do abate. Neste estudo, tanto o tratamento 12-16h como o 24-26h deram bons resultados. Considerando as características da carcaça, os animais com maior rendimento de carcaça e com menos percas de peso vivo foram encontrados no grupo “Jejum 12-16h”. Para além disso, este grupo mostrou um incremento de 0,19 pontos do pH medido aos 45 minutos no músculo SM. Por outro lado, o grupo 24-26h mostrou as percentagens mais altas de carne RFN. Não obstante, o maneio a que foram sujeitos os animais, permitiu-nos eliminar o risco de carnes DFD (como
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demonstra a ausência de lesões na pele em qualque dos 3 grupos de estudo). Na prática, será possível que os resultados observados neste estudo com jejuns de 24-26h não se observem quando se misturam animais desconhecidos entre si num mesmo camião ou em parques de espera e em transportes em que os animais estejam sujeitos a grandes esforços, em tempo e intensidade, até atingirem algum equilibrio. Em presença de qualquer um destes casos, e de acordo com os resultados obtidos no presente estudo e a bibliografía consultada, recomenda-se um jejum total que não supere as 16 h, considerando-se um tempo de espera no matadouro no mínimo de 2 h para reduzir a incidência de carnes PSE. 5 Referências Bibliográficas • Aaslying, M.D. y Barton Gade, P., (2001). Low stress pre-slaughter handling: effect of lairage time on the meat quality of pork. Meat Science, 57, 87-92.
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Bem-estar Animal
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6 Agradecimientos Este trabalho foi financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnología INIA-RTA04-007. Os autores agradecem a Albert Fontquerna, Mª José Bautista, Agustí Quintana e Albert Rossell o apoio técnico e ao Departamento d’Universitats, Recerca i Societat de la Informació de la Generalitat de Catalunya i el Fons Social Europeu pelo apoio concedido a Núria Panella-Riera para financiar os seus estudos doctorais no IRTA. Suinicultura 45
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Economia
Situação e perspectivas do Porco Espanhol
Relatório ExcelporkTM do consumo interno, e que de forma crescen- reorganização radical que inclui a criação de te encontrou nas exportações uma situação uma empresa de gestão de activos para a sede compensação da insuficiente procura do gregação dos activos imobiliários desvalorizados, presentes nos balanços das entidades mercado doméstico ou interno. Situação e perspectivas do porco espanhol (impropriamente chamado pelos A economia espanhola atravessa desde o bancárias TM O Informe Excelpork segundo trimestre do ano passado, uma fase mídia de “banco de lixo “) e da eventual recessiva com base quer numa forte queda da liquidação de entidades consideradas inviáJosé A. Herce * formação bruta de capital quer no consumo veis. A dívida pública abaixo de 40% do PIB corrente das Administrações Publicas, junta- em 2007, situar-se-à em 2012 em cerca de 1.mente Introdução com a diminuição do consumo priva- 80%, um nível nunca visto nos últimos cem El presente artículo se ha elaborado a petición de la Revista de Suinicultura, a raíz do. Espera-se para 2012 umalascontracção do anos. O prémiodedeEspaña risco (diferencial de una conferencia sobre perspectivas económicas como dos títulos a porcino 10 anos sobre seusyequivalentes alePIB em 1,7% e del que futuro em 2013a este venha a terdel sector determinantes corto plazo español su incidencia sobre Ibérico, que el autor 22chegou de marzo en losacima “XI Diálogos mães) que a situar-se de 600 A taxapronunció de desem-el pasado mais el quase 2% adicionais. del Cerdo Ibérico” patrocinados por Laboratorios SYVA en Fregenal de la Sierra prego roça os 25% da população activa. As pontos, nesta altura (meados de setembro), (Badajoz). La responsabilidad del contenido del artículo es exclusiva del autor del AA. PP.y no têmdebe por objectivo situar o seu deficit oscila em tornoodos 400 pontos, citadas aguardando mismo atribuirse a ninguna de las entidades instituciones en el Joseph A. Herce * mismo, al tiempo que se agradece la autorización de los organizadores de lossoliXI no ano de 2012 em 6,3% do PIB, a partir dos que se verifique se o Governo espanhol Diálogos para su publicación. cita ou não o resgate à Europa, e o BCE pode 8,6% observados em 2011. (Fig.1) ooOoo comprar títulos da divida pública A actualeconómico recessão faz parte de um ciclo que começar El contexto español, en efecto, no invitaa a albergar perspectivas 1. Introdução halagüeñas ningún sector productivo éste siga un ciclo diferente mercadoque secundário. começou no para segundo trimestre de 2008, com anomenos Este artigo foi elaborado a pedido da Re- al uma general de la economía bien por Nestas razonescondições específicas del sector o macroeconómicas, primeira recessão que emdoméstica 2009 subtraiu a su apertura internacional. vista de Suinicultura, após uma palestra so- gracias se referiu, há dúvida de productivos, que o de3,7 pontos percentuais em relação ao PIB do como Este es el caso del sector porcino español, que sigue susnão propios ciclos bre as perspectivas económicas de Espanha, aunque sempenho de sector produtivo y,deano anterior no curso doporqual se assistiu ay tendencias se vee, afectado la situación delqualquer consumo doméstico, como determinantes a curto prazo do futuro crecientemente, ha encontrado exportaciones vía interna de compensación pendente dauna procura vai ser mau dode la uma queda vertiginosa do emprego e en das las receidemanda de los hogares españoles. da indústria do porco Ibérico e o seu impacto insuficiente tas fiscais, o que resultou no desaparecimento ponto de vista das suas vendas, resultados e La economía española se encuentra desde el II trimestre del año pasado en una na Península Ibérica, que o autor deu em 22 fase verificado em 2007 e deperspectivas. do excedente No bruta entanto, sector suinícola recesivaorçamental lastrada por la fuerte caída la formación deocapital y el de Março no “ XI Diálogos do Porco Ibéri- consumo corriente de las Administraciones Públicas, además de caídas a sua transformação num deficit de 11,2%. espanhol teve um bom desempenhoen emel2011 privado. Se espera que en 2012 el PIB se contraiga un 1,7% y que en co”, conferência patrocinada pelos Laborató- consumo O sector de crédito espanhol foi resga- que deverá continuar em 2012. Os preços da 2013 lo haga en casi un 2% adicional. La tasa de paro roza el 25% de la población rios Syva em Fregenal de la Sierra (Badajoz). tado por fundos europeus, de uma carnesutêmdéficit sido muito favoráveis e as empreactiva. Las AA. PP. tienenemeltroca objetivo de situar en 2012 en el 6,3% del PIB, A responsabilidade pelo conteúdo do artigo desde el 8,6% observado en 2011. Evolução dodel PIBPIB espanhol Evolución español(taxas (tasasde decrescimento crecimientoreal real do delPIB) PIB) é do autor do mesmo e não deve ser atribuído a qualquer das entidades ou instituições citadas nele, ao mesmo tempo que agradece a permissão dos organizadores dos Diálogos XI para a sua publicação. ooOoo O contexto económico espanhol, de facto, não convida a perspectivas promissoras para qualquer sector produtivo, a menos que este siga um ciclo diferente da generalidade da economia interna, mais por razões específicas do sector ou graças à sua abertura ao mercado internacional. Este é o caso do porco espanhol, que segue os seus próprios ciclos de produção, recesión 1 actual forma parte de un ciclo que se inició en el II trimestre de 2008 con ainda que afectado pela situação e tendências LaFigura 46 Suinicultura
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una primera recesión que, en 2009, detrajo 3,7 puntos porcentuales al PIB del año precedente y en el curso de la cual se produjo una vertiginosa caída del empleo y la
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Economia sas têm sido capazes de apresentar rentabilidades positivas. Este resultado não aconteceu sem que o sector tenha sofrido intensos processos de ajuste de capacidade e perda de explorações em anos anteriores, a que se juntam as restrições de crédito que afectam todas as empresas espanholas, ou o alto custo do seu input base, a ração, como consequência da escalada de aumento do preço dos cereais e também os custos extraordinários referentes à adaptação das explorações à exigente norma europeia do bem-estar animal, que entra em vigor em 1 de janeiro de 2013. No entanto, perante todos estes desafios, o preço da carne de porco tem tido uma evolução muito positiva, graças ao enorme desenvolvimento das exportações, que têm permitido uma adequação da oferta à insuficiente procura interna, ao mesmo tempo que se expandia a produção total sector. Esta situação do sector, portanto, é muito encorajadora e baseia-se nos frutos que pouco a pouco vão dando os esforços para abrir mercados estrangeiros e dotar o produto com níveis de qualidade uniformes que caracterizam as grandes marcas globais de carne (Da-
nishs PorK, New Zeland lamb, Irish Beef, etc), uma vez superadas as relutâncias que alguma parte do sector da indústria tinha em relação a uma aposta decidida em direcção ao mercado externo. No entanto, ao nível empresarial, comercial e estratégico, ficaram muitos esforços por fazer para consolidar uma posição que ainda e dia a dia, é muito sensível aos ventos cíclicos conjunturais que nem sempre sopram a favor. Uma referência fundamental da suinicultura espanhola é o porco ibérico, que concentra 10% do efectivo total de suínos em Espanha. Mas, ao contrário do que acontece com o porco “branco”, este segmento não atravessa um bom momento. Na verdade, para dar todo o crédito à opinião de muitos dos seus representantes mais qualificados, o porco ibérico estaria à beira de um colapso produtivo e, o que é pior, quem sabe, sem efectivo reprodutor. Isso evoca o espectro da extinção industrial de todo um subsector e a sua redução ao nível puramente local e nacional. Esta perspectiva é simplesmente inaceitável, já que a suinicultura espanhola tem no porco Ibérico o seu maior emblema e força para uma conquista irreversível dos
Estado económico do sector
Figura 2 - Fonte: ExcelporkTM
mercados estrangeiros. Eu não creio que nós sejamos capazes de utilizar tão mal os nossos trunfos de produção. Para acompanhar a situação e perspectivas da suinicultura espanhola, a Elanco Espanha, a divisão veterinária do Lilly, e Analistas Financeiros Internacionais, uma empresa de consultoria financeira e económica de referência em Espanha, criaram ExcelporkTM, um observatório do sector, que publica cada ano um relatório com os resultados de uma sondagem da situação e perspectivas para os produtores do sector pecuário espanhol. Com base nestes resultados tem-se vindo a criar um referencial de informação que é amplamente seguido. 2. A situação e as perspectivas do sector suinícola espanhol O sector suinícola espanhol é, depois do alemão e a uma curta distância, o segundo mais importante da UE, com um censo (a novembro de 2011), de 23 milhões de cabeças de porco branco (contra 27 milhões em 2007), dos quais 2,1 milhões são porcas reprodutoras e 2,6 milhões de cabeças de porco ibérico de todas as variedades. Representa 20% do censo da produção de suínos da Europa. No que diz respeito ao porco branco (veja a próxima secção para uma avaliação rápida dos problemas graves do porco Ibérico), não sem que este tenha sofrido um ajuste relevante e significativo de capacidade e continue enfrentando as restrições de crédito próprias da crise, a situação que o sector viveu em 2011 e a que encerrará no presente exercício podem qualificar-se como boas em termos de vendas, preços, rentabilidade e especialmente, as exportações. Estas últimas foram o motor que tornou os restantes indicadores favoráveis. Entre os factores que impediram a obtenção de ainda melhores resultados, encontram-se o preço elevado das matérias-primas e a ração. Este desempenho contrasta com as tendências do mercado doméstico ou interno espanhol, que continuam a manifestar-se por uma estagnação ou redução do consumo de Suinicultura 47
Fuente: Excelpork
TM
Las perspectivas del sector porcino español no parecen malas en estos momentos, y a pesar de la crisis, pero una realización de las mismas depende críticamente de fres adaptaciones fundamentales:
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carne per-capita, de longa data, e do impacto da crise na cesta de compras ou consumo das famílias, consumo em restaurantes, turismo doméstico, etc, apesar do papel que desempenha a carne de porco em substituição e perante carnes mais caras. A exportação não é um fenómeno novo para o porco espanhol, mas cada vez mais importante, e está a permitir ao sector, vencer ou superar de alguma forma um ciclo de produção muito específico e diferenciado em relação ao ciclo económico geral, em que o porco espanhol se arrastava até há poucos anos. Por exemplo, o sector viveu os seus piores períodos entre meados de 2006 e 2008, quando a crise ainda não se deixava sentir em Espanha. Se tivermos presentes as declarações dos criadores espanhóis e o inquérito realizado no ano passado pelo ExcelporkTM (ver Seção 4 abaixo), tanto a situação observada para 2011 como as perspectivas para 2012 eram manifestamente melhores do que nos últimos anos, como se mostra no gráfico seguinte. (Fig. 2) Calculado atendendo á média dos saldos de opinião das variáveis: vendas e resultados económicos quer observados para o ano de referência quer esperados para o ano seguinte. Os saldos de opinião definem-se como a diferença entre a percentagem de inquiridos
que manifestam um aumento na variável e os que apontam para uma queda. Deve ter-se em conta que os inquéritos Excelpork se realizam no final do ano, pelo que os resultados sobre a situação esperada poderiam incorporar inércia com respeito à percepção de final de ano. As perspectivas do sector suinícola espanhol e apesar da crise, não parecem más neste momento, mas a sua realização ou cumprimento depende criticamente de três novas adaptações fundamentais: • Uma adaptação da produção. Por um lado são registados constantes avanços na rastreabilidade, segurança alimentar e qualidade homogénea da produção de suínos espanhola, mas existe má comunicação sectorial, que deveria ser melhorada. Além disso, é necessário continuar a “integrar” a cadeia produtiva para limitar na medida do possível, a subordinação da produção primária aos restantes elos da cadeia de valor, quando a dita produção é o sustentáculo da referida cadeia. • Uma adaptação do tecido empresarial, num contexto em que a fragmentação das explorações é notória, com relativa ausência de grandes grupos de produção com capacidade para inovar e exportar de forma proactiva.
• Uma adaptação comercial, um assunto pendente do sector, onde a diferenciação do produto é a chave, juntamente com a certificação da qualidade (ainda que não baste esta última), para a conquista de mercados. É necessário além disso, uma marca uniforme no mercado global (equivalente à Irish Beef, Danish Pork , New Zealand Lamb) O mercado externo é a chave para o porco espanhol, depois de passar o “debate do auto consumo ou subsistência” há alguns anos atrás, quando alguns analistas e representantes do sector pensavam que os nossos produtores deviam limitar-se apenas à capacidade ajustada de abastecimento o mercado interno. Mas a conquista do mercado externo é tão importante quanto a protecção do mercado doméstico e interno. Na verdade, a primeira é a base para a segunda num contexto global, liberalizado e altamente competitivo. Porem, sem base empresarial e focalização no produto não há conquista de mercado externo nem defesa do mercado interno que sejam possíveis. Deve ser sempre lembrado que não há mercados protegidos nem mercados maduros quando se constata a crescente globalização das trocas e da produção e qualquer visão de futuro indica que, nos próximos 20 anos se irão produzir mais bens e serviços do que nos últimos 50 anos.
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Eu disse anteriormente que a produção primária de suínos é a base de toda a cadeia de valor. Este “cluster do porco” deve funcionar de maneira integrada, competitiva e distribuir o valor acrescentado entre todos os elos de maneira compensada. Uma visão de “cluster” é absolutamente necessária para a criação de uma marca para o reconhecimento global. 3. O Porco Ibérico, uma oportunidade a ponto de perder-se ... para sempre? O sector do porco ibérico em Espanha apresenta as seguintes características: • Conta com cerca de 15.000 explorações, das quais 80% estão localizados nas regiões de Andaluzia e Extremadura. • O censo actual é de 2,8 milhões de animais (incluindo reprodutores). • As explorações são de pequena dimensão, com cerca de 170 animais por explora-
ção (17 porcas; 1,4 varrascos; 90 porcos> 50 kg; 20 porcos de 20-49 kg e 43 leitões). • As maiores explorações têm entre 100 e 300 reprodutoras, mas são raras. • As explorações que têm entre 25 e 100 reprodutores são a média do sector. • As explorações com menos de 25 reprodutores são geralmente extensivas e estão dotadas de pastagens próprias. • Há cerca de 80 matadouros e 230 processadores, metade deles em Castilla y Leon e o resto na Andaluzia e Extremadura; com presença muito limitada em Castilla-La Mancha, Múrcia, Madrid, Valência e Aragão. Como referido no início deste artigo, a situação do porco ibérico é francamente má. A norma padrão de qualidade da carne e produtos curados de porco Ibérico, aprovada em 02 de novembro de 2007, pretendia estabelecer uma distinção clara entre as diferentes categorias de animais segundo a sua genética e forma de criação. Na verdade, se olharmos
para os resultados, o que conseguiu foi tornar mais complexa a gama de qualidades, com a aparição de algumas categorias, mais adulteradas, baseadas em novos métodos de recria e engorda, que acabaram por banalizar, em termos de mercado, a qualidade suprema desta linha de produção. As qualidades contempladas pela norma são: • Ibérico Puro o Bellota o Recebo o Cebo campo o Cebo • Ibérico o Bellota o Recebo o Cebo campo o Cebo A qualidade suprema, o Ibérico puro de bolota, o produto ibérico por excelência, a
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Os acontecimentos foram tão rápidos anpartir de suínos da máxima pureza genética, racionais significativamente mais baixos, de criados em pasto e alimentados com bolotas modo que a sua rentabilidade era muito ele- tes da crise (uma espécie de “Ibérico rush” durante períodos de montanheira, recebe vada. Isto levou à expansão da capacidade de como o do ouro da Califórnia) que a tardia hoje uma remuneração económica compen- produção de todas as qualidades do Ibérico, adopção, confusa redacção e deficiente inssatória, apenas ligeiramente mais elevada especialmente das mais baixas, mas também trumentação da norma de qualidade, não só do que as qualidades mais baixas da gama e, do Ibérico puro. Quando a crise atingiu um não pode evitar este desenvolvimento, bem dados os custos de produção muito mais ele- nível profundo em 2008/2009, a procura di- como o estimulou, quando já era evidente vadas que os das outras gamas encontra-se minuiu drasticamente e também os preços que o ciclo se movimentava no sentido neem perigo de “extinção comercial”. caíram para níveis onde apenas a produção gativo. A realidade é que o Ibérico tem excesso Naturalmente, este resultado não teria das qualidades mais baixas era sustentável. ocorrido com a virulência que apresenta na O outro factor que em boa medida pro- de capacidade, que a preços actuais e correnactualidade se dois factores muito importan- vocou a situação que sofre o Ibérico, é a tes é particularmente gravosa para os criadotes não se tivessem aliado para facilitá-lo. falta ou o escasso discernimento sobre o res de Ibérico puro e que muitas explorações Em primeiro lugar, a crise, o que fez com produto, por parte do segmento médio – neste segmento de produto são inviáveis. que o Ibérico propriamente dito emergisse baixo da procura, neste mercado. De facto, Algumas dessas explorações nunca em concomo o que realmente é: um produto de luxo foi um factor determinante a boa disponi- dições normais, deveriam ter nascido, mas a destinado á gama mais alta do mercado da bilidade de pagar a preços premium ou de verdade é que são muitas outras, bem geridas carne. Antes da crise, o Ibérico puro atingia gama alta um produto de qualidade muito desde gerações passadas, as que por isso espreços elevados e suficientemente bons per- inferior, não suficientemente bem sinaliza- tão sofrendo as consequências das condições importante como la defensa del mercado doméstico. De hecho, la primera es la base mitindo que a manutenção das explorações do nos diferentes escalões, por parte dos de mercado que não serão facilmente reverpara la segunda en un contexto global, liberalizado y fuertemente competitivo. Pero grossistas e dosdelnovos fosse possível em termos de de rentabilidade. consumidores sin base corporativa y foco producto A no hay conquista mercado exterior nido síveis no curto ou médio prazo. defensa del mercado sean posibles. Debe recordarse siempre influência económicadoméstico das famíliasque determiIbérico, no mercado pela primeira vez que nos no A extinção comercial a que me refiro haynava mercados protegidos ni mercados maduros cuando se constata la creciente uma procura elevada do produto e na anos prévios da crise. acima, significa que o sector do Ibérico puro globalización de los intercambios y la producción y cualquier reflexión prospectiva esfera do desenvolvimento deste mercado Esses dois factores combinaram-se do indica que, en los próximos veinte años, se producirán más bienes y servicios que de bolota, que representou 10% dos animais foram proliferando as restantes qualidades mesmo modo que dois números inteiros ibéricos abatidos em 2010, está a ajustar foren los últimos cincuenta. Decía que la producción primaria de porcino de toda cadena se de temente a sua capacidade de produção com o queantes beneficiavam de preços apenas ligeiramaiores es quela2,base em vez de selasomarem valor. Este “clúster del porcino” debe funcionar de manera integrada, competitiva y mente mais baixos do que os do produto de multiplicassem, ou inclusive um deles fosse desaparecimento de explorações surgidas ou distribuir el valor añadido entre todos los eslabones de manera compensada. Una qualidade suprema mas tinham custos ope- o para ampliadas no “boom” precedente e também expoente do outro. de una marca visión de clúster es absolutamente necesaria la creación globalmente reconocida. com o desaparecimento de explorações levaClusterdel doporcino Porco Clúster das desde há décadas por gerações de criadores que sempre fizeram muito bem as suas tarefas. A produção do Ibérico puro na campanha de 2010/2011, foi de 163.000 animais, em comparação com 354.000 na temporada anterior. O número de reprodutores está diminuindo drasticamente e se, se adoptassem critérios semelhantes aos de organizações internacionais que asseguram a protecção de espécies ameaçadas de extinção, segundo argumentam fontes do sector, o porco puro Ibérico, sofreria da mesma ameaça ante esta forte redução no número de reprodutoras. Eu sinceramente acredito que, apesar do ajustamento industrial que está sendo intenso, a espécie do Ibérico puro não se extinguirá reprodutivamente quer em termos de mercado ou, muito menos, em termos biológicos, deixando a sua exploração reduzida a áreas Fuente: Afi puramente locais, naquelas em que se enconFigura 3 - Fonte: AFI 3. El Ibérico, una oportunidad a punto de perderse… ¿para siempre?
El sector del ibérico en España presenta las siguientes características: 50 Suinicultura •
Cuenta con unas 15 mil explotaciones ganaderas, el 80% de ellas situadas en las regiones de Andalucía y Extremadura.
•
Su censo actual es de 2,8 millones de animales (incluidos reproductores).
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trava há décadas atrás. Consentir essa eventualidade, além de uma enorme irresponsabilidade de todos os agentes do sector, seria deitar por água abaixo o factor decisivo da estratégia para o sector suinícola espanhol, que como um todo, deve continuar a definir essa marca internacional que generalizaria as oportunidades para todos os produtores e para uma boa parte do mundo rural espanhol. A preservação da pastagem, um ecossistema sustentável único, depende também da sobrevivência deste sector produtivo em condições de viabilidade económica para os criadores. A qualidade das distintas variedades de produtos ibéricos deve ser zelosamente diferenciada na instância produtiva e comercial e os consumidores devem também saber distingui-la. Os preços devem ser compatíveis com os custos e isto consegue-se com uma adequação da oferta à procura em cada momento. As flutuações na produção e na procura são circunstanciais num mercado de características sazonais e, por que não, erros de planeamento por parte da oferta; mas não pode haver confusão das qualidades que banalize as mais altas ou atribua preços impróprios para as mais baixas, quando o dinheiro flui nas famílias. Não é exagero falar de “bolha do Ibérico”, como se caracterizou em Espanha a fase
de expansão espectacular, prévia à crise também neste sector. O seu rebentamento, como sucede em todas as bolhas, dizimou muitas explorações viáveis somente naquelas condições e que nunca deviam ter nascido, o que não deixa de ter consequências dramáticas para investidores credores e empregados do sector; mas também dizimou muitas explora-
ções de sólida tradição produtiva e territorial, bem conduzidas desde gerações, com amor, pundonor, e eficiência por parte dos seus proprietários que não puderam sobreviver à banalização da concorrência do produto. 4. O Relatório ExcelporkTM , um caso de informação concorrencial e de mercado Os desenvolvimentos descritos neste artigo, bem como a importância económica do sector suinícola espanhol justificam totalmente um acompanhamento de perto e uma
ocorrência de informação sectorial que sirva os produtores e outros subsectores, cujas actividades são baseadas na produção primária. Este é precisamente o espírito que guia os patrocinadores de ExcelporkTM e daqueles que realizamos o trabalho técnico do observatório. ExcelporkTM é o resultado do patrocínio da Elanco, a divisão veterinária dos Laboratórios Lilly que tem uma forte presença produtiva e comercial em Espanha, e o apoio técnico da Financial Analysts International, uma empresa espanhola de assistência e consultoria financeira e económica estabelecida em Madrid há 25 anos, por vários professores universitários. A iniciativa consiste na elaboração de um observatório anual do sector suinícola espanhol, que é baseada num inquérito aos criadores mais representativos do sector e o consequente tratamento dos resultados que se apresentam num relatório anual que pode obter-se através da internet, bem como a realização de uma série de encontros ao longo de toda a geografia espanhola com os mais relevantes directores do sector para a apresentação do relatório e o debate e troca de opiniões das questões candentes deste importante ramo produtivo. * Sócio da AFI e Professor da U. Complutense de Madrid Relatório Técnico ExcelporkTM
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Economia
Desafios da globalização no mundo rural
Luís Cacito * Maria Gertrudes Ramalho **
Introdução O conceito de globalização foi utilizado pela primeira vez nos anos cinquenta do século XX e rapidamente se estendeu a todas as ciências sociais, entre elas a Economia, tendo tido uma enorme difusão fora dos círculos académicos e passando a engrossar o vocabulário utilizado pela opinião pública. De acordo com a OCDE (David Henderson) a globalização traduz-se no livre movimento de produtos, serviços, mão de obra e capital, criando um único mercado de inputs (factores) e outputs (bens e serviços). A globalização assume-se como um processo multidimensional: económico, político, social, cultural e ideológico (veja-se o exemplo dos movimentos denominados por ocupas e similares que grassam por vários continentes). Neste artigo o que nos interessa considerar é a dimensão económica do fenómeno da globalização, que se traduz na expansão das trocas comerciais e que é provocada pela liberalização do comércio internacional, pelo decréscimo dos custos de transacção, pela segmentação do processo produtivo, pela maior variedade de produtos comercializados e pelo desenvolvimento do comércio de serviços.
Poder-se-á perguntar o que tem tudo isto a ver com a produção e a comercialização da carne de porco? E tem muito, porque embora pensemos que estamos a falar de um produto específico (como é, por exemplo, o caso do porco alentejano), todos nós sabemos que o caviar russo ou os tapetes de Arraiolos também são produzidos e comercializados pela China! E hoje, também todos sabemos que as principais consequências da globalização económica se traduzem na quebra das barreiras à livre concorrência e na descida dos preços dos bens e serviços. Por isso, nenhuma empresa, em qualquer parte do mundo, produzindo qualquer produto, por muito específico que ele seja, pode deixar de levar em consideração a relação entre o preço do mercado do produto vendido e os custos de produção da sua empresa, pois é a relação entre estas duas variáveis (preço e custo) que determinam a sua manutenção ou a sua exclusão do mercado. E é sobre esta relação que nos vamos debruçar a seguir. Os custos da empresa e a produção óptima no curto prazo Só é possível conhecer o funcionamento e as potencialidades de uma empresa tendo um profundo conhecimento dos seus custos de produção. Nas empresas os custos traduzem o pagamento dos factores produtivos utilizados pelo empresário. A quantidade dos vários factores produtivos utilizados, geram um determinado nível de produção, pelos que os custos de uma empresa estão sempre associados a um determinado nível de produção por ela obtido. Isto significa que os custos de produção são sempre definidos em função do nível de produção que permitem obter. Deve ainda considerar-se que a análise dos custos de produção de uma empresa deverá ser feita para dois períodos temporais distintos: o curto prazo (até 1 ano) e o longo prazo (mais de um ano).
No curto prazo, a empresa enfrenta dois tipos de custos: os variáveis e os fixos. Os custos variáveis representam aqueles que variam directamente com o nível de produção (matérias-primas, matérias subsidiárias, salários, etc.). Os custos fixos representam os custos que não são susceptíveis de variar com o nível de produção da empresa (imobilizado, rendas). A soma dos custos variáveis com os custos fixos representa os custos totais da produção da empresa. Mas para melhor compreender o funcionamento da empresa torna-se necessário conhecer os seus custos unitários ou médios, ou seja, os custos por unidade produzida (assim, deve conhecer-se qual o custo variável médio, o custo fixo médio e o custo total médio - soma dos dois anteriores da produção de 1 kg de paio, ou de 1 leitão). Mas tão importante como conhecer os custos médios ou unitários de uma determinada empresa, é conhecer o custo marginal da sua produção, o qual mede o acréscimo do custo total da empresa por produzir uma unidade adicional de produto (por exemplo, se a empresa produzir mais 1Kg de paio quanto aumentam os custos totais da empresa). Se o empresário pretender produzir o seu produto de uma forma economicamente eficiente, então deverá procurar maximizar o lucro da sua empresa. Tal situação, de acordo com a teoria económica, só é passível de ser atingida quando o empresário produz uma quantidade de produto (denominada produção óptima) que lhe permita igualar o custo marginal da sua produção ao preço de mercado do produto. Assim, no curto prazo, podemos representar graficamente os custos de produção e o nível de produção óptimo, das empresas que actuam em mercados de concorrência, da seguinte forma: (ver Fig. 1) Se o preço de mercado for P1, a quantidade óptima a ser produzida é Q1 (porque o
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custo marginal da empresa iguala o preço de mercado quando se produz Q1). Dado que o preço de venda de cada unidade do produto é superior ao custo total unitário da sua produção, o empresário obtém um lucro por unidade produzida (P1-CTU) no montante indicado na FIG. 1 como lucro unitário (designado pela teoria económica como lucro anormal). Mas se por efeito da globalização dos mercados o preço do produto tiver tendência para descer (o que hoje se verifica na realidade), o que acontece a esta empresa? Suponhamos que o preço do produto desce para o nível P2. Neste caso, o preço de venda de cada unidade produzida é inferior ao seu custo total unitário, pelo que o empresário sofrerá, por unidade vendida, um prejuízo unitário no montante do indicado na FIG. 2 (CTU-P2). Qual a atitude que o empresário deve tomar? Deve continuar no mercado a produzir com prejuízo ou deve fechar a empresa? (ver Fig. 2) Vejamos: o preço de mercado do produto P2 é inferior ao custo total unitário da produção mas continua a ser superior ao seu custo variável unitário, o que significa que, nesta situação, a empresa, através do preço do produto, consegue cobrir todos os custos variáveis da produção e ainda uma parte dos seus custos fixos (que são representados pela diferença entre os custos totais e os custos variáveis). Se o empresário decidir encerrar a empresa, no curto prazo, ela não terá custos variáveis (porque estes custos dependem do nível de produção e sendo esta nula, também os custos variáveis serão nulos), mas tem que
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assumir os custos fixos (por exemplo, a renda do imóvel). Assim, a decisão correcta será a de se manter no mercado, embora produzindo com prejuízo, pois o prejuízo será maior se não produzir, porque tem que assumir todos os custos fixos, e se produzir cobre parte dos custos fixos e todos os custos variáveis (pelo que o prejuízo será menor). Mas, neste caso coloca-se a seguinte questão: a empresa aguentar-se-á muito tempo no mercado, a produzir com prejuízo? Certamente que não. Qual a solução? Esperar que o preço de mercado aumente? Não é provável que tal aconteça devido aos efeitos da globalização. Na realidade só temos assistido à subida de preço de produtos que são vendidos em mercados de concorrência imperfeita (caso do petróleo, por exemplo). Esperar que o Estado financie o sector através da atribuição de subsídios à produção? Não é provável, sobretudo em períodos de crise económica. Então qual a solução? A única que podemos encarar com credibilidade consiste na redução dos custos de produção. Se esta empresa não o conseguir fazer, mais cedo ou mais tarde tem de encerrar as suas portas. Isto é, no longo prazo este empresário não se conseguirá manter no mercado. No caso de o preço de mercado do produto descer para um nível inferior ao custo variável unitário da empresa, caso de P3 na FIG. 3, mais vale à empresa encerrar de imediato as suas portas (não produzindo Q3) porque, para além de não conseguir cobrir os seus custos fixos, também não cobre totalmente os seus custos variáveis, pelo que o encer-
ramento lhe permite apenas ter que pagar os custos fixos. Os custos da empresa e a produção óptima no longo prazo O longo prazo não é mais do que uma sucessão de curtos prazos, o que leva a que as empresas devam obedecer a uma estratégia que lhes permita manterem-se no mercado, produzindo de uma forma economicamente eficiente, no longo prazo. O longo prazo é um prazo de produção suficientemente longo para que todos os factores de produção sejam considerados como variáveis (incluindo a própria dimensão da empresa), pelo que todos os custos de produção são considerados como variáveis, ou seja, não tem sentido, no longo prazo, distinguir entre custos variáveis e custos totais, uma vez que não existem custos fixos. Sendo o preço do produto fixado pelo mercado (concorrência perfeita), o empresário terá que igualar o seu custo marginal de longo prazo ao preço de mercado, para obter o máximo lucro, tendo em atenção que esse custo marginal coincide com o seu mínimo custo unitário de longo prazo. Assim, a produção economicamente eficiente será dada pela quantidade Q4, assinalada na FIG. 4: Pensar-se-á que sendo o preço de venda do produto igual ao custo total unitário de longo prazo, então o lucro do empresário é igual a zero. Efectivamente, o empresário terá lucro, mas comparativamente com a FIG. 1, ele deixou de ter um lucro anormal, passando o seu investimento a ser remunerado apenas à taxa
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de lucro normal, a qual está incorporada nos seus custos totais e, portanto, também nos seus custos unitários. Esta taxa de lucro representa o custo de oportunidade do capital investido, isto é, a compensação pelo risco do investimento, pelo que a teoria económica a considera como uma parcela dos custos de produção. Só no curto prazo se pode manter um lucro anormal, pois tal situação atrai novas empresas ao mercado que fazem aumentar a oferta do produto e, consequentemente, baixar o seu preço, até este se estabilizar ao nível do mínimo custo unitário. Com efeito, em concorrência considera-se como sendo livre a entrada e a saída das empresas no mercado. Ora, se o preço do produto for mais elevado (P1) e tal gerar um lucro anormal (isto é, acima da taxa normal de lucro), novas empresas entrarão para esse mercado, fazendo baixar o preço do produto. Caso o preço desça excessivamente (P3), algumas empresas abandonarão o mercado porque esse preço não cobre os seus custos de produção e, tal facto diminuirá a oferta fazendo aumentar o preço do produto no mercado. Estes sucessivos BIBLIOGRAFIA FRANK, R. e B. BERNANKE; 2003; Princípios de Economia; Lisboa: McGraw-Hill KRUGMAN, Paul e Robin WELLS, Microeconomics; second edition, 2008 KRUGMAN e OBSTFELD, International Economics: Theory & Policy, 9th Edition, 2008 Varian, H.; 2003; Intermediate Microeconomics; London: W.W. Norton & Company
Figura 3
ajustamentos de preço, no curto prazo, gerarão o preço de equilíbrio de longo prazo, o qual se situará em P4, onde não existem já incentivos à entrada ou à saída de empresas nesse mercado. Por isso, no longo prazo, a produção economicamente eficiente, isto é, o nível de produção que permite à empresa obter o máximo lucro, é Q4, sendo o preço de equilíbrio de mercado P4 e, nesta situação o empresário é remunerado à taxa normal de lucro, sendo nulo o seu lucro anormal (porque já incorporou essa taxa nos seus custos de produção). Decorre, por isso, desta situação concorrencial e da consequente descida dos preços de mercado, a importância cada vez maior que a redução dos custos de produção assume na estratégia competitiva das empresas. Conclusão À excepção dos mercados de concorrência imperfeita (monopólio, oligopólio, cartel, etc.), todos os mercados que sofrem a concorrência, mais cedo ou mais tarde, verão os preço dos produtos descer. Convém também não nos esquecermos que a economia portuguesa se define hoje como uma pequena economia muito aberta ao exterior e, por isso muito exposta à concorrência. O fenómeno da globalização tem contribuído para que os preços dos bens e serviços em concorrência sejam cada vez menos fixados nacionalmente, e cada vez mais sejam fixados internacionalmente. A liberalização do comércio internacional tem provocado um decréscimo no preço dos produtos comercializados. Assim, é importante que os empresários
estejam atentos à evolução dos mercados e, sobretudo, que estejam preparados para o principal desafio colocado pela globalização: a descida do preço dos produtos e serviços. Este desafio só tem uma forma de ser enfrentado e que é através da diminuição dos custos de produção, porque, globalmente, somos forçados a concorrer com economias que têm vantagens competitivas muito superiores à nossa, em termos de custos de produção (quer no que se refere a custos de mão de obra, quer no que se refere aos denominados custos de contexto, como seja, por exemplo, o caso da energia ou dos combustíveis). A diminuição dos custos de produção é, para a maior parte das empresas portuguesas, a única solução para não serem obrigadas a encerrar as suas portas, mediante a descida dos preços dos produtos. Tal solução tem que ser obtida pela racionalização da gestão, pela afectação eficiente dos recursos disponíveis e/ou pela maior incorporação tecnológica nos produtos comercializados. Mas, para deixar uma mensagem de esperança, a qual é hoje tão necessária, devemos olhar para o fenómeno da globalização também como uma oportunidade. Com efeito, a globalização tem-se revelado como uma oportunidade para aumentar a eficiência das empresas, para ampliar os mercados, para gerar economias de escala e para beneficiar os consumidores, aumentando, assim, o bem-estar social. * Professora no Instituto Politécnico de Beja ** Formador e ‘Trainer’. Consultor em Formação e ‘Training’. Consultor em Gestão de Empresas.
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NotĂcias FPAS
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Visita do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária No dia 2 de Julho, a ACPA teve a honra de receber a Direção do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAVE), composta pelo Presidente e dois Vogais, acompanhados pelo Investigador Eng.º Inocêncio Seita Coelho, responsável pela equipa que colabora no projeto “ Recu-
peração do Montado de Sobro e Azinho no Concelho de Ourique”. Esta visita teve como principais pontos de interesse dar a conhecer o referido organismo e os seus trabalhos desenvolvidos, assim como verificar possíveis parcerias com agentes locais de forma a contribuir para o
desenvolvimento sustentado destas regiões. Como programa, a ACPA organizou uma visita guiada a uma exploração de Porco de Raça Alentejana associada e a duas importantes unidades de abate e transformação existentes na região, a Montaraz de Garvão e o Matadouro do Litoral Alentejano.
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Alentejana Alentejana || Raças Raças Autóctones|||||||||||| Autóctones|||||||||||| VII Congresso Mundial do Presunto - 28 a 31 de Maio 2013 Tem decorrido com bom ritmo intensas reuniões e muitos trabalhos de preparação do Congresso Mundial do Presunto, que decorrerá na data apontada. O Congresso contará com inúmeras personalidades expert na área do presunto e do porco. A Raça Alentejana está grandemente empenhada, a Câmara Municipal de Ourique é o parceiro de eleição e sente-se nesta autarquia o entusiasmo e a vontade que esse próximo evento seja uma oportunidade para o sector com o sucesso a que estas organizações nos habituaram. O Prof. José Luís Tirapicos Nunes, grande conhecedor
da indústria de transformação de presunto, estando desde logo ligado às origens do Presunto de Barrancos, e grande referência em Portugal, está a presidir ao Conselho Científico que tem mantido reuniões de trabalho com todas as Universidades Espanholas.
Feira de São João – Évora
Entre os dias 22 de Junho e 1 de Julho, decorreu em Évora, a tradicional Feira de São João. Este ano, o evento contou também com a organização de uma Exposição Pecuária Regional, no espaço do antigo Iroma,
organizada pela AJASUL – Associação de Jovens Agricultores do Sul. O objetivo desta exposição foi devolver um espaço eminentemente agrícola e agropecuário a esta feira que permita divulgar, promover e mostrar uma das áreas fundamentais da economia local, para além de fazer deste espaço um ponto de encontro de negócios e união da Agricultura e Pecuária do Alentejo. A convite da AJASUL, a ACPA não poderia deixar de estar presente. Durante o evento foram desenvolvidas atividades no âmbito da Promoção e divulgação do Porco de Raça Alentejana, assim como dos seus produtos derivados com Nome Qualificado dos quais a ACPA é entidade gestora como o “Presunto ou Paleta do Alentejo DOP”, “Presunto ou Paleta de Barrancos DOP”, “Presunto ou Paleta de Santana da Serra IGP”, “Presunto ou Paleta de Campo Maior e Elvas IGP” e “Carne de Porco Alentejano DOP”.
Nova sede ACPA
Os trabalhos que arrancaram em Julho estão a decorrer a bom ritmo. A nova sede no centro de Ourique é uma obra que virá desbloquear as atividades da ACPA, permitindo uma nova reorganização perante o espaço.
Produtos Qualificados em concurso
A Montaraz foi premiada com Medalha de Ouro, durante a Feira de Santarém com Presunto e Paleta Santana da Serra IGP. A extraordinária qualidade deste produto arrebatou os prémios, afirmando a alta qualidade que apresentam. Suinicultura 59
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Melhor vara da Montanheira 2011/2012 - Fundação Eugénio de Almeida
António Baena, da Barrancarnes recebe medalha de ouro do IV Concurso Nacional de Presuntos
ancpa – Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano
Feira da Luz – Expomor 2012 Especialistas reunidos em Montemor concluem que a diferenciação e as normas de comercialização são fundamentais para a recuperação do sector do Porco Alentejano. O sector do porco alentejano esteve em exposição durante a Expomor – Feira da Luz 2012, em Montemor-o-Novo, com várias actividades representativas de toda a fileira. O evento foi organizado pela ANCPA – Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano em parceria com a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo e a APORMOR. As dificuldades que o sector do porco alentejano atravessa desde 2008, com a queda significativa de margem para a produção e preocupante abandono da actividade, com consequente redução drástica do efectivo nacional desta raça autóctone, foram o grande tema de discussão, com enfoque na busca de soluções. A discussão foi enriquecida com a presença da produção nacional – ANCPA, e produção espanhola - AECERIBER, das indústrias Barrancarnes e Senorio de Montanera, do Ex.mo Director Regional de Agricultura e Pescas, Eng.º Francisco Murteira e pela Directora Adjunta do Gabinete de Planeamento e Politicas, Eng.ª Cláudia Costa. Foi unânime, entre os presentes, que o Porco Alentejano produzido de forma extensiva proporciona produtos únicos e de grande
valor, e que só as estratégias de diferenciação para o mercado podem representar uma mais-valia e uma sustentabilidade sólida para a fileira. Ficou claro que a confundibilidade para o consumidor das expressões porco ibérico e porco preto têm sido responsáveis pela degradação dos mercados de qualidade. No país vizinho a norma de qualidade espanhola deve ser melhorada, e em Portugal devem surgir normas de qualidade e comercialização que impeçam que qualquer porco esteja no mercado com o nome de porco preto. Esta necessidade foi reconhecida pelos intervenientes ao ponto de todos se comprometerem em encontrar a forma mais eficaz e célere para o desenvolvimento das referidas normas. O Presidente da ANCPA Eng.º Luís Bulhão Martins, acrescentou ainda a necessidade de ajudas para o sector ao nível do próximo quadro de apoios e reforçou a necessidade da produção encontrar medidas para a melhoria da eficiência produtiva, de forma a responder à principal ameaça à produção, que é a constante subida das matérias-primas e outros factores de produção. Durante a feira esteve sempre aberto um espaço de degustação dos produtos do Porco Alentejano, com mais ênfase para os Presuntos produzidos no Alentejo e para a Carne de Porco Alentejano. Foi realizado mais um
concurso Nacional dos Presuntos do Porco Alentejano, na sua IV edição, com a presença de quatro indústrias a concurso. O primeiro prémio foi atribuído à Barrancarnes S.A. – Casa do Porco Preto, ficando em segundo e terceiro as empresas Miguel e Miguel e Boleta Barranquenha, respetivamente. A VI Exposição de animais e Concurso de Alfeiros enriqueceram a qualidade do evento e garantiram a constante presença dos produtores na Feira. Com 10 criadores a concurso num total de 50 alfeires, a classificação foi a seguinte: 1º Classificado, Herdeiros de Manuel Joaquim Costa, 2º Classificado, Sociedade Agrícola Herdade do Pigeiro Lda. e em 3º Classificado a Sociedade Agrícola Tello Gonçalves Lda. Como é tradição na Feira da Luz/EXPOMOR a ANCPA atribui anualmente os prémios referentes à montanheira passada sendo os distinguidos para a categoria de Melhor Vara de Montanheira a Fundação Eugénio de Almeida e para a categoria de Melhor Vara de Reposição o criador José Carlos Fialho. Esteve aberto mais um ano o restaurante do “Porco Alentejano – a melhor carne do mundo”, em parceria com a ANCPA -Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, que permitiu ao consumidor aprender ou confirmar o sabor Único da verdadeira Carne do Porco Alentejano.
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aim ciala comemora 15 anos No passado dia 13 de Julho, a AIM CIALA celebrou o seu 15º Aniversário na presença de todos os seus colaboradores,
fornecedores, parceiros técnicos (AIM Ibérica - Espanha e AIM Worldwide - Holanda), FPAS e entidades oficiais do concelho de Santiago do Cacém. A celebração decorreu no Monte do Giestal - Casas de Campo & SPA, unidade de turismo rural recentemente inaugurada na localidade da Abela, concelho de Santiago do Cacém. A AIM CIALA fundada em 2006, tem origem no CIALA, Centro de Inseminação do Litoral Alentejano, projeto do ASLA sa,
o qual foi inaugurado a 12 de Julho de 1997. O CIALA iniciou a atividade na 2ª quinzena de Outubro de 1997 com 20 varrascos, para fornecimento de doses seminais aos acionistas do Agrupamento de Suinicultores do Litoral Alentejano. Atualmente, a AIM CIALA dispõe de 250 varrascos distribuídos por 2 Centros de Inseminação Artificial, com uma capacidade de produção mensal de 45 000 doses seminais. Suinicultura 61
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DuPont Industrial Biosciences
Novo site destinado a ajudar os produtores de suínos a terem rentabilidade
A produção de suínos lucrativa é um desafio cada vez maior, especialmente num ambiente tão volátil quanto sujeito a regulamentação. As três principais áreas a ter em atenção na tentativa de gerir a volatilidade dos preços das matérias-primas são: a minimização dos custos da eliminação de purinas, a manutenção do bom estado de saúde e a uniformidade dos animais. Estas áreas foram identificadas como as mais importantes para melhorar a rentabilidade do produtor. Focada nestas linhas de orientação, um novo site www.pigcompass.com foi desenvolvido pela Danisco Animal Nutri-
tion e no seu lançamento público efectuado no World Park Expo, em Junho de 2012, expôs as questões decorrentes de tais de-
safios, com a finalidade de ajudar os produtores. Gwendolyn Jones, Responsável Técnico de Suínos para a Danisco Animal Nutrition disse: “a nosso objetivo é ajudar os suini-
cultores a permanecer no rumo da produção rentável e de uma forma sustentável. A ideia para o novo Website nasceu de uma decisão de concentrar os nossos esforços em oferecer soluções nutricionais saudáveis para os principais desafios encontrados na indústria suinícola. A desejo de investigar melhores formas de superar os desafios do sector, impulsiona os nossos processos de inovação e melhora os serviços que podemos oferecer aos produtores de suínos. “Aceda a www. pigcompass.com para mais informações e inscreva-se para receber notícias e artigos actualizados.
Para publicação imediata
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Empresas
10 a 13 de Outubro Assembleia-Geral OIPORC
Cancun, México
12 a 15 de Outubro Tecnopecuária
Exposalão, Batalha
25 e 26 de Outubro XXXIII Simpósio Anual ANAPORC
Pavilhão do Conhecimento, Lisboa
12 a 15 de Março
II Simpósio Internacional sobre gestão de resíduos agro-pecuários e agro-industriais
São Pedro, SP, Brasil
19 a 22 de Março FIMA Ganadera
Saragoça, Espanha
24 a 28 de Abril XXX Ovibeja
Beja, Portugal
28 a 31 de Maio
VII Congresso Mundial do Presunto
Ourique, Portugal
31 de Julho a 2 de Agosto
III Congresso OIPORC XV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura
Gramado, Brasil
Para mais informações consulte o Calendário de Eventos em www.suinicultura.com
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Reuniões, Congressos & Seminários
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Próximos Eventos
III Simpósio Internacional de gestão de resíduos agro-pecuários e agro-industriais O Brasil é um dos maiores produtores agropecuários e agroindustriais do mundo e tem nessas atividades um de seus pilares de desenvolvimento. Essa A city with much to offer andtraz well- Una ciudad llena sociais de atractivos Une ville pleine d´attraits offrant condição benefícios e econômicos, mas connected by road, rail and air y buenas comunicaciones de bonnes communications Zaragoza est une ville moderne, de moambientais para esse desenvolZaragoza is também a medium-sized, desafios modern, Zaragoza es una ciudad moderna de ta-que dynamic, welcoming city with much to maño medio, dinámica y acogedora, con yenne dimension, dynamique et accueioffer in the fields of cultures, entertain- una oferta de grandes atractivos para llante avec une offre attractive pour les vimento ocorra considerando a sustentabilidade das ment, leisure activities and shopping: sus vistantes, tanto en el ámbito cultural visiteurs dans le domaine culturel ainsi que celui de la diversion, des loisirs, with important monuments in different como en el de diversión, ocio y compras: des achats; importants monuments de styles, museums, theatres, restaurants importantes monumentos de diferentes cadeias produtivas. Portanto, os resíduos gerados de- resdifférents styles, musées, théâtres, with all type of specialities, new shop- estilos, museos, teatros, restaurantes de taurants de toutes les spécialités, cenping centres, lively night spots and a todas las especialidades, novedosos nú- tres commerciaux nouveaux, quartiers vemof hotels ser ofgerenciados comanimadas basezonas nosdeprodutos dounconhecomplete network all cate- cleos comerciales, animés où prende verre le soir et un gories. copas y una completa red de hoteles de réseau complet d´hôtels de toutes les catégories. todas las categorías. cimento, garantindo decisões fundamentadas e válidas A privileged location Una situation privilégiée Positioned at the center of the most dy- Una situación privilegiada namic axes ofadevelopment Spain, it Ubicada en el centro de los ejes de ma- Située au centre des axes principaux de longo inprazo. has excellent air, motorway and rail con- yor desarrollo de España, cuenta con plus grand développement d´Espagne, elle possède des communications prinections, including the AVE (high speed unas comunicaciones privilegiadas por vilégiées par sustentabivoie aérienne, par réseau A fim de contribuir paray ferrocarril, a almejada train). via aérea, red de autopistas ferroviaire comprennant le Train Grand incluido el tren de alta velocidad AVE. Vitesse AVE. lidade agropecuária e agroindustrial a Sbera tem o prazer de realizar o III Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais – III Sigera. O III Sigera proporcionará a interrelação desses dois elos com a temática ambiental, contribuindo para perpetuação do país como grande produtor de alimentos. O evento ocorrerá de 12 a 15 de março de 2013 na cidade de São Pedro-SP. Informações podem ser obtidas no endereço http://www.sbera.org.br/sigera2013/. Os Eixos Temáticos do III Sigera serão: tecnologias de tratamento de resíduos, uso dos resíduos como fertilizante, impactos dos resíduos nos sistemas água-solo-ar e planta, produção de energia a partir de resíduos e sistemas de gestão de resíduos.
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Feria Internacional para la Producción Animal International Animal Production Show Internationale Ausstellung fur Tierzucht und-haltung Salon International de l´Elevage Salone Internazionale per la Produzione Animale
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Feria de Zaragoza Autovía A-2, km. 311, E-50012 ZARAGOZA (España) Tel.: (+34) 976 764 700 | Fax: (+34) 976 330 649 www.figan.es
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Notícias FPAS
Actividades FPAS – 3º Trimestre 2012 Julho
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02 – Reunião INIAV/ACPA – Ourique 02 – Visita à Montaraz – Garvão 02 – Visita ao Matadouro do Litoral Alentejano (MLA) 10 – Reunião preparatório das Jornadas Técnicas da Feira do Montijo 11 – Reunião com empresa “Francisco Barrueco”, de Espanha - Sede – Lisboa 11 – Reunião de Direcção – Sede – Lisboa 13 – Reunião “Plataforma Peço Português, Apifarma, Lisboa 13 – Comemoração dos 15 anos do AIMCIALA – Santiago do Cacém 25 – Reunião de Direcção – Sede Lisboa 26 – Reunião preparatória XXXIII Simposio Anaporc - Lisboa
05 – Reunião de Direcção - Sede, Lisboa 07 – Reunião “Plataforma Peço Português, Apifarma, Lisboa 13 – Reunião APIC/IACA/FPAS – Preparação cerimónia Interprofesional 18 – Reunião Junta Directiva Oiporc – via Skype 19 – Reunião de Direcção - Sede, Lisboa 20/23 – Feira Nacional do Porco – Montijo 21– Assinatura do Protocolo de Entendimentoentre APIC/ IACA/FPAS 21 – Jornadas Técnicas Feira do Montijo 21 – Lançamento da Brochura “Bem estar animal - Montijo 26 – Reunião preparatória XXXIII Simposio Anaporc - Lisboa 28 – Reunião Grupo de Trabalho SIMREAP – DGADR Lisboa
Agosto 02 – Reunião de Direcção – Sede – Lisboa 30 – Presença na Feira da Luz a convite da ANCPA - Montemor-o-Novo
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