Pão Santoro de Pêga É um produto regional, típico do distrito da Guarda, particularmente da freguesia de Pêga. Daqui se expandiu depois a todo o concelho do Sabugal. É um pão de festas, mais concretamente da festa de Todos-os-Santos (facto que lhe originou o nome), época em que nestas terras é frequente os padrinhos oferecerem Pão Santoro aos afilhados, da mesma forma que noutras zonas do distrito da Guarda se oferece, Pão do Sabugueiro Pão tradicional da região de Sabugueiro, a aldeia que se situa a maior altitude em Portugal. Ao tratar das gentes da Beira, Joaquim Manuel Correia faz
pela Páscoa, o Bolo Folar da Guarda. A razão da oferta do Santoro é bem prova do estatuto que este pão tem,
em oposição ao pão escuro de centeio ou milho,
especial referência ao costume da cozedura do pão e do «desamuar do
considerado como a alimentação diária dos lavradores.
forno», dizendo que «sóbria a alimentação dos habitantes da, Beira (...). O pão
Já num livro de memórias se dizia: «os padrinhos mais
centeio (...), a carne de porco (...)». Também o pão foi durante muito tempo
pobres apenas dão bolos de vintém aos afilhados, que
objeto de «esmola» para a encomenda das almas, ritual comum em cerimónias
consistem em simples bolos de pão, cuja massa é
fúnebres «(...) um vizinho, quando o defunto deixa bens, distribui a cada pessoa presente, pedaços de pão centeio, que pobres e até ricos aceitam». Texto e foto: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001
NONA ARTE | MARÇO 2021 - 14
espalmada e untada com azeite antes de ir ao forno.» Texto e foto: Produtos Tradicionais Portugueses, Lisboa, DGDR, 2001