Noroeste na 21ª Fenasoja

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4 Editorial

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Expediente: Jornalista Responsável: Textos e Reportagens: Revisão Ortográfica: Fotos: Editoração Gráfica: Capa: Comercialização: Impressão: Tiragem

Luciano Mallmann Claudiomiro Sorriso e Jardel Hillesheim Clairto Martin e Claudiomiro Sorriso Franciele Madril Sandra Pasini e Márcio Wachholz Franciele Madril Núcleo Comercial EJN Zero Hora 4.500 exemplares

O caderno Noroeste na Fenasoja é um produto da EMPRESA JORNALÍSTICA NOROESTE LTDA, encartado no Jornal Noroeste do dia 29 de abril de 2016. CNPJ: 87687703/0001-18 Praça da Bandeira, 36 - Santa Rosa/RS Tel.: (55) 3512-5757 e 3512-6939 ejn@jornalnoroeste.com.br | www.jornalnoroeste.com.br

os 50 anos do nosso maior evento, a Noroeste não poderia deixar de inovar também. Nossos veículos de comunicação desenvolvem e desenvolverão uma intensa cobertura nestes dias. Montamos um espaço no Parque de Exposições, cuidadosamente pensado, com estúdio, área de recepção e redação para que possamos interagir com nossos ouvintes, leitores e internautas. O JORNAL NOROESTE segue nesta ‘balada’. Com a publicação deste especial NOROESTE NA FENASOJA, trazemos aos assinantes temas que dizem respeito ao desenvolvimento local e regional, com foco em ações que promovem entidades e pessoas de nossa Santa Rosa. São estas iniciativas que diferenciam a Fenasoja. Ideias que saem do papel e tornam-se vitoriosas pela energia das pessoas que aqui vivem. A cidade tem uma identidade peculiar. É formada por um povo solidário, guerreiro e, acima de tudo, voluntário, que abraça causas e bandeiras em prol da coletividade. Inúmeras são as ações com este foco. E a Fenasoja é um destes resultados positivos de envolvimento da comunidade. Aliás, ao longo de 45 anos – comemorados em 2016 – a Empresa Jornalística Noroeste também tem agido desta forma, ligada na comunidade, dando aos movimentos vez e voz. Neste especial, focamos o desenvolvimento do nosso maior evento e destacamos o cenário dos

mais diversos setores econômicos e sociais de nossa terra. Abordamos a crise e seus efeitos, visivelmente vistos por aqui também. Também mostramos que, apesar das dificuldades e incertezas, é preciso continuar a caminhada, sem desanimar, em busca da retomada. E a Fenasoja, em sua 21ª edição, é um exemplo disto. Ela está aí, pronta para receber os visitantes, sejam eles meros espectadores ou futuros consumidores. Formatada para ser uma vitrine, é a oportunidade de mostrarmos nossa capacidade de produzir, criar, empreender e enfrentar crises. Nossa editoria foca também o desenvolvimento harmônico da cidade, com reportagens que apontam que para crescer é preciso planejar, pensar o futuro. Afinal, como queremos ser/estar na Santa Rosa centenária? Faltam apenas 15 anos. Desenvolver com ações planejadas e preocupadas com a mobilidade, sustentável e em harmonia com o meio ambiente é a regra. E que esta harmonia presente na organização de nosso maior evento, que envolve o cidadão e nossos líderes, seja permanente, assim como é o crescimento de nossa Fenasoja. Que possamos continuar focados no desenvolvimento, com este mesmo espírito comunitário dos nossos primeiros colonizadores. Vida longa à Fenasoja. Vida longa a Santa Rosa. Vida longa às iniciativas focadas no desenvolvimento de nossa gente. Que venham o futuro e seus desafios. Estamos preparados!



Nossa história,

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nosso futuro

ontador, especialista em Comércio Exterior, mestrando em Administração Estratégica de Negócios, contista, poeta. Este é Gerson Lauermann, o presidente da Fenasoja dos 50 anos, da feira que é uma marca do voluntariado de nosso município, de nossa gente. Sua história no principal evento da região começa, como ele mesmo afirma “quando me ‘ofereci’ para trabalhar na Comissão do Conesul, como era chamada à época”. Isso, na 17ª edição. O envolvimento com Argentina e Paraguai, com a FEBAP o credenciou a ser aceito nesta comissão, onde teve a oportunidade de presidir, a convite de Elemar Lenz. Na 20ª edição, Ângela Maraschin, a primeira mulher a presidir a Fenasoja, o convidou para ser seu vice. Hoje, depois de dois anos à frente da Comissão Central, vê que os esforços valeram à pena. Aí está mais uma Fenasoja, e com ela, o resultado de um trabalho de muitas mãos, e uma vitrine montado para destacar a pujança de nossa terra, de nossa gente.

JORNAL NOROESTE - Desde o anúncio de seu nome como presidente da 21ª edição até agora, foi um período de muito trabalho. Missão cumprida? GERSON LAUERMANN - Desde o dia que, junto com o Alexandre assumimos e missão de liderar a 21ª Fenasoja, efetivamente muita coisa foi realizada. Com o apoio do Cléo compusemos a Comissão Central, renovando em torno de 50% do quadro de presidentes. Muitos eventos realizados, tanto na cadeia da soja, quanto na área do entretenimento e divulgação dão a dimensão do tamanho do compromisso que é compartilhar a tarefa de executar a 21ª Fenasoja com esse time maravilhoso que é a Família Fenasoja. NOROESTE - A cada edição, um dos destaques da Fenasoja é a força da mobilização e do trabalho voluntário de nossa gente. Como você vê a dedicação voluntária dos que dedicam-se e atuam em prol do nosso maior evento? GERSON - Esta é uma característica muito particular da comunidade de Santa Rosa, que, temos a certeza, contribui para o desenvolvimento do nosso município, mas também do Estado e da Nação. A cada dia que passa mais pessoas se juntam ao grupo de 30 voluntários da Comissão Central. Possivelmente chegaremos a 400 durante a 21ª Fenasoja. NOROESTE - “Quem tem história cultiva o futuro”, o mote desta edição, que aliás, marca os 50 anos da Fenasoja. Qual a responsabilidade em organizar a feira tendo o fato de ser no ano de seu cinquentenário? GERSON - “Organizamos a feira do cinquentenário

mirando também pelo retrovisor dos 50 anos que nos trouxeram até aqui”. Entretanto, o pára-brisas e muito mais amplo e o que nos indica o que seguir, são os próximos 50 anos. Não se pensa Fenasoja somente sob a perspectiva da edição, mas, fundamentalmente, pensando também nas edições vindouras. NOROESTE - Como foi projetar a feira neste período crítico da economia do país? Quais as principais dificuldades da Comissão Central na composição do orçamento da feira? GERSON - Os momentos de dificuldades também têm valor didático. Aprendemos a realizar ações levando-se em conta as limitações de recursos e as também limitações em relação à captação. Mas, com parcerias, é possível reinventar muita coisa e realizar o evento, apostando, inclusive, em ampliação da área de exposição. NOROESTE - A exemplo de tantas outras edições, nesta feira a Comissão Central também pode contar com o envolvimento de lideranças políticas? Conte-nos esta experiência... GERSON - A Fenasoja caracteriza-se por ser um evento apolítico. Isso quando observado do ponto de vista político partidário. Mas, é ao mesmo tempo um evento político, pois interfere diretamente nas ações necessárias ao desenvolvimento local e regional, propiciando debates, confronto e complemento de ideias de todas as cores partidárias e também representativas de toda a sociedade. O apoio dos nossos representantes tem sido fundamental para que possamos buscar os recursos necessários para a execução da Feira e também para fortalecer o evento, a partir da rede de contatos e relacionamento com autoridades que eleva a relevância do evento. NOROESTE - Ao término de cada edição, a Fenasoja deixa para a comunidade usufruir, melhorias na infraestrutura do parque. O que ficará para a sociedade neste ano? GERSON - Uma quantidade importante de melhorias, muitas delas, depois de executadas, não são mais perceptíveis. Dentre as relevantes, o bloco A, o parquinho infantil, a rede de alta tensão que atenderá a praça das nações e as casas étnicas, o acesso asfáltico à Exporural. Outro elemento importante é as melhorias relacionadas à acessibilidade. Todos os espaços do parque podem ser acessados por pessoas portadoras de necessidades especiais. NOROESTE - Um dos destaques da Fenasoja é a integração com países do Mercosul. Como está esta relação e o que de especial estará ocorrendo na feira?

Gerson Lauermann GERSON - O trabalho nesta área tem sido continuado e com a melhoria da economia argentina em um contexto global, somado ao bom desempenho da economia paraguaia, nos dá a convicção de que superaremos os 6 mil visitantes estrangeiros. Outro elemento importante é a homenagem ao Paraguai, que será realizada pela Comissão de Relações Internacionais. NOROESTE - Mesmo diante do novo cenário que vivemos, qual a expectativa em relação ao volume de negócios para esta edição? GERSON - Temos convicção de que a safra que está correspondendo, contribuirá para a elevação do volume de comercialização dos R$ 69,7 milhões para R$ 80 milhões nesta edição. NOROESTE - Quais as novidades desta feira que o público terá acesso? GERSON - Um evento novo que está mobilizando diversos setores da economia e também da sociedade é o Encerramento Oficial da Colheita da Soja no Brasil. Também o App da Fenasoja, representa importante inovação. O pavilhão 14, para as empresas de serviços e a Cultura e Turismo migrando para a Praça das Nações representam quebra de paradigmas. A Arena de shows e muitas mais que traremos e, ainda, serão trazidas pelos expositores, farão um conjunto harmônico, comprometido com o resultado do evento. NOROESTE - “A história nos mostra um caminho de trabalho e conquistas”, diz o jingle da 21ª Fenasoja. Numa releitura deste verso, desta afirmativa, o que o presidente tem a dizer sobre a feira e seu legado? GERSON - Voltando ao tema do retrovisor e párabrisas, o caminho mostrado somente será ampliado se olharmos pelo pára-brisas e, com muito trabalho, merecermos as conquistas, que se somarão ao legado já construído. Mas, sem trabalho, muito pouco se consegue. E, tem mais valor ainda por tratar-se de trabalho voluntário.



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Em seu cinquentenário a Fenasoja mostra sua maturidade

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residente de Honra da 21ª Fenasoja, o empresário Álvaro Eidt tem orgulho da história da Feira, construída por homens e mulheres que tiveram em comum a paixão por esta terra e o desejo de transformar o evento em uma vitrine central da mostra de nossa produção. Ele presidiu a 14ª edição, ocorrida em 2002, e que foi marcada pela criação do “Espaço Xuxa Meneghel” (com a presença da santa-rosense no parque em um dia de homenagens), aquisição de 5 hectares de terra em parceria com a Prefeitura Municipal para ampliação da área do Parque de Exposições e a transformação da antiga pista de motocross em área para a Exporural, além da construção do Pavilhão 12, entre outras ações. Escolhido presidente de Honra da edição comemorativa aos 50 anos da Fenasoja, Álvaro destaca que o evento mostra, na prática, sua maturidade e que, apesar da marcante presença do voluntariado, é tratada por todos de forma muito profissional. “Cada voluntário quer dar o melhor de si, e esse é o encantamento. O encantamento de construir um projeto que represente a vanguarda da comunidade”, cita. Ele lembra que os principais desafios enfrentados em outras edições foram: a captação de

recursos, a construção de pavilhões, as inovações paralelas, tais como a Exporural e a Festa Etnia. Mas que tais desafios foram imprescindíveis para o crescimento das edições, pois foi possível ver a mobilização ainda mais forte dos agentes envolvidos, sem contar a participação do público. Em sua edição, em 2002, mais de 190 mil pessoas visitaram o Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson. “A captação de expositores, a realização de bons negócios, bons shows e a melhoria da infraestrutura do parque de exposições – em conjunto com a Prefeitura estão também entre tantos outros desafios que podem ser numerados. Cada edição teve o seu desafio e o seu brilho em particular. Mas o que deve se ressaltar é que cada edição é melhor que a outra. E isso se deve à soma do trabalho dos homens e mulheres desta comunidade que ao longo dos 50 anos de existência da feira, souberam dar o melhor de si, de forma pura e voluntária, para que a Fenasoja fosse sempre um sucesso total”, aponta Álvaro Eidt. O presidente de honra desta edição diz que espera que a Feira continue por muitos anos, que seja cada vez maior, que ela possa encantar cada vez mais as pessoas e que “continue resgatando a sua brilhante história, sem perder de vista o futuro”.

Álvaro Eidt



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Bolo de Legumes de Soja

Receita de Iara Lúcia da Silva – Boa Vista do Buricá Foto: Deise Froelich

Ingredientes da Massa

3 ovos 6 colheres (sopa) de farinha de soja 6 colheres (sopa) de farinha de trigo 350 ml de leite de soja 150 ml de óleo de soja 1 colher (sopa) rasa de sal 3 colheres (sobremesa) de açúcar 2 colheres (sopa) de vinagre 1 colher (sopa) de fermento em pó

Ingredientes do Recheio

1 cenoura crua ralada 2 salsichas picadas 1 pedaço de pimentão picado 1 cebola média picada 1 tomate inteiro picado 2 colheres (sopa) de milho verde cozido 2 colheres (sopa) de ervilhas cozidas Tempero verde (salsa, cebolinha, orégano) a gosto

Modo de preparo do bolo

Liquidifique os ovos, o leite, o sal, o açúcar, o vinagre e o óleo. Passe a massa para uma tigela e acrescente as farinhas de soja e de trigo, mexendo bem. Adicione o fermento em pó. Misture os ingredientes do recheio e adicione à massa. Coloque em uma assadeira untada com óleo de soja e leve para assar a 200ºC, durante 40 minutos, aproximadamente.

Oficinas de receitas na Cozinha da Soja

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Cozinha da Soja será uma opção para aprender a aproveitá-la como elemento de inclusão social e de enriquecimento da dieta nutricional. Isto deve-se a questões históricas relacionadas à importância do grão para a cidade, bem como sua relevância comprovada na alimentação humana. O espaço será totalmente equipado. No local será possível produzir os mais variados pratos à base de soja. Diariamente serão preparadas e degustadas receitas diversas com a oleaginosa como protagonista. Serão realizadas oficinas gratuitas de preparo de alimentos com os visitantes interessados em disponibilizar alguns minutos para se familiarizar com receitas práticas, fáceis e saborosas. Ao final destes encontros serão distribuídos livros de receitas entre os participantes e degustados os pratos elaborados. A ideia é diversificar e qualificar a alimentação das famílias, inserindo a soja de for-

Foto: Deise Froelich

ma complementar na alimentação humana. Os visitantes da Cozinha da Soja poderão experimentar a produção do dia preparada com o produto que dá nome à Fenasoja. A Cozinha da Soja será coordenada pela Administração Municipal de Santa Rosa, através do Gabinete da Primeira-Dama e da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres, pela Emater/RS-Ascar e pela Coopermil.

Festival quer incentivar o consumo de alimentos de soja A Comissão de Soja e Derivados promove o 2° Festival Regional de Pratos oriundos desta oleaginosa durante a 21ª Fenasoja. A iniciativa está sendo capitaneada pelos escritórios municipais da Emater e apoiada pelas prefeituras dos 45 municípios que integram a extensão rural. O objetivo é valorizar a soja produzida pela agricultura familiar que faz parte da cultura regional, além de incentivar a divulgação do consumo do grão de forma prática e saudável. De acordo com a coordenadora da Comissão de Soja e Derivados da 21ª Fenasoja, Vanessa Matraszek Gnoatto, após a seleção das receitas um livro será disponibilizado, exemplificando o uso do cereal para complementar a alimentação. A novidade é que as participantes trarão receitas de pratos típicos de seus municípios, acrescen-

tando a soja. “É uma forma de valorizar a culinária local, incluindo o grão”, destaca. Nessa edição da Fenasoja, o Festival de Pratos ocorre em um momento de integração entre os participantes que apresentam mais de 70 pratos, doces e salgados, mostrando verdadeiras delícias preparadas com esse ‘grão de ouro’. As inscrições são coordenadas pela Emater e Coopermil. Essas entidades apresentarão as receitas classificadas em cada município, nas categorias doce e salgado. Poderão participar da seleção agricultores ou trabalhadores da extensão rural, agroindústrias e escolas do meio rural. O Festival ocorre em três momentos: municipal, regional e final durante a Fenasoja. A entrada será limitada e os convidados receberão um convite para participar do evento.



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Produzimos 1,7milhão de litros de leite ao dia

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egundo levantamento da Emater/RS-Ascar, a região de Santa Rosa, que contempla os 45 municípios dos Coredes Fronteira Noroeste e Missões, é a segunda maior produtora de leite do Estado, com produção anual de mais de 652 milhões de litros de leite. Diariamente são produzidos, em média, 1 milhão e 700 mil litros de leite. “Em torno de 14 mil produtores da região vendem o leite para indústrias e queijarias e pelo menos 6 mil produzem para o consumo familiar, o que não pode ser desprezado, pelo que representa na soberania alimentar e na economia das pessoas”, revelou Ivar Wendling, pesquisador da Embrapa. Além disso, há 22 agroindústrias de derivados de leite na região. Conforme o engenheiro agrônomo Milton Racho, só na unidade da Coopermil, são recebidos diariamente 220 mil litros de leite, oriundos de mais três cooperativas, envolvendo centenas de agricultores. Mensalmente recebe mais de 7 milhões de litros, o que mostra a potencialidade dos produtores. O leite ainda é a principal fonte de renda para estes agricultores. “A produção leiteira é, hoje, para estas famílias, cerca de 90% da renda produzindo em média 150 litros/dia”, afirmou Milton. O grande desafio é aumentar a produtividade das propriedades. “A Coopermil lança durante a 21ª Fenasoja a campanha Coopermil, com intuito de potencializar a produção mensal de cada produtor”, afirmo. No projeto estão previstas assistências técnicas, buscando inserir o produtor em práticas benéficas para que cada um possa produzir três mil litros/mês. Aqui, predominam produtores familiares que têm na atividade leiteira uma forma mais estável e segura de renda. Embora se verifique o crescimento da produção nos últimos anos, constata-se também que muitos produtores encontram dificuldades e estão deixando o meio rural, principalmente os jovens.

Foto: Kátia Marcon

Neste contexto, é fundamental que se desenvolvam ações no sentido de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar e da pecuária de leite. Desde 2004, técnicos em extensão rural e pesquisadores de diversas instituições, entre elas a Embrapa, reuniram-se para debater e trabalhar o tema, resultando na criação de um Programa de Pesquisa-Desenvolvimento em Pecuária de Leite. Em função de um zoneamento e uma tipologia dos sistemas de produção elaborados por esse programa, constatou-se que na região mais próxima ao Rio Uruguai, contemplando aproximadamente 18 municípios, existe uma zona com certa homogeneidade em termos de ocupação e organização socioprodutiva no meio rural. As condições de relevo acidentado e solos rasos certamente condicionaram essas características, limitando a adoção de práticas convencionais inerentes à agricultura

moderna. Em função de suas características próprias, o projeto teve como base essa região, e os trabalhos tiveram como referencial teórico principal a metodologia de pesquisa-desenvolvimento. Ou seja, um processo cíclico e participativo de identificação de demandas, pesquisa, validação e, então, retroalimentação. Após a realização de um diagnóstico em unidades de produção previamente selecionadas juntamente com os produtores e uma reflexão coletiva acerca dos sistemas, foram elaboradas proposições que, posteriormente, foram colocadas em prática em Unidades de Experimentação Participativa. As propostas fazem parte de um redesenho das unidades produtivas, elaborado em conjunto pela equipe e produtores, visando conferir maior sustentabilidade aos diferentes sistemas, respeitando as particularidades de cada tipo.



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Construção civil prevê reação do mercado para 2018

setor da construção civil e do mobiliário de Santa Rosa desacelerou a partir dos últimos meses de 2014, por conta da crise econômica do país. O ritmo intenso e crescente da última década, que fez com que a construção civil gerasse mão de obra e desenvolvimento de Santa Rosa, não é mais o mesmo. Aliás, há bem pouco tempo atrás, faltava mão de obra qualificada. Grandes construtoras, empreiteiras e até mesmo pequenos empreendedores que apostaram na economia aquecida entre 2005 e 2015, viram o cenário mudar rapidamente. A exemplo do setor metalmecânico, há muitas demissões. Rescisões junto ao sindicato da categoria são diárias. Investidores, diante do cenário nada animador e cheio de incertezas, decidiram esperar. Conforme George Aléssio Volkweis, que desde maio do ano passado preside o Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário do Noroeste (Sinduscom), o setor está muito devagar e a perspectiva não é nada animadora. Em sua análise, a menos que aconteça algo de extraordinário no país, por conta de mudanças que possam vir na área econômica e de governo, somente em 2018 é que o cenário poderá dar sinais de crescimento. O dirigente lembra ainda que as dificuldades que atingem outros setores, como o metalmecânico, com baixa na produção e, por consequência, aumento de demissões, repercutem diretamente na construção civil. Segundo ele, é preciso uma ação mais direta do governo já que, o setor macro, depende, e muito,

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de ações de governo, como incentivos e linhas de financiamentos pois, sem estes recursos, não há como fomentar a construção civil. Aléssio destaca que, sem financiamento habitacional não há movimentação na área e, como consequência, a não adesão de investidores, que deixam de aplicar recursos em projetos para avaliar o cenário, gerando uma retração grande e que tem resultado direto nas empresas – independente do porte. Questionado se há crise no setor em Santa Rosa, mesmo com obras em andamento e projetos que não pararam diante do novo cenário econômico do país, o presidente do Sinduscom faz questão de ressaltar que muitos destes projetos que saíram do papel são resultados de negócios feitos há mais tempo, citando por exemplo, negócios fechados durante a Indumóveis. Integrante do Conselho Estadual da Construção Civil, com sede em Porto Alegre e que reúne 12 Sindicatos do Rio Grande do Sul, Aléssio destaca que este panorama foi traçado e amplamente debatido em reuniões na capital, onde os conselheiros, desde o ano passado, vêm ressaltando as dificuldades a serem enfrentadas, com um setor desaquecido, perdendo o ritmo e com desemprego. Ele acredita, no entanto, na força do empreendedorismo para enfrentar a crise, citando que o empreendedor é um herói pois, mesmo sem estímulos tem feito sua parte, com garra e desejo de um futuro melhor.


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Um parque de exposições invejável

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alco principal de eventos grandiosos como a Indumóveis Internacional, Encontro Estadual de Hortigranjeiros, o Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson, é palco mais uma vez da 21ª Fenasoja. O local conta com 12 pavilhões que abrigam expositores da indústria, comércio, serviços, artesanato, agricultura familiar, exposição de animais, pavilhão de julgamento e remates, além de palco para eventos, praça de alimentação, centro administrativo com auditório e sala de imprensa, Cozinha da Soja, Museu da Soja e a Praça das Nações que abriga as casas étnicas, tudo distribuído em uma belíssima área de 47 hectares. Mais do que um parque, um ambiente escolhido pela comunidade santa-rosense para passar nos finais de semana brincar com os filhos e matear com amigos e familiares. Em recente enquete do Jornal Noroeste, o local foi apontado como principal área de lazer dos santa-rosenses. O início da construção do Parque se deu em 1952, e de lá para cá, a cada ano novos investimentos estão sendo realizados no local. Em 2016 foram ampliadas para mais nove mil vagas de estacionamento, visando atender ainda mais os visitantes. Conforme o presidente de Infraestrutura da Fenasoja, Elias Dallalba, a feira realizou grandes melhorias no parque, como a construção de rampas de acessibilidade, inclusive na área de shows. Boa parte das melhorias contou com o apoio da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. O secretário José Miguel Chagas, passa a presidir a Comissão de Obras da Feira, e junto com sua equipe, realiza ajustes na parte elétrica dos pavilhões, além de melhorias nos gramados e poda de árvores e limpeza das áreas. Na área da Exporural foi construído um acesso

asfáltico, facilitando assim a visita do público ao espaço que destaca a agricultura e produção. Conforme Cléo Rockenbach, coordenador geral do evento, outro setor que ganhou atenção especial foi os banheiros. “Os sanitários foram reformados e serão mantidos limpos pelas equipes, garantindo assim que os visitantes recebam uma boa infraestrutura durante visita ao parque de exposições. Outra novidade apontada por Cléo é a instalação de bancos, que servirão para as pessoas descansarem durante o evento.

Fenasoja recebe mais de 600 expositores o que deve gerar uma comercialização de R$ 80 milhões só na área de indústria e comércio


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“Estamos preparados para o futuro” U

ma semente lançada ao solo e que, ao longo de cinco décadas foi sendo cultivada e dando frutos. Assim é a Fenasoja, que desde 1966, quando ocorreu a primeira edição, até hoje, é palco de grandes negócios. Um dos maiores eventos do interior do Rio Grande do Sul, a feira, tem em sua marca o voluntariado, que traz consigo, o desejo de fazer mais, a cada edição. Coordenador da feira, desde 1998, quando da realização da 12ª edição, Cleo Rockembach, 63 anos, destaca que a Fenasoja é uma agência de desenvolvimento, e, a cada edição, por sua dinâmica, busca evoluir, junto com as tendências de mercado, e, assim, suprir o que os expositores e comunidade esperam dela. Administrador de Empresas e pós graduado em Marketing, ele lembra que, da 1ª edição, realizada em 1966 e presidida por Willy Klaus, até a 8ª edição, a feira era promovida e organizada pela prefeitura de Santa Rosa. Antes da realização da 9ª edição, em 1992, presidida por Herberto Werner, o então prefeito Alcides Vicini, junto com outros ex-presidentes, propôs a transformação da Fenasoja para uma entidade jurídica, dando assim uma maior agilidade para a organização e realização daquela edição e das próximas que vieram a ser realizadas. Também, decidiu-se que, para não haver concorrência entre Fenasoja e Fenamilho (de Santo Ângelo) não ocorreriam nos mesmos anos, passando a ser intercaladas no calendário de eventos, como forma de dar tranquilidade aos organizadores, patrocinadores e expositores. “A partir da decisão tomada em 1991, numa iniciativa de Alcides Vicini, 9ª Fenasoja e o então prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres, ficou acertado que a Fenasoja seria realizada nos anos pares e a Fenamilho em anos ímpares”, lembra Cleo. Sobre a organização, ele ainda lembra que com o passar dos anos a Fenasoja foi - e vai – se adaptando à evolução da economia, do mercado, da tecnologia, definindo segmentos ou ações a serem exploradas como foco de cada edição. “Como é o caso da 21ª Fenasoja, onde se procurou dar ênfase à

Cleo Rockembach

cadeia da soja”, cita, ressaltando ainda que, a cada edição, partindo dos Presidentes, foi se moldando a feira como uma empresa, e sempre enfatizando o trabalho voluntário e a união como família. Nesta caminhada exitosa da Fenasoja, muitos desafios foram enfrentados, e vencidos deixando resultados favoráveis e imprenscindíveis, não só para a feira como também para a comunidade. Sobre os desafios Cleo Rockembach lembra alguns: a área do Parque que era bem menor que os 47 hectares atuais; do número de pavilhões disponíveis; da estrutura destes; do acesso ao Parque (pois numa visão futura foi construído numa área de mata virgem e agrícola, fora da cidade); das comunicações que eram precárias (a espera por ligações telefônicas, principalmente, que duravam horas, quando não dias para conseguir); dos deslocamentos dos integrantes da Comissão Central para outras cidades (Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo entre outras) na

“...as próximas também serão desafiadoras mas com lideranças focadas na mesma versatilidade para montar, organizar e conduzir as edições.

busca de apoios e convites a autoridades (viagens foram feitas de Kombi); da credibilidade do evento (pelo trabalho voluntário de pessoas da comunidade, a Fenasoja foi sendo conhecida e firmando posição como uma feira multissetorial). “A busca de espaços para locação, por parte de novos expositores, aumenta a cada edição. Podemos destacar que o problema de antes, como é o caso das comunicações, principalmente, hoje é uma grande aliada, para divulgarmos através da internet e redes sociais, para o mundo, a construção, formatação e programação de cada edição da Fenasoja”, destaca o coordenador. Sobre uma feira profissionalizada, ele aponta que isso foi assim desde a sua criação em 1966, pois as pessoas convidadas a ocuparem cargos nas Comissões, eram – e são - profissionais das áreas que compõem a Comissão Central. “Podemos frisar que, a partir da 9ª Fenasoja com a transformação da Fenasoja em entidade jurídica, as ações se tornaram mais ágeis, pois dependiam praticamente das decisões dos integrantes da Comissão Central, mas sem perder a voluntariedade das pessoas. Com a evolução e o crescimento da Feira, a partir da 11ª Fenasoja a contratação de funcionários se fez necessária, pois a continuidade dos trabalhos entre uma edição e outra era necessária. O que foi um diferencial para o crescimento da Fenasoja, modelo inclusive hoje copiado por outras feiras”, ressalta Cleo Rockembach, citando ainda o voluntariado como um dos principais ingredientes na receita de sucesso da Fenasoja. “Sabemos que o voluntariado em nossa comunidade é latente, pois com esta força e disponibilidade outros eventos, como Hortigranjeiros, Indumóveis, Oktoberfest, Festa das Etnias, Musicanto, são realizados em Santa Rosa. Na Fenasoja, em torno de 200 abnegados voluntários ajudam a construir e realizar cada edição, deixando de, muitas vezes, atender compromissos profissionais, familiares e de entretenimento, para cumprir os objetivos traçados para o sucesso da edição onde está inserido”. Sobre o futuro da Fenasoja, que comemora seus 50 anos, Cleo aponta que, a exemplo do que ocorre nesta edição presidida por Gerson Lauermann e nas anteriores, as próximas também serão desafiadoras mas com lideranças focadas na mesma versatilidade para montar, organizar e conduzir as edições.


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Desfile das Etnias será no domingo

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ma das principais atrações da 21ª Fenasoja programadas para o domingo, 01, a partir das 15h, será o Desfile das Etnias, com descendentes de imigrantes que fundaram a região. Vestidos com roupas típicas e músicas tradicionais, desfilarão alemães, africanos, italianos, russos, poloneses, árabes e, a novidade deste ano, a participação do movimento tradicionalista gaúcho de Santa Rosa, quando peões e prendas pilchados se apresentarão no evento. “Para nós é muito importante mostrar um pouco da cultura dos nossos antepassados, deste povo maravilhoso que veio colonizar e trouxe tantas riquezas para o nosso país”, afirma o presidente da Comissão de Etnias, José Carlos da Silva. A apresentação, que sairá de frente à Praça das Nações, deve durar em torno de duas horas, terá a participação de cerca de 100 pessoas, dando as boas vindas ao público que estará visitando o Parque de Exposições.


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Setor metalmecânico à espera de novos cenários

crise econômica do país, que chegou no campo, deixou também sua marca em um dos mais importantes setores da região: o metalmecânico. E o resultado da recessão é um expressivo número de demissões por conta da redução da produção. Fornecedoras de peças e implementos às grandes como AGCO do Brasil e John Deere, as metalúrgicas de Santa Rosa e região nunca tiveram um momento crítico como o atual, com queda drástica no faturamento, consequência da retração do mercado. E por mais que possa haver esperança, não há, pelo menos neste momento, perspectivas de melhora significativa a curto ou médio prazo. Segundo Ocimar Fellipini, secretário executivo do Simmmesr, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Metalmecânicas de Santa Rosa, grande parte das empresas está com dificuldades financeiras. Conforme levantamento feito por ele, as 120 empresas – de pequeno e médio porte – que fazem parte da base regional do Sindicato, empregavam em janeiro, 2.739 trabalhadores, número que ele projeta chegar a menos de 2 mil a partir de maio. Para se ter uma ideia do tamanho da crise que acabou gerando o desemprego, em janeiro de 2013, o setor contava com 3.806 trabalhadores contratados. Ele diz que, de 2008 para cá, nunca o setor havia passado por momento igual a este. Naquele ano, quan-

do ele realizou o primeiro levantamento, as indústrias tinham 2.641 empregados, número que oscilou sempre para mais nos anos seguintes. Ocimar cita que neste período, o setor esteve aquecido e investiu pesado na aquisição de maquinários de última geração para atender uma demanda que não parava de crescer, por conta, em muitos casos, do aumento das vendas de máquinas e equipamentos para o campo, através de incentivos do Governo Federal, com os programas Mais Alimento e Pronaf equipa-

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mentos agrícolas, entre outros. Depois, com cenários adversos e mudanças aplicadas, houve diminuição de incentivos e de recursos e, desta forma, diminuição da compra e por consequência, da produção. Há, segundo ele, empresas que, mesmo com dificuldade financeira e com pequena produção, mantêm funcionários de olho na retomada. Muitas delas estão com o chão da fábrica quase vazio e com máquinas de grande porte e custo alto, paradas, além da conta para pagar. Uma empresa, por exemplo, de oito tornos CNC, mantém apenas dois em operação, mas com uma alta conta para pagar. Ocimar também cita que há empresas tradicionais e de nome reconhecido que fecharam suas portas devido a crise e outras, que chegaram a ter 300 funcionários, atuando com apenas 50. Segundo dados da FIERGS, as perdas na produção industrial do Rio Grande do Sul continuam ininterruptas desde abril do ano passado, mas diminuíram de intensidade, conforme apontou a sondagem industrial de fevereiro. O indicador mostrou o maior patamar em 11 meses, de 45,7 pontos, comportamento semelhante ao emprego, que alcançou 45,4. A ociosidade no setor, porém, continua recorde, com um grau médio de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) de 62%. O índice de UCI em relação ao usual ficou em 34,7 pontos, ainda distante do normal para o mês.



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Quais os caminhos para o desenvolvimento regional?

m um momento tão delicado pelo qual passa o país, nos aspectos políticos, sociais e econômicos, é necessário também uma reflexão sobre o desenvolvimento de Santa Rosa e região. Afinal, qual nosso futuro? Como vamos crescer? Temos ou tivemos tantos projetos que seriam fundamentais para o desenvolvimento, mas que ainda não se concretizaram: Ponte Internacional Brasil-Argentina, hidrelétricas e ampliação do aeroporto, entre outros. Mas, por que grandes e importantes projetos ainda não saíram do papel? O que falta para que eles, enfim, possam se concretizar? Para o empresário da área da construção civil, Artur Lorenz, que já presidiu a Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (ACISAP), Agência de Desenvolvimento de Santa Rosa e atuou como secretário estadual de Ciência e Tecnologia, é inegável que a região apresentou crescimento nos últimos anos, talvez maior do que outras regiões, certamente não na dimensão que se gostaria, porém é necessário dar continuidade à luta e à mobilização por estas causas, estes projetos. “Temos como grande trunfo o espírito de trabalho e empreendedor de nossa gente, além de uma economia bastante diversificada, tendo como base o agronegócio, setor em que, ano após ano, experimentamos crescimento e aumento de produtividade. Talvez a maior dificuldade a transpor é a logística, nossa distância dos grandes centros de produção e de consumo”, cita Lorentz. Ele aponta que é preciso trabalhar por um projeto estratégico de desenvolvimento regional que possa superar dificuldades e priorizar ações que rapidamente respondam por mais emprego e renda. E para isso, sugere algumas ações que entende serem imprescindíveis, como o apoio à indústria metalmecânica, estímulo à inovação tecnológica, investimentos na infraestrutura regional e o fortalecimento da região como polo de saúde, além do apoio e estímulo à cadeia produtiva do agronegócio e da produção de energias renováveis. Para Artur Lorentz, ações neste sentido podem ser o diferencial e devem ser construídas através de um amplo debate pelas lideranças e, a partir daí, formar um plano de ação de curto e médio prazo para que possa se tornar realidade.

Artur Lorenz

Sugestões de ações em prol do desenvolvimento regional Apoiar a indústria metalmecânica, grande impulsionadora de emprego em nossa região, e setor com alta qualidade, reconhecida nacional e internacionalmente. “Devemos unir forças políticas para a criação de programas de governo que promovam a retomada da produção de máquinas e implementos agrícolas. Além disso, estimular a diversificação deste segmento, para que possa buscar novos mercados, não somente no setor agrícola”, aponta Lorentz. Estimular a inovação tecnológica e o empreendedorismo nas faculdades e universidades da região, dando condições para a formação de uma matriz econômica mais diversificada e com maior agregação de valor. Desenvolver ambientes de inovação. Priorizar ações de investimentos em nossa infraestrutura regional, na melhoria das rodovias e especialmente, na retomada das ferrovias, na ampliação do Aeroporto de Santa Rosa, na construção da Ponte Internacional Brasil/Argentina e na construção das usinas hidrelétricas. “Certamente este é o maior desafio, fundamental para nosso crescimento. É necessária união de esforços e força política para conseguir-

mos estes investimentos”, reforça o empresário. Fortalecer Santa Rosa e região como polo de saúde, aproveitando a excelência de nossos hospitais, clínicas e profissionais da medicina/odontologia/enfermagem. “Temos uma estrutura importante, que deve ser incentivada por instituições públicas e privadas, inclusive buscando consolidação de cursos de graduação e pós-graduação (medicina, enfermagem, técnicos de diversos segmentos)”, lembra Artur Lorentz. Apoiar o desenvolvimento de uma cadeia produtiva em energias renováveis, que já tem um importante embrião na produção de equipamentos de energia eólica e solar/ fotovoltaica, podendo ser importante alternativa para o segmento metalmecânico. Estimular o desenvolvimento da cadeia produtiva do agronegócio (grãos, suinocultura, produção de leite, hortigranjeiros, pecuária de corte), que “inegavelmente tem sido a grande alavanca do desenvolvimento regional, pelas características de nossas propriedades rurais, buscando cada vez mais sua agregação industrial”.



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Uma cidade planejada para o futuro D

epois de amplamente debatida, através de audiências públicas junto à comunidade e na Câmara de Vereadores, Santa Rosa teve aprovada, em julho de 2014, a expansão de seu perímetro urbano, de 42km² para 69km², um aumento de 66%. A proposta de delimitar o perímetro urbano, ampliando sua extensão, visa, entre seus objetivos, promover a legalização de loteamentos que surgiram nos últimos anos, muitos, ao longo das rodovias e em áreas consideradas rurais. Com isto, ficou possível definir o crescimento do município com criação de núcleos residenciais em direção à áreas como Guia Lopes, Bela União, fundos do Parque de Exposições, Rincão dos Rolim, entre outras. Além disto, demarcou espaços para instalação de novas empresas. Depois da aprovação, a prefeitura deu início ao processo de legalização dos imóveis localizados neste perímetro e novos empreendimentos foram projetados e surgiram. Segundo o prefeito Alcides Vicini, a definição do novo Plano Diretor Participativo, que culminou na ampliação do perímetro urbano, foi fundamental para que a cidade do futuro possa ser planejada, de forma harmônica e respeitando o meio ambiente, com sustentabilidade. Ele reforça o fato de ser este um projeto que integra as ações do “Plano 2031”, que visa projetar a Santa Rosa dos 100 anos. “São ações imprescindíveis para que possamos crescer e nos desenvolvermos de forma progressista e responsável”, diz. Estas ações passam pela Secretaria Municipal de Planejamento, que interage com as demais secretarias do Governo, como Desenvolvimento Sustentável e

Foto: Pacheco Fotografias

Mobilidade Urbana. “É preciso projetar a cidade, valorizar estas áreas e dar atenção para este crescimento, a fim de que a população e empreendedores destes locais possam ter suas demandas atendidas, além de ter acesso aos serviços básicos disponíveis à população”, cita Vicini, lembrando que a ampliação do perímetro em 66% e a definição de um Plano Diretor se faziam necessárias. “Hoje, já podemos visualizar nestas áreas o surgimento de novos empreendimentos habitacionais, com

loteamentos organizados e dentro das regras, proporcionando ao cidadão o acesso à moradia em ambientes dignos e com preços compatíveis”, ressalta o prefeito. Santa Rosa, que em 10 de agosto completa 85 anos de emancipação, tem uma área territorial de 453 km², dos quais, 69km² para o perímetro urbano. A construção do plano estratégico do centenário partiu da Agência de Desenvolvimento (AD) e envolveu Unijuí, Corede Fronteira Noroeste e Prefeitura, entre outras entidades e órgãos.



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Motivos para cultivar trigo

safra de verão mal acabou e o produtor precisa planejar a safra de inverno, definindo as áreas de cultivo, reservando sementes e demais insumos que farão parte da lavoura. Conforme a Emater Regional, só na região de Santa Rosa, a previsão é que 230.000 hectares de trigo sejam plantadas, o que indica uma expectativa de redução de 23% em relação a 2015. Há espaço também para pastagens e outras culturas favoráveis ao clima frio, que é típico da região sul do país. A Embrapa Trigo elencou uma série de motivos para que o produtor invista no cultivo do trigo, evitando deixar as áreas em repouso no inverno. A colaboração é do pesquisador João Leonardo Pires, responsável pelo projeto “Estratégias de manejo regionalizadas para a manutenção da viabilidade técnica e econômica da sucessão trigo e soja no sul do Brasil”. As áreas de lavoura com cultivo de grãos no verão, como a soja, o milho, o sorgo e o feijão chegam a 15 milhões de hectares no sul do Brasil, enquanto que a área com cultivo de inverno atinge somente cerca de 2 milhões de hectares. Além de improdutiva, a área em repouso acaba coberta por plantas daninhas que dificultam a limpeza da área para a semeadura de verão e geram gastos adicionais com dessecantes. A monocultura da soja, muitas vezes com cultivares de baixa produção de massa, tem deixado o solo descoberto após a colheita de verão, já que, diferente do milho, a palhada de soja se decompõe rapidamente após a colheita. O sistema plantio direto, muito utilizado na Região Sul, necessita de plantas, especialmente gramíneas, com capacidade de produção de grandes quantidades de palha. A cobertura do solo com culturas de inverno é fundamental para evitar a erosão e a lixiviação de nutrientes que são perdidos durante enxurradas.

A concentração de recursos numa única safra aumenta o risco de quebra com frustrações do clima ou oscilações do mercado. O indicado é diluir o custo de insumos, mão de obra e maquinário na diversificação de culturas que permitam mobilidade na receita e no investimento. O clima subtropical da Região Sul permite a intensificação do uso das áreas sem a necessidade ou obrigatoriedade de pousio. Além de otimizar as áreas, o cultivo de inverno movimenta o maquinário e aproveita a sobra residual de adubo aplicado no verão. Prática comum em algumas regiões tem sido aplicar toda a adubação no inverno e não adubar a soja, facilitando a implantação da cultura de verão somente com o uso de sementes. A rotação de culturas, principalmente gramíneas/leguminosas, também é uma das maneiras mais eficientes de controlar doenças e pragas na lavoura. Apesar de ainda controverso, o aumento do rendimento da soja após o trigo em comparação com siste-

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mas que utilizam pousio no inverno é resultado comprovado pela pesquisa. Isso é possível porque sistemas que utilizam trigo no inverno e soja em sucessão têm se mostrado mais eficientes no aproveitamento de nutrientes e tolerância a limitações do ambiente. Para atingir os bons resultados, o cultivo do trigo deve seguir as indicações técnicas com ajuste de tecnologias para cada realidade de produção. O Brasil dispõe de competência tecnológica para produzir trigo (conhecimentos e produtos) comparado aos principais países produtores mundiais. São mais de 100 cultivares disponíveis no mercado, defensivos e sistemas de produção indicados especificamente para a cultura em diferentes regiões tritícolas, zoneamento e seguro agrícola. Em constante evolução, a pesquisa investe em trigos mais tolerantes aos efeitos das intempéries do clima, como germinação na espiga, doenças fúngicas e déficit hídrico, que podem afetar a qualidade e o rendimento de grãos das lavouras.



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Mecatrônica forma primeira turma em 2017

om um investimento de R$ 4 milhões e resultado de um esforço coletivo de lideranças de entida des como ACISAP, SINDUSCOM e SIMMMESR, liderados pelo presidente do Conselho Consultivo do SENAI, Valdir Carpenedo, e com apoio irrestrito do então presidente da FIERGS, Heitor Muller, o curso técnico de Mecatrônica é uma realidade em Santa Rosa. Com aulas iniciadas em julho de 2014, envolvendo 140 alunos, o curso forma a primeira turma no primeiro semestre de 2017. São estudantes – a maioria profissionais do setor metalmecânico – vindos da região e que viram na novidade a oportunidade de ampliar seus conhecimentos em uma área na qual se alia tecnologia de ponta, eletrônica e tecnologia de informação na formatação de produtos, sistemas e processos melhorados. A coordenadora do curso, instalado nas dependências do SENAI Virgílio Lunardi, que precisou ampliar seus espaços para abrigar os modernos equipamentos, é Simone Moraes, que junto com o diretor da unidade, Alexandre Stein, atua na preparação dos futuros profissionais, que estarão aptos para o desenvolvimento de produtos inteligentes, sistemas mecânicos controlados por computador e sistemas robotizados. “Um técnico em mecatrônica pode trabalhar em indústrias automobilísticas, eletroeletrônica, de instrumentação industrial e mecânica, em funções de montagem, produção e implementação de projeto de sistemas automatizados de produção”, cita Stein, destacando a importância do curso conquistado para a região Noroeste e que, em grandes centros é muito procurado. Ele explica que o curso tem duração de 2,5 anos e é dividido em 05 módulos de 340 horas, sendo o último de estágio obrigatório. “Ao todo, o curso tem carga horária de 1700 horas, lembra Simone, reforçando que estes profissionais estarão aptos a trabalhar nas indústrias metalmecânicas, automobilística, eletroeletrônica e na prestação de serviços”. Neste período, entre teoria e prática, aprendem a controlar processos de produção, desenvolver proje-

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A CONQUISTA tos de automação e manutenção de máquinas eletromecânicas e automatizadas. Além disto, poderão desenvolver e fabricar peças mecânicas e prestar serviços como a elaboração de projetos, e a manutenção e integração da Automação Inteligente de residências e edifícios. Stein lembra que, para ingressar no curso o interessado deve ter idade mínima de 16 anos; estar matriculado no Ensino Médio, a partir da 2º ano, ou comprovar a conclusão do mesmo. O ingresso no curso se dá mediante inscrição prévia e efetivação da matrícula, que ocorre depois de atendidos os requisitos de acesso e apresentação da documentação exigida.

Em dezembro de 2011, na última edição do Almoço de Ideias, quase no encerramento da gestão de Pedro Barili frente à ACISAP, Heitor Muller, presidente da FIERGS era o palestrante. Foi surpreendido pela força da mobilização local que solicitava ao dirigente, a instalação do curso de Mecatrônica, uma novidade para o interior do Estado e que iria proporcionar a profissionais o acesso facilitado à sua qualificação e ampliação do conhecimento em um importante setor. Entidades como Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (SIMMMESR, Conselho Municipal de Desenvolvimento, Agência de Desenvolvimento e Associação Comercial, lideradas pelo empresário Valdir Carpenedo, pelo presidente do Conselho Consultivo do SENAI, uniram-se e abraçaram a causa. Quatro meses após o pedido, havia sido cumprido as primeiras normas estabelecidas. Heitor Muller havia afirmado que, acaso houvesse demanda, a FIERGS atenderia a solicitação. Para a instalação do curso e um moderno laboratório, apresentado à comunidade em 2014, foi necessária aquisição de modernos equipamentos e um investimento de R$ 4 milhões.



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Grandes shows a preço popular

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esde o anúncio da grade de shows, realizado em um evento na noite da quarta-feira, 09 de março, no Centro Cívico de Santa Rosa, a comunidade regional aguarda com grande expectativa os grandes sucessos que subirão ao palco da Arena Via Certa Financiadora. A programação que marca os 50 anos da Feira Nacional da Soja conta com nomes consagrados nos mais diferentes estilos musicais impressionou de forma positiva a todos que aguardavam as confirmações. A parceria com a produtora Massa Play, viabilizou a vinda de artistas de estilos diversificados. Tudo começa na noite da sexta-feira, 29 de abril, com Luiz Carlos Borges, seguido de Rogério Magrão e Banda. Na noite do sábado, 30 de abril, apresentam-se a Banda Massaschussets, Diego Lopes, Reação em Cadeia e Acústicos e Valvulados. No domingo, 01, será a noite do reggae com Chimarruts. Na segundafeira, 02, será a vez da Banda Indústria Musical. Na terça-feira, 03, o Parque de Exposições recebe o ‘Festchê’, que reunirá Elton Saldanha, Walter Moraes, Os Monarcas, Grupo Rodeio, César Oliveira e Rogério Melo. Na quarta-feira, 04 de maio, é a vez do sertanejo de Gustavo Lima e da música de Yuri Rodrigues e Robson Souza. Na quinta-feira, 05, Laura Schadeck, uma integrante do The Voice Kids, sobe ao placo e, após sua apresentação, é a vez de Fábio Jr comandar a festa, que promete muito romantismo. O funk não ficou fora e será a atração da sexta-feira, 06, com MC Guimê e de Valesca, contando ainda com o esquenta do MC JP. No sábado a dupla sertaneja Maria Cecília e Rodolfo se apresenta. A programação encerra no domingo com a Sunset Fenasoja, “A Festa das Co-

res”, com os DJs Gatty Mansur e André Sarate, quando serão distribuídos mais de 1.500kg de tinta para o público que participar do evento. Conforme a organização, é uma festa para a família e amigos. Vitor Dutra, presidente da Comissão de Promoções, não esconde seu entusiasmo com a aceitação da comunidade aos shows. “Buscamos disponibilizar grandes atrações a um preço especial através da parceria com a empresa Massa Play que oportunizou esta ampla programação”, destacou. Ele ainda afirmou que, ao buscar a Massa, a Feira foi muito bem aceita. “A produção levou em conta a bonita história que a Fenasoja tem com a comunidade e decidiu abraçar a Feira, trazendo grandes nomes com ingressos acessíveis”, afirmou. A entrada a cada apresentação será R$ 7,00. Grazi Corvello, diretora da Massa Play, confirmou o entusiasmo da empresa em participar desse evento grandioso que é Fenasoja.

Arena: Uma parceria entre Fenasoja e Via Certa Financiadora fez com que a feira investisse na montagem da rena Fenasoja. Uma estrutura com cerca de 15 metros de altura , toda coberta com uma lona especial, servirá de palco para as atrações. No local estão sendo disponibilizados camarotes e áreas vips. Mais atrações culturais: A Comissão de Cultura da 21ª Feira Nacional, presidida por Bernadete Carvalho, programa mais de 30 atrações musicais e culturais no Espaço da Cultura. As atividades estarão concentradas na Praça das Nações. “A Fenasoja estará oportunizando que artistas regionais mostrem seu trabalho durante os 10 dias do evento”, afirmou Beti.



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CAIXA liberou menos para o setor habitacional no ano passado

posicionamento do Sinduscom Noroeste quanto ao atual cenário econômico do setor é reforçado pelos números apresentados pela agência Santa Rosa da Caixa Econômica Federal. A exemplo do que ocorreu no país, em Santa Rosa também houve diminuição no número de contratos liberados para o financiamento habitacional. Pelo Programa Minha Casa Minha Vida, em 2014 foram 723 contratos assinados, número que reduziu para 218 no ano passado. Segundo Eloi José Reichert, gerente geral da agência central, houve retração expressiva no volume de contratações, motivada, principalmente, pela restrição orçamentária e pelo agravamento do cenário econômico. “Nos últimos dois anos o segmento imobiliário foi diretamente afetado pela retração da economia, refletindo em sensível diminuição no volume de transações imobiliárias intermediadas por financiamentos habitacionais”, destaca. Estes contratos, cujo volume de recursos a agência não disponibiliza já que o programa é gerenciado pelo Ministério das Cidades, foram firmados em grupo ou de forma individual. Na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, contratos que

são em grupo e em sua maioria composta por subsídios, foram 396 unidades em 2014 e apenas 19 em 2015. Nas faixas 2 e 3, que são contratos individuais – e que também contam com parcela de subsídios – foram 327 unidades financiadas em 2014, contra 199 no ano passado. Já em relação às linhas de crédito com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE),

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a Caixa Econômica Federal contabilizou a liberação de R$ 29,2 milhões em 2014, contra R$ 36,4 milhões no ano passado. Um levantamento feito pelo Jornal Noroeste, mostra que entre 2005 e 2012, a agência da CAIXA de Santa Rosa liberou R$ 160 milhões para o setor habitacional. O maior avanço havia sido entre 2008 e 2009, quando os valores liberados passaram de R$ 15 milhões para R$ 30 milhões (584 contratos). Mas, se há crise no setor e, por conse-quência, o desemprego, há também a dificuldade por parte do trabalhador no cumprimento de seus compromissos financeiros, entre eles, honrar o financiamento habitacional. Quanto a isso, Eloi José Reichert destaca que o índice de inadimplência sofreu alteração moderada, mas se mantém controlada. Ele aponta também que o principal reflexo do atual cenário foi o aumento do número de imóveis retomados pela CAIXA e que acabam sendo transacionados em leilões públicos para recomposição das dívidas geradas. Aliás, além da diminuição do ritmo na área habitacional, com construções de novas moradias em várias regiões da cidade, hoje é possível visualizar a grande quantidade de imóveis sendo colocados à venda em Santa Rosa. Cenário de um novo momento pelo qual passa o desenvolvimento do município.



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É durante a crise que se reage

egundo dados do IBGE, em 2015 o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%, o pior resultado desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996. A retração da economia atingiu setores produtivos e resultou em diminuição na produção e vendas e no aumento do desemprego. Em Santa Rosa, segundo dados da agência local do FGTAS/Sine, 9.369 trabalhadores foram demitidos em 2015. Como houve contratação ao longo do ano, de 8.311 pessoas, registrou-se o fechamento de 1.058 postos de trabalho no município, a maioria na indústria e construção civil. O setor do comércio foi um dos que mais contratou: 2.484 trabalhadores. Porém, ao longo do ano passado, demitiu, por conta do atual cenário econômico do país, 2.558 trabalhadores. Diante de crises, o comércio, costumeiramente, é o último setor a sentir os reflexos e, conforme Iriceu Uhlmann, assessor de Comunicação do Sindilojas Santa Rosa, é o que está acontecendo nestes primeiros meses de 2016. Tal situação se dá pelo fato de que, após a demissão o trabalhador tem a garantia do seguro-desemprego para os meses seguintes. Ao término deste período, e ainda sem emprego, ele parte para ajustes em seu orçamento. É neste momento que se dá a retração do consumo. “Passada a crise, o ciclo é o mesmo. Primeiro a indústria e os outros setores dão início ao processo de retomada, ficando para o final o comércio, já que, após voltar ao mercado, o trabalhador coloca suas contas em dias para, depois, investir na aquisição de bens e serviços. Ou seja, tanto no começo da crise, quanto na retomada, o comércio é o último a sentir os efeitos”, lembra Iriceu. Destaca que

é por isso que a direção do Sindilojas promove diversas atividades, como a criação das suas seccionais buscando a interiorização, mobilizando seus associados através de cursos, treinamentos e motivação, pois, lembra ele, é preciso reagir agora, durante a crise, para estarem preparados e motivados para o momento

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da retomada, fato que poderá ocorrer em breve. Para enfrentar os desafios destes períodos de ausência do consumidor nas lojas, o comerciante precisa usar a criatividade, planejar ações e estar pronto para a nova fase que se aproxima e, desta forma, vencer as barreiras.


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Mobilidade urbana na prática

anta Rosa está vivendo uma nova realidade no que diz respeito ao trânsito. A frota aumentou consideravelmente e a população também. Aliás, somos mais de 72 mil habitantes, com uma frota de 48 mil veículos, dos quais 28 mil automóveis. É preciso ações que possibilitem mobilidade com segurança. E elas estão sendo implementadas, segundo Carlos Augusto Lozekam, secretário municipal de Mobilidade Urbana. Ciclovias, prolongamento da Avenida América, pavimentação asfáltica, instalação de sinalizações e

melhorias no serviço do estacionamento rotativo, com a contratação de uma empresa especializada para sua execução, são alguma destas ações. Entre as melhorias em andamento, lembra o secretário, e que terão conclusão em 2016, estão as obras de asfaltamentos novos e recapamentos asfálticos de várias vias, proporcionando assim alternativas de rotas, tirando o trânsito intenso que hoje existe nas avenidas Expedicionário Weber e Tuparendi. “Outra obra importante que vem sendo executada é o prolongamento da Avenida América, projeto esperado pela comunidade e que será concluída e entregue ao trânsito – pelo menos uma via – em 60 dias”, destaca Lozekam. A chamada intervilas, via alternativa para ligar o centro da cidade ao Bairro Cruzeiro, desafogando assim a Expedicionário Weber, está prestes a ser executada. Conforme o secretário de Mobilidade, o asfaltamento só não foi iniciado devido ao período da safra, que está em pleno vapor. “Vários trechos desta via, que inclui as vilas Flores, Beatriz, Oliveira e Jardim, são usadas para o recebimento da safra de soja, encaminhada aos graneleiros das cooperativas São Luiz e Cotrirosa”, explica Lozekam. Mas o maior desafio do município na busca de proporcionar agilidade, segurança e qualidade no trânsito diz respeito ao fluxo

de caminhões com capacidade acima de 10 toneladas no centro da cidade. “É inadmissível que carretas e bitrens transitem lado a lado nas vias do centro de Santa Rosa. Lojas de material de construção, cujas cargas de cimento, areia e ferro, são pesadas, deverão alocar pontos de venda fora do perímetro central”, aponta o secretário. Carlos Lozekam diz que o tão sonhado Porto Seco ou área de transbordo de cargas – deverá sair do papel, através de parceria público privada, o que tornará a mobilidade urbana mais humana e segura. Outro fator importante em se tratando da qualidade do trânsito, segundo o secretário, é o estacionamento rotativo. Para ele, da forma como está concebido, usando um sistema online – ou seja, compra de créditos antecipados, atualização diária do saldo via email – proporcionou aos usuários mais tranquilidade. “Este sistema está dando certo. O usuário não precisa procurar o agente pois no momento que o mesmo constatar o veículo em uma vaga, imediatamente o tiquet é pago e o motorista está tranquilo, evitando guinchamentos”. Lozekam destaca que a quantidade de vagas existente é suficiente. “Algumas ruas hoje, pelo índice de ocupação – 8% durante todo o mês – tornam-se inviáveis economicamente”. Para concluir, aponta o fato de que foi preciso investir-se em semáforos para alguns trechos. “Neste ano teremos mais dois conjuntos instalados, sendo um na Avenida Expedicionário Weber – esquina com a Rua José Bonifácio – favorecendo assim os moradores das vilas Flores e Meinertz, disciplinando assim ainda mais o trânsito na avenida mais movimentada de Santa Rosa”. A outra será instalada na Avenida Tuparendi – esquina com a Rua Sergipe (após a saída dos ônibus da estação rodoviária pela Travessa Eugênio Marks.


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Aumenta procura por produtos orgânicos

s produtos orgânicos estão cada vez mais inseridos na mesa dos brasileiros. Isso porque, está ocorrendo uma mudança cultural e as pessoas estão em busca de saúde e qualidade de vida. Além do aumento considerável do consumo, registra-se também uma ampliação significativa na produção orgânica. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBD), um certificador brasileiro reconhecido internacionalmente, a produção orgânica no Brasil cresce 30% ao ano. São produtores com olhar atento ao mercado, em expansão, e que optaram em produzir alimentos sem o uso do agrotóxico. Os líderes de consumo são as hortaliças, café, açúcar, sucos, mel, geleias, feijão, cereais, laticínios, doces, chás e ervas medicinais. Na região Noroeste, a Cooperativa Central da Agricultura Familiar (Unicooper), que engloba mais de 1.200 agricultores associados, tem dado atenção especial para o tema. Com sua sede em Santa Rosa, a central reúne mais de cooperativas de pequenos agricultores, alguns des“As pessoas se deram ses, focados na produção orgânica. conta – tarde demais em muitos Segundo Paulo Kreutz, que há 15 casos – que se alimentar com anos decidiu largar a produção traorgânicos é cuidar da vida. dicional, deixando de lado o uso Os produtos são saudáveis e do agrotóxico em sua propriedade rural, hoje quem produz orgânutritivos e, muitas vezes, trabalhar, e muito. Primeiro, nico, mais do que optar por um indicado por médicos, a pacientes convencendo o agricultor a negócio, fez a opção por uma cauapostar no orgânico, depois, diagnosticado por câncer”. sa que é nobre. “Estes pequenos difundindo o mercado, de Paulo Kreutz - Presidente da Unicooper produtores viram que, ao deixar forma gradativa. Conforme de lado o uso do veneno, estão proPaulo Kreutz, até chegar a tegendo a si e a natureza pois ao usarem defensivos mesa do consumidor, o produto orgânico passa por biológicos não poluem a água, o solo, o meio ambien- um processo cuja seriedade e comprometimento é te. Além disto, eles têm orgulho em afirmar: isso aqui primordial. Os produtores orgânicos são avaliados, pasé um produto limpo e eu estou vendendo saúde aos sam por um processo de certificação participativa e, outros”, destaca. em grupo aprendem, debatem, planejam e seguem Kreutz, que é presidente da Unicooper, destaca que trâmites necessários. Formados em grupos, os próo mercado consumidor em Santa Rosa e região, a exem- prios agricultores, acompanhados de técnicos, fazem plo do que ocorre no país, está em expansão, tendo a verificação em propriedades para que, após análise, ainda muito espaço para crescer. “As pessoas se deram o produtor receba a certificação. conta – tarde demais em muitos casos – que se aliQuanto ao preço final, o presidente da Unicooper mentar com orgânicos é cuidar da vida. Os produtos diz que ele acaba, de certa forma, sendo mais caro de são saudáveis e nutritivos e, muitas vezes, indicado que os alimentos tradicionais pelo fato de seu procespor médicos, a pacientes diagnosticado por câncer”. so de produção, que demanda mais tempo e muita mão Mas segundo ele, nem sempre foi assim. Houve um de obra junto à propriedade. Quando se trata da linha tempo em que havia produção mas não havia consu- de fruti e hortigranjeiros, é o produtor que faz seu mo. Para que o quadro pudesse mudar, foi preciso preço, além do mercado que regula. Já na questão de

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cereais, como soja, trigo e milho, por ser produtos orgânicos, ao agricultor é pago 35% a mais quanto ele comercializa os grãos, ou seja, valor este repassado depois para o produto final levado à mesa do consumidor. “O agricultor é mais remunerado porque ele tem mais custos na produção, onde se inclui cuidados especiais que demandam tempo de trabalho e contratação de mão-de-obra”, explica. Kreutz destaca que na região Noroeste e Missões, são cerca de 70 famílias, em propriedades com menos de 10 hectares de área cultivada, que apostam nos produtos orgânicos e que, o número só não é maior por falta de novas tecnologias a serem implementadas no campo e que possam facilitar a produção dentro das pequenas propriedades, além da falta de políticas públicas mais claras para o incentivo à produção orgânica no país. Quanto a origem do produto, Paulo Kreutz lembra que a região exporta para outras regiões do estado e também para São Paulo, feijão, amendoim e farinhas, e recebe café, açúcar, sucos, compotas, erva mate e cereais diversos.


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O grão de ouro da região

produtor gaúcho só tem a comemorar. A safra de soja, que no dia 29 de abril, durante evento nacional realizado na 21ª Feira Nacional da Soja, será encerrada deve apresentar números superiores a 28,8 milhões toneladas do grão apenas no Rio Grande do Sul, conforme estatísticas da Emater/Ascar. O destaque é o aumento da produtividade e a área de plantio (5,4 milhões de hectares). A previsão de volume para a oleaginosa será recorde, com 16 milhões de toneladas. Para a economia gaúcha, a produção de grãos representa faturamento bruto de R$ 28,9 bilhões. Desse total, a soja responde por R$ 19,3 bilhões. Tarcisio Minetto, secretário do Desenvolvimento Rural, alertou para a redução na área total de milho, que caiu para 751.900 de hectares (menos 12,9% em relação a 2015), e para a perspectiva de recuo de 15,8% na produção. “A demanda do Rio Grande do Sul é na ordem de 6 milhões a 6,5 milhões de toneladas, enquanto a produção chegará a 4,7 milhões de toneladas”, alertou Minetto. “A defasagem é grande, com o agravante de que há escassez de estoque de milho no País, dado o grande volume exportado porque os preços do produto brasileiro são mais competitivos no mercado externo.” Minetto disse que o governo do Estado trabalha para criar um ambiente político de incentivo aos produtores. “Não temos uma receita, mas queremos ouvir as entidades”, disse, reforçando que o assunto tem prioridade na agenda da Secretaria. Os números divulgados pelo presidente da Emater/RS,

Clair Tomé Kuhn, referem-se ainda à produção arroz (7.934.783 toneladas) e à primeira safra de feijão (65.082 toneladas). Na Região Noroeste, que abrange 45 municípios in-

cluindo Santa Rosa, conforme o engenheiro agrônomo da Emater, Gilmar Francisco Vione, foram plantadas 711.528 ha, com cerca de 82% colhido, que apresenta uma produtividade média de 47 sacas/ha.


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ACISAP planeja os 100 anos

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Associação Comercial e Industrial, Serviços e Agropecuária de Santa Rosa (ACISAP) foi criada em outubro de 1931, dois meses após a emancipação da cidade, e completará, junto com o município 100 anos em 2031. A entidade traz em sua história, o envolvimento da cidade. Laboratório de líderes, a ACISAP tem atuado de maneira ininterrupta no planejamento de ações em prol da coletividade. Para a presidente, Cicília Liberali Paes, o histórico da associação comercial se mistura com a história da cidade. “Devemos valorizar as nossas raízes e nossa cultura. Para comemorar este centenário, precisamos primeiro olhar para trás, para o marco zero, fazendo um resgate de tudo o que aconteceu nesses últimos 100 anos. À partir daí, aproveitar esse momento para olharmos para os próximos 100 anos”, afirma. A presidente destaca que a entidade está agindo de uma forma estratégica, contando o presente e pensando no futuro. “Queremos valorizar o empreendedorismo e a competência. Buscar o caminho do desenvolvimento sustentável, isso na sua concepção mais ampla e para isso temos que planejar e executar ações hoje, para que tenhamos uma Santa Rosa, atraente a investimentos, sustentável e produtiva”, reitera. Ações buscam impactar as pessoas e outras entidades que não fazem parte do nosso corpo associado, mas que serão alcançadas com este desenvolvimento de forma direta ou indireta, beneficiando toda uma região. Cicília afirma que para chegar em 2031 com uma

Cicília Liberali Paes é a primeira mulher a presidir a entidade.

entidade forte e que pensa e projeta o futuro, é necessário conscientizar a comunidade regional e a classe empresarial da Missão e Papel da ACISAP nestes 100 anos. “Historicamente, ela era o grande o fórum de

discussões do comércio e da indústria da cidade em todas as iniciativas, e onde ficavam todos os registros em um fichário atualizado com nomes, profissão, domicílio e óbitos dos seus associados. Ao longo dos anos, suas ações em todos os projetos de âmbito municipal tiveram sua forte influência. Sempre encontraremos a participação da ACISAP atuando de maneira proativa focada no crescimento e desenvolvimento do município no decorrer da história”, destaca. Outra necessidade é posicionar, junto à classe empresarial, a evolução dos fatos e como articuladora e defensora dos interesses da classe e promotora socioeconômica da região. “É através da organização das diferentes áreas de atuação da entidade (Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária) que conseguimos entender de uma forma mais ampla e profunda quais são as reais necessidades daquele seguimento e deste diagnóstico conseguimos mobilizar e gerar a sinergia que é tão própria do associativismo. A partir destes grupos, empresários de um mesmo segmento juntam suas forças para resolverem seus problemas de uma forma inteligente”. Toda entidade que tem um impacto tão grande como a ACISAP no dia a dia da cidade, precisa se posicionar. “Se posicionar politicamente, nos principais assuntos da cidade, obviamente que tenham pertinência com os negócios ou com os assuntos que digam respeito aos associados que nós representamos. E em toda a pauta que tenha essa relevância, que tenha esse caráter de elevar a vida da cidade e dos nossos associados, temos o dever de participar dessa discussão”, Comclui Cicília Liberali.


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Polos industriais em busca do desenvolvimento

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os últimos anos, uma das características comuns que tem sido verificada no processo de reestruturação industrial é que pequenas e médias empresas estão se aglomerando em certos locais e regiões. Passam a desenvolver uma diversidade de relações sociais, baseadas na cooperação e parceria. Essa nova estratégia de desenvolvimento que tem como objetivo reestruturar o sistema produtivo, aumentar a geração de trabalho e renda, e melhorar o nível de vida da população, ao mesmo tempo que busca expandir e/ou fazer surgir o potencial de desenvolvimento social. Neste sentido, uma das chaves do sucesso para esse tipo de atividade reside na capacidade de cooperação entre seus atores ao intensificar as relações e os contatos entre os agentes, tanto na área produtiva como na institucional, favorecendo a criação de redes (formais ou informais), de modo a aumentar as sinergias locais e fortalecer a cooperação entre empresas, permitindo reforçar o caráter competitivo das pequenas empresas. Dessa forma, os municípios apostam na centralização dos espaços, buscando atrair indústrias e avançar no desenvolvimento. Santa Rosa possui exemplos disso. Há cerca de 20 anos instituiu o Polo Metalmecânico e centralizou um grande número de metalúrgicas. Outro projeto que está em andamento é o Distrito Industrial Ulrich Maske, que conta com área de 4,5 ha, divididos em 32 terrenos. Há 23 empresas, aos poucos, se instalando. Conforme o secretário municipal de Desenvolvi-

ambiental e será instalado em Guia Lopes, no interior de Santa Rosa. O projeto surgiu há cerca de dois anos por sugestão de um grupo de 15 empreendedores coordenados pela Unijuí, e disponibilizará cerca de três hectares para os investimentos. “O espaço é do município, onde no passado se cogitou a criação do FrigoAves. Como aquele projeto não andou foi substituído pela nova ideia”, disse. O COMUDE- Conselho Municipal de Desenvolvimento já aprovou a cedência de 20 terrenos, destes 15 já estão pré-definidos e o restante estará à disposição dos interessados. A parte documental deve ser concluída até o término de 2016, conforme previsão da Secretaria responsável.

mento Econômico, Marcos Scherer, a Administração trabalha para aprovar a documentação protocolada de forma ágil. “A instalação das empresas garantirá mais empregabilidade e renda à comunidade, o que justifica todo o empenho do município neste projeto”, afirmou. Ainda, conforme Scherer, do número de empresas apresentado anteriormente, apenas uma desistiu de se instalar na área, abrindo assim espaço para outra fábrica. “O restante está no processo de escritura de concessão e boa parte delas já iniciou a obra”, reiterou. Segundo o secretário, resta apenas um terreno que servirá de restaurante para o Polo, mas será ofertado aos interessados no futuro, para que se faça uma concessão. Outra ação em andamento é a criação do Polo Multissetorial, que está em processo de liberação

Aeroporto regional será em Santo Ângelo

Após três anos fechado para melhorias, o Aeroporto Regional Sepé Tiaraju, de Santo Ângelo, deve reabrir no dia 22 de maio. A informação foi confirmada pelo prefeito Valdir Andres, ao anunciar que a cidade voltará a receber voos. Inicialmente, serão domésticos, mas, a partir de setembro, a empresa Azul Linhas Aéreas deve iniciar os voos comerciais com destino a Porto Alegre. Para a inauguração haverá apresentação de um show nacional, que será divulgado nos próximos dias. O local recebeu investimento de R$ 5 milhões em obras de ampliação e alongamento da pista. O que falta agora é modernizar o terminal de passageiros.


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Educação Infantil dobra capacidade para atender demanda existente

os mais de 20 mil estudantes matriculados em Santa Rosa, nas escolas da rede pública e privada, da educação básica ao ensino técnico e superior, cerca de 3 mil são da educação infantil. As creches, como chamadas no passado, cumprem um papel importante na educação dos filhos das famílias trabalhadoras. A demanda é expressiva e cabe à Secretaria Municipal de Educação disponibilizar vagas para que, cada vez mais, este índice seja reduzido. A capacidade junto às Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIS) foi ampliada, com grandes investimentos por parte da administração municipal, a fim de reduzir a fila de espera por vagas. Após cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado entre prefeitura e Ministério Público, o atual governo ampliou a capacidade, investindo recursos públicos para que conseguisse mais do que dobrar a capacidade, já que, no início de 2012, eram disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação, 1,4 mil vagas. Conforme a Secretaria, comandada pela professora Elisa Marques Brutti, o preenchimento de vagas, para crianças na faixa de 4 e 5 anos foi atingido os 100% da meta ainda em 2015. Já para as crianças de zero a três anos, 2016 deverá fechar em um atendimento de aproximadamente 85% desta faixa etária. A preocupação na melhoria do atendimento e aumento da capacidade para atender a demanda na Educação Infantil junto aos municípios visa atender ao processo de acompanhamento específico na educação infantil iniciado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2008, que priorizou o exame das situa-

ções consideradas mais críticas em relação à necessidade de criação de vagas. No final de 2015, a Radiografia da Educação Infantil divulgado pelo órgão, apontou que precisam ser criadas 172.075 vagas na educação infantil no Rio Grande do Sul para atender à Emenda Constitucional 59/2009 e ao Plano Nacional de Educação (PNE). Do total, 98.287 mil corresponde à necessidade de oferta em creches e 73.788 na pré-escola. Segundo o estudo, para as populações em situação de pobreza, a oferta pública de educação infantil tem também o objetivo de assegurar aos responsáveis por crianças nessa faixa etária (de 0 a 5 anos) o efetivo direito ao trabalho pois, impossibilitados de custear estabelecimentos particulares de ensino, os familiares dessas crianças necessitam da oferta de vagas

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em instituição pública para que possam trabalhar, deixando os filhos em segurança. No Rio Grande do Sul, com base no Censo Demográfico de 2010, a população infantil de 0 a 5 anos representa 7,28% da população total. Em Santa Rosa, segundo o mesmo Censo de 2010, haviam 4.600 crianças nesta faixa etária. A preocupação do TCE/RS em fazer com que os municípios atendam a esta demanda é baseado em estudo elaborado pelo Núcleo Ciência pela Infância, denominado “O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem” que concluiu que a frequência à creche e pré-escola de qualidade têm efeitos positivos no desenvolvimento, aumenta o desempenho das crianças em exames padronizados, bem como melhora seu rendimento escolar e suas condições econômicas futuras. Mas para atender a este requisito, os municípios precisam priorizar e investir. Segundo a Secretaria de Educação de Santa Rosa, o município, para cada nova turma aberta, gera despesas com a merenda, professores, monitores e demais servidores e que este custo é bancado no primeiro ano pelo município, já que, conforme regra do Ministério da Educação, somente no ano seguinte, com os dados populacionais do Censo, é que o MEC passa a fazer a transferência de recursos para à administração. Para se ter uma ideia, neste ano, cerca de 1,5 mil crianças estão sendo atendidas pelo Governo Municipal com recursos próprios, já que estes novos alunos somente aparecerão nos números para o MEC, no ano que vem.



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Espaço da Cultura terá mais de 90 atrações Noite Cultural e de homenagens Neste ano a Fenasoja prestará homenagens para Anacleto Gioveli e Glotilde Bao, pelos trabalhos dedicados na comunidade santa-rosense e também pelo apoio e incentivo junto às edições da feira. “É uma forma da Fenasoja valorizar pessoas influentes e que têm um trabalho muito lindo à frente da comunidade”, afirma Bernade Carvalho. A homenagem ocorrerá na noite da segunda-feira, 02 de maio. Na mesma data, a feira entrega os prêmios dos Concursos Glotilde Bao Anacleto Gioveli Culturais de redação e fotografia. “Cabe ressaltar que no espaço trabalharão 12 voluntários em sua grande maioria servidores da Secretária da Cultura e Turismo de Santa Rosa, que dá apoio incondicional para a feira”, destaca. Foto: Deise Froelich

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Fenasoja aposta pela terceira edição consecutiva no Espaço da Cultura e Turismo. Neste ano, a área contemplada com a programação será a Praça das Nações onde se encontram as sedes das etnias. Conforme a presidente da Comissão, Bernadete Carvalho, a feira está atendendo a uma reivindicação antiga, ampliando ainda mais o espaço que também servirá de vitrine para 20 municípios da nossa região. Beti conta que os integrantes da Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa terão expostas suas potencialidades turísticas, como forma de divulgação e incentivo ao turismo regional. O espaço contará também com o SPA da Leitura, que tem parceria com a Biblioteca Olavo Bilac de Santa Rosa e da Associação de Escritores de Santo Cristo. Durante os 10 dias, será ofertado um espaço para os visitantes praticarem a leitura, além de acompanhar o lançamento de livros de escritores regionais. Não vai faltar cultura, pois na grade de programação do espaço estão incluídas 94 apresentações artísticas e culturais. Segundo a presidente do setor, artistas locais, regionais e argentinos participarão do evento, trazendo suas potencialidades na música, teatro e circo. A novidade é um grupo de danças tradicionalistas gaúchas que estarão em Santa Rosa. “Outras feiras poderão utilizar do espaço para realizar eventos de lançamento. No local realizaremos exposições fotográficas e Espaço da Cultura e Turismo painéis de debates”.

Concurso de Vitrines A presidente da Comissão de Cultura e Turismo da 21ª Fenasoja, Bernardete Carvalho (foto) coordena mais uma vez o concurso de vitrine e ornamentação de ambientes alusiva à Fenasoja, Os 11 participantes do concurso estão ornamentando suas vitrines baseados no tema “21ª Fenasoja – Quem Tem História Cultiva o Futuro”. O concurso tem por finalidades envolver plenamente a comunidade Santa-rosense no clima da feira; fortalecer a cultura de que a Fenasoja é uma feira de todos e não apenas dos que visitam o Parque de Exposições durante sua realização e intensificar cada vez mais as parcerias entre a Fenasoja e os diversos segmentos de nossa comunidade.

Teremos o Circuito Cultural

Impossível será passar pelo Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson, durante a 21ª Fenasoja, e não se encantar com o Circuito Cultural. O evento promovido pelo espaço de Cultura e Turismo levará para as ruas do parque alegria, música, dança e interatividade. A programação será diária, e nos finais de semana se intensificarão. Artistas circularão pelo parque, com o apoio de um carro de som e levarão para todos os visitantes um momento a mais de cultura e diversão.




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