OUTUBRO 2016
NÚMERO: 09
TREINA+
MELHORANDO A
CONSTRUÇÃO DO E-LEARNING CORPORATIVO UMA VISÃO SOBRE PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS PARA E-LEARNING
EDI ÇÃO EXCLU SIVA
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CONTEÚDO O DESAFIO DA CONCISÃO Como abordar tudo que é necessário com limitações de tempo e orçamento?
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A IMPORTÂNCIA DO “CAMINHO” Dados apurados em empresas sobre o acesso aos conteúdos pelos treinandos.
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MAPAS DE CONTEÚDOS O que são e para que servem os mapas de conteúdos.
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CASA DE FERREIRO... Como não cair no ditado popular e levar adiante os projetos de educação corporativa.
PÁGINA 10
CONTEÚDO E DIAGRAMAÇÃO / E-LEAD+ - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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OLÁ!
Nessa edição trazemos um pouco da nossa experiência com o e-learning corporativo para auxiliar nossos leitores em seu árduo trabalho de produção de conteúdos para e-learning, especialmente nas empresas. Iremos abordar alguns pontos importantes que a área de educação corporativa (T&D, Marketing, RH e outras) precisa atentar nos seus projetos de e-learning para torna-los mais efetivos, reforçando a retenção dos conteúdos e o engajamento. Que seja útil e proveitoso para você! Boa leitura!
Ubirajara Neiva Especialista em Educação Corporativa e sócio da E-LEAD+
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O DESAFIO DA CONCISÃO
O DESAFIO DA
CONCISÃO NO E-LEARNING
Um
dos desafios no e-learning corporativo é abordar tudo o que se precisa, dentro das limitações de tempo e orçamento. E sabemos que essa é uma realidade comum à maioria das empresas. E em consequência desse cenário, um dos erros mais comuns que acontece é a construção de treinamentos e-learning altamente carregados de alavancas intra e extra curso. Para muitos DI´s, isso vem atrelado ao desafio de modernizar os produtos educacionais em virtude das demandas da tecnologia. Porém, engana-se quem acha que inserir muitos links para intranet ou internet ou mesmo botões para compartilhamento em redes sociais irá aumentar o engajamento. Nesse ponto, temos alguns dificultadores. Muitas vezes, a própria estrutura de TI da companhia não permite o acesso fluido a links externos ou redes sociais e se o fazem, é um processo mais lento. E para o aprendedor, dependendo do tipo de dinâmica de direcionamento e do momento proposto, não haverá efetividade. Muitos perdem a conexão que haviam construído com o conteúdo e essa estratégia, que seria interessante, acaba sendo uma quebra no processo da aprendizagem. Cursos de rápida duração especialmente não são ideias para o uso dessas alavancas. Uma saída para esse desafio de ser conciso em cursos e-learning, contemplando os conteúdos obrigatórios, mas evitando distrações ou links desnecessários, é trabalhar com algumas estratégias dentro do próprio campo, explorando mais as telas do curso como possibilidade de complementação. Veja:
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DESAFIOS
COMO CONDENSAR AS INFORMAÇÕES NOS CURSOS E-LEARNING E CONSEGUIR ENGAJAMENTO? Existe hierarquia nas informações? O conteúdo pode ser visto em partes independentes? Existe orçamento para animações?
Conceitos muito extensos, que demandam muito texto para sua explicação, podem ser melhor trabalhados na tela, hierarquizando o conceito central como principal da tela, acrescido de algum referencial prático e, na mesma tela, inserir-se um SABIA MAIS, por exemplo, que irá permitir que o treinando primeiro retenha o conceito central e, na mesma tela, consiga acessar o conteúdo adicional (hierarquia secundária e demais);
Se o conceito em questão é muito extenso e implica em construir uma tela com muito texto, mesmo com um SAIBA MAIS ficará maçante para o treinando. Nesse caso, é ideal hierarquizar os conteúdos e quebrar sua apresentação em momentos específicos, talvez em mais de uma tela;
Para melhorar ainda mais, pode-se criar animações simples ou mesmo mais complexas, que traduzam o conceito central. E essa animação pode ser a ação principal da tela, sempre com botão de REVER ANIMAÇÃO, acrescentando os conceitos secundários na forma de legenda ou o SAIBA MAIS. Essa produção de animações vai depender do orçamento que você dispõe. Animações complexas são, obviamente, mais caras de se desenvolver, mas é possível sempre encontrar alternativas para se adaptar à proposta. Se não é possível, por exemplo, criar uma animação com cenário e personagens dialogando ou executando alguma ação, podese trabalhar com justaposição de imagens e um áudio básico ou mesmo legenda para se obter o mesmo resultado ou um resultado próximo do ideal.
A escolha do melhor recurso dependerá da sensibilidade do DI e dos demais profissionais técnicos envolvidos, que deverão avaliar juntos o cenário e os recursos disponíveis para se construir o melhor produto educacional.
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A IMPORTÂNCIA DO “CAMINHO”
A IMPORTÂNCIA DO “CAMINHO” PARA O TREINANDO Em uma pesquisa realizada no início de 2015 com clientes e potenciais clientes, as áreas de TI/Produção e Marketing da E-LEAD+ apuraram um dado curioso. Uma das grandes reclamações que as empresas apontaram em relação às plataformas LMS que já usavam era que os usuários perdiam muito tempo no acesso aos conteúdos e que isso impactava na adesão e engajamento dos treinandos em um percentual próximo a 16%. Se fizermos uma conta rápida e simples, isso representa o mesmo que dizer que de 100 pessoas, 16 desistiram de realizar um curso, mesmo que obrigatório em dado momento, porque tiveram dificuldades no acesso inicial àquele curso. Se você trabalha com treinamento e-learning, sabe que é um número muito significativo, especialmente dada a dificuldade que é criar o engajamento nas empresas.
PESQUISA
Uma possível proposta para solucionar o problema para os treinandos está com os responsáveis pela produção da plataforma, sejam eles internos ou fornecedores externos. É preciso repensar essa forma de acesso, simplificando o caminho para se chegar aos conteúdos. Há plataformas em que, além da identificação inicial de usuário, ele precisa clicar em vários botões para conseguir abrir um curso ou uma avaliação. A pesquisa citada no início serviu como reforço da proposta da equipe em questão, que investiu em uma plataforma LMS de fácil acesso e que permite um percurso bem mais rápido, com basicamente 2 cliques desde o acesso principal (login e senha) até o curso (tela central de cursos mandatórios). Diversos entrevistados foram convidados a testar essa ferramenta, como forma de comprovar se os dados apurados realmente atestavam uma realidade. Após os testes, os retornos recebidos foram mais incidentes no quesito “Acesso fácil, rápido e intuitivo”, com diversas indicações de que esse é o modelo ideal no contexto atual. Se você ainda não considerou esse quesito no processo de acesso e engajamento ao e-learning na sua empresa, é hora de considerar e começar a levantar dados junto ao seu público para saber se há ou não impacto negativo em relação ao tempo e quantidade de cliques para se chegar aos cursos. Com essas informações, você poderá buscar soluções e eliminar essa variável negativa. Além da questão do acesso à plataforma, é preciso ainda pensar na experiência de aprendizagem do treinando dentro do curso. Quanto mais fácil a navegação, mais fluido será o processo para o treinando e, consequentemente, mais otimizado o tempo de treinamento. Veja algumas dicas para melhorar esse processo:
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16% DOS COLABORADORES PESQUISADOS DESISTIRAM DE REALIZAR UM TREINAMENTO PORQUE ACHARAM MUITO DIFÍCIL O CAMINHO ATÉ O CURSO
CLIQUE
1 – Destaque nos elementos:
2. Localização:
Se o usuário consegue visualizar com facilidade onde deve clicar, ganhará certamente mais tempo e não ficará confuso ou perdido na tela. Por isso, fique atento aos botões e orientações (SAIBA MAIS, CLIQUE AQUI, AVANÇAR etc.), sempre dando o merecido destaque para cada elemento.
Outro ponto importante é sempre indicar onde exatamente o treinando está no curso, reforçando em que parte ele está, com títulos na tela, titulação do módulo, dos subtemas, número da tela e do total de telas (quando o curso não for muito extenso) e, se possível, incluir um menu interativo geral do curso para reforçar e demarcar essa navegação.
3 – Uso de símbolos e termos:
4. Reação:
A expressão “água de coco de coqueiro” se aplica bem aqui. Use sempre símbolos que todos já conhecem, por mais que você queira personalizar as cores, por exemplo. O mesmo vale para expressões e gírias. Não use aquilo que as pessoas não conhecem. Quanto mais explícito e explicado, melhor.
É sempre importante ter um retorno dos treinandos sobre o curso, especialmente em relação aos quesitos de navegação. Se puder, aplique uma avaliação de reação para obter esse retorno, o que lhe permitirá saber se você está usando os recursos corretos ou se os treinandos estão tendo alguma dificuldade.
Essas dicas simples são importantes porque o engajamento do treinando será determinante para o seu projeto de e-learning. Quanto melhor for a experiência do treinando, maior será seu engajamento e aproveitamento da experiência.
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MAPA DE CONTEÚDOS
MAPA DE CONTEÚDOS PARA E-LEARNING
Você já ouviu falar em Mapa de Conteúdos (MC)? Apesar de ser um conceito antigo e já utilizado por Ausubel (1976), é muito aplicado na essência estrutural dos AVA´s (Ambiente Virtual de Aprendizagem).
Em síntese, o MC permite organizar os conteúdos de um treinamento e-learning em uma lógica gráfica, sintetizando o conhecimento de forma visual tanto para o DI, conteudista, instrutor ou coordenador, quanto para seus futuros treinandos ou alunos. Na lógica do MC, temos como segredo exatamente essa condensação que irá permitir aos atores envolvidos terem uma noção geral do curso, seus pontos principais e as alavancas que irão traduzir melhor o que se pretende com aquela ação educacional, além de fornecer, de forma rápida,
um indicador para o treinando sobre se o que ele precisa ou busca está contemplado ali. De acordo com a Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel, essa hierarquização na forma de apresentar os conteúdos utilizando o MC promove a diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa, favorece o processo de aquisição e retenção de conhecimentos e, portanto, é um aliado na aprendizagem, seja qual for o ambiente. Veja algumas vantagens claras do MC no planejamento do seu curso e-learning:
VANTAGENS DO MC
• Serve como um guia no planejamento do curso, respondendo a perguntas fundamentais como o que é conceito? O que é reforço? O que é exercício?
• É um facilitador do processo de aprendizagem, já que indica, visualmente, o que é processo e o que pode ser substrato cognitivo, ou seja, aquilo que instintivamente será transformado em objeto de retenção por parte do treinando/aluno.
E essas vantagens valem para todos os envolvidos, tanto quem elabora um plano educacional e define objetivos e instrumentos, quanto quem entra no processo depois, trazendo outras contribuições e dando corpo ao planejamento. E uma vez elaborado um MC para um curso determinado, ele servirá como modelo para outros e mesmo como peça de comparação entre áreas diversas. E qualquer profissional que eventualmente tenha que criar um novo treinamento, o fará de maneira mais fácil avaliando um MC
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existente. No segmento de educação corporativa, já se traduz bastante esse conceito no formato de apresentação dos conteúdos e-learning, acrescentando um importante item: a autonomia. Uma das possibilidades é a estruturação topificada de temas, criandose hierarquia dentro de cada subtema, mas lembrando de sempre de não poluir muito as telas e nem sobrecarregar de conceitos cada uma delas. Veja um exemplo:
TEMA: TÉCNICA DE VENDAS
HIERARQUIA PRINCIPAL: CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE TÉCNICAS DE VENDAS C1 – QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS TÉCNICAS C2 – DENTRO DE CADA TÉCNICA, EXPLORA: CONCEITO ESPECÍFICO HIERARQUIA SEGUNDÁRIA: APLICAÇÃO A1 – DENTRO DE CADA TÉCNICA, EXPLORA: APLICAÇÃO PRÁTICA SITUAÇÃO REAL A2 – NA PRÁTICA, SUGERE: EXERCÍCIOS DE CAMPO HIERARQUIA TERCIÁRIA: AVALIAÇÃO AV1 – A CATA TÓPICO, AVALIA: TESTES DE FIXAÇÃO AV2 – AO FINAL, AVALIA: AVALIAÇÃO GERAL DE RETENÇÃO AVALIAÇÃO DE REAÇÃO
Esse desenho de um MC aplicado a um tema genérico irá servir, ao DI ou conteudista, como um roteiro básico de construção dos conteúdos e aplicação dos diversos instrumentos e recursos disponíveis para executar a proposta central. Para o treinando, além da representação visual que o MC final trará, na prática, o próprio treinamento poderá ser um mapa de conteúdos de navegação autônoma, já que cada subtema ou tópico terá uma hierarquia interna definida e não perderá a lógica e o significado, mesmo se destacado.
Se quiser aprender mais sobre o assunto, sugerimos ler o artigo Como fazer bons mapas conceituais - Estabelecendo parâmetros de referências e propondo atividades de treinamento, da Revista Brasileira de Pesquisa em Educação e Ciências, volume 13, número 2, de 2013, que é um artigo mais técnico abordando a teoria de Ausubel e os mapas conceituais. Se preferir, procure mais sobre a obra de Ausubel e sua Teoria da Aprendizagem Significativa. No blog da E-LEAD você encontra uma síntese e indicação de bibliografia:http://www.e-lead.com.br/site/aprendizagemsignificativa-de-ausubel/
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CASA DE FERREIRO...
CASA DE
FERREIRO... Em muitas empresas, a área de educação e treinamento se preocupa tanto em criar ações para cumprir os LNT´s e grades de capacitação, que muitas vezes não faz esse trabalho de “olhar pra dentro”, tirar um tempo para a autocrítica, para saber o que é preciso melhorar no processo e nas pessoas responsáveis pela educação. Assim como se deve fazer o planejamento estratégico para a educação corporativa como uma área que fornece soluções e entrega resultados, é preciso também fazer o planejamento de desenvolvimento da área. Para isso, alguns pontos são importantes: - Quais as competências fundamentais precisam ser desenvolvidas na equipe de treinamento e educação? Em que estágio estão essas competências e que esforços deverão ser aplicados para se alcançar outro estágio?
O ditado já diz: “casa de ferreiro, espeto de pau”. Porém, é preciso fugir dessa analogia principalmente quando falamos em educação corporativa.
PONTOS IMPORTANTES
COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DE TREINAMENTO E EDUCAÇÃO
GAPS ATUAIS
- Quais são os gaps atuais e como trabalhar para minimizá-los ou eliminá-los? - É preciso agregar novos profissionais como Designers Instrucionais, Instrutores, Pedagogos e outros à equipe? E um gestor dedicado à aprendizagem corporativa? Não está na hora de institucionalizar e sistematizar a área?
QUANTIDADE DE PROFISSIONAIS NA EQUIPE
RECURSOS FINANCEIROS
- Quais os recursos financeiros disponíveis para o desenvolvimento da equipe? Se não há, como aprovisioná-los ou incluílos no próximo orçamento?
FONTES DE CAPACITAÇÃO
- Quais as fontes de capacitação ou mesmo formação acadêmica disponíveis na rede de parceiros que permitirão melhorar as competências da equipe? Se não há parceiros, como construir uma rede de parcerias e/ou convênios?
Não se esqueça que assim como os colaboradores da empresa precisam de uma área de educação que lhes ofereça oportunidades de desenvolvimento, a sua área também tem as mesmas necessidades.
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PESQUISA
DESAFIOS E TENDÊNCIAS PARA 2017
Convidamos você a participar da pesquisa anual sobre educação corporativa da E-LEAD+, que irá nortear a próxima edição da revista e identificar os principais desafios e tendências da área para 2017.
CLIQUE AQUI E RESPONDA A PESQUISA ATÉ 30/11/2016 É rápido e será muito importante para todos nós!
Contamos com sua participação respondendo à pesquisa e indicando para sua rede de contatos!
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