Cachoeiro de Itapemirim - ES
Ano 16 - N°98 - Setembro/Outubro de 2013
Allan Kardec
Nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França, o menino Hippolyte Léon Denizard Rival, filho de uma antiga família de magistrados católicos, de nobres e dignas tradições, recebendo nome querido a respeitado que remonta ao século XV. Bem cedo o menino se revelou altamente inteligente e perspicaz, observador, sempre compenetrado de seus deveres e responsabilidades, denotando franca inclinação para ciências e assuntos filósoficos. Fez seus primeiros estudos em Lyon, dentro de severos princípios de honradez e retidão moral. Aos 10 anos de idade foi estudar no Instituto de Educação de Pestalozzi, em Iverdun, Suíça, devido à inteligência do menino, à precariedade do ensino na França a ser esta a Escola Modelo da Europa. No Instituto Pestalozzi tinha 10 horas diárias de estudo, das 6 da manhã às 8h da noite, das mais diversas matérias, convivendo em média com 150 alunos internos e externos, de várias nacionalidades e onde “línguas, raças, crenças, culturas, e hábitos diferentes ali se misturavam, aprendendo as crianças e os jovens, na vivência escolar, a lição da fraternidade, da igualdade e da liberdade.” Aos 15 anos, Hyppolite já era professor de algumas classes de alunos no Instituto Pestalozzi. Ali faz o curso Normal, estuda Teologia e Filosofia, diversas línguas e demonstra maturidade de pensamento, alto grau de inteligência e acentuada vocação para as coisas de ensino. Por volta de 1822, já terminados os estudos, retornou para a França, estabelecendo-se em Paris, onde passa a exercer o magistério, traduzir obras alemãs e inglesas e escrever livros didáticos sobre Aritmética, Gramática Francesa, Programa de Reforma de Ensino e outros. Iniciou-se no magnetismo em 1823, do qual fez um estudo criterioso, equilibrado, teórico e prático de todas as fases ou graus do sonambulismo. Tornou-se magnetizador e membro da Sociedade de Magnetismo de Paris. Em 1825 fundou a Escola de 1º Grau (instituição primária e superior) da qual era diretor. Em 1826 fundou o Instituto Rivail para ensino técnico que funcionou até 1834. Com a falência do Instituto Rivail não se abateu e empregou-se como contabilista de casas comerciais. De 1835 a 1840, organizou e ministrou cursos gratuitos de Química, Física, Astronomia, Fisiologia e Anatomia Comparada, para estudantes pobres. De 1843 a 1848 deu cursos públicos, bissemanais, de Matemática e Astronomia. Em 1850 com novas leis e mudanças do ensino, Rivail deixa o magistério após 30 anos de atividades, continuando a exercer a atividade de guarda-livros de teatro, de livraria religiosa e do escritório do “L’Univers”, folha católica, até 1857, quando os trabalhos da Doutrina Espírita absorveram todo o seu tempo. Poliglota, dominando o alemão, o francês, o inglês, o holandês, o italiano e o espanhol; era membro de várias sociedades e academias da época e teve de um total de 22 obras didáticas escritas ou traduzidas por ele. Tinha como lema “Trabalho, Solidariedade, Tolerância”. Como educador, o Prof. Rivail desenvolve a ideia de Pestalozzi; vê a necessidade de desenvolver os germes de virtude e reprimir os do vício; condena as punições corporais; empenha-se pela educação feminina e pela igualdade de direitos em relação aos estudos; lutou sempre pela melhoria do ensino e a educação foi a obra de sua vida. Em 6 de fevereiro de 1832, casou-se com Amélie-Gabrielle Boudet. Professora diplomada de 1ª classe, culta e inteligente, de fina educação moral e intelectual, deu todo o apoio a Rivail, sendo-lhe fiel e dedicada colaboradora.
Estudar
A maioria das pessoas se aproximam do Espiritismo levados por motivos particulares muitas vezes dolorosos, tais como a morte de um ente querido, doenças graves na família, doenças da própria pessoa, sendo levadas a procurarem no Espiritismo uma ajuda, uma cura, para a dor que os afligem. Não são muitos, os que se aproximam do Espiritismo pela leitura ou pelo estudo, os que assim fazem, buscam a lógica da Doutrina e encontram nela a compreensão dos problemas da vida, do homem e do mundo, trazendo nos seus inconscientes os princípios que encontram na leitura de O Livro dos Espíritos. Convertem-se, sem ver, ou presenciar as manifestações de materialização; sem ver os fenômenos de efeitos físicos, sem participarem de reuniões ou sessões em que Espíritos se manifestam, dando prova de suas identidades. Estes são os que acreditam, antes mesmo de tocarem a realidade dos fenômenos. Não devemos esquecer que estas leituras iniciais, são feitas com muito entusiasmo, e que não nos deixa perceber as minúcias, os aspectos, as vezes muito importantes dos princípios Doutrinários, que escapam numa leitura rápida. Vamos ler os livros Espíritas, com paciência, ainda no ímpeto do entusiasmo inicial, enriquecendo o conhecimento espírita pelos estudos repetitivos, principalmente da Codificação Kardequiana, obras que são as pedras do alicerce espírita. Há muito que ler, muito para estudar. Estudemos e divulguemos, pois o Espiritismo mostra que a religião e a moral são uma forma de viver junta e útil, e, em consequencia, melhor professado, por todos os que se dizem Espíritas.
Adiuso da Rocha Coelho