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Entrevista Juninho Corrêa

ENTREVISTA com JUNINHO CORRÊA

Juninho Corrêa é um cachoeirense de 23 anos, católico, formado em História e Gastronomia e um conservador que decidiu entrar para a política concorrendo ao cargo de vereador. Filiado ao PL, defende desde 2017, o então deputado federal à época, presidente Jair Bolsonaro. Atua no movimento Ordem Justiça e Liberdade – OJL em prol do conservadorismo em Cachoeiro. A Revista Repórter Capixaba o entrevistou para conhecer mais sobre seus ideais. Quando você entendeu que era conservador? Normalmente a essa idade, o jovem é mais rebelde e revolucionário, o que te fez um conservador? Eu te digo que eu não me tornei conservador, apenas descobri que sou conservador e vejo que muitos brasileiros e cachoeirenses também estão descobrindo. Digo isso tendo em vista as eleições de 2018, em que mais de 70% dos eleitores de Cachoeiro votaram no Bolsonaro. Mas, a minha “descoberta”, vamos dizer assim, foi no ano de 201516, quando eu comecei a me questionar politicamente. Bolsonaro já estava em ascensão desde 2014, mas eu só fui reparar nele nessa época (2015-16), porque minha irmã mais velha começou a se interessar pelos ideais defendidos por ele. Só que num primeiro momento eu mal conhecia conservadorismo, progressismo ou liberalismo. Sabia um pouco sobre socialismo/comunismo. Contudo, ao estudar e ver sobre essas várias correntes políticas e até ideológicas, eu me dei conta de que sempre fui e defendi os valores conservadores. Daí então eu entendi que era um conservador. E quais são esses valores conservadores que você defende, enquanto conservador? São aqueles valores eternos, ensinados pelos nossos pais e

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avôs, pelo qual nossa civilização foi constituída. Valores: da família, liberdade, religião, propriedade, livre mercado, Estado mínimo. São valores que não foram construídos de uma hora para outra, mas conquistados pelos nossos antepassados e confirmados pela tradição como bons e eficazes. O conservador é basicamente isso: uma espécie de cético das revoluções, mas fiel das tradições. Cético das revoluções, porque entende que para se construir algo bom e duradouro, demanda tempo, paciência e aprovação de eficácia. Só a tradição consegue atender a esses requisitos da melhor forma. Mas, não ache que eu sou defensor cego das tradições. Não sou. Antes de tudo eu as submeto à Lei Natural, não ferindo está, então está ok. Se fere, então é sinal de que algo está errado e tem de ser revisto. E por que você decidiu entrar para a política? Nas eleições de 2018, eu atuei mais ativamente em campanha para o presidente Bolsonaro e o Callegari que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa. Após o fim das eleições, Callegari me fez um questionamento que eu levei comigo por um bom tempo: o de me candidatar à vereador nas eleições de 2020. Desse questionamento eu comecei a fazer reflexões e avaliar. E vi que não era mais hora de só cobrarmos um posicionamento dos outros, mas era hora de eu me posicionar. Então coloquei meu nome a disposição do partido e de Cachoeiro para disputar a vaga de vereador. Por anos buscávamos alguém que representasse os valores conservadores e esse ano Cachoeiro tem a mim, Juninho Corrêa, como escolha. O que você acredita que pode fazer para Cachoeiro como vereador? O vereador possui três competências como membro do Poder Legislativo: representar, legislar e fiscalizar. Representar é, talvez, a mais importante função do vereador, afinal é através dessa competência que na nossa democracia representativa podemos ter nossas bandeiras, ideias e projetos propostos e discutidos. Legislar é a função mais prática do vereador, consiste basicamente na criação das leis que irão nos reger, por isso a importância de conhecermos bem quem nos representará, afinal será esta a pessoa munida de poderes para nos garantir a liberdade ou nos cercear parte dela. Por fim, fiscalizar o prefeito nos seus trabalhos e na forma como conduz a administração pública e o dinheiro público (dos pagadores de impostos), além, é claro, de fiscalizar seus pares (vereadores). Dito isso, se os eleitores me dão a oportunidade de um mandato, minha missão será a de representar todo cachoeirense que sofre com a falta de infraestrutura básica. São ruas com asfalto de péssima qualidade ou até ausência de asfaltamento; inexistência de calçadas em diversos pontos da cidade; iluminação precária; regiões altamente produtivas e empreendedoras que são abandonadas e não tem um retorno do que gera para o município de forma proporcional. E uma das coisas que mais atrasa o desenvolvimento: legislações e regulamentações que só atrasam e afastam os investimentos em Cachoeiro. Tem que haver na Câmara um vereador que não tenha medo de propor um “revogaço” de leis, normas e regulações inúteis. Como você disse, uma das principais funções do legislativo é fiscalizar as ações do executivo. Infelizmente, todos nós percebemos que raramente um vereador questiona as ações da prefeitura. Você têm algo a dizer a respeito? Com todo respeito aos vereadores atuais e aos antigos, mas uma prática muito comum da nossa política sempre foi o “toma lá, dá cá”. Essa política tinha como dinâmica a troca de favores por apoio. Então, um prefeito que queria maioria na Câmara costumava negociar cargos na administração pública com vereadores em troca de apoio nas votações. Acontecia que aqueles vereadores que se sujeitavam a isso, entregavam sua liberdade e independência e não se manifestavam como deveriam, ou como o povo gostaria, com medo de perder os cargos dos apoiadores. Mas, esse tipo de política ficou para trás. O povo hoje sabe que isso não leva mais nenhuma cidade, estado ou país para frente. Embora ainda aconteça, menos, mas aconteça, é nosso dever também fiscalizar e cobrar uma postura mais independente daqueles que nos representa, inclusive eu, caso estiver eleito.

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