Jornal Estação | Edição Especial

Disputa menor não reduz a nota de corte Mesmo com uma concorrência menor, vaga na USP exige muito dos candidatos

Domingo, 30 de novembro de 2014

Ano 2 - No. 263 Distribuição Gratuita

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Nelson Antoine/Folhapress

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1ª fase do vestibular foi concluída; agora é torcer Compartilhando o mesmo sonho de estudar na USP, mais de 140 mil jovens cumpriram a 1ª fase do vestibular da Fuvest neste domingo; agora é torcer pela aprovação e seguir para a 2ª etapa dos exames em janeiro ESTAÇÃO Pág 2

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VESTIBULAR: A partir de agora, o foco dos vestibulando estará na 2ª fase dos exames da Fuvest que será realizada nos próximos dias 4, 5 e 6 de janeiro

Sonho por uma vaga na USP leva a mais de 140 mil jovens à 1 fase Leticia Lopes e Suzanne Dias Entrar na Universidade de São Paulo (USP) ou na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo é o objetivo de 141.888 candidatos que se inscreveram neste ano

para o exame da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) de 2015.

Depois de ser cumprida a etapa da primeira fase, neste domingo, os vestibulandos aprovados já devem ir se preparando

para a segunda fase, que acontecerá nos dias 4, 5 e 6 de janeiro de 2015.

O número de inscritos este ano no vestibular Fuvest caiu 17,5% em relação ao ano passado, segundo informações no site da instituição. Em 2013, foram

172.037 inscritos e em 2012 caiu para 146,8.

Na primeira fase do vestibular deste ano os 141.888 candidatos disputam 11.177 vagas, sendo 11.057 de cursos da USP e 120 da Medicina da Santa Casa.

Os estudantes do ensino

médio que sonham cursar uma faculdade na USP também prestaram vestibular, mas como treineiros; estes serão 14.910 que irão testar seus desempenhos nos exames.

O ESTAÇÃO elaborou este guia que ajudará o

estudante a conhecer detalhes da realização dos exames, o curso mais concorrido, a opinião de professores especializados e a expectativa de jovens que sonham em estudar numa das universidades mais badaladas do país.

USP é a 77ª do mundo em novo ranking A USP foi considerada a 77ª melhor universidade do mundo e a primeira na América Latina por um novo ranking americano.

A listagem foi feita pelo US News, um dos levantamentos sobre ensino superior mais tradicionais nos EUA, criado há 31

anos. É a primeira vez que escolas fora do país são avaliadas.

O ranking considerou a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) como segunda e terceira melhores na América

Latina, respectivamente.

Alguns dos quesitos avaliados pela lista são reputação das instituições entre especialistas, produção científica e número de doutores premiados. A melhor do mundo no ranking foi a Universidade Harvard,

seguida do MIT, da Universidade da Califórnia-Berkley e de Stanford, todas norte-americanas.

Segundo o US News, a ideia é ajudar estudantes do mundo todo a escolherem suas universidades.

Já na última edição

do THE (Times Higher Education), principal avaliação internacional de universidades, a USP subiu posições, mas continuou fora da lista das 200 melhores do mundo.

A instituição, que estava entre o 226º e o 250º lugar em 2013, subiu para

o grupo entre o 201º e o 225º - a posição específica no ranking não é informada pelo THE a partir do 200º lugar. No Webometrics Ranking of World Universities, sobre conteúdos on-line, a USP caiu da 19ª posição para a 29ª neste ano.

Expediente Publisher: Luciano Maciel / Diretor Comercial: Guile Horta / Diretor de Redação: Gil Campos / Editor: Francisco X. Sampaio / Diagramação e Arte: Cainã Canto, Laisla Silva e Marina Vaitekunas / Repórteres: Leticia Lopes e Suzanne Dias / Supervisora de Arte: Ana Flávia Espósito / Agência de notícias: Folhapress Editado e distribuido por: Grupo MG Com, Rua Conselheiro Antonio Prado, 121 Vila Progresso - Guarulhos/SP - CEP: 070095-180 - Fone: 2823-0800 - www.jornalestacao.com.br E-mail Redação: redacao@jornalestacao.com.br / Projeto Gráfico: Comunnica Soluções Integradas www. comunnica.com.br Impressão: Folha Gráfica

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PREPARAÇÃO: Cuidar do corpo e da mente para controlar a ansiedade é a principal dica do coordenador do Anglo Vestibular, Luís Ricardo Arruda, para os alunos

Controlar a ansiedade é também uma dica importante para a 2ª fase A preparação para a Fuvest deve começar ser antes da prova. Além de o candidato dominar os principais assuntos da prova, deve cuidar do corpo de da mente para controlar a ansiedade. Para o coordenador do Anglo Vestibulares, Luís Ricardo Arruda, o segredo é manter o ritmo.

“O aluno não precisa estu-

dar como um louco nessa reta final e tentar recuperar agora o que não conseguiu assimilar durante o ano.

Mas alguns detalhes ainda são possíveis de revisar.

Não podemos esperar milagres, mas a dica é se obrigar a cumprir seu cronograma de estudo até o último dia”, enfatiza.

Em paralelo a isso, o alu-

no precisa descansar. “Mas vale ressaltar que isso não significa ficar à toa, o que pode aumentar ainda mais a ansiedade. É importante o estudante buscar realizar uma atividade que o relaxe, como um exercício leve”, completa.

A orientadora do cursinho da Poli, Alessandra Venturi, também concorda

que o aluno deve manter-se relaxado. “Um dia antes da prova não recomendamos estudar e nem tirar dúvidas de nenhum exercício. A ideia é tentar tirar todo o acúmulo de tensão de ano inteiro de estudos e trabalhar mais o seu psicológico”, orienta e sugere ir ao parque, ao teatro, uma caminhada e atividades

tranquilas que não estejam ligadas à rotina de estudos.

Para manter corpo e mente equilibrados, outra dica é dormir bem. “Para que o psicológico seja respeitado, é importante fazer uma boa noite de sono”, observa Venturi. Estar sempre informado é uma tarefa que deve ser exercida por todos, principalmente os

vestibulandos. “Quanto a se informar pela mídia, acho que esse é um exercício padrão que o aluno deve se habituar durante o ano todo e pode continuar exercendo nessa reta final. Ler jornais e revistas que tragam discussões de temas atuais e, de preferência, globais”, ressalta Ricardo Arruda.

Quando for chegado o dia do exame da 2a fase, o aluno deve apropriar-se do local e do tempo. “Saber onde é o banheiro e se organizar para o início da prova” são os primeiros passos que a orientadora do cursinho da Poli, Alessandra Venturi, orienta aos

vestibulandos.

O coordenador Anglo Vestibulares, Luís Ricardo

Arruda, indica começar pelas matérias com as quais o estudante tem mais afi-

nidade. “Após escolher os temas, ele precisa mapear as questões fáceis, médias

e difíceis e resolvê-las, nesta ordem. Isso evita que ele fique preso, podendo

resolver todas com mais tranquilidade e sem correr contra o tempo”, sugere.

“Orientamos ainda o estudante a não ficar mais de um minuto tentando resolver a mesma questão. Isso pode ocasionar um atraso na resolução das outras questões”, diz Venturi.

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HUMANAS: A área do conhecimento mais concorrida pelos candidatos inscritos na Fuvest é a de humanas, com 34,9 mil candidatos para 5 mil vagas, aponta a USP

Medicina é o curso mais disputado: são 10 mil inscritos para 295 vagas Leticia Lopes A área do conhecimento mais disputada pelos candidatos inscritos na Fuvest é a de humanas.

São 34.957 candidatos para 5.034 vagas. No entanto, a faculdade de medicina ainda é a mais concorrida na escolha dos vestibulandos. De acordo com o levantamento na própria USP, na capital e na Grande São Paulo, cerca de 10 mil estudantes disputam as 295 vagas disponíveis.

Segundo o professor Luís Ricardo Arruda, coordenador do Anglo Vestibu-

lares, o resultado reforça a tendência da procura pelo curso de medicina. “A maioria esmagadora continua buscando uma vaga em medicina nas principais universidades públicas do país. Há ainda um grande número de alunos interessados em engenharia, outro padrão constante. Em menor quantidade temos alguns interessados em arquitetura e outros que buscam seguir carreira em humanas, em suas mais diversas áreas”, diz.

Um estudo baseado nos Censos 2000 e 2010, do economista Naercio

Menezes Filho, do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e da Universidade de São Paulo (USP), mostra que os setores com maior crescimento de trabalhadores foram os de pedagogia, terapia e reabilitação, medicina e humanas e letras.

O reitor da USP, João Grandino Rodas, explica que para escolher a profissão é necessário consultar profissionais da área e, assim, obter “informações mais aprofundadas a respeito da área sobre a qual tem mais interesse”.

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CANDIDATOS: Mesmo tendo o vestibular da Fuvest 2014 o menor número de candidatos dos últimos 4 anos, isso não indica que garantir uma vaga na USP está mais fácil

O vestibular da Fuvest terá o menor número de candidatos dos últimos quatro anos. Mas a concorrência menor não indica que ficou mais fácil garantir uma vaga na USP. A reportagem analisou a evolução das notas de corte (pontuação mínima para classificação na segunda fase de acordo com o curso pretendido) nas provas mais recentes.

Os dados mostram que as notas exigidas dos candidatos em cada ano têm pouca relação com a variação da concorrência no exame. A seleção do ano passado (edição 2014), por exemplo, teve um número recorde de inscritos: 172

mil candidatos. A nota de corte, porém, caiu ou ficou a mesma em 79 das 110 carreiras em relação ao vestibular anterior, para entrada em 2013, que atraiu 160 mil estudantes.

Em medicina, houve aumento de 4% de inscritos na seleção para 2014. Já a pontuação mínima de classificação caiu de 73 para 70. A explicação de especialistas é que a fórmula da nota está mais relacionada a outros dois fatores: o nível de preparo dos estudantes e o grau de dificuldade da prova.

“Se a proporção de alunos bem preparados aumentar, a disputa fica mais difícil, mesmo se

o número de inscritos diminuir”, afirma Nelio Bizzo, professor da Faculdade de Educação da USP. Ex-membro do Conselho Curador da Fuvest, ele explica que a alteração no número de candidatos seria importante no caso de “uma disputa aleatória, como em uma loteria”, mas não no vestibular.

Esse é também o entendimento da coordenadora do colégio e do cursinho Objetivo, Vera Lúcia Antunes.

Para ela, a redução do número de candidatos neste ano não deve influir no resultado. “Os melhores candidatos, os alunos mais dedicados, que querem estar na

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USP, não são os que desistiram [de fazer o vestibular]”, afirma.

Ela atribui redução da nota de corte em cursos concorridos, como medicina, à maior dificuldade da prova do ano passado - já que o preparo dos candidatos tende a ser sempre alto. “Você não concorre com quem está tentando a sorte, mas com quem estudou.”

Segundo o coordenador do Etapa, Edmilson Motta, não há grande oscilação nos pontos de cursos disputados.

“A cada ano, há uma quantidade muito similar de alunos capazes de atingir aquela nota e, assim, acabam definindo as aprovações”, diz.

Ivanildo Porto

Disputa menor não reduz nota de corte

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FUTURO: Estudantes do cursinho da Poli contam ao ESTAÇÃO como decidiram pela escolha de suas carreiras

Escolher a profissão sempre é uma tarefa difícil para os jovens

Leticia Lopes Qual carreira você quer seguir? Desde quando você descobriu que queria seguir nesta profissão?

Quatro jovens de 17 a 19

anos, do cursinho da Poli, revelaram ao ESTAÇÃO como escolheram as suas carreiras e falaram sobre o sonho de entrar na Universidade de São Paulo.

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cursar a USP irá proporcionar grandes oportunidades no seu ramo de atuação. Se conseguir entrar, tentará com a prefeitura ou o governo

queriam ser médicos ou jornalistas. Depois de um ano, alguns mudaram de decisão e somente neste ano decidiram o que cursar na faculdade.

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Laís Vazi Barros

Lucas Coutinho Lucas decidiu pela carreira que iria seguir aos 15 anos, e neste ano, ele diz que irá prestar o vestibular para arquitetura e urbanismo. “Nunca sofri com a escolha da profissão. Aprendi sobre ela vendo vídeos dos renomados arquitetos Lina Bo Bardi, Frank Lloyd Wright e Oscar Niemeyer”, explicou o jovem de 18 anos, morador da Freguesia do Ó, na zona norte da capital.

Ele diz que, apesar dos problemas envolvendo o nome da universidade,

Todos os candidatos fizeram o vestibular da Fuvest segunda vez e estão confiantes que serão aprovados.

Alguns anos atrás, eles

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do estado participar do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo. Para se preparar, Lucas dedicou 10 horas por dia para estudar.

Primeira da família a prestar vestibular na área de humanas, Laís Vazi Barros, de 17 anos, faz o cursinho e já tinha uma carreira definida, mas

acabou mudando de ideia no segundo semestre do ano. “Eu no começo do ano queria muito fazer jornalismo, mas eu mudei pra relações públicas”, disse a

Thaynara Stefany

Juliano Luiz de Souza

A jovem da zona norte de São Paulo queria ser médica, mas depois que trabalhou no Fórum Criminal de São Paulo decidiu que queria ser advogada. Thaynara Stefany Isidoro Gomes, de 19 anos, diz que a

Estudante de escola pública e primeiro da família a prestar vestibular para medicina, Juliano Luiz de Souza, de 19 anos que mora em Pirituba, na zona norte, já sabia que faria medicina desde os 16 anos. “Descobri a minha

decisão de seguir na carreira, veio com a experiência de um ano no Poder Judiciário. “Quando eu trabalhei no Fórum, eu decidi que iria ser advogada. Sempre gostei de ajudar o próximo por meio da lei”, diz.

profissão conhecendo o programa Médicos Sem Fronteiras, do governo federal, que eu admiro muito. Serei o primeiro médico da família”, disse o jovem, que manteve uma jornada de estudos das 7h às 22h.

jovem, que fez cursinho à tarde e estudou uma hora e meia por dia em casa.

Laís explica que sempre gostou de ler e escrever matérias e queria seguir uma carreira aliada à sua vocação, como o jornalismo. Mas, depois de conversar durante dois meses sobre a profissão com a sua psicóloga, percebeu que ela gostaria de ter mais estabilidade e o jornalismo tem como base, horários diferenciados, por isso, ela preferiu uma profissão mais estável, como relações públicas.

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TECNOLOGIA: Aplicativos móveis para celular vêm auxiliando nas tarefas do dia a dia dos jovens vestibulandos

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Aplicativos de celular auxiliam vestibulandos a otimizar tempo

Enquanto os vestibulares mais importantes do país começam a ser realizados, os estudantes poderão contar com aplicativos

www.clickbus.com.br Disponível para iOS e Android, o app permite a comparação de preços e compra de passagens rodoviárias. A ferramenta facilita o planejamento porque mostra os resultados de todas as viações que fazem determinado trajeto (são mais de 3 mil rotas cadastradas) na mesma tela.

Pelo aplicativo, o usuário tem acesso a um sistema de geolocalização que possibilita visualizar as rodoviárias mais próximas na região, os locais mais buscados, além das pesquisas realizadas mais recentemente. Estudantes que vão fazer provas em outras cidades podem utilizar a ferramenta para comprar ou comparar preços de passagens de ônibus.

móveis para celular que auxiliam em tarefas, como escolher a passagem de ônibus mais barata para fazer provas fora da

cidade, gerenciar melhor a agenda, bloquear sites e serviços tentadores enquanto estudam pela internet e até decorar a

Gabaritar Manual www.gabaritar.

Redação net.br O aplicativo ajuda na elaboração de uma agenda para que o usuário consiga planejar e também acompanhar o progresso de seus estudos, inclusive com a ajuda de gráficos.

O intuito do app é ser um organizador para os estudos.

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tabela periódica.

Selecionamos cinco recursos que podem auxiliar os vestibulandos neste período:

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SelfControl The Elements: selfcontrolapp.com A Visual O SelfControl é um app em que é possíExploration vel bloquear por um determinado período o acesso a alguns sites e email que o usuário estabeleça previamente. Desta forma, é possível que o usuário se concentre em seus estudos durante o tempo que for determinado.

apps.theodoregray.com/the-elements O app, disponível para iOS, mostra em imagens 3D qualquer elemento da tabela periódica, o que pode ser de extrema utilidade para o estudo de Química, uma matéria temida por muitos. Ao selecionar o elemento químico, o usuário consegue visualizar informações como densidade e peso atômico.

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