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Estudantes fazem passeata pela revogação do novo ensino médio no Centro da capital

Organizações estudantis fizeram nessa quarta-feira (15) um ato pedindo a revogação do novo ensino médio. A lei de 2017 estabeleceu um novo currículo que passou a ser implementado obrigatoriamente em 2022. Estudantes e professores se reuniram pela manhã na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), e saíram em passeata em direção à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Do carro de som foram chamadas palavras de ordem, pedindo a revogação do novo currículo que reduz a obrigatoriedade de algumas disciplinas e cria itinerários, que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse. Entre as opções, está a ênfase em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou no ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas.

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Com faixas e cartazes, os estudantes criticaram as mudanças, que veem como um esvaziamento do ensino que, entre outros problemas, os deixa menos preparados para ingressar nas universidades públicas. “Como a gente vai se preparar para a universidade, para o vestibular, para o mercado de trabalho se a gente está preocupado em fazer brigadeiro? Enquanto as escolas particulares estão preparando para pegarem as melhores vagas das universidades”, criticou a estudante do 2º ano do ensino médio, Júlia Oliveira.

A jovem de 17 anos, que também faz parte da diretoria da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, reivindica que uma nova base curricular seja feita a partir

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de um debate amplo. “A gente sabe que o ensino médio anterior, antes dessa reforma, não era lá essas coisas. Todo mundo reclamava. Com certeza, um novo ensino médio de qualidade deveria ser feito com diálogo com os alunos, com a Secretaria de Educação, os professores, quem está no dia a dia da escola. Deveriam ter aulas mais dinâmicas, conteúdos precisos sobre o vestibular e sobre o cotidiano de fato”, diz.

O ato chegou em frente a Alesp após caminhar pela Avenida Paulista e descer a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. No local, policiais militares fizeram algumas revistas pessoais em pessoas que estavam com mochilas. Um rapaz foi detido e encaminhado à delegacia após uma pedra ter sido encontrada no bolso da calça dele. Segundo o tenente Artilha, do 12º Batalhão da Polícia Militar, a pedra poderia ser usada contra os policiais e o rapaz foi levado ao 27º Distrito Policial, do Campo Belo.

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Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) analisa imóveis ociosos no centro da capital paulista e mostra que a maioria dos proprietários desses bens são herdeiros ligados à história do desenvolvimento do Estado, da expansão cafeicultora e da indústria na cidade, além de instituições religiosas. A pesquisadora responsável pelo estudo, Ana Gabriela Akaishi, deu um nome para esse perfil: é o “arcaico setor proprietário rentista imobiliário”. Segundo ela, não é possível afirmar que esses imóveis estão ociosos por causa da expectativa de ganhos futuros por parte dos proprietários, a chamada especulação imobiliária.

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No entanto, os problemas atrelados a esses proprietários dificultam a comercialização e o uso social desses lugares. “O Centro, sendo a região da cidade mais antiga, carrega historicamente muitos problemas e várias questões que envolvem pro exemplo problemas de inventário mal resolvidos, espólio, imóveis que estão em nome de pessoas que já faleceram há muito tempo e isso não foi atualizado nem repassado para os herdeiros. Ou mesmo no caso das instituições religiosas e associações beneficentes, eles não têm o departamento que cuide desses imóveis”, explica Ana Gabriela.

Existem legislações e ações para dar uso a esses imóveis. Desde 2013 em São Paulo, por exemplo, a prefeitura realiza uma fiscalização e notifica os proprietários dos imóveis ociosos. “Esse departamento tem a atribuição de aplicar um instrumento que notifica os proprietários desse imóveis ociosos. Então, primeiro faz um levantamento, vistoria, vê se o imóvel está ocioso mesmo, notifica o proprietário desse imóvel e esse proprietário tem umas obrigações para cumprir “, detalhou a pesquisadora.

Para a pesquisadora, as ocupações de movimentos sociais em prédios abandonados são importantes para trazer luz e propor soluções ao poder público sobre o problema. Em uma das soluções do poder público para o problema, o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) conseguiu este ano a regularização de seus moradores na chamada Ocupação 9 de Julho.

O prédio ocupado pelo movimento estava abandonado há mais de 20 anos e se transformou numa ocupação em 2016. Posteriormente, o prédio foi incluído no Programa Minha Casa, Minha Vida e este ano os moradores receberam os contratos do programa habitacional.

De acordo com dados mais recentes da Secretaria de Urbanismo, mais de 1.360 imóveis ociosos foram notificados em toda a cidade de São Paulo em 2022.

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