Revista
Ano 8 • Edição 36
Rastreabilidade Novo sistema irá integrar toda a cadeia
Juliano Vinhal Capacitar mais para crescer mais
DINÂMICAS DOS
NOVOS TEMPOS CENÁRIO APRESENTADO NO ‘QuintilesIMS WORLD REVIEW 2017’ REVELA UM HORIZONTE PROMISSOR, MAS DESAFIANTE PARA O SEGMENTO FARMACÊUTICO NACIONAL E LATINO-AMERICANO
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ÍNDICE
28 8 ACONTECE
34 REFORMA TRABALHISTA
10 MERCADO
38 ARTIGO
16 ARTIGO
40 NUTRACÊUTICOS
ABRADILAN PARTICIPA DE EVENTO DA FEBRAFAR NOTÍCIAS DO SETOR JOSÉ CARLOS NOGUEIRA
18 ENTREVISTA
JULIANO CUNHA VINHAL
22 CAPA
PERSPECTIVAS E DESAFIOS ˆ DO SETOR FARMACEUTICO
28 SISTEMAS
VANTAGENS DOS SISTEMAS INFORMATIZADOS
PROPOSTA GERA MAIS AUTONOMIA FABIO LOPEZ
SUCESSO EM TODAS AS CLASSES
42 ARTIGO
VICTOR CANO
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34
40 56 44 DERMOCOSMÉTICOS PRODUTOS PODEM AQUECER VENDAS
48 ARTIGO
BRUNO FAUSTINO
50 LOGÍSTICA
SISTEMA UNIFICADO DE RASTREABILIDADE
54 ARTIGO
MAURICIO ANDRADE DE PAULA
56 CANABIDIOL
PRODUÇÃO E IMPORTAÇÃO AUTORIZADAS
60 PARCEIROS SANOFI
CAROS ASSOCIADOS, SÓCIOS-COLABORADORES E COLEGAS DO SETOR
EDITORIAL
Juliano Cunha Vinhal Presidente do Conselho Diretivo da Abradilan
A Abradilan sempre teve como um de seus fundamentos a promoção e troca de experiências entre as diversas cadeias do setor farmacêutico, para que todos cresçam juntos e mutuamente fortalecidos. Hoje, os membros da associação atendem 78% das farmácias brasileiras, estão presentes em 27 estados e visitam 95% dos municípios do país, de acordo com um recente estudo publicado pelo QuintilesIMS Health. Ainda de acordo com a pesquisa, os associados da Abradilan são responsáveis pela distribuição de 21% dos medicamentos de referência no Brasil e 30% dos genéricos. Tudo isso empregando 11 mil pessoas diretamente. Essa marca foi alcançada por meio de um constante trabalho de aprimoramento. Em virtude disso, temos como intuito, para os próximos anos, fomentar a capacitação do maior número possível de membros da associação, sempre em busca da excelência nos processos de gestão, visto que é necessário utilizar todos os recursos de forma inteligente, para que gerem novos frutos nos próximos anos. O maior desafio para nós é sair da zona de conforto e promover aos associados uma nova Baixe na Apple Store e forma de pensar e um maior aprofundamenGoogle Play ou utilize um leitor QR code em seu to dos conhecimentos, para que possamos celular ou tablet, escaneie o acompanhar a evolução do setor. Sob as mais código e confira as edições da Revista Abradilan diversas formas, pretendemos compartilhar com os associados os avanços e tendências do mercado, buscando a união entre indústria, atacado e varejo. Por isso, a Abradilan aposta na capacitação de seus associados, com o objetivo de formar quadros de profissionais cada vez mais qualificados, que possam atender seus clientes de modo ainda melhor. Boa leitura a todos.
ERRATA: Ao contrário do que foi veiculado na matéria “Bom para ambos os lados” (Abradilan nº 35), sobre o
EXPEDIENTE
segmento de nutrição esportiva, o verdadeiro nome do presidente da Photon Group é Bruno Ahualli.
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ABRADILAN (Gestão 2017/2019): Presidente do Conselho Diretivo: Juliano Cunha Vinhal(Meditem/MG); Vice-presidente: Vinicius Casimiro Carneiro Andrade (Orgafarma/MG); Diretor-financeiro: Jony Anderson Tavares de Sousa (Emefarma/RJ); Diretor de Relações Institucionais: João Orologio Marchiori (Elite/SP); Diretor-secretário: Teo Vargas de Machado (Baiana Medicamentos/BA); Diretor-secretário Adjunto: Zanone Alves de Carvalho Junior (Grupo Utildrogas/GO) . Conteúdo, Edição e Arte: Editora CMN (19) 3583-1251 Direção Executiva: Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Jornalista Responsável: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR Redação: Daniel Sender Direção de Arte: Raphael Freire Revisão: Diogo Coelho Atendimento: Edison Lopes Bernardo Administração: Fabiana Cruz Relacionamento: www.editoracmn.com.br IMPRESSÃO: Vox Gráfica Tiragem: 2 mil exemplares. Publicação produzida para a Abradilan direcionada para associados, fornecedores, clientes, profissionais e interessados no mercado farmacêutico. A Abradilan não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou opinião de terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. Para anunciar: Dulcimara Silva (Duda) - comercial@cmnrevistascustomizadas.com.br, contato: (17) 98114-8357.
ABRADILAN EM REVISTA | EDIÇÃO 36
ACONTECE
Abradilan marca presença em evento da Febrafar sobre novas perspectivas de gestão e liderança
NOVOS CAMINHOS DE
GESTÃO P
ara conhecer novas visões sobre como se deve gerir e liderar as associações do setor farmacêutico e buscar, por meio de ações práticas, maneiras inéditas de se posicionar frente aos desafios que existem em todos os negócios, alguns representantes da Abradilan marcaram presença na “Missão Técnica Nacional” (MTN), organizada pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) no Hotel Bourbon, em São Paulo (SP). Ocorrido entre os dias 16 e 18 de julho, o evento contou com o apoio da Hypermarcas/Neo Química.
PROTAGONISMO Na visão do presidente da Febrafar, Edison Tamascia, a missão foi uma oportunidade única para a aquisição de conhecimentos na área, pois nela foram apresentadas novas formas de desenvolver e realizar planejamentos estratégicos eficazes. “O que buscamos passar é que, muitas vezes, as pessoas tendem a pensar que seus problemas são maiores do que os dos outros, e isso pode resultar em
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Juliano Cunha Vinhal presidente da Abradilan
vitimização e, consequentemente, acomodação. É preciso ter outra visão sobre as dificuldades, fazendo com que os gestores se tornem protagonistas”, explica.
REAVALIAÇÃO A missão procurou mostrar que o maior risco na gestão de uma associação consiste na dificuldade de se observar as reais dificuldades apresentadas pelo mercado e os negócios. Para isso, a Febrafar contou com a parceria da empresa Nortus, consultoria especializada no desenvolvimento de líderes, que preparou um conteúdo inovador para os presentes. O material foi trabalhado dentro de uma dinâmica de divisão em grupos que estimulava o debate sobre a linha de visibilidade dos negócios. Dentro desse cenário, os participantes puderam reavaliar suas gestões e concentrar suas ações em pontos realmente estratégicos. “A ideia era trabalhar os dois dias de formas distintas. No primeiro, buscamos verificar as linhas de visibilidade dos participantes, o que eles enxergavam em relação ao mercado e às dificuldades. No segundo, esclarecemos os
Por Daniel Sender
“
MUITAS VEZES, AS PESSOAS PENSAM QUE SEUS PROBLEMAS SÃO
MAIORES DO QUE OS DOS OUTROS, E ISSO PODE GERAR ACOMODAÇÃO. É PRECISO TER OUTRA VISÃO SOBRE AS DIFICULDADES, FAZENDO COM QUE OS GESTORES SE TORNEM PROTAGONISTAS EDISON TAMASCIA, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS REDES ASSOCIATIVISTAS E INDEPENDENTES DE FARMÁCIAS
problemas reais e suas causas, ampliando a linha de visibilidade. Para atingir essa nova perspectiva, utilizamos como ferramenta o incentivo do pensamento estratégico”, detalha Gilberto de Souza, sócio-fundador da Nortus.
APERFEIÇOAMENTO Na avaliação de Souza, a missão representou uma oportunidade positiva para os participantes. “Todos participaram de forma aberta e sincera nas dinâmicas propostas. Eles se permitiram rever conceitos. Com isso, construíram um novo conhecimento dos temas abordados graças à grande troca de ideias entre os grupos, analisa. Para José Abud Neto, diretor-geral da Febrafar, um dos papéis da entidade consiste justamente em mostrar novas formas de se aperfeiçoar nos negócios. “Uma das funções da Febrafar é proporcionar aos associados a possibilidade de melhorar cada vez mais. Por isso, capacitações como essas e outras que oferecemos são fundamentais. Sabemos que, com isso, as associações podem alcançar muito mais do que já conquistaram”, aponta. Na opinião do diretor executivo comercial da Hypermarcas, Argemiro Cintra dos Santos, a missão deve ser comemorada como uma importante realização para o setor farmacêutico em geral. “É um grande orgulho patrocinar a MTN, pois acreditamos muito no trabalho que vem sendo realizado pela Febrafar. Somos grandes apoiadores do associativismo e não temos dúvidas de que ele proporciona um ingre-
”
diente especial para a elevação da performance das redes associadas. Acreditamos muito nesse setor”, garante.
DIFUSÃO De acordo com Tamascia, a abordagem realizada no evento foi apenas um primeiro passo na busca de modelos de gestão cada vez mais eficazes para as associações. “Muitos me perguntaram qual será o próximo passo que daremos, mas o caminho para a difusão dos conteúdos do evento agora está com as associações, que devem replicar o que foi apresentado aos gestores das farmácias”, indica.
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MERCADO
LISTA DE MEDICAMENTOS DESCONTINUADOS É ATUALIZADA Seguindo uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2017 os seguintes medicamentos tiveram ou ainda terão sua produção descontinuada: Vitasay stress®, Thiomucase®, Ringerfundin®, Fonti B1®, Femurid®, Menadion®, Pharmaton®, Istarplas S®, Istarplas 200/0,5®, Materina®, Aminoplasmal L10 A®. De acordo com a entidade, o principal motivo para as descontinuações, segundo informaram os próprios laboratórios, é de ordem comercial. No caso do medicamento Pharmaton®, produzido pela Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda., o fabricante informou que o motivo para a interrupção foram algumas mudanças no processo de fabricação. A Anvisa esclarece que os laboratórios são obrigados a informar os órgãos competentes sempre que houver risco de um produto sair do mercado e deixar os pacientes sem tratamento. Pela regra, isso deve ser feito com, pelo menos, seis meses de antecedência, para que haja tempo de ser buscadas alternativas viáveis para o tratamento.
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FIOCRUZ PRODUZIRÁ MEDICAMENTO PARA ISQUEMIA CARDÍACA
REGISTRADO O PRIMEIRO TESTE DE FARMÁCIA PARA O HIV
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) começará a produzir um importante medicamento para o tratamento da isquemia cardíaca na concentração de 80 mg. Com o objetivo de abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS), a fabricação do Vastarel® será viabilizada a partir de uma parceria entre a unidade da Fiocruz e o laboratório francês Servier. Segundo o fabricante, trata-se de um acordo de grande importância, pois resultará na transferência da tecnologia dos micropellets para o Brasil, que consistem em um modo de encapsulamento que possibilita a liberação diferenciada dos fármacos, prolongando a ação do medicamento. Essa tecnologia poderá ser usada futuramente na criação de outros medicamentos de interesse do SUS. De acordo com a vice-diretora de operações e produção da Farmanguinhos, Elda Falqueto, a transferência da tecnologia começou em junho último, quando especialistas da entidade visitaram as instalações da Egis Pharmaceuticals, empresa vinculada ao grupo Servier, na Hungria. O processo deverá ser concluído cluído em breve e o medicamento passará a ser er produzido depois disso.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou no último mês de maio o primeiro autoteste para triagem do HIV no Brasil. Produzido pela Orangelife Comércio e Indústria Ltda., o produto recebeu o nome de Action® e pode ser vendido em farmácias e drogarias para o público em geral. O autoteste funciona por meio da coleta de gotas de sangue, semelhante a outros testes já existentes para a medição de glicose, e é capaz de detectar a presença do vírus HIV após 30 dias da contaminação inicial. O resultado leva de 15 a 20 minutos para ficar pronto e aparece sob a forma de linhas que indicam se há ou não a presença do anticorpo em seus dois subtipos que provocam a AIDS. O produto se mostrou efetivo em 99,9% dos casos em que foi testado. Segundo a Anvisa, o período de um mês é o tempo necessário para o organismo produzir anticorpos em níveis detectáveis pelo teste. Se o resultado for negativo, a recomendação é de que o procedimento sseja repetido após 30 dias depois do primeiro teste e outra vez depois de mais 30 dias, até te completar 120 dias da primeira exposição. co
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MERCADO
MEDICAMENTO PARA CÂNCER É INCORPORADO AO SUS No início de agosto, o medicamento Trastuzumabe, voltado para o tratamento de vários tipos de câncer, em especial o câncer de mama metastático HER2+, foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da portaria nº 29 da entidade. A inclusão segue uma orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem o medicamento em sua lista base de fármacos destinados ao combate do câncer. A droga, que mudou a forma como o câncer de mama é tratado no mundo, já era ofertada desde 2012 na rede pública de saúde, mas apenas para pacientes com câncer de mama inicial e localmente avançado. A partir de agora, pacientes que apresentarem metástases (tumores cancerígenos) em outros órgãos além da mama também terão acesso gratuito ao medicamento. Segundo determina o artigo 25 do Decreto te 7.646/2011 do Ministério da 7 Saúde (MS), o SUS terá o praS zo z máximo de 180 dias para efetivar a oferta do remédio.
BNDES INVESTE MAIS DE R$ 70 MILHÕES EM NOVOS REMÉDIOS No fim de junho deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um investimento de R$ 76,1 milhões na Aché Laboratórios Farmacêuticos. De acordo com declarações de representantes do órgão, o valor deverá ser aplicado na pesquisa e desenvolvimento de mais de 50 novos tipos de medicamentos voltados ao tratamento de doenças que ainda não possuem solução terapêutica. No caso das doenças que já possuem, o dinheiro será investido na criação de drogas que sejam mais eficazes do que as existentes no mercado. O empréstimo equivale a 70% do montante que o laboratório deverá aplicar na elaboração de novos fármacos. De acordo com a Aché, isso contribuirá para a ampliação da competitividade do negócio, já que viabilizará a pesquisa de e novos princípios ativos e produtos que deverão começar a ser produzidos oduzidos nos próximos meses.
MEDICAMENTO PARA A INSÔNIA É APROVADO Entre 10% e 25% da população adulta do Brasil sofre de insônia, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Depois que o órgão aprovou a comercialização do medicamento Rozerem®, fabricado pela Takeda Brasil, os insones passaram a contar com um novo aliado na busca pelo sono ideal. Inédito no país, o fármaco já faz parte do tratamento de insônia nos Estados Unidos e Japão. Ele traz em sua composição a ramelteona, substância capaz de se ligar aos receptores MT1 e MT2 de melatonina no cérebro, provocando um efeito semelhante ao desse hormônio, que estimula um sono relaxante e de qualidade. Disponível sob a forma de comprimidos com 8 mg, o medicamento é indicado somente para adultos com o devido acompanhamento médico, em razão de seu princípio ativo. É contraindicado para crianças, mulheres em fase de amamentação ou pessoas com alergia a algum dos componentes presentes em sua fórmula. Além disso, também não deve ser utilizado caso o paciente já esteja fazendo tratamento com outros medicamentos para insônia ou que contenham Fluvoxamina. Durante a gravidez, o medicamento pode ser usado apenas sob orientação do obstetra.
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JOSÉ CARLOS NOGUEIRA
SOBRE O TRANSPORTE DE
PRODUTOS PERIGOSOS Trata o presente artigo de tecer comentários acerca do Transporte de Produtos Perigosos segundo as regras da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com impacto direto nas questões sanitárias. Inicialmente, é necessário fazer uma diferenciação entre os conceitos de Produtos Químicos e Produtos Perigosos, conforme as legislações vigentes. Segundo a Lei nº 10.357/01, considera-se Produto Químico as substâncias químicas e as formulações que as contenham nas concentrações estabelecidas em portaria, em qualquer estado físico, independente do nome fantasia dado ao produto e do uso lícito a que se destina. Destacamos que, no caso da portaria em referência, trata-se de qualquer norma editada por órgãos competentes para tal finalidade, onde destacamos Polícia Federal, Polícia Civil, Exército, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ambientais municipais e estaduais. Já Produtos Perigosos são substâncias ou artigos encontrados na natureza ou produzidos por qualquer processo que, por suas características físico-químicas, representem risco para a saúde das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, conforme entendimento da ANTT por meio da edição da Resolução nº 420/04, ato complementar ao Decreto nº 96.044/88, recentemente atualizado pelas Resoluções ANTT nº 3.665/11 e 3.762/12. Importante mencionar que em 2012 foi publicada a Norma Regulamentadora NR nº 20, que trata da Saúde e Segurança no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Essa norma abrange todos os Líquidos Inflamáveis que possuem ponto de fulgor ≤ 60°C, os Líquidos Combustíveis com ponto de fulgor > 60°C e ≤ 93°C e os Gases Inflamáveis. Por definição, tem-se que Ponto de Fulgor (PFg) é a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para que a mistura de vapor e ar, logo acima de sua
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superfície livre, propague uma chama a partir do contato com uma fonte de ignição. Para a correta identificação do ponto de fulgor de um produto, deve-se observar as informações contidas na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), pois composições químicas distintas possibilitam diferentes classificações para produtos semelhantes. Nada obstante o exposto acima, é imperioso ressaltar, no entanto, que a classificação de um produto considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor orientado pelo fabricante, tomando como base as características físico-químicas do produto, alocando-o numa das classes ou subclasses descritas na Resolução nº 420/04. No que se refere às orientações acerca do Transporte de Produtos Perigosos segundo as regras do MMA, destacamos que, conforme informado anteriormente por meio do Parecer sobre Licenciamento Ambiental, enviado em 20 de março deste ano, as empresas que exercem atividades que sejam potencialmente poluidoras ou que possam causar degradação ambiental devem solicitar o licenciamento. Em consonância com o disposto acima, a Resolução CONAMA nº 237/97 descreve a atividade de transporte de cargas perigosas como sendo passível de licenciamento ambiental. Desse modo, entendemos, s.m.j., que as empresas transportadoras, parceiras de distribuidores, bem como as próprias, se optarem por realizar o transporte de produtos da natureza acima identificados, devem ser licenciadas junto ao Órgão Ambiental competente, que pode ser federal, estadual ou municipal, a depender da localização das empresas. A fim de garantir a segurança do meio ambiente e de todos os envolvidos no transporte de cargas perigosas, a observância dos requisitos dispostos nas legislações sobre Transporte de Produtos Perigosos, bem como a regularização das empresas que realizam o transporte, se faz necessária. Por fim, é importante destacar que ninguém pode oferecer ou aceitar produtos perigosos para transporte se tais produtos não estiverem adequadamente classificados, embalados, marcados, rotulados, sinalizados conforme declaração emitida pelo expedidor, e exigida pelos regulamentos de transporte. JOSÉ CARLOS NOGUEIRA é gerente de Relações Institucionais da Abradilan
ENTREVISTA
M
ais uma vez à frente da presidência da Abradilan, o empresário Juliano Cunha Vinhal espera promover, em sua nova gestão, uma contínua troca de experiências entre os membros da associação, a fim de que todos se fortaleçam mutuamente e haja uma potencialização do crescimento do setor. Em sua visão, é necessário que indústria, atacado e varejo estejam cada vez mais unidos e atentos às novas tendências de mercado, para que a sinergia resultante proporcione resultados positivos e lucros para toda a cadeia. Para isso, Vinhal indica que nos próximos anos a associação deverá promover a capacitação dos líderes das distribuidoras associadas, com o objetivo de formar quadros profissionais cada vez mais preparados para atender aos clientes. Para o novo presidente da entidade, é necessário sair da zona de conforto rumo a novas formas de pensar e oferecer aos associados da Abradilan o know-how necessário para responder aos desafios mais recentes do segmento. Na entrevista a seguir, Vinhal fornece mais detalhes sobre suas expectativas para a nova gestão.
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Por Daniel Sender
JULIANO CUNHA VINHAL
Novo presidente da Abradilan defende unidade entre indústria, atacado e varejo, e aposta na capacitação dos líderes de distribuidoras associadas Quais são suas expectativas para esta nova gestão como presidente da Abradilan? As expectativas são as melhores, mas é sempre um grande desafio dirigir uma associação que chegou tão longe. Hoje contamos com 147 associados presentes em todos os estados da federação, visitando 95% dos municípios e atendendo 78% de todas farmácias presentes no território nacional. Além disso, todo ano incrementamos um pouco mais o Abradilan Conexão Farma, que é hoje a maior feira do setor farmacêutico. Neste ano, promoveremos o 2º Fórum Abradilan de Desenvolvimento Empresarial, que acontecerá nos dias 14 e 15 de setembro, em São Paulo. Além disso, também estamos preparando nossa Viagem Técnica Internacional (VTI), que será realizada em Lisboa, e fecharemos o primeiro ano com a Convenção Abradilan, que em 2017 será realizada na Riviera Maia, no México. No ano de 2018, o Abradilan Conexão Farma será realizado na São Paulo Expo, que deverá proporcionar um ambiente com grandes diferenciais, facilitando a sinergia e a conexão entre todos os presentes.
crescente união entre os associados e sócios-colaboradores por meio da capacitação, que hoje se torna cada vez mais fundamental, visto que estamos em uma época na qual a informação faz toda a diferença. Para isso, além de fóruns, palestras, viagens técnicas, workshops e demais eventos realizados no Abradilan Conexão Farma, também iremos acompanhar e participar cada vez mais de discussões com órgãos governamentais, antecipando notícias e resoluções a todos os envolvidos, promovendo assim um aprendizado contínuo, para que os associados possam dispor de uma gestão ainda mais afinada para lidar com a competição exigida atualmente pelo mercado.
“
A UNIÃO ENTRE ASSOCIADOS E
SÓCIOS-COLABORADORES POR
MEIO DA CAPACITAÇÃO É CADA VEZ MAIS FUNDAMENTAL EM UMA ÉPOCA
Qual deverá ser o principal foco desta nova gestão? Apesar da mudança na diretoria, continuaremos com a mesma proposta que já foi delineada em gestões anteriores com muito sucesso. Buscaremos promover uma
NA QUAL A INFORMAÇÃO FAZ TODA A DIFERENÇA.
”
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ENTREVISTA
Que desafios a entidade deverá enfrentar nos próximos anos? O setor farmacêutico ainda é um ramo privilegiado, pois mesmo com a retração econômica, o segmento continua com bons índices de crescimento. Porém, sabemos que não teremos números tão elevados como tínhamos antigamente precisaremos nos preparar de forma inteligente para ter a eficiência operacional necessária para os novos tempos. Hoje temos, entre outras iniciativas, algumas empresas nos auxiliando com pesquisas e tecnologia de informação na produção. Por isso, continuo afirmando que o nosso maior desafio é a capacitação e inovação, visto que hoje em dia fala-se em indústria 4.0, internet das coisas, inteligência cognitiva, etc. São muitas transformações acontecendo ao mesmo tempo, e temos que nos preparar
“
desafio do setor será realizar uma gestão afinada, calcada na busca de resultados cada vez mais efetivos, pois hoje temos muitas tecnologias e informações disponíveis, tantas que ficamos indecisos em como e onde aplicá-las. Por isso, a associação é uma ponte que promove as conexões necessárias, fazendo esse networking. Que mudanças deverão ocorrer na Abradilan nos próximos anos? Mudanças são sempre necessárias para que haja algum movimento para a frente. No momento, estamos discutindo o que deu e não deu certo nas gestões anteriores, para que possamos promover as melhorias necessárias, buscando trazer ainda mais eficiência para a entidade. Queremos saber quais são as principais necessidades de nossos associados para conseguirmos
NESTA GESTÃO, IREMOS ACOMPANHAR E PARTICIPAR CADA
VEZ MAIS DE DISCUSSÕES COM ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS,
ANTECIPANDO NOTÍCIAS E RESOLUÇÕES A TODOS OS ASSOCIADOS
para elas. Quantos negócios já deixaram de existir por causa da evolução tecnológica? Quantas pessoas poderão ficar desempregadas por não terem a capacitação adequada? Por causa disso, é necessário que os processos realizados em nossa cadeia tenham em vista o futuro, e isso só será possível se forem pensados por líderes com visão estratégica. Que desafios o setor de distribuição e logística da indústria farmacêutica enfrenta atualmente? Nosso desafio mais recente consiste em acompanhar a legislação, em especial as novas resoluções apresentadas pelo governo, como é o caso da rastreabilidade, por exemplo. Tendo isso em mente, trouxemos especialistas para debater o tema em nossos encontros e visitamos alguns países tecnologicamente mais avançados na área, a fim de promover o aprendizado necessário para podermos nos antecipar às mudanças. Mas reafirmo que o maior
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”
alinhar seus desejos aos propósitos da Abradilan. A participação de todos é imprescindível para que a sinergia nos leve a um patamar ainda mais elevado. Como o senhor enxerga o setor farmacêutico no futuro próximo? Nós já passamos e superamos tantas oscilações econômicas que podemos nos considerar vencedores por termos sobrevivido a elas. Apesar da crise geral instalada no país, o nosso setor ainda cresce. Por isso, continuo acreditando que o relacionamento entre os elos da cadeia produtiva tem de ser fortalecido ainda mais. Indústria, distribuição e varejo têm que pensar juntos em formatos inovadores e inteligentes, para que possamos superar as dificuldades presentes e ter forças para enfrentar as futuras. Precisamos quebrar paradigmas e criar novas formas de relacionamento em nosso setor, a fim de nos fortalecermos nesse processo.
CAPA
PARA NOVOS TEMPOS Balanço nacional e latino-americano apresentado no ‘QuintilesIMS World Review 2017’ revela um futuro promissor, mas repleto de desafios para o setor farmacêutico
U
ma oportunidade única para analisar e atualizar-se quanto às dinâmicas que controlam e deverão influenciar o crescimento dos mercados farmacêuticos nos âmbitos global, sul-americano e brasileiro nos próximos anos: essa foi a proposta do evento “QuintilesIMS World Review 2017”, que ocorreu no Brasil em fins de maio último e representa a mais ampla e detalhada janela de observação do setor farmacêutico em todo o mundo. Durante o evento realizado pela QuintilesIMS, empresa de consultoria especializada em análises de mercado e criação de estratégias para o setor farmacêutico, foram abordados diversos temas pertinentes ao segmento, como as projeções de expansão para vários países e o crescente custo com novas terapias medicamentosas. De acordo com dados divulgados no evento, os gastos
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com a saúde têm aumentado muito acima dos índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em todo o mundo, o que está impactando pessoas físicas, entidades privadas e organismos públicos. Dentro desse cenário, as organizações se veem desafiadas a financiar o tratamento das populações e suprir o mercado com novas terapias medicamentosas, diagnósticos e insumos hospitalares e ambulatoriais.
RISCO Na visão de Alexandre Santos, gerente sênior de relacionamento com parceiros estratégicos da QuintilesIMS, esse panorama coloca em xeque o atual modelo de pesquisa e desenvolvimento para novas terapias, tornando arriscados os investimentos que seriam aplicados na elaboração de novos fármacos
OS TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS ESTÃO SE TORNANDO CADA VEZ MAIS CAROS E REPRESENTAM UM DESAFIO PARA O ATUAL MODELO DE GESTÃO DA SAÚDE ALEX XANDRE SANTOS, GERENTE SÊNIOR DE RELACIONAMENTO COM PARCEIROS ESTRATÉGICOS DA QU UINTILESIMS
e tratamentos, visto que tem-se questionado cada vez mais o valor e a capacidade de custeio de novas terapias. “Os tratamentos medicamentosos estão se tornando mais caros e colocando em xeque o atual modelo de gestão da saúde, pois os governos, planos de saúde e até mesmo os pacientes têm questionado os valores, o que coloca em risco a cadeia como um todo”, detalha Santos, observando ainda que esse quadro pode acarretar em transformações profundas no mercado farmacêutico global. “Caso não ocorram mudanças em vários níveis, isso pode minar investimentos que seriam direcionados à inovação, uma vez que alguns tipos de tratamento podem se tornar arriscados do ponto de vista financeiro.” De acordo o representante da QuintilesIMS, ficaram claras, durante o evento, algumas tendências que po-
derão estimular o avanço do setor em âmbito global. “Devemos passar por uma profunda mudança na mentalidade dos atores do setor. A integração dos sistemas eletrônicos, a otimização dos recursos e a eficiência de toda a cadeia de saúde deve ser repensada para os novos tempos”, sugere ele, mencionando ainda que outro fator que poderá dinamizar o segmento nos próximos anos consiste na mudança de mentalidade da população, que está mais preocupada com a prevenção de doenças e buscando evitar enfermidades futuras por meio de tratamentos e cuidados preventivos, bem como por meio de estilos de vida mais saudáveis. Apesar da ameaça que ronda o setor a médio e longo prazo, especialistas apontam que o mercado farmacêutico deverá manter um crescimento constante, entre 4% a 7%, nos próximos cinco anos, de acordo com
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CAPA
Índices de mercado
91,2
Índice e de co onfiança dustriall (ICI) ind
Evolução IPCA (% a. a.) m 2017 será resultado da menor inflação de preços livres A diminuição do IPCA em
MAIOR NÍVEL DESDE MAI/14
85,3 Índice e de co onfiança nsumid dor (ICC) do con
10,,7 5,9 9
2008
4,3 3
2009
5,9 9
6,5 5
2010
2011
5,8 8
5,9 9
2012
2013
6,4 4
6,3 3 4,3 3
2014
2015
2016
2017e
5,0 0
2018e
94,4
Projeção IPCA (a.a)
Índice e de exp pectativa ústria (IE)) da indú MAIOR NÍVEL DESDE ABR/14
96,7
ALIMENTAÇÃO
SERVIÇOS
2016
9,4
6,5
INDÚSTRIA
4,8
2017e
2,5
5,0
2,6
Índice de expe ectativas umidor (IE) do consu 2018e MAIOR NÍVEL DESDE FEV/14
6,0
dados da QuintilesIMS. As análises da organização destacam ainda que os principais motores da expansão global deverão ser a ampliação ao acesso a medicamentos nos países em desenvolvimento, o avanço nos processos da cadeia distribuidora e a consolidação dos players – distribuidores, varejistas, hospitais, planos de saúde, entre outros – em toda a cadeia.
INOVAÇÃO A popularização de remédios biossimilares deverá representar um dos principais avanços na movimentação do setor farmacêutico em todo o mundo nos próximos anos. Nessa nova variedade, as fórmulas resultam de compostos elaborados a partir de materiais biológicos mais complexos do que aqueles presentes nos remé-
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4,8
3,8
LIVRE
ADMIN
PESO(%)
75,6
2016
6,6
5,5
2017e
3,7
6,2
2018e
4,8
5,7
24,4
Fonte: QuintilesIMS Analysis; IBGE (série histórica IPCA)
MAIOR NÍVEL DESDE DEZ/14
dios comuns. Nos biofármacos e biossimilares, células vivas como bactérias, fungos ou células de mamíferos servem como agentes para combater diversas condições, uma inovação que promete revolucionar a forma de se tratar inúmeras doenças. Junto a isso, Santos observa que novas terapias para doenças que antes não possuíam tratamento também deverão mobilizar a cadeia farmacêutica nos próximos tempos. “O lançamento de medicamentos para a Hepatite C revolucionou o tratamento dessa doença, visto que a inovação trouxe uma possibilidade real de cura e, futuramente, de erradicação de um mal que afeta milhares de pessoas no mundo todo. Além disso, a vacina contra a dengue, que já está sendo testada, também é vital para controlar essa
COM O DÓLAR ALTO, O BRASIL TORNA-SE ATRAENTE PARA AS MULTINACIONAIS. SOMADO À ESTABILIDADE ECONÔMICA, ISSO CRIA UM AMBIENTE FAVORÁVEL PARA A RETOMADA DE INVESTIMENTOS NELSON MUSSOLINI, PRESIDE ENTE-EXECUTIVO DO SINDIC CATO DA INDÚSTRIA A DE PRODUTOS FARMACÊU UTICOS NO ESTADO O DE SÃO PAULO
doença, e merece destaque”, exemplifica. De acordo com o gerente sênior de relacionamento com parceiros estratégicos da QuintilesIMS, outro foco de pesquisa dos grandes laboratórios tem sido a criação de tratamentos para enfermidades que atingem grandes parcelas da população, como diabetes, síndromes metabólicas e condições que afetam o coração e outros órgãos vitais. “Também estão sendo feitos investimentos na busca de terapias e cura para doenças o câncer, a artrite reumatoide e enfermidades relacionadas ao sistema nervoso central, como o Mal de Parkinson e o Alzheimer. Deve-se destacar ainda a criação de fármacos para combater as chamadas doenças órfãs, que atingem parcelas relativamente pequenas da população, mas que jamais podem ser negligenciadas”, informa.
BRASIL
O FUTURO DA INDÚSTRIA NO BRASIL
Segundo um parecer da GlobalData, consultoria especializada em análises de mercado, espera-se até 2020 a indústria farmacêutica alcance um valor de mercado de US$ 48 bilhões no Brasil, que atualmente ocupa a sexta posição em número de vendas de medicamentos no mundo. Caso a perspectiva para o ano em questão se concretize, o país deverá passar a ocupar a quarta posição.
O ramo farmacêutico foi um dos menos prejudicados pela instabilidade econômica que afetou o Brasil nos últimos anos. Ainda que tenha ocorrido uma desaceleração dos índices de crescimento, o próprio caráter de item indispensável inerente aos medicamentos foi responsável por manter o mercado em movimento. Essa, porém, não é a única razão da esperança que agora começa a dominar o setor farma. De acordo com as mais recentes análises de mercado, a economia brasileira já começa a ensaiar uma reação aos efeitos da turbulência recente. Um pequeno exemplo disso consiste no acréscimo de 0,5 % que a economia nacional deverá registrar em seu PIB até o final de 2017, segundo o mais recente “Boletim Focus” do Banco Central. Apesar de ser um resultado modesto e insuficiente para recuperar totalmente o país, o número mostra um grande avanço, considerando-se os dois últimos anos de queda consecutiva do PIB – em 2015 a retração foi de 3,8% e em 2016 foi de 3,5%. Além disso, a meta para a inflação neste ano, segundo o Banco Central, é de 4,5%, ao passo que em 2016 o índice chegou a 6,4%. Nesse período, a indústria farmacêutica teve suas vendas elevadas em 5,1% em número de unidades, tendo crescido também 13,2% em seu faturamento total no comparativo entre outubro de 2015 e setembro de 2016. Projeções do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
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CAPA
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Peru
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Colômbia
Brasil
Mercado farmacêutico da América Latina (em US$ bilhões)
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Equador
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Chile
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Países da América Central
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A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS ELETRÔNICOS, A OTIMIZAÇÃO
DOS RECURSOS E A EFICIÊNCIA DE TODA A CADEIA DE SAÚDE DEVE SER REPENSADA PARA OS NOVOS TEMPOS ALEXANDRE SANTOS, GERENTE SÊNIOR DE RELACIONAMENTO COM PARCEIROS ESTRATÉGICOS DA QUINTILESIMS
(Sindusfarma) indicam que o mercado de medicamentos fechou o ano de 2016 com crescimento de pelo menos dois pontos acima dos índices de inflação em comparação com o ano anterior. De modo geral, a inflação mais controlada e a possível queda nos juros, que poderão chegar à casa dos 10% até o final do ano, deverão estimular o consumo a volta do crescimento em vários setores da economia. Índices como o de confiança industrial, expectativa da indústria, confiança do consumidor e expectativa do consumidor estão nos seus melhores níveis desde 2014, ano em que os primeiros impactos da recessão econômica se fizeram sentir. Na avaliação de Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, é possível projetar um crescimento de até 10% no mercado
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de medicamentos em 2017, caso o cenário econômico geral se mantenha estável. “Há ainda outro aspecto que gera otimismo. Com o dólar alto, o Brasil torna-se atraente para as multinacionais. Somado à estabilidade da economia, isso cria um ambiente favorável para a retomada de investimentos, tanto de empreendedores locais quanto de players internacionais”, expõe. Além dos fatores próprios da macroeconomia, há fatores internos ao mercado farmacêutico que, no entender de Alexandre Santos, poderão impactar positivamente o crescimento do setor. “A migração de alguns medicamentos de receituário médico, que passam a ser isentos de prescrição, bem como a ampliação dos serviços farmacêuticos nas farmácias, são muito positivas para o setor. Além disso, temos um movimento
rumo à popularização ao acesso médico por causa das clínicas populares. Tudo isso poderá modificar o perfil e a dinâmica do mercado nos próximos anos”, ilustra.
DEMOGRAFIA Outro fator que poderá impulsionar o crescimento do consumo de medicamentos e serviços de saúde consiste no gradual envelhecimento da população, constatado nos últimos censos realizados no país. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com mais de 60 anos deverá aumentar mais rapidamente no Brasil do que no resto do mundo. De acordo com a entidade, nas próximas décadas o país passará a ter uma população formada por quase 30% de pessoas na terceira idade, contra os 13% atuais. “Sabemos que pessoas com mais de 60 anos de idade consomem mais medicamentos do que os jovens ou pessoas de meia-idade. Esse será um dos principais vetores de crescimento para o setor farmacêutico no Brasil. Uma população mais velha necessariamente fará um maior consumo de medicamentos, principalmente para o tratamento de doenças crônicas”, elucida o gerente sênior de relacionamento com parceiros estratégicos da QuintilesIMS.
AMÉRICA LATINA Não é somente no Brasil que o cenário futuro começa a se desenhar com mais otimismo. De acordo com dados levantados pela empresa de consultoria Economist Intelligence Unit, os índices de crescimento real do PIB da América Latina deverão se igualar ao dos Estados Unidos e Canadá em 2018. Além disso, até 2021 o continente ultrapassará o Japão e as cinco maiores economias da União Europeia, registrando um crescimento que, ao que tudo indica, permanecerá ascendente e estável. Isso faz com que o a região se torne um mercado consumidor cada vez mais oportuno ao setor farmacêutico, o qual já tem dedicado atenção especial à região. Nesse contexto, todos os países estudados, com exceção da Argentina, têm apresentado um crescimento constante nos gastos anuais per capita com saúde, com o Chile, Brasil e México apresentando respectivamente os maiores valores. Para o representante da QuintilesIMS, esse cenário resultou em mudanças concretas no setor farmacêutico latino. “Por conta dessa expansão, as novas terapias que antes demoravam anos para chegar à América Latina agora chegam mais rapidamente. Para os próximos anos, devemos ver uma crescente ampliação no acesso a medicamentos inovadores, como os biossimilares”, presume.
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SISTEMAS
ˆ INTELIGENCIA NO SETOR FARMACÊUTICO
Sistemas informatizados promovem interação nas cadeias produtivas e contribuem para a otimização de estoques, gerando lucro e competitividade
O
s sistemas informatizados têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano de todo o mundo. Dados financeiros, empresariais e pessoais são trocados quase que instantaneamente por meio de ferramentas que recebem contínuas atualizações para tornarem-se cada vez mais rápidas e confiáveis. Para as empresas, a necessidade de informatização está maior a cada dia, pois os processos empresariais modernos, muitas vezes, apresentam graus de complexidade diante dos quais um sistema informatizado pode resultar não apenas em economia de tempo e pessoal, mas também na otimização dos próprios recursos financeiros.
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TENDÊNCIA De acordo com Eduardo Mario Dias, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador-geral do Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais (GAESI) da instituição, a informatização é uma tendência mundial no ramo da saúde, que não pode ser ignorada pelas empresas do setor farmacêutico. “Esses sistemas são muito positivos, especialmente no caso do ramo farmacêutico, onde é necessário que todos os pontos da cadeia produtiva – indústria, distribuidores e varejo – estejam em profunda sintonia para que não ocorram sinistros, já que se está lidando com uma variedade de produtos tão delicada”, explica.
Dias observa que essa necessidade foi reconhecida pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 157/2017 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que entrou em vigor no mês de maio e dispõe sobre a implantação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), bem como dos mecanismos e procedimentos de rastreamento das mercadorias. “Isso é algo fundamental, é um passo importantíssimo que o Brasil está dando para otimizar os estoques e controlar a circulação de remédios no país, pois é necessário que se saiba a procedência e destino dos remédios, além de todo o ínterim do processo”, garante.
QUANTO CUSTA A IMPLANTAÇÃO
De acordo com a sócia executiva da Ilos, Gisela Mangabeira, os investimentos vão de R$ 200 mil até a ordem dos milhões, dependendo do tipo de software que será usado e do tamanho da cadeia em que será implantado. Segundo ela, não se trata apenas da elaboração de um software, mas da criação e adaptação, na empresa, dos processos necessários para a utilização das informações geradas pelo programa.
OTIMIZAÇÃO DOS ESTOQUES Além da informatização e controle dos processos, os sistemas informatizados contribuem para a otimização dos estoques. Na opinião de Gisela Mangabeira, sócia executiva da empresa Ilos, especializada em sistemas informatizados, logística e supply chain, o uso desses sistemas não é apenas uma tendência em todos os ramos da cadeia produtiva, mas a solução mais adequada para quando a empresa cresce em número de unidades de controle de estoque, quantidade de pedidos e valor armazenado. “Cada segmento tem empresas com perfis diferentes e com sistemas informatizados já implantados. Do ponto de vista específico do segmento farmacêutico, a preocupação com a rastreabilidade do produto aumentou muito a busca por eles”, observa.
CUIDADOS NECESSÁRIOS
A introdução de um novo sistema ou a atualização de um sistema já existente exigem que sejam tomados alguns cuidados quanto à sua implantação, pois um novo sistema acarreta em mudanças nos processos da cadeia e na forma como são tomadas as decisões. Por isso, é importante realizar um amplo estudo prévio para definir claramente quais serão os elos e o pessoal afetado, para que seja possível trabalhar com estes desde o início da implementação.
SEM RUPTURAS Compartilhar informações dos estoques entre os vários pontos da cadeia produtiva pode ser vantajoso na hora de planejar um reabastecimento adequado de um elo para outro, evitando rupturas nas vendas. Além disso, os sistemas informatizados facilitam o rastreamento e controle de medicamentos, identificando extravios e prevenindo que os lotes passem de seu prazo de validade. A troca constante de informações proporcionada pelos sistemas também pode impedir que ocorram rupturas nos processos da cadeia. Mangabeira assinala que as rupturas são especialmente prejudiciais para alguns elos específicos, que precisam atentar para a necessidade da informatização. “A própria definição da ruptura não é um consenso entre os diferentes elos da cadeia, pois para a indústria a não-disponibilidade de seu produto na farmácia já indica uma ruptura, enquanto que, para a farmácia, não ter produtos de uma indústria específica não significa ruptura, já que ela pode vender um genérico ou um similar”, esclarece.
DISTRIBUIÇÃO Na opinião de Dias, as novas tecnologias auxiliam principalmente na identificação e desobstrução de problemas na cadeia de distribuição, disponibilizando informações que tornam possível uma tomada rápida e correta de decisões estratégicas que visem a otimização dos processos, redução de erros, diminuição de prejuízos e aumento das margens de lucro. “A implantação de tecnologias eletrônicas ajuda a encontrar as limitações e gargalos nos
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SISTEMAS
QUAIS SÃO OS TIPOS DE SISTEMAS?
diversos elos da cadeia e dos estoques. Por meio dos dados obtidos, pode-se identificar e rastrear os diferentes tipos de problemas e a melhor solução para eles”, relata.
COMO IMPLANTAR UM SISTEMA A introdução de um novo sistema ou a atualização de um sistema já existente exigem que sejam tomados alguns cuidados quanto à sua implantação, pois um novo sistema acarreta em mudanças nos processos da cadeia e na forma como são tomadas as decisões. Por isso, é importante realizar um amplo estudo prévio para definir claramente quais serão os elos e o pessoal afetado, para que seja possível trabalhar com estes desde o início da implementação. Na visão da sócia executiva da Ilos, a escolha de um sistema passa pela avaliação quantitativa e qualitativa das perdas que a empresa tem sofrido por causa da falta de informações confiáveis para gerir estoques e processos. “Feita essa consulta prévia, é preciso mapear todos os diferentes sistemas disponíveis no mercado, tanto do ponto de vista da funcionalidade quanto do preço. Dessa forma, pode-se discutir sobre qual é o sistema mais adequado para a situação e estratégia da empresa”, sugere. O coordenador geral do GAESI acrescenta que, embo-
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Os sistemas associados à gestão do estoque físico são conhecidos como WMS, ou “Sistema de Gerenciamento de Armazém” em português. Neles, é possível armazenar informações de estoques e do Centro de Distribuição/ Armazém, incluindo informações sobre lote, validade e condições do produto (avariado, quarentena, liberado, etc). Outros sistemas são mais voltados para a avaliação dos níveis totais em estoque, calculando qual deveria ser a quantidade ideal para cada item. Eles são alimentados por estatísticas e dados de mercado que avaliam o perfil de vendas em determinado período, ajudando, principalmente, no cálculo da reposição adequada para o momento, de forma a não ocasionar rupturas nas vendas nem excesso nos volumes armazenados. Além desses, existem sistemas que têm por objetivo a avaliação da necessidade de estoques em cada elo da cadeia produtiva, auxiliando na tomada de decisões em âmbito mais global. A utilização de cada tipo depende do grau de maturidade e estratégia de cada empresa ou cadeia produtiva.
ra os investimentos dependam da necessidade específica de cada empresa ou cadeia produtiva, é preciso atentar para alguns pontos-chave. “Hoje em dia, o desenvolvimento de um modelo de rastreabilidade para uma determinada cadeia de suprimentos precisa estar baseado na análise da legislação pertinente, no levantamento das necessidades de mercado e na avaliação das tecnologias disponíveis”, indica. Apesar de alguns pontos delicados quanto à análise e escolha de um sistema informatizado, a adoção de sistemas desse tipo é uma tendência internacional em todos os segmentos econômicos, motivada pela otimização dos recursos nas cadeias produtivas. Vale dizer também que os sistemas informatizados carregam uma importância especial quando se trata do setor farmacêutico, onde existe um controle rigoroso por parte de governos e entidades internacionais sobre o ramo.
REFORMA TRABALHISTA
Pensada para estimular o mercado de trabalho e promover crescimento econômico, a reforma trabalhista deverá revolucionar as relações de trabalho
MAIS AUTONOMIA PARA OS
DOIS LADOS T
ema de constantes debates nas mídias sociais e veículos de comunicação, a reforma trabalhista foi aprovada pelo Senado em meados de julho e recebeu a sanção do presidente Michel Temer logo em seguida. Prevista para entrar em vigor no mês de novembro, ela altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e foi considerada pelo governo federal uma de suas principais medidas para estimular o mercado de trabalho e promover a volta do crescimento econômico. Considerado por economistas e pelo setor empresarial um ponto vital na modernização e dinamização das relações trabalhistas no Brasil, o texto da reforma aponta para uma profunda mudança nos vínculos entre empregadores e empregados, introduzindo-os em uma nova realidade vivida em todo o mundo.
O QUE MUDA Entre as principais mudanças autorizadas pelo texto, está o fato de que agora será permitida a elaboração de contratos de trabalho mais flexíveis, sendo que os acordos entre patrões e funcionários terão mais força perante a lei. O projeto também contempla o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, impõe maiores obstáculos ao ajuizamento de ações trabalhistas, limita o poder das decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST), permite que se contrate pessoas em dias e horários
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específicos da semana, possibilita a contratação temporária e fornece a opção de parcelar as férias em até três períodos distintos durante o ano. Entre outros pontos abordados pela reforma, estão a previsão da jornada de 12 horas com 36 horas de descanso, que deve ser negociada entre a empresa e os funcionários, a redução do horário de almoço para até 30 minutos e a negociação de acordos de saída amigável, mediante o cumprimento da metade do aviso prévio e o direito a 80% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Por Daniel Sender
PRINCIPAIS MUDANÇAS
CLIMA DE SEGURANÇA Na avaliação de José Márcio Camargo, doutor em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e especialista em Economia do Trabalho e Microeconomia, a aprovação da reforma é bem-vinda para todos os ramos produtivos da economia. “Com ela, ocorrerá uma diminuição das incertezas em relação ao custo real do trabalho no Brasil. Hoje em dia, o empresário só tem a certeza do valor real de um trabalhador após sua demissão. Isso promove um ambiente de profunda incerteza que afeta todas as cadeias produtivas”, explica ele, adicionando que, agora, diversos itens negociados e acordados previamente por contrato entre patrão e funcionário não sofrerão mais interferência da Justiça do Trabalho. “Vai valer o que está no contrato, sem interferências indevidas do juiz, que hoje pode
• Criação formal da jornada de 12 por 36 horas de descanso mediante acordo com a categoria. • Horas extras passam a valer para o contrato de tempo parcial. • O banco de horas precisa ser compensado em até 6 meses. • Férias poderão ser divididas em até três períodos. • Contribuição sindical não será obrigatória. • É permitida contratação sem horário fixo, sendo que o empregado deve ser acionado três dias antes do trabalho. • O contrato parcial passa a ter o máximo de 30 horas semanais. • Foi instituída a multa por discriminação por sexo ou etnia, cujo valor poderá ser de até 50% do benefício máximo do INSS. • Acordos coletivos entre patrão e empregados passam a ter força de lei. • Trabalhadores com curso superior e salário duas vezes maior que o teto no INSS (R$ 11.062) poderão fazer acordos individuais. • Nova rescisão por acordo terá metade do período de aviso prévio e direito a 80% do FGTS. • A homologação da rescisão deixa de ser obrigatória. • Ex-empregados ou empresas que agirem de má-fé poderão pagar até 10% do valor total da causa para a outra parte. • Custos judiciais serão divididos entre o ex-funcionário e a empresa conforme a decisão.
ignorar e até mesmo considerar inválido o que foi assinado em contrato. Isso reduz a incerteza e aumenta a segurança do investimento no trabalho, gerando emprego e crescimento da economia.” As mudanças são vistas como um grande avanço também pelo economista Gustavo Grisa, MBA pela Thunderbird School (EUA) e especialista do Instituto Millenium. Na visão dele, trata-se de um importante passo para a modernização das leis trabalhistas no país, visto que a reforma segue uma tendência mundial de flexibilização da legislação trabalhista, que já existia de
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REFORMA TRABALHISTA
fato e agora passa a existir de direito. “Isso permitirá ao país criar mais empregos formais e contratualizar as relações que eram por vezes informais, adequando uma legislação da década de 1930, de plena era da industrialização fordista, às novas formas e realidades de trabalho”, aponta ele, mencionando ainda que a redução dos encargos trabalhistas resulta em maior flexibilidade dentro do âmbito legal, o que garante mais segurança ao trabalhador. “Isso cria mais empregos e insere no mercado de trabalho pessoas que não tinham condição de se adaptar à rígida jornada proporcionada pela legislação anterior.”
“
A REFORMA PERMITE O CONTRATO POR HORA, NEGOCIADO DIRETAMENTE
COM O TRABALHADOR, ONDE É POSSÍVEL CONTRATAR ALGUÉM POR APENAS ALGUNS DIAS E HORÁRIOS DA SEMANA. ISSO É IMPORTANTE PARA SETORES COMO O DOS SUPERMERCADOS E FARMÁCIAS
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JOSÉ MÁRCIO CAMARGO, PROFESSOR ESPECIALISTA EM ECONOMIA DO TRABALHO E MICROECONOMIA
SETOR FARMACÊUTICO IMPACTO SOCIAL DA MEDIDA
De acordo com um estudo realizado por José Márcio Camargo em 2015, a reforma trabalhista vai ser especialmente benéfica para as classes sociais menos favorecidas, que não conseguem formalizar sua situação contratual por causa das exigências excessivas da atual CLT e ficam sujeitas à informalidade. Segundo o economista, se forem considerados os 20% com maior renda no Brasil, 80% deles trabalham em regime CLT, 16% são informais e apenas 3% estão desempregados. Dos 40% mais pobres, 50% trabalham na informalidade e 20% estão desempregados. Para o especialista, a reforma possibilita que os informais possam ser formalizados e protegidos pela lei por meio de novas modalidades contratuais, como tempo parcial, autônomo e trabalho intermitente.
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De acordo com Camargo, a reforma deverá baratear o custo final do trabalho e fomentar contratações em todos os ramos produtivos, inclusive no setor farmacêutico, onde existe uma demanda intermitente própria, que passa a ser contemplada pela reforma. “A medida permite o contrato por hora, negociado diretamente com o trabalhador, onde é possível contratar alguém por apenas alguns dias e horários da semana. Isso é muito importante para setores como o dos supermercados e farmácias, nos quais a demanda é particularmente descontinuada”, observa ele, frisando ainda que isso dinamiza a natureza do trabalho, ao diminuir custos e aumentar as margens de lucro para os vários ramos da cadeia produtiva. Na opinião de Grisa, a medida contribui principalmente para permitir que o setor farmacêutico se adapte a uma realidade já existente no mercado, otimizando e modernizando sua estrutura de funcionamento. “A indústria farmacêutica tem regulações próprias que poderão ser aprimoradas e desenvolvidas, inclusive nas atividades de trabalho, com maior adequação à realidade do setor, gerando maior segurança e modernidade a todos os envolvidos na cadeia de valor”, esclarece.
Foto: Datalogic/Divulgação.
FABIO BIO LOP LOPEZ PEZ
A SIMPLICIDADE QUE ENCANTA
OS CONSUMIDORES
A interação próxima e pessoal entre comerciantes e clientes, a disponibilidade de mercadorias e o bom atendimento eram situações comuns no passado, nos tempos em que as pessoas faziam suas compras nas lojas ou supermercados de bairro. Os comerciantes conheciam as preferências dos seus clientes mais fiéis, não haviam longas filas e o dono do estabelecimento sempre estava disposto a ajudar e não deixar faltar produtos no estoque. O varejo cresceu, as grandes redes se popularizaram e aos poucos essa relação de proximidade com o consumidor foi se perdendo. Hoje, o varejo vive o desafio de resgatar o contato pessoal e personalizado, encantar o cliente com ações simples que eram tão habituais no passado e, finalmente, inovar e se diferenciar da concorrência. Atualmente, um dos problemas mais críticos do setor é a gestão das lojas físicas, que abrange o treinamento de funcionários para interagir, sanar dúvidas e melhorar o atendimento aos clientes, e também a disponibilidade de tecnologias que os auxiliem no atendimento a essas necessidades básicas dos consumidores. Afinal, não existe sensação pior para o cliente do que ter o carrinho cheio e uma fila de pagamento gigante à sua espera, funcionários com pouca ou nenhuma informação sobre o estoque ou ainda receber do varejista informações e ofertas não adequadas ao seu perfil de consumo. Situações como essas fazem o consumidor lembrar nostalgicamente da infância (ou das histórias contadas por pais e avós sobre as infâncias deles), quando as compras na mercearia da rua eram prazerosas porque traziam um toque personalizado. O dono do negócio conhecia o cliente pelo nome, os hábitos de compras de sua
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família e sempre avisava sobre a disponibilidade de um determinado produto. É essa a simplicidade que o varejo brasileiro precisa resgatar, algo que não acontecerá simplesmente com as grandes marcas investindo em supermercados de bairro sem pensar em ações para reter e fidelizar seu consumidor de forma pessoal. Hoje em dia, a palavra “fidelização” muitas vezes tem sido resumida a “cartões de fidelidade” ou WiFi gratuito na loja, que as grandes marcas implantam a fim de oferecer conectividade, descontos e acúmulo de pontos. Essas ações sozinhas não retêm o consumidor e, por isso, os varejistas precisam ir além para obter destaque. Claro que estratégias digitais, como integração com canais de e-commerce ou mídias sociais, por exemplo, são importantes, mas elas precisam avançar na mesma proporção que as melhorias no ambiente físico. Nos dias atuais, o tempo de espera em uma fila impacta – e muito – os resultados do varejo. Não é raro um cliente desistir da compra se a fila estiver muito longa e demorada. A agilidade dos caixas, especialmente em seus dias e horários de pico, é um ponto crucial na satisfação e retenção de clientes. Soluções simples, como leitores bióticos, e também mais sofisticadas, como checkouts automáticos, podem reduzir significativamente o tempo de espera do consumidor e melhorar sua experiência de compra. É preciso lembrar que a indisponibilidade de produtos na gôndola, fator conhecido como ruptura, também impacta fortemente o varejo no Brasil. Em alguns casos, essa taxa chega a ultrapassar os 20%. Com tecnologias e sistemas corretos, os vendedores podem ajudar a evitar longas filas e fornecer informações precisas ao consumidor sobre a disponibilidade de produtos. Isso, sim, pode realmente gerar valor ao negócio e ajudar o estabelecimento a encantar o cliente pela interação e atendimento personalizado. FABIO LOPEZ, Diretor de Vendas da Datalogic para o Sul da América Latina.
ˆ NUTRACEUTICOS
APROVADOS
POR TODOS Altamente rentáveis, os nutracêuticos são consumidos por todas as camadas sociais e conquistam espaço cada vez maior nas farmácias
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onsiderados tanto suplementos alimentares quanto produtos terapêuticos, os chamados nutracêuticos são administrados para auxiliar na nutrição e provocam efeitos positivos na saúde e cosmética dos consumidores, podendo colaborar para a prevenção e até o tratamento de diversas doenças. Essa versatilidade coloca o item em um lugar de destaque em qualquer mix de produtos. Além disso, o mercado nutracêutico deverá movimentar US$ 33,6 bilhões no mundo todo em 2018, de acordo com relatório da agência internacional de pesquisas e análises de mercados Markets and Markets. Os dados da agência também mostram que, desde 2013, o setor tem apresentado uma taxa de crescimento global de 7,2% ao ano. No Brasil, a expansão do segmento é ainda maior e tem se mostrado constante, registrando um crescimento acima dos dois dígitos nos últimos anos. Na visão de Elzo Velani, diretor e vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e Promoção da Saúde (Abifisa), a razão para o boom dos nutracêuticos está ligada aos benefícios proporcionados pelo produto. “Eles promovem uma melhor qualidade de vida e também previnem doenças. Apesar de não serem um gênero de primeira necessidade, são
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produtos que apresentam constantes inovações, sendo muito chamativos para os clientes”, detalha. Também pesa a favor dos nutracêuticos o fato de que os brasileiros consideram os itens do mercado cosmético e nutracêutico uma necessidade básica, de acordo com um levantamento recente realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e pelo Instituto FSB Pesquisa.
Por Daniel Sender
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EM MUITOS CASOS, A RENTABILIDADE DO NUTRACÊUTICO É SUPERIOR À
DOS MEDICAMENTOS, COM ‘MARK UP’ [DIFERENÇA ENTRE O CUSTO DO PRODUTO E SEU PREÇO DE VENDA] DE ATÉ 80%
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ELZO VELANI, DIRETOR E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DO SETOR FITOTERÁPICO, SUPLEMENTO ALIMENTAR E PROMOÇÃO DA SAÚDE
RENTABILIDADE
MAIS INDICADOS PARA FARMÁCIAS
Dentro dos padrões internacionais, os nutracêuticos são produtos classificados como “Fitness” e “Wellness Nutrition” (Nutrição para o bem-estar), apresentando propriedades terapêuticas em sua composição. Segundo a Euromonitor, agência de análises e estratégias para mercados consumidores, o segmento nutracêutico deverá movimentar o montante de R$ 27 bilhões até 2020 apenas no Brasil. Para o diretor da Abifisa, os produtos dessa categoria que mais merecem destaque no mix de uma farmácia são as cápsulas, comprimidos, bebidas, shakes e alimentos com associações de vitaminas e sais minerais, que ajudam a suprir os nutrientes necessários para uma dieta saudável e controlam os níveis de colesterol e ácidos graxos. Além disso, ele sugere também os produtos voltados para a saúde dos cabelos, olhos e pele.
Dispondo de um tempo cada vez menor para fazer refeições equilibradas e nutritivas, os consumidores tendem a procurar variedades de produtos que possuam nutrientes funcionais ativos, com o objetivo de suprir as deficiências provocadas pelo estilo de vida moderno. Como são suplementos concentrados capazes de suprir essa demanda, os nutracêuticos estão conquistando um espaço cada vez maior nas farmácias, uma tendência que, na opinião do presidente da Abifisa, não pode ser ignorada pelo setor. “O mercado varejista nacional já está em sintonia com as linhas de produtos que promovem qualidade de vida. Essa é uma tendência mundial que está se tornando cada vez mais forte no Brasil”, aponta. Outra vantagem para o setor farmacêutico varejista, segundo Velani, consiste no fato de que os nutracêuticos têm a sua comercialização liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), assim como não estão sujeitos ao controle de preços exercido pelas agências reguladoras. “O ticket médio de um produto pode variar de R$ 30 a R$ 200, quando possui materiais mais elaborados e ingredientes importados”, explica ele, observando ainda que os nutracêuticos contam com ampla aceitação em públicos de todas as classes sociais. “Em muitos casos, a rentabilidade do nutracêutico é superior à dos medicamentos, com mark up [diferença entre o custo do produto e seu preço de venda] de até 80%. Penso que toda farmácia deveria incluir os nutracêuticos em seu mix de opções, e ter uma gôndola específica para eles”, indica.
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Foto: Cazamba/Divulgação.
VICTOR OR CANO Oˆ
POR QUE INVESTIR EM NOVOS FORMATOS NA PUBLICIDADE DIGITAL?
A cada ano, a tecnologia proporciona uma nova forma de olhar para o mundo, e a internet é a principal janela para essa vasta exploração. Hoje, cada vez mais pessoas estão conectadas, o que colaborou para a transformação de diferentes mercados, e um dos que mais evoluíram foi o publicitário. Antigamente, as marcas buscavam jornais, revistas, rádios e, principalmente, a televisão para chegar ao seu público-alvo. Porém, as coisas mudaram e observamos que uma boa parte da população deixa seus televisores desligados e procura entretenimento em dispositivos conectados à internet. Um exemplo disso foi o número divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no final de janeiro deste ano, que mostrou que em 2016 houve um crescimento de 4,3% na contratação de banda larga fixa no Brasil. Já na contratação de outros serviços, houve queda, como na TV por assinatura, que perdeu mais de 300 mil assinantes, encolhendo 1,6% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, muitas empresas ainda se perguntam: por que investir em publicidade na internet, já que são sempre aqueles formatos padrões e não muito atrativos? Primeiramente, vale lembrar que os formatos de publicidade digital mudaram. Hoje, não se depende mais apenas dos banners com tamanhos pré-determinados, que pouco impactam o público. O mercado oferece diversas opções para que as marcas cheguem de fato a seu target, como nos anúncios em formato display. Eles possibilitam que as marcas estejam mais próximas de seus clientes da maneira certa, com 100% de visibilidade e alta escala de definição, incluindo vídeos. Esse é só um exemplo. Existem inúmeras outras formas de se criar uma publicidade efetiva e em diversas mídias, como o mobile e também no conteúdo sob demanda. Além disso, esses novos formatos possibilitam um monitoramento em tempo real de uma campanha e com serviços que aumentam a efetividade do engajamento com o público. Todas essas funcionalidades
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OS FORMATOS DE PUBLICIDADE
DIGITAL MUDARAM. HOJE NÃO SE
DEPENDE MAIS APENAS DOS BANNERS COM TAMANHOS PRÉ-DETERMINADOS. O MERCADO OFERECE DIVERSAS OPÇÕES PARA QUE AS MARCAS CHEGUEM DE FATO A SEU TARGET
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podem estar reunidas em uma programação personalizada, oferecendo a possibilidade de integrações com serviços terceiros e ainda mais flexibilidade de conteúdo, alcançando um maior número de pessoas por meio de sites, blogs e páginas espalhados nas redes de publishers. Tudo isso vai muito além do padrão para impactar o usuário e criar uma nova experiência de anúncios online. E isso dentro de um orçamento reduzido, se comparado com o valor de mercado de uma campanha feita especialmente para televisão. Por isso, sempre que buscar uma maneira efetiva de chegar ao seu público e gerar engajamento, a publicidade digital é uma excelente opção, já que além da interação que ela proporciona, dando às marcas diversas possibilidades de se mostrar ao consumidor por meio dos diferentes tipos de anúncios, ela estará sempre acompanhando as pessoas, que hoje em dia estão cada vez mais conectadas. Esse é apenas o primeiro passo, pois nos próximos anos uma revolução ainda maior irá acontecer com a Internet das Coisas, onde qualquer tipo de aparelho estará conectado com a rede mundial de computadores. VICTOR CANÔ, CEO da Cazamba, empresa de tecnologia em mídia.
DERMOCOSMÉTICOS
O POTENCIAL DA BELEZA
Considerados um gênero de primeira necessidade pelos consumidores brasileiros, produtos dermocosméticos podem alavancar as vendas em farmácias
D
epois de passar dois anos oscilando por causa das flutuações da economia brasileira, o setor de beleza, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos pode crescer 2,8% até o final de 2017, de acordo com uma projeção levantada pela Euromonitor, empresa de análise e estratégias de mercado. “De forma geral, o sentimento das indústrias está melhor, com as empresas um pouco mais animadas. Não se prevê um crescimento fabuloso, mas um resultado melhor do que nos últimos dois anos”, observa Elton Morimitsu, analista sênior de pesquisas da organização. De acordo com um estudo que mapeou os hábitos de consumo relacionados a produtos de beleza e cuidados pessoais no mercado nacional, entre as categorias que mais evoluíram no quesito valor de vendas estão os produtos masculinos e, em especial, os dermocosméticos, que passaram a liderar o crescimento na categoria. O ramo cresceu 5,5% no canal farmacêutico brasileiro entre maio de 2016 e maio de 2017, de acordo com uma sondagem realizada pela Quintiles IMS Health, consul-
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toria especializada na área de pesquisa clínica. Embora não conte hoje com uma expansão tão grande como a de anos anteriores, quando o setor crescia a dois dígitos por ano, os dermocosméticos ainda são um dos principais motores de avanço no ramo de cosméticos e produtos de beleza. Um levantamento recente, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e o Instituto FSB Pesquisa, constatou que 95% dos especialistas em cuidados pessoais consideram bom o desempenho do setor no país, mesmo durante o período de turbulência econômica. O parecer dos especialistas foi confirmado por outra pesquisa da Abihpec, na qual constatou-se que os brasileiros consideram os itens de cuidados pessoais uma necessidade básica, pois encontram no consumo desses produtos conforto emocional e uma forma de inserção social. Ainda de acordo com dados da associação, o Brasil é responsável por 7,1% do comércio mundial de produtos de beleza, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, com o cidadão brasileiro destinando, em
Por Daniel Sender
“
OS DERMOCOSMÉTICOS
POSSUEM UM TÍQUETE ELEVADO, E SUA
média, 2% de seu orçamento anual para compras no setor. Esse cenário transformou o país no quarto maior consumidor mundial da variedade, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.
ASSIMILAÇÃO É UMA OPORTUNIDADE RENTABILIDADE
ÚNICA PARA OS VÁRIOS ELOS DA CADEIA FARMACÊUTICA, DESDE AS INDÚSTRIAS, PASSANDO PELAS DISTRIBUIDORAS, ATÉ CHEGAR AO VAREJO
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ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI, FARMACÊUTICO-BIOQUÍMICO E DIRETOR DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COSMETOLOGIA
De acordo com Alberto Keidi Kurebayashi, farmacêutico-bioquímico e diretor da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), o setor farmacêutico tem muito a ganhar com a inclusão da categoria em seu mix de produtos. “Os dermocosméticos possuem um tíquete elevado e sua assimilação representa uma oportunidade única para os vários elos da cadeia farmacêutica, desde as indústrias, passando pelas distribuidoras, até chegar ao varejo”, explica ele, observando ainda que há uma tendência universal para que as farmácias diversifiquem sua oferta de produtos. “Basta visitar uma farmácia para verificar que o espaço dedicado aos produtos de higiene, beleza e saúde está aumentando, enquanto as
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DERMOCOSMÉTICOS
prateleiras de medicamentos ocupam o espaço atrás do balcão. As farmácias estão cada vez mais se especializando e investindo no setor de beleza.” O diretor da ABC assinala também que, dentro do universo dos produtos dermocosméticos, há alternativas de todos os preços e características para as mais diversas classes sociais, e que mesmo os itens de valor mais elevado possuem ampla aceitação em todos os grupos. “É possível encontrar nas farmácias um leque inteiro de produtos em relação a preços. Porém, mesmo os dermocosméticos de maior valor agregado possuem boa vendabilidade, pois sua busca é impulsionada, principalmente, por recomendações de dermatologistas”, esclarece Kurebayashi. Segundo um levantamento realizado pela Quintiles IMS Health, o tíquete médio de um produto dermocosmético é de R$ 57, enquanto o de outros cosméticos é de apenas R$ 10. Na visão do farmacêutico, deve ser notado que, além de oferecer uma margem de lucro maior, os dermocosméticos obedecem a um ritmo de compra diferente em relação aos medicamentos, o que beneficia o varejo
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O QUE SÃO OS DERMOCOSMÉTICOS?
Os dermocosméticos são produtos com ativos farmacológicos que agem nas partes mais profundas da pele, produzindo uma melhora de dentro para fora. Eles ocupam um espaço intermediário entre um cosmético e um medicamento, ao passo que o cosmético age apenas superficialmente. Apesar de trazerem em sua composição alguns agentes comuns aos medicamentos, os produtos dermocosméticos podem ser comercializados sem restrições em farmácias. Mesmo os itens considerados de Grau 2, que contam com antibióticos ou outras substâncias químicas controladas em sua composição, também tiveram a sua comercialização em farmácia liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
farmacêutico. “Ao contrário dos medicamentos, que possuem um prazo de recompra mensal, os dermocosméticos incentivam uma ida contínua às farmácias, pois são produtos de um mercado em constante evolução, onde o consumidor anseia pelas novidades e sempre busca os últimos lançamentos, tecnologias e benefícios”, explica. Em razão disso, o mercado dermocosmético se mostra altamente competitivo, fazendo com que as indústrias sempre invistam em novas linhas, na busca pela incorporação de benefícios adicionais aos seus produtos. Tanto é que, de acordo com dados divulgados pela Abihpec, 30% do faturamento total da indústria de cuidados pessoais no Brasil é gerado por lançamentos.
TENDÊNCIAS DE MERCADO • Baby Care – O segmento conhecido como “Baby Care” registrou uma expansão contínua mesmo du-
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o Brasil terá 64 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade, representando cerca de 30% da população do país. Esse dado resultará em uma busca cada vez maior por recursos que mantenham a jovialidade e a beleza, tornando a demanda por dermocosméticos cada vez maior. Um relatório de 2016, elaborado pela Mintel Hair Care, revelou que 27% dos consumidores brasileiros se interessam por produtos antienvelhecimento. A mesma pesquisa mostrou que 22% das mulheres que compram cosméticos, maquiagem e embelezamento para unhas procuram benefícios antienvelhecimento na ação do produto. • Compostos naturais – Os ingredientes naturais têm se tornado uma aposta do mercado, e a substituição de elementos sintéticos por formulações mais puras é uma das principais tendências no mer-
DIFERENTE DOS MEDICAMENTOS, QUE TÊM PRAZO DE RECOMPRA MENSAL,
OS DERMOCOSMÉTICOS INCENTIVAM UMA IDA CONTÍNUA ÀS FARMÁCIAS, POIS SÃO PRODUTOS DE UM MERCADO EM CONSTANTE EVOLUÇÃO ALBERTO KEIDI KUREBAYASHI
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rante a retração econômica, crescendo 45,6% entre 2011 e 2016, ano em que movimentou R$ 3,9 bilhões. Por serem produtos de higiene infantil, normalmente são comercializados sob indicação de pediatras, dermatologistas ou uma ocasional sugestão de pessoas próximas aos pais da criança.
cado de produtos dermocosméticos antienvelhecimento, abrangendo também a linha de maquiagem e de produtos para cabelos e cuidados com a pele. Óleos e manteigas vegetais, por exemplo, ajudam a reduzir a perda de água transepidérmica, o que proporciona um efeito hidratante de longa duração.
• Vários em um – Apesar de serem produtos que contam com alta vendabilidade em todas as classes sociais, a instabilidade econômica e o próprio mercado exigiram dos fabricantes determinados ajustes ao atual cenário, como embalagens em tamanhos diversos e produtos que agregam várias funções em uma única fórmula, aumentando o conforto, diminuindo os gastos e reduzindo o tempo dedicado aos cuidados pessoais.
• Produtos Masculinos – Nos últimos cinco anos, o segmento de produtos para o público masculino cresceu 16% no Brasil, transformando o país no segundo maior consumidor do mundo dessa variedade, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo um levantamento da Abihpec sobre os hábitos de consumo dos homens brasileiros, eles, apesar de estarem buscando mais os produtos especializados, ainda não estão satisfeitos com os itens disponíveis no mercado, e desejam novas opções para o cuidado com a barba, maquiagens com efeito corretivo e cremes depilatórios para o corpo.
• Produtos antienvelhecimento – De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2050
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Foto: Divulgação/SONDA.
BRUNO FAUSTIN FAUSTINO NO
NUVEM PÚBLICA OU PRIVADA:
PARA QUAL DEVO IR?
O segredo para o planejamento de uma migração bem-sucedida para a nuvem consiste em garantir que os requisitos de negócios direcionem o plano de migração. Serviços de nuvem públicas e privadas têm decepcionado algumas organizações simplesmente porque as escolhas de tecnologia foram colocadas à frente das exigências do negócio. Mas você realmente está recebendo todo o benefício econômico que a nuvem é capaz de promover? Talvez não! Com certeza, se você está na nuvem, então provavelmente já está colhendo os ganhos imediatos de tempo mais rápido na im-
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são de que antes de iniciar a jornada para a nuvem, é necessário ter um bom alinhamento com a estratégia de negócio da sua empresa. Sendo assim, sua organização deve criar um documento que costuma ser chamado CDG (do inglês Cloud Decision Guide). Para montá-lo, é necessário entender corretamente o seu negócio, e cada caixa de decisão será um requisito que você deverá responder para chegar à conclusão sobre o melhor modelo para determinado workload para o qual você deseja migrar. A partir de perguntas que envolvem compliance e segurança, SLA (acordo de nível de serviço entre a área
SERVIÇOS DE NUVEM PÚBLICAS E PRIVADAS TÊM DECEPCIONADO
ALGUMAS ORGANIZAÇÕES SIMPLESMENTE PORQUE AS ESCOLHAS DE TECNOLOGIA FORAM COLOCADAS À FRENTE DAS EXIGÊNCIAS DO NEGÓCIO. ANTES DE INICIAR A JORNADA PARA A NUVEM, É NECESSÁRIO TER UM BOM ALINHAMENTO COM A ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO DA EMPRESA plantação, acesso self-service para os desenvolvedores e a capacidade de ampliar suas soluções quando a demanda cresce. Esses são os valores fundamentais dos ambientes na nuvem. Analisando o modelo econômico das nuvens, é possível reduzir os custos significativamente, mas você realmente está tirando o máximo do novo modelo econômico? De acordo com ferramentas de otimização de custos como Cloudyn, uma solução SaaS (Software as a Service) para monitoração e otimização dos ambientes de nuvens públicas, privadas e híbridas, cerca de 70% dos clientes não está. Com isso, chegamos à conclu-
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de TI e o cliente), se existe equipe interna com conhecimento, se precisa controlar a infraestrutura, entre outras questões, é possível utilizar o CDG para avaliar se a sua nuvem precisa ser privada ou pública, e se é necessário adotar serviços gerenciados. O modelo garante uma transição mais segura para o alcance do projeto desejado de migração para a nuvem, o que, consequentemente, apoiará as necessidades de negócios da empresa de acordo com a sua demanda, sem fazer desse processo um passo inconsistente. BRUNO FAUSTINO, diretor de tecnologia e novos negócios da SONDA, maior integradora latino-americana de Tecnologia da Informação.
LOGÍSTICA
TODA A CADEIA
INTEGRADA Anvisa publica resolução que deverá reger o estabelecimento de um sistema unificado de rastreabilidade
A
pós mais de um ano de discussões e ajustes na proposta, o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNMC) foi definitivamente sancionado pelo presidente da República, Michel Temer, em dezembro de 2016, por meio da lei nº 13410/16. E, em meados de maio último, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 157/2017, que dispõe sobre a implantação do sistema e os mecanismos e procedimentos para o rastreio de medicamentos. De acordo com a RDC, as empresas do ramo farmacêutico terão até cinco anos para se adaptar às mudanças propostas, que terão de seguir um cronograma cujas especificações serão apresentadas nos próximos meses. De acordo com a resolução, cada empresa e elo envolvido na cadeia farmacêutica deve enviar informações sobre a movimentação de todo medicamento para uma base de dados centralizada, por meio do código de barras bidimensional Datamatrix. A RDC aponta ainda que o detentor do registro do medicamento é o responsável pela gestão de todos os dados que compõem o Identificador Único de Medicamentos (IUM),
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A IMPLANTAÇÃO DA RDC Nº 157/2017
A Resolução se ampara na Lei nº 11.903, de 14 de Janeiro de 2009, que dispõe sobre o rastreamento da produção e consumo de medicamentos por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados. A Anvisa instituiu grupos de trabalho que deverão normatizar a implementação do SNMC, que ainda terá suas instruções normativas publicadas. Junto a isso, também será apresentada a lista de medicamentos e membros da cadeia de movimentação que farão parte da fase experimental. Segundo a lei que rege a implantação do sistema, o período de testes deverá durar cinco anos.
Por Daniel Sender
o qual deverá conter GTIN da apresentação, número de registro da apresentação do medicamento junto à Anvisa, código serial de até 20 dígitos, data de validade e lote de fabricação. Além disso, a agência vedou a repetição do código serial entre unidades de uma mesma apresentação de medicamento.
IMPORTÂNCIA VITAL
“
COM O SISTEMA, O BRASIL APLICARÁ
OS MESMOS CRITÉRIOS DE CONTROLE DE OUTROS PAÍSES, PODENDO SER PIONEIRO EM ALGUMAS ETAPAS DE ‘TRACK AND TRACE’ NA CADEIA DE
DISTRIBUIÇÃO. É ALGO QUE IRÁ TRAZER MAIS SEGURANÇA AOS USUÁRIOS AMÍLCAR Í LOPES, CEO DA RASTREABILIDADE BRASIL
”
Na visão de Amílcar Lopes, CEO da Rastreabilidade Brasil, empresa que fornece soluções na área, o SNMC é de “vital importância”, pois poderá corrigir desvios, fraudes e, principalmente, regulamentar o uso devido das prescrições médicas. “Por meio do sistema, todas as mudanças interestaduais ou instâncias na cadeia serão comunicadas a um banco de dados central, controlado pela Anvisa. Assim, a cada evento o banco receberá informações por meio de um número serial único, gravado em códigos bidimensionais”, detalha. Segundo a interpretação de Lopes, todos os elos da cadeia farmacêutica – desde os fabricantes e importadores, passando pelos distribuidores e operadores logísticos, até a saída do medicamento para as mãos do cliente – terão a responsabilidade de enviar os eventos ao banco de dados da agência reguladora. “Com isso, o Brasil aplicará os mesmos critérios de controle de outros países. Comparado a outros programas mundiais, o país poderá ser pioneiro em algumas etapas de track and trace [seguir e rastrear] na cadeia de distribuição. O sistema é completo e irá proporcionar segurança aos usuários, e poderá até mesmo ser um modelo para outros países”, acredita.
ADAPTAÇÃO Gisela Mangabeira de Souza, sócia-executiva da Ilos, empresa especializada em sistemas informatizados, logística e supply chain, observa que o sistema proposto pelo governo federal faz parte de uma tendência que já foi aplicada em vários países da União Europeia. Na visão dela, talvez a maior dificuldade para a cadeia farmacêutica será a adaptação a um sistema onde entradas e saídas de mercadorias terão que ser imediatamente comunicadas à Anvisa. “As empresas precisarão organizar e otimizar um método de leitura que agilize o processo, visto que ler caixa por caixa seria uma atividade extremamente morosa e de baixa produtividade. Para reduzir o número de leituras, pode ser interessante criar etiquetas para grupos
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LOGÍSTICA
de produtos, onde uma única leitura viabilizasse a obtenção de todas as informações”, indica. No entender de Gisela, outra opção seria o envio direto dos códigos das etiquetas pelo fornecedor. “Dessa forma, cada elo receberia os dados dos produtos recebidos e os encaminharia para o sistema centralizado, confirmando sua localidade e assumindo a responsabilidade pela informação. Nesse caso, a precisão seria um pouco menor, mas os custos da implantação também seriam muito menores”, calcula ela, acrescentando que os custos estariam ligados apenas à construção e implementação de interfaces para o envio e recebimento de informações, bem como de uma base de dados para salvar os registros durante o período de um ano, para fins de fiscalização.
IMPACTO Na avaliação da executiva da Ilos, o principal impacto do SNMC recairá sobre a indústria, que deverá criar um código único para cada item e associar todas as informações requeridas a ele. “Do ponto de vista operacional, a obrigatoriedade do rastreamento pode levar a um aumento nos custos. Inicialmente, esse aumento deve gerar uma redução de margens, dado que o aumento de preços dos medicamentos não é algo simples. Outro ponto é que o mercado de rastreabilidade terá uma grande demanda, podendo gerar uma escalada nos preços de produtos e serviços associados, antes que haja uma normalização dos custos no futuro próximo”, analisa. O CEO da Rastreabilidade Brasil acrescenta que, para os laboratórios e indústrias, serão necessários novos equipamentos de serialização, ao passo que para o restante da cadeia serão necessários sistemas e leitores bidimensionais. “Quanto mais rápida for a adequação, melhor o sistema irá operar, gerando benefícios enormes para todos os ramos da cadeia farmacêutica”, avalia.
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AS EMPRESAS PRECISARÃO
ORGANIZAR E OTIMIZAR UM MÉTODO DE LEITURA QUE AGILIZE O PROCESSO, VISTO QUE LER CAIXA POR CAIXA SERIA UMA ATIVIDADE EXTREMAMENTE MOROSA E DE BAIXA PRODUTIVIDADE GISELA MANGABEIRA DE SOUZA, SÓCIA-EXECUTIVA DA ILOS
MEDICAMENTOS EXCLUÍDOS DA FASE EXPERIMENTAL De acordo com a Anvisa, estão excluídos da fase experimental as seguintes categorias de medicamentos: I - soros e vacinas integrantes do Programa Nacional de Imunização; II - radiofármacos; III - medicamentos isentos de prescrição; IV - medicamentos pertencentes a programas do Ministério da Saúde, de distribuição gratuita e controle individualizado de entrega; V - medicamentos específicos, fitoterápicos e dinamizados; VI - amostras grátis; VII - meios de contraste injetáveis; VIII - gases medicinais.
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MAURICIO DE PAUL PAULA LA
Foto: Izilda França
VAI O DE SEMPRE, SR(A).
CLIENTE FIDELIDADE? “
PODE-SE DIZER QUE A PRÓXIMA LIÇÃO A SER APRENDIDA
É ‘RETROCEDER NO TEMPO’, E BUSCAR NOVAMENTE AQUELE ATENDIMENTO EMOCIONAL, INTERESSADO, QUE SÓ QUEM CONHECE VERDADEIRAMENTE O OUTRO PODE OFERECER
Fidelizar o cliente nunca esteve tão em alta. Além dos tempos de crise exigirem que não se perca consumidores, segue sendo importante “roubar” os dos concorrentes. Ao mesmo tempo, com o crescimento da maturidade analítica no varejo brasileiro, as empresas do setor querem verdadeiramente conhecer melhor seus consumidores, não mais somente de forma coletiva, mas individualizando cada consumidor. Nessa jornada, os varejistas começam a perceber que um bom programa de fidelidade combina conhecimento sobre o cliente com boas oportunidades relacionadas diretamente com as preferências desse consumidor, melhorando a experiência de compra e agregando valor real ao processo de venda. Tudo por meio da otimização de processos operacionais ou mesmo do aumento das margens e do tíquete médio. Nesse cenário de elevação da maturidade analítica, aliada aos programas voltados para a satisfação do cliente, o que podemos esperar sobre o futuro desse tipo de estratégia em nosso país? Hoje, os varejistas no Brasil trabalham para colocar o consumidor como peça-chave de suas decisões, algo como um varejo orientado pelo cliente. Nessa abordagem, a análise mais profunda do comportamento do consumidor, realizada por meio dos dados disponíveis interna e
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externamente, serve de norte para a definição de estratégias de precificação, promoção, comunicação e afins. Os programas de fidelidade cumprem um papel de “identificadores dos dados”, ou seja, é nele que as informações, antes anônimas, agora possuem nome e sobrenome e podem ser analisadas de formas inovadoras, gerando uma série de insights que alimentarão novas ações práticas. Um exemplo disso poderia ser a obtenção de conhecimento relacionado ao histórico de compras de um dado domicílio, representado por duas ou três pessoas que mantêm relacionamento comercial com a empresa, e assim determinar o que esse lar mais consome e em que momento da vida essa família se encontra (recém-casados, filhos pequenos, filhos adolescentes, casal de melhor idade, etc). Dispondo desse conhecimento, é possível gerar correspondência com iniciativas de marketing (por exemplo, cupons promocionais ou conteúdos exclusivos) que atraiam esse consumidor. Outra prática possível consiste na análise de sortimento sob essa perspectiva comportamental dos clientes, onde o lojista ganha a capacidade de evitar rupturas ou combinar ofertas com outros produtos de maior lucratividade de forma exclusiva, explorando diretamente conceitos de up-selling e cross-selling. Apesar do varejo possuir muitos indicadores e até plataformas de Inteligência de Negócios bastante sofisticadas, a análise avançada dos dados dos consumidores é que
cria a capacidade de encontrar os padrões, tornando fácil identificar e tratar aquilo que é considerado “fora do padrão” e pode representar um insight de negócio importante. Um caso, ocorrido no ‘Latam Retail Show’ de 2016, dentro da loja do futuro, foi a descoberta por meio dos dados de que, dentro daquele ambiente simulado, uma determinada cesta de vinhos era vendida com camisas brancas (produto ponte entre categorias) e com joias em um único tíquete. Apresentado a esse insight, o púbico presente rapidamente gerava estratégias e compartilhava ideias sobre como produzir melhores resultados através da observação do relatório analítico. Se estamos sempre buscando benchmarks mundiais para estabelecer quem são os melhores, com o intuito de aprender com eles e até mesmo “imitá-los”, pode-se dizer que a próxima lição a ser aprendida é “retroceder no tempo”: buscar novamente aquele atendimento emocional, interessado, que só quem conhece verda-
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que nossa mente tenha um tempo de resposta mais curto, levando menos tempo para entender o estímulo gerado. Quantas vezes você já não leu um anúncio sem nem ao menos ter olhado a publicidade até o fim? Para os especialistas, o mais importante nesse processo é manter a mesma estratégia sempre, focando no comportamento individual de cada consumidor. Para essa nova corrente de pensamento, o mais importante é manter os estímulos, já que nosso cérebro prefere percepções já conhecidas a fatos inusitados na hora de uma compra. Com um super cérebro analítico à disposição, é esperado que os grandes varejistas procurem se assemelhar às lojas de bairro e de menor fluxo de pessoas, onde os clientes têm uma relação mais afetiva com a loja e sua equipe, sendo o oposto também verdadeiro. Segundo especialis-
COM UM SUPER CÉREBRO ANALÍTICO À DISPOSIÇÃO,
OS GRANDES VAREJISTAS PODEM ASSEMELHAR-SE ÀS LOJAS DE BAIRRO E DE MENOR FLUXO, ONDE OS CLIENTES TÊM UMA RELAÇÃO MAIS AFETIVA COM A LOJA E SUA EQUIPE
deiramente o outro pode fazer. No mercado estrangeiro, já podemos ver algumas tentativas nessa direção, buscando aplicar ferramentas de análise de dados e inteligência artificial. A célebre frase “Vai o de sempre hoje, Dona Maria?”, repetida inúmeras vezes pelo dono da vendinha da esquina para as nossas avós, é o que resume bem essa ideia. O varejista, nesse caso, já conhece e entende o que seu cliente precisa, eliminando o processo decisório por parte do consumidor e oferecendo aquilo que é necessário. Com isso, a mente do cliente fica mais à vontade e livre, e começa a buscar uma relação mais constante com o conceito de “familiarização” entre ele e o estabelecimento. Segundo um artigo apresentado por especialistas, repetir o mesmo estímulo no cérebro humano faz com
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tas americanos, o setor varejista deve mirar seus investimentos nos hábitos de cada consumidor – o que tem se traduzido atualmente por conhecer e pilotar a jornada do cliente. Se antes os varejistas menores e locais conseguiam essas informações pela relação interpessoal próxima, hoje grandes redes que atendem milhares de pessoas diariamente buscam emular essa relação de conhecimento e proximidade, fazendo uso de todas as informações fornecidas e geradas por cada um de seus clientes.
MAURICIO ANDRADE DE PAULA, especialista de Varejo e Big Data da Teradata para América Latina.
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AUTORIZAÇÃO
CANABIDIOL É LIBERADO NO BRASIL Anvisa autoriza a produção e importação de remédios que contenham substâncias provenientes da Cannabis sativa
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em novembro de 2016 uma regra que autoriza a importação de medicamentos que contenham canabidiol (CBD) e tetrahidrocannabinol (THC), substâncias presentes na planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como “maconha”. De acordo com o órgão, a decisão foi tomada por unanimidade em uma Reunião Ordinária Pública sobre a fase final do processo de registro do medicamento Mevatyl®, o qual foi definitivamente registrado
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em janeiro de 2017. A comercialização do fármaco, também conhecido pelo nome comercial Sativex, já foi aprovada em 28 países além do Brasil, como Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Obtido por meio de plantas da Cannabis Sativa L, o medicamento possui tanto o CBD quando o THC em sua composição.
PRESCRIÇÃO De acordo com Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, o processo de registro do medicamento tor-
Por Daniel Sender
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OS MEDICAMENTOS
QUE CONTENHAM CANABIDIOL TERÃO A TARJA PRETA E SÓ PODERÃO SER VENDIDOS COM PRESCRIÇÃO MÉDICA ESPECIAL
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JARBAS BARBOSA, DIRETOR-PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
nou necessária a atualização do Anexo I da Portaria SVS/MS nº 344/98, que lista as plantas e substâncias – incluindo as de uso proibido – que estão sob controle especial no Brasil. O diretor da Anvisa explica que a atualização levou em conta a necessidade de fornecer uma orientação aos médicos quanto à forma de prescrever o medicamento. “O medicamento será prescrito da mesma forma que outros medicamentos psicotrópicos já em uso no Brasil. Ou seja: terá a tarja preta e só poderá ser vendido com prescrição médica especial, que é aquele formulário numerado que os médicos possuem. Quando vendido, a farmácia terá a obrigação de registrá-lo no Sistema Nacional de Controle de Medicamentos [SNCM], que é gerenciado pela Anvisa, para que possamos monitorar se está havendo algum desvio ou abuso na prescrição”, explica.
PASSO IMPORTANTE
MEDICAMENTOS E PRECAUÇÕES
Como se tratam de medicamentos novos, a Anvisa solicita que, se houver quaisquer reações adversas relacionadas ao uso de fármacos que contenham canabidiol, elas sejam relatadas pelos pacientes por meio de um formulário online disponível no site da agência. Os principais medicamentos que contêm a substância são os seguintes: - Real Scientific Hemp oil (RSHO) CBD 14-25% - BlueBird Botanical (HEMP CBD oil) - Revivid LLC - Apothecary - Endoca Hemp oil - Cibdex Hemp CBD Complex - Sativex - Epidiolex - CBDRX - Charlotte Web Hemp Extract - Mary`s elite cbd remedy oil - 1 Pure CBD - Hemp Well CBD
Na visão de Antonio Waldo Zuardi, coordenador do Centro de Pesquisas em Canabinoides e professor titular de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e da Universidade de São Paulo (USP), trata-se de um passo importante para um estudo efetivo dos efeitos dos canabinoides, bem como para o desenvolvimento de novas drogas no Brasil. Segundo o especialista, a autorização permite o acesso a terapias que podem ser utilizadas no tratamento de diversas doenças e condições. “O medicamento composto pela associação entre CBD e THC já foi liberado para a espasticidade, que é a rigidez excessiva nos músculos, presente no quadro da esclerose múltipla. Isoladamente, é permitido o canabidiol apenas para o chamado uso compassivo, ou seja, quando a doença é grave e não responde a outros tratamentos. Além disso, o Conselho Federal de Medicina [CFM] também autorizou a prescrição do CBD nestas mesmas condições para crianças com epilepsia refratária”, detalha.
PESQUISAS Resultado de uma parceria entre a USP e a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, o Centro de Pesquisas em Canabinoides é um projeto inédito no Brasil. A entidade, que deverá ser inaugurada oficialmente até o final do ano, vai funcionar em uma ampliação do prédio de Saúde Mental da FMRP e já contou com a aprovação de seu primeiro estudo clínico com o uso de canabidiol em seres
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AUTORIZAÇÃO
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O CANABIDIOL É PERMITIDO APENAS PARA O CHAMADO USO COMPASSIVO, OU
SEJA, QUANDO A DOENÇA É GRAVE E NÃO RESPONDE A OUTROS TRATAMENTOS
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ANTONIO WALDO ZUARDI, PSIQUIATRA, PROFESSOR E COORDENADOR DO CENTRO DE PESQUISAS EM CANABINOIDES
humanos. O teste será realizado em mais de 120 crianças e adolescentes que sofrem de epilepsia refratária. “O Centro reunirá os trabalhos de nosso grupo de pesquisa em Ribeirão Preto [SP]. Nele haverão alas destinadas a pesquisas básicas de laboratório e pesquisas clínicas, com pacientes e voluntários saudáveis”, adianta Zuardi. A equipe coordenada pelo psiquiatra pesquisa o canabidiol há quase 40 anos e é o grupo brasileiro que possui o maior número de estudos e publicações sobre o assunto. “Essa linha de investigação atingiu um ponto em que as pesquisas com um número elevado de pacientes passaram a ser necessárias para a obtenção de dados concretos sobre o canabidiol. É nesse aspecto que o Centro cumpre um papel fundamental, visando o registro dos canabinoides como medicamento”, acrescenta.
IMPORTAÇÃO De acordo com a Anvisa, a importação de medicamentos que contenham canabinoides só poderá ser realizada por pessoas físicas e para uso próprio, mediante apresentação da prescrição médica emitida por um profissional ha-
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bilitado e que vise aos tratamentos de saúde que estejam configurados na Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 17/2015, a qual pode ser consultada no site da agência. A autorização concedida pela entidade possui validade de um ano. Durante o período de vigência, os pacientes ou responsáveis legais poderão retirar o medicamento solicitado diretamente nos postos da Anvisa nos aeroportos. Para isso, será necessário apresentar a prescrição médica contendo o nome do paciente cadastrado junto à Anvisa, nome do produto, posologia, quantidade importada, data, assinatura e número de registro no conselho de classe do profissional que prescreveu o medicamento, bem como o ofício de autorização emitido pela entidade. A importação pode ser realizada por meio de bagagem acompanhada, remessa expressa ou sob licença do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Segundo a Anvisa, o cadastramento pode ser efetuado eletronicamente pelo formulário “FormSUS” via e-mail ou nos Correios. Para mais informações, acesse o portal da agência no endereço reço re çoo a sseguir: eg portal.anvisa.gov.br/ importacao-de-canabidiol. diool.
PARCEIROS
INOVA EM MODELO DE NEGÓCIOS COMERCIAL Companhia aproveita integração entre as áreas de negócio e permite ganhos em toda a cadeia de medicamentos
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Sanofi investe de maneira consistente em inovação no Brasil. Nos últimos dois anos, a companhia lançou quatro produtos que renovaram a perspectiva de prevenção e tratamento de doenças no país: a primeira vacina para uma doença endêmica, uma nova insulina de longa duração, um tratamento inédito no controle do colesterol elevado e um tratamento para o câncer colorretal. Mas, além de trazer medicamentos inovadores para os pacientes brasileiros, a Sanofi também promoveu inovações no modelo de negócios. Tratam-se de soluções aos clientes comerciais (isto é. distribuidores, redes de farmácias e farmácias independentes) que contribuem com a me-
tros quadrados, o equivalente a cinco campos de futebol, o Centro tem espaço de sobra para receber e armazenar os produtos enviados pelas fábricas da Sanofi, em Suzano (SP), e da Medley, em Campinas (SP). No modelo anterior, esses produtos ficavam em armazéns intermediários antes de serem encaminhados ao Centro de Distribuição. Como resultado, o tempo de transporte da fábrica para o CD caiu pela metade, reduzindo também o tempo de entrega para clientes e distribuidores de medicamentos. A melhoria da infraestrutura foi acompanhada ainda por um novo software de faturamento, que ajuda a formatar pedidos arredondados de acordo com o lote padrão do medicamento. Isso tornou o processo de expedição mais rápido porque reduziu o procedimento de separação unitária de caixas de medicamento. Os lotes fechados também reduziram as avarias, pois não deixam espaço para que as caixas se movimentem e amassem. As iniciativas mencionadas são exemplos de como a Sanofi, maior farmacêutica do mercado nacional considerando as vendas no varejo, hospitais e mercado público, buscou soluções genuínas no modelo de negócios. Tais ações mostram que as fronteiras para a inovação na indústria farmacêutica vão além da pesquisa quiisa eem m laboratório, pela qual a indústria é reconhecida. da.
lhoria de toda a cadeia de saúde e o acesso apropriado de medicamentos aos pacientes. A atitude inovadora da companhia balizou o processo de unificação da gestão comercial, implementado desde 2016. “Servindo transversalmente todas as unidades de negócio da Sanofi, no conceito ‘um rosto/um cliente’, a empresa pretende agregar mais valor para os nossos clientes e contribuir para a melhoria de performance para si e para seus parceiros”, afirma David Pinho, diretor comercial da Sanofi. Outra forma de adaptação às necessidades dos clientes consiste em trazer soluções adequadas às necessidades regionais do país. A iniciativa mais recente da área comercial, por exemplo, dedica-se às especificidades dos estados do Norte e Nordeste e leva o nome de NeNo. Trata-se de uma estrutura de atendimento que identifica as principais necessidades dos mercados dessas regiões, do ponto de vista do consumidor. Uma das diferenças desses mercados são as datas que movimentam a economia. Nos estados do Nordeste, por exemplo, a festa de São João atrai grande público, enquanto no Pará o Círio de Nazaré é muito importante. “Nosso objetivo é ser a indústria farmacêutica de referência nessas regiões”, observa David.
O maior investimento recente da companhia é outro grande exemplo de inovação, com foco no cliente. O novo Centro de Distribuição (CD) localizado em Guarulhos contempla investimento de 200 milhões de euros no período de 2015 a 2020. O Centro unificou as operações logísticas da Sanofi, que incluem medicamentos isentos de prescrição e medicamentos de referência, Sanofi Pasteur, com vacinas, e Medley, unidade de negócios de genéricos e similares. Com as operações integradas, os clientes ganharam agilidade na entrega dos produtos e a Sanofi obteve ganhos operacionais de 30%, decorrentes do melhor aproveitamento logístico da frota. A distribuição unificada fez com que os pedidos dessas diferentes unidades de negócio, que antes seguiam separadamente, passassem a ser encaminhados em um único transporte. A mudança reduziu o tempo de entrega do produto, uma vez que os caminhões já passaram a sair do CD com a lotação completa, sem necessidade de paradas ao longo do trajeto para completar a carga. A estrutura também fez a diferença. Com 35 mil me-
Fotos: Fernando Martinho
INOVAÇÃO EM LOGÍSTICA
Centro de Distribuição em Guarulhos/SP
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NOT NOTAS TAS S VASOLEN, DA MELCON, PREVINE PROBLEMAS DO CORAÇÃO Produzido pela Melcon, o Vasolen é indicado para a prevenção dos eventos chamados aterotrombóticos, como infarto agudo do miocárdio (IM) (infarto do coração), acidente vascular cerebral (AVC) (derrame) e morte vascular em pacientes adultos que apresentaram IM ou AVC recente, ou uma condição conhecida como doença arterial periférica. O fármaco também é indicado para pacientes com Síndrome Coronária Aguda (SCA) (angina instável [tipo severo de dor no peito] ou IM), incluindo tanto aqueles controlados clinicamente, quanto os submetidos à Intervenção Coronária Percutânea com ou sem colocação de stent (prótese nas artérias do coração). O medicamento não deve ser utilizado caso o paciente apresente alergia ou intolerância ao clopidogrel ou a qualquer outro componente do produto. Também não deve ser utilizado caso apresente úlcera péptica (lesão no estômago) ou hemorragia intracraniana (sangramento dentro do cérebro). MS: 1.5589.0012.005-2. Venda sob prescrição médica. www.melcon.com.br.
NESHCÁLCIO AUXILIA NA SAÚDE DOS OSSOS
Fabricado bricado pela Nunesfarma, o NeshCálcio é uma solução em medicamento indicada por médicos para reposição de cálcio, evitando a desmineralização óssea. Além disso, o produto também é muito usado em pacientes renais crônicos no tratamento da hiperfosfatemia. De maneira prática, ele garante o nível ideal para o bom funcionamento do organismo e a saúde dos ossos. Graças às suas qualidades, é um fármaco que conta com saída garantida nas farmácias. Para saber mais sobre o NeshCálcio, acesse o site do fabricante no endereço: www.nunesfarma.com.br. NeshCálcio é um medicamento. Se persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. Registro M.S: 1.1795.0004.001-6. Seu uso pode trazer riscos. Consulte um médico ou farmacêutico. SAC: (41) 2141 4100.
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PARCERIA PELA AUTOMATIZAÇÃO COMERCIAL E LOGÍSTICA
A Máxima Sistemas se uniu à Abradilan para levar gestão de vendas e entregas especializada às distribuidoras de medicamentos. A parceria promete beneficiar distribuidoras de medicamentos que desejam automatizar processos comercias e logísticos por meio de tecnologias móveis, como o Pedido de Venda Medicamentos. “Vamos unir o potencial da Abradilan com a expertise da Máxima no fornecimento de tecnologias de força de vendas ao segmento atacadista distribuidor, para atuar como um importante fornecedor de tecnologia na cadeia de distribuição farma”, explica Adriana Mendes, diretora de marketing e comercial. A companhia já atende empresas como Farmaum (PB), Gauchafarma (RS), Cervosul (RS) e JC Medicamentos (GO), otimizando o trabalho dos vendedores de acordo com a legislação e tributação do segmento.
O QUERIDINHO DAS ACADEMIAS PORTÁTIL ÁTIL E SILENCIOSO O inalador dor e nebulizador Mesh MD4000 da Medicate é indicado no tratamento de diversos problemas respiratórios. Portátil e leve, com moderna tecnologia de rede vibratória, o aparelho é silencioso e pode ser utilizado em casa, no trabalho e até no trânsito. O copinho não derrama o medicamento e por essa razão, beneficia os pacientes que não podem levantar ou preferem fazer a inalação deitados. O equipamento é bivolt automático e funciona também com duas pilhas pequenas alcalinas (AA).
Eleito o melhor termogênico nacional na terceira edição do Prêmio Corpo Ideal 2016-2017, o Kimera está dando o que falar nas academias do Brasil. Produzido pela Iridium Labs, marca de suplementos que vem se destacando no mercado desde o lançamento do Soma Pro, o produto possui uma combinação avançada de ingredientes que tem o objetivo de estimular ao máximo a quebra de gordura no corpo e acelerar o metabolismo. Além disso, contribui para uma melhor performance nos treinos. É ideal para quem procura definição muscular e perda de gordura com saúde.
MAXINUTRI LANÇA COLÁGENOS EM SACHÊ Pensando nas pessoas que estão cada vez mais mergulhadas em uma vida corrida, a Maxinutri lançou recentemente colágenos em versão sachês, que proporcionam muito mais praticidade no dia a dia. O produto conta com uma exclusiva formulação 2 em 1, resultado da combinação de 9 g de puros peptídeos de colágeno mais um complexo de 17 vitaminas, minerais e silício orgânico. Adoçado com stevia, o colágeno versão sachê não possui adição de maltodextrina e é muito saboroso. Ele está disponível nas versões original e sortidos e cabe no bolso ou na bolsa.
OS BENEFÍCIOS QUE UMA MARCA FORTE PODE OFERECER A tradição em qualidade mantém a Valda como primeira opção do consumidor no segmento. A exposição adequada é uma excelente oportunidade de sell-out em grande escala. Campanhas como o ‘WebFestValda’ familiarizam a marca no PDV e geram compra por impulso. Além disso, a presença de seis itens ou mais no checkout apresentaram um grande incremento nas vendas, pois a fama por produtos gostosos provoca interesse na experimentação de outros itens da linha. Para atender a essa demanda, a empresa lançou um expositor com os produtos de maior giro de toda a sua linha.
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NOT NOTAS TAS S
NOVA LINHA DA FITOWAY SE DESTACA PELA CREDIBILIDADE
Contando com uma ótima aceitação por parte do consumidor final, a Linha Pharma, nova linha de suplementos alimentares da Fitoway, vem conquistando seu espaço nas prateleiras por se destacar em sua proposta de passar credibilidade e gerar confiança, especialmente em novos consumidores. Se você deseja oferecer o produto a seus clientes, contate a fabricante pelo e-mail: viviane.metta@fitoway.com.br.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL COM A CAROL
Pensando na jornada de transformação digital de seus clientes, a TOTVS lançou a plataforma de dados e inteligência artificial Carol. A tecnologia aperfeiçoará a propriedade dos dados nas organizações, bem como ampliará a capacidade de análise, velocidade, precisão e confiabilidade nas tomadas de decisões diante de um volume crescente de informações. Além disso, ela atuará como uma assistente virtual, respondendo perguntas e oferecendo insights de negócios para empresas de todos os segmentos, inclusive o atacado distribuidor. Desse modo, será possível resolver os problemas de cada setor e aumentar a competitividade de seus clientes.
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DEZ ANOS LIDERANDO O MERCADO CONTÁBIL EM GOIÁS Completando dez anos de atividades, a KBL Accounting é uma empresa que atua no mercado contábil com foco no planejamento tributário responsável voltado às empresas dos segmentos industrial, comercial e prestadores de serviços. Ela possui o propósito de ampliar a competitividade de seus clientes com uma gestão contábil adequada aos objetivos e atuação da empresa. “Entre os principais desafios contábeis para as empresas atualmente, está o monitoramento e acompanhamento da legislação fiscal vigente e suas atualizações e alterações”, destaca Ivan Carlos de Lima, sócio-fundador da KBL. A atuação consolidada da empresa no mercado goiano é devida a um trabalho focado na transparência, responsabilidade e valorização de pessoas.
ALIADO DAS DIETAS E DA PERFORMANCE FÍSICA A linha Thermogenize foi projetada para levar o máximo de desempenho físico aos atletas amadores das mais variadas modalidades esportivas, ou seja, toda comunicação para o sell out do produto terá foco no público consumidor do canal farma. Diferente das principais marcas de termogênicos do mercado, a linha Thermogenize direciona suas forças de marketing para dentro das farmácias e drogarias de todo o Brasil, potencializando esse “novo consumidor”.
RESPLIX® - LANÇAMENTO A Medquímica lançou no mês de Junho o medicamento fitoterápico Resplix® (Hedera helix L. extrato seco). Indicado como expectorante em caso de tosse produtiva. Resplix® está disponível nas apresentações 100mL e 200mL e compõe a lista de inverno Medquímica. Registro MS: 1.0917.0107
CONTATOS CONTAT TOS S www.fitoway.com.br comercial@fitoway.com.br (18) 3329 1630
Kal Rodrigues Gerente Nacional de Vendas (62) 4015 4000 / (62) 99694 2157
Adriana Mendes Diretora Comercial e Marketing contato@maximasistemas.com.br (62) 3412 2900
Jeandré Afeche Cohen Diretor Comercial (11) 3627 4000
Silvia Poli comercial@maxinutri.com.br (43) 3274 5262
Leonardo Barros • Diretor Executivo leonardo.barros@reposit.com.br (62) 3093 9250 | (62) 99242 4216
Ivan Carlos de Lima Diretor Comercial +55 (62) 3515 1280 +55 (62) 8404 4381 ivan@kblcontabilidade.com.br www.kblcontabilidade.com.br
Luiz Zago • Diretor Comercial (18) 99151 8877 luiz.zago@maiscorporativo.tur.br
Daphne Fleming Comercial Varejo (41) 2141 4143 Jane Marques Comercial Hospitalar (41) 2141 4132
(18) 3323-3390 comercial@inovenutrition.com.br vivi.metta@inovenutrition.com.br
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Gean Martins • Diretor Comercial e de Trade Marketing geanmartins@lupin.com +55 11 96400 6486 Valmor Dirceu Senger • Gerente Comercial (62) 98221 0033 • (62) 3902 3275 Fax (62) 3902 3241 valmor.senger@melcon.com.br
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Julio Nascimento • Gerente Nacional de Vendas (21) 99878 3952 • julionascimento@valda.com.br Renato Braga • Diretor Comercial renato@cifarma.com.br 062 9 8142 0003 Lairton Mota • Gerente Comercial lairton@cifarma.com.br 062 9 8168 9234 Deneir Laviola • Gerente Comercial deneircifarma@hotmail.com 062 9 8147 3503
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Alexandre Alves • Gerente Regional de Vendas (SP/Sul) (11) 98441 1314 • alexandrealves@valda.com.br Adriana Viola • Gerente de Contas (SPI/CO) (16) 99616 5633 • adrianaviola@valda.com.br Alexandre Scuvero • Gerente de Contas (RJ/MG/ES/DF/GO) • (21) 97218 6047 alexandre.scuvero@valda.com.br Rômulo Santos • Gerente Regional de Vendas (NO/NE) (85) 9756 9853 • (85) 98186 8978 romulo.santos@valda.com.br