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Ficha T辿cnica Editor: Carreto Designer: Carreto Email: fstopzine@gmail.com Website: http://issuu.com/fstopzine Facebook: https://www.facebook.com/fstopzine Todas as fotografias e texto s達o da autoria dos respectivos autores e n達o podem ser usados sem a sua permiss達o.


Fot贸grafos Nuno Moreira Pedro Terrinha Filipe Bonito Hu Manu Tiago Costa


Editorial Dizem que é vintage e está na moda; outros alegam que é algo antiquado e dispendioso. Quem fotografa em analógico sabe o porquê: o som do obturador no disparo, o foco manual, o cheiro dos químicos, a escuridão da casa de banho e a adrenalina de ver (finalmente!) as imagens que idealizou. A f:zine nasce com o intuito de divulgar estas pessoas estranhas que mantêm um caixote de material peculiar debaixo da cama, que amam o filme e o ruído. Arranja uma chávena de café, senta-te e folheia o trabalho deles.


Nuno Moreira Nascido em Lisboa, 1982. Vive e trabalha na cidade de Tóquio (Japão). Estudou audiovisuais e multimedia, tendo trabalhado como designer e fotógrafo. Em 2007, cria o atelier NM DESIGN, especializado em Direcção de Arte e Fotografia. Dedica-se, também, ao ensino de cinema, fotografia e design gráfico. Expõe individualmente, desde 2006, em Portugal e a nível internacional. As suas áreas de interesse pessoal e referências visuais são várias, sendo de destacar disciplinas como o cinema, a música, a pintura e arquitectura. O seu trabalho dá maior relevo ao detalhe e à textura, criando, em cada projecto, uma atmosfera muito particular. www. nmphotos.org As fotografias que aqui se apresentam foram retiradas do seu livro, A State of Mind.



State of Mind é uma série fotográfica, e agora um livro, sobre aqueles momentos estáticos em que ficamos literalmente em “stand-by”. As fotos derivam de um arquivo pessoal de vários anos de viagens por países como Japão, Hungria, Malásia, Espanha, Ucrânia, Rússia, Portugal, Roménia, Taiwan - e formam uma narrativa visual de pessoas, paisagens emocionais, e situações paradas no tempo - e um pouco alienadas - em relação ao espaço onde se encontram. State of Mind aborda os “momentos pensantes” e encerra uma mensagem humanista sobre a dimensão poética e onírica do quotidiano. Retrata momentos únicos, de anonimato, que envolvem vivências emocionais particulares. O livro é uma edição de autor limitada a 500 exemplares e pode ser encomendada online em NMPHOTOS.ORG.





“Existe uma qualidade poética em pessoas que assumem as suas personalidades e se afastam do rebanho. Essa distinção atrai-me, não só por razões estéticas, mas porque estamos na presença de seres-pensantes. Com opinião própria. “


“Gosto do facto destas imagens serem apenas imagens. Algo estático. Não gosto realmente de imagens muito dinâmicas no campo da fotografia ou pintura. Penso que para falar de emoções e conflictos – que são a base de todas estas imagens – não necessitamos de artifícios visuais e grande aparato.”




"Tenho curiosidade assumida pelo que me é estranho. O ser humano é muito estranho. É mais fácil falar e ouvir opiniões de pessoas que nos são estranhas. Não existe nada a esconder (nem motivo). O anonimato aproxima-nos por vezes da verdade, de uma maior clareza de sentimentos e expressão. Essa honestidade interessa-me."


“São fotos sobre pessoas, não são sobre acção ou movimento ou uma história concreta mas sobre os intervalos entre o tempo. Sobre as interrupções que são necessárias e cada vez mais escassas, (consideradas um luxo) quando na realidade, por esquecimento, sao apenas um direito para que possamos manter-nos lúcidos e operacionais.”




Pedro Terrinha A fotografia é algo recente na minha vida e surgiu por mero acaso, quando me ofereceram uma DSLR em segunda mão. A atracção foi imediata! Foi a forma perfeita de eu voltar a envolver-me com as artes, já que abandonara anos antes, a paixão que tinha pelo desenho e pela pintura. Após o entusiasmo inicial ter abrandado, decidi experimentar o lado tradicional da fotografia. O filme e as máquinas antigas povoam o meu imaginário desde pequeno, pois o meu pai fotografava, revelava e ampliava em casa. Apercebi-me que o ritmo mais lento e os resultados obtidos com película iam mais ao encontro do que procurava a nível pessoal, e a paixão cresceu... Um tema recorrente na minha fotografia, é sem dúvida nenhuma a natureza, especialmente a zona de Sintra, onde vivi vários anos e com a qual sinto uma forte ligação. Outro interesse crescente é o retrato! Sinto que ainda está tudo por explorar, mas a minha atenção tende a gravitar em torno da simplicidade e composições mais minimalistas. É aí que encontro a beleza e vontade de capturar o momento. http://pedrotphotography.tumblr.com/











Filipe Bonito Filipe Bonito, Almeirim 1979, arquitecto e apaixonado pela fotografia. Os seus pais são fotógrafos profissionais e desde muito cedo começou a “brincar” com máquinas, rolos e químicos. Esse gosto nunca desapareceu, continua fiel à fotografia analógica e pensa seriamente que isso não vai passar. www.filipebonito.com www.sombrasdealguem.com https://www.facebook.com/woodskincameras


paris é mais do que uma canção












hu_manu Analógico V(ersus) Eu. Por vezes é “difícil” fotografar. Sabendo de ante-mão que não dá para apagar. Não dá para voltar atrás. Noutras ocasiões, fazem falta mais rolos. Mas existe sempre aquela ansiedade, de ver os resultados depois de acabar um rolo. É viciante. Isto é só um dos encantos do analógico. Eu estou a aprender. Espero fotografar mais e melhor a cada dia. Espero que a visualização de uma fotografia minha, possa trazer algo à pessoa que a vê. Se isso não acontecer, há que tentar de novo... www.flickr.com/photos/lowrising













Tiago Costa A fotografia surgiu na minha vida de uma forma totalmente acidental. Não há um desígnio, nem o lamento. Assim, sei que o interesse cresceu à solta, de forma a se tornar mais ou menos invisível, indispensável. Há uma parte da minha vida que nada tem a ver com fotografia. Ela quase recusa a sua aparente falta de sentido no esquema da minha biografia e, talvez por reação, a alimenta. A fotografia torna-se assim essencial, exatamente por ser algo que faço simplesmente porque me parece absurdo não o fazer. Mas tudo isto é uma desconstrução onde não existem componentes: na minha vida, a fotografia simplesmente é. http://www.flickr.com/photos/tiagoscosta/



Alguma coisa me atraí nos lugares de passagem. Esses lugares em que o único interesse razoável de admitir é talvez demasiado subjetivo para ser discutido de forma séria. Chego frequentemente a eles atrasado. Escolho-os não por serem particularmente bonitos (a beleza é outra coisa, mais perigosa), mas porque há aquela urgência que me fez pensar que estava atrasado para os agarrar. E não sei bem se os escolho, simplesmente me parecem inevitáveis.








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