1
EXPEDIENTE CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Synésio Batista da Costa Vice-Presidente: Carlos Antonio Tilkian Secretário: Bento José Gonçalves Alcoforado
Membros: Albert Alcouloumbre Júnior, Armando de Queiroz Monteiro Neto, Bento José Gonçalves Alcoforado, Carlos Antonio Tilkian, Cláudio Chen, Daniel Trevisan, Dilson Suplicy Funaro, Eduardo José Bernini, Eliane Pinheiro Belfort Mattos, Elias Landsberger Glik, José Carlos Grubisich, José Eduardo Planas Pañella, José Roberto Nicolau, Kathia Lavin Gamboa Dejean, Lourival Kiçula, Luiz Fernando Brino Guerra, Mauro Antônio Ré, Natania do Carmo Oliveira Sequeira, Nelson Fazenda, Oscar Pilnik, Otávio Lage de Siqueira Filho, Roberto Oliveira de Lima, Synésio Batista da Costa e Vitor Gonçalo Seravalli.
CONSELHO FISCAL Membros: Audir Queixa Giovanni, Dévora Fischer Treves, Geraldo Zinato, João Carlos Ebert, Mauro Vicente Palandri Arruda e Roberto Moimáz Cardeña.
CONSELHO CONSULTIVO Presidente: Rubens Naves
NOSSA EQUIPE SECRETARIA EXECUTIVA Administradora Executiva: Heloisa Helena Silva de Oliveira Gerente de Desenvolvimento de Programas e Projetos: Denise Maria Cesario Gerente de Desenvolvimento Institucional: Victor Alcântara da Graça Equipe: Ana Paula de Sousa, Anna Carolina Sant'Anna de Souza, Letícia Lefevre de Araujo, Patrícia Maria Antunes, Perla Schein, Renato Alves dos Santos e Tatiana de Jesus Pardo Lopes.
2
ASSESSORIA DE MARKETING E IMPRENSA Equipe: Angela Miguel da Silva, Átila Acácio de Lima, Cecília Mendes Barros, Cristiane Rodrigues, Flávia Regina Dilello Gomes de Freitas, Gislaine Cristina de Carvalho, Hanna Paula Dourado Rodrigues, Hélio José Perazzolo, Jacqueline Rezende Queiroz, Kátia Gama do Nascimento, Marília Correia dos Santos, Mônica Aparecida de Oliveira Lucas, Raissa Natsuki Yoshikado, Rúbia Harumi Suzuki, Tatiana Cristina Molini, Tatiana Pereira Rodrigues, Vanessa Alves Gonçalves e Yeda Mariana Rocha de Magalhães Pereira.
NÚCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Equipe: Daniela Maria Fonseca, Ellen Rosa de Paiva, Nathan Daniel Gomes Santos, Rafael Rodrigo Carneiro Pacheco, Vânia Ferreira Silva Santos e Yuri Silveira de Abreu.
NÚCLEO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Equipe: Ana Claudia Pereira, Cristiane Ribeiro Alvarenga Brasil, Elvis Antônio de Santana, Fernanda de Fátima da Silva, Gisele Correa Ghirardelli, Hugo Jucelys Lima dos Santos, Maria do Carmo Neves dos Reis, Maria Dolores de Oliveira, Maristela Bitencourt de Miranda e Paulo Rogério Pires.
DIREITO À EDUCAÇÃO Equipe: Amélia Isabeth Bampi, Arlete Felício Graciano Fernandes, Flávia Ribeiro de Assis, Nelma dos Santos Silva, Priscila Silva dos Santos e Shirlen Aparecida de Lima.
DIREITO À PROTEÇÃO ESPECIAL Equipe: Andréia Lavelli, Lilyan Regina Somazz Reis Amorim, Márcia Cristina Pereira da Silva Thomazinho, Marisa Cedro de Oliveira e Michelly Lima Antunes.
DIREITO À PROTEÇÃO INTEGRAL Equipe: Andreza Adami, Emilio Boyago Jardim, Kleber Wilson Valadares Felizardo da Silva, Gerson Lopes Alves, Jacqueline Araújo Pitarelo, Leandro Avena Prone, Letícia Souto Maior, Lidiane Oliveira Santos, Luis Enrique Tavares Júnior, Renata Artico e Thais de Morais Escudeiro.
Ficha Técnica: Texto: Andreza Adami, Kleber Wilson Valadares Felizardo da Silva, Leandro Avena Prone, Letícia Souto Maior e Renata Artico • Colaboração: Carolina Nakagawa, Eduardo Dimitrov e Wieland Silberschneider • Edição: Letícia Souto Maior • Leitura crítica: Denise Maria Cesario • Revisão Ortográfica: Mônica de Aguiar Rocha 3
APRESENTAÇÃO Criado pela Fundação Abrinq – Save the Children em 1996, o Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC) tem se estabelecido como um importante parceiro dos(as) prefeitos(as) na implementação de políticas públicas que assegurem o cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes em seus municípios. Presente nas cinco regiões do país, a quarta edição do PPAC atua em 1.565 administrações municipais para mobilizar e oferecer subsídios técnicos aos dirigentes, bem como valorizar as boas práticas locais relacionadas à infância e adolescência. A metodologia do Programa concentra-se, por um lado, no fortalecimento da articulação entre as esferas do Poder Público Municipal, Judiciário, Organizações da Sociedade Civil e Conselhos de Direitos e Tutelares, como uma ação de caráter contínuo e fundamental para o êxito das ações propostas. Por outro lado, sob a perspectiva de promover um maior conhecimento sobre a realidade das crianças e adolescentes nos municípios, o Programa disponibiliza o Mapa PPAC, instrumental de apoio no levantamento e análise de dados e informações. O diagnóstico elaborado com base no Mapa PPAC possibilita ao administrador municipal estabelecer metas e planejar ações para melhoria de seus índices nas áreas de saúde, educação, proteção e orçamento. Ao final desse processo, os gestores que promoveram melhoras efetivas nas condições de vida de crianças e de adolescente são reconhecidos pela Fundação Abrinq – Save the Children. Acreditamos no fortalecimento das administrações municipais para o avanço na consolidação dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil e no exercício da cidadania como caminho para transformar sonhos em realidade. Desejo sucesso na gestão!
Synésio Batista da Costa Presidente da Fundação Abrinq – Save the Children
4
ÍNDICE I.
Introdução...............................................................................................................................................................7
1.
Promovendo Vidas Saudáveis .................................................................................................................................10
1.1.
Taxa de Mortalidade Infantil de Menores de 1 Ano ............................................................................................11
1.2.
1.3.
2.
2.2
1.1.1.
Cenário Nacional ..................................................................................................................................12
1.1.2.
Cenário dos Municípios PPAC ...............................................................................................................14
1.1.3.
Análise do Grupo 1................................................................................................................................16
1.1.4.
Análise do Grupo 2 ...............................................................................................................................20
1.1.5.
Análise do Grupo 3 ...............................................................................................................................23
1.1.6.
Recomendações ...................................................................................................................................25
Taxa de Mortalidade de Menores de 5 Anos ...........................................................................................................26 1.2.1.
Cenário Nacional ..................................................................................................................................27
1.2.2.
Cenário dos Municípios PPAC ...............................................................................................................29
1.2.3.
Análise do Grupo 1 ...............................................................................................................................32
1.2.4.
Análise do Grupo 2 ...............................................................................................................................36
1.2.5.
Análise do Grupo 3 ...............................................................................................................................39
1.2.6.
Recomendações ...................................................................................................................................41
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas ...........................................................................................42 1.3.1.
Cenário Nacional ................................................................................................................................. 43
1.3.2.
Análise do Grupo 1 ...............................................................................................................................43
1.3.3.
Recomendações ...................................................................................................................................49
Acesso à Educação de Qualidade ............................................................................................................................50 2.1.
Taxa de Cobertura de Creche ...............................................................................................................51
2.1.1.
Cenário Nacional ..................................................................................................................................52
2.1.2.
Cenário dos Municípios PPAC ..............................................................................................................54
2.1.3.
Análise do Grupo 1 ...............................................................................................................................58
2.1.4.
Análise do Grupo 2 ...............................................................................................................................61
2.1.5.
Análise do Grupo 3 ...............................................................................................................................64
2.1.6.
Recomendações ...................................................................................................................................66
Taxa de Cobertura de Pré-Escola .............................................................................................................................67 2.2.1.
Cenário Nacional ...................................................................................................................................68
2.2.2.
Cenário dos Municípios PPAC ................................................................................................................69
2.2.3.
Análise do Grupo 1 .................................................................................................................................73
2.2.4.
Análise do Grupo 2 .................................................................................................................................77
2.2.5.
Análise do Grupo 3 .................................................................................................................................81
2.2.6.
Recomendações ....................................................................................................................................84
2.3. Número de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns ...............................85 2.3.1.
Cenário Nacional ....................................................................................................................................86
2.3.2.
Cenário dos Municípios PPAC ................................................................................................................88
2.3.3.
Análise do Grupo 1 ................................................................................................................................91
2.3.4.
Análise do Grupo 2 ...............................................................................................................................99
5
3.
2.3.5.
Análise do Grupo 3 ....................................................................................................................................106
2.3.6.
Recomendações ........................................................................................................................................110
Proteção contra Maus-Tratos, Exploração e Violência contra Criança e Adolescente................................................111
3.1. Número de Notificações de casos de violência ........................................................................................................112 3.1.1
Cenário Nacional .......................................................................................................................................113
3.1.2.
Cenário dos Municípios PPAC ....................................................................................................................115
3.1.3
Análise do Grupo 1 ....................................................................................................................................118
3.1.4.
Análise do Grupo 2 ....................................................................................................................................124
3.1.5.
Análise do Grupo 3 ....................................................................................................................................130
3.1.6.
Recomendações ........................................................................................................................................133
3.2. Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil .........................................................................134 3.2.1.
Cenário Nacional .......................................................................................................................................136
3.2.2.
Cenário dos Municípios PPAC.....................................................................................................................138
3.2.3.
Análise do Grupo 1 ....................................................................................................................................142
3.2.4.
Análise do Grupo 2 ....................................................................................................................................147
3.2.5.
Análise do Grupo 3 ....................................................................................................................................151
3.2.6.
Recomendações .......................................................................................................................................154
3.3. Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas .......................................................................................155
4.
3.3.1.
Cenário Nacional ......................................................................................................................................156
3.3.2.
Cenário dos Municípios PPAC ...................................................................................................................160
3.3.3.
Análise do Grupo 1 ......................................................................................................................................
3.3.4.
Análise do Grupo 2 ........................................................................................................................................
3.3.5.
Análise do Grupo 3 ..........................................................................................................................................
3.3.6.
Recomendações ...........................................................................................................................................
Orçamento Criança e Adolescente.............................................................................................................................. 4.1.
Introdução ....................................................................................................................................................
4.2.
Perfil dos Municípios......................................................................................................................................
4.3.
OCA per Capita .............................................................................................................................................
4.4.
Esforço Alocativo com Políticas para a Criança e o Adolescente..................................................................
4.5
Composição do Orçamento Criança ................................................................................................................
4.6.
Gestão das Ações do OCA...............................................................................................................................
4.7.
Prioridade Alocativa do OCA...........................................................................................................................
4.8.
Financiamento do OCA Saúde .........................................................................................................................
4.9.
OCA de Cultura, Desporto e Lazer...................................................................................................................
4.10.
Políticas de Proteção à Criança e ao Adolescente...........................................................................................
4.11.
Políticas do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente.......................................................................
4.12.
Gestão do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA)............................................
II.
Considerações Finais .........................................................................................................................................
III.
Fontes Consultadas .............................................................................................................................................
6
I.
Introdução
Caros Gestores(as), Ao final de 2010 concluímos a segunda etapa de preenchimento do Mapa PPAC, com base na informação de dados quantitativos referentes ao ano de 2009. Depois de analisados pela equipe técnica do Programa Prefeito Amigo da Criança, elaborou-se uma devolutiva para o grupo de municípios que concluiu o processo na data indicada e enviou o Termo de Validação, conforme detalhamento abaixo.
O QUE É o Mapa PPAC Principal instrumento para o acompanhamento, avaliação e monitoramento dos municípios, o Mapa PPAC é uma ferramenta por meio da qual os gestores municipais informam, anualmente, dados referentes aos indicadores quantitativos e qualitativos que compõem os eixos temáticos do Programa, que são: a) Promovendo Vidas Saudáveis; b) Acesso à Educação de Qualidade; c) Proteção contra Maus-Tratos, Exploração e Violência; d) Orçamento Criança e Adolescente1. Além desses eixos, o mapa contém o quadro Sistema de Garantia de Direitos: Criação e Fortalecimento dos Conselhos de Direito, Setoriais e Tutelares, que visa verificar a atuação dos atores que compõem o Sistema de Garantia de Direitos e promovem o atendimento, controle e defesa para o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. As análises contidas neste Relatório resultam do envolvimento dos municípios que fazem parte do PPAC, por meio de todas as secretarias municipais ligadas aos respectivos eixos. Por isso ressaltamos a importância para que o preenchimento dos dados seja completo e condizente com a realidade, uma vez que as informações servirão de referência para a realização dos diagnósticos e relatórios que embasarão as ações futuras no que tange à melhoria da condição de vida das crianças e dos adolescentes. O presente relatório é fruto da análise de indicadores estratégicos do Mapa PPAC, portanto as informações aqui contidas foram repassadas pelos municípios participantes. O Mapa PPAC situação 2009 apresenta a seguinte estrutura: 1) resultados de gestão por eixo; 2) indicadores a serem avaliados anualmente; 3) as metas que o município fornecerá. Também é possível compartilhar experiências de programas bem-sucedidos para que o município possa difundir suas boas práticas de gestão.
OBJETIVOS do Relatório de Recomendações O Relatório de Recomendações do Programa Prefeito Amigo da Criança se baseia na análise das informações municipais referentes à situação 2009 lançadas no Mapa PPAC pelos técnicos e gestores municipais ao longo dos meses de setembro a dezembro de 2010. Com este relatório, o Programa Prefeito Amigo da Criança pretende proporcionar novas análises sobre a condição de vida de crianças e de adolescentes nestes municípios, tendo como referência a leitura e a interpretação de indicadores sociais nas áreas de educação, saúde e proteção. Além dessas análises, o relatório apresenta um conjunto de recomendações que contribuirão para a melhor estruturação dos municípios, visando o enfrentamento dos diferentes problemas que puderam ser identificados.
7
METODOLOGIA do Relatório de Recomendações Considerando o universo de 1.564 municípios que aderiram ao Programa Prefeito Amigo da Criança, identificamos um grupo de 354 que finalizou o preenchimento do Mapa PPAC situação 2009 e enviou o Termo de Validação no prazo indicado. O Relatório de Recomendações foi elaborado considerando esse recorte, ou seja, as análises e recomendações aqui contidas dialogam com as informações fornecidas pelo conjunto de municípios que concluiu o preenchimento das questões em cada um dos eixos temáticos do Mapa PPAC. No que diz respeito ao recorte temporal, ou seja, o ano ou período de tempo a que este documento fará referência, deve-se reiterar que ele tem como foco os dados da situação 20091. Entretanto, em diferentes momentos são apresentados alguns dados da situação 2008, com a finalidade de analisar sua evolução de um ano para o outro. Para construção deste relatório foram selecionados três indicadores estratégicos dos eixos Promovendo Vidas Saudáveis, Acesso à Educação de Qualidade e Proteção contra Maus-Tratos, Exploração e Violência, bem como seus respectivos fatores correlatos, ou seja, aspectos que se relacionam com o tema que será abordado. Tendo em vista o critério adotado, os indicadores selecionados são aqueles que permitem um melhor diagnóstico da atual condição de vida de crianças e de adolescentes nos municípios brasileiros, bem como uma leitura ou verificação da efetividade das políticas públicas de educação, saúde e proteção implantadas nestas localidades até o momento. Indicadores selecionados: Eixo
Resultados de Gestão
Reduzir a mortalidade infantil e de menores de 1 ano 1 - Promovendo Vidas Reduzir a mortalidade de menores de 5 anos Saudáveis Promover ações de prevenção e tratamento ao uso de drogas
Indicador Estratégico Taxa de mortalidade infantil de menores de 1 ano em 2011 Taxa de mortalidade de menores de 5 anos em 2011 Possui Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas)
Garantir o atendimento com qualidade, em Taxa de cobertura de creche creche e pré-escola, em tempo Integral Taxa de cobertura de pré-escola 2 - Acesso à Educação Assegurar o acesso ao sistema de ensino e Número de matrículas de alunos com necessidades de Qualidade atender às especificidades de pessoas com educativas especiais em classes comuns deficiência Proteger as crianças e os adolescentes de todas as Número de notificações de casos de violência formas de violência 3 - Proteção contra Erradicar o trabalho infantil Taxa de cobertura de crianças e de adolescentes em Maus-Tratos, trabalho infantil Exploração e Violência Qualificar a execução de medidas socioeducativas Proporção de adolescentes em medidas socioeducativas
Antecedendo a análise das informações municipais, o relatório apresenta uma leitura do cenário nacional e regional para cada um dos indicadores estratégicos abordados com base nos indicadores divulgados pelos bancos oficiais. Tal medida visa possibilitar ao leitor estabelecer uma aproximação e comparação entre as informações do seu município com as médias da sua região e da federação. Na análise dos indicadores municipais constam os resultados médios dos grupos 1, 2 e 3 no qual estão organizados os municípios que fazem parte do Programa Prefeito Amigo da Criança (a caracterização destes grupos está 1
Os dados da situação 2008 foram fornecidos pelos municípios, por meio do preenchimento do mapa ao longo dos meses de outubro de 2009 a março de 2010.
8
indicada no próximo item). Essa metodologia permite ao técnico ou gestor municipal compreender qual o comportamento do seu grupo para determinado indicador, bem como, comparar os resultados do seu município com o do seu grupo e, ainda, compará-lo às informações dos demais municípios. Todos os dados dos municípios constam em tabelas anexas a este item do relatório. Como desfecho das análises, para cada indicador estratégico são traçadas recomendações do Programa Prefeito Amigo da Criança. Espera-se que estas recomendações forneçam elementos que possam contribuir para o fortalecimento da gestão municipal e enfrentamento das diferentes situações que ainda comprometem a sobrevivência e a vida digna de crianças e de adolescentes nestes municípios.
CARACTERIZAÇÃO dos Grupos O Brasil é marcado por uma grande disparidade populacional, cultural e socioeconômica entre seus 5.565 municípios. De acordo com o IBGE, quase a metade, ou 48,1%, tem menos de 10 mil habitantes, 1,6% entre 200 a 500 mil e apenas 0,6% conta com mais de 500 mil moradores. Por esse motivo, a equipe PPAC da Fundação Abrinq - Save the Children criou uma metodologia de agrupamento que possibilita uma comparação mais equilibrada entre eles, classificando-os por porte e região em grupos 1, 2 e 3. Dessa maneira não correremos o risco de comparar uma cidade situada no Norte do país e com menos de 5 mil habitantes com capitais ou megalópoles como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os municípios serão comparados entre aqueles que apresentarem características semelhantes, evitando uma avaliação desproporcional. Nesse sentido, e como foi dito anteriormente, o primeiro critério de classificação é o tamanho da população, de acordo com as faixas populacionais, ou seja, por porte. O segundo critério de avaliação é o Índice de Condições de Vida (ICV) desenvolvido pelo Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC). Este índice foi inspirado no IDH elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no entanto acrescenta indicadores de Educação, Renda, Habitação e Saúde, tornando-o mais abrangente. Da mesma forma que o IDH, o ICV varia de 0 a 1, sendo 1 a representação numérica de melhores condições de vida. O agrupamento se dá da seguinte forma:
Grupo 1 - municípios com mais de 100 mil habitantes e municípios com mais de 50 mil habitantes com ICV PPAC maior ou igual a 0,499;
Grupo 2 - municípios com população menor que 100 mil habitantes com ICV entre 0,399 e 0,499 e população menor de 50 mil habitantes com ICV maior que 0,499;
Grupo 3 - Formado por municípios com até 20 mil habitantes e ICV abaixo de 0,39 mais municípios com população menor de 100 mil habitantes e ICV menor de 0,39.
Os municípios participantes devem primeiro se situar de acordo com o Grupo ao qual fazem parte e depois buscar uma interpretação entre outros municípios com características semelhantes.
9
Eixo I
PROMOVENDO VIDAS SAUDÁVEIS
1
[...] crianças bem nutridas, que recebem cuidados e vivem em ambientes seguros e estimulantes têm maior probabilidade de sobreviver, de contrair doenças com menor frequência e de desenvolver habilidades emocionais, sociais, de raciocínio e de linguagem (UNICEF, 2007, p.3).
Para compreender os fatores referentes à saúde necessita-se de um olhar multidisciplinar, uma vez que a temática relaciona-se, diretamente, com aspectos sociais, culturais, ambientais, econômicos, entre outros. O que significa compreender que os processos que resultam em adoecimento e melhoria de saúde da população transcendem as capacidades físicas ou condições biológicas dos indivíduos. Desse modo, torna-se fundamental a realização de ações intersetoriais, isto é, na implantação de políticas articuladas de infraestrutura, habitação, educação, assistência social e segurança alimentar, bem como em iniciativas e ações das três esferas de governo. Investir em políticas de saúde constitui um passo importante para garantir a sobrevivência de crianças, seu crescimento e desenvolvimento pleno. A qualidade dos serviços de saúde e as condições de moradia e de infraestrutura (acesso à água potável e ao esgotamento sanitário) têm efeitos diretos sobre seu desenvolvimento psicomotor e intelectual, bem como são determinantes para que essa criança chegue à vida adulta de forma digna e saudável. No Brasil, a promoção efetiva de vidas saudáveis constitui um desafio. As principais problemáticas que atingem crianças e adolescentes envolvem questões de acesso e qualidade a equipamentos de saúde, a programas de acompanhamento pré e pós-natal, à nutrição balanceada, ao esgotamento sanitário adequado, à água tratada, à imunização recomendada, à drogadição, à saúde mental, entre outros. Diante disso, ressalta-se a complexidade e a variedade de fatores que influenciam a saúde de crianças e de adolescentes em nosso país. Com o objetivo de aprofundar a discussão sobre a promoção de vidas saudáveis de crianças e de adolescentes elencamos um grupo de temas e seus respectivos indicadores estratégicos:
Mortalidade infantil
Mortalidade na infância
Drogadição
10
1.1 Promovendo Vidas Saudáveis
Indicador estratégico:
Taxa de Mortalidade Infantil de Menores de 1 ano
, Definição do indicador: A Taxa de Mortalidade Infantil é a frequência com que ocorrem óbitos de crianças menores de 1 ano em relação ao número de crianças nascidas vivas neste período em determinada localidade.
Modelo de cálculo: Mortalidade Infantil =
Número de óbitos de residentes com menos de 1 ano de idade x 1000 Número de nascidos vivos de mães residentes
Aplicabilidade: O indicador de mortalidade infantil é um importante instrumento no diagnóstico da condição de vida da população de uma dada localidade. O desempenho de um município nesse quesito revela sua condição socioeconômica: situação de nutrição da população, de saneamento básico, fornecimento de água potável de qualidade, acesso dos munícipes a serviços públicos de saúde e educação.
Fatores correlatos:
Condições nutricionais da mãe, no período de aleitamento, e da criança; Aumento da taxa de escolaridade da mãe; Condições de saneamento básico; Qualidade da água oferecida à população; Acompanhamento médico pré-natal da mãe; Assistência durante o parto; Acompanhamento médico do recém-nascido; Cobertura vacinal das crianças.
11
Cenário Nacional
1.1.1
A mortalidade infantil é um indicador das prioridades e valores de um país, região ou município, ao se tratar de faixa etária crítica, já que a sua garantia de vida reflete nas demais gerações. Investir na saúde das crianças e de suas mães não é apenas uma questão de direito, mas também de escolhas econômicas e o primeiro passo rumo a um futuro melhor. Conforme o Pacto da Atenção Básica2 e o Pacto pela Vida3 é fundamental estabelecer diretrizes e políticas que orientem ações para a redução da mortalidade infantil no país. Tais ações devem contemplar, necessariamente, os aspectos multidimensionais que influenciam a problemática. O Brasil apresenta melhorias significativas em relação à mortalidade infantil. Tem-se o cenário de queda desde 2000 da Taxa de Mortalidade Infantil (óbitos de menores de 1 ano, por mil nascidos vivos) e entre o período de 2000 e 2008, a taxa caiu 30,7%, segundo o Ministério da Saúde. Conforme disposto no gráfico a seguir, pode-se observar a taxa de mortalidade infantil de 19 óbitos por mil nascidos vivos em 2008. Desta maneira, apresenta-se que o país atingiu a meta de redução em um terço da mortalidade infantil até 2010 do documento Um Mundo para as Crianças, como estratégia para a redução para três quartos em 2015. Vale ressaltar que os fatores que permitiram o expressivo declínio relacionam-se a uma qualificação dos serviços e da estrutura de saúde no país, remetendo a ampliação de campanhas de vacinação, a maior cobertura do pré-natal, a redução da taxa de fecundidade, ao aumento do aleitamento materno e ao grau de escolaridade das mães.
Gráfico 1: Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos) no Brasil, entre 2000-2008 30
27,4 26,3 24,9
23,9 22,6
25
21,4
20,7
20
19,8
19 20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Meta
Fonte: Ministério da Saúde. Objetivos do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento, março de 2010.
2
Pacto da Atenção Básica: define ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da
saúde.
3 Pacto pela Vida: define objetivos, indicadores e metas nacionais, e ressalta que as prioridades regionais, estaduais ou municipais podem ser agregadas às prioridades nacionais, por meio de pactuações locais.
12
Embora desde 1990, o Brasil apresente avanços substanciais na garantia à sobrevivência de crianças, muito ainda precisa ser feito. Persistem diferenças regionais importantes, o que evidencia uma estrutura de reprodução de disparidades e com restrições de acesso. Conforme o Gráfico 2, a Região Nordeste apresentou 26,7 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2008, representando a maior taxa e ao mesmo tempo a maior redução entre 2000 e 2008 (queda de 35,82%). Já a Região Sul apresentou 12,8 óbitos de crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos, significando a menor taxa e também a menor redução entre 2000 e 2008 (queda de 8,57%). Diante disso, evidencia-se a necessidade de consolidar uma política mais integrada, a qual proporcione o aumento da rede de atenção à saúde, baseando-se em um modelo de desenvolvimento que priorize a redução das expressivas desigualdades existentes no país.
Gráfico 2: Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos) no Brasil, por Regiões entre 2000-2008 45 41,6 39,3
40
36,9 34,8 35
32,7 31,2 29,8
30
28,7
28,6 27,7
26,7
26,6 25,6 24,5 23,6
25
22,7 20,9
20
21,1 19,3
18,3
19,2
15
22,1
20,7
16,4
18,7
17,3
18,5 17
16
15,8
17,7
16,3
17,1
15,4
15
16,5 14,6
15,8 14,1
15
14
13,8
13,3
12,9
12,8
2006
2007
2008
10
2000
2001
2002
Norte
2003
Nordeste
2004
2005
Sudeste
Sul
Centro Oeste
Fonte: Ministério da Saúde. Objetivos do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento, março de 2010.
13
1.1.2
Cenário dos Municípios PPAC
Para o cálculo da Taxa Média de Mortalidade Infantil (ou de menores de 1 ano) por mil nascidos em 2009, consideraram-se 308 municípios com respostas válidas. De maneira geral, houve um aumento de 7,54% no preenchimento das informações entre 2008 e 2009. A totalidade de municípios PPAC apresentou uma média de 14,68 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos em 2009. Nesse sentido, observamos um aumento na ordem de 5,54% entre 2008 e 2009. Tabela 1 Taxa Média de Mortalidade Infantil dos Muncípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Total 2008 13,91 2009 14,68 Variação 2008-2009 (em %) 5,54 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
É importante reiterar que a mortalidade de crianças nos primeiros anos de vida resulta de uma ampla gama de fatores relacionados à estrutura de serviço de saúde disponível para criança e a mãe, bem como questões de saneamento básico, nível de imunização, terapia de reidratação oral e situação nutricional. O aumento da taxa nos municípios PPAC é uma tendência contrária à observada no Brasil, porém ainda menor que a média brasileira, que é de 19 óbitos por mil nascidos vivos. Além disso, mais de dois terços dos municípios apresentaram taxas inferiores à meta de 19,8 por mil nascidos vivos estabelecida para 2010 no documento Um Mundo para as Crianças. Devemos destacar que 73,45% dos municípios estão entre as faixas de 0 a 20 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2008 (ver Tabela 2).
Tabela 2 Faixas de Taxa de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) por Quantidade de Municípios PPAC em 2009 Faixas Números Absolutos Porcentagem de 0 até 10 119 33,62 de 11 até 20 141 39,83 de 21 até 30 37 10,45 de 31 até 40 7 1,98 Acima de 41 4 1,13 Sem Informação 46 12,99 Total 354 100,00 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
A Figura 1 nos permite observar as desigualdades da taxa de mortalidade infantil nas regiões do país. Verifica-se que a Região Sul apresenta grande quantidade de municípios com as menores faixas de coeficiente de óbitos e a Região Nordeste, um maior número de municípios com faixas superiores à média. Tal condição remete ao processo de descentralização e municipalização, que se estabeleceu de maneira fragmentada no Brasil. Diante desse cenário da estrutura política nacional aponta-se a dificuldade em se consolidar diretrizes que impulsionem redes regionalizadas, permitindo o alinhamento entre desenvolvimento local e nacional.
14
Figura 1 Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) dos Municípios do Mapa PPAC, em 2009
Taxa de Cobertura em Creche dos Municípios do Mapa PPAC, em 2009
15
1.1.3
Análise do “Grupo 1”
O Grupo 1 é composto por 154 municípios com informações numéricas válidas. Desse total é possível observar que a média para a Taxa de Mortalidade Infantil em 2009 foi de 13,04 óbitos de menores de 1 ano para mil nascidos vivos, significando uma queda de 1,36% no período 2008-2009 (ver Tabela 3). O total de municípios do Mapa PPAC apresentou um aumento de 5,54% entre 2008 e 2009 na média Taxa de Mortalidade Infantil, assim a queda do Grupo 1 não acompanhou o aumento na taxa média dos municípios PPAC. Tabela 3 Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) do Grupo 1 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Média 2008 13,22 2009 13,04 Variação 2008-2009 (em %) -1,36 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Ao examinarmos na Tabela 4 a distribuição dos municípios do Grupo 1 pelas faixas de taxas médias de mortalidade infantil, é possível identificarmos que 89,74% dos municípios em 2009 apresentaram coeficientes abaixo de 20 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos. Também podemos observar uma queda de 80% de municípios sem informação entre 2008-2009 e nenhum município com Taxas de Mortalidade Infantil acima de 41%. Contudo, para 144 municípios a meta ainda não foi atingida. Tabela 4 Faixas de Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) por Número de Municípios PPAC do Grupo 1, em 2008 e 2009 Grupo 1 2008 2009 2008-2009 Faixa (%) 0 até 10% 33 38 15% 11 até 20% 99 102 3% 21 até 30% 13 13 0% 31 até 40% 1 1 0% Acima de 41% 0 0 0% Sem informação 10 2 -80% Total 156 156 0% Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Podemos concluir que a grande maioria dos municípios do Grupo 1 apresentaram avanços na redução da Taxa de Mortalidade Infantil e a média foi menor que a meta esperada para 2010 de 19,8 por mil nascidos vivos, segundo o documento Um Mundo para as Crianças. Esse patamar precisa ser acompanhado pelo restante de municípios. Além 4 Municípios com Taxa de Mortalidade Infantil superior a 19,8 óbitos de menores de 1 ano por Mil Nascidos Vivos em 2009: Altamira (PA), Piripiri (PI), Acopiara (CE), Aracati (CE), Igarassu (PE), Salgueiro (PE), Brumado (BA), Jequié (BA), Juazeiro (BA), Senhor do Bonfim (BA), Vitória da Conquista (BA), Teófilo Otoni (MG), Pirassununga (SP), São Vicente (SP).
16
disso, essa tendência de aumento da taxa média de mortalidade infantil dos municípios PPAC precisa ser revertida, e avanços nos atendimentos às gestantes e no Programa Saúde da Família poderão colaborar nesses esforços. O Programa Saúde da Família atua com visitas domiciliares rotineiras realizadas por uma equipe multidisciplinar que monitora a saúde das famílias, ajudando a promover aleitamento materno exclusivo, a imunização de crianças e gestantes, a prevenção e monitoramento de dermatoses e parasitoses, a prevenção do DST/Aids e da gravidez precoce, bem como identifica e encaminha gestantes ao pré-natal. Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 1 Município 2009 Anápolis 22,87 Abaetetuba
34,09
Acopiara
3,15
Alfenas
5,92
Altamira
11,95
Ananindeua
7,65
Aracaju
13,51
Aracati
20,41
Arapiraca
14,37
Atibaia
11,12
Balneário Camboriú
7,32
Bauru
11,31
Belo Horizonte
11,26
Betim
13,96
Blumenau
1,53
Botucatu
10,05
Bragança Paulista
15,89
Brumado
21,44
Cabo de Santo Agostinho
10,85
Cachoeiras de Macacu
7,63
Cajamar
9,53
Cambé
11,38
Campinas
11,31
Campo Formoso
3,18
Campo Mourão
7,81
Canoas
11,93
Canoinhas
11,17
Cariacica
11,22
Cascavel
13,37
Catanduva
7,05
Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 1 Município 2009
Caxias do Sul
11,91
Chapecó
10,20
Colatina
15,13
17
Concórdia
18,18
Contagem
0,00
Cosmópolis
8,67
Cotia
15,96
Criciúma
10,17
Cruz Alta
26,02
Cuiabá
21,86
Curitiba
15,12
Diadema
8,97
Dias d'Ávila
12,88
Embu
0,00
Escada
S/I
Fernandópolis
0,00
Florianópolis
15,21
Fortaleza
12,62
Franca
12,66
Gaspar
12,40
Gravatá
11,11
Guarujá
5,20
Guarulhos
18,82
Horizonte
7,04
Igarassu
18,18
Iguatu
20,70
Imperatriz
15,44
Ipirá
16,25
Irecê
21,68
Itabira
19,16
18
Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 1 Município 2009 Itajubá 0,00
Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 1 Município 2009 Navegantes 0,00
Itapecerica da Serra
8,89
Olímpia
10,27
Itapetininga
13,88
Olinda
10,22
Itapeva
16,47
Ouro Preto
2,27
Itapira
16,02
Pacajus
17,44
Itaquaquecetuba
12,64
Palmas
0,00
Itatiba
14,84
Paragominas
11,29
Itaúna
38,71
Paranaguá
18,40
Itu
10,17
Paranavaí
16,99
Itumbiara
9,53
Paulínia
17,05
Jaboatão dos Guararapes
11,29
Paulo Afonso
8,89
Jaboticabal
17,79
Pelotas
0,00
Jacareí
13,02
Petrolina
26,69
Jaú
9,62
Piracicaba
44,12
Jequié
9,68
Pirassununga
9,23
João Monlevade
23,41
Piripiri
21,98
João Pessoa
15,64
Poços de Caldas
21,74
Joinville
14,41
Porto Alegre
1,32
Porto Ferreira
12,48
Praia Grande
0,00
Presidente Prudente
19,33
Recife
23,75
Resende
11,72
Rio Branco
6,33
Rio Claro
9,51
Rio das Ostras
9,90
Juazeiro
9,42
Juiz de Fora
21,88
Jundiaí
15,55
Lauro de Freitas
0,00
Lençóis Paulista
15,45
Limoeiro do Norte
0,00
Londrina
0,00
Lorena
10,36
Rio de Janeiro
15,86
Maracanaú
21,32
Rio do Sul
13,57
Marília
11,71
Rolim de Moura
Maringá
11,00
Russas
0,00
Mauá
21,98
Salgueiro
14,16
Mesquita
14,12
Santana de Parnaíba
9,52
Mirassol
18,62
Santana do Livramento
12,82
Mogi das Cruzes
9,35
Santo André
0,00
Mogi Mirim
13,93
Santo Ângelo
12,58
Mossoró
26,32
S/I
19
Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 1 Município 2009 Santos 10,64 São Bento do Sul
15,09
São Bernardo do Campo
23,44
São Caetano do Sul
12,88
São Carlos
6,49
São José dos Campos
0,00
São Leopoldo
15,96
São Roque
14,95
São Sebastião
14,51
São Sebastião do Paraíso
22,73
São Vicente
27,47
Sapiranga
20,87
Senhor do Bonfim
10,08
Tatuí
5,18
Teófilo Otoni
13,59
Timon
5,99
Uberaba
0,00
Uberlândia
11,62
Unaí
11,36
Vila Velha
35,71
Vinhedo
11,05
Vitória
9,09
Vitória da Conquista
11,44
Volta Redonda
21,70
Votorantim
10,24
Votuporanga
12,25
20
1.1.4
Análise do “Grupo 2”
O Grupo 2 é composto por 143 municípios, dos quais, 8 não apresentaram informação (S/I) para o indicador Taxa de Mortalidade Infantil. Em relação ao total, é possível observar que em 2009 a média para a Taxa de Mortalidade Infantil foi de 15 óbitos por mil nascidos vivos, o que demonstra aumento de 15,12% em relação ao ano anterior (ver Tabela 5). Quanto à média geral dos municípios do Mapa PPAC, é possível verificar que o Grupo 2 de municípios apresentaram uma tendência de aumento aproximadamente três vezes maior no mesmo período estudado. Destaca-se que aqui também foi observada uma tendência contrária à nacional, apesar de o coeficiente de óbitos de menores de 1 ano ser inferior a média nacional para o mesmo ano e a meta estabelecida para 2010. Tabela 5 Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) do Grupo 2 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano
2008 2009 Variação 2008-2009 (em %)
Média
13,03 15 15,12
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
É interessante observar que os municípios desse grupo apresentam tendências inversas, uma voltada para a redução e outra apresentando um aumento na taxa de mortalidade de menores de 1 ano (ver Tabela 6). Tabela 6 Faixas de Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) por Número de Municípios PPAC do Grupo 2, em 2008 e 2009 Grupo 2 Faixa 2008 2009 2008-2009 % 0 a 10 58 69 19% 11 a 20 46 43 -7% 21 a 30 9 18 100% 31 a 40 6 3 -50% Acima de 41 6 2 -67% Sem informação 18 8 -56% Total 143 143 0% Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Entre 2008 e 2009 houve uma redução da Mortalidade Infantil nas faixas superiores a 31 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos, no entanto observamos um aumento de 100% na faixa entre 21 e 31 óbitos, o que contribuiu para o aumento da média do Grupo 2. Por outro lado, 78,32% dos municípios do Grupo apresentaram valores inferiores a 20 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2009.
21
É possível concluir que para a grande maioria dos municípios deste grupo a tendência de queda deve ser mantida. Para colaborar nesse processo, investimentos em atendimento e acompanhamento das gestantes precisam ser garantidos. Vale ressaltar que, para 235 municípios do Grupo 2, a meta de 2010 ainda precisa ser alcançada.
Taxa de Mortalidade Infantil – Grupo 2 Município 2009 Alto Araguaia 5,26
Taxa de Mortalidade Infantil – Grupo 2 Município 2009 Dolcinópolis 21,80
Adamantina
16,56
Estrela d'Oeste
0,00
Agrolândia
12,38
Eusébio
0,00
Aguaí
21,34
Fazenda Vilanova
14,71
Altinópolis
36,70
Forquilhinha
8,97
Alvinópolis
1,82
Garça
0,00
Américo Brasiliense
15,51
Garuva
8,22
Ariranha
10,87
Guaíra
10,29
Arroio do Meio
4,46
Guará
18,29
Balneário Pinhal
Guarani
25,53
Barra Bonita
18,28
S/I
Guarani d'Oeste
0,00
Barroso
3,91
Guararema
0,00
Guariba
2,82
Bataguassu
S/I
Batayporã
10,53
Iacri
14,34
Bocaina
0,00
Ibiporã
14,49
S/I
Brotas
Ibiraci
9,92
Buritama
0,00
Ilha Solteira
14,29
Buritis
10,34
Indaial
17,12
Campos do Jordão
20,43
Ipiaú
12,99
Capão Bonito
7,56
Iracemápolis
17,17
Carambeí
10,53
Itacuruba
11,18
Cássia
8,70
Itajobi
11,90
Cesário Lange
0,00
Itanhandu
12,89
Colinas do Tocantins
24,69
Itatiaia
17,32
Conchal
0,00
Itupeva
10,94
Cornélio Procópio
12,45
Jardinópolis
10,76
Cristais Paulista
12,64
Ladário
12,51
Cruzeiro do Oeste
11,83
Lagoa Grande
Cruzília
14,42
Lima Duarte
9,09
Dois Córregos
6,62
Lindoia do Sul
8,89
S/I
5
Grupo 2 de Municípios com Taxas de Mortalidade Infantil superiores a 19,8 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2009: Tucumã (PA), Colinas do Tocantins (TO), Viçosa (RN), São Sebastião do Passé (BA), Alvinópolis (MG), Cruzília (MG), Morro da Garça (MG), Pimenta (MG), Campos do Jordão (SP), Dois Córregos (SP), Guará (SP), Magda (SP), Martinópolis (SP), Mongaguá (SP), Potirendaba (SP), Rancharia (SP), Riolândia (SP), São Sebastião da Grama (SP), Valentim Gentil (SP), Agrolândia (SC), Lindoia do Sul (SC), Tupandi (RS), Maracaju (MS).
22
Taxa de Mortalidade Infatil - Grupo2 Município Lindolfo Collor Lucrécia
Taxa de Mortalidade Infatil - Grupo2 Município
2009 0
Paraíso do Norte
0
Pedrinhas Paulista
2009 18,4 0
Macatuba
9,43
Picuí
11,11
Magda
22,22
Pimenta
33,33
Maracaju
21,32
Piraí
9,23
Marau
11,71
Pomerode
8,75
Martinópolis
24,59
Populina
Mongaguá
24,39
Porangatu
1,32
Montanha
3,82
Porto Belo
5,21
Monte Alto
2
Porto Feliz
12,48
Monte Aprazível
0
Porto União
6,56
Monte Carmelo
11,61
Potirendaba
Monte Castelo
0
0
500
Quatro Barras
16,72
Monte Mor
4,89
Rancharia
23,75
Morro Agudo
8,87
Ribas do Rio Pardo
7,52
Morro da Garça
26,32
Rincão
6,33
Rio Brilhante
9,51
Muritiba Naviraí
S/I
Rio Verde de Mato Grosso
17,36
Neves Paulista
19,68 0
Riolândia
98,59
Nortelândia
0
Salinas
9,65
Nova Alvorada do Sul
4,41
Santa Fé do Sul
6,02
Nova Andradina
19,2
Santa Isabel
10,29
Nova Europa
17,05
Santa Rita do Sapucaí
9,52
Nova Mutum
3,31
Santo Antônio do Aracanguá
10,64
Nova Odessa
6,11
São João do Piauí
4,76
Nova Petrópolis
18,63
São Jorge do Patrocínio
18,52
Nova Prata
0
São José da Bela Vista
Nova Trento
0
São José dos Quatro Marcos
15,96
Nova Veneza
0
São Sebastião da Grama
22,73
Nuporanga
12,82
São Sebastião do Passé
27,47
Orlândia
16,95
Serrana
8,93
Osório
14,68
Severínia
9,76
0
Tambaú
15,27
S/I
Tarumã
5,18
2,27
Tijucas
5,99
Osvaldo Cruz Otacílio Costa Ouro Fino Pains Palmeira Palmeira d'Oeste
0
Três Fronteiras
0
S/I
11,79
Tucumã
20,97
0
Tupandi
28,57
23
Taxa de Mortalidade Infantil – Grupo 2 Município 2009 Turiúba 28,57 Urânia
3,85
Urupês
9,26
Valentim Gentil
0,00
Vargem Grande Paulista
23,62
Viçosa
36,47
Viradouro
S/I
24
1.1.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 é composto por 55 municípios com respostas válidas em 2009; 2 municípios preencheram este indicador sem informação (S/I). O total de localidades do Grupo 3 apresentou aumento sutil de quase 1% na Taxa de Mortalidade Infantil, passando de 18,47 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2008 para 18,64 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos em 2009 (ver Tabela 7). Neste grupo a média observada foi próxima à média brasileira e pouco abaixo da meta estabelecida em Um Mundo para as Crianças (igual a 19,8 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos). Tabela 7 Taxa Média de Mortalidade Infantil do Grupo 3 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Média 2008 18,47 2009 18,64 Variação 2008-2009 (em %) 0,92 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
O baixo crescimento da Taxa Média de Mortalidade Infantil do Grupo 3 entre 2008 e 2009 pode ser em parte explicado pelo aumento de municípios nas faixas de 21% a 40% da Taxa de Mortalidade Infantil. Conforme dados da Tabela 8, apesar da positiva queda de 50% de municípios com taxas acima de 41% e positivo aumento de 33% de municípios com taxas entre 11% e 20%, notamos uma tendência negativa de queda de 20% de municípios com taxas entre 0% e 10%, aumento de 33% de municípios com taxas entre 31% e 40% e aumento de 67% de municípios com taxas entre 31% e 30%. Ou seja, apesar de alguns municípios terem apresentado queda na taxa outra porção de municípios apresentou elevação. Devemos destacar que 226 municípios do Grupo 3 apresentaram taxas superiores a 19,8 óbitos de menores de 1 ano por mil nascidos vivos. Sendo um desafio para estes não somente atingir a meta estabelecida para 2010, mas garantir uma tendência de queda. Tabela 8 Faixas de Taxa Média de Mortalidade Infantil (por 1000 Nascidos Vivos) por Número de Municípios PPAC do Grupo 3, em 2008 e 2009 Grupo 3 Faixa 2008 2009 2008-2009 (%) 0 até 10 15 12 -20% 11 até 20 15 20 33% 21 até 30 9 15 67% 31 até 40 3 4 33% Acima de 41 4 2 -50% Sem informação 9 2 -78% Total 55 55 0% Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
6
Grupo 3 de Municípios com Taxa de Mortalidade Infantil superior a 19,8 óbitos por mil nascidos vivos: Viana (MA), Itaueira (PI), Luzilândia (PI), Massapê do Piauí (PI), Monsenhor Gil (PI), Queimada Nova (PI), Croatá (CE), Irauçuba (CE), Augusto Severo (RN), São Francisco (PB), Belém de São Francisco (PE), Cabrobó (PE), Condado (PE), Petrolândia (PE), Riacho das Almas (PE), São Bento do Una (PE), Sertânia (PE), Santana do São Francisco (SE), Andorinha (BA), Capela do Alto Alegre (BA), Pintadas (BA), Açucena (MG).
25
Por fim, podemos indicar que o Grupo 3 de municípios tem como desafio reduzir as taxas de mortalidade infantil e reverter a tendência de aumento. Além disso, para 40% deles a meta ainda precisa ser alcançada. Diante desse contexto, chamamos a atenção para o Programa Saúde da Família que permite um atendimento e acompanhamento das gestantes em seus ambientes domiciliares, possibilitando avaliação mais ampla de suas condições de saúde. Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 3 Município 2009 Açucena 27,27
Taxa de Mortalidade Infantil - Grupo 3 Município 2009 Palhano 0,00
Andorinha
22,83
Panelas
0,00
Aracoiaba
17,50
Paudalho
16,32
Aratuba
14,78
Petrolândia
13,80
Augusto Severo
26,55
Pilões
11,11
Bananeiras
9,62
Pindobaçu
33,33
Belém de São Francisco
20,00
Pintadas
5,83
Brejo da Madre de Deus
S/I
Pombal
12,66
Buriti dos Montes
0,00
Queimada Nova
16,72
Cabrobó
25,04
Riacho das Almas
14,18
Capela do Alto Alegre
24,79
Santa Cruz dos Milagres
9,65
Castelo do Piauí
11,56
Santana do São Francisco
9,27
Condado
5,50
Santarém
28,57
Croatá
10,99
São Bento do Una
6,13
Filadélfia
7,82
São Francisco
8,53
Fortim
16,02
São Gonçalo do Amarante
20,83
Gameleiras
17,00
São João do Arraial
16,57
Guaiúba
12,88
Sento Sé
21,33
Hidrolândia
10,79
Sertânia
8,93
Irauçuba
6,67
Tanguá
15,27
Itaeté
10,87
Taquarana
16,09
Itaiçaba
11,49
Taquaritinga do Norte
14,20
Itaueira
16,77
Uiraúna
13,31
Luzilândia
0,00
Viana
9,03
Massapê do Piauí
24,59
Virgem da Lapa
0,00
Minas Novas
16,15
Monsenhor Gil
24,39
Morrinhos
S/I
Ocara
12,82
Orós
16,95
26
1.1.6 5
Recomendações
1. Ampliar as equipes de Saúde da Família e de Centros de Saúde da Mulher é o primeiro passo para a superação de tendência de aumento das taxas de mortalidade infantil por mil nascidos vivos. A elaboração de um Plano de Saúde, com participação e aprovação pelo conselho setorial, bem como participação de trabalhadores e usuários é parte deste processo de responsabilização e de definição de diretrizes do sistema. Serve à definição de um diagnóstico claro e objetivo da realidade, um planejamento estratégico com o estabelecimento de metas, além da definição de critérios e ferramentas de monitoramento e avaliação. 2. Assumir a Estratégia Saúde da Família como prioritária na atenção básica significa oferecer capacitação contínua aos profissionais da atenção básica; garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para esses serviços, além de manter vínculos de trabalho que favoreçam o bom provimento e fixação dos profissionais da área. 3. Aumentar a cobertura de pré-natal e acompanhamento de gestantes, com especial atenção para ações de orientação às mães sobre o cuidado com a gestação e com o recém-nascido e campanhas sobre a alimentação adequada para gestantes. Destacamos ainda ações de incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo (AME), bem como a ofertas alternativas, como banco de leite, para os casos em que o aleitamento materno não seja possível (por exemplo, soro positivo). 4. Garantir o acesso direto à alimentação suplementar e/ou apoio alimentar, com foco no desenvolvimento nutricional das crianças menores de 1 ano, para suprir carências nutricionais específicas (ferro, vitamina A etc.). Diante dessa perspectiva, indicamos a participação no Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) para ampliar as condições de acesso aos alimentos, e a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população (Lei nº11.346 de 15/9/06 - Sistema Nacional de Segurança Alimentar e NutricionalSisan). Também é interessante desenvolver ações intersetoriais de erradicação da fome e promoção da segurança alimentar, como atividades de atenção à saúde e nutrição em unidades pré-escolares e em creche. 5. Estabelecer parcerias com a Secretaria de Educação para realização de campanhas de vacinação e acompanhamento de calendário vacinal. De forma articulada, será possível garantir a 3ª dose de tetravalente a todas as crianças menores de 1 ano de idade e o esquema vacinal básico a todas as crianças de até 12 meses.
27
Indicador estratégico:
1.2 Promovendo Vidas Saudáveis
Taxa de Mortalidade de Menores de 5 Anos
Definição do indicador: A Taxa de Mortalidade na Infância é a frequência com que ocorrem os óbitos de crianças menores de 5 anos de idade para uma dada população, em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano.
Modelo de cálculo: Taxa de Mortalidade na Infância
Número de óbitos de residentes com até 5 anos =
x 1000
Número de nascidos vivos de mães residentes
Aplicabilidade: Para a Taxa de Mortalidade de Menores de 5 anos, outros fatores se somam àqueles elencados para a mortalidade infantil. Como a criança já pode movimentar-se, o ambiente que a cerca passa a ter maior influência sobre sua saúde. Nesse caso, a falta de saneamento básico e cuidados com a higiene, por exemplo, podem levar a criança a se contaminar com vírus e bactérias, contraindo diferentes tipos de doenças. Nesse sentido, este indicador é capaz de evidenciar as condições gerais de vida de uma determinada população.
Fatores correlatos:
Condições de saneamento básico; Qualidade da água oferecida à população; Condições nutricionais da mãe, no período de aleitamento, e da criança; Acompanhamento médico pré-natal da mãe; Acompanhamento médico da criança; Cobertura vacinal das crianças; Baixo desenvolvimento socioeconômico.
28
Cenário Nacional
1.2.1
A Taxa de Mortalidade de Menores de 5 anos (por mil nascidos vivos) é o principal indicador da evolução de um país em relação aos cuidados com suas crianças, pois reflete as preocupações nos primeiros anos de vida que transcendem os aspectos de saúde e abrange fatores de qualidade de vida da população. Dessa maneira, pode ser vinculada ao baixo desenvolvimento socioeconômico e a infraestrutura ambiental precária. Pode-se apontar que o direito à sobrevivência ainda é uma questão importante a ser garantida no Brasil. Ao observarmos o coeficiente de mortalidade de menores de 5 anos por mil nascidos vivos, temos também um cenário de redução, porém em proporções menores que as observadas na Taxa de Mortalidade Infantil. Em 2008, o país apresentou Taxa de Mortalidade na Infância de 22,8 óbitos por mil nascidos vivos, redução de 28,8% entre 2000 e 2008 (conforme Gráfico 1).
Gráfico 1: Taxa de Mortalidade na Infância (por mil nascidos vivos) no Brasil, entre 2000-2008 32
35
30,6 29,1
28,1
30
26,6
25,4
24,8
24,1 23,4
22,8
25
20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Meta
Fonte: Ministério da Saúde. Objetivos do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento, março de 2010.
No período de 2000 a 2008, observa-se uma queda significativa na Taxa de Mortalidade na Infância no Brasil. Entretanto, ressalta-se o fator de discrepância e heterogeneidade entre as regiões, características que permeiam a estrutura do país, culminando em uma realidade histórica de desigualdades regionais e intermunicipais (ver Gráfico 2). O Nordeste continua sendo a região com os maiores valores e quedas. Em 2008 a Taxa de Mortalidade na infância na Região Nordeste foi igual a 32,8 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos, representando queda de 37,8% entre 2000 e 2008. Já a Região Sul apresentou 15 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos, sendo sua queda
29
semelhante a média (24,6%). A região com maior redução do coeficiente de mortalidade de menores de 5 anos foi a Centro-Oeste (queda de 23,9% entre 2000 e 2008).
Fonte: Ministério da Saúde. Objetivos do Milênio: Relatório Nacional de Acompanhamento, março de 2010.
1.2.2
Cenário dos Municípios PPAC
Ao analisarmos esse indicador, observamos também uma realidade histórica de desigualdades regionais e intermunicipais. O Nordeste continua sendo a região com os maiores valores e com as maiores quedas. Em 2008 a Taxa de Mortalidade na Infância na região foi igual a 32,8 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos, representando queda de 37,8% entre 2000 e 2008. Já a Região Sul apresentou 15 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos, sendo sua queda semelhante à média (24,6%). A região com maior redução do coeficiente de mortalidade de menores de 5 anos foi a Centro-Oeste (queda de 23,9% entre 2000 e 2008). Quanto às Taxas de Mortalidade na Infância por mil nascidos vivos observa-se uma queda de 18,50% no período de 2008 e 2009, variando de 16 para 13,04 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos em 2009. Podemos destacar que todos os municípios Mapa PPAC colaboram para tal média, especialmente os dos Grupos 2 e 3. Aqui
30
observamos uma tendência de queda, assim como observamos para o Brasil. O número médio de óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos nos municípios PPAC estão abaixo da meta do documento Um Mundo para as Crianças. Tabela 9 Taxa Média de Mortalidade na Infância doe Total de Municípios PPAC Ano Total 2008 16 2009 13,04 Variação 2008-2009 (em %) -18,50 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
As distribuições dos municípios PPAC por faixas de óbitos de menores de 5 anos (Tabela 10), mostram que 73,45% apresentaram média de até 20 óbitos por mil nascidos vivos em 2009. Ou seja, cerca de dois terços dos municípios apresentam taxas de mortalidade na infância inferiores ou próximas da meta esperada para 2010.
Tabela 10 Faixas de Taxa Média de Mortalidade na Infância (por 1000 Nascidos Vivos) por Quantidade de Municípios PPAC em 2009 Faixas Números Absolutos Porcentagem de 0 até 10 128 36,16 de 11 até 20 132 37,29 de 21 até 30 42 11,86 de 31 até 40 9 2,54 Acima de 41 10 2,82 Sem Informação 33 9,32 Total 354 100,00 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Ao observarmos as regiões brasileiras em 2008 e as informações dos municípios PPAC, verificamos que as médias da Taxas de Mortalidade na Infância estão abaixo da média brasileira, com exceção da Região Sul (ver Figura 2). No entanto as desigualdades permanecem as mesmas, com os municípios da Região Nordeste apresentando os maiores coeficientes de óbitos de menores de 5 anos. Podemos concluir que as Taxas de Mortalidade na Infância para os municípios PPAC foram inferiores às observadas no Brasil, porém diferenças regionais históricas permanecem. De acordo com a Figura 2, a Região Nordeste apresentou cerca de 8 municípios com faixas de taxa de mortalidade de menores de 5 anos superiores a 31 óbitos por mil nascidos em 2009. Já a Região Sul não apresentou municípios acima desta taxa.
31
Figura 2 Taxa Média de Mortalidade na Infância (por 1000 Nascidos Vivos) dos Municípios do Mapa PPAC, em 2009
32
1.2.3
Análise do “Grupo 1”
A Taxa Média de Mortalidade na Infância para o Grupo 1 também exibiu queda no período de 2008-2009 de cerca de 4%, passando de 15,1 em 2008 para 14,49 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos em 2009 (ver Tabela 11). Uma tendência de queda aproximadamente 5 vezes menor que a observada para a totalidade de municípios do Mapa Ressalta-se que essa média está abaixo da esperada para 2010, segundo o documento Um Mundo para as Crianças, que é de 23,4.
Tabela 11 Taxa Média de Mortalidade na Infância do Grupo 1 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Grupo 1 2008 15,1 2009 14,49 Variação 2008-2009 (em %) -4,04 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Como mencionado anteriormente, tanto a queda como o aumento dessas taxas são influenciados por vários fatores correlatos. Ao observarmos a média de 25,71% na Taxa de Nascidos Vivos de Mães com Sete ou Mais Consultas de Pré-Natal em 2009 para os municípios do Grupo 1, podemos sugerir que o investimento na saúde da mulher e nos primeiros 5 anos de vida de crianças possui baixa cobertura relativa. Levando ao entendimento de que apesar de o Grupo 1 ter apresentado quedas nas taxas relacionadas à sobrevivência na infância, estas não foram significativas devido à baixa cobertura de pré-natal, entre outros fatores correlatos. Conclui-se então que o Grupo 1 de municípios PPAC enfrentam o desafio de manter a tendência de queda e investir em serviços de atenção à gestante bem como de acompanhamento de crianças no ganho de peso, na prevenção e tratamento de doenças respiratórias e infecciosas, entre outros fatores.
33
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 1 Município 2009 Abaetetuba 1,59
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 1 Município 2009 Cosmópolis 4,22
Acopiara
5,31
Cotia
2,81
Alfenas
2,64
Criciúma
2,79
Altamira
4,91
Cruz Alta
2,54
Ananindeua
4,18
Cuiabá
8,90
Anápolis
0,46
Curitiba
2,40
Aracaju
4,25
Diadema
3,09
Aracati
4,18
Dias d'Ávila
0,52
Arapiraca
2,92
Embu
2,54
Atibaia
2,60
Escada
Balneário Camboriú
2,11
Fernandópolis
1,63
Bauru
2,41
Florianópolis
2,11
Belo Horizonte
2,46
Fortaleza
3,43
Betim
2,30
Franca
3,16
Blumenau
2,59
Gaspar
2,48
Botucatu
2,72
Gravatá
1,44
Bragança Paulista
3,53
Guarujá
3,84
Brumado
6,01
Guarulhos
2,36
Cabo de Santo Agostinho
2,77
Horizonte
2,81
Cachoeiras de Macacu
1,67
Igarassu
4,03
Cajamar
2,36
Iguatu
3,15
Cambé
0,15
Imperatriz
4,61
Campinas
2,78
Ipirá
S/I
Campo Formoso
0,67
Irecê
4,34
Campo Mourão
1,74
Itabira
2,21
Canoas
3,00
Itajubá
0,46
Itapecerica da Serra
3,27 3,55
Canoinhas
0
S/I
Cariacica
2,35
Itapetininga
Cascavel
3,04
Itapeva
2,89
Catanduva
2,22
Itapira
2,91
Caxias do Sul
3,18
Itaquaquecetuba
2,86
Chapecó
4,73
Itatiba
2,89
Colatina
3,10
Itaúna
0
Concórdia
1,62
Itu
2,34
Contagem
2,38
Itumbiara
1,63
34
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 1 Município 2009 Jaboatão dos Guararapes 1,68 Jaboticabal
S/I
Jacareí
2,40
Jaú
1,06
Jequié
4,64
João Monlevade
3,02
João Pessoa
3,89
Joinville
2,54
Juazeiro
3,65
Juiz de Fora
3,23
Jundiaí
3,67
Lauro de Freitas
3,51
Lençóis Paulista
1,47
Limoeiro do Norte
2,04
Londrina
2,67
Lorena
3,55
Maracanaú
2,96
Marília
3,13
Maringá
2,48
Mauá
2,63
Mesquita
2,98
Mirassol
1,83
Mogi das Cruzes
3,20
Mogi Mirim
1,41
Mossoró
0,32
Navegantes
1,94
Olímpia
1,95
Olinda
3,59
Ouro Preto
2,62
Pacajus
0,51
Palmas
3,96
Paragominas
3,40
Paranaguá
4,17
Paranavaí
4,54
Paulínia
2,41
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 1 Município 2009 Paulo Afonso 0,51 Pelotas
3,05
Petrolina
4,60
Piracicaba
2,09
Pirassununga
0
Piripiri
0
Poços de Caldas
2,84
Porto Alegre
2,64
Porto Ferreira
0,58
Praia Grande
4,16
Presidente Prudente
2,33
Recife
2,23
Resende
3,01
Rio Branco
4,19
Rio Claro
2,40
Rio das Ostras
4,47
Rio de Janeiro
3,46
Rio do Sul
3,70
Rolim de Moura
5,31
Russas
2,58
Salgueiro
5,82
Santana de Parnaíba
2,30
Santana do Livramento
1,88
Santo André
3,09
Santo Ângelo
0
Santos
3,80
São Bento do Sul
1,79
São Bernardo do Campo
2,79
São Caetano do Sul
3,23
São Carlos
1,92
São José dos Campos
2,67
São Leopoldo
3,47
São Roque
3,63
São Sebastião
2,04
São Sebastião do Paraíso
3,24
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 1
35
Município São Vicente
2009 4,49
Sapiranga
2,08
Senhor do Bonfim
4,72
Tatuí
2,85
Teófilo Otoni
5,05
Timon
S/I
Uberaba
2,68
Uberlândia
2,76
Unaí
1,24
Vila Velha
2,46
Vinhedo
1,24
Vitória
2,64
Vitória da Conquista
0,58
Volta Redonda
2,27
Votorantim
2,60
Votuporanga
3,86
36
1.2.4
Análise do “Grupo 2”
A Taxa Média de Mortalidade na Infância para o Grupo 2 apresentou queda de 32,13%, bem maior que a Taxa Média de Mortalidade Infantil entre os municípios PPAC. Ou seja, os municípios do Grupo 2 apresentaram uma média de 9,97 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos em 2009 (ver Tabela 12). Uma queda aproximadamente duas vezes maior do que a apresentada para a totalidade dos municípios PPAC.
Tabela 12 Taxa Média de Mortalidade na Infância do Grupo 2 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Grupo 2 2008 14,69 2009 9,97 Variação 2008-2009 (em %) -32,13 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Destaca-se que em 2009 os 143 municípios do Grupo 2 apresentaram média de 67,94% na Taxa de Nascidos Vivos de Mães com Sete ou Mais Consultas de Pré-Natal. Assim, sugerimos que a cobertura de saúde na gestação refletiu positivamente nas taxas de sobrevivência de suas crianças. Compreendemos que este grupo apresentou a menor taxa de mortalidade na infância sendo esta a metade da meta esperada para 2010. Assim, possuem o desafio de manter esta tendência de queda e de cobertura de pré-natal melhorando significativamente a qualidade de vida de milhares de crianças e garantindo uma geração futura mais preparada para lidar com os desafios do mundo adulto.
37
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 2 Município 2009 Adamantina 0,55
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 2 Município 2009 Garça 2,04
Agrolândia
1,58
Garuva
0,76
S/I
Guaíra
0
0
Guará
0
Aguaí Altinópolis Alto Araguaia
2,81
Guarani
0
Alvinópolis
3,28
Guarani d'Oeste
0
Américo Brasiliense
1,12
Guararema
0,46
Ariranha
1,66
Guariba
1,10
Iacri
2,31
Arroio do Meio Balneário Pinhal
0 S/I
Ibiporã
2,47
Barra Bonita
3,28
Ibiraci
1,99
Barroso
0,67
Ilha Solteira
2,74
Indaial
2,90
Ipiaú
2,27
Iracemápolis
2,24 2,15
Bataguassu
0
Batayporã
2,11
Bocaina
0
Brotas
S/I
Itacuruba
Buritama
S/I
Itajobi
S/I
Buritis
2,25
Itanhandu
Campos do Jordão
4,04
Itatiaia
S/I
Capão Bonito
1,23
Itupeva
1,52
Carambeí
1,98
Jardinópolis
1,72
Cássia
2,26
Ladário
3,96
Cesário Lange
0
2,04
Lagoa Grande
0 0
Colinas do Tocantins
6,67
Lima Duarte
Conchal
2,39
Lindoia do Sul
4,29
Cornélio Procópio
4,28
Lindolfo Collor
0
Cristais Paulista
1,71
Lucrécia
0
Cruzeiro do Oeste
2,44
Macatuba
Cruzília
3,24
Magda
Dois Córregos
4,40
Maracaju
3,47
0
Marau
2,32
0
Dolcinópolis Estrela d'Oeste Eusébio Fazenda Vilanova Forquilhinha
0,76 S/I
Martinópolis
3,73
S/I
Mongaguá
3,81
0
Montanha
1,33
2,38
Monte Alto
0
38
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 2 Município 2009 Monte Aprazível 0
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 2 Município 2009 Porangatu 0
Monte Carmelo
S/I
Porto Belo
0,98
Monte Castelo
0
Porto Feliz
2,75
Monte Mor
0,51
Porto União
2,07
Morro Agudo
2,27
Potirendaba
2,65
Morro da Garça
3,85
Quatro Barras
3,17
Muritiba
0,82
Rancharia
4,58
Naviraí
4,86
Ribas do Rio Pardo
0,95
Neves Paulista
0
Rincão
2,37
Nortelândia
0
Rio Brilhante
0,36
Nova Alvorada do Sul
0
Rio Verde de Mato Grosso
0,63
Nova Andradina
4,16
Riolândia
Nova Europa
6,74
Salinas
Nova Mutum
2,99
Santa Fé do Sul
Nova Odessa
0,31
Santa Isabel
1,86
Nova Petrópolis
3,25
Santa Rita do Sapucaí
2,88
Nova Prata
0
Santo Antônio do Aracanguá
Nova Trento
0
São João do Piauí
Nova Veneza
0
São Jorge do Patrocínio
0 2,22 0
0 9,37 0
Nuporanga
2,28
São José da Bela Vista
1,31
Orlândia
3,13
São José dos Quatro Marcos
3,40
Osório
2,94
São Sebastião da Grama
1,09
Osvaldo Cruz
0,57
São Sebastião do Passé
2,80
Otacílio Costa
S/I
Serrana
1,73
0,44
Severínia
1,56
0
Tambaú
3,10
2,90
Tarumã
1,07
Palmeira d'Oeste
0
Tijucas
0,51
Paraíso do Norte
3,93
Ouro Fino Pains Palmeira
Três Fronteiras
S/I
0
Tucumã
7,40
Picuí
2,10
Tupandi
4,59
Pimenta
1,75
Turiúba
0
Piraí
2,71
Urânia
1,99
Pomerode
4,32
Urupês
0
Valentim Gentil
0
Pedrinhas Paulista
Populina
0
Vargem Grande Paulista Viçosa Viradouro
10,74 0 1,43
39
1.2.5
Análise do “Grupo 3”
No Grupo 3 de municípios PPAC a Taxa Média de Mortalidade na Infância foi de 16,8 óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos em 2009. Ou seja, em média o Grupo 3 apresentou uma queda de 25,66% na Taxa de Mortalidade na Infância entre 2008 e 2009. Observa-se que este Grupo apresentou uma queda de 7,2 pontos percentuais maior que a média do total de municípios do Mapa PPAC. Diante desse contexto, este grupo apresentou uma taxa inferior à média nacional e à meta esperada para 2010 no documento Um Mundo para as Crianças.
Tabela 14 Taxa Média de Mortalidade na Infância do Grupo 3 de Municípios PPAC em 2008 e 2009 Ano Grupo 3 2008 22,6 2009 16,8 Variação 2008-2009 (em %) -25,66 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Este grupo de municípios não tinha a obrigatoriedade de responder às questões de pré-natal. Assim podemos indicar que possuem o desafio de manter esta tendência de queda dando especial atenção para os fatores correlatos, entre eles o ambiente em que essas crianças estão inseridas, cobertura vacinal, acompanhamento nutricional, entre outros aspectos. O Programa Saúde da Família nos parece estratégico, pois possibilita o atendimento e acompanhamento domiciliar.
40
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 3 Município 2009 Açucena 2,76
Taxa de Mortalidade na Infância - Grupo 3 Município 2009 Ocara 1,24
Andorinha
3,71
Orós
Aracoiaba
4,05
Palhano
0
0
Panelas
2,10
Aratuba
3,77
Augusto Severo
3,60
Paudalho
4,17
Bananeiras
2,33
Petrolândia
4,96
Belém de São Francisco Brejo da Madre de Deus
5,23 S/I
Pilões Pindobaçu
0 1,94
0
Pintadas
3,63
Cabrobó
5,38
Pombal
1,25
Capela do Alto Alegre
3,85
Queimada Nova
2,85
Castelo do Piauí
3,29
Riacho das Almas
7,16
Condado
0,43
Croatá
3,44
Santa Cruz dos Milagres Santana do São Francisco
0 3,56
Filadélfia
2,35
Santarém
Buriti dos Montes
Fortim
0
São Bento do Una
Gameleiras
0
São Francisco
Guaiúba
2,43
Hidrolândia
2,74
Irauçuba
41,25
Itaeté
1,66
Itaiçaba
3,13
Itaueira
5,99
Luzilândia
2,62
Massapê do Piauí Minas Novas
3,06 17,95
Monsenhor Gil
2,74
Morrinhos
S/I
0 0,56 0
São Gonçalo do Amarante São João do Arraial
3,05
Sento Sé
3,87
Sertânia
3,11
Tanguá
0,84
Taquarana
3,16
Taquaritinga do Norte
0,96
Uiraúna Viana
0,90 1,44
Virgem da Lapa
0,76
2,23
41
1.2. 65
Recomendações
1. Investir em obras de saneamento básico significa garantir ambientes saudáveis para o desenvolvimento infantil. Nessa perspectiva sugerimos ampliar as equipes de Saúde da Família, por serem responsáveis pelo atendimento e acompanhamento domiciliar. Assumir a Estratégia Saúde da Família como prioritária na atenção básica significa oferecer capacitação contínua a esses profissionais; garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para tais serviços. Além de manter vínculos de trabalho que favoreçam o bom provimento e fixação dos profissionais da área. 2. Estabelecer parcerias intersecretariais visando o atendimento integral de crianças menores de 5 anos para que suas capacidades físicas, intelectuais e sociais sejam desenvolvidas com qualidade. Sugerimos a parceria com a Secretaria de Assistência Social, especialmente com foco na ampliação da cobertura do Programa Bolsa-Família. As parcerias deverão focar na realização de campanhas de conscientização sobre hábitos alimentares, de higiene pessoal e ambientes saudáveis para o desenvolvimento infantil. 3. Contribuir para a garantia à saúde de menores de 5 anos por meio da qualificação dos profissionais de saúde com capacitação continuada, equipamentos e insumos para a identificação e tratamento de doenças mais recorrentes. Sugerimos ainda a efetivação de ações de combate à diarreia (Terapia de Reidratação Oral - TRO) e às doenças respiratórias da infância (DRI). 4. Trabalhar para a garantia do desenvolvimento nutricional das crianças, capacitando os profissionais da saúde, nos âmbitos ambulatorial e hospitalar, especialmente os agentes do Programa Saúde da Família, para acompanhar as crianças menores de 2 anos de idade quanto a seu peso, altura e desenvolvimento, bem como para identificação e diagnóstico de problemas de saúde mais frequentes.
42
1.3 Promovendo Vidas Saudáveis
Indicador estratégico:
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas
Definição dos indicadores: Calculado apenas para o Grupo 1, este indicador representa a existência de Centros de Atenção Psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos causados pelo uso prejudicial e/ou dependência de álcool e outras drogas nos municípios. Considerou-se a média de unidades por município e o número médio de adolescentes tratados. No caso dos municípios que não possuem estes Centros, investigou-se a demanda para tal serviço ou se ela é atendida por outra instituição.
Aplicabilidade: Vinculados ao SUS, os Centros de Atenção Psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos causados pelo uso prejudicial e/ou dependência de álcool e outras drogas têm o objetivo de restabelecer os vínculos sociais e resgatar o projeto de vida das crianças e dos adolescentes envolvidos com drogas visando sua reintegração à vida comunitária. No conjunto de indicadores referentes aos Centros aqui apresentados, tem-se o objetivo de compreender a estrutura instalada dos municípios na prestação deste serviço para crianças e adolescentes.
Fatores Correlatos:
Estruturação da rede de serviços em saúde; Programa Saúde da Família; Registro de demanda de saúde mental.
43
1.3.1
Cenário Nacional
No que se refere à atenção psicossocial a indivíduos com dependência química, é possível identificar programas do Ministério da Saúde cujo mote é reestruturar o tratamento e prevenção de dependentes químicos por meio de novas diretrizes. Segundo a “Política do Ministério da Saúde para Usuário de Álcool e outras Drogas”7 as abordagens tradicionais antidrogas não têm surtido efeito desejado, pois, entre outros fatores, segregam o indivíduo do convívio social e assumem um caráter médico psiquiátrico e moralista preponderante. Ocorre uma distorção da realidade, porque embute-se na opinião pública que o usuário de drogas ou de substâncias psicoativas é um marginal, devendo ser excluído da sociedade, o que não é uma verdade, já que muitos outros fatores são relevantes para a dependência ou o uso de drogas. O objetivo desta diretriz está muito associado à Lei da Reforma Psiquiátrica que não pressupõe a segregação mas sim a acolhida do indivíduo ao seu território, sua comunidade e por fim sua família. Ela trata o tema como esfera da saúde pública, devendo ter participação ativa da sociedade civil, municípios, Estados e a União, com o envolvimento de outros Ministérios. Segundo a Política do Ministério da Saúde para Usuário de Álcool e Outras Drogas: A dependência das drogas é transtorno onde predomina a heterogeneidade, já que afeta as pessoas de diferentes maneiras, por diferentes razões, em diferentes contextos e circunstâncias. Muitos consumidores de drogas não compartilham da expectativa e desejo de abstinência dos profissionais de saúde, e abandonam os serviços. Outros sequer procuram tais serviços, pois não se sentem acolhidos em suas diferenças. Assim, o nível de adesão ao tratamento ou a práticas preventivas e de promoção é baixo, não contribuindo para a inserção social e familiar do usuário. Temos ainda presenciado o aparecimento de novas substâncias e novas formas de consumo, que adotam características próprias e requerem modalidades de prevenção adaptadas aos consumidores e aos contextos onde são consumidas (2003, p.8, grifo nosso).
1.3.2 Análise do “Grupo 1” Os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps AD) são referenciados às Unidades Básicas de Saúde como o primeiro passo para a adesão ao Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e Outras Drogas. Estes equipamentos objetivam a redução de danos decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas. São equipamentos idealizados e estruturados para a flexibilidade, sendo possível sua modelação de acordo com o contexto local. Entre 2002 e 2003, a Federação optou por focar a implantação dos Centros nos municípios com população acima de 200 mil habitantes para posteriormente estendê-los para municípios com populações menores conforme as necessidades estratégicas e epidemiológicas de cada território. Por essa razão, o Mapa PPAC previu a obrigatoriedade deste levantamento apenas para os municípios do Grupo 1.
7
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pns_alcool_drogas.pdf. Acesso: 12/5/2011.
44
Observa-se que em 2008, 51,90% dos municípios possuíam Caps AD, contra 43,60% que indicavam que não os havia instalado. Já em 2009, 56,40% indicam possuir Caps AD contra 42,30% que ainda não tinham implantado. Portanto, constata-se um aumento de 9% na implantação de Caps AD nos municípios do Grupo 1, com uma média de 1,45 unidade por município em 2009. Devemos indicar que a notificação de casos de danos à saúde cujas causas identificadas são o uso abusivo de drogas lícitas ou ilícitas é importante para a observação e justificativa da necessidade de implantação deste tipo de recurso, cabendo ao município estabelecer tal estratégia. Dentre os municípios que indicaram possuir Caps AD, observamos uma média de 131 atendimentos de crianças e de adolescentes em 2008 e 176 em 2009. Esse dado reforça que sua presença acaba também por evidenciar uma demanda muitas vezes oculta. Neste sentido, houve aumento de 35% nos atendimentos de crianças e de adolescentes entre 2008 e 2009. Além disso, deve-se indicar que o atendimento especializado e qualificado de crianças e de adolescentes devem ocorrer nas unidades de Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAP I), sendo sua implantação um desafio para os municípios PPAC.
Tabela 15 Grupo 1 de Municípios PPAC com Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas em 2008 e 2009 Número de Municípios Possui CAPS ad Números Absolutos Porcentagem Não 68 43,59 2008 Sim 81 51,92 Sem Informação 7 4,49 Não 66 42,31 2009 Sim 88 56,41 Sem Informação 2 1,28 Variação (Sim) 2008-2009 8,64 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Já entre os municípios que declararam não possuir Caps AD (ver Tabela 16), 48% informam haver demanda que justifique sua implantação em 2009. Ou seja, uma queda de 7% entre 2008 e 2009 de municípios que afirmaram não possuir demanda que justifique sua implantação. Para o crescente número de municípios que indicaram não possuir Caps AD, mas que possuem demandas que os justifiquem, percebemos que 59% não apresentavam serviço equivalente em 2009. Ou seja, apesar do aumento na demanda que requer a implantação deste tipo de serviço, observa-se um aumento de 12% de municípios que não possuem nenhum trabalho equivalente. Em 2009 57,6% dos municípios que não possuíam Caps AD também não mantinham consórcio público, número que aumentou entre 2008 e 2009. Aqui também observamos um aumento (de 5,56% entre 2008 e 2009) dos municípios que não possuem Caps AD e que não estabeleceram consórcio público, apesar de informarem que nesse período houve aumento na demanda.
45
Tabela 16 Indicadores de Demanda de Caps AD dentre os Municípios Que Nnão Possuem Caps AD em 2009 2009 Variação Municípios que não Possuem Caps AD 2008-2009 Números Porcentagem (porcentagem) Absolutos NÃO há demanda que justifique 19,00 59,00 11,8 SIM, há demanda que justifique 32,00 48,00 0,0 Total sem Caps AD 66,00 100,00 -2,9 Há demanda e NÃO POSSUEM serviço equivalente 19 59,38 11,8 Há demanda e POSSUEM serviço equivalente 13 40,63 -13,3 Total que Apresentaram ter Demanda 32 100,00 0,0 Não possuem Caps AD, e NÃO possuem Consórcio Público 38 57,58 5,56 Não possuem Caps AD, e SIM possuem Consórcio Público 7 10,61 0,00 Total sem Caps AD 66,00 100,00 -2,9 Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Apesar de termos um maior número de municípios entre 2008 e 2009 que indicaram haver demanda, notamos aumento no número de municípios que não possuem Caps AD e que não estabeleceram consórcios públicos. Diante de tal cenário, os municípios do Grupo 1 têm como desafio qualificar o levantamento da demanda de saúde mental, bem como ampliar a rede de atendimento por meio dos Caps, especialmente de unidades especializadas no atendimento infantil.
46
Quantidade de Caps AD - Grupo 1
Quantidade de Caps AD - Grupo 1 Município
2009
Município
2009
Abaetetuba
1
Cosmópolis
0
Acopiara
0
Cotia
0
Alfenas
0
Criciúma
1
Altamira
0
Cruz Alta
0
Ananindeua
0
Cuiabá
2
Anápolis
3
Curitiba
6
Aracaju
2
Diadema
1
Aracati
0
Dias d'Ávila
0
Arapiraca
0
Embu
1
Atibaia
0
Escada
S/I
Balneário Camboriú
0
Fernandópolis
0
Bauru
1
Florianópolis
2
Belo Horizonte
1
Fortaleza
6
Betim
0
Franca
1
Blumenau
1
Gaspar
1
Botucatu
1
Gravatá
0
Bragança Paulista
0
Guarujá
1
Brumado
0
Guarulhos
1
Cabo de Santo Agostinho
1
Horizonte
0
Cachoeiras de Macacu
0
Igarassu
0
Cajamar
0
Iguatu
1
Cambé
0
Imperatriz
1
Campinas
2
Ipirá
1
Campo Formoso
0
Irecê
0
Campo Mourão
0
Itabira
0
Canoas
6
Itajubá
0
Canoinhas
0
Itapecerica da Serra
1
Cariacica
0
Itapetininga
1
Cascavel
1
Itapeva
S/I
Catanduva
0
Itapira
1
Caxias do Sul
1
Itaquaquecetuba
0
Chapecó
1
Itatiba
0
Colatina
0
Itaúna
1
Concórdia
0
Itu
0
Contagem
0
Itumbiara
0
47
Quantidade de Caps - AD - Grupo 1 Município
Quantidade de Caps - AD - Grupo 1
2009
Município
2009
Jaboatão dos Guararapes
1
Paulo Afonso
1
Jaboticabal
0
Pelotas
1
Jacareí
1
Petrolina
1
Jaú
1
Piracicaba
1
Jequié
1
Pirassununga
0
João Monlevade
0
Piripiri
1
João Pessoa
1
Poços de Caldas
0
Joinville
1
Porto Alegre
4
Juazeiro
1
Porto Ferreira
0
Juiz de Fora
1
Praia Grande
0
Jundiaí
1
Presidente Prudente
1
Lauro de Freitas
1
Recife
6
Lençóis Paulista
0
Resende
1
Limoeiro do Norte
1
Rio Branco
1
Londrina
1
Rio Claro
1
Lorena
1
Rio das Ostras
0
Maracanaú
1
Rio de Janeiro
2
Marília
1
Rio do Sul
0
Maringá
1
Rolim de Moura
13
Mauá
1
Russas
0
Mesquita
1
Salgueiro
0
Mirassol
0
Santana de Parnaíba
1
Mogi das Cruzes
0
Santana do Livramento
1
Mogi Mirim
1
Santo André
1
Mossoró
0
Santo Ângelo
1
Navegantes
0
Santos
1
Olímpia
0
São Bento do Sul
0
Olinda
1
São Bernardo do Campo
2
Ouro Preto
1
São Caetano do Sul
1
Pacajus
0
São Carlos
1
Palmas
1
São José dos Campos
1
Paragominas
1
São Leopoldo
0
Paranaguá
1
São Roque
0
Paranavaí
2
São Sebastião
0
Paulínia
1
São Sebastião do Paraíso
0
48
Quantidade de Caps AD - Grupo 1 Município
2009
São Vicente
1
Sapiranga
0
Senhor do Bonfim
1
Tatuí
0
Teófilo Otoni
0
Timon
1
Uberaba
1
Uberlândia
1
Unaí
0
Vila Velha
1
Vinhedo
0
Vitória
1
Vitória da Conquista
1
Volta Redonda
1
Votorantim
0
Votuporanga
0
49
1.3.3
Recomendações
1. Direcionar os novos serviços de atenção à saúde mental em ações de diagnóstico da realidade e implantar sistema de registro de demanda. Caso os resultados indiquem demanda que não justifique a criação de uma rede de referência no próprio município, este deve buscar firmar consórcios públicos intermunicipais para o atendimento da demanda. 2. Ampliar os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), garantindo a infraestrutura necessária ao funcionamento e dotando-os de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas além de equipes multidisciplinares com capacitação continuada. Reforçamos que é preciso não somente ampliar os serviços públicos especializados na recuperação do dependente químico, mas capacitar os profissionais da saúde para prevenir e tratar pessoas expostas às drogas. 3. Desenvolver ações de prevenção, sem se limitar aos profissionais de saúde, mas ampliar aos profissionais e alunos dos ensinos regulares, fundamental e médio. As parcerias devem concentrar-se no desenvolvimento de programas e projetos de oferta de atividades complementares que contribuam para a qualidade de vida, hábitos saudáveis e promoção da saúde. Sob essa perspectiva, podem utilizar o esporte, lazer e cultura como estratégias de mudança de hábitos e construção de um novo projeto de vida. 4. Sensibilizar a sociedade para os problemas decorrentes do uso abusivo de substâncias psicoativas, mostrando resultados importantes na mudança para hábitos mais saudáveis. Sugerimos realizar campanhas de prevenção e redução da dependência química, alcoolismo e tabagismo.
50
Eixo II
2
ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
O inciso IV do artigo 208 da Constituição Federal (1988) assegura o direito à creche e à pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. Em 1996, por meio dos artigos 29 e 30 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Estado brasileiro passou a conceber a Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica, reconhecendo o seu papel crucial nos primeiros anos de vida da criança e a sua finalidade em promover o desenvolvimento integral desses indivíduos, compreendido como desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social. As creches, que atendam crianças de zero a três anos de idade, e as pré-escolas, de quatro a seis anos, devem guiar suas ações visando objetivos claros que contribuam para o desenvolvimento pleno da criança. Para tanto, é importante que possuam, além de profissionais qualificados, infraestrutura adequada às necessidades das crianças em cada um dos estágios de desenvolvimento. Nesta discussão deve-se enfatizar a importância de que a educação brasileira em seus diferentes níveis - da educação infantil à educação de Jovens e Adultos -, tenha como um de seus principais objetivos promover e assegurar o acesso ao sistema de ensino às crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais. Neste sentido, que se torne essencialmente uma educação inclusiva. Para aprofundamento do debate sobre o acesso à educação de qualidade selecionou-se um grupo de temas e seus respectivos indicadores estratégicos:
Acesso à creche (indicador estratégico: taxa de cobertura de creche;
Acesso à pré-escola (indicador estratégico: taxa de cobertura de pré-escola);
Educação inclusiva (indicador estratégico: número de matrículas de alunos com necessidades educativas especiais em classes comuns).
2.1
Acesso à Creche
Indicador estratégico:
Taxa de Cobertura de Creche
Definição do indicador: Este indicador revela a relação entre o número de crianças em idade de frequentar a creche e o número de vagas disponíveis nesta etapa da educação. Desse modo, aponta com base no total de crianças de zero a três anos quantas estão matriculadas em creches.
51
Modelo de cálculo: No de crianças matriculadas Taxa de cobertura de creche =
X 100 Total de crianças de 0 a 3 anos
Aplicabilidade: A taxa de cobertura de creche permite avaliar como o município está lidando com essa etapa fundamental de formação das crianças de 0 a 3 anos. Por meio deste indicador é possível avaliar o quanto este serviço está disponível para a população.
Fatores correlatos:
Inclusão das crianças na educação infantil, em idade apropriada; Educação de qualidade, que possibilite à criança ter acesso a equipamentos e espaços adequados para brincar e se desenvolver com segurança; Municipalização do ensino em creche.
52
2.1.1
Cenário Nacional
Conforme o Plano Nacional de Educação - PNE (2001) 8, até o ano de 2010 o país deveria ter cumprido a meta de atender 50% da população de 0 a 3 anos em creches. Entretanto, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 18,4% das crianças dessa faixa etária estavam matriculadas nesta etapa da educação em 2009 (IBGE/PNAD, 2009). Do mesmo modo, os dados disponíveis no relatório sobre Desigualdades de Escolarização do Brasil, divulgado pelo Observatório da Equidade, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), apontam que 22,5% dos municípios brasileiros não possuíam creches até 2009. Os apontamentos acima revelam a urgente necessidade de que os municípios, em parceria com os demais entes da federação, realizem novos investimentos para ampliação do número de vagas em creche e atendimento àquelas crianças que ainda não estão matriculadas na educação infantil. Embora a matrícula da criança de 0 a 3 anos na creche seja facultativa ou dependa da decisão da família, o município deve possuir estrutura para realizar a qualquer momento o atendimento. É necessário que mantenha estruturado seu sistema de registro de informações para conhecer a demanda pelos serviços públicos que deve ofertar à população, bem como estruturar políticas públicas que garantam o acesso com qualidade aos serviços. Deve-se enfatizar que os desafios em relação à Educação Infantil representam não somente ações de ampliação da oferta de vagas, mas também de elevação da qualidade do ensino e adequação de infraestrutura das creches para um melhor atendimento às crianças de 0 a 3 anos. No que diz respeito a este último aspecto, o PNE (2001) propõe, em forma de meta, que a união defina padrões mínimos de infraestrutura para funcionamento das escolas de Educação Infantil, que atendam aos seguintes requisitos: [... ] a) espaço interno, com iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário; b) instalações sanitárias e para a higiene pessoal das crianças; c) instalações para preparo e/ou serviço de alimentação; d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da educação infantil, incluindo o repouso, a expressão livre, o movimento e o brinquedo; e) mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos; f) adequação às características das crianças especiais (PNE, 2001, p. 45).
Portanto, atribuir qualidade à educação em creche requer garantir condições de infraestrutura que atendam às necessidades das crianças dessa faixa etária. Entretanto, não se pode deixar de mencionar a importância que se deve dar à valorização dos profissionais responsáveis pelos cuidados com as crianças durante o período em que elas permanecem na creche. De acordo com o PNE (1998) [...] as crianças muito pequenas dependem integralmente dos adultos para higiene, alimentação e repouso [...] Além disso, é através do relacionamento efetivo com os adultos que elas recebem os 8
O Plano Nacional da Educação (PNE), aprovado pela Lei nº 10.172/2001, apresenta objetivos e metas decenais que, de modo geral, visam a melhoria da qualidade da educação no país. Dentre as prioridades do PNE, pode-se citar: “elevação global do nível de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública; e democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes” (MEC, 2001, p. 34). Vale mencionar que o PNE para a próxima década, com metas que vão de 2011 até 2020, foi entregue pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de Dezembro de 2010. Segundo o Ministério da Educação, “este documento será submetido à apreciação e aprovação pelos parlamentares do Congresso Nacional, para que se torne uma diretriz para todas as políticas educacionais do País” (MEC, 2010).
53
estímulos necessários para o desenvolvimento de suas capacidades sensório-motoras, cognitivas, comunicativas e emotivas. Trata-se, portanto, de um atendimento integral, muito diferente daquele que caracteriza normalmente a relação professor-aluno (INEP, 1998, p. 22).
Coloca-se também como desafio para os municípios garantir a capacitação contínua dos profissionais da Educação Infantil bem como a sua boa remuneração. Este fator e os demais mencionados neste tópico constituem condição fundamental para se alcançar a oferta da Educação Infantil com qualidade para as crianças de 0 a 3 anos de idade.
2.1.2
Cenário dos Municípios PPAC
Dentre o total de municípios que preencheram o Mapa PPAC – situação 2009, a taxa média da cobertura de creche foi de 27,4% no mesmo ano. Ao considerarmos esse universo de municípios, observamos, conforme a Tabela 1, que cerca de 72% deles apresentaram Taxas de Cobertura em Creche entre 0% e 31%. Pode-se interpretar que, de cada dez crianças entre 0 e 3 anos, somente três estavam matriculadas em creches em 2009.
Tabela 1 Distribuição dos Municípios Mapa PPAC por Faixas de Taxas de Cobertura de Creches em 2009 2009 Faixas de Taxa de Cobertura de Números Porcentagem Creche Absolutos de 0 a 15,99% 130 36,72 de 16 a 30,99% 126 35,59 de 31 a 45,99% 58 16,38 de 46 a 60,99% 27 7,63 de 61 a 75,99% 9 2,54 de 75 a 90,99% 2 0,56 Acima de 91% 2 0,56 Sem Informação 0 0,00 Total 354 100,00 Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
A infraestrutura das unidades de creche é um importante aspecto de qualidade do ensino ofertado. No desenrolar desta análise chamaremos atenção para dois itens de infraestrutura: a existência de brinquedos nas unidades escolares – em virtude de sua importância como recurso pedagógico nesta etapa da educação e para o desenvolvimento psicomotor das crianças - e a existência de rampas de acesso e barras de apoio - pela necessidade de evidenciar a perspectiva da educação inclusiva. Com base no levantamento e análises das informações do Mapa PPAC 2009 (Figura 2), verificou-se que apenas 14,9% dos municípios PPAC possuem entre 80% e 100% das unidades de creches municipais e conveniadas com rampas de acesso e barras de apoio para utilização pelas pessoas com deficiência, ou seja, apenas em uma pequena parcela dos municípios PPAC há unidades de creche com condições
54
mínimas de acessibilidade. Foi possível identificar também que (ver Figura 3) 42,7% desses municípios possuem todas as creches contendo acervos com brinquedos variados. Destaca-se a necessidade de que esses municípios façam novos investimentos em infraestrutura para que todas as unidades possam apresentar condições adequadas para atendimento às necessidades das crianças de 0 a 3 anos de idade.
55
Figura 1 Taxa de Cobertura de Creche dos MunicĂpios do Mapa PPAC, em 2009
56
Figura 2 Distribuição dos Municípios do Mapa PPAC pelas Faixas de Porcentagens de Unidades de Creches Conveniadas e Municipais com Rampas de Acesso
57
Figura 3 Distribuição dos Municípios do Mapa PPAC pelas Faixas de Porcentagens de Unidades de Creches Conveniadas e Municipais com Brinquedos
58
2.1.3
Análise do “Grupo 1”
O Grupo 1 é representado por um total de 156 municípios em 2009. A Taxa de Cobertura de Creche observada para este Grupo atingiu média de 22,9%, ou seja, apenas ¼ das crianças de 0 a 3 anos destes municípios estão matriculadas em creche. Ao comparar esse percentual com o ano de 2008, conforme Tabela 2, verifica-se que entre o período (2008 a 2009) a taxa de cobertura de creche apresentou um aumento de 6,02%. Embora os municípios do Grupo 1 precisem elevar o percentual de matrículas de crianças em creche, sua Taxa de Cobertura no ano de 2009 (22,9%) é, em média, superior à observada para todo o país, que é de 18,4%.
Tabela 2 Taxa de Cobertura de Crianças de 0 a 3 anos em Creches do Grupo 1 de Municípios PPAC, em 2008 e 2009 Ano Taxa média 2008 21,61 2009 22,91 Variação 2008-2009 (%) 6,02 Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Por meio dos dados levantados, identificou-se que 50% dos municípios do Grupo 1 apresentam Taxa Média de Cobertura em Creche igual a 21,89% em 2009. Entretanto, ao estabelecermos um paralelo deste dado com a meta de ampliação do acesso à educação estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (2001-2010), podemos indicar que os municípios têm como desafio ampliar em 60% esta taxa de cobertura. No que diz respeito à questão da infraestrutura, a situação do Grupo 1 não difere da realidade de todos os municípios PPAC, que se caracterizam por apresentar baixa proporção de unidades de creche com rampas de acesso para pessoas com deficiências, bem como insuficiência em relação aos materiais pedagógicos. Neste grupo, apenas 41 municípios9 (26% do total) apresentaram 100% de suas creches com acervo de brinquedos e 9 (5,7% do total) municípios10 com 100% de unidades escolares com rampas de acesso ou barras de apoio.
9
Grupo 1 de Municípios com 100% de brinquedos em unidades de creche: Altamira (PA), Aracaju (SE), Bragança Paulista (SP), Brumado (BA), Cachoeiras de Macacu (RJ), Cajamar (SP), Campo Mourão (PR), Canoinhas (SC), Catanduva (SP), Concórdia (SC), Cosmópolis (SP), Cruz Alta (RS), Dias d'Ávila (BA), Escada (PE), Fernandópolis (SP), Fortaleza (CE), Horizonte (CE), Iguatu (CE), Itapira (SP), João Pessoa (PB), Juazeiro (BA), Lençóis Paulista (SP), Limoeiro do Norte (CE), Lorena (SP), Maringá (PR), Navegantes (SC), Ouro Preto (MG), Paulínia (SP), Piracicaba (SP), Praia Grande (SP), Rio Claro (SP), Rio das Ostras (RJ), Rolim de Moura (RO), Russas (CE), Santana de Parnaíba (SP), Santo Ângelo (RS), São Roque (SP), São Sebastião do Paraíso (MG), Tatuí (SP). 10
Grupo 1 de Municípios com 100% de rampas em unidades de creche: Aracati (CE), Aracaju (SE), Escada (PE), Horizonte (CE), Lençóis Paulista (SP), Praia Grande (SP), São Roque (SP), São Sebastião do Paraíso (MG), Tatuí (SP).
59
De modo geral, grande parte dos municípios do Grupo 1 tem como desafio realizar a municipalização do atendimento de creche e promover novos investimentos em infra-estrutura, como forma de garantir um ambiente adequado ao desenvolvimento de atividades educacionais de qualidade para as crianças de 0 a 3 anos.
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 1
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 1 Município
2009
Município
2009
Abaetetuba
0,56
Caxias do Sul
17,29
Acopiara
20,36
Chapecó
48,66
Alfenas
28,81
Colatina
30,98
Altamira
12,33
Concórdia
46,09
Ananindeua
2,63
Contagem
5,16
Anápolis
6,07
Cosmópolis
16,77
Aracaju
3,25
Cotia
19,27
Aracati
19,35
Criciúma
28,24
Arapiraca
6,28
Cruz Alta
23,70
Atibaia
28,64
Cuiabá
34,49
Balneário Camboriú
59,06
Curitiba
31,90
Bauru
27,50
Diadema
11,52
Belo Horizonte
16,32
Dias d'Ávila
13,12
Betim
13,31
Embu
25,70
Blumenau
42,75
Escada
3,83
Botucatu
33,71
Fernandópolis
40,83
Bragança Paulista
21,56
Florianópolis
0,00
Brumado
9,10
Fortaleza
15,19
Cabo de Santo Agostinho
7,28
Franca
30,21
Cachoeiras de Macacu
15,70
Gaspar
42,29
Cajamar
25,20
Gravatá
4,45
Cambé
10,14
Guarujá
11,17
Campinas
22,55
Guarulhos
27,77
Campo Formoso
45,95
Horizonte
13,24
Campo Mourão
28,46
Igarassu
5,01
Canoas
10,49
Iguatu
13,97
Canoinhas
21,90
Imperatriz
21,23
Cariacica
12,73
Ipirá
5,57
Cascavel
14,12
Irecê
10,09
Catanduva
37,36
Itabira
13,72
60
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 1 Município
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 1 Município
2009
2009
Itajubá
23,96
Olinda
0,78
Itapecerica da Serra
11,84
Ouro Preto
19,34
Itapetininga
20,81
Pacajus
17,42
Itapeva
28,13
Palmas
19,53
Itapira
29,03
Paragominas
0,00
Itaquaquecetuba
10,09
Paranaguá
10,85
Itatiba
25,93
Paranavaí
22,93
Itaúna
13,63
Paulínia
0,00
Itu
15,20
Paulo Afonso
8,32
Itumbiara
37,91
Pelotas
9,52
Jaboatão dos Guararapes
7,33
Petrolina
14,26
Jaboticabal
39,26
Piracicaba
26,92
Jacareí
39,22
Pirassununga
30,23
Jaú
22,87
Piripiri
5,27
Jequié
8,61
Poços de Caldas
43,44
João Monlevade
12,51
Porto Alegre
27,00
João Pessoa
4,52
Porto Ferreira
39,79
Joinville
32,95
Praia Grande
32,86
Juazeiro
7,31
Presidente Prudente
40,58
Juiz de Fora
26,78
Recife
15,04
Jundiaí
26,58
Resende
20,16
Lauro de Freitas
10,33
Rio Branco
3,47
Lençóis Paulista
31,99
Rio Claro
38,95
Limoeiro do Norte
23,15
Rio das Ostras
13,97
Londrina
20,70
Rio de Janeiro
22,85
Lorena
34,11
Rio do Sul
73,68
Maracanaú
24,35
Rolim de Moura
11,29
Marília
35,65
Russas
15,04
Maringá
33,29
Salgueiro
11,11
Mauá
10,66
Santana de Parnaíba
31,68
Mesquita
13,78
Santana do Livramento
21,89
Mirassol
28,57
Santo André
32,14
Mogi das Cruzes
33,76
Santo Ângelo
27,63
Mogi Mirim
39,00
Santos
29,69
Mossoró
34,22
São Bento do Sul
38,81
Navegantes
40,41
São Bernardo do Campo
23,68
Olímpia
30,63
São Caetano do Sul
59,44
61
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 1 Município
2009
São Carlos
47,58
São José dos Campos
29,22
São Leopoldo
18,59
São Roque
23,19
São Sebastião
46,43
São Sebastião do Paraíso
15,62
São Vicente
18,18
Sapiranga
76,84
Senhor do Bonfim
6,92
Tatuí
37,90
Teófilo Otoni
20,08
Timon
1,50
Uberaba
12,32
Uberlândia
27,05
Unaí
8,99
Vila Velha
14,29
Vinhedo
40,44
Vitória
58,30
Vitória da Conquista
10,61
Volta Redonda
28,36
Votorantim
30,78
Votuporanga
27,56
62
2.1.4
Análise do “Grupo 2”
O Grupo 2 é representado por um total de 143 municípios em 2009. Conforme dados da Tabela 3, a Taxa Média de Cobertura de Creche observada para o Grupo 2 foi igual a 29,3%. De forma aproximada, pode-se dizer que ⅓ das crianças de 0 a 3 anos desses municípios está matriculada em creches. Por meio da comparação das taxas de 2008 e 2009, verifica-se um aumento de 11,01% na cobertura de creche dos municípios do Grupo 2. A Taxa média de Cobertura deste grupo (29,3%) foi relativamente maior que a média observada para o Brasil no mesmo ano (18,4%). Porém, se for comparado este resultado à meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (2001-2010) ainda há cerca de 35 pontos percentuais para que esses municípios consigam reduzir em 50% o número de crianças em idade escolar que não estão matriculadas na Educação Infantil. Tabela 3 Taxa de Cobertura de Crianças de 0 a 3 anos em Creches do Grupo 2 de Municípios PPAC, em 2008 e 2009 Ano
Taxa Média
2008 2009
26,42 29,33
Variação 2008-2009 (%)
11,01
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
É interessante observar que 54% dos municípios do Grupo 2 apresentam Taxa de Cobertura de Creche igual ou inferior a 29% em 2009. Por outro lado, identificamos 16 municípios11 deste grupo com taxas de cobertura em creche acima de 50% - sendo 1 município da Região Centro-Oeste, 2 da Região Nordeste, 1 da Região Norte, 5 da Região Sul e 7 da Região Sudeste. Em relação à distribuição de infraestrutura, a proporção de unidades de creches com rampas de acesso às pessoas com deficiências é muito baixa neste grupo. Verificou-se que apenas 24% dos municípios12 do Grupo 2 apresentaram taxas superiores a 100% de unidades de creches com rampas de acesso e barras de apoio (dos quais 21 municípios pertencem à Região Sudeste). Por fim, observou-se que apesar de alguns municípios do Grupo 2 apresentarem taxa de cobertura de creche acima de 50%, a grande maioria ainda apresenta baixo acesso à creche pelas crianças de 0 a 3 anos. Além de promoverem a ampliação do acesso à Educação Infantil, é necessário que esses municípios avancem em relação à 11
Grupo 2, de Municípios com Taxa Média de Cobertura em Creche acima de 50%: Osório (RS), São Jorge do Patrocínio (PR), Macatuba (SP), Nova Petrópolis (RS), Bataiporã (MS), Viçosa (RN), Monte Aprazível (SP), Paraíso do Norte (PR), Tucumã (PA), Populina (SP), Três Fronteiras (SP), Lucrecia (RN), Tupandi (RS), Monte Castelo (SP), Guairá (SP), Turiúba (SP). 12
Grupo 2, Municípios com 100% de unidades de creche com rampas de acesso à pessoas com deficiência: Ariranha (SP), Balneário Pinhal (RS), Batayporã (MS), Cesário Lange (SP), Conchal (SP), Dolcinópolis (SP), Eusébio (CE), Fazenda Vilanova (RS), Garuva (SC), Guararema (SP), Itajobi (SP), Itupeva (SP), Ladário (MS), Lucrécia (RN), Magda (SP), Mongaguá (SP), Monte Mor (SP), Muritiba (BA), Nova Alvorada do Sul (MS), Nova Europa (SP), Nova Mutum (MT), Nova Prata (RS), Nuporanga (SP), Ouro Fino (MG), Pains (MG), Palmeira d'Oeste (SP), Populina (SP), Rio Brilhante (MS), Santa Fé do Sul (SP), Santo Antônio do Aracanguá (SP), São Jorge do Patrocínio (PR), São José da Bela Vista (SP), Três Fronteiras (SP), Tupandi (RS), Urânia (SP).
63
municipalização do atendimento, adequem a estrutura das creches e invistam na qualidade do serviço oferecido à população.
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 2 Município
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 2
2009
Município
2009
Adamantina
34,51
Dois Córregos
18,76
Agrolândia
32,19
Dolcinópolis
45,26
Aguaí
7,40
Estrela d'Oeste
3,97
Altinópolis
33,76
Eusébio
23,32
Alto Araguaia
23,67
Fazenda Vilanova
37,42
Alvinópolis
23,84
Forquilhinha
23,53
Américo Brasiliense
24,76
Garça
11,98
Ariranha
49,04
Garuva
9,62
Arroio do Meio
49,74
Guaíra
91,76
Balneário Pinhal
17,34
Guará
32,38
Barra Bonita
26,30
Guarani
12,23
Barroso
12,31
Guarani d'Oeste
3,45
Bataguassu
24,17
Guararema
18,89
Batayporã
57,58
Guariba
20,45
Bocaina
26,10
Iacri
43,07
Brotas
16,07
Ibiporã
21,72
Buritama
0,42
Ibiraci
12,67
Buritis
35,09
Ilha Solteira
46,92
Campos do Jordão
21,85
Indaial
47,13
Capão Bonito
10,63
Ipiaú
16,1
Carambeí
19,23
Iracemápolis
39,53
Cássia
20,47
Itacuruba
47,04
Cesário Lange
16,57
Itajobi
44,44
Colinas do Tocantins
21,57
Itanhandu
37,02
Conchal
22,69
Itatiaia
10,25
Cornélio Procópio
24,12
Itupeva
18,28
Cristais Paulista
15,05
Jardinópolis
22,06
Cruzeiro do Oeste
41,74
Ladário
7,38
Cruzília
12,59
Lagoa Grande
6,78
64
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 2
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 2 Município
Município
2009
2009
Lima Duarte
14,82
Osvaldo Cruz
25,54
Lindoia do Sul
23,20
Otacílio Costa
45,27
Lindolfo Collor
39,33
Ouro Fino
12,06
Lucrécia
75,42
Pains
12,81
Macatuba
51,97
Palmeira
12,37
Magda
39,67
Palmeira d'Oeste
25,81
Maracaju
13,02
Paraíso do Norte
64,23
Marau
32,10
Pedrinhas Paulista
43,31
Martinópolis
47,55
Picuí
3,48
Mongaguá
28,68
Pimenta
13,22
Montanha
18,16
Piraí
6,96
Monte Alto
29,01
Pomerode
42,37
Monte Aprazível
60,65
Populina
69,54
Monte Carmelo
15,99
Porangatu
9,91
Monte Castelo
85,55
Porto Belo
48,75
Monte Mor
23,21
Porto Feliz
38,89
Morro Agudo
33,89
Porto União
27,30
Morro da Garça
28,99
Potirendaba
48,73
Muritiba
0,31
Quatro Barras
21,22
Naviraí
20,95
Rancharia
27,07
Neves Paulista
15,86
Ribas do Rio Pardo
1,72
Nortelândia
23,62
Rincão
19,23
Nova Alvorada do Sul
31,13
Rio Brilhante
22,49
Nova Andradina
28,83
Rio Verde de Mato Grosso
17,18
Nova Europa
41,44
Riolândia
35,10
Nova Mutum
14,42
Salinas
14,33
Nova Odessa
21,33
Santa Fé do Sul
30,27
Nova Petrópolis
55,49
Santa Isabel
16,09
Nova Prata
45,85
Santa Rita do Sapucaí
17,84
Nova Trento
42,45
Santo Antônio do Aracanguá
49,59
Nova Veneza
26,23
São João do Piauí
13,11
Nuporanga
48,13
São Jorge do Patrocínio
51,60
Orlândia
13,83
São José da Bela Vista
48,76
Osório
50,59
São José dos Quatro Marcos
27,70
65
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 2 Município
2009
São Sebastião da Grama
15,82
São Sebastião do Passé
10,75
Serrana
29,30
Severínia
22,48
Tambaú
15,27
Tarumã
38,81
Tijucas
33,59
Três Fronteiras
73,28
Tucumã
64,52
Tupandi
75,74
Turiúba
101,52
Urânia
7,38
Urupês
0,39
Valentim Gentil
0,19
Vargem Grande Paulista
17,05
Viçosa
57,72
Viradouro
30,32
66
2.1.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 é representado por um total de 55 municípios, que apresentam, em média, 16,4% de suas crianças de 0 a 3 anos matriculadas em creches em 2009 (ver Tabela 4). De modo geral, nestes municípios menos de 1/5 das crianças em idade de frequentar a creche está matriculada nesta etapa da educação infantil. Apesar de o Grupo 3 apresentar a menor Taxa média de Cobertura de Creche (na comparação com os demais grupos), também inferior à média observada para o Brasil em 2009 (18,4%), indicou maior ampliação da cobertura entre 2008 e 2009, cujo aumento verificado foi de 15%. Porém ainda é necessário avançar por volta de 41 pontos percentuais para que atinja a meta de ampliação do acesso à Educação Infantil estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (20012010). Tabela 4 Taxa de Cobertura de Creche do Grupo 3 de Municípios PPAC, em 2008 e 2009 Ano Taxa média 2008 2009
14,2 16,43
Variação 2008-2009 (%)
15,70
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009
Observa-se que 28 municípios do Grupo 3 (51% do total) tiveram médias iguais ou inferiores a 13,2% em relação à Taxa de Cobertura de Creche. Sabemos que este grupo se encontra em contexto desfavorável para atingir a meta de matricular na Educação Infantil 50% das suas crianças que estão fora da creche. Por outro lado, em 2009 foram identificados 4 municípios13 do Grupo 3 com taxas de cobertura em creche acima de 50%, sendo estes da Região Nordeste do país. Na média, os municípios do Grupo 3 apresentaram um processo de ampliação da oferta de creche pela adoção de unidades conveniadas, passando de 4% em 2008 para 9% em 2009. Porém deve-se enfatizar que municipalização da Educação Infantil deve ter como parâmetro a instalação de unidades municipais e não ampliação da “rede” de unidades conveniadas. Isso indica que, este grupo de municípios deverá investir não apenas na ampliação da cobertura, mas na municipalização das unidades de creche. Em relação à distribuição de infraestrutura, somente 9% dos municípios14 do Grupo 2 apresentam 100% de unidades de creche com acervo de brinquedos. Do mesmo modo, apenas 16% deste grupo15 possui 100% de unidades 13
Grupo 3 de Municípios com Taxa de Cobertura de Creche acima de 50%: Pilões (RN), Santana do São Francisco (SE), Santarém (PB), São Francisco (PB). 14
Grupo 3 de Municípios com 100% de unidades de creche com brinquedos: Açucena (MG), Aratuba (CE), Augusto Severo (RN), Bananeiras (PB), Belém de São Francisco (PE), Buriti dos Montes (PI), Cabrobó (PE), Castelo do Piauí (PI), Condado (PE), Gameleiras (MG), Hidrolândia (CE), Itaiçaba (CE), Monsenhor Gil (PI), Orós (CE), Panelas (PE), Petrolândia (PE), Pombal (PB), Riacho das Almas (PE), Santarém (PB), São Francisco (PB), São Gonçalo do Amarante (CE), São João do Arraial (PI), Sertânia (PE), Taquarana (AL), Virgem da Lapa (MG). 15
Grupo 3 de Municípios com 100% de unidades de creche com rampas de acesso à pessoas com deficiência: Hidrolândia (CE), Itaiçaba (CE), Monsenhor Gil (PI), Ocara (CE), Petrolândia (PE), Riacho das Almas (PE), São Francisco (PB), Sento Sé (BA), Sertânia (PE).
67
de creche com barras de apoio e rampas de acesso às pessoas com deficiência. Tais fatos denotam a necessidade de grandes investimentos do poder público municipal para melhorar e adequar a infraestrutura das unidades de creche. Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 3 Município
Taxa de Cobertura de Creche - Grupo 3 Município
2009
2009
Açucena
2,79
Ocara
9,38
Andorinha
16,59
Orós
30,04
Aracoiaba
18,41
Palhano
29,70
Aratuba
24,80
Panelas
7,23
Augusto Severo
22,31
Paudalho
0,00
Bananeiras
3,70
Petrolândia
5,54
Belém de São Francisco
20,52
Pilões
53,11
Brejo da Madre de Deus
8,44
Pindobaçu
41,30
Buriti dos Montes
19,26
Pintadas
0,00
Cabrobó
30,17
Pombal
15,58
Capela do Alto Alegre
0,00
Queimada Nova
0,00
Castelo do Piauí
1,12
Riacho das Almas
8,59
Condado
5,25
Santa Cruz dos Milagres
13,94
Croatá
13,26
Santana do São Francisco
53,03
Filadélfia
30,26
Santarém
63,07
Fortim
21,04
São Bento do Una
2,51
Gameleiras
26,88
São Francisco
71,51
Guaiúba
22,62
São Gonçalo do Amarante
22,56
Hidrolândia
19,85
São João do Arraial
22,47
Irauçuba
0,00
Sento Sé
2,80
Itaeté
9,13
Sertânia
4,45
Itaiçaba
8,71
Tanguá
6,88
Itaueira
0,00
Taquarana
6,28
Luzilândia
24,15
Taquaritinga do Norte
25,70
Massapê do Piauí
0,00
Uiraúna
14,22
Minas Novas
13,24
Viana
2,00
Monsenhor Gil
2,41
Virgem da Lapa
9,14
Morrinhos
17,97
68
2.1.6
Recomendações
1. É preciso avançar na municipalização das unidades de creches com articulações com programas federais entre outras instâncias de financiamento. Mas para dar qualidade ao atendimento é preciso investir em infraestrutura das unidades existentes e das novas unidades, bem como ampliar a oferta de vagas. 2. É preciso garantir a conformidade das creches municipais e conveniadas com padrões de qualidade estabelecidos (em especial em parceria com o Conselho Municipal da Educação). Atentar para o fato de que as creches conveniadas devem ser registradas nos Conselhos Municipais de Educação, sendo por este fiscalizadas. Vale indicar que a municipalização do atendimento passa pela redução no número de creches conveniadas. 3. É preciso a criação e funcionamento do Conselho Municipal de Alimentação Escolar. Além de possibilitar uma maior fiscalização dos recursos públicos, também garante o atendimento da diretriz legal de universalização de merenda escolar na Educação Infantil. 4. Estabelecer ações de parceria entre a Secretaria de Educação com as demais secretarias municipais. Esse tipo de parceria possibilita um acompanhamento e atendimento integral das crianças, como resultado da articulação das políticas de ensino, saúde, assistência social, cultura, entre outras. 5. A qualidade do ensino também é influenciada pela média de alunos por unidades de creche. Quanto melhor equilibrada for essa relação, maior será a possibilidade de garantir o atendimento às necessidades específicas para o desenvolvimento pleno das habilidades de cada criança.
69
2.2
Acesso à Pré-Escola
Indicador estratégico:
Taxa de Cobertura de Pré-Escola
Definição do indicador: A Taxa de Cobertura de Pré-Escola revela a relação entre o número de crianças em idade de frequentar a pré-escola e o número de vagas disponíveis nesta etapa da educação. Desse modo, aponta com base no total de crianças de 4 a 6 anos quantas estão matriculadas na pré-escola.
Modelo de cálculo: Número de Matrículas em Creche (Municipal, Taxa de Cobertura de Creche =
Conveniada e Particular)
X 100
População de 4 a 6 anos de idade
Aplicabilidade: A Taxa de Cobertura de Pré-Escola permite avaliar como o município está lidando com essa etapa da Educação Infantil voltada à formação de crianças de 4 a 6 anos de idade. Por meio deste indicador é possível avaliar quanto o serviço está disponível para a população.
Fatores correlatos:
Inclusão das crianças no sistema de ensino em idade apropriada; A possibilidade de a criança ter acesso a equipamentos, espaços adequados para brincar e se desenvolver com segurança; Investimentos públicos e privados em pré-escolas.
70
2.2.1
Cenário Nacional
De acordo com o PNE (2001), até o ano de 2010 o país deveria ter ampliado sua oferta de Educação Infantil para atender 80% da população de 4 a 5 anos de idade em pré-escolas. Em 2009 havia no país um total 6,6 milhões de crianças nessa faixa etária (IBGE/2009), porém, apenas 3,7 milhões estavam matriculadas (Inep/2009)16, o que representa um atendimento de apenas 56% do total de crianças em idade de frequentar a pré-escola. A pré-escola, assim como a creche, compõe a Educação Infantil brasileira. Nessa etapa da educação, voltada ao atendimento das crianças maiores de 4 anos de idade, as atividades educacionais devem concentrar-se, além das habilidades de desenvolvimento social e psíquico-motor, nas necessidades de aprendizado intelectual, ou seja, a ampliação do repertório, da capacidade de comunicação e de compreensão, dar início ao processo de alfabetização. Constitucionalmente, a oferta de vagas nesta etapa da educação se constitui um dever do Estado. Cabe ao poder público, com especificidade para os municípios, assegurar o acesso à pré-escola para todas as crianças de 4 a 6 anos de idade, ofertando-a em unidades escolares o mais próximo possível da residência das crianças. Como no caso do acesso à creche, os desafios em relação à pré-escola representam não somente ações de ampliação da oferta de vagas, mas também de elevação da qualidade do ensino e adequação de infraestrutura das unidades escolares para um melhor atendimento. Isso envolve uma gama de aspectos, como: planejamento institucional; multiplicidade de metodologias e experiências pedagógicas; disponibilidade e qualidade dos espaços físicos, materiais e mobiliários; formação contínua e condições adequadas de trabalho para os profissionais da educação; cooperação e troca com as famílias, comunidade do entorno. No que diz respeito especificamente à questão da infraestrutura, os padrões mínimos para funcionamento da unidades de pré-escola compreendem, entre outro fatores: espaços iluminados e ventilados, com oferta de água potável e esgotamento sanitário; banheiros; instalações para a alimentação; ambiente para atividades lúdicas; materiais pedagógicos; adequação para atendimento às crianças especiais (PNE, 2001).
16
Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), resultantes do Censo Escolar, não contabilizam os números de matrículas em escolas privadas, de forma que restringem o levantamento de informações à rede municipal e estadual. De acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2009, 69,9% das crianças que frequentam o maternal e o jardim da infância estão inscritas na rede pública de ensino e 30,1% na rede particular.
71
2.2.2
Cenário dos Municípios PPAC
Quando observadas a Taxas de Cobertura de Pré-Escolas dos municípios PPAC (ver Tabela 5 e Figura 4), verificase que a maior parte desses municípios (141) atendiam, em média, entre 46% e 60,9% de suas crianças de 4 a 6 na préescola, em 2009. Destaca-se que essa média ainda está abaixo da meta do PNE para a Educação Infantil que, conforme informado anteriormente, prevê que até 2010 80% das crianças da faixa etária de 4 a 5 anos estejam matriculadas na pré-escola. Tabela 5 Distribuição dos Municípios Mapa PPAC por Faixas de Taxas de Cobertura de Pré-Escola, em 2009 Faixas de Taxa de Porcentagem de Números de Municípios Cobertura em Pré-Escola Municípios de 0 a 15,99% 9 2,54 de 16 a 30,99% 33 9,32 de 31 a 45,99% 96 27,12 de 46 a 60,99% 141 39,83 de 61 a 75,99% 45 12,71 de 76 a 90,99% 14 3,95 Acima de 91% 9 2,54 Sem Informação 7 1,98 Total 354 100,00 Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Pela Tabela 5 é possível observar também que apenas 16 municípios, ou o equivalente 4,5% do total, apresentaram Taxa de Cobertura de Pré-Escola superior a 76%, situação que os aproxima do cumprimento da meta prevista no Plano Nacional de Educação (2001-2010). As Figuras 5 e 6 revelam a distribuição de infraestrutura nas unidades de pré-escola dos municípios PPAC. Considerando os dados levantados, verifica-se que em 2009, 60,7% dos municípios do PPAC indicaram que 100% de suas pré-escolas apresentam estantes com livros adequados à idade das crianças ou cantinho da leitura. Por outro lado, somente 18,1% dos municípios possuíam 100% das unidades de pré-escolas com barras de apoio e rampas de acesso às pessoas com deficiência. Esses fatos demonstram a necessidade de investimentos urgentes, pelo poder público municipal, para que as pré-escolas ofereçam condições adequadas às crianças com necessidades especiais, bem como possuam materiais pedagógicos em qualidade e quantidades suficientes para desenvolvimento das aulas e demais atividades educativas.
72
Figura 4 Taxa de Cobertura de Pré-Escola dos Municípios do Mapa PPAC, em 2009
73
Figura 5 Distribuição dos Municípios do Mapa PPAC pelas Faixas de Porcentagens de Unidades de Creches Conveniadas e Municipais com Rampas de Acesso
74
Figura 6 Distribuição dos Municípios do Mapa PPAC pelas Faixas de Porcentagens de Unidades de Pré-Escolas Conveniadas e Municipais com Cantinho da Leitura ou Similar
75
2.2.3
Análise do “Grupo 1”
O Grupo 1, composto por 156 municípios, apresentou em 2009 uma Taxa média de Cobertura de Pré-Escola equivalente a 48,2%, ou seja, um pouco menos de metade das crianças de 4 a 6 anos estava matriculada na pré-escola. Essa média pode ser considerada relativamente baixa diante do grande desafio presente no PNE (2001-2010), que propõe a ampliação da oferta de Educação Infantil visando o atendimento a 60% da população de 4 e 6 anos (ou 4 e 5 anos) e, até o final da década (2010), alcançar a meta de 80% de atendimento17. Quando observada a distribuição de infraestrutura das unidades de pré-escolas (com especificidade para as préescolas municipais), verifica-se que, em média, 94,9% possuíam acesso à água potável em 2009. Destas mesmas unidades escolares, 87,5% apresentavam acervo diversificado de livros ou cantinho da leitura. Por outro lado, apenas 43,7% das pré-escolas contavam com rampas de acesso e barras de apoio para utilização para pessoas portadoras de deficiência física. Diante disso, pode-se sugerir que embora atendam a algumas condições básicas de funcionamento (em função do significativo percentual de acesso à água potável e de existência de acervo de livros) as pré-escolas do Grupo 1 ainda precisam assegurar uma infraestrutura para tornar o espaço da escola acessível às crianças e demais pessoas que necessitam de condições especiais para o seu deslocamento. Deve-se ressaltar ainda que as escolas municipais conveniadas apresentavam uma infraestrutura mais limitada quando comparadas às unidades municipais.
Gráfico 1: Porcentagem de Unidades de Pré-Escolas do Grupo 1 de Municípios , por Infra-Estrutura em 2009 94,94
96,2
94,39 88,13
100
87,56
90
80
67,17 60,67
60,67
60,52
57,17
56,38
70
50,15 60
43,76 50
28,77
40
30
20
10
0
Água
Energia
Brinquedos
Livros
Unidades Municípais
Parquinho
Sanitários
Rampas
Unidades Conveniadas
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
17
A partir das informações levantadas, observou-se que apenas o município de São Caetano do Sul (SP) apresentou 90% de suas crianças matriculadas na pré-escola, sendo este da Região Sudeste.
76
Ainda com relação à infraestrutura, identificaram-se 18 municípios18 do Grupo 1 (11,5% do total) com 100% das unidades de pré-escola contendo rampas de acesso; e 97 municípios19 (62,1% do total) com 100% de unidades com acervo de livros ou cantinho da leitura. Diante desse contexto é necessário indicar que os municípios do Grupo 1 avancem na ampliação da oferta de vagas na pré-escola, bem como façam novos investimentos para melhoria das condições mínimas de funcionamento das unidades escolares e assegurem uma infraestrutura adequada às necessidades de uma educação inclusiva.
18
Municípios com 100% de unidades de Pré-Escolas com rampas de acesso à pessoas com deficiência: Aracaju (SE), Atibaia (SP), Botucatu (SP), Cambé (PR), Campo Mourão (PR), Cariacica (ES), Horizonte (CE), Itapetininga (SP), Lençóis Paulista (SP), Lorena (SP), Marília (SP), Mauá (SP), Mesquita (RJ), Mirassol (SP), Praia Grande (SP), Santana de Parnaíba (SP), São José dos Campos (SP), Votuporanga (SP). 19
Municípios com 100% de unidades de Pré-Escola com cantinho da leitura ou similar: Rolim de Moura (RO), Ananindeua (PA), Timon (MA), Piripiri (PI), Aracati (CE), Horizonte (CE), Iguatu (CE), Russas (CE), Mossoró (RN), João Pessoa (PB), Gravatá (PE), Arapiraca (AL), Aracaju (SE), Brumado (BA), Campo Formoso (BA), Irecê (BA), Paulo Afonso (BA), Alfenas (MG), Belo Horizonte (MG), Betim (MG), Contagem (MG), Itajubá (MG), Itaúna (MG), Ouro Preto (MG), Uberaba (MG), Uberlândia (MG), Cariacica (ES), Colatina (ES), Vila Velha (ES), Vitória (ES), Cachoeiras de Macacu (RJ), Mesquita (RJ), Rio das Ostras (RJ), Volta Redonda (RJ), Atibaia (SP), Bauru (SP), Botucatu (SP), Bragança Paulista (SP), Cajamar (SP), Catanduva (SP), Cosmópolis (SP), Cotia (SP), Diadema (SP), Embu (SP), Fernandópolis (SP), Franca (SP), Guarujá (SP), Itapetininga (SP), Itapira (SP), Itaquaquecetuba (SP), Itatiba (SP), Itu (SP), Jaú (SP), Jundiaí (SP), Lençóis Paulista (SP), Lorena (SP), Marília (SP), Mauá (SP), Mogi das Cruzes (SP), Mogi Mirim (SP), Piracicaba (SP), Porto Ferreira (SP), Praia Grande (SP), Presidente Prudente (SP), Rio Claro (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santo André (SP), Santos (SP), São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP), São Carlos (SP), São José dos Campos (SP), São Sebastião (SP), São Vicente (SP), Tatuí (SP), Votorantim (SP), Votuporanga (SP), Cambé (PR), Campo Mourão (PR), Curitiba (PR), Maringá (PR), Paranavaí (PR), Balneário Camboriú (SC), Blumenau (SC), Canoinhas (SC), Chapecó (SC), Criciúma (SC), Gaspar (SC), Navegantes (SC), Rio do Sul (SC), São Bento do Sul (SC), Canoas (RS), Caxias do Sul (RS), Cruz Alta (RS), Porto Alegre (RS), Anápolis (GO), Tumbiara (GO).
77
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 1
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 1 Município Abaetetuba
2009 S/I
Município
2009
Cotia
79,78
Acopiara
75,07
Criciúma
100,25
Alfenas
68,18
Cruz Alta
38,64
Altamira
62,06
Cuiabá
69,49
Ananindeua
52,40
Curitiba
46,28
Anápolis
S/I
Diadema
71,49
Aracaju
29,62
Dias d'Ávila
Aracati
84,61
Embu
65,50
Arapiraca
41,48
Escada
S/I
Atibaia
80,79
Fernandópolis
S/I
Balneário Camboriú
69,33
Florianópolis
S/I
Bauru
63,08
Fortaleza
33,58
Belo Horizonte
79,15
Franca
56,27
Betim
41,89
Gaspar
65,27
Blumenau
105,23
Gravatá
60,86
Botucatu
80,99
Guarujá
S/I
Bragança Paulista
S/I
S/I
Guarulhos
83,10
Brumado
85,07
Horizonte
83,88
Cabo de Santo Agostinho
66,10
Igarassu
Cachoeiras de Macacu
66,86
Iguatu
Cajamar
91,23
Imperatriz
Cambé
57,59
Ipirá
30,93
Campinas
90,26
S/I 60,92 S/I
Irecê
107,32
Campo Formoso
S/I
Itabira
63,46
Campo Mourão
S/I
Itajubá
99,00
Canoas
S/I
Itapecerica da Serra
49,84
Canoinhas
75,61
Itapetininga
77,53
Cariacica
67,57
Itapeva
53,28
Cascavel
S/I
Itapira
80,66
Catanduva
77,04
Itaquaquecetuba
39,09
Caxias do Sul
47,49
Itatiba
87,61
Chapecó
80,27
Itaúna
83,15
Colatina
83,21
Itu
85,94
Concórdia
81,08
Itumbiara
88,38
Contagem
S/I
Jaboatão dos Guararapes
62,75
Cosmópolis
108,47
Jaboticabal
S/I
78
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 1
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 1
Município
2009
Município
2009
Jacareí
91,44
Piracicaba
56,05
Jaú
105,41
Pirassununga
57,97
Piripiri
65,73
Poços de Caldas
88,18
S/I
Porto Alegre
48,95
Joinville
58,36
Porto Ferreira
94,87
Juazeiro
56,31
Praia Grande
68,5
Juiz de Fora
77,99
Presidente Prudente
75,08
Jundiaí
86,27
Recife
96,77
Resende
86,00
Jequié João Monlevade João Pessoa
S/I 54,55
Lauro de Freitas
S/I
Lençóis Paulista
93,54
Rio Branco
Limoeiro do Norte
55,39
Rio Claro
81,54
Londrina
91,31
Rio das Ostras
96,83
Lorena
80,31
Rio de Janeiro
73,55
Maracanaú
85,28
Rio do Sul
S/I
Marília
75,79
Rolim de Moura
S/I
Maringá
S/I
Russas
77,65
S/I
Salgueiro
123,28
Mauá Mesquita
43,07
Mirassol
S/I
S/I
Santana de Parnaíba
41,2
Santana do Livramento
42,82
Mogi das Cruzes
89,94
Santo André
79,78
Mogi Mirim
73,74
Santo Ângelo
72,04
Mossoró
100,58
Santos
102,53
São Bento do Sul
80,73
São Bernardo do Campo
77,46
Navegantes
S/I
Olímpia
90,79
Olinda
S/I
São Caetano do Sul
153,68
Ouro Preto
S/I
São Carlos
90,13
São José dos Campos
84,47
São Leopoldo
68,64
Pacajus
87,43
Palmas
S/I
Paragominas
105,77
São Roque
S/I
Paranaguá
59,65
São Sebastião
87,69
Paranavaí
87,09
São Sebastião do Paraíso
55,88
Paulínia
84,56
São Vicente
80,04
Paulo Afonso
48,33
Sapiranga
72,09
Pelotas
39,70
Senhor do Bonfim
Petrolina
81,29
Tatuí
S/I 82,19
79
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 1 Município
2009
Teófilo Otoni
57,89
Timon
111,9
Uberaba
87,47
Uberlândia
67,85
Unaí
S/I
Vila Velha
74,39
Vinhedo
91,47
Vitória
132,88
Vitória da Conquista
S/I
Volta Redonda
86,88
Votorantim
89,37
Votuporanga
65,06
80
2.2.4
Análise do “Grupo 2”
Aná O Grupo 2, composto lise por 143 municípios, apresentou média de 52,9% de crianças de 4 a 6 anos de idade matriculadas em pré-escolas em 2009. Apesar de ser superior à média apresentada pelo Grupo 1, também é necessário que estes municípios ampliem do a oferta de vagas na pré-escola, visando possibilitar o acesso à Educação Infantil a todas aquelas crianças que ainda não são atendidas pela rede pública de ensino. “Gr De acordo com o levantamento de informações do Mapa PPAC, pode-se identificar 7 municípios20 (4,8% do upo total) com taxa de cobertura em pré-escola igual ou superior à meta de 80% de atendimento às crianças de 4 a 5 anos de idade, conforme estipulado2” pela Plano Nacional de Educação (2001-2010). Destes municípios, 6 pertencem à Região Sudeste e 1 à Região Nordeste.
Ao analisar a distribuição de infraestrutura das unidades conveniadas e municipais em 2009, verificou-se uma acentuada disparidade entre elas (sendo esta a maior observada para os grupos de municípios do PPAC), com as préescolas conveniadas apresentando condições de funcionamento muito inferior às unidades municipais (ver Gráfico 2). Deve-se destacar, também, que a porcentagem média de unidades municipais do Grupo 2 com acesso à água foi igual a 89,63% e que 82% delas apresentavam parquinhos e cantinhos da leitura ou similares. Por outro lado, em média, somente de 46,13% das pré-escolas municipais possuíam rampas de acesso. Desse modo, pode-se sugerir que os avanços na oferta de infra-estrutura básica nas escolas do Grupo 2 não foram acompanhados de igual empenho em ampliar o acesso à pré-escola pelas pessoas com deficiência.
Gráfico 2 Porcentagem de Unidades de Pré-Escolas do Grupo 2 de Municípios, por Infra-Estrutura em 2009 89,79
89,63
87,8 82,39
82,01
90
71,47
80
70
60
46,13
50
40
30
17,62
16,94
17,62
16,8
16,8
14,89 10,98
20
10
0
Água
Energia
Brinquedos
Livros
Unidades Municípais
Parquinho
Sanitários
Rampas
Unidades Conveniadas
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009. DATASUS, 2010.
20
Municípios com Taxa de Cobertura de Pré-Escola acima de 90%: Itacuruba (PE), Buritis (MG), Dolcinópolis (SP), Estrela d'Oeste (SP), Guará (SP), Três Fronteiras (SP), Turiúba (SP).
81
No Grupo 2, em 2009, observamos que 42 municípios21 (29,37% do total) apresentaram 100% de unidades de pré-escola com acessibilidade; e 96 municípios22 (67,13% do total) possuíam 100% de suas unidades com cantinho da leitura ou similar. Perante o cenário estabelecido, é possível aferir que há um considerável caminho a percorrer para que os municípios do Grupo 2 assegurem o acesso à pré-escola às crianças de 4 a 6 anos de idade. Embora, na maior parte das unidades escolares municipais deste grupo haja condições adequadas de infraestrutura, ainda é necessário avançar no sentido de torná-las acessíveis ao público que apresenta deficiência física.
21
Municípios com 100% de unidades de Pré-Escola com rampas de acesso à pessoas com deficiência: Eusébio (CE), Lucrécia (RN), Morro da Garça (MG), Pains (MG), Adamantina (SP), Altinópolis (SP), Ariranha (SP), Bocaina (SP), Brotas (SP), Buritama (SP), Cristais Paulista (SP), Dolcinópolis (SP), Estrela d'Oeste (SP), Guará (SP), Guararema (SP), Iracemápolis (SP), Itajobi (SP), Itupeva (SP), Macatuba (SP), Magda (SP), Monte Mor (SP), Nova Europa (SP), Nuporanga (SP), Orlândia (SP), Palmeira d'Oeste (SP), Pedrinhas Paulista (SP), Populina (SP), Potirendaba (SP), Santa Fé do Sul (SP), Santo Antônio do Aracanguá (SP), São José da Bela Vista (SP), São Sebastião da Grama (SP), Três Fronteiras (SP), Urânia (SP), Urupês (SP), Valentim Gentil (SP), Paraíso do Norte (PR), São Jorge do Patrocínio (PR), Balneário Pinhal (RS), Nova Prata (RS), Naviraí (MS), Nova Alvorada do Sul (MS). 22
Municípios com 100% de unidades de Pré-Escola com cantinho da leitura ou similar: Tucumã (PA), Eusébio (CE), Picuí (PB), Buritis (MG), Cássia (MG), Cruzília (MG), Guarani (MG), Ibiraci (MG), Lima Duarte (MG), Monte Carmelo (MG), Morro da Garça (MG), Ouro Fino (MG), Pains (MG), Salinas (MG), Santa Rita do Sapucaí (MG), Montanha (ES), Piraí (RJ), Adamantina (SP), Aguaí (SP), Altinópolis (SP), Américo Brasiliense (SP), Ariranha (SP), Barra Bonita (SP), Bocaina (SP), Brotas (SP), Buritama (SP), Conchal (SP), Cristais Paulista (SP), Dois Córregos (SP), Dolcinópolis (SP), Estrela d'Oeste (SP), Guaíra (SP), Guará (SP), Guarani d'Oeste (SP), Guararema (SP), Guariba (SP), Ilha Solteira (SP), Iracemápolis (SP), Itajobi (SP), Itupeva (SP), Jardinópolis (SP), Macatuba (SP), Magda (SP), Mongaguá (SP), Monte Alto (SP), Monte Castelo (SP), Monte Mor (SP), Morro Agudo (SP), Nova Europa (SP), Nova Odessa (SP), Nuporanga (SP), Orlândia (SP), Osvaldo Cruz (SP), Palmeira d'Oeste (SP), Pedrinhas Paulista (SP), Populina (SP), Porto Feliz (SP), Potirendaba (SP), Rancharia (SP), Rincão (SP), Santa Fé do Sul (SP), Santa Isabel (SP), Santo Antônio do Aracanguá (SP), São José da Bela Vista (SP), São Sebastião da Grama (SP), Severínia (SP), Tambaú (SP), Tarumã (SP), Três Fronteiras (SP), Turiúba (SP), Urânia (SP), Urupês (SP), Vargem Grande Paulista (SP), Cornélio Procópio (PR), Ibiporã (PR), Palmeira (PR), Paraíso do Norte (PR), Quatro Barras (PR), São Jorge do Patrocínio (PR), Agrolândia (SC), Forquilhinha (SC), Indaial (SC), Nova Trento (SC), Nova Veneza (SC), Otacílio Costa (SC), Porto Belo (SC), Balneário Pinhal (RS), Fazenda Vilanova (RS), Lindolfo Collor (RS), Marau (RS), Nova Petrópolis (RS), Nova Prata (RS), Bataguassu (MS), Naviraí (MS), Ribas do Rio Pardo (MS), Nortelândia (MT).
82
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 2 Município
2009
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 2 Município
2009 98,04
Adamantina
103,75
Guarani d'Oeste
Agrolândia
14,34
Guararema
Aguaí
88,87
Guariba
94,67
Altinópolis
75,74
Iacri
75,00
Alto Araguaia Alvinópolis Américo Brasiliense
S/I
S/I
Ibiporã
S/I
0,00
Ibiraci
63,43
130,21
Ilha Solteira
S/I
Ariranha
70,94
Indaial
Arroio do Meio
101,16
Ipiaú
Balneário Pinhal
61,14
Iracemápolis
109,38
Barra Bonita
83,44
Itacuruba
157,98
97,21 S/I
Barroso
S/I
Itajobi
S/I
Bataguassu
S/I
Itanhandu
Batayporã
S/I
Itatiaia
S/I
Bocaina
81,59
Itupeva
S/I
Brotas
76,89
Jardinópolis
94,23
Buritama
70,00
Ladário
70,15
Buritis
188,07
Lagoa Grande
S/I
Campos do Jordão
69,46
Lima Duarte
S/I
Capão Bonito
76,71
Lindoia do Sul
92,45
Carambeí
56,92
Lindolfo Collor
93,87
Cássia
79,82
Lucrécia
103,94
Cesário Lange
83,58
Macatuba
83,24
Colinas do Tocantins
52,33
100,25
Magda
47,76
Conchal
S/I
Maracaju
64,85
Cornélio Procópio
S/I
Marau
113,31
Cristais Paulista
S/I
Martinópolis
83,74
Cruzeiro do Oeste
102,70
Mongaguá
S/I
Cruzília
61,88
Montanha
81,57
Dois Córregos
57,38
Monte Alto
98,40
Dolcinópolis
198,21
Monte Aprazível
32,11
Estrela d'Oeste
138,77
Monte Carmelo
S/I
Eusébio
100,81
Monte Castelo
52,08
Fazenda Vilanova
62,89
Monte Mor
80,89
Forquilhinha
70,12
Morro Agudo
56,44
Garça
78,11
Morro da Garça
82,08
Garuva
69,95
Muritiba
53,11
Guaíra
53,45
Naviraí
S/I
Guará
150,67
Neves Paulista
S/I
Guarani
S/I
Nortelândia
84,42
83
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 2
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 2
Município
2009
Município
2009
Nova Alvorada do Sul
62,23
Ribas do Rio Pardo
41,52
Nova Andradina
Rincão
86,61
Nova Europa
85,63
Rio Brilhante
52,66
Nova Mutum
78,47
Rio Verde de Mato Grosso
59,20
Nova Odessa
59,94
Riolândia
S/I
Nova Petrópolis
79,48
Salinas
S/I
Nova Prata
38,21
Santa Fé do Sul
Nova Trento
77,38
Santa Isabel
Nova Veneza
92,88
Santa Rita do Sapucaí
70,69
Nuporanga
84,41
Santo Antônio do Aracanguá
78,37
Orlândia Osório
S/I
S/I
São João do Piauí
S/I
86,23 S/I
S/I
São Jorge do Patrocínio
82,78
Osvaldo Cruz
63,11
São José da Bela Vista
69,38
Otacílio Costa
86,73
São José dos Quatro Marcos
Ouro Fino
65,68
São Sebastião da Grama
102,30
S/I
São Sebastião do Passé
73,14
Pains Palmeira
S/I
56,52
Serrana
S/I
Palmeira d'Oeste
S/I
Severínia
55,92
Paraíso do Norte
50,15
Tambaú
78,71
Pedrinhas Paulista
77,65
Tarumã
98,00
Picuí
101,69
Tijucas
S/I
Pimenta
50,63
Três Fronteiras
265,63
S/I
Tucumã
30,45
Pomerode
103,07
Tupandi
70,00
Populina
81,25
Turiúba
190,00
Porangatu
S/I
Urânia
S/I
Porto Belo
S/I
Urupês
81,88
Porto Feliz
72,69
Valentim Gentil
0,00
Porto União
78,57
Vargem Grande Paulista
87,17
Potirendaba
S/I
Viçosa
33,78
Viradouro
81,45
Piraí
Quatro Barras Rancharia
69,73 S/I
84
2.2.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 apresentou média de 49,5% de cobertura de crianças de 4 a 6 anos em pré-escolas em 2009. O que indica que aproximadamente metade das crianças com idade para frequentá-la estão matriculadas na Educação Infantil. Cabe indicar que a Taxa Média de Cobertura de Pré-Escola observada para o Grupo 3 foi ligeiramente superior à do Grupo 1 e inferior à do Grupo 2. No entanto, assim como os municípios dos demais grupos, aqueles que compõem o Grupo 3 precisarão promover avanços significativos para ampliar o acesso à pré-escola, tendo em vista a meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação (2001-2010)23. Ao examinar a infraestrutura das unidades conveniadas e municipais do Grupo 3 (Gráfico 3), verifica-se que em 2009 ainda há um percentual significativo de pré-escolas sem condições mínimas para atendimento às crianças de 4 a 6 anos, em função da falta de água, sanitários, rampas de acesso e, em maior grau, ausência de brinquedos, acervo de livros e parquinho infantil.
Gráfico 3 Porcentagem de Unidades de Pré-Escolas do Grupo 3 de Municípios, por Infra-Estrutura em 2009 93,43
100
90
78,8
76,51
80
70
53,92 60
39,5
50
40
19,44
30
10,2
20
2,04
10
10,2
13,05
2,04
12,24 2,04
0
0
Água
Energia
Brinquedos
Livros
Unidades Municípais
Parquinho
Sanitários
Rampas
Unidades Conveniadas
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
23
O município de Santa Cruz dos Milagres (PI), pertencente à Região Nordeste, apresentou taxa de cobertura de pré-escola superior a 90% em 2009.
85
Vale apontar que neste grupo identificaram-se 22 municípios24 (40% do total) com 100% das unidades de préescolas com cantinho da leitura e similares, e somente 4 municípios25 (7,35% do total) com 100% das unidades de préescolas com rampas de acesso às pessoas com deficiência. Diante do exposto, os municípios do Grupo 3 precisam ampliar significativamente suas ações e investimentos na área de educação, promovendo o aumento da oferta de vagas e da qualidade das unidades escolares, o que significa supri-las com recursos adequados ao trabalho do educador e à aprendizagem das crianças.
24
Grupo 3 de Municípios com 100% de unidades de Pré-Escola com cantinho da leitura ou similar: Castelo do Piauí (PI), Monsenhor Gil (PI), Queimada Nova (PI), Santa Cruz dos Milagres (PI), Aratuba (CE), Hidrolândia (CE), Irauçuba (CE), Itaiçaba (CE), Orós (CE), Palhano (CE), São Gonçalo do Amarante (CE), Uiraúna (PB), Cabrobó (PE), Condado (PE), Paudalho (PE), Petrolândia (PE), Riacho das Almas (PE), Sertânia (PE), Santana do São Francisco (SE), Açucena (MG), Virgem da Lapa (MG), Tanguá (RJ). 25
Grupo 3 de Municípios com 100% de unidades de Pré-Escola com rampas de acesso às pessoas com deficiência: Hidrolândia (CE), Itaiçaba (CE), Ocara (CE), Petrolândia (PE).
86
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 3
Taxa de Cobertura de Pré-escola - Grupo 3 Município
2009
S/I
Ocara
73,19
Andorinha
S/I
Orós
94,42
Aracoiaba
67,36
Palhano
74,58
Aratuba
76,12
Panelas
76,60
Paudalho
87,37
Município Açucena
Augusto Severo
2009
S/I
Bananeiras
90,84
Petrolândia
88,32
Belém de São Francisco
36,45
Pilões
109,26
Brejo da Madre de Deus
60,10
Pindobaçu
82,11
Buriti dos Montes
59,84
Pintadas
68,29
Cabrobó
90,36
Pombal
15,64
Capela do Alto Alegre
80,63
Queimada Nova
30,41
Castelo do Piauí
87,02
Riacho das Almas
60,14
Condado
120,65
Santa Cruz dos Milagres
136,88
Croatá
77,59
Santana do São Francisco
60,61
Filadélfia
115,16
Santarém
60,87
Fortim
129,06
São Bento do Una
55,38
Gameleiras
64,25
São Francisco
81,25
Guaiúba
São Gonçalo do Amarante
87,25
Hidrolândia
74,40
São João do Arraial
91,59
Irauçuba
0,00
Sento Sé
79,53
S/I
Sertânia
62,86
Itaiçaba
114,55
Tanguá
78,90
Itaueira
S/I
Taquarana
76,86 85,91
Itaeté
S/I
Luzilândia
85,62
Taquaritinga do Norte
Massapê do Piauí
101,82
Uiraúna
S/I
Viana
S/I
Minas Novas
0,00
Monsenhor Gil
100,00
Morrinhos
58,13
Virgem da Lapa
50,09
87
2.2.6
Recomendações
1. É preciso avançar na universalização do atendimento de pré-escolas, especialmente com articulação com programas federais, organizações da sociedade civil e outras instâncias de financiamento. Para dar qualidade ao atendimento, é preciso investir em infraestrutura das unidades existentes e das novas unidades, bem como ampliar a oferta de vagas em pré-escolas e a municipalização do atendimento. É preciso também avaliar se a oferta de unidades escolares em áreas urbanas e rurais está adequada à realidade do município. 2. Observar especialmente a existência de gibiteca, cantinhos da leitura e/ou acervo de livros adequados à idade das crianças que frequentam a pré-escola, tendo em vista a importância da utilização desse material na ampliação do conhecimento das crianças, do seu repertório lingüístico e cultural, bem como de formação de um público leitor. Tal medida trará impactos positivos ao longo da trajetória escolar e de vida dessas crianças. 3. Ainda são necessários grandes avanços para a ampliação de oferta de Educação Infantil em período integral. Nesse caso, recomenda-se a articulação da Secretaria de Educação com organizações da sociedade civil e outras secretarias municipais para a oferta de atividades extracurriculares no contraturno escolar, em conformidade com as necessidades específicas da pré-escola. 4. A qualidade de ensino visa também garantir uma média adequada de educandos por sala de aula, como forma de assegurar o atendimento das necessidades específicas e o desenvolvimento pleno das habilidades de cada criança 5. A criação e funcionamento efetivo do Conselho Municipal de Alimentação Escolar possibilita uma maior fiscalização dos recursos destinados à alimentação dos educando e o atendimento da diretriz legal de universalização de merenda escolar na Educação Infantil. 6. Recomenda-se que sejam estabelecidas ações articuladas entre as diferentes secretarias municipais para que atuem no sentido de reduzir o número de crianças fora do sistema de ensino e garantir as condições adequadas para o aprendizado e frequência deste público à escola. 7. É fundamental garantir transporte público escolar gratuito e de qualidade a todas as crianças da pré-escola, especialmente àquelas que residem em lugares mais distantes das unidades escolares ou que se encontram em áreas de maior vulnerabilidade ou risco.
88
Indicador estratégico:
2.3
Educação Inclusiva
Número de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes comuns
Definição do indicador: Este indicador fornece elementos para avaliar quanto o município está se adequando aos preceitos da educação inclusiva, ou seja, em que medida promove o acesso de crianças especiais à Educação Básica e à Educação de Jovens e Adultos (EJA) por meio de sua inclusão em classes comuns das Redes Municipal e Estadual. De acordo com o Ministério da Educação, “a educação especial se destina às pessoas com necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades” (BRASIL/MEC, 2001, p. 86).
Modelo de cálculo: O indicador em questão compreende os seguintes dados: Número absoluto de matrículas de alunos com necessidades especiais em classes comuns da rede municipal, considerando as matrículas na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos.
Aplicabilidade: A educação inclusiva visa estabelecer uma nova cultura nas práticas e políticas pedagógicas. As escolas devem responder à diversidade de alunos de uma maneira humanística e democrática. Ao reconhecer um valor na singularidade de cada aluno, a escola estimula o convívio e integração entre as pessoas e ensina o respeito à diferença. O atendimento ao aluno com necessidades especiais em classes e escolas especiais deve ser viabilizado somente quando, em função das necessidades específicas do educando, não for possível atendê-lo no sistema regular. A educação inclusiva visa não apenas permitir que as crianças especiais aprendam e se socializem com as demais crianças, mas também criar uma sociedade onde todos interajam e respeitem as singularidades de cada pessoa.
Fatores correlatos:
Matrículas de alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular; Acessibilidade dos espaços físicos; Invisibilidade social das crianças e adultos com deficiência.
89
2.3.1
Cenário Nacional
A discussão sobre a educação inclusiva é relativamente recente em todo o mundo. É somente a partir das últimas décadas do século XX que o debate ganhou corpo, quando surgiram novas abordagens que deixaram de conceber educação especial como algo diferenciado da educação regular. Um dos marcos para tanto foi a elaboração do Relatório Warnock (1978). De acordo com Laplane (2006), deve-se destacar que: Dentre as recomendações do Relatório [Warnock] estava a de que a provisão de educação especial fosse vista mais como “adicional e suplementar”, do que “separada e alternativa” ao ensino regular. Para a maioria dos alunos, ela deveria ocorrer, portanto, na sala de aula comum, com apoio, se fosse necessário. Foi proposto, também, um sistema para identificar e avaliar as necessidades educacionais das crianças. Os pais foram considerados como participantes-chave no processo de tomada de decisões (LAPLANE, 2006, p. 699).
Esse documento marcou o cenário internacional, por mudar a concepção da educação para as pessoas com necessidades especiais e compreender a responsabilidade do ensino regular na provisão de aprendizagem às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Ou seja, colocou-se em foco a inserção deste atendimento no ensino regular, integrado ao sistema de ensino ofertado à população como um todo. Em 1990 as Nações Unidas estabeleceu por meio da Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem26 a educação inclusiva como uma questão de direitos humanos, tendo como foco a equalização de oportunidades às pessoas com deficiências. Segundo tal concepção, as unidades escolares deveriam se adaptar às necessidades dos alunos e não o contrário. De acordo com Laplane (2006), somente com a promulgação da Constituição Federal, que determinou que os portadores de deficiência devam ser educados de forma preferencial na rede regular de ensino, é que foi oficializado um dos princípios da educação inclusiva no país. Na década 1990, esta normativa foi reiterada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Segundo o texto da LDB, a educação especial corresponde à “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” (Lei nº 9.394/1996, Cap. 5, Art. 58). Por fim, deve-se destacar o documento publicado pelo Ministério da Educação intitulado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2007), por colocar, em conformidade com as diretrizes da ONU, os seguintes princípios e prioridades: Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; Atendimento educacional especializado; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; Participação da família e da comunidade; Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e Articulação intersetorial 27 na implementação das políticas públicas” (MEC/SEESP, 2007, p. 08) . 26
Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf. Acesso em: 12/5/2011.
27
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em: 12/5/2011.
90
Mais recentemente se tem observado no mundo e no Brasil a intensificação dos movimentos que visam à inclusão social de pessoas com deficiência, por meio da sua inserção em espaços sociais, no mercado de trabalho, na educação escolar, com ênfase para o atendimento em classes comuns. Nesse sentido, há prerrogativas quanto à provisão de estruturas físicas acessíveis, como espaços públicos e privados adaptados com rampas de acesso, faróis sonoros, pisos especiais, entre outros. Deve-se reforçar que em 2004, por meio do Decreto Federal 5.296, a União determinou que “todos os estabelecimentos de ensino proporcionassem condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida”. Estabeleceu-se um prazo de 30 meses para que as edificações passassem a garantir a acessibilidade - o prazo venceu em 2007. Os dados de matrículas da educação especial (MEC - Censo Escolar 2009), por níveis de ensino, expressos na Tabela 1, indicam que em 2009 identificaram-se 33.641 matrículas especiais na Educação Infantil (tempo parcial e integral) e 262.212 nos anos iniciais do ensino fundamental, contra 96.489 nos anos finais do ensino fundamental. Já as matrículas de educação especial em EJA superaram em termos absolutos as de Educação Infantil, sendo igual a 34.703 em 2009.
Tabela 1 Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Especiais no Ensino Regular no Brasil, por Dependência Administrativa, em 2009 Dependência Administrativa
Educação Infantil
Ensino Fundamental Anos Iniciais
Ensino Fundamental Anos Finais
EJA Presencial Ensino Fundamental
Municipal
27.704
190.641
40.124
26.215
Estadual
5.937
71.571
56.365
8.515
33.641
262.212
96.489
34.730
TOTAL (Estadual e Municipal)
Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar, 2009.
Os dados divulgados na Sinopse das Ações do Ministério da Educação (2010)28, evidenciam uma ampliação em 182,7% das matrículas de alunos com necessidades especiais em escolas regulares e salas comuns entre 2000 e 2009. No mesmo período houve uma redução de 50,5% nas matrículas em escolas especiais e classes especiais. Percebe-se uma tendência positiva de aumento da inclusão de indivíduos com deficiências em unidades e salas comuns. Vale indicar, que não de deve esperar a ausência de espaços de atendimento especializados, mas sim, que se tornem alternativa complementar ao atendimento da população deficiente e não a única opção para o acesso à educação.
28
Ministério da Educação. Sinopse das Ações do Ministério da Educação. Brasília: MEC, novembro de 2010.
91
Cenário dos Municípios PPAC
2.3.2
Nos municípios PPAC, em 2009, observou-se a tendência de redução das matrículas em escolas especiais e salas especiais e ao mesmo tempo um aumento das matrículas de alunos com necessidades especiais em classes comuns, que, conforme o Gráfico 1, houve um aumento de 19,9% das matrículas de alunos com necessidades especiais em salas comuns e uma redução de 12,4% delas em salas e unidades especiais no mesmo período. Gráfico 1
Matrículas Municipais de Educação Especial por Tipo de Classe nos Municípios PPAC (2008 e 2009) 100.000
90.000
89.007 80.000
83.951
70.000
60.000
57.445
50.000
47.929
40.000
36.022
30.000
31.562 20.000
10.000
-
2008
Total Salas Comuns
Total Salas e Unidades Especiais
2009
Total Salas Comuns, Especiais e Undiades Especiais
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Quando são observadas as matrículas da educação especial em classes comuns, distribuídas por nível de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos), nota-se que em todos os níveis houve um aumento em termos absolutos entre 2008 e 2009 (Gráfico 2). As redes municipal e estadual apresentaram um total de matrículas de educação especial para o Ensino Fundamental igual a 59.252 em 2009, com aumento de 16% em comparação a 2008. Já o número de matrículas da educação especial na rede estadual e municipal para a EJA foi igual a 6.904 em 2009, representando um aumento de 28% em relação a 2008. As matrículas de educação especial em Educação Infantil (redes municipal e conveniada) indicaram elevação de 26,6% entre 2008 e 2009, atingindo um total de 8.266 em 2009.
92
Gráfico 2 Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns, por Níveis de Ensino (2008 e 2009) 70000
60000
59252 50000
51023 40000
30000
20000
10000
0
8266
6528
6904
5392 2008
Educação Infantil (municipal e conveniada)
2009
Ensino Fundamental (estadual e municipal)
EJA (estadual e municipal)
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
As matrículas de alunos especiais em classes comuns na Educação Infantil representaram em média 0,8% do total de matrículas da Educação Infantil em rede municipal e conveniada dos municípios PPAC. Conforme a Figura 1, cerca de 95,2% dos municípios PPAC apresentaram proporções de matrículas especiais em classes comuns inferiores a 4% em relação ao total de matrículas na Educação Infantil em 2009. Nesse sentido foram identificados 2 municípios29 com proporções superiores a 12%.
29
Municípios PPAC com proporção acima de 12% de matrícula especial na Educação Infantil (rede municipal e conveniada) em 2009: Buritis (BA) e Capela do Alto Alegre (BA).
93
Figura 1 Proporção de Matrículas especiais de Educação Infantil em salas comuns Municípios PPAC - 2009
94
É relevante resgatar que na análise da infraestrutura de creche e pré-escola dos municípios PPAC observouse uma baixa média de unidades escolares com barras de apoio e rampas de acesso para uso pelas pessoas com deficiência. A questão ganha importância ainda maior quando analisada no contexto da educação inclusiva. A existência de estruturas arquitetônicas e pedagógicas podem servir de barreiras para a inserção e permanência desses adolescentes na escola. Considerando as observações e análises traçadas até este momento, pode-se dizer que os municípios PPAC, de maneira geral, caminham no sentido de promover a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos, porém têm o desafio de investir na infraestrutura das unidades escolares existentes, bem como manter a tendência de inclusão desses alunos em salas comuns e, ainda, ampliar a oferta de capacitação dos profissionais de educação e aumentar a provisão de material pedagógico de qualidade.
2.3.3
Análise do “Grupo 1”
O Grupo 1 de municípios PPAC apresentou um total de 7.406 matrículas de alunos com necessidades educativas especiais em salas comuns da Educação Infantil em 2009, o que representou aumento de 24,1% em relação a 2008 (Tabela 2). Deste total, 22,6% foram de matrículas na rede conveniada. Quanto ao Ensino Fundamental, houve um total de matrículas de alunos especiais em classes comuns igual a 53.091, ocorrendo um aumento de 16,7% em comparação a 2008. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também apresentou elevação, porém da ordem de 32,6% entre 2008 e 2009, passando para 6.412 matrículas especiais em 2009. Das matrículas especiais em EJA, 13,6% eram da rede estadual. Tabela 2 Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Especiais em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede e Níveis de Ensino, em 2008 e 2009 2008 Tipos de Rede
Níveis de Ensino Educação Infantil
Rede Municipal
Ensino Fundamental EJA
Rede Estadual
Ensino Fundamental EJA
Rede Conveniada Educação Infantil
Números Absolutos
2009 Média
Números Absolutos
Variação 2008 e 2009 (em %)
Média
5.010
36
5.729
38
14,35
33.501
239
39.926
263
19,18
3.715
27
5.537
37
49,04
11.986
116
13.165
125
9,84
1.121
11
875
9
-21,94
956
10
1.677
16
75,42
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Portanto, no Grupo 1 de municípios PPAC, em todos os níveis de educação, constata-se um aumento no número de matrículas em classes comuns dos alunos com necessidades educativas especiais. Tal situação se assemelha à tendência observada para o Brasil e para o total de municípios PPAC. Destaca-se que o Grupo 1
95
apresentou uma proporção de aumento das matrículas especiais na EJA superior à média dos demais municípios PPAC entre 2008 e 2009. Conforme a Tabela 3, o total de matrículas da Educação Infantil em classes comuns nos municípios do Grupo 1, 0,6% correspondiam às matrículas de alunos com necessidades educativas especiais. Embora esse percentual aparentemente não seja tão significativo, observa-se que entre os anos de 2008 e 2009 houve um aumento de 20,5% na proporção de alunos especiais matriculados na Educação Infantil. Tabela 3 Distribuição de Matrículas de alunos com Necessidades Especiais na Educação Infantil Municipal no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Dependência Administrativa, em 2008 e 2009 Matrículas em Educação Infantil em Classes Comuns Número de Matrículas Geral (N.A.) 2008
928.236
Rede Total Conveniada Conveniada e Municipal 207.469
1.135.705
5.010
956
5.966
0,54
0,46
0,53
941.969
227.922
1.169.891
5.729
1.677
7.406
Proporção Especial VS Geral (%)
0,61
0,74
0,63
Número de Matrículas Geral
1,48
9,86
3,01
14,35
75,42
24,14
12,68
59,68
20,51
Número de Matrículas Especiais (N.A.) Proporção Especial VS Geral (%) Número de Matrículas Geral (N.A.)
2009
Rede Municipal
Número de Matrículas Especiais (N.A.)
Variação 2008 e 2009 Número de Matrículas Especiais (em %) Proporção Especial VS Geral
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Pela Tabela 3, verifica-se que a ampliação da inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais em classes comuns da educação infantil se deu especialmente na rede conveniada, que apresentou entre os anos de 2008 e 2009 um maior aumento (75,4%) no número de matrículas se comparada à rede municipal (14,3%). Ou seja, no Grupo 1 de municípios, apesar de as proporções de matrículas especiais serem inferiores a 1%, percebe-se um aumento entre os anos de 2008 e 2009. Tal fato pode indicar um ligeiro avanço em relação à inclusão de crianças com necessidades educativas especiais no sistema de ensino gratuito e regular. Entretanto, deve-se fazer uma avaliação mais profunda a respeito do aumento no número de matrículas da rede conveniada ter sido mais elevado do que o da rede municipal nesse período, conforme o Decreto 6.253/2007. A data de 1º de janeiro de 2012 se constitui prazo-limite para o repasse de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), via município, às pré-escolas conveniadas, tendo em vista o cômputo das matrículas das crianças de 4 a 6 anos efetuadas até 2006. A mesma situação se aplica às creches conveniadas, que receberão recursos do Fundeb até 2020; nesse caso serão computadas as matrícula de crianças com até 3 anos e 11 meses de idade efetuadas até 2016. É importante e urgente que todos os municípios tenham feito seu planejamento e revisto a estrutura de sua rede de ensino visando absorver nas unidades públicas a demanda atendida pela rede conveniada.
96
Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Total de Rede Municipal Rede Estadual Conveniada Matrículas Município Ensino Ensino Ensino Ensino de Alunos EJA EJA Infantil Fundamental Fundamental Infantil Especiais Abaetetuba
30
358
63
500
S/I
14
965
Acopiara
1
37
10
2
0
0
50
Alfenas
22
53
1
278
12
4
370
Altamira
11
114
6
0
0
0
131
Ananindeua
32
163
7
198
54
S/I
454
Anápolis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Aracaju
17
109
9
S/I
S/I
S/I
135
Aracati
4
54
9
0
0
0
67
Arapiraca
6
136
S/I
S/I
S/I
S/I
142
Atibaia
22
114
38
0
0
0
174
Balneário Camboriú
32
254
25
S/I
S/I
0
311
Bauru
85
326
87
178
0
0
676
Belo Horizonte
232
1558
97
1695
93
307
3982
Betim
4
875
0
S/I
S/I
45
924
Blumenau
46
349
0
S/I
S/I
S/I
395
Botucatu
50
28
6
164
1
0
249
Bragança Paulista
14
93
16
341
15
0
479
Brumado
0
12
0
1
4
0
17
Cabo de Santo Agostinho
26
267
52
9
1
2
357
Cachoeiras de Macacu
9
83
17
22
3
0
134
Cajamar
19
106
4
S/I
S/I
S/I
129
Cambé
4
19
2
29
0
S/I
54
Campinas
358
635
0
S/I
0
S/I
993
Campo Formoso
21
183
10
0
1
0
215
Campo Mourão
12
202
3
0
0
0
217
Canoas
18
345
61
101
5
S/I
530
Canoinhas
16
86
0
25
21
0
148
Cariacica
112
598
31
168
6
S/I
915
Cascavel
S/I
174
S/I
S/I
S/I
S/I
174
Catanduva
0
54
8
52
0
0
114
Caxias do Sul
12
796
17
287
0
20
1132
Chapecó
45
223
58
120
18
2
466
Colatina
10
175
0
50
0
0
235
Concórdia
18
49
2
27
0
0
96
Contagem
27
750
88
S/I
S/I
S/I
865
97
Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Total de Rede Municipal Rede Estadual Conveniada Matrículas Município Ensino Ensino Ensino Ensino de Alunos EJA EJA Infantil Fundamental Fundamental Infantil Especiais Cosmópolis
23
50
20
0
0
0
93
Cotia
38
141
26
S/I
S/I
S/I
205
Criciúma
16
128
5
53
0
1
203
Cruz Alta
8
97
1
0
0
0
106
Cuiabá
0
0
0
0
0
0
0
Curitiba
114
677
54
236
20
20
1121
Diadema
128
423
181
642
8
3
1385
Dias d'Ávila
7
70
1
0
0
0
78
Embu
84
267
54
366
8
6
785
Escada
5
16
3
S/I
S/I
S/I
24
Fernandópolis
8
32
11
0
0
0
51
Florianópolis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Fortaleza
167
1557
186
193
45
S/I
2148
Franca
61
276
76
S/I
S/I
S/I
413
Gaspar
21
74
2
31
0
0
128
Gravatá
2
23
1
10
0
0
36
Guarujá
73
286
109
S/I
S/I
0
468
Guarulhos
198
538
82
15
S/I
5
838
Horizonte
6
193
3
0
S/I
0
202
Igarassu
22
207
37
S/I
S/I
S/I
266
Iguatu
S/I
23
28
S/I
S/I
S/I
51
Imperatriz
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Ipirá
15
223
29
S/I
S/I
S/I
267
Irecê
11
94
6
0
0
7
118
Itabira
2
118
2
114
1
2
239
Itajubá
5
74
S/I
74
S/I
208
361
Itapecerica da Serra
0
0
10
0
0
0
10
Itapetininga
23
154
36
379
22
0
614
Itapeva
0
93
0
0
0
0
93
Itapira
12
3
50
12
0
0
77
Itaquaquecetuba
8
198
7
S/I
S/I
S/I
213
Itatiba
22
240
24
0
0
0
286
Itaúna
12
32
1
32
0
21
98
Itu
7
156
34
40
1
0
238
Itumbiara
0
148
8
S/I
S/I
S/I
156
98
Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Total de Rede Municipal Rede Estadual Conveniada Matrículas Município Ensino Ensino Ensino Ensino de Alunos EJA EJA Infantil Fundamental Fundamental Infantil Especiais Jaboatão dos Guararapes
9
154
18
S/I
S/I
S/I
181
Jaboticabal
18
120
35
S/I
S/I
S/I
173
Jacareí
69
282
80
565
21
0
1017
Jaú
17
166
20
174
8
S/I
385
Jequié
38
437
94
S/I
S/I
6
575
João Monlevade
4
45
9
36
1
2
97
João Pessoa
20
486
77
S/I
S/I
S/I
583
Joinville
56
305
42
S/I
S/I
S/I
403
Juazeiro
35
351
46
4
1
S/I
437
Juiz de Fora
28
296
99
172
0
9
604
Jundiaí
44
221
28
49
10
4
356
Lauro de Freitas
4
79
0
0
0
1
84
Lençóis Paulista
46
239
0
129
0
0
414
Limoeiro do Norte
23
456
33
20
13
0
545
Londrina
19
340
53
S/I
S/I
S/I
412
Lorena
11
18
33
S/I
S/I
S/I
62
Maracanaú
20
293
161
48
4
0
526
Marília
70
69
4
247
1
0
391
Maringá
32
173
195
S/I
S/I
S/I
400
Mauá
39
29
124
S/I
S/I
S/I
192
Mesquita
3
82
24
S/I
S/I
18
127
Mirassol
6
33
1
S/I
S/I
S/I
40
Mogi das Cruzes
21
158
20
364
40
4
607
Mogi Mirim
0
146
20
0
0
0
166
Mossoró
39
199
18
S/I
S/I
S/I
256
Navegantes
10
62
1
17
S/I
0
90
Olímpia
3
18
3
0
0
0
24
Olinda
4
39
19
275
57
S/I
394
Ouro Preto
11
44
2
S/I
S/I
S/I
57
Pacajus
13
124
2
0
0
0
139
Palmas
27
264
0
272
4
6
573
Paragominas
14
93
8
0
0
0
115
Paranaguá
30
46
3
0
0
0
79
Paranavaí
3
403
5
S/I
S/I
S/I
411
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Paulínia
99
Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Total de Rede Municipal Rede Estadual Conveniada Matrículas Município Ensino Ensino Ensino Ensino de Alunos EJA EJA Infantil Fundamental Fundamental Infantil Especiais Paulo Afonso
22
240
21
6
0
S/I
289
Pelotas
14
204
33
136
4
S/I
391
Petrolina
26
267
28
292
13
283
909
Piracicaba
69
169
34
299
S/I
30
601
Pirassununga
13
77
0
S/I
S/I
S/I
90
Piripiri
0
62
6
90
8
60
226
Poços de Caldas
30
185
7
15
0
4
241
Porto Alegre
107
1852
200
S/I
S/I
42
2201
Porto Ferreira
4
22
3
12
3
2
46
Praia Grande
66
367
32
107
2
0
574
Presidente Prudente
28
208
11
208
8
3
466
Recife
75
1186
543
184
77
320
2385
Resende
23
282
18
52
6
0
381
Rio Branco
62
223
12
766
199
0
1262
Rio Claro
87
140
20
18
0
0
265
Rio das Ostras
18
122
13
S/I
S/I
0
153
Rio de Janeiro
521
2764
282
S/I
S/I
S/I
3567
Rio do Sul
12
43
10
53
12
S/I
130
Rolim de Moura
4
32
2
S/I
S/I
S/I
38
Russas
16
192
1
0
0
0
209
Salgueiro
10
25
3
39
6
0
83
Santana de Parnaíba
57
155
20
0
0
0
232
Santana do Livramento
4
57
0
S/I
S/I
2
63
Santo André
130
420
269
322
S/I
6
1147
Santo Ângelo
13
44
10
100
2
117
286
Santos
86
698
81
70
0
0
935
São Bento do Sul
20
94
0
S/I
S/I
S/I
114
São Bernardo do Campo
65
1402
140
S/I
S/I
11
1618
São Caetano do Sul
52
252
22
S/I
S/I
14
340
São Carlos
32
56
15
37
0
3
143
São José dos Campos
186
538
30
323
S/I
6
1083
São Leopoldo
17
172
9
155
S/I
6
359
São Roque
22
151
28
0
24
11
236
São Sebastião
29
187
21
0
0
0
237
São Sebastião do Paraíso
2
32
15
161
1
0
211
100
Total de Matrículas de Educação Especial em Classes Comuns no Grupo 1 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Total de Rede Municipal Rede Estadual Conveniada Matrículas Município Ensino Ensino Ensino Ensino de Alunos EJA EJA Infantil Fundamental Fundamental Infantil Especiais São Vicente
54
935
164
0
0
0
1153
Sapiranga
34
120
26
3
0
1
184
Senhor do Bonfim
22
260
56
S/I
S/I
S/I
338
Tatuí
2
162
0
S/I
S/I
0
164
Teófilo Otoni
5
106
17
131
0
S/I
259
Timon
2
43
27
S/I
S/I
S/I
72
Uberaba
34
30
11
S/I
0
7
82
Uberlândia
102
765
28
438
1
4
1338
Unaí
17
75
0
47
0
S/I
139
Vila Velha
58
504
15
21
9
14
621
Vinhedo
16
268
40
2
0
0
326
Vitória
161
850
50
S/I
S/I
1
1062
Vitória da Conquista
19
280
49
S/I
S/I
S/I
348
Volta Redonda
51
276
24
115
1
13
480
Votorantim
6
62
0
89
0
0
157
Votuporanga
25
11
0
58
0
0
94
101
2.3.4
Análise do “Grupo 2”
O Grupo 2 de municípios PPAC apresentou, em 2009, um total de 990 matrículas de alunos com necessidades educativas especiais em classes comuns da Educação Infantil, uma elevação de 71,2% em relação a 2008 (Tabela 4). Também se verificou um aumento no número de matrículas no Ensino Fundamental, de 9,3% nesse período. Em relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA) o Grupo 2 registrou queda de 25,3% nas matrículas de alunos com necessidades especiais em classes comuns da EJA (rede municipal e estadual), passando de 312 matrículas em 2008 para 233 em 2009. Essa tendência se mostra contrária àquela observada para o total de municípios PPAC, que, conforme analisado anteriormente, apresentou elevação de matrículas de alunos especiais em todos os níveis da educação.
Tabela 4 Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Especiais em Classes Comuns no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Dependência Administrativa e Níveis de Ensino, em 2008 e 2009 Dependência Administrativa
Níveis de Ensino Educação Infantil
Rede Municipal
Rede Estadual Rede Conveniada
Ensino Fundamental
2008
2009
Variação 2008 e 2009 (em %) Números Absolutos Média Números Absolutos Média 333
3
481
4
44,44
3311
28
3493
27
5,50
EJA
190
2
142
1
-25,26
Ensino Fundamental
702
8
896
9
27,64
EJA
122
1
91
1
-25,41
32
0
144
1
350,00
Educação Infantil
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
A Tabela 5 mostra que em 2009 o número de matrículas de alunos especiais representa 0,5% do total de matrículas de educação infantil em salas comuns (rede conveniada e municipal). Embora este percentual ainda não seja muito significativo, deve-se observar que no período de 2008 a 2009 houve um aumento de 59,5% neste tipo de matrícula, o que pode constituir um indicativo de que os municípios do Grupo 2 têm buscado assegurar a inclusão de crianças com necessidades educativas especiais no sistema de ensino regular.
102
Tabela 5 Distribuição de Matrículas Especiais na Educação Infantil Municipal no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Dependência Administrativa, em 2008 e 2009 Matrículas em Educação Infantil em Classes Comuns
Rede Municipal
Número de Matrículas Geral (N.A.) 2008
Variação 2008 e 2009 (em %)
Total Conveniada e Municipal
99.527
6.196
105.723
Número de Matrículas Especiais (N.A.)
333
32
365
Proporção Especial VS Geral (%)
0,33
0,52
0,35
Número de Matrículas Geral (N.A.) 2009
Rede Conveniada
106.011
7.444
113.455
Número de Matrículas Especiais (N.A.)
481
144
625
Proporção Especial VS Geral (%)
0,45
1,93
0,55
Número de Matrículas Geral
6,51
20,14
7,31
Número de Matrículas Especiais
44,44
350,00
71,23
Proporção Especial VS Geral
35,61
274,56
59,56
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Os dados da Tabela 5 revelam também que, na comparação com a rede municipal, a rede conveniada apresentou um maior aumento (na ordem de 350%) no número de matrículas de alunos especiais em salas comuns da Educação Infantil entre 2008 e 2009. Conforme já apontado para os municípios do Grupo 1, essa é uma situação preocupante, tendo em vista que até 1º de janeiro de 2012 os municípios brasileiros não poderão mais repassar recursos dos Fundeb para as pré-escolas conveniadas, considerando, nesse caso, cômputo das matrículas das crianças de 4 a 6 anos efetuadas até 2006 (Decreto 6.253/2007). No caso das creches, o prazo se estende até 2020, porém terá como referência as matrículas de crianças de até 3 anos e 11 meses de idade realizadas até 2016. Tanto no caso das pré-escolas como no das creches, as unidades escolares públicas precisarão absorver a demanda até então atendida pela rede conveniada. Tal fato cobrará do poder público municipal um novo planejamento e preparação para que possa receber e atender com qualidade essas crianças.
103
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Adamantina
0
10
2
6
0
0
18
Agrolândia
2
12
0
0
0
0
14
Aguaí
0
0
0
0
0
0
0
Altinópolis
0
11
0
S/I
S/I
S/I
11
Alto Araguaia
0
0
0
S/I
S/I
S/I
0
Alvinópolis
0
0
0
0
0
0
0
Américo Brasiliense
4
55
1
7
1
S/I
68
Ariranha
0
4
0
5
0
0
9
Arroio do Meio
1
13
0
6
0
1
21
Balneário Pinhal
0
18
0
9
0
0
27
Barra Bonita
2
39
3
S/I
S/I
S/I
44
Barroso
1
6
S/I
S/I
S/I
0
7
Bataguassu
4
10
0
28
2
0
44
Município
Batayporã
0
0
0
0
0
0
0
Bocaina
15
62
0
0
0
0
77
Brotas
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Buritama
0
13
0
0
0
0
13
Buritis
97
52
7
12
0
127
295
Campos do Jordão
0
67
0
0
0
0
67
Capão Bonito
4
36
0
36
0
0
76
Carambeí
1
132
5
6
15
1
160
Cássia
0
1
0
4
4
0
9
Cesário Lange
S/I
10
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Colinas do Tocantins
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Conchal
8
21
3
S/I
S/I
0
32
Cornélio Procópio
0
68
0
0
0
0
68
S/I
14
0
0
0
0
14
Cruzeiro do Oeste
1
30
0
20
0
0
51
Cruzília
0
16
0
0
0
0
16
Dois Córregos
1
21
0
S/I
S/I
S/I
22
Dolcinópolis
0
0
0
0
0
0
0
Estrela d'Oeste
0
0
0
8
0
0
8
Eusébio
14
73
9
3
0
0
99
Cristais Paulista
104
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Fazenda Vilanova
0
6
0
0
0
0
6
Forquilhinha
6
22
S/I
S/I
S/I
S/I
28
Garça
9
95
0
S/I
S/I
S/I
104
Garuva
1
10
0
1
4
0
16
Guaíra
2
40
0
0
0
0
42
Guará
0
26
0
0
0
0
26
Guarani
0
9
0
2
0
0
11
Guarani d'Oeste
0
0
0
0
0
0
0
Guararema
0
15
0
0
S/I
0
15
Guariba
50
5
8
0
0
0
63
Iacri
0
0
0
0
0
0
0
Ibiporã
23
54
S/I
31
S/I
S/I
108
Ibiraci
0
7
0
2
0
0
9
Ilha Solteira
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
4
4
Indaial
14
59
5
10
0
0
88
Ipiaú
13
171
S/I
S/I
S/I
S/I
184
Iracemápolis
4
7
12
S/I
S/I
2
25
Itacuruba
0
7
5
S/I
S/I
0
12
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
0
4
0
37
1
0
42
Itatiaia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Itupeva
Município
Itajobi Itanhandu
S/I
S/I
S/I
0
0
0
0
Jardinópolis
4
48
4
0
0
0
56
Ladário
7
13
3
11
0
0
34
Lagoa Grande
1
2
S/I
25
1
S/I
29
Lima Duarte
2
12
0
19
0
0
33
Lindoia do Sul
1
4
0
5
0
0
10
Lindolfo Collor
0
5
0
0
0
0
5
Lucrécia
0
4
0
0
0
0
4
Macatuba
2
26
1
22
1
0
52
Magda
0
0
0
15
0
0
15
Maracaju
1
31
0
S/I
S/I
S/I
32
105
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Marau
3
23
7
12
0
0
45
Martinópolis
7
11
0
0
0
0
18
Mongaguá
S/I
30
S/I
S/I
S/I
S/I
30
Montanha
0
12
0
S/I
S/I
0
12
Monte Alto
0
207
0
4
0
0
211
Monte Aprazível
0
43
0
0
0
6
49
Monte Carmelo
0
1
0
51
1
0
53
Monte Castelo
3
4
2
0
0
0
9
Monte Mor
8
53
6
15
10
0
92
Morro Agudo
0
41
0
120
0
0
161
Morro da Garça
0
5
0
0
0
0
5
Muritiba
0
0
0
0
0
0
0
Naviraí
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Neves Paulista
Município
S/I
12
S/I
S/I
S/I
S/I
12
Nortelândia
0
9
0
48
0
0
57
Nova Alvorada do Sul
2
25
S/I
S/I
S/I
S/I
27
Nova Andradina
5
74
5
62
13
S/I
159
Nova Europa
0
6
0
0
0
0
6
Nova Mutum
11
28
0
1
5
0
45
Nova Odessa
3
25
4
0
0
0
32
Nova Petrópolis
2
10
0
0
0
0
12
Nova Prata
8
27
3
17
0
0
55
Nova Trento
4
22
0
0
0
0
26
Nova Veneza
2
3
0
9
0
0
14
Nuporanga
0
0
0
S/I
S/I
S/I
0
Orlândia
3
S/I
S/I
S/I
2
S/I
5
Osório
1
85
0
S/I
S/I
S/I
86
Osvaldo Cruz
5
11
0
0
0
0
16
Otacílio Costa
6
17
S/I
S/I
S/I
S/I
23
Ouro Fino Pains Palmeira
3
2
0
14
0
0
19
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
5
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
5
106
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Palmeira d'Oeste
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Paraíso do Norte
0
52
3
0
3
0
58
Pedrinhas Paulista
0
0
0
3
0
0
3
Picuí
6
51
3
S/I
S/I
S/I
60
Pimenta
1
22
0
S/I
S/I
1
24
Piraí
1
40
0
S/I
S/I
S/I
41
Pomerode
0
59
0
7
0
0
66
Populina
0
14
0
0
0
0
14
Porangatu
5
104
2
23
2
0
136
Porto Belo
1
11
0
0
0
0
12
Porto Feliz
0
165
3
13
1
0
182
Porto União
5
15
0
40
16
0
76
Potirendaba
1
32
0
0
0
0
33
Quatro Barras
1
37
2
22
0
0
62
Rancharia
5
15
1
S/I
S/I
S/I
21
S/I
20
0
S/I
S/I
S/I
20
Rincão
4
9
1
3
0
2
19
Rio Brilhante
4
66
0
0
0
0
70
Rio Verde de Mato Grosso
1
19
0
68
4
0
92
Riolândia
0
0
0
0
0
0
0
S/I
11
S/I
S/I
S/I
S/I
11
Santa Fé do Sul
1
50
0
0
2
0
53
Santa Isabel
0
0
0
0
0
0
0
Santa Rita do Sapucaí Santo Antônio do Aracanguá
0
3
1
18
2
0
24
Município
Ribas do Rio Pardo
Salinas
0
5
0
S/I
S/I
S/I
5
S/I
S/I
3
S/I
S/I
S/I
3
São Jorge do Patrocínio
0
16
1
0
0
0
17
São José da Bela Vista São José dos Quatro Marcos
6
17
0
0
0
0
23
15
30
S/I
4
S/I
S/I
49
São Sebastião da Grama
0
0
0
0
0
0
0
São Sebastião do Passé
1
64
18
1
0
0
84
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
0
São João do Piauí
Serrana
107
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 2 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Severínia
0
25
0
0
0
0
25
Tambaú
1
55
0
0
0
0
56
Tarumã
6
16
5
8
1
0
36
Tijucas
19
6
0
0
0
0
25
Três Fronteiras
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Tucumã
3
18
0
0
0
0
21
Tupandi
2
10
0
0
0
0
12
Turiúba
0
1
0
1
0
0
2
Urânia
S/I
S/I
2
S/I
S/I
S/I
2
Urupês
1
35
1
0
0
0
37
Valentim Gentil
0
13
0
0
0
0
13
Vargem Grande Paulista
15
47
0
S/I
S/I
0
62
Viçosa
0
6
1
0
0
0
7
Viradouro
0
72
0
2
0
0
74
Município
108
2.3.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 de municípios PPAC registrou, em 2009, um total de 235 matrículas de alunos com necessidades educativas especiais na Educação Infantil (salas comuns), o que representou um aumento de 19,3% em comparação a 2008 (ver Tabela 6). A elevação desse tipo de matrícula também foi constatada no Ensino Fundamental - aumento de 16,15% entre 2008 e 2009 - e na EJA - crescimento de 6,14% de 2008 a 2009.
Tabela 6 Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Especiais em Classes Comuns no Grupo 3 de Municípios PPAC, por Dependência Administrativa e Níveis de Ensino, em 2008 e 2009 Dependência Administrativa
Educação Infantil Rede Municipal
2008
Níveis de Ensino
Números Absolutos 197
Ensino Fundamental EJA
Rede Estadual
2009 Média
Variação 2008 e 2009
5
Números Absolutos 234
Média
1463
35
1686
35
5
18,78 (em %) 15,24
209
6
217
5
3,83
Ensino Fundamental
60
2
86
2
43,33
EJA
35
1
42
1
20,00
0
0
1
0
100,00
Rede Conveniada Educação Infantil
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Pela observação da Tabela 7, se verifica que as matrículas de alunos com necessidades educativas especiais representam 0,57% do total de matrículas de Educação Infantil em salas comuns (rede conveniada e municipal) em 2009 e que este tipo de matrícula apresentou um crescimento modesto (5,6%) entre 2008 e 2009. Tabela 7 Distribuição de Matrículas Especiais na Educação Infantil Municipal no Grupo 3 de Municípios PPAC, por Dependência Administrativa, em 2008 e 2009 Matrículas em Educação Infantil em Classes Comuns Número de Matrículas Geral (N.A.) 2008
Rede Conveniada
33.849
958
Total Conveniada e Municipal 34.807
Número de Matrículas Especiais (N.A.)
197
0
197
Proporção Especial VS Geral (%)
0,58
0,00
0,57
38.596
697
39.293
234
1
235
Número de Matrículas Geral (N.A.) 2009
Rede Municipal
Número de Matrículas Especiais (N.A.) Proporção Especial VS Geral (%)
0,61
0,14
0,60
Variação Número de Matrículas Geral 2008 e Número de Matrículas Especiais 2009 Proporção Especial VS Geral (em %)
14,02
-27,24
12,89
18,78
100,00
19,29
4,17
14,35
5,67
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
109
Diferentemente do que foi constatado para os Grupos 1 e 2, os municípios do Grupo 3 concentram quase que praticamente todas as matrículas de alunos com necessidades educativas especiais na rede de ensino municipal, havendo uma participação quase que inexistente da rede conveniada. O desafio que se coloca é o de assegurar condições adequadas de acessibilidade à escola para as pessoas com necessidades especiais, investir na qualificação dos profissionais da educação, bem como garantir materiais pedagógicos e equipamentos adequados que favoreçam o processo de ensino e de aprendizagem e a plena integração dos alunos especiais com as demais crianças. Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 3 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal Município
Açucena
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
Rede Conveniada
Rede Estadual EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
0
5
0
0
0
0
5
Andorinha
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Aracoiaba
3
36
12
0
0
0
51
Aratuba
1
50
0
S/I
S/I
S/I
51
S/I
S/I
S/I
6
S/I
S/I
6
Bananeiras
0
27
2
1
0
0
30
Belém de São Francisco
4
4
0
0
30
0
38
Brejo da Madre de Deus
0
55
0
0
0
0
55
Buriti dos Montes
2
9
3
0
0
0
14
Cabrobó
0
28
0
27
0
0
55
Capela do Alto Alegre
46
37
0
0
0
0
83
Castelo do Piauí
0
11
0
11
3
0
25
Condado
5
73
16
0
0
0
94
Croatá
11
100
16
0
0
0
127
Filadélfia
6
37
2
S/I
S/I
S/I
45
S/I
S/I
S/I
0
0
0
0
Augusto Severo
Fortim Gameleiras
0
3
0
S/I
S/I
0
3
S/I
33
S/I
S/I
S/I
S/I
33
Hidrolândia
3
27
1
0
0
0
31
Irauçuba
2
70
0
0
0
0
72
Itaeté
2
22
3
S/I
S/I
S/I
27
Itaiçaba
6
45
2
0
0
0
53
Itaueira
S/I
12
2
S/I
S/I
S/I
14
0
0
0
0
0
0
0
Massapê do Piauí
1
35
S/I
0
0
0
36
Minas Novas
26
38
10
25
5
0
104
Monsenhor Gil
1
34
0
0
0
0
35
Guaiúba
Luzilândia
110
Total de Matrículas de Alunos com Necessidades Educativas Especiais em Classes Comuns, no Grupo 3 de Municípios PPAC, por Tipos de Rede de Níveis de Ensino, em 2009 Rede Municipal
Rede Conveniada
Rede Estadual
Ensino Infantil
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Fundamental
EJA
Ensino Infantil
Total de Matrículas de Alunos Especiais
Morrinhos
7
25
0
1
0
0
33
Ocara
3
28
0
0
0
0
31
Orós
0
0
0
0
0
0
0
Palhano
4
5
0
0
0
0
9
Panelas
0
224
81
0
0
0
305
Paudalho
0
56
7
2
3
S/I
68
Petrolândia
1
41
27
1
0
0
70
Pilões
0
5
1
0
0
0
6
Pindobaçu
1
51
0
S/I
S/I
1
53
Pintadas
4
84
10
0
0
0
98
Pombal
0
45
12
S/I
S/I
S/I
57
Queimada Nova
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Riacho das Almas
9
15
1
S/I
S/I
0
25
Santa Cruz dos Milagres
2
8
1
0
0
0
11
Santana do São Francisco
0
1
0
0
0
0
1
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
São Bento do Una
1
70
3
9
0
0
83
São Francisco
0
0
0
0
0
0
0
São Gonçalo do Amarante
8
125
0
0
0
0
133
São João do Arraial
0
3
0
0
0
0
3
Sento Sé
1
34
0
0
0
0
35
Sertânia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
0
Tanguá
3
12
0
3
1
S/I
19
Taquarana
16
59
5
0
0
0
80
Taquaritinga do Norte
0
0
0
S/I
S/I
S/I
0
Uiraúna
10
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
10
Viana
37
4
0
S/I
S/I
0
41
Virgem da Lapa
8
0
S/I
S/I
S/I
S/I
8
Município
Santarém
111
2.3.6
Recomendações
1. Para qualificar o atendimento e possibilitar a inclusão de crianças e de adolescentes com necessidades educativas especiais, é necessário que o município conheça esse público, seja para identificar qual é demanda que precisa ser atendida, seja para compreender quais são as necessidades específicas dessa população. Somente em posse de um bom diagnóstico será possível planejar a ampliação de vagas e atender com qualidade esses alunos. 2. Na perspectiva da inserção contínua de crianças com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, sugere-se a transferência gradativa dos alunos de escolas especiais e classes especiais para as classes comuns do ensino regular, atribuindo às escolas especiais o papel de complementar o atendimento realizado no ensino regular. Caberá ao gestor municipal construir novas unidades escolares com padrões de infraestrutura adequados ao público portador de necessidades educacionais especiais, princípio que também se aplica às unidades já existentes. 3. Infraestrutura adequada para o desenvolvimento do trabalho e inserção de crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais inclui um olhar do gestor para a existência, disponibilidade e funcionamento do transporte escolar especializado. Ou seja, com as adaptações necessárias ao público com dificuldades ou deficiências físicas, mental, visual e auditiva. 4. Conforme orientações do PNE (2001), é necessário ofertar exames periódicos para os alunos na perspectiva da detecção prematura de condições especiais de aprendizagem. É importante que sejam estabelecidas articulações entre a Secretaria Municipal de Educação e de Saúde. 5. Ofertar serviços de assistência social prevendo o ingresso de pessoas com necessidades especiais em programas específicos que possibilitam a sua inserção social e o cuidado com os seus familiares. Destacamos o atendimento aos familiares pela rede socioassistencial, na perspectiva de cuidar do cuidador, e a inclusão de famílias de baixa renda no Programa BPC. 6. Para atingir qualidade no processo da educação inclusiva deve-se implantar ou fortalecer as unidades escolares provendo-as de material didático-pedagógico apropriado às necessidades de ensino de alunos com necessidades educacionais especiais, bem como infraestrutura de acesso e mobiliário adequado. Chamamos a atenção para a existência e disponibilidade de material didático falado, em braile e com caracteres ampliados. 7. Por fim, ainda na perspectiva da qualidade da educação especial fazem-se necessários investimentos em ações de formação dos profissionais da educação em exercício. Destacamos especialmente a realização de programa de formação continuada de educadores na língua brasileira de sinais (Libras).
112
Eixo III
3
PROTEÇÃO CONTRA MAUS-TRATOS, EXPLORAÇÃO E VIOLÊNCIA
[as principais ameaças de crianças e adolescentes são] a exploração no trabalho, a violência e o abuso sexual e os conflitos com os sistemas de justiça criminal (UNICEF, 2011, p. 6).
Abordar a violência vivenciada por crianças e adolescentes no Brasil significa adotar um olhar interdisciplinar, uma vez que se trata de um fenômeno multideterminado, ou seja, resultado de uma série de fatores que podem apresentar relação entre si e cuja origem pode ser explicada levando-se em conta aspectos de ordem social, econômica e cultural. É importante primeiro destacar o que se compreende por violência: [...] há violência quando, em uma situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa, causando danos a uma ou a mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua integridade moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais (WAISELFISZ, 2011, p. 10, grifos nossos).
No Brasil, os tipos de violência sofrida e praticada por crianças e por adolescentes envolvem principalmente as situações de abuso e exploração sexual, violência doméstica e escolar, conflitos com o sistema de justiça, trabalho infantil e homicídios. Para aprofundamento da discussão sobre a proteção de crianças e de adolescentes contra maus-tratos, exploração e violência foi selecionado um grupo de temas e seus respectivos indicadores estratégicos: Notificação de casos de violência; Medidas socioeducativas; Trabalho Infantil.
113
3.1 Proteção contra MausTratos, Exploração e Violência
Indicador estratégico:
Número de Notificações de Casos de Violência contra a Criança e o Adolescente
Definição do indicador: O número de notificações de casos de violência se refere aos diversos tipos a que estão expostos crianças e adolescentes, como: Violência doméstica - forma de violação dos direitos essenciais da criança e do adolescente enquanto pessoas e, portanto, uma negação de valores humanos fundamentais como a vida, a liberdade e a segurança. Caracteriza-se por abuso do poder disciplinador e coercitivo dos pais, parentes ou responsáveis, reduzindo a vítima à condição de objeto de tratamento abusivo. É praticada no ambiente familiar, podendo ser física sexual e/ou psicológica. Como pertence à esfera do privado, a violência doméstica acaba se revestindo da tradicional característica de sigilo (LACRI, 2002). Violência sexual - refere-se ao envolvimento de crianças e de adolescentes dependentes e imaturos, em todo ato ou jogo sexual que não compreendem totalmente ou são incapazes de dar um consentimento informado, que objetivam a gratificação das demandas e desejos sexuais da pessoa que comete o abuso (Furniss, 1993). Violência escolar (bullying) - refere-se a comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de reagir às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas (CNJ, 2010, p.7).
114
Modelo de cálculo: O indicador em questão compreende os seguintes dados: Número de notificações de casos de violência contra criança e adolescente, segundo o tipo de violência: doméstica, sexual, escolar e de outras naturezas.
Aplicabilidade: Considerando que são distintos os fatores que caracterizam a violência doméstica, sexual e escolar, seu enfrentamento ou combate exige estratégias diferenciadas. A identificação da ocorrência de violência contra a criança e o adolescente é fundamental para que o poder público possa tornar mais eficiente suas ações de prevenção e combate a essa prática, ampliando os mecanismos de notificação e qualificando as políticas destinadas à proteção e defesa deste público.
Fatores correlatos:
Pacto do silêncio; Cultura do castigo físico; Subnotificação de casos de violência.
3.1.1
Cenário Nacional
No que se refere à violência sofrida por crianças e adolescentes, conforme dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o serviço Disque Denúncia Nacional, Disque 100, registrou 30.543 denúncias de violência em 2010. Esse valor é 6% maior em relação ao total de denúncias registradas em 2008 (32.589) e 2,6% menor do que as em 2009 (29.756). Ao verificar a distribuição regional das denúncias de violência que atingem crianças e adolescentes, conforme Tabela 1, observa-se que as Regiões Nordeste e Sudeste são aquelas que historicamente apresentam os maiores números absolutos de denúncias no país, respectivamente 52.471 e 49.197 denúncias registradas entre maio de 2009 e fevereiro de 2011. Esses números podem ser considerados muito superiores aos apresentados pelas Regiões Sul (19.102), Norte (14.628) e Centro-Oeste (14.445). Quando somadas, as denúncias de violência sofrida por crianças e adolescentes das Regiões Nordeste (52,4 mil) e Sudeste (49,1 mil) representam aproximadamente 77% do total de denúncias recebidas pelo Disque 100 em
115
todo o país entre 2003 e 2011. Entretanto, deve-se relativizar essa informação e enfatizar que os elevados números observados nessas regiões não indicam necessariamente que estes sejam os lugares com maior ocorrência de violência no país. Desse modo, considera-se que uma maior notificação de casos de violência pode ser expressão de uma melhor estruturação dos sistemas de registro e notificação desse tipo de ocorrência, bem como do conhecimento e apropriação dos meios de denúncia pela população.
Fonte: SDH, 2011
É importante apontar que, embora o Disque 100 possibilite o registro de casos de violência, as denúncias apresentadas a este serviço não representam a totalidade de casos de violência ocorridos no país. Além de definir estratégias para romper com o pacto do silêncio tão presente em nossa sociedade, é necessário que o país estruture um sistema que possibilite o registro de todo e qualquer caso de violência contra criança e adolescente, como forma de eliminar as subnotificações e obter as informações necessárias para um enfrentamento efetivo do problema. De acordo com o relatório Situação Mundial da Infância - Cenário Brasi, que trás informações sobre casos de violência contra crianças e adolescente em 2008, no Brasil “60% dos casos registrados ocorrem em ambientes domésticos; 22%, em esferas públicas; e 18%, em instituições de saúde, centros de detenção, unidades de assistência social, entre outros” (UNICEF, 2011, p. 7). De posse dessa informação, é necessário que os diferentes entes da federação (União, Estados e municípios) desenvolvam um trabalho articulado para eliminar todo e qualquer tipo de violência praticada em esferas ou instituições públicas, e definam estratégias em parceria com a sociedade civil que busquem uma ampla redução da violência praticada no ambiente familiar, visando, principalmente, desconstruir uma cultura que defende o castigo corporal como medida para educação de crianças e de adolescentes30.
30
Em julho de 2010, a Presidência da República encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 7672/2010 que coíbe a prática de castigos corporais, tratamento cruel ou degradante contra crianças e adolescentes. Este Projeto de Lei, se aprovado, promoverá uma alteração na Lei 8069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.
116
3.1.2
Cenário dos Municípios PPAC
No ano de 2009, do número total de casos de violência contra crianças e adolescentes notificados pelos municípios PPAC, em média, 35% correspondiam à violência doméstica; 20% à violência sexual e 9% à violência escolar. Uma parcela significativa dos casos notificados ocorreu no ambiente familiar, assim como a situação verificada no item Cenário Nacional. Cabe indicar com base na análise comparativa entre as informações de 2008 e 2009 foi possível observar uma queda no número de notificação de casos de violência segundo seus diferentes tipos. A exceção a essa observação diz respeito à violência escolar, que apresentou um aumento de notificação médio de 2,2% no período. Como o número de notificações não reflete necessariamente o total de casos de violência que possam ter ocorrido nesses municípios, não se pode afirmar que houve redução da violência contra crianças e adolescentes nessas localidades. Segundo o Mapa situação 2009 existe uma significativa diferença entre os municípios PPAC no que diz respeito à notificação de casos de violência contra a criança e o adolescente. Para exemplificar, pode-se apontar que foram identificados grupos de municípios que notificaram entre 0 e 22 casos de violência em 2009, e até outro conjunto de municípios que informou mais de 600 casos de violência notificados nesse mesmo ano, sinalizando uma variação significativa no que se refere à estruturação de mecanismos eficazes de notificação. No levantamento de informações do Mapa PPAC 62% dos municípios não possuem o Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil (Figura 2), o que aponta fragilidades no processo de municipalização das políticas públicas de enfrentamento à violência sexual e de “universalização de um atendimento humano e especializado destinado às crianças e aos adolescentes, vítimas de violência sexual, assim como a responsabilização dos agressores, por meio de formulação e implementação de ações que partam do próprio município” (COMITÊ NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES, 2006, p. 21). A elaboração de um Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil, possibilita ao município partilhar, juntamente com o Estado e a União, a responsabilidade pela proteção integral de crianças e de adolescentes. Além de conhecer melhor a extensão desse problema em âmbito municipal, estadual e federal; definir conjuntamente com as forças locais – Conselho Tutelar, Conselhos de Direitos e sociedade civil – estratégias ou ações de prevenção a este tipo de violência; e oferecer tratamento adequado às suas vítimas.
117
Figura 1 Total de Notificações de Casos de Violência contra Crianças e Adolescentes nos Municípios PPAC (2009)
118
Figura 2 Municípios PPAC com Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil (2009)
119
3.1.3
Análise do “Grupo 1”
De acordo com as informações do Mapa PPAC, os municípios do Grupo 1 declararam ter notificado, no ano de 2009, 155.721 casos de violência contra crianças e adolescentes. Ao verificar a proporção de cada tipo de violência para todos os municípios deste grupo, verificou-se que, em média, 35% dos casos notificados correspondiam à violência doméstica, 31% à violência sexual, 4,2% à violência escolar e 33,2% de outra natureza. Cabe indicar que, na comparação com os demais grupos, o Grupo 1 apresenta, em média, a maior proporção de notificações de casos de violência sexual e a menor proporção de violência escolar. Tabela 2: Presença ou Não de Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil no Grupo 1 de Municípios PPAC (2009)
Tabela 1: Proporção Média de Tipos das Notificações de Violência contra Crianças e Adolescentes no Grupo 1 de Municípios PPAC (2009) Doméstica
Sexual
Escolar
Municípios do Mapa PPAC e Plano de Enfrentamento da Violência Sexual
Outra Natureza
Média 2008
41,99
32,88
4,81
32,73
Média 2009
34,85
30,16
4,22
33,29
Variação entre 2008-2009 (em %)
-17%
-8%
-12%
2%
2008
2009
Número de Municípios
SIM
75
NÃO
81
Porcentagem de SIM em relação ao total de municípios do GrupoSIM (%) Número de Municípios NÃO Porcentagem de SIM em relação ao
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Grupo 1
municípios do Grupo Variação detotal SIMde entre 2008-2009 (%) (%)
48,08 60 96 38,46 -20,00
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
É possível destacar 9 municípios que apresentaram os maiores aumentos no número de notificações em termos absolutos (acima de 100%): Embu (SP); Fortaleza (CE); Gaspar (SC); Imperatriz (MA); Irecê (BA); Itajubá (MG); Itaquaquecetuba (SP); Jaboatão dos Guararapes (PE); Jaboticabal (SP). Também identificamos os 5 municípios que apresentaram as maiores quedas no número de notificações de casos de violência contra crianças e adolescentes (acima de 50%): Cosmópolis (SP); Cariacica (ES); Canoinhas (SC); Juazeiro (BA); Jacareí (SP). Foi possível observar ainda que, embora os indicadores revelem um percentual significativo de notificação de casos de violência sexual, verificamos que em 2009, 61,5% dos municípios do Grupo 1 indicam não possuir Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil (Tabela 2). Elaborar e implementar o Plano significa estruturar mecanismos de defesa por meio de um conjunto articulado de objetivos, ações e metas capazes de assegurar a proteção integral de crianças e de adolescentes. O processo de elaboração e execução do Plano pressupõe o envolvimento de diversos atores da sociedade civil e do poder público, definindo parâmetros, responsabilidades e competências com base na definição de eixos estratégicos que norteiam o desenvolvimento das ações31.
31
Maiores informações em http://portal.mj.gov.br/sedh/spdca/T/plano_nacional.pdf.
120
Notificações de casos de violência Grupo 1 - 2009 Municípios
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
Violência Escolar
Violência Outra Natureza
Abaetetuba
93
Acopiara
271
S/I 140
57 17
S/I 3
36 61
Alfenas
58
35
2
1
20
Altamira
139
2
14
0
123
Ananindeua
606
90
72
0
208
Anápolis
558
S/I
134
S/I
S/I
Aracaju
167
38
86
0
25
Aracati
317
217
44
5
51
Arapiraca
394
59
33
57
245
Atibaia
574
225
25
8
314
Balneário Camboriú
80
22
57
0
1
Bauru
791
63
165
0
563
12019
S/I
S/I
S/I
S/I
Belo Horizonte Betim
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Blumenau
292
111
181
S/I
S/I
Botucatu
2821
531
77
137
233
Bragança Paulista
123
41
19
31
32
Brumado
53
10
10
0
33
Cabo de Santo Agostinho
727
208
342
87
71
Cachoeiras de Macacu
1233
1192
39
0
2
85
42
12
9
22
Cajamar Cambé
251
110
44
0
97
Campinas
2242
1521
1070
S/I
S/I
Campo Formoso
281
73
60
20
128
Campo Mourão
40
14
5
1
20
Canoas
891
452
124
S/I
315
Canoinhas
67
41
26
0
0
Cariacica
393
100
186
S/I
13
Cascavel
338
105
160
0
73
Catanduva
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Caxias do Sul
1838
377
138
117
1206
Chapecó
141
46
94
0
1
Colatina
176
0
155
0
21
Concórdia
37
18
18
0
1
121
Notificações de casos de violência Grupo 1 - 2009 Municípios Contagem
Total 251
Violência Violência Doméstica Sexual 91
157
Violência Escolar S/I
Violência Outra Natureza 3
Cosmópolis
20
12
5
3
0
Cotia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Criciúma
231
129
102
0
0
Cruz Alta
456
283
173
S/I
S/I
Cuiabá
482
28
76
25
353
Curitiba
4192
3386
492
0
314
Diadema
341
113
38
7
183
Dias d'Ávila
56
12
21
0
22
Embu
51
19
9
4
19
Escada
287
153
17
1
116
Fernandópolis
60
30
10
0
19
Florianópolis
4860
854
343
11
1178
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Franca
2360
2166
158
3
33
Gaspar
1852
121
26
6
1699
Gravatá
59
21
12
5
21
Fortaleza
Guarujá
1382
543
780
S/I
112
Guarulhos
27676
2310
1686
2307
7535
Horizonte
73
42
19
3
9
Igarassu
62
5
47
0
10
Iguatu
276
149
6
38
52
Imperatriz
99
25
56
12
6
Ipirá
201
88
91
6
16
Irecê
22
6
5
2
9
Itabira
1102
119
33
282
668
Itajubá
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Itapecerica da Serra
28
8
5
0
15
Itapetininga
856
271
67
0
408
Itapeva
158
21
18
12
7
Itapira
296
170
53
0
73
Itaquaquecetuba
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Itatiba
108
21
29
0
58
Itaúna
36
14
21
0
1
122
Notificações de casos de violência Grupo 1 - 2009 Municípios Itu
Total 932
Violência Violência Doméstica Sexual 303
43
Violência Escolar 217
Violência Outra Natureza 363
Itumbiara
226
60
30
48
88
Jaboatão dos Guararapes
1154
836
147
S/I
181
Jaboticabal
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Jacareí
142
115
27
S/I
S/I
Jaú
686
65
55
40
150
Jequié
286
20
18
S/I
0
João Monlevade
318
21
54
0
29
João Pessoa
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Joinville
219
73
146
0
0
Juazeiro
377
293
74
0
10
Juiz de Fora
138
8
130
0
0
Jundiaí
243
74
52
2
115
Lauro de Freitas
131
10
70
25
26
Lençóis Paulista
353
21
17
5
310
Limoeiro do Norte
61
24
9
6
12
1130
459
404
0
267
Londrina Lorena
56
15
41
S/I
S/I
Maracanaú
224
108
116
S/I
2
Marília
2940
2352
210
S/I
378
Maringá
105
25
80
S/I
S/I
Mauá
15
5
3
0
7
Mesquita
93
86
55
1
S/I
Mirassol
254
3
10
S/I
241
Mogi das Cruzes
383
144
219
20
S/I
Mogi Mirim
50
37
13
0
0
Mossoró
280
39
43
0
198
Navegantes
S/I
S/I
10
S/I
S/I
Olímpia
140
10
50
4
6
Olinda
103
76
14
0
13
Ouro Preto
140
66
47
0
27
Pacajus
60
20
10
15
15
Palmas
381
133
54
2
192
Paragominas
42
13
29
0
0
123
Notificações de casos de violência Grupo 1 - 2009 Municípios Paranaguá
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
151
6
86
Violência Escolar 10
Violência Outra Natureza 49
Paranavaí
77
23
52
0
0
Paulínia
224
171
53
S/I
341
Paulo Afonso
469
128
49
15
277
Pelotas
4944
896
26
168
S/I
Petrolina
215
35
50
15
25
Piracicaba
560
81
95
S/I
180
Pirassununga
58
4
7
2
32
Piripiri
46
22
19
0
5
Poços de Caldas
125
25
78
1
21
Porto Alegre
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Porto Ferreira
67
12
12
16
6
Praia Grande
112
41
71
S/I
S/I
Presidente Prudente
111
39
72
0
0
Recife
54
18
27
0
9
Resende
58
20
33
0
5
Rio Branco
359
49
287
3
20
Rio Claro
434
42
19
0
373
Rio das Ostras
358
184
19
0
155
Rio de Janeiro
2204
819
1385
S/I
15004
Rio do Sul
122
0
92
0
30
Rolim de Moura
124
30
25
55
14
Russas
336
142
28
18
148
Salgueiro
246
2
152
S/I
92
Santana de Parnaíba
323
123
59
13
128
Santana do Livramento
81
30
31
4
16
Santo André
775
716
59
0
0
Santo Ângelo
336
58
7
21
250
Santos
947
601
237
0
109
São Bento do Sul
1501
130
3
66
1302
São Bernardo do Campo
S/I
186
62
129
S/I
São Caetano do Sul
30
14
16
S/I
S/I
São Carlos
3231
142
91
229
466
São José dos Campos
1175
901
454
S/I
S/I
124
Notificações de casos de violência Grupo 1 - 2009 Total
Violência Doméstica
Violência Sexual
Violência Escolar
Violência Outra Natureza
São Leopoldo
328
62
266
S/I
S/I
São Roque
235
63
29
0
143
São Sebastião
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
São Sebastião do Paraíso
380
32
5
0
8
Municípios
São Vicente
245
129
84
0
32
31116
2000
36
24
56
Senhor do Bonfim
76
49
20
2
4
Tatuí
0
S/I
S/I
S/I
S/I
Teófilo Otoni
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Timon
75
13
10
11
32
Uberaba
112
38
74
0
0
Uberlândia
2349
2065
167
117
0
Sapiranga
Unaí
96
13
42
0
30
11987
453
221
476
10837
Vinhedo
80
45
14
1
20
Vitória
154
84
70
S/I
S/I
Vitória da Conquista
430
50
140
10
10
Volta Redonda
341
157
159
5
20
Votorantim
35
2
33
0
0
Votuporanga
138
100
38
0
0
Vila Velha
125
3.1.4
Análise do “Grupo 2”
O Grupo 2 de municípios PPAC, em 2009 totalizou 23.984 casos notificados de violência contra crianças e adolescentes. Em média 35% era violência doméstica, 14% violência sexual e 13% escolar. Vale ainda indicar que este grupo apresentou o menor volume de notificações em termos absolutos. Soma-se a essa realidade o fato de em 2009 somente 37% dos municípios do Grupo 2 indicaram possuir Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil. Como já mencionado, a elaboração do Plano de forma participativa é o passo inicial fundamental para a consolidação de um sistema de identificação, notificação e atendimento dos casos de violência contra crianças e adolescentes.
Tabela 3 Presença ou Não de Plano de Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil no Grupo 1 de Municípios PPAC (2009) Municípios Mapa PPAC e Plano de Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil 2008
2009
Número de Municípios
Grupo 2
SIM
22
NÃO
121
Porcentagem de SIM em relação ao total de municípios do Grupo (%) SIM Número de Municípios
15,38 53
NÃO
Porcentagem de SIM em relação ao total Grupo (%) Variação de de SIMmunicípios 2008-2009do (%)
90 37,06 140,91
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Nos municípios do Grupo 2, entre 2008 e 2009, notamos queda em algumas tipos de violência contra crianças e adolescentes, especialmente de violência doméstica (queda de 17%), e a violência escolar com média de queda de 23%. As proporções médias dos tipos de violência foram semelhantes à observada para a totalidade de municípios PPAC, exceção para a escolar que mostrou-se superior. Além disso, no Grupo 2, a queda no total de notificações foi igual a 46,32% entre 2008 e 2009.
126
Tabela 4 Proporção Média de Tipos das Notificações de Violência contra Crianças e Adolescentes no Grupo 2 de Municípios PPAC (2009) Doméstica Média 2008
41,96
Municípios sem informação Média 2009 Municípios sem informação Variação entre 2008-2009 (em %)
Sexual 18,04
Escolar
Outra Natureza
11,37
29,66
49
50
57
55
34,76
13,84
13,41
29,47
39
38
43
42
-17%
-23%
18%
-1%
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Nesse sentido, foi possível identificar 19 municípios que ampliaram notificações de casos de violência em termos absolutos (acima de 100%): Pedrinhas Paulista (SP); Alvinópolis (MG); Urupês (SP); Nova Mutum (MT); Nortelândia (MT); Dois Córregos (SP); Guariba (SP); Guararema (SP); Lagoa Grande (MG); Jardinópolis (SP); Salinas (MG); Ipiaú (BA); Macatuba (SP); Ibiporã (PR); Santo Antônio do Aracanguá (SP); Itanhandu (MG); Balneário Pinhal (RS); Lucrécia (RN); Santa Rita do Sapucaí (MG). Também destacamos os 23 municípios que apresentaram as maiores quedas no número de casos de violência contra crianças e adolescentes (acima de 50%): Alto Araguaia (MT); Barroso (MG); Buritama (SP); Cristais Paulista (SP); Monte Castelo (SP); Palmeira (PR); Quatro Barras (PR); Santa Isabel (SP); Tambaú (SP); Guará (SP); Ribas do Rio Pardo (MS); Cesário Lange (SP); Ilha Solteira (SP); Monte Mor (SP); Cornélio Procópio (PR); Rio Verde de Mato Grosso (MS); Paraíso do Norte (PR); Pomerode (SC); Marau (RS); Lindolfo Collor (RS); Américo Brasiliense (SP); Ibiraci (MG); Porto União (SC). Apesar do Grupo 2 de municípios apresentar média de aumento de 46,32% no número de notificações entre 2008 e 2009, novamente lembramos a relevância do sub-registro. Por isso, os significativos aumentos de notificações podem denotar que havia uma importante demanda reprimida. Por outro lado, as quedas nas notificações em alguns municípios não significam necessariamente que houve redução dos casos, mas sim redução no registro de ocorrências.
127
Notificações de casos de violência Grupo 2 - 2009 Município Adamantina
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
22
5
4
Violência Escolar 0
Violência Outra Natureza 13
Agrolândia
9
5
3
0
1
Aguaí
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
1878
55
1
36
1786
Alto Araguaia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Alvinópolis
97
31
2
22
18
Américo Brasiliense
23
13
1
1
8
Ariranha
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Arroio do Meio
5
3
2
0
0
Balneário Pinhal
719
298
17
238
165
Barra Bonita
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Barroso
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Bataguassu
74
54
16
1
3
Batayporã
120
47
6
43
24
Bocaina
55
10
5
40
0
Brotas
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Buritama
S/I
53
6
S/I
27
Buritis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Campos do Jordão
628
58
10
222
338
Capão Bonito
2129
22
40
S/I
2067
Carambeí
198
40
15
1
142
Cássia
63
16
7
35
5
Cesário Lange
31
6
1
9
15
Colinas do Tocantins
29
1
28
0
0
Conchal
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Cornélio Procópio
254
79
7
13
155
Cristais Paulista
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Cruzeiro do Oeste
812
97
22
4
S/I
Cruzília
59
27
0
0
20
Dois Córregos
324
81
5
105
133
Dolcinópolis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Estrela d'Oeste
133
59
2
0
13
Eusébio
53
1
21
0
31
Fazenda Vilanova
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Altinópolis
128
Notificações de casos de violência Grupo 2 - 2009
Forquilhinha
151
39
14
0
Violência Outra Natureza 98
Garça
94
49
21
1
23
Garuva
14
3
8
1
2
Guaíra
122
97
25
0
0
Guará
206
0
7
93
106
Guarani
100
9
5
6
11
Guarani d'Oeste
9
2
0
0
0
Guararema
56
25
5
20
0
Guariba
59
3
0
0
13
Iacri
15
10
0
0
0
Ibiporã
250
25
12
15
198
Ibiraci
28
8
2
3
15
Ilha Solteira
25
61
7
29
S/I
Indaial
1178
361
173
62
575
Ipiaú
1042
18
5
71
28
Iracemápolis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Itacuruba
24
21
3
0
0
Município
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
Violência Escolar
Itajobi
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Itanhandu
236
107
24
42
63
Itatiaia
137
115
4
S/I
18
Itupeva
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Jardinópolis
649
96
36
124
51
Ladário
195
98
32
1
64
Lagoa Grande
11
S/I
S/I
S/I
S/I
Lima Duarte
268
59
10
16
72
Lindoia do Sul
19
2
2
14
1
Lindolfo Collor
18
6
0
11
1
Lucrécia
34
12
0
16
6
1890
51
5
28
1800
Magda
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Maracaju
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Marau
30
15
4
6
5
Martinópolis
0
0
0
0
0
188
139
49
S/I
S/I
Macatuba
Mongaguá
129
Notificações de casos de violência Grupo 2 - 2009
Montanha
157
76
55
14
Violência Outra Natureza 12
Monte Alto
250
147
9
20
74
Monte Aprazível
129
69
3
12
45
Monte Carmelo
139
43
29
37
26
Monte Castelo
0
0
0
0
0
Monte Mor
38
8
10
12
8
Morro Agudo
306
111
22
8
165
6
5
1
0
0
Muritiba
220
24
7
4
18
Naviraí
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Neves Paulista
4
2
0
0
1
Nortelândia
62
31
3
1
0
Nova Alvorada do Sul
124
66
41
0
0
Nova Andradina
112
60
42
0
10
Nova Europa
0
0
0
0
0
Nova Mutum
188
154
20
0
14
Nova Odessa
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Município
Morro da Garça
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
Violência Escolar
Nova Petrópolis
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Nova Prata
513
113
5
41
189
Nova Trento
23
3
0
0
1
Nova Veneza
22
9
10
1
2
Nuporanga
0
0
0
0
0
Orlândia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Osório
137
37
11
54
35
Osvaldo Cruz
74
24
0
15
3
Otacílio Costa
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Ouro Fino
19
9
2
6
2
Pains
238
72
1
25
21
Palmeira
S/I
20
S/I
S/I
S/I
Palmeira d'Oeste
7
2
5
S/I
S/I
Paraíso do Norte
42
10
4
3
25
Pedrinhas Paulista
100
45
1
14
40
Picuí
86
24
3
0
59
Pimenta
102
20
24
0
58
130
Notificações de casos de violência Grupo 2 - 2009
Piraí
77
46
17
0
Violência Outra Natureza 14
Pomerode
58
12
10
2
34
Populina
4
4
0
0
0
Porangatu
131
50
22
47
12
Porto Belo
283
67
18
9
18
Porto Feliz
418
110
16
38
254
Porto União
32
2
2
0
28
Potirendaba
39
30
5
4
0
Quatro Barras
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Rancharia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Ribas do Rio Pardo
29
9
18
0
2
Rincão
90
38
2
33
7
Rio Brilhante
431
42
42
65
135
Rio Verde de Mato Grosso
18
2
1
0
15
Riolândia
45
30
10
0
5
Salinas
223
69
34
S/I
17
Santa Fé do Sul
24
0
2
3
19
Santa Isabel
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Santa Rita do Sapucaí
2176
470
5
20
206
Santo Antônio do Aracanguá
382
32
10
14
326
São João do Piauí
0
S/I
S/I
S/I
S/I
São Jorge do Patrocínio
2
1
1
0
0
São José da Bela Vista
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
São José dos Quatro Marcos
S/I
45
S/I
S/I
63
São Sebastião da Grama
35
5
2
0
28
São Sebastião do Passé
650
258
88
217
87
Serrana
611
15
8
4
32
Severínia
84
13
18
0
53
Tambaú
S/I
10
10
25
S/I
Tarumã
23
1
1
0
21
Tijucas
64
17
22
3
11
Três Fronteiras
7
0
1
0
6
Tucumã
27
6
20
0
0
Tupandi
56
0
0
4
52
Município
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
131
Violência Escolar
Notificações de casos de violência Grupo 2 - 2009 Total
Violência Doméstica
Violência Sexual
Violência Escolar
Violência Outra Natureza
Turiúba
13
2
2
2
4
Urânia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Urupês
71
9
18
1
2
Valentim Gentil
7
4
0
3
0
Vargem Grande Paulista
S/I
27
15
S/I
S/I
Viçosa
0
0
0
0
0
Viradouro
13
S/I
2
8
3
Município
132
3.1.5
Análise do “Grupo 3”
Os municípios PPAC do Grupo 3, totalizaram, em 2009, 51.919 casos notificados de violência contra crianças e adolescentes. Em média 35% era violência doméstica, 14% violência sexual e 13% escolar. Nos municípios do Grupo 3, entre 2008 e 2009, notamos queda em alguns tipos de violência contra crianças e adolescentes, especialmente a doméstica (queda de 20%). As proporções médias dos tipos de violência foram relativamente semelhantes à observada para a totalidade de municípios PPAC.
Tabela 5: Proporção Média de Tipos das Notificações de Violência contra Crianças e Adolescentes no Grupo 2 de Municípios PPAC (2009) Doméstica Média 2008 Municípios sem informação Média 2009 Municípios sem informação Variação entre
43,51
Sexual 15,88
Escolar 9,87
Tabela 6: Presença ou Não de Plano de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil no Grupo 1 de Municípios PPAC (2009)
Outra Natureza
Municípios Mapa PPAC e Plano de Enfrentamento à Violência Infanto-Juvenil SIM NúmeroSexual de Municípios 2008 NÃO
40,09
17
18
25
20
35
14,98
8,99
36,89
14
13
19
14
-20%
-6%
-9%
-8%
2009
14 41
Porcentagem de SIM em relação ao total de municípios do Grupo (%) SIM Número de Municípios
25,45
NÃO
34
Porcentagem de SIM em relação ao
38,18
de municípios Variação de total SIM 2008-2009 (%) do Grupo (%)
2008-2009 (em %)
Grupo 3
21
50,00
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Nesse sentido destacamos os 8 municípios que ampliaram notificações em termos absolutos acima de 100%: Belém de São Francisco (PE); Cabrobó (PE); Panelas (PE); Ocara (CE); Itaiçaba (CE); São João do Arraial (PI); Palhano (CE); Hidrolândia (CE). Também destacamos os 5 municípios que apresentaram as maiores quedas no número de casos de violência contra crianças e adolescentes (acima de 50%): Capela do Alto Alegre (BA); Santa Cruz dos Milagres (PI); Pintadas (BA); Massapê do Piauí (PI). No Grupo 3 cerca de 61,8% dos municípios indicam não possuir Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil. O enfrentamento da questão deverá ocorrer de forma coletiva, com o envolvimento dos diversos atores sociais e agentes públicos. A elaboração participativa de um Plano possibilita a criação de um ambiente favorável à notificação e ao atendimento, tanto nos domicílios como nas instituições públicas, como as escolas. O Grupo 3 de municípios apresentou média de aumento de 16,04% no número de notificações entre 2008 e 2009. Os significativos aumentos de notificações podem denotar que, por um lado, havia uma importante demanda ainda desconhecida. Noutro, as quedas nas notificações em alguns municípios não significa necessariamente ocorreu redução dos casos. Este grupo apresentou a menor queda de notificações entre 2008 e 2009.
133
Notificações de casos de violência Grupo 3 - 2009 Municípios Açucena
Total 136
Violência Violência Doméstica Sexual
Violência Escolar
S/I
S/I
S/I
Violência Outra Natureza S/I
Andorinha
15
5
2
0
8
Aracoiaba
107
12
8
0
87
Aratuba
219
48
6
5
19
Augusto Severo
45
S/I
1
2
42
Bananeiras
106
6
1
2
90
Belém de São Francisco
108
15
5
5
83
Brejo da Madre de Deus
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Buriti dos Montes
12
3
1
1
4
Cabrobó
371
60
51
15
245
Capela do Alto Alegre
0
0
0
0
0
Castelo do Piauí
19
9
3
7
0
Condado
165
96
3
0
66
Croatá
118
46
6
S/I
66
Filadélfia
32
30
20
10
S/I
Fortim
49
23
5
0
21
Gameleiras
0
0
0
0
0
Guaiúba
17
2
5
S/I
10
Hidrolândia
162
74
3
37
48
Irauçuba
119
11
16
21
38
Itaeté
10
S/I
S/I
S/I
S/I
Itaiçaba
5
4
1
0
0
Itaueira
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Luzilândia
29
18
6
3
2
Massapê do Piauí
2
1
1
S/I
S/I
Minas Novas
26
11
6
2
7
Monsenhor Gil
16
0
5
0
11
Morrinhos
117
65
1
S/I
51
134
Notificações de casos de violência Grupo 3 - 2009 Municípios
Total
Violência Violência Doméstica Sexual
Violência Escolar
Violência Outra Natureza
Ocara
9
0
9
0
0
Orós
24
4
4
8
8
Palhano
134
16
1
1
116
Panelas
140
10
5
S/I
23
Paudalho
451
400
31
0
20
Petrolândia
82
70
4
S/I
8
Pilões
20
5
1
2
2
Pindobaçu
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Pintadas
35
10
2
15
8
Pombal
179
101
40
5
33
Queimada Nova
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Riacho das Almas
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Santa Cruz dos Milagres
24
8
0
0
16
Santana do São Francisco
3
1
1
0
0
Santarém
50
22
1
8
3
São Bento do Una
63
36
9
15
3
São Francisco
22
0
0
0
0
São Gonçalo do Amarante
79
36
18
16
9
São João do Arraial
32
4
3
1
0
Sento Sé
150
70
10
20
50
Sertânia
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Tanguá
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Taquarana
20
12
2
1
5
Taquaritinga do Norte
S/I
S/I
S/I
S/I
S/I
Uiraúna
45
S/I
S/I
S/I
45
Viana
471
11
52
1
407
Virgem da Lapa
62
7
9
0
46
135
3.1.6
Recomendações
1. Elaborar diagnósticos socioterritoriais da incidência e complexidade das situações de violação de direitos, mapeando os pontos de exploração sexual e comercial de crianças e de adolescentes, para que possam atuar de forma mais efetiva no seu papel de proteção. 2. Elaborar um Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil é fundamental para envolver os diversos setores da sociedade, estabelecer responsabilidades e competências, bem como fluxos e protocolos, o que facilitará a criação de um sistema integrado de proteção. É importante também investir em ações de promoção e campanhas que ampliem a discussão com a sociedade civil. Promover ações de fortalecimento das redes familiares e comunitária para a defesa de crianças e de adolescentes contra situações de violência; 3. Mapear a rede de serviços de proteção especial, para identificar a retaguarda de serviço(s) de proteção especial de alta complexidade e a proteção básica. Manter articulações e vínculos interinstitucionais (incluindo o sistema de garantia de direitos) para ampliar capacidade de notificação e atendimento delas. Ou seja, buscar capacitar e promover a formação permanente dos profissionais dos Creas, dos Conselhos Tutelares e da rede local de proteção social para a identificação, atendimento e encaminhamento dos casos de violência especialmente as sexuais, domésticas e escolares.
136
3.2 Proteção contra MausTratos, Exploração e Violência
Indicador estratégico:
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Definição do indicador: A Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil revela, para determinado ano e localidade, quantos deles estão sendo atendidos pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) ou demais programas de combate ao trabalho infantil. Trabalho infantil: no Brasil, é definido, pela Constituição de 1988, como a forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes menores de 16 anos. No país, o trabalho realizado por pessoas abaixo da idade mínima legal permitida é proibido por lei. Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são proibidas, mas também constituem crime. É também proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos. Contudo, é permitido, para os maiores de 14 anos, trabalhar em condição de aprendiz. Cabe ao poder público fiscalizar, coibir essa prática e acompanhar as crianças nessa situação.
Modelo de cálculo: Taxa de cobertura de crianças e de = adolescentes em trabalho infantil
Nº de crianças e de adolescentes inseridos no Peti + Nº de crianças e de adolescentes inseridos em outros programas de combate ao trabalho infantil Nº de crianças e de adolescentes em trabalho infantil
137
x 100
Aplicabilidade: Muitos são os prejuízos causados pelo trabalho infantil para crianças e adolescentes nessa situação. O abandono escolar, a privação do direito ao tempo de lazer ou de convívio familiar, as lesões causadas por esforços físicos desproporcionais à formação corporal da criança são alguns dos problemas que causam sérias conseqüências para toda a vida da criança submetida a esse tipo de trabalho. Este indicador, por meio da mensuração de crianças atendidas por programas específicos de erradicação do trabalho infantil, é um importante instrumento de avaliação dos esforços municipais para a solução desse grave problema.
Fatores correlatos: O trabalho infantil está relacionado, entre muitos outros fatores, com a precariedade econômica da família que enxerga na criança uma forma de aumentar seu rendimento. Por outro lado, há culturalmente arraigada a concepção de que a criança deve assumir responsabilidades, tanto de tarefas domésticas - cuidar dos irmãos e da casa, sobretudo para as meninas – como ajudar o pai em seu trabalho, no caso dos meninos. Cabe aos poderes públicos coibir essa prática e fornecer alternativas para que a família possa sustentar-se economicamente sem comprometer a infância de seus filhos.
3.2.1
Cenário Nacional
O trabalho infantil é um fenômeno complexo é multideterminado. Alguns dos principais fatores responsáveis pela sua ocorrência são: a concentração de renda, a falta de uma política educacional integral e de qualidade, a precarização das relações de trabalho, entre outros. Esses fatores associados levam muitas vezes às situações de abandono ou de exploração da força de trabalho da criança e do adolescente. Neste sentido, é possível observar diariamente crianças e adolescentes trabalhando em distintas ocupações, inclusive no ambiente doméstico. As atividades variam desde vender pequenos produtos em faróis ou eventos, limpar janelas ou guardar carros, coletar material reciclado, carregar caixas em feiras, em fornos de carvoarias, em queimadas de plantações de cana, até a exposição de seus corpos para atividades sexuais. Muitas dessas crianças e adolescentes não frequentam a
138
escola ou tem seu rendimento comprometido, alguns realizam as atividades sob consentimento e vigília de seus responsáveis, alguns são remunerados, outros não. Entretanto, em todos os casos estão expostos a todo tipo de exploração e violência e estão sendo privados da própria infância. A serem transformadas em força de trabalho, as crianças e adolescentes deixam de ser tratadas como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, ou seja, pessoas em formação, cujas únicas atividades deveriam ser o estudo e o lazer (PARENTE, 2003, p. 13).
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2009), apontam que 21% estão entre 5 e 13 anos, 35% em atividades agrícolas, 61% em atividades não remuneradas, 37% na região nordeste e 29% na região sudeste. A Constituição Federal de 1988 (art. 7º, XXXIII) permite o trabalho a partir dos 16 anos, exceto nos casos de trabalho noturno, perigoso ou insalubre, nos quais a idade mínima é 18 anos e também na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos de idade. Vale ressaltar ainda que segundo a Convenção nº 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1999) e legislações brasileiras, foram classificadas e descritas as piores formas de trabalho infantil especialmente: trabalho infantil escravo, maus-tratos, exploração da prostituição de menores, pornografia, venda ou tráfico de crianças e adolescentes. Em 2009 (PNAD) foram identificados 4,25 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos ocupados no período de referência. De acordo com o estudo, 908 mil crianças e adolescentes entre 5 e 13 anos estavam ocupadas e dessas 70,76% envolvidas em atividade não remuneradas. Entre 2008 e 2009, os mesmos dados indicam queda de 4,5% nos números de pessoas entre 5 e 17 anos ocupadas.
Gráfico 2 Número de Pessoas entre 5 e 17 anos de Idade Ocupadas por Condição de Remuneração (2009) 3000000
2573953 2500000
2000000
1676448
1500000
956934 718760
1000000
869627 456523
500000
283504
205718 207035
227398
236018 88884
0
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Com trabalho remunerado
Sem trabalho remunerado
Fonte: IBGE/PNAD, 2009.
139
Centro-Oeste
Brasil
O Programa Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) foi criado em 1996 pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, atual Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O programa conta com a cooperação técnica do outros ministérios, conselhos e entidades para a fiscalização do trabalho precoce. Possui três eixos de atuação: concessão de bolsas, oferecimento de jornada escolar ampliada e trabalho junto às famílias. Segundo dados do MDS em 2010 existiam 820 mil beneficiários PETI distribuídos em 3.520 municípios (63,25% dos municípios brasileiros). Apesar dos avanços na cobertura do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil ainda estamos longe da superação destas condições.
3.2.2
Cenário dos Municípios PPAC
Em 2009 os municípios PPAC totalizaram 146.540 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, sendo que apresentaram queda de aproximadamente 8% entre 2008 e 2009. A Taxa Média de Cobertura de Peti, que foi calculada com base no total de casos em relação ao total de beneficiários Peti, em 2009 foi igual a 91,33% das crianças e adolescentes em situação de trabalho. Vale indicar que entre 2008 e 2009 a proporção na queda no número de casos não foi acompanhada por igual proporção de aumento de cobertura. Neste indicador estratégico observamos um aumento de 40% dos municípios com informações, totalizando, em 2009, 304 municípios PPAC (ver Figura 3). O programa Peti, conforme mencionado anteriormente é uma estratégia de enfrentamento das situações de trabalho infantil. Neste sentido, observamos que os municípios PPAC totalizaram 93.102 beneficiários em 2009, sendo que teve queda de 11,6% entre 2008 e 2009. Quando olhamos para as Taxas de Cobertura de Peti de crianças e adolescentes em situação de trabalho (ver Figura 4) percebemos que 135 municípios PPAC (38,14%) apresentaram taxas iguais a 100% em 2009. Para melhor compreender o contexto das ações preventivas nos municípios PPAC, olhamos para a disponibilidade de serviço de atendimento às famílias de crianças e adolescentes em situação de trabalho (ver figura 5). Diante disto, notamos que 62,15% dos municípios indicam possuir serviço de atendimento às famílias. É interessante notar que de 93% dos municípios PPAC com cobertura de Peti, 100% oferecem atendimento aos familiares. O atendimento às famílias é parte importante do combate às situações de trabalho infantil, pois estudos indicam que em alguns casos os próprios responsáveis e o contexto de renda familiar desfavorável levam crianças e adolescentes ao universo de exploração de sua força de trabalho. Um atendimento qualificado, especialmente por agentes de assistência social nos CRAS e Creas, deve focar a alteração da condição social das crianças e adolescentes e de seus familiares. Ou seja, devolver a infância àquelas crianças e possibilitar formas alternativas de inserção social às suas famílias. De modo geral, é possível observar que apesar do aumento na cobertura de Peti, o número de beneficiários foi reduzido. A maioria apresenta serviço de atendimento às famílias, porém muito ainda é necessário avançar no sentido da prevenção, especialmente no que se refere às piores formas de trabalho infantil.
140
Figura 3 Casos de Trabalho Infantil Identificados nos MunicĂpios PPAC, 2009
141
Figura 4 Proporção de Cobertura Peti de Crianças e de Adolescentes em Situação de Trabalho nos Municípios PPAC, 2009
142
Figura 5 Atendimento às Famílias de Crianças e de Adolescentes em Situação de Trabalho nos Municípios PPAC, 2009
143
3.2.3
Análise do “Grupo 1”
Os municípios que compõem o Grupo 1 PPAC informaram um total de 125.115 casos de crianças e de adolescentes em situação de trabalho infantil em 2009. Neste grupo observamos queda no número de casos na ordem de 8,15% em relação aos dados informados em 2008, tendência semelhante da observada para o total de municípios PPAC. É interessante notar que 120 municípios do Grupo 1 (77%) indicaram oferecer atendimento às famílias. A Taxa Média de Cobertura de Crianças e Adolescentes em Trabalho Infantil apresentou aumento de menos de 1% entre 2008 e 2009 para este grupo, apresentando uma média de 89% em 2009. Identificamos 37 municípios com índices de 100% de cobertura em 2009.
Tabela 7 Taxa Média de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Situação de Trabalho no Grupo 1 de Municípios PPAC em 2009 Taxa Média de Cobertura PETI 2008
87
2009
89
Variação 2008-2009 (%)
0,02
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
De maneira geral, o Grupo 1 apresentou queda no número de casos de crianças e de adolescentes em situação de trabalho. A queda no número de casos pode ser resultado de ações efetivas de prevenção da violação do direito de crianças e de adolescentes a uma infância digna, haja vista o aumento na Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho infantil que apresenta atendimento superior a 80% na maioria dos municípios.
144
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Abaetetuba
1680
100,00
Canoinhas
180
100,00
Acopiara
167
100,00
Cariacica
522
S/I
Alfenas
10
100,00
Cascavel
311
100,00
Altamira
1263
100,00
Catanduva
S/I
S/I
Ananindeua
1057
100,00
Caxias do Sul
171
100,00
Anápolis
2700
S/I
Chapecó
550
100,00
Colatina
1341
4,33
Aracaju
S/I
S/I
Aracati
265
90,94
Concórdia
150
88,00
Arapiraca
S/I
S/I
Contagem
744
S/I
Atibaia
12
100,00
Cosmópolis
0
S/I
Balneário Camboriú
0
S/I
Cotia
0
S/I
Bauru
184
100,00
Criciúma
107
S/I
Belo Horizonte
1580
94,94
Cruz Alta
80
100,00
Betim
S/I
S/I
Cuiabá
1454
100,00
Blumenau
214
100,00
Curitiba
2609
100,00
3
0,00
Diadema
400
93,50
Bragança Paulista
102
100,00
Dias d'Ávila
321
100,00
Brumado
637
100,00
Embu
100
45,00
Cabo de Santo Agostinho
4197
100,00
Escada
3780
90,21
Cachoeiras de Macacu
0
S/I
Fernandópolis
75
100,00
Cajamar
0
S/I
Florianópolis
439
100,00
Cambé
40
90,00
Fortaleza
1726
S/I
Campinas
412
97,57
Franca
253
37,55
78
100,00
Botucatu
Campo Formoso
S/I
S/I
Gaspar
Campo Mourão
133
100,00
Gravatá
1500
53,33
Canoas
36
S/I
Guarujá
54
S/I
145
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Guarulhos
306
100,00
Juazeiro
1340
100,00
Horizonte
222
77,48
Juiz de Fora
156
100,00
Igarassu
432
100,00
Jundiaí
80
S/I
Iguatu
5290
81,10
Lauro de Freitas
2221
27,96
Imperatriz
2808
89,81
Lençóis Paulista
0
S/I
Ipirá
256
S/I
Limoeiro do Norte
175
100,00
300
S/I
Londrina
208
100,00
Itabira
0
S/I
Lorena
0
S/I
Itajubá
80
100,00
Maracanaú
415
S/I
Itapecerica da Serra
0
S/I
Marília
S/I
S/I
Itapetininga
100
100,00
Maringá
143
100,00
Itapeva
600
100,00
Mauá
144
100,00
Itapira
28
100,00
Mesquita
16
100,00
Itaquaquecetuba
129
51,16
Mirassol
0
S/I
Itatiba
0
S/I
Mogi das Cruzes
300
100,00
Itaúna
0
S/I
Mogi Mirim
250
100,00
Itu
0
S/I
Mossoró
1504
100,00
S/I
S/I
Navegantes
70
S/I
2500
60,48
Olímpia
317
100,00
Jaboticabal
S/I
S/I
Olinda
1500
100,00
Jacareí
S/I
S/I
Ouro Preto
20
S/I
Jaú
100
100,00
Pacajus
200
100,00
Jequié
785
100,00
Palmas
854
100,00
João Monlevade
96
100,00
Paragominas
911
100,00
João Pessoa
3120
S/I
Paranaguá
49
100,00
Joinville
446
100,00
Paranavaí
0
S/I
Irecê
Itumbiara Jaboatão dos Guararapes
146
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 1 - 2009
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Município
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Paulínia
12
S/I
Santos
74
100,00
Paulo Afonso
520
100,00
São Bento do Sul
0
S/I
Pelotas
476
69,96
São Bernardo do Campo
S/I
S/I
Petrolina
2380
53,78
São Caetano do Sul
S/I
S/I
Piracicaba
337
100,00
São Carlos
47
100,00
Pirassununga
43
100,00
São José dos Campos
117
100,00
Piripiri
350
S/I
São Leopoldo
385
100,00
Poços de Caldas
11
0,00
São Roque
S/I
S/I
Porto Alegre
3334
S/I
São Sebastião
S/I
S/I
Porto Ferreira
S/I
S/I
São Sebastião do Paraíso
8
100,00
Praia Grande
592
50,00
São Vicente
242
100,00
Presidente Prudente
119
100,00
Sapiranga
140
S/I
Recife
S/I
S/I
Senhor do Bonfim
428
74,77
0
S/I
Tatuí
0
S/I
5407
65,14
Teófilo Otoni
950
100,00
78
100,00
Timon
89
S/I
Uberaba
41
100,00
Uberlândia
285
100,00
Unaí
S/I
S/I
Vila Velha
810
94,69
Resende Rio Branco Rio Claro Rio das Ostras
0
S/I
Rio de Janeiro
42495
9,46
Rio do Sul
193
100,00
Rolim de Moura
S/I
S/I
Russas
343
90,96
Vinhedo
S/I
S/I
Salgueiro
1265
100,00
Vitória
370
100,00
Santana de Parnaíba
10
90,00
Vitória da Conquista
2450
S/I
Santana do Livramento
S/I
S/I
Volta Redonda
150
80,00
Santo André
58
100,00
Votorantim
78
100,00
100,00
Votuporanga
183
100,00
Santo Ângelo
137
147
3.2.4
Análise do “Grupo 2”
Aná Ao analisar os dados dos municípios que compõe o Grupo 2 é possível observar queda no total de casos de lise trabalho infantil entre 2008 e 2009 em 9,6%. Em 2009 este grupo informou um total de 7.111 crianças e adolescentes em situação de dotrabalho. A Taxa Média de Cobertura “Gr de Crianças e de Adolescentes em Situação de Trabalho no Grupo 2 apresentou relativa estabilidade entre 2008 e 2009, atingindo média de 91% em 2009. Foi possível identificar, ainda, 31 upo municípios com 100% de cobertura. 2” Apenas 39% dos municípios neste grupo possuíam serviços de atendimento às famílias em 2009, o que indica que necessitam investir em serviços de referência, como CRAS e Creas. Trata-se de um importante campo de investimento, uma vez que gera um impacto positivo em ações de prevenção ampliando sua eficácia. As orientações e sensibilização das famílias permitem ampliar e qualificar a intervenção sobre o fenômeno e, portanto, de superação. Na medida em que os familiares passam a compreender as implicações de ausência de uma infância saudável, tais como desempenho escolar e sua futura inserção no mercado de trabalho em idade adequada, esses passam a ser os maiores agentes de proteção, difundindo esta postura por toda a comunidade em que estão inseridos.
Tabela 8 Taxa Média de Cobertura de Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho no Grupo 2, Municípios PPAC em 2009 Taxa Média de Cobertura PETI 2008
92
2009
91
Variação 2008-2009 (%)
-0,01
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Por fim, podemos indicar que o Grupo 2 possui significativa taxa de cobertura de crianças e de adolescentes em trabalho infantil e apresentou queda no número de casos, porém apenas cerca de um terço das famílias são atendidas.
148
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009 Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Adamantina
0
S/I
Agrolândia
0
S/I
Aguaí
81
100,00
Altinópolis
0
Município
Alto Araguaia
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Dois Córregos
60
50,00
Dolcinópolis
11
100,00
Estrela d'Oeste
0
S/I
S/I
Eusébio
0
S/I
S/I
Fazenda Vilanova
0
S/I
Município
Alvinópolis
0
S/I
Forquilhinha
0
S/I
Américo Brasiliense
0
S/I
Garça
0
S/I
Ariranha
0
S/I
Garuva
35
S/I
Arroio do Meio
0
S/I
Guaíra
243
100,00
Balneário Pinhal
S/I
S/I
Guará
0
S/I
Barra Bonita
0
S/I
Guarani
0
S/I
Barroso
0
S/I
Guarani d'Oeste
54
100,00
Bataguassu
90
100,00
Guararema
15
100,00
Batayporã
350
100,00
Guariba
0
S/I
Bocaina
0
S/I
Iacri
0
S/I
Brotas
S/I
S/I
Ibiporã
45
100,00
Buritama
S/I
S/I
Ibiraci
0
S/I
Buritis
170
100,00
Ilha Solteira
S/I
S/I
Campos do Jordão
0
S/I
Indaial
40
100,00
Capão Bonito
0
S/I
Ipiaú
Carambeí
4
100,00
Cássia
0
S/I
Itacuruba
Cesário Lange
0
S/I
Itajobi
Colinas do Tocantins
S/I
S/I
Itanhandu
Conchal
S/I
S/I
Cornélio Procópio
15
0,00
Cristais Paulista
0
S/I
Cruzeiro do Oeste
2
100,00
Cruzília
0
S/I
Iracemápolis
149
S/I 0
S/I
235
100,00
0
S/I
0
S/I
Itatiaia
S/I
S/I
Itupeva
S/I
S/I
Jardinópolis
S/I
S/I
Ladário
100
100,00
Lagoa Grande
S/I
S/I
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Nova Petrópolis
40
100,00
S/I
Nova Prata
0
S/I
100,00
Nova Trento
15
0,00
150
82,00
Nova Veneza
32
87,50
145
100,00
Nuporanga
0
S/I
Magda
0
S/I
Orlândia
S/I
S/I
Maracaju
40
S/I
Osório
S/I
S/I
Marau
0
S/I
Osvaldo Cruz
0
S/I
Martinópolis
S/I
S/I
Otacílio Costa
S/I
S/I
Mongaguá
18
55,56
Ouro Fino
20
100,00
Montanha
143
100,00
Pains
89
100,00
Monte Alto
0
S/I
Palmeira
157
100,00
S/I
S/I
133
100,00
0
S/I
693
100,00
Pimenta
0
S/I
Piraí
0
S/I
Pomerode
0
S/I
0
S/I
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
S/I
S/I
Lindoia do Sul
0
Lindolfo Collor
20
Lucrécia Macatuba
Município
Lima Duarte
Município
Monte Aprazível
19
73,68
Palmeira d'Oeste
Monte Carmelo
S/I
S/I
Paraíso do Norte
Monte Castelo
0
S/I
Pedrinhas Paulista
Monte Mor
0
S/I
Picuí
100
100,00
0
S/I
Muritiba
250
100,00
Naviraí
S/I
S/I
Populina
Neves Paulista
0
S/I
Porangatu
705
100,00
Nortelândia
0
S/I
Porto Belo
58
S/I
Nova Alvorada do Sul
171
100,00
Porto Feliz
0
S/I
Nova Andradina
508
S/I
Porto União
0
S/I
Nova Europa
0
S/I
Potirendaba
0
S/I
Nova Mutum
303
51,49
Quatro Barras
0
S/I
Nova Odessa
S/I
S/I
S/I
S/I
Morro Agudo Morro da Garça
Rancharia
150
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 2 - 2009
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
Valentim Gentil
27
100,00
Vargem Grande Paulista
S/I
S/I
100,00
Viçosa
46
100,00
96
100,00
Viradouro
7
100,00
Riolândia
7
71,43
Salinas
80
S/I
Santa Fé do Sul
17
100,00
Santa Isabel
14
S/I
Santa Rita do Sapucaí Santo Antônio do Aracanguá
150
100,00
0
S/I
São João do Piauí
156
100,00
São Jorge do Patrocínio
0
S/I
São José da Bela Vista São José dos Quatro Marcos
64
100,00
S/I
S/I
São Sebastião da Grama
80
100,00
São Sebastião do Passé
35
S/I
Serrana
S/I
S/I
Severínia
125
60,00
Tambaú
S/I
S/I
Tarumã
0
S/I
Tijucas
S/I
S/I
0
S/I
Tucumã
126
100,00
Tupandi
0
S/I
Turiúba
0
S/I
Urânia
0
S/I
Urupês
7
100,00
Total de Crianças em Trabalho Infantil
Taxa de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Trabalho Infantil
250
100,00
0
S/I
Rio Brilhante
465
Rio Verde de Mato Grosso
Município
Ribas do Rio Pardo Rincão
Três Fronteiras
Município
151
3.2.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 apresentou um total de 14.314 casos de crianças e de adolescentes em situação de trabalho infantil em 2009, e apresentou queda nos valores informados de 8,78% de casos entre 2008 e 2009. É possível observar um aumento de 85% em 2008 para 94% em 2009 na Taxa de Cobertura de Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho Infantil. O aumento teve igual impacto no atendimento de seus familiares. Em 2009 identificamos 44 municípios com atendimento à família, representando 80% dos municípios do Grupo 3, sendo a maior entre todos os grupos de municípios PPAC.
Tabela 9 Taxa Média de Cobertura de Crianças e de Adolescentes em Situação de Trabalho no Grupo 3 de Municípios PPAC em 2009 Taxa Média de Cobertura PETI 2008
85
2009
94
Variação 2008-2009 (%)
0,11
Fonte: Mapa PPAC/ Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Por fim, o Grupo 3 apresentou as maiores quedas no número de casos, se comparadas aos demais grupos PPAC, e também a maior participação de municípios no atendimento socioeducativo de seus familiares. Apresentou ainda avanços significativos na cobertura de crianças e de adolescentes em situação de trabalho infantil, cerca de 70% dos municípios obtiveram taxas superiores a 80%.
152
Taxa de Cobertura Grupo 3 - 2009
Taxa de Cobertura Grupo 3 - 2009
Município
Açucena
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
Município
Taxa de Total de Cobertura de Crianças Crianças e de em Adolescentes Trabalho em Trabalho Infantil Infantil
0
S/I
Morrinhos
136
100,00
Andorinha
200
S/I
Ocara
200
100,00
Aracoiaba
450
100,00
Orós
302
100,00
Aratuba
106
100,00
Palhano
100
100,00
Augusto Severo
50
S/I
Panelas
1950
100,00
Bananeiras
1065
100,00
Paudalho
358
100,00
Belém de São Francisco
837
100,00
Petrolândia
752
100,00
Brejo da Madre de Deus
S/I
S/I
Pilões
66
100,00
Buriti dos Montes
300
91,67
Pindobaçu
269
S/I
1049
100,00
Pintadas
21
100,00
0
S/I
Pombal
220
S/I
Castelo do Piauí
145
100,00
Queimada Nova
195
100,00
Condado
150
100,00
Riacho das Almas
0
S/I
Croatá
145
100,00
Santa Cruz dos Milagres
97
100,00
Filadélfia
137
S/I
Santana do São Francisco
345
100,00
Fortim
40
100,00
Santarém
164
100,00
Gameleiras
380
75,00
São Bento do Una
745
83,89
Guaiúba
160
100,00
São Francisco
10
S/I
Hidrolândia
187
100,00
São Gonçalo do Amarante
273
100,00
Irauçuba
180
55,56
São João do Arraial
152
52,63
Itaeté
S/I
S/I
Sento Sé
0
S/I
Itaiçaba
63
100,00
Sertânia
301
100,00
Itaueira
0
S/I
Tanguá
150
100,00
Luzilândia
215
55,81
Taquarana
S/I
S/I
Massapê do Piauí
180
83,33
Taquaritinga do Norte
107
S/I
Minas Novas
700
56,86
Uiraúna
200
100,00
Monsenhor Gil
148
100,00
Viana
314
100,00
Virgem da Lapa
S/I
S/I
Cabrobó Capela do Alto Alegre
153
3.2.6
Recomendações
1. Implantar serviços de apoio e fortalecimento de vínculos familiares e realizar oficinas de convivência e de trabalho socioeducativo para as famílias das crianças em situação de trabalho infantil, com foco na implementação de ações de capacitação e inserção produtiva, tendo em vista a realidade de vulnerabilidade e risco sociais a que estão expostas. Nesse sentido, é importante estruturar os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e/ou Centros de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) de acordo com o porte do município e em áreas de maior vulnerabilidade social, uma vez que segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, estes são os órgãos responsáveis pelo acompanhamento das famílias das crianças e dos adolescentes beneficiários do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que agora está integrado ao Bolsa Família. 2. Dar garantia pelo poder público de serviços e ações socioeducativas no contraturno escolar, retirando as crianças do trabalho, inserindo-as no Peti e assegurando sua permanência na rede educacional. Além disso, é recomendável desenvolver trabalhos de sensibilização nas escolas para que estas acolham meninos e meninas que muitas vezes podem apresentar defasagem em relação ao ensino regular 3. Investir para o fortalecimento das redes comunitárias, apoiando as famílias, potencializando suas competências para o sustento e educação de suas crianças. Para tal é necessário manter equipamentos, programas e serviços públicos e sociais em permanente articulação entre si e com Conselho Tutelar, Vara da Infância, Ministério Público, Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes e conselhos setoriais. Manter uma rede de informações que assessore o atendimento e acompanhamento das famílias é fundamental para avançar nas políticas de proteção social básica e especial trabalhando de forma articulada para melhor defender o direito das crianças e dos adolescentes à convivência familiar e comunitária, bem como no seu direito à infância com escola, cultura, brincadeiras etc.
154
3.3 Proteção contra MausTratos, Exploração e Violência
Indicador estratégico:
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas
Definição do Indicador: Este indicador revela o percentual de adolescentes de 12 a 18 anos que estão cumprindo Medidas Socioeducativas (MSE) em determinado ano e município. De acordo com o artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente, diante da prática do ato infracional poderão ser aplicadas as seguintes medidas considerando sua capacidade de cumpri-la, bem com as circunstâncias e gravidade da infração: Advertência, Obrigação de Reparar o Dano, Prestação de Serviços à Comunidade, Liberdade Assistida, Semiliberdade e Internação.
Modelo de cálculo:
Proporção de adolescentes em medidas socioeducativas
=
Nº de adolescentes de 12 a 18 anos inseridos em programas de atendimento de medidas socioeducativas População de 12 a 18 anos de idade
X 100
Aplicabilidade: Esses dados permitem aos gestores identificar sua demanda e definir estratégias de prevenção e enfrentamento da questão. A municipalização proporciona um maior investimento no aprimoramento de execução das medidas em meio aberto qualificando o processo socioeducativo a partir do envolvimento da família e comunidade.
Fatores correlatos:
Ampliação da taxa de cobertura de ensino médio; Políticas de proteção; Políticas de educação e saúde para prevenção ao uso de drogas; Políticas de distribuição de renda; Qualificação profissional de adolescentes acima de 14 anos; Políticas de cultura e lazer; Municipalização. 155
3.3.1
Cenário Nacional
Assim como os outros temas abordados neste relatório, o fenômeno da violência praticada por adolescentes deve ser compreendido considerando um grupo extenso e complexo de fatores que favorecem ou desencadeiam o ingresso e a permanência do adolescente na trajetória infracional. O Estatuto da Criança e do Adolescente propõe uma mudança significativa de paradigma que se reflete na forma como compreendemos e atuamos para o enfrentamento da questão. É fundamental para a efetividade da medida socioeducativa o envolvimento da Família, do Estado e da Sociedade. As medidas socioeducativas, cujas disposições gerais encontram-se previstas nos artigos 112 a 130 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) são aplicadas pelo Juiz da Infância e Juventude aos adolescentes (de 12 a 18 incompletos) que incidirem na prática de atos infracionais. A aplicação da medida deve considerar a gravidade da situação, o grau de envolvimento e as circunstâncias em que ocorreu, bem como sua individualidade, capacidade física e psicológica para cumprir a medida. A prevenção e o investimento socioeducativo efetivo se darão com a implementação das políticas sociais básicas, de assistência social, de proteção especial e de garantia de direitos. Dessa forma, a proposta de medidas não punitivas se coloca no contexto da proteção integral, como parte do processo de desenvolvimento pessoal e efetiva integração social envolvendo, inclusive, o direito à convivência familiar e comunitária. Segundo o Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei (2009), no Brasil observamos, nas medidas de Internação, Internação Provisória e Semiliberdade, que as maiores proporções de atendimento estão na Região Sudeste, seguida da Região Nordeste e Sul. O Gráfico 2 identifica as disparidades regionais, tais como os atendimentos de 2009 os quais 49,39% ocorreram na Região Sudeste, 22,33% na Região Nordeste, 14,63% na Região Sul, 7,5% na Região Centro-Oeste e 6,17% na Região Norte do país. O mesmo levantamento identifica que, em 2009, 66,65% são atendidos em regime de internação, 19,44% estão em internações provisórias e 8,78% em atendimentos de semiliberdade. O mesmo estudo ao comparar anos anteriores a 2009 identifica a tendência de redução na taxa de crescimento do número de internações a partir de 2004; as taxas de crescimento anual entre 2008 e 2009 representaram aumento de 1,42%. Já as medidas de liberdade provisória tiveram queda de 6,57% e as de semiliberdade apresentaram aumento de 10,50%. O relatório Unicef (2011) complementa ao apontar que em 2009, enquanto existiam 16.901 adolescentes cumprindo medida socioeducativa com restrição de liberdade, tínhamos 19.444 adolescentes em meio aberto. É interessante destacar que os investimentos na municipalização e foco nas medidas em meio aberto contribuíram na qualificação e na individualização do atendimento, por conta da redução do número de adolescentes nas unidades, “favorecendo a prevalência do aspecto pedagógico da medida sobre o aspecto contencioso da privação de liberdade” (SNPDCA/SDH/PR. 2009, p.11).
156
Gráfico 2:
Porcentagem de Atendimento ao Adolescente em Conflito com a Lei (2009) 60,00 51,76
51,85 49,39
50,00 42,32
41,16 38,54
40,00
25,41
30,00
20,00
22,33
20,79
20,39 15,67
14,39
14,96
13,97
14,63
9,88 7,28
10,00
7,48
5,87 7,53
6,71
6,18
6,17
3,71 1,64
0,00 Internação
Internação Provisória
Sudeste
Semiliberdade
Nordeste
Sul
Outras
Centro Oeste
Total Geral
Norte
Fonte: SNPDCA/SDH/PR. Levantamento Nacional do Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei, 2009.
O Projeto de Lei 1.627/2007, aprovado por resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), prevê normas para padronizar os procedimentos jurídicos envolvendo menores de idade, desde a apuração do ato infracional até a aplicação das medidas socioeducativas. Vale indicar que em 29 de março de 2009 a Comissão Especial constituída para analisar o referido Projeto de Lei aprovou a criação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). É diretriz do Sinase a municipalização de todas as medidas socioeducativas, com vistas à integração e aplicação das políticas públicas. A municipalização das medidas de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços Comunitários (PSC) é um objetivo a ser atingido, no sentido de garantir e ampliar os equipamentos sociais que dão maior efetividade à reinserção social dos adolescentes, pela sua maior participação na comunidade e fortalecimento de seus vínculos familiares. Quanto à consolidação do Sinase destacamos, especificamente, o processo de municipalização da execução das medidas socioeducativas em meio aberto. A municipalização das medidas conforme previsto pela legislação teve maior efetividade a partir da publicação do Sinase. A média nacional em 2007 é de cerca de 12% de municípios que já assumiram essa responsabilidade. Segundo o Mapeamento Nacional de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
157
(SEDH/PR/SPDCA/ILANUD, 2007) observamos que “das 26 capitais dos Estados, 19 delas já executam LA e/ou PSC e em 6 (seis) capitais já existe um processo de municipalização iniciado. [...] Por fim, nota-se que em pelo menos 15 estados a abrangência do processo de municipalização é menor que 11%, a média nacional” (SEDH/PR/SPDCA/ILANUD, 2007, p.13). Ou seja, o estudo revela que apesar da promulgação do ECA em 1990, que determina a municipalização do atendimento aos adolescentes que cumprem medidas em meio aberto, esse processo evoluiu muito pouco ao longo de todo esse tempo, e na maioria dos Estados teve início entre 2003 e 2007. Vale novamente destacar o considerável papel do Sinase (2006) e do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e de Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária (2006) nesse processo. Isso por estabelecerem importantes parâmetros para o atendimento de adolescentes em conflito com a lei bem como a ênfase nos aspectos pedagógicos. Em termos gerais, sabe-se que no conjunto de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas no Brasil o perfil típico deste jovem é do gênero masculino (88%), idade entre 15 e 19 anos (84%) e nível fundamental de escolaridade (53%). Do ponto de vista da medida socioeducativa em execução, as mais comuns são as de meio aberto, como LA (39%) e PSC (30%). Associadas a tais medidas em cumprimento, destacam-se os atos infracionais correspondentes aos crimes contra o patrimônio (53%). “[...] Não se identificou diferenças [...] entre o perfil dos adolescentes que cumprem medidas em meio aberto ou fechado. [...] Algumas distinções notáveis são o fato de que os adolescentes do gênero masculino são mais comuns nos regimes de internação e as meninas são mais encontradas na medida de prestação de serviços à comunidade” (SEDH/PR/SPDCA/ILANUD, 2007, p. 48-49). O estudo também identifica que os programas de medidas em meio aberto são menos estruturados no interior dos Estados em oposição às capitais. Observou-se nas capitais onde a execução das medidas já foi assumida pelos gestores municipais que: 1. “O aporte financeiro realizado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, por meio de convênios com Estados e os municípios, foi um recurso bastante importante na implementação da municipalização das medidas socioeducativas em meio aberto” (SEDH/PR/SPDCA/ILANUD, 2007, p.18). 2. A interlocução efetiva entre gestores estaduais e municipais se caracteriza como facilitador do processo paulatino de absorção de novas responsabilidades de forma planejada. 3. O foco na coresponsabilidade da família, sociedade e Estado pela promoção e a defesa dos direitos de crianças e de adolescentes (Artigo 4º do ECA) indica a necessidade de a família zelar para que o Estado cumpra com suas responsabilidades, fiscalizando e acompanhando o atendimento socioeducativo. Além disso, deve partilhar do atendimento e cuidado com o adolescente infrator, garantindo-lhe o seu pleno desenvolvimento. Há a necessidade de desenvolver trabalhos com as famílias para que estas sejam mais bem capacitadas e conscientes de suas funções a implicações. 4. O impacto de investimentos na qualidade do atendimento e na articulação entre os diversos atores do sistema poderá representar reduções nas taxas de reincidência de adolescentes em medidas socioeducativas.
158
5. Os dados ainda precisam avançar em termos de coleta, registro e análise. De qualquer maneira estudos indicam a implantação do Sistema de Informações para Infância e Adolescência (Sipia) como estratégia de registro e sistematização das informações, bem como de sua aplicabilidade no planejamento e gestão. Vale ressaltar a responsabilidade dos Centros Especializados de Assistência Social (Creas) na referência e contrarreferência de adolescentes e seus familiares em cumprimento de medida de semiliberdade e das medidas em meio aberto, no atendimento e acompanhamento especializado de crianças vítimas de violência. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no Brasil em 2009, foram instaladas 5.798 unidades de Cras e 1.200 unidades de Creas. É interessante destacar que há maiores desigualdades regionais nas implantações de Cras que de Creas. Apesar de em ambos os casos a maior concentração estar entre a Região Norte e Sudeste, no caso dos Cras observamos que proporcionalmente estão menos concentrado nas regiões Centro-Oeste e Norte. As situações de adolescentes em conflito com a lei estão intimamente relacionadas ao contexto de violação de direitos. De modo geral é possível observar que as medidas em regime fechado tem reduzido nos últimos anos, que o processo de municipalização é recente e que ainda persistem consideráveis diferencias regionais. A implantação de Cras e Creas ainda precisa avançar na qualidade de atendimento especialmente de crianças e de adolescentes em situação de violência e em conflito com a lei. As situações de violação de direitos e de violência levam milhares de crianças e de adolescentes não somente às situações de conflito com a lei, mas também a contextos de trabalho infantil. Unidades de CRAS no Brasil por Região (Censo 2009)
481 8%
887 15%
.
1.975 34%
2.000 35%
455 8%
Unidades de CREAS no Brasil por região (Censo 2009) Centro Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
153 13%
215 18%
Fonte: MI Social/MDS, 2011
373 31%
335 28%
124 10% Centro Oeste
159
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
3.3.2
Cenário dos Municípios PPAC
Considerando o preenchimento do Mapa PPAC, foi possível observar que os municípios PPAC apresentaram, em 2009, média de 84,72% de adolescentes em medidas socioeducativas em meio aberto, já em 2008 a média era de 80,2%. A tendência de aumento das medidas socioeducativas em meio aberto indica que houve uma maior absorção da mudança de paradigma, que compreende o caráter pedagógico das medidas socioeducativas para adolescentes em detrimento do caráter punitivo (ver Figura 6). Uma variável explicativa para essa tendência é o grau de municipalização de medidas socioeducativas em meio aberto - Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). A descentralização do atendimento aos adolescentes em conflito com a lei, representa um atendimento qualificado, na medida em que ocorre em parceria da comunidade e da família. A municipalização, como mencionado anteriormente, visa o estabelecimento de diversos equipamentos sociais no município aproximando o atendimento do adolescente para próximo de sua realidade sociocultural. Em 2009, identificamos que 64,7% dos municípios PPAC assumiram a responsabilidade do atendimento às medidas de PSC32 e 63,8% municipalizaram o atendimento às medidas de LA33. Quando observamos os que indicaram terem municipalizado ambas ou uma das medidas, ou os que indicaram possuir consórcios intermunicipais para este atendimento uma vez que não se justifica a implantação de serviço exclusivo, percebemos que 76,3% estão em processo de municipalização das medidas socioeducativas em meio aberto em 2009 (ver Figura 7). A reincidência de adolescentes em conflito com a lei é indicador importante para avaliar a qualidade do atendimento, pois aponta que não houve efetividade da inserção social objetivada no atendimento. Os Planos Individuais de Atendimento (PIA) buscam impactar positivamente no projeto de vida desses adolescentes, inserindoos no sistema de ensino regular, em programas e projetos, articulando recursos e serviços etc. Os municípios PPAC34 apresentaram uma média de 21,3% na Taxa de Reincidência de Adolescentes em Medidas Socioeducativas em 2008; esta média caiu para 20,5% em 2009. Em 2009 identificamos que em um extremo temos 37,3% dos municípios PPAC com taxas de reincidência entre 0% e 20%, e em outro, observamos cerca de 3% com taxas de reincidências entre 80% e 100% no mesmo ano – distribuídos especialmente nas Regiões Sudeste, Nordeste e Sul (ver Figura 8). O locus institucionalizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para a participação da sociedade civil são os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, que legalmente põem fim à postura tradicional de políticas centralizadas, impostas de modo autoritário, desvinculadas da realidade local e sem participação da sociedade civil. Cabe ao Conselho Municipal a articulação de forças para a elaboração do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMAS) em conjunto com as Secretarias municipais de Assistência Social. Devemos lembrar que as situações que envolvem adolescentes em conflito com a lei, como parte do Sistema de Garantia de Direitos, pressupõe a integração de diversos atores. Por isso a elaboração de forma participativa de um Plano 32
Prestação de Serviços à Comunidade. Liberdade Assistida. 34 No Mapa PPAC, a resposta para a questão D-XVII “Informa o total de adolescentes reincidentes que cumprem medidas socioeducativas” era obrigatória somente para os municípios do Grupo 1, porém diversos municípios do Grupo 2 e 3 tiveram a iniciativa de responder, por isso encontramos 151 municípios PPAC sem informação neste indicador. 33
160
Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMAS) é fundamental tanto na perspectiva de qualificação como de responsabilização dos diversos atores envolvidos no Sistema de Atendimento de Medidas Socioeducativas (ver Figura 9). Outro fator importante envolve o acompanhamento individual e coletivo do adolescente em conflito com a lei, bem como orientação e atendimento de seus familiares. Diante disso optamos por trabalhar com os indicadores da existência de Creas e do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMAS) Em 2009, observamos que 54,52% dos municípios PPAC possuíam Creas e 52,54% indicaram possuir Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMAS). Contudo, essas proporções não foram as mesmas observadas para a municipalização das medidas, indicando que o processo não foi acompanhado necessariamente pela elaboração de Plano Municipal e implantação de Creas (ver Figura 10).
161
Figura 6 Porcentual de Adolescentes em Medida Socioeducativa em Meio Aberto em 2009
162
Figura 7 MunicĂpios PPAC Que Municipalizaram Medida Socioeducativa em Meio Aberto em
163
2009
Figura 8 Taxa de Reincidência de Adolescentes dos Municípios PPAC em Medida Socioeducativa em 2009
164
Figura 9 MunicĂpios PPAC com Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo em 2009
165
3.3.3
Figura 10 - Municípios PPAC com CREAS Instalado em 2009
Análise do “Grupo 1”
Verificamos que o Grupo 1 de municípios apresentou um total de 27.043 adolescentes em medida socioeducativa em 2009, representando 99,65% do total cumprindo medida entre os municípios PPAC. A média da proporção de medidas em meio aberto para o Grupo 1 foi igual a 85,37% em 2009; um aumento de 5% entre 2008 e 2009.
Tabela 10 Total de Adolescentes em Medida Socioeducativa no Grupo 1 de Municípios PPAC em 2009 Regime das Medidas e Idade Total Meio Aberto Total Meio fechado Total de Adolescente de 12-18 anos
Grupo 1 27.043 9.877 31.829
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
166
Dos municípios do Grupo 1, 82% municipalizaram as medidas de LA, 83,3% municipalizaram PSC; em ambos os casos cerca de 20 pontos percentuais superiores à proporção média de municipalização observada para todos os municípios PPAC. Quando consideramos os municípios que municipalizaram uma das medidas ou indicam possuir consórcio intermunicipal por não justificar a implantação deste serviço, percebemos que 87% do Grupo 1 municipalizaram as medidas socioeducativas.
Tabela 11 Condição de Municipalização das Medidas Socioeducativas no Grupo 1 de Municípios PPAC em 2009 Responsabilidade Municipal da Medida Socioeducativa
Grupo 1 N.A.
Total %
N.A.
%
Municípios que Municipalizaram LA
128
82,05
226
63,84
Municípios que Municipalizaram PSC
130
83,33
229
64,69
Municípios que Municipalizaram (PSC ou LA ou Consórcio Intermunicipal)
136
87,18
270
76,27
Total
156
100,00
354
100,00
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Em relação ao número de adolescentes reincidentes, percebemos que 82 municípios do Grupo 1 (52,6%) apresentaram taxas entre 0% e 20% de jovens reincidentes. Por outro lado, no outro extremo, observamos 5 municípios com taxa igual a 100%. Sugerimos que o grau de municipalização reflete positivamente no índice de reincidência, em 2009. É importante destacar que 89,7% dos municípios do Grupo 1 indicaram terem instalado Creas em seus territórios. Outro importante indicador para a compreensão do contexto de atendimento dos adolescentes cumprindo medida socioeducativa, pois cabe a esse órgão a referência do atendimento, bem como o acompanhamento e orientações de seus familiares. De maneira geral, em 2009 o Grupo 1 de municípios indicou avanços importantes no tratamento da questão. Verifica-se aumento no número de medidas socioeducativas em meio aberto, aumento no número de Creas e, por fim, maior número de municípios com baixos índices de reincidência. Cabe indicar que 61,5% dos municípios do Grupo 1 indicaram ter Plano de Atendimento Socioeducativo.
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009 Município
%
167
Abaetetuba Acopiara
0,05
Alfenas
0,62
Altamira
0,29
Ananindeua
0,14
Anápolis
0,00
Canoas
0,07
Aracaju
0,07
Canoinhas
0,19
Aracati
0,18
Cariacica
0,46
Arapiraca
0,33
Cascavel
0,89
Atibaia
1,61
Catanduva
0,23
Balneário Camboriú
1,24
Caxias do Sul
0,40
Bauru
0,67
Chapecó
6,76
Belo Horizonte
0,75
Colatina
0,88
Betim
0,00
Concórdia
1,05
Blumenau
0,56
Contagem
0,30
Botucatu
1,16
Cosmópolis
0,28
Bragança Paulista
2,05
Cotia
0,00
Brumado
0,19
Criciúma
1,23
Cabo de Santo Agostinho
0,33
Cruz Alta
0,37
Cachoeiras de Macacu
0,00
Cuiabá
0,30
Cajamar
0,23
Curitiba
2,15
Cambé
0,57
Diadema
0,22
Campinas
0,34
Dias d'Ávila
0,00
Campo Formoso
0,01
Embu
0,43
Campo Mourão
1,58
Escada
0,00
Fernandópolis
1,21
Florianópolis
0,00
Fortaleza
0,72
Franca
0,29
Gaspar
0,71
0,26
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009 Município
%
168
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009 Município
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009 Município
%
%
Gravatá
0,02
Lorena
0,14
Guarujá
0,25
Maracanaú
0,13
Guarulhos
0,36
Marília
0,75
Horizonte
0,13
Maringá
1,57
Igarassu
0,00
Mauá
0,27
Iguatu
0,18
Mesquita
0,06
Imperatriz
0,14
Mirassol
2,53
Ipirá
0,00
Mogi das Cruzes
0,88
Irecê
0,00
Mogi Mirim
0,42
Itabira
0,53
Mossoró
0,28
Itajubá
0,03
Navegantes
0,37
Itapecerica da Serra
0,22
Olímpia
0,47
Itapetininga
1,53
Olinda
0,16
Itapeva
0,59
Ouro Preto
0,40
Itapira
0,33
Pacajus
0,12
Itaquaquecetuba
0,20
Palmas
0,16
Itatiba
0,62
Paragominas
0,00
Itaúna
1,06
Paranaguá
0,40
Itu
0,24
Paranavaí
0,75
Itumbiara
1,86
Paulínia
0,72
Jaboatão dos Guararapes
0,14
Paulo Afonso
0,26
Jaboticabal
0,13
Pelotas
0,33
Jacareí
1,37
Petrolina
0,07
Jaú
0,47
Piracicaba
0,52
Jequié
0,03
Pirassununga
0,80
João Monlevade
0,74
Piripiri
0,00
João Pessoa
0,04
Poços de Caldas
0,23
Joinville
0,20
Porto Alegre
0,68
Juazeiro
0,05
Porto Ferreira
0,87
Juiz de Fora
0,60
Praia Grande
0,92
Jundiaí
1,08
Presidente Prudente
1,41
Lauro de Freitas
0,00
Recife
0,29
Lençóis Paulista
0,59
Resende
0,30
Limoeiro do Norte
0,08
Rio Branco
2,20
Londrina
2,57
Rio Claro
1,35
169
Proporção de adolescentes em medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009 Município
Proporção de adolescentes em medidas Socioeducativas Grupo 1 - 2009
%
Município
%
Rio das Ostras
0,18
São Sebastião
0,20
Rio de Janeiro
0,04
São Sebastião do Paraíso
1,33
Rio do Sul
1,09
São Vicente
0,93
Rolim de Moura
0,22
Sapiranga
0,22
Russas
0,09
Senhor do Bonfim
0,15
Salgueiro
0,07
Tatuí
0,86
Santana de Parnaíba
0,40
Teófilo Otoni
0,23
Santana do Livramento
0,03
Timon
0,08
Santo André
0,36
Uberaba
0,52
Santo Ângelo
0,63
Uberlândia
1,34
Santos
0,62
Unaí
0,05
São Bento do Sul
0,47
Vila Velha
1,04
São Bernardo do Campo
0,72
Vinhedo
0,33
São Caetano do Sul
1,69
Vitória
0,75
São Carlos
1,39
Vitória da Conquista
0,49
São José dos Campos
1,58
Volta Redonda
0,14
São Leopoldo
0,44
Votorantim
1,91
São Roque
0,28
Votuporanga
1,06
170
3.3.4
Análise do “Grupo 2”
O Grupo 2 de municípios totalizou 1.900 adolescentes cumprindo medida socioeducativa em meio aberto no ano de 2009, representando 92,95% do total de adolescentes cumprindo medida neste grupo. A proporção média de medidas em meio aberto para o Grupo 2 foi igual a 91,77% em 2009 e teve aumento de 7% entre 2008 e 2009. Tabela 12 Total de Adolescentes em Medida Socioeducativa no Grupo 2 de Municípios PPAC em 2009 Regime das Medidas e Idade
Grupo 2
Total Meio Aberto
1.900
Total Meio fechado
144
Total de Adolescentes de 12-18 anos de 1.983 adolescente em medida socioeducativa Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Dos municípios do Grupo 2, cerca de 64% indicaram que municipalizaram LA e PASC. Em ambos os casos a proporção foi semelhante à média observada para todos os municípios PPAC. Ao examinarmos os municípios que municipalizaram LA ou PSC ou possuem consórcios intermunicipais percebemos 75,52% nessas condições. Outro importante indicador da implantação do Sinase é a elaboração de Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo; nesse sentido identificamos 54,5% de municípios do Grupo 2 com o referido Plano.
Tabela 13 Condição de Municipalização das Medidas Socioeducativas no Grupo 2 de Municípios PPAC em 2009 Responsabilidade Municipal da Medida Socioeducativa
Grupo 2 N.A.
Total %
N.A.
%
Municípios que Municipalizaram LA
92
64,34
226
63,84
Municípios que Municipalizaram PSC
92
64,34
229
64,69
Municípios que Municipalizaram (PSC ou LA ou Consórcio Intermunicipal)
108
75,52
270
76,27
Total
143
100,00
354
100,00
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
Observando os índices de reincidência de adolescentes cumprindo medida socioeducativa no Grupo 2, percebemos que 46 municípios (32%) apresentaram taxas entre 0% e 20% em 2009. De outro lado, identificamos 6 municípios com índices elevados (igual a 100%). Sugerimos que o baixo grau de municipalização impacta na baixa proporção de municípios com índices de reincidências inferiores a 20%, em 2009. Como mencionado, a reincidência é indicador do atendimento qualificado, e parte deste processo de qualificação reside no próprio processo de municipalização.
171
Neste contexto, observamos também que somente 25,9% dos municípios indicaram terem implantado o serviço de Creas, o que implica num contexto desfavorável ao atendimento qualificado dos adolescentes cumprindo medida socioeducativa, pois além de não terem municipalizado não possuem o serviço de referência para o atendimento desses adolescentes e seus familiares. Em 2009 o Grupo 2 de municípios apresenta ampliação do processo de municipalização e queda no número de adolescentes em meio fechado, mas possui uma quantidade considerável de municípios com índices elevados de reincidência. Essas localidades precisam avançar no atendimento qualificado de seus adolescentes e familiares; o primeiro passo é a municipalização acompanhada da implantação de unidade de Creas em áreas onde há concentração de adolescentes em conflito com a lei.
Proporção de Adolescentes em Medidas Socieoeducativas Grupo 2 - 2009 Município
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 2 - 2009 Município
%
%
0,88
Cornélio Procópio
2,58
Agrolândia
0,00
Cristais Paulista
0,00
Aguaí
0,00
Cruzeiro do Oeste
1,27
Altinópolis
0,12
Cruzília
0,00
Alto Araguaia
0,00
Dois Córregos
0,81
Alvinópolis
0,00
Dolcinópolis
0,00
Américo Brasiliense
0,44
Estrela d'Oeste
3,88
Ariranha
1,03
Eusébio
0,00
Arroio do Meio
0,05
Fazenda Vilanova
1,35
Balneário Pinhal
0,59
Forquilhinha
1,54
Barra Bonita
0,17
Garça
0,88
Barroso
0,00
Garuva
0,46
Bataguassu
0,12
Guaíra
0,75
Batayporã
0,59
Guará
0,18
Bocaina
0,25
Guarani
0,00
Brotas
0,92
Guarani d'Oeste
0,51
Buritama
0,58
Guararema
0,28
Buritis
0,23
Guariba
0,50
Campos do Jordão
0,45
Iacri
0,00
Capão Bonito
0,69
Ibiporã
1,32
Carambeí
0,35
Ibiraci
1,20
Cássia
0,00
Ilha Solteira
0,79
Cesário Lange
0,00
Indaial
1,83
Colinas do Tocantins
0,00
Ipiaú
0,00
Conchal
0,51
Iracemápolis
0,00
Adamantina
172
Proporção de adolescentes em medidas Socioeducativas Grupo 2 - 2009 Município
Proporção de adolescentes em medidas Socioeducativas Grupo 2 - 2009 Município
%
%
Itacuruba
0,00
Nova Petrópolis
0,17
Itajobi
0,72
Nova Prata
1,98
Itanhandu
0,00
Nova Trento
0,23
Itatiaia
0,17
Nova Veneza
0,06
Itupeva
0,25
Nuporanga
0,55
Jardinópolis
0,21
Orlândia
0,98
Ladário
1,22
Osório
0,81
Lagoa Grande
0,00
Osvaldo Cruz
1,01
Lima Duarte
0,00
Otacílio Costa
0,00
Lindoia do Sul
0,00
Ouro Fino
0,00
Lindolfo Collor
0,27
Pains
0,00
Lucrécia
0,00
Palmeira
0,17
Macatuba
0,47
Palmeira d'Oeste
0,91
Magda
0,00
Paraíso do Norte
0,50
Maracaju
0,00
Pedrinhas Paulista
0,00
Marau
1,05
Picuí
0,00
Martinópolis
0,57
Pimenta
0,00
Mongaguá
2,12
Piraí
0,00
Montanha
1,10
Pomerode
0,80
Monte Alto
1,41
Populina
0,49
Monte Aprazível
1,17
Porangatu
0,33
Monte Carmelo
0,00
Porto Belo
0,12
Monte Castelo
0,26
Porto Feliz
1,44
Monte Mor
0,44
Porto União
0,84
Morro Agudo
1,73
Potirendaba
0,78
Morro da Garça
0,00
Quatro Barras
0,16
Muritiba
0,00
Rancharia
0,48
Naviraí
0,00
Ribas do Rio Pardo
0,62
Neves Paulista
1,49
Rincão
0,79
Nortelândia
3,33
Rio Brilhante
0,69
Nova Alvorada do Sul
0,48
Rio Verde de Mato Grosso
0,08
Nova Andradina
0,58
Riolândia
0,99
Nova Europa
0,82
Salinas
0,00
Nova Mutum
0,00
Santa Fé do Sul
1,48
Nova Odessa
0,14
Santa Isabel
0,22
173
Proporção de adolescentes em medidas Socioeducativas Grupo 2 - 2009 Município
%
Santa Rita do Sapucaí Santo Antônio do Aracanguá
0,00
São João do Piauí
0,00
São Jorge do Patrocínio
0,15
São José da Bela Vista
0,29
São José dos Quatro Marcos
0,00
São Sebastião da Grama
0,15
São Sebastião do Passé
0,00
Serrana
0,54
Severínia
0,16
Tambaú
0,57
Tarumã
0,82
Tijucas
0,60
Três Fronteiras
0,44
Tucumã
0,00
Tupandi
0,00
Turiúba
0,00
Urânia
0,13
Urupês
0,91
Valentim Gentil
1,69
Vargem Grande Paulista
0,00
Viçosa
2,17
Viradouro
1,12
0,47
174
3.3.5
Análise do “Grupo 3”
O Grupo 3 de municípios informou um total de 87 casos de adolescentes em medidas socioeducativas em meio aberto no ano de 2009, ou seja, 79% estão cumprindo medida em regime aberto. A maioria das informações detalhadas desse contexto não eram obrigatórias para o Grupo 3, porém muitos municípios cederam informações, o que viabilizou esta análise.
Tabela 14 Total de Adolescentes em Medida Socioeducativa no Grupo 3 de Municípios PPAC em 2009 Regime das Medidas e Idade
Grupo 3
Total Meio Aberto
87
Total Meio fechado
23
Total de Adolescentes de 12-18 anos 282 de adolescentes em medida Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009. socioeducativa
Dito isso, cerca de 11% dos municípios indicaram terem municipalizado LA e 13% municipalizaram PSC. Em ambos os casos as proporções são significativamente inferiores à média de municipalização para todos os municípios PPAC. Ao observarmos os municípios que municipalizaram LA ou PSC ou possuem consórcios intermunicipais percebemos 47,27% nessas condições. Vale indicar que foi o grupo de municípios PPAC com o menor grau de municipalização das medidas socioeducativas. O processo de municipalização é importante indicador da implantação do Sinase, que, tendo a municipalização como princípio fundamental, prevê a elaboração de Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMAS). Assim, destacamos que 21,8% dos municípios do Grupo 3 indicaram possuir Plano Municipal. Tabela 15 Condição de Municipalização das MSE no Grupo 3 de Municípios PPAC em 2009 Responsabilidade Municipal da Medida Socioeducativa
Grupo 3 N.A.
Total %
N.A.
%
Municípios que Municipalizaram LA
6
10,91
226
63,84
Municípios que Municipalizaram PSC
7
12,73
229
64,69
Municípios que Municipalizaram (PSC ou LA ou Consórcio Intermunicipal)
26
47,27
270
76,27
Total
55
100,00
354
100,00
Fonte: Mapa PPAC/Fundação Abrinq – Save the Children, 2009.
No caso dos índices de reincidência de adolescentes cumprindo medida socioeducativa, a resposta não era obrigatória, porém no Grupo 3 destacamos 4 municípios com taxas entre 0% e 20% em 2009. Em outro extremo, identificamos 2 municípios com índices elevados (igual a 100%). Nesse contexto, analisamos que somente 27,3% dos municípios do Grupo 3 indicaram a disponibilidade de serviço do Creas. Indicando o contexto desfavorável ao atendimento qualificado dos adolescentes cumprindo medida socioeducativa, pois além de não terem municipalizado boa parte do atendimento de medida socioeducativa também não possuiam números suficientes do serviço de referência para atendimento de seus adolescentes e familiares.
175
O cenário que destacamos para os municípios do Grupo 3, em 2009, é composto por reduzido processo de municipalização e relativa queda no número de adolescentes em meio fechado. Esses municípios precisam avançar no atendimento de seus adolescentes e familiares, o que inclui a municipalização de medidas socioeducativas e implantação de Creas conforme a concentração de situações de risco, violência e adolescentes em conflito com a lei.
176
Proporção de Adolescentes em Medidas Socioeducativas Grupo 3 - 2009 Município
Proporção de adolescentes em Socioeducativas Grupo 3 - 2009 Município
%
%
Açucena
0,00
Ocara
0,00
Andorinha
0,58
Orós
0,04
Aracoiaba
0,00
Palhano
0,00
Aratuba
0,10
Panelas
0,03
Augusto Severo
0,17
Paudalho
0,00
Bananeiras
0,17
Petrolândia
0,00
Belém de São Francisco
0,00
Pilões
0,00
Brejo da Madre de Deus
0,00
Pindobaçu
0,00
Buriti dos Montes
0,00
Pintadas
0,00
Cabrobó
0,47
Pombal
0,51
Capela do Alto Alegre
0,00
Queimada Nova
0,00
Castelo do Piauí
0,12
Riacho das Almas
0,00
Condado
0,00
Santa Cruz dos Milagres
0,00
Croatá
0,38
Santana do São Francisco
0,00
Filadélfia
0,00
Santarém
0,00
Fortim
0,09
São Bento do Una
0,21
Gameleiras
0,00
São Francisco
0,00
Guaiúba
0,00
São Gonçalo do Amarante
0,00
Hidrolândia
0,04
São João do Arraial
0,37
Irauçuba
0,60
Sento Sé
0,28
Itaeté
6,48
Sertânia
0,00
Itaiçaba
0,00
Tanguá
0,00
Itaueira
0,00
Taquarana
0,00
Luzilândia
0,00
Taquaritinga do Norte
0,00
Massapê do Piauí
0,00
Uiraúna
0,00
Minas Novas
0,00
Viana
0,07
Monsenhor Gil
0,00
Virgem da Lapa
0,00
Morrinhos
0,40
177
3.3.6
Recomendações
1. Implantar e manter serviços e projetos que desenvolvam competências e habilidades para o exercício do protagonismo, possibilitando uma mudança de atitude e um projeto de vida. Para tanto, é importante também a restauração e fortalecimento de vínculos familiares e sociais. 2. Capacitar os profissionais da área de assistência e segurança pública para a execução das medidas socioeducativas que possibilitarão a definição de fluxos, competências e procedimentos para atendimento de adolescentes cumprindo medida socioeducativa numa perspectiva pedagógica. 3. Elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, pois este permitirá o envolvimento de diversos atores da sociedade e do poder público, criando ambiente necessário à implantação de um sistema integrado de caráter pedagógico. É relevante capacitar professores e gestores da rede pública de ensino para garantir o acolhimento desses adolescentes no universo escolar, evitando que sofram com situações de preconceito, exclusão e violência. Ou seja, integrar diferentes atores públicos e da sociedade civil para a constituição de uma rede de proteção social básica e especial voltada ao adolescente em conflito com a lei e seus familiares. 4. Qualificar o atendimento dos adolescentes cumprindo medida socioeducativa por meio da implantação e ampliação das unidades de Creas, como também ampliação das equipes multiprofissionais para atendimento. É importante ampliar programas e serviços de atendimento e acompanhamento dos egressos, bem como realizar campanhas para sensibilização da sociedade para acolhimento desses indivíduos na comunidade e superação de preconceitos. Indicamos a edição de normas complementares para a organização e funcionamento dos programas de seu sistema, bem como a elaboração de seus projetos pedagógicos, fundamentados nas diretrizes pedagógicas do Sinase para atendimento socioeducativo em meio aberto. 5. Reformar os espaços existentes e criar outros em conformidade com diretrizes do Sinase que favoreçam o desenvolvimento pessoal e social do adolescente em medida socioeducativa, em regime fechado. Monitorar permanentemente a realidade desses adolescentes é fundamental para um planejamento adequado dos investimentos. Sugerimos a implantação do Sipia II/InfoInfra, entre outras ferramentas. O foco deve ser o levantamento periódico quantitativo e qualitativo da situação de programa de atendimento, nos seguintes aspectos: administrativo, pedagógico, segurança, gestão e outros.
178
4
Eixo IV
ORÇAMENTO CRIANÇA E ADOLESCENTE
4.1
Introdução
Desde a edição 2005-2008, o Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC) considera o Orçamento Criança (OCA) como eixo para a conquista do selo Prefeito Amigo da Criança. A iniciativa inédita vem proporcionando a difusão da metodologia e estimulando a cultura de gestão de políticas públicas por meio da abordagem orçamentário-financeira, ao mesmo tempo em que agrega informações sobre o andamento dessas políticas pela consolidação da apuração dos OCAs dos municípios participantes. Na atualidade, a Fundação Abrinq – Save the Children é a única instituição que mantém o apoio de forma sistemática e continuada ao levantamento do Orçamento Criança de prefeituras, em sintonia com as diretrizes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda). Esse trabalho iniciou-se em 2005 com a produção da cartilha De Olho no Orçamento Criança em parceria com o Fundo nas Nações Unidas para a Infância (Unicef e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), destinada a capacitar a sociedade civil para a apuração do OCA. Na sequência, durante a edição do PPAC (2005-2006), difundiram-se os critérios da metodologia e o potencial informativo do OCA para a gestão de políticas, com destaque para a importância da discussão de seu resultado pela Comissão de Avaliação do Programa e o estímulo à interação ativa dos gestores de políticas sociais com a área orçamentário-financeira. Em 2007, com a publicação do manual de apuração 12 Passos para a Apuração do OCA dirigido a prefeituras, foi realizada a primeira apuração do OCA com os participantes do Programa referente ao exercício de 2006. Em 2008, já como quesito para obtenção do selo, 535 municípios apuraram o Orçamento Criança de 2007 (inicial e realizado), sendo validados 362 levantamentos para análise. Na edição 2009-2010, 386 localidades realizaram o levantamento relativo ao exercício de 2008, com 290 sendo considerados consistentes para análise. Novamente, os municípios participantes apuraram o OCA, agora para o exercício de 2009. De 354, somente 178 foram considerados consistentes para a análise. Os critérios adotados para definição de inconsistência do levantamento constam do Quadro 1 e o resultado de sua aplicação do Quadro 2. Tal procedimento faz-se necessário devido à natureza declaratória dos relatórios do OCA entregues pelos municípios, que apresentam erros de interpretação da metodologia assim como erros de lançamento de dados. Tais erros não são passíveis de confirmação ou mesmo de eventual saneamento por parte da Fundação, uma vez que os relatórios entregues são de natureza sintética e não veêm acompanhados dos dados básicos que os originaram. Os critérios observados seguiram basicamente os da edição anterior, com alterações. Foram excluídos os quesitos Relação OCA Total Liquidado/Orçamento Total Liquidado ≤ 26,0% e Relação OCA Liquidado/Orçamento Total Liquidado ≥ 95,0% constantes do relatório passado. Considerou-se margem mais favorável (<55,0%) da relação entre orçamento municipal declarado e os dados de despesas orçamentárias constantes do Finbra/Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Além disso, alterou-se a margem de tolerância de variação OCA Educação em relação ao peso relativo presumido destas despesas para <7,5,0%.
179
Nesta edição, o percentual de municípios com levantamentos consistentes para análise foi pior (50,03%), contra 75,1% na edição passada e 67,7% na anterior. Entretanto, os motivos verificados das inconsistências sugerem que o problema pode ser sanado com a solicitação de informações complementares, conforme denotam o não atendimento aos quesitos referentes à educação e às despesas orçamentárias do Tesouro Nacional, ou mesmo com maior controle na entrada de dados por parte dos municípios. A seguir, apresentamos a consolidação das tendências apuradas na alocação de recursos para a criança e o adolescente, de acordo com os indicadores concebidos para a Metodologia OCA. Os municípios foram agregados por regiões (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro Oeste), com destaque para o conjunto dos municípios do Estado de São Paulo dado o seu peso na amostra, assim como por tamanho do município (G1= muito grande, G2= grande, M= médio, MP= médio pequeno, P= pequeno e PP= muito pequeno), condição que determina diretamente o perfil orçamentário financeiro dos entes públicos e, indiretamente, sua capacidade institucional. Essa classificação não mais se refere ao Índice de Qualidade de Vida da Criança (ICV-Criança), elaborado pela Fundação Abrinq – Save the Children e utilizado nas análises dos relatórios anteriores. Como tem se afirmado ao longo do Programa, em razão de sua natureza estritamente econômica e sintética, essas informações não devem ser tratadas como suficientes para análises conclusivas, devendo ser correlacionadas com dados complementares, a fim de se lograr para uma avaliação mais circunstanciada das políticas implementadas. Elas se destinam a contribuir para a reflexão de prefeitos, Legislativo, gestores de políticas, comissões de acompanhamento do OCA e conselhos dos direitos da criança e do adolescente, dentre outras instâncias e agentes, sobre o perfil e estágio de gestão dessas políticas.
180
QUADRO 1 INCONSISTÊNCIAS VERIFICADAS NOS LEVANTAMENTOS DO ORÇAMENTO CRIANÇA PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2011 CRITÉRIO
DESCRIÇÃO
Orçamento Liquidado < 55% Dados referentes ao Orçamento Municipal Liquidado declarado são menores Desp. Orç. STN e > 120% Desp. do que 55,0% ou maiores do que 120% do que as Despesas Orçamentárias do Orç. STN Finbra/Secretaria do Tesouro Nacional OCA Liquidado Zerado
OCA Inicial Zerado
Dados referentes ao Orçamento Criança Liquidado igual a zero (OCA Liq.= 0)
Dados referentes ao Orçamento Criança Inicial igual a zero (OCA Ini. = 0)
Orçamento Liquidado Zerado
Dados referentes ao Orçamento Liquidado do Município igual a zero (ORÇ. Liq. = 0)
Orçamento Inicial Zerado
Dados referentes ao Orçamento Inicial do Município igual a zero (ORÇ. Ini = 0)
OCA Saúde Liquidado Zerado
Dados referentes ao Orçamento Criança Saúde Liquidado igual a zero (OCA SAÚDE Liq.= 0)
OCA Educação Liquidado Zerado
Dados referentes ao Orçamento Criança Educação Liquidado igual a zero (OCA EDU. Liq. = 0)
Relação OCA Saúde/ Orçamento Total Liquidado ≤4,05%
Dados que apresentaram percentual inferior a 90% do percentual de despesas da Saúde (15%) em relação ao Orçamento Total Liquidado após aplicação do índice médio de população de crianças (30%) [(OCA Saúde/ORÇ TOTAL Liq. < 4,05% 4,05% = (0,3x15x08,)*100)]
Relação OCA Educação/ Orçamento Total Liquidado ≤7,5%:
Dados que apresentaram percentual inferior a 30% do percentual de despesas da Educação (25%) em relação ao Orçamento Total Liquidado [OCA Educação Total/ORÇ TOTAL Liq. < 12,0% 12,0% = (0,3x25)*100)]
181
QUADRO 2 MUNICÍPIOS EXCLUÍDOS DA ANÁLISE DEVIDO A INCONSISTÊNCIAS NA APURAÇÃO DO ORÇAMENTO CRIANÇA 2009
OCA Liquidado Zerado
Orçamento Inicial Zerado
OCA Inicial Zerado
Orçamento Liquidado Zerado
OCA Saúde Liquidado Zerado
OCA Educa- OCA Saúde ção Liq/Orçam. LiquiTotal dado Liq<6,0% Zerado
OCA Educação Liq/Orçam. Total Liq<7,5,0%
Inconsistente
Região
Municipio
Orçamento Liquidado < 55% Desp.Orç.STN e > 120% Desp.Orç.STN
UF
SE
MG
Açucena
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Adamantina
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
MG
Alvinópolis
SIM
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Américo Brasiliense
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Ariranha
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Barra Bonita
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Bocaina
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Botucatu
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Brotas
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Buritama
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Buritis
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
RJ
Cachoeiras de Macacu
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Campos do Jordão
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Cesário Lange
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
ES
Colatina
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Cosmópolis
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Cotia
SIM
SIM
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Dolcinópolis
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Embu
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
MG
Gameleiras
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Garça
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Guaíra
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Guarani
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Guarani d'Oeste
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
ok
SIM
SE
SP
Guararema
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Guariba
SIM
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Guarulhos
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Iacri
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Iracemápolis
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Itabira
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Itapeva
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
RJ
Itatiaia
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Itupeva
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Jaboticabal
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Jardinópolis
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Lagoa Grande
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Lima Duarte
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Lorena
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Magda
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE SE SE
SP SP MG
Marília Martinópolis Minas Novas
SIM SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
ok SIM SIM
SIM SIM SIM
SE
SP
Mogi Mirim
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Mongaguá
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Monte Alto
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Monte Aprazível
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Monte Castelo
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE SE SE
SP MG SP
Monte Mor Morro da Garça Neves Paulista
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SIM SIM SIM
SE
SP
Nuporanga
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
ok
SIM
SE
SP
Osvaldo Cruz
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Palmeira d'Oeste
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Pedrinhas Paulista
ok
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Pimenta
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
RJ
Piraí
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
MG
Poços de Caldas
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Potirendaba
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Presidente Prudente
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
SIM (Continua)
182
QUADRO 2 MUNICÍPIOS EXCLUÍDOS DA ANÁLISE DEVIDO A INCONSISTÊNCIAS NA APURAÇÃO DO ORÇAMENTO CRIANÇA 2009
Região
UF
Municipio
SE
SP
Rancharia
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SE
SP
Rincão
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Rio Claro
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
RJ
Rio das Ostras
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Riolândia
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
MG
Salinas
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Santa Fé do Sul
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Santa Isabel
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
MG
Santa Rita do Sapucaí
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Santo André
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP Santo Antônio do Aracanguá
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
São José da Bela Vista
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
São Roque
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
São Sebastião
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
São Sebastião da Grama
SIM
SIM
SIM
SIM
ok
SIM
SIM
SIM
ok
SIM
SE
SP
São Vicente
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
ok
SIM
ok
SIM
SE
SP
Serrana
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Tambaú
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
RJ
Tanguá
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Três Fronteiras
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Turiúba
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Urânia
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SE
SP
Urupês
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SE
SP
Valentim Gentil
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Vargem Grande Paulista
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SE
SP
Viradouro
ok
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
S
SC
Agrolândia
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
S
RS
Arroio do Meio
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
S
SC
Blumenau
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
PR
Cambé
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
PR
Cascavel
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
SC
Chapecó
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
SC
Concórdia
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
PR
Cornélio Procópio
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
SC
Florianópolis
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
RS
Marau
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
RS
Nova Prata
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
SC
Nova Trento
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
RS
Osório
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
S
PR
Palmeira
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
PR
Paraíso do Norte
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
S
PR
Paranaguá
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
ok
SIM
S
PR
Paranavaí
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
RS
Pelotas
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
RS
Porto Alegre
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
SC
Porto Belo
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
PR
Quatro Barras
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
S
RS
Santana do Livramento
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
S
RS
São Leopoldo
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
CE
Acopiara
SIM
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Andorinha
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Aracoiaba
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
RN
Augusto Severo
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PE
Brejo da Madre de Deus
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PI
Buriti dos Montes
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Campo Formoso
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Capela do Alto Alegre
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PE
Condado
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Croatá
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Dias d'Ávila
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PE
Escada
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Eusébio
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Filadélfia
ok
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PE
Gravatá
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
CE
Hidrolândia
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PE
Igarassu
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
OCA Liquidado Zerado
Orçamento Inicial Zerado
OCA Inicial Zerado
Orçamento Liquidado Zerado
OCA Saúde Liquidado Zerado
(Continuação) OCA OCA Educa- OCA Saúde Educação ção Liq/Orçam. InconsisLiq/Orçam. LiquiTotal tente Total dado Liq<6,0% Liq<7,5,0% Zerado ok ok SIM SIM
Orçamento Liquidado < 55% Desp.Orç.STN e > 120% Desp.Orç.STN
SIM (Continua)
183
QUADRO 2 MUNICÍPIOS EXCLUÍDOS DA ANÁLISE DEVIDO A INCONSISTÊNCIAS NA APURAÇÃO DO ORÇAMENTO CRIANÇA 2009
OCA Liquidado Zerado
Orçamento Inicial Zerado
OCA Inicial Zerado
Orçamento Liquidado Zerado
OCA Saúde Liquidado Zerado
Região
Municipio
Orçamento Liquidado < 55% Desp.Orç.STN e > 120% Desp.Orç.STN
(Continuação) OCA OCA Educa- OCA Saúde Educação ção Liq/Orçam. InconsisLiq/Orçam. LiquiTotal tente Total dado Liq<6,0% Liq<7,5,0% Zerado SIM SIM SIM SIM
UF
NE
BA
Ipiaú
ok
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Irauçuba
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PE
Itacuruba
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Itaeté
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Itaiçaba
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
PI
Itaueira
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PE
Jaboatão dos Guararapes
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
PB
João Pessoa
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
CE
Limoeiro do Norte
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
PI
Luzilândia
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PI
Massapê do Piauí
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
ok
SIM
NE
CE
Morrinhos
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Muritiba
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PE
Olinda
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
PE
Paudalho
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
SIM
ok
SIM
SIM
NE
PE
Petrolândia
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
RN
Pilões
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Pindobaçu
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PI
Queimada Nova
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
CE
Russas
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PI
Santa Cruz dos Milagres
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PB
Santarém
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PE
São Bento do Una
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PB
São Francisco
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
PI
São João do Arraial
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
PI
São João do Piauí
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
São Sebastião do Passé
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
BA
Senhor do Bonfim
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
BA
Sento Sé
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PE
Sertânia
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NE
AL
Taquarana
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
PB
Uiraúna
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
NE
MA
Viana
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
RN
Viçosa
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
NE
BA
Vitória da Conquista
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
N
TO
Colinas do Tocantins
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
N
RO
Rolim de Moura
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
N
PA
Tucumã
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
MT
Alto Araguaia
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
CO
MS
Bataguassu
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
CO
MS
Batayporã
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
GO
Itumbiara
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
CO
MS
Ladário
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
MS
Maracaju
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
MS
Naviraí
ok
ok
SIM
SIM
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
CO
MS
Nova Alvorada do Sul
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
MS
Nova Andradina
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
CO
GO
Porangatu
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
SIM
CO
MS
Ribas do Rio Pardo
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
CO
MS
Rio Brilhante
ok
ok
ok
SIM
ok
ok
ok
ok
ok
SIM
CO
MS Rio Verde de Mato Grosso
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
244 110
282 72
282 72
261 93
284 70
281 73
281 73
269 85
228 126
178 176
SÍNTESE
CONSISTENTE INCONSISTENTE
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
184
4.2
Perfil dos Municípios
A metade dos 178 municípios analisados localiza-se na Região Sudeste (89 representando 50,0%), conforme mostra a Tabela 1. Dentre eles, 58 estão no Estado de São Paulo, equivalente a 32,6% do total. Em seguida, temos a Região Nordeste com 43 (quarenta e três) municípios, ou 24,2% do total. A maior parte dos municípios analisados (53 ou 29,8%) é de grande porte (G2), ao contrário da edição passada em que a maioria (75 ou 25,9%) era de pequeno porte (P) (Tabela 1). Os de pequeno porte (P) aparecem como o segundo maior grupo com 24,7% (44). De acordo com a classificação demográfica da Tabela 2, pouco mais da metade dos municípios (93 ou 52,2%) possui até 60 mil habitantes, segundo estimativas para 2009. Isoladamente, a faixa com 10 a 20 mil habitantes continua a maior com 27 municípios (15,2%) seguida por aquela com 20 a 30 mil habitantes (17 ou 9,5%). Dentre os municípios com até 70 mil habitantes, a maior parte (39 ou 21,9%) localiza-se na Região Sudeste incluindo São Paulo, que responde por dois terços (26) desse conjunto (Tabela 2) praticamente repetindo a composição regional. Na última edição, essa composição se verificou (20,5%), porém para municípios com até 60 mil habitantes. O Nordeste aparece em segundo lugar nessa faixa com 28 municípios. Os municípios com mais de 250 mil habitantes representam cerca de 20,0% (37) da amostra, enquanto em 2008/2010 eram 16,1% (47). A maioria deles (23 ou 12,9% do total) encontra-se no Sudeste inclusive São Paulo. A faixa com 300 a 400 mil habitantes é a maior, concentrando 14 municípios (7,9%). Acima de 1 milhão de habitantes, temos somente 5 municípios (2,8%). Os dados tabulados na Tabela 3 segundo o porte do município seguem a distribuição populacional da Tabela 2, visto que esta se refere a faixas populacionais. Em termos de disponibilidade de recursos (Tabelas 4 e 5), de modo geral, os municípios possuem valor total de orçamento liquidado proporcional ao seu porte populacional. Ou seja, municípios de maior porte detêm mais recursos e vice-versa. Diante dessa correlação, os principais grupos da amostra analisada (P e G2) estão situados em faixas orçamentárias em pontos extremos: os menores situados nas faixas de R$ 10 a 80 milhões e os maiores com recursos entre R$ 80 milhões e mais de R$ 1,6 bilhão. O grupo G2 apresenta levemente maior dispersão orçamentária. Esses dados se desdobram da seguinte forma. Os municípios de muito pequeno porte (PP) concentram orçamento anual de até R$ 20 milhões e, de fato, os de pequeno porte (P) até R$ 60 milhões com um município (outline) entre R$ 60 e R$ 80 milhões. Os municípios de pequeno-médio porte (MP) dispõem entre R$ 25 a R$ 100 milhões de recursos anuais. Os de médio porte (M) encontram-se na faixa orçamentária de R$ 40 a R$ 200 milhões. Os grandes municípios (G2) possuem orçamentos maiores do que R$ 100 milhões, tendo um outline na faixa de R$ 80 a R$ 100 milhões, enquanto os de grande porte (G1) registram orçamentos superiores a R$ 600 milhões, também com um outline na faixa de R$ 200 a R$ 300 milhões anuais.
185
TABELA 1 DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APURARAM O OCA POR PORTE DE MUNICÍPIO E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 NORDESSUDESCOESTE TE TE
SUL
SÃO PAULO
5 8 7 2 7 2
2 6 10 2 10 5
3 24 12 5 11 3
5
31
35
58
2,81
17,42
19,66
32,58
PORTE
NORTE
G1 G2 M MP P PP
1 3 2 0 0 0
3 11 9 3 14 3
1 1 0 0 2 1
TOTAL
6
43
3,37
24,16
(%)
(%)
∑ (%)
8,43 29,78 22,47 6,74 24,72 7,87
8,43 38,20 60,67 67,42 92,13 100,00
100,00
100,00
TOTAL 15 53 40 12 44 14 178 100,00
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 2 DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APURARAM O OCA POR FAIXA DE POPULAÇÃO E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Freqüência (Hab) Até 5000 De 5.001 a 10.000 De 10.001 a 20.000 De 20.001 a 30.000 De 30.001 a 40.000 De 40.0001 a 50.000 De 50.001 a 60.000 De 60.001 a 70.000 De 70.001 a 80.000 De 80.001 a 90.000 De 90.001 a 100.000 De 100.001 a 150.000 De 150.001 a 200.000 De 200.001 a 250.000 De 250.001 a 300.000 De 300.001 a 400.000 De 400.001 a 500.000 De 500.001 a 600.000 De 600.001 a 1.000.000 Mais de 1.000.000 TOTAL
NORDESTE
NORTE
COESTE
SUDESTE
SUL
SÃO PAULO
1 2 7 7 2 1 3 5 0 0 1 1 4 5 1 0 0 1 0 2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 1 0 0 1 0 1 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0
0 2 6 1 1 1 0 2 3 1 1 2 0 0 2 2 2 1 2 1
3 2 6 4 1 1 5 1 3 1 0 1 1 0 0 2 2 1 0 1
1 2 7 4 2 3 3 4 2 2 1 8 3 3 0 8 2 0 2 1
43
6
5
31
35
58
TOTAL 5 9 27 17 6 6 11 12 8 4 5 13 9 8 3 14 6 5 4 5 178
(%)
∑ (%)
2,81 5,06 15,17 9,55 3,37 3,37 6,18 6,74 4,49 2,25 2,81 7,30 5,06 4,49 1,69 7,87 3,37 2,81 2,25 2,81
2,81 7,87 23,03 32,58 35,96 39,33 45,51 52,25 56,74 58,99 61,80 69,10 74,16 78,65 80,34 88,20 91,57 94,38 96,63 99,44
100,00
99,44
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
186
TABELA 3 DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APURARAM O OCA POR FAIXA DE POPULAÇÃO E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Freqüência (Hab) Até 5000 De 5.001 a 10.000 De 10.001 a 20.000 De 20.001 a 30.000 De 30.001 a 40.000 De 40.0001 a 50.000 De 50.001 a 60.000 De 60.001 a 70.000 De 70.001 a 80.000 De 80.001 a 90.000 De 90.001 a 100.000 De 100.001 a 150.000 De 150.001 a 200.000 De 200.001 a 250.000 De 250.001 a 300.000 De 300.001 a 400.000 De 400.001 a 500.000 De 500.001 a 600.000 De 600.001 a 1.000.000 Mais de 1.000.000 TOTAL (%)
G1
G2
M
MP
P
PP
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 4 6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 9 8 3 14 6 0 0 0
0 0 0 0 0 0 11 12 8 4 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 6 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 27 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 5 9 27 17 6 6 11 12 8 4 5 13 9 8 3 14 6 5 4 6
15
53
40
12
44
14
15,00
29,78
22,47
6,74
24,72
7,87
178
(%)
∑ (%)
2,81 5,06 15,17 9,55 3,37 3,37 6,18 6,74 4,49 2,25 2,81 7,30 5,06 4,49 1,69 7,87 3,37 2,81 2,25 3,37
2,81 7,87 23,03 32,58 35,96 39,33 45,51 52,25 56,74 58,99 61,80 69,10 74,16 78,65 80,34 88,20 91,57 94,38 96,63 100,00
100,00
100,00
100,00
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
187
TABELA 4 DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APURARAM O OCA POR REGIÃO E FAIXA DE ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 NORDESTE
NORTE
COESTE
SUDESTE
SUL
SÃO PAULO
TOTAL
0
0
0
0
0
0
0
-
-
2
0
1
0
2
1
6
3,37
3,37
3
0
0
1
3
2
9
5,06
8,43
4
0
1
6
1
1
13
7,30
15,73
6
0
0
0
2
3
11
6,18
21,91
3
0
0
0
3
2
8
4,49
26,40
1
0
0
2
3
3
9
5,06
31,46
4
0
1
1
4
3
13
7,30
38,76
5
0
0
2
4
7
18
10,11
48,88
0
2
0
2
3
4
11
6,18
55,06
2
1
0
5
2
5
15
8,43
63,48
2
0
0
1
0
6
9
5,06
68,54
8
1
0
1
2
4
16
8,99
77,53
0
2
1
1
0
4
8
4,49
82,02
0
0
0
2
2
5
9
5,06
87,08
1
0
1
4
3
4
13
7,30
94,38
De 1.000.000.001,00 a 1.600.000.000,00
0
0
0
1
0
3
4
2,25
96,63
Mais de 1.600.000.001,00
2
0
0
1
1
1
5
2,81
99,44
43
6
5
31
35
58
178
100,00
99,44
Freqüência (R$) Até 5.000.000,00 De 5.000.001,00 a 10.000.000,00 De 10.000.001,00 a 15.000.000,00 De 15.000.001,00 a 20.000.000,00 De 20.000.001,00 a 25.000.000,0 De 25.000.001,00 a 30.000.000,00 De 30.000.001,00 a 40.000.000,00 De 40.000.001,00 a 60.000.000,00 De 60.000.001,00 a 80.000.000,00 De 80.000.001,00 a 100.000.000,00 De 100.000.001,00 a 150.000.000,00 De 150.000.001,00 a 200.000.000,00 De 200.000.001,00 a 300.000.000,00 De 300.000.001,00 a 400.000.000,00 De 400.000.001,00 a 600.000.000,00 De 600.000.001,00 a 1.000.000.000,00
TOTAL
(%)
∑ (%)
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
188
TABELA 5 DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS QUE APURARAM O OCA POR FAIXA DE ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Freqüência (R$)
G1
Até 5.000.000,00
G2
M
MP
P
PP
-
-
-
0
-
-
-
-
-
6
-
-
-
-
3
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
6
3,37
3,37
6
9
5,06
8,43
12
1
13
7,30
15,73
11
0
11
6,18
21,91
1
7
0
8
4,49
26,40
-
4
5
0
9
5,06
31,46
-
5
3
5
0
13
7,30
38,76
-
-
13
3
1
1
18
10,11
48,88
-
1
9
1
-
0
11
6,18
55,06
-
5
10
-
-
0
15
8,43
63,48
-
7
2
-
-
0
9
5,06
68,54
15
-
-
-
0
16
8,99
77,53
-
8
-
-
-
0
8
4,49
82,02
-
9
-
-
-
0
9
5,06
87,08
6
6
1
-
-
0
13
7,30
94,38
De 1.000.000.001,00 a 1.600.000.000,00
2
2
-
-
-
0
4
2,25
96,63
Mais de 1.600.000.001,00
6
-
-
-
-
0
6
3,37
100,00
178
100,00
100,00
1
15
53
40
12
44
-
∑ (%) -
TOTAL
-
(%) -
De 5.000.001,00 a 10.000.000,00 De 10.000.001,00 a 15.000.000,00 De 15.000.001,00 a 20.000.000,00 De 20.000.001,00 a 25.000.000,0 De 25.000.001,00 a 30.000.000,00 De 30.000.001,00 a 40.000.000,00 De 40.000.001,00 a 60.000.000,00 De 60.000.001,00 a 80.000.000,00 De 80.000.001,00 a 100.000.000,00 De 100.000.001,00 a 150.000.000,00 De 150.000.001,00 a 200.000.000,00 De 200.000.001,00 a 300.000.000,00 De 300.000.001,00 a 400.000.000,00 De 400.000.001,00 a 600.000.000,00 De 600.000.001,00 a 1.000.000.000,00
-
TOTAL
14
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
189
4.3
OCA per Capita
O Orçamento Criança per Capita (indicador OCA per Capita = OCA Total Liquidado /Pop. 0 a 18 anos) constitui uma medida de aferição do esforço alocativo em benefício da criança e do adolescente, possibilitando a comparação do desempenho de municípios, ainda que, para uma avaliação definitiva das políticas implementadas demande indicadores complementares. O OCA per Capita Médio anual do conjunto de municípios analisados foi de R$ 2.715,46 em 2009 (Tabela 8), enquanto em 2008 era de R$ 2.430,33, representando um crescimento nominal de 11,7%. Vale lembrar que, de acordo com o relatório anterior, esse valor foi de R$ 1.700,58 tendo, portanto, sofrido forte aceleração no ano seguinte (42,9%), aparentemente em razão do aumento de municípios paulistas na amostra analisada. Em termos mensais, o OCA per Capita corresponde a um gasto médio com políticas em benefício da criança e do adolescente de R$ 226,29. O valor verificado em São Paulo é o maior dentre as regiões (R$ 3.6562,74), enquanto o registrado na Região Norte (R$ 1.221,35) é o menor OCA per Capita Médio registrado. Entretanto, no Nordeste, registramos a menor média (R$ 766,35). Analisando-se as médias das regiões por faixas com variações de R$ 500,00, verificamos que, nesta edição, não consta município com OCA per Capita Médio abaixo de R$ 500,00, como se registrou em 2008 na Região Nordeste (R$ 398,10). A maior média por faixa encontra-se em São Paulo (R$ 8.651,29). Todavia, à exceção das Regiões Norte e Centro-Oeste, todas as demais apresentam médias superiores à verificada no país. O desvio padrão apurado (medida estatística de dispersão de valores) foi R$ 4.597,77, valor 1,69 vezes superior à média mencionada (Tabela 9A), cenário este praticamente idêntico ao verificado em 2008, quando o desvio foi de R$ 4.362,99, equivalendo a 1,79 vezes a média (R$ 2.430,33), indicando limitações para comparabilidade. Pela Tabela 6, vemos que 98 municípios, 55,0% do total, praticam OCA per Capita Médio entre faixas de R$ 1.001 e R$ 2.500. Incluindo a faixa seguinte (até R$ 3.000), temos 75,0% dos municípios. Sob esta perspectiva, podemos apontar uma média mais realista, por meio da ponderação dos valores apurados nessas faixas pelo número de municípios envolvidos, no valor de R$ 1.772,49 montante ligeiramente maior ao registrado em 2008, R$ 1.737,27, que, por sua vez, praticamente repetiu o valor médio registrado em 2007 (R$ 1.700,58). Uma vez que o valor de 2009 foi somente 2,0% superior ao de 2008, podemos considerar que houve uma estagnação do valor destes recursos, visto que a variação do IPCA (preços ao consumidor) foi de 4,31% e a do IGP-DI, que considera a flutuação de preços no atacado, foi de -1,43%. Vale lembrar que esse período coincide com os efeitos da crise internacional do subprime sobre a economia brasileira, período em que o Produto Interno Bruto do país estagnou. Ainda na análise sobre a incidência dos valores de OCA per Capita Médio, notamos que pouco mais de um terço dos municípios analisados (66 ou 37,1% do total) gastou menos do que R$ 2.000,00 por ano com a criança e o adolescente (Tabela 6), situação melhor do que a de 2008, quando 144 municípios, representando 49,7% do total, gastavam nesta faixa. Por sua vez, em 2007, essa concentração tinha como limite R$ 1.500,00. Nesse conjunto (66), encontram-se 100% dos municípios da Região Norte que compõem a amostra, 51,1% dos municípios do Nordeste, 48,4% do Sudeste, 31,4% do Sul e apenas 18,9% dos que se localizam no Estado de São Paulo. Ainda nesse conjunto, situam-se 37,1% do total dos municípios classificados na amostra como de grande porte (G1) médio porte (M ou MP) e somente 35,7% dos classificados como de pequeno médio porte (MP) (Tabela 7). Isoladamente, as faixas com mais municípios foram aquelas nas quais o dispêndio per Capita Médio se situou entre R$ 1.501,00 e R$ 2.000,00 e R$ 2.001,00 e R$ 2.500, cada uma com 34 e 35 municípios, totalizando 38,8%, com OCA per Capita Médio ponderado pela quantidade de municípios de R$ 1.977,14. Logo a seguir, com 30
190
municípios (16,8%), encontram-se os que gastaram entre R$ 2.501,00 e R$ 3.000,00, registrando OCA per Capita Médio igual a R$ 2.726,08. Somente 73% dos municípios analisados (13) gastaram, em média, mais de R$ 5001,00 com ações para a criança e o adolescente. Desses, 8 se situam em São Paulo, sendo 5 classificados como de grande porte (G2).
TABELA 6 DISTRIBUIÇÃO DO OCA PER CAPITA POR FAIXA DE VALOR E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Freqüência (R$)
NORSUDESNORTE COESTE DESTE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Até 500,00
0
0
0
0
0
0
0
-
-
De 501,00 a 1.000,00
1
1
0
1
0
0
3
1,69
1,69
De 1.001,00 a 1.500,00
10
4
1
8
4
2
29
16,29
17,98
De 1.501,00 a 2.000,00
11
1
0
6
7
9
34
19,10
37,08
De 2.001,00 a 2.500,00
16
0
0
6
6
7
35
19,66
56,74
De 2.501,00 a 3.000,00
2
0
3
5
7
13
30
16,85
73,60
De 3.001,00 a 3.500,00
3
0
0
2
3
6
14
7,87
81,46
De 3.501,00 a 4.000,00
0
0
0
1
1
5
7
3,93
85,39
De 4.001,00 a 4.500,00
0
0
0
0
5
4
9
5,06
90,45
De 4.501,00 a 5.000,00 Mais de 5.001,00
0
0
0
0
0
4
0
0
1
2
2
8
4 13
2,25 7,30
92,70 100,00
43
6
5
31
35
58
178
100,00
100,00
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 7 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS SEGUNDO OCA PER CAPITA POR PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Freqüência (R$)
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Até 500,00
0
0
0
0
0
0
0
De 501,00 a 1.000,00
0
2
0
0
0
1
3
1,69
1,69
De 1.001,00 a 1.500,00
2
10
9
3
4
1
29
16,29
17,98
De 1.501,00 a 2.000,00
2
13
6
2
10
1
34
19,10
37,08
De 2.001,00 a 2.500,00
3
8
10
2
11
1
35
19,66
56,74
De 2.501,00 a 3.000,00
5
7
8
1
8
1
30
16,85
73,60
De 3.001,00 a 3.500,00
1
5
3
1
2
2
14
7,87
81,46
De 3.501,00 a 4.000,00
0
3
0
1
2
1
7
3,93
85,39
De 4.001,00 a 4.500,00
2
0
0
0
3
4
9
5,06
90,45
De 4.501,00 a 5.000,00
0
0
0
2
1
1
4
2,25
92,70
Mais de 5.001,00
0
5
4
0
3
1
13
7,30
100,00
15
53
40
12
44
14
178
100,00
100,00
TOTAL
(%)
∑ (%)
G1
-
-
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
191
TABELA 8 OCA PER CAPITA MÉDIO ANUAL POR FAIXA DE POPULAÇÃO E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Freqüência (R$)
NORDESTE
Até 500,00 De 501,00 a 1.000,00
NORTE -
COESTE
SUDESTE
-
-
-
SÃO PAULO
SUL -
Total = 100,00
TOTAL -
-
-
766,35
871,35
-
929,09
-
-
855,60
31,51
De 1.001,00 a 1.500,00
1.368,86
1.173,36
1.146,62
1.289,98
1.299,10
1.118,70
1.285,59
47,34
De 1.501,00 a 2.000,00
1.711,83
1.763,29
-
1.742,30
1.705,83
1.783,12
1.736,36
63,94
De 2.501,00 a 2.500,00
2.191,50
-
-
2.207,11
2.216,36
2.254,50
2.211,04
81,42
De 2.501,00 a 3.000,00
2.694,87
-
2.711,98
2.794,34
2.723,94
2.709,04
2.726,08
100,39
De 3.001,00 a 3.500,00
3.328,43
-
-
3.277,52
3.187,20
3.150,92
3.214,82
118,39
De 3.501,00 a 4.000,00
-
-
-
3.916,15
3.787,11
3.731,89
3.766,10
138,69
De 4.001,00 a 4.500,00
-
-
-
-
4.205,00
4.251,54
4.225,69
155,62
De 4.501,00 a 5.000,00
-
-
-
-
-
4.698,28
4.698,28
173,02
Mais de 5.001,00
-
-
5.206,57
5.708,45
5.634,97
8.651,29
7.469,52
275,07
1.947,07
1.221,35
2.897,82
2.284,04
2.718,47
3.652,74
2.715,46
100,00
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 9 DISTRIBUIÇÃO OCA PER CAPITA MÉDIO ANUAL POR FAIXA DE VALOR E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Freqüência (R$)
G1
G2
M
MP
P
PP
Total = 100,00
TOTAL
Até 500,00
-
-
-
-
-
-
De 501,00 a 1.000,00
-
818,85
-
-
-
929,09
855,60
31,51
De 1.001,00 a 1.500,00
1.258,46
1.230,26
1.347,19
1.191,27
1.146,62
1.344,27
1.285,59
47,34
De 1.501,00 a 2.000,00
1.707,94
1.655,94
1.753,18
1.751,24
-
1.844,72
1.736,36
63,94
De 2.501,00 a 2.500,00
2.266,23
2.285,00
2.214,05
2.251,87
-
2.372,01
2.211,04
81,42
De 2.501,00 a 3.000,00
2.780,64
2.703,77
2.771,19
2.652,82
-
2.873,05
2.726,08
100,39
De 3.001,00 a 3.500,00
3.498,35
3.356,71
3.195,68
3.087,67
-
3.253,83
3.214,82
118,39
De 3.501,00 a 4.000,00
-
-
-
3.608,31
-
3.916,15
3.766,10
138,69
De 4.001,00 a 4.500,00
4.188,39
-
3.195,68
-
-
4.160,33
4.225,69
155,62
De 4.501,00 a 5.000,00
-
-
-
4.667,88
-
4.571,52
4.698,28
173,02
Mais de 5.001,00
-
-
9.011,02
-
5.206,57
5.865,87
7.469,52
275,07
2.567,32
1.812,82
2.814,62
2.522,05
3.176,60
3.347,55
2.715,46
100,00
TOTAL
-
-
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
192
TABELA 9A ESTATÍSTICA DESCRITIVA DO ORÇAMENTO CRIANÇA PER CAPITA LIQUIDADO DE MUNICÍPIOS POR FPORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 ESTATÍSTICA Mediana
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
2.561,20
1.655,94
2.200,25
2.251,87
2.250,19
2.319,56
2.259,39
916,90
765,37
2.696,28
1.258,51
1.380,14
1.395,64
1.882,31
(+) Desvio Padrão
3.484,22
2.578,19
5.510,90
3.780,55
4.556,74
4.743,19
4.597,77
Média
2.567,32
1.812,82
2.814,62
2.522,05
3.176,60
3.347,55
2.715,46
(-) Desvio Padrão
1.650,42
1.047,45
118,34
1.263,54
1.796,45
1.951,90
833,15
Menor
1.185,59
766,35
1.109,82
1.131,91
1.146,62
929,09
766,35
Maior
4.327,05
3.356,71
17.498,41
4.800,53
5.206,57
5.865,87
17.498,41
15
53
40
12
44
14
178
Desvio Padrão
Contagem
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.4
ESFORÇO ALOCATIVO COM POLÍTICAS PARA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE
A participação do Orçamento Criança Total Liquidado no Orçamento Total Liquidado (indicador OCA Total Liquidado/Orçamento Total Liquidado) mede a tendência geral de priorização dos recursos disponíveis para ações governamentais para criança e o adolescente. Em princípio, pode se considerar que municípios de maior porte e mais urbanizados tendem a enfrentar desafios de gestão de infraestrutura urbana proporcionalmente maiores, o que sugere um menor comprometimento do orçamento com o OCA. O percentual médio de comprometimento do orçamento de 2009 com o Orçamento Criança dos municípios analisados foi de 55,9% (Tabela 12), idêntico ao de 2008 (55,8%) e ligeiramente superior ao de 2007 (55,0%). Os municípios do Sudeste e Sul apresentaram percentual de comprometimento menor, respectivamente, 50,6%, 51,5%, enquanto São Paulo ficou um pouco acima 56,6%. Os municípios de médio porte (M e MP) registraram participação do OCA no orçamento total superior (57,9% e 60,5%) à média geral. Já nos de grande porte (G1 e G2), ela se situou bem abaixo (49,4% e 50,8%) da média. Com comprometimento do orçamento com o OCA menor do que 50,0%, identificaram-se 63 municípios 35,4% (Tabela 10), situação melhor do que a de 2008, quando 40,0% do total dos municípios se encontravam nesta condição. Nas faixas entre 50% e 70%, ficaram 79 municípios (44,4%). Do mesmo modo que em 2008, todas as regiões apresentaram a maioria de seus municípios nesse intervalo. Nas Regiões Nordeste e Sul, isso representou, respectivamente, 51,1% e 34,3% de seus municípios presentes na amostra, posição que melhora o verificado em 2008 para ambas as regiões (45,8% e 38,6%) e acusa piora para o Sul quando comparado com 2007 (43,4% e 41,3%). No Sudeste, também se encontram 51,6% de seus municípios neste intervalo, ao contrário de 2008 e 2007, quando se registrou, respectivamente, 52,2% contra 43,3%. Para os municípios de São Paulo, a concentração (48,8%) se dá entre 40% e 60%, o que representa cenário distinto do de 2008 em que se encontravam 44,8% justamente no intervalo imediatamente superior.
193
Tal qual em 2008, a consolidação dos dados por porte de município para 2009 (Tabela 11) mostra que o comprometimento do orçamento com o OCA se concentra igualmente na faixa entre 50% e 70% para quase todos grupos (G2=47,1%, M=45,05%, MP=50,0%, e PP=42,8%), à exceção dos municípios de grande (G1 =40,0%) e de pequeno porte (P=33,3%), este último mudando sua situação em relação a 2008.
TABELA 10 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO OCA TOTAL LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação Até 10,0% De 10,01% a 20,00% De 20,01% a 30,00% De 30,01% a 40,00% De 40,01% a 50,00% De 50,01% a 60,00% De 60,01% a 70,00% De 70,01% a 80,00% De 80,01% a 90,00% Mais de 90,01% TOTAL
NORDESSUDESNORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
0 0 2 2 4 8 14 11 2 0
0 1 0 1 0 1 0 3 0 0
0 0 0 1 0 2 0 1 0 1
0 0 3 7 3 7 9 2 0 0
0 0 5 8 6 5 7 1 1 2
0 0 2 7 11 17 9 9 0 3
0 1 12 26 24 40 39 27 3 6
0,56 6,74 14,61 13,48 22,47 21,91 15,17 1,69 3,37
0,56 7,30 21,91 35,39 57,87 79,78 94,94 96,63 100,00
43
6
5
31
35
58
178
100,00
100,00
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
194
TABELA 11 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO OCA TOTAL LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
∑ (%)
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Até 10,0%
0
0
0
0
0
0
0
-
-
De 10,01% a 20,00%
0
1
0
0
0
0
1
0,56
0,56
De 20,01% a 30,00%
3
5
2
0
1
1
12
6,74
7,30
De 30,01% a 40,00%
2
9
6
3
5
1
26
14,61
21,91
De 40,01% a 50,00%
2
8
5
0
6
3
24
13,48
35,39
De 50,01% a 60,00%
2
13
8
1
10
6
40
22,47
57,87
De 60,01% a 70,00%
4
12
10
3
10
0
39
21,91
79,78
De 70,01% a 80,00%
2
4
6
5
8
2
27
15,17
94,94
De 80,01% a 90,00%
0
1
0
0
1
1
3
1,69
96,63
Mais de 90,01%
0
0
3
0
3
0
6
3,37
100,00
100,00
100,00
TOTAL
15
53
40
12
44
14
178
(%)
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 12 PERCENTUAL MÉDIO DE PARTICIPAÇÃO DO OCA LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência
NORDESTE
NORTE
COESTE
SUDESTE
SUL
SÃO PAULO
TOTAL
Até 10,0%
-
-
-
-
-
-
-
De 10,01% a 20,00%
-
-
-
-
-
-
-
De 20,01% a 30,00%
25,39
-
-
28,68
29,07
28,48
28,26
De 30,01% a 40,00%
34,69
34,63
35,97
33,30
34,10
35,73
34,46
De 40,01% a 50,00%
41,41
-
-
43,56
46,04
44,99
44,47
De 50,01% a 60,00%
57,38
52,23
58,97
56,35
57,64
55,14
56,23
De 60,01% a 70,00%
65,62
-
-
64,29
63,99
65,40
64,97
De 70,01% a 80,00%
75,24
73,93
71,15
73,29
79,93
74,31
74,66
De 80,01% a 90,00%
85,92
-
-
-
84,17
-
85,34
-
-
95,58
-
97,79
95,24
96,14
61,93
61,73
64,13
51,15
56,59
55,90
Mais de 90,01% TOTAL
50,63
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
195
TABELA 13 PERCENTUAL MÉDIO DE PARTICIPAÇÃO DO OCA LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%)
Freqüência
G1
G2
M
MP
P
TOTAL FAIXA
PP
Até 10,0%
-
-
-
-
-
-
-
De 10,01% a 20,00%
-
16,21
-
-
-
-
-
De 20,01% a 30,00%
29,48
27,14
28,75
-
28,83
28,68
28,26
De 30,01% a 40,00%
35,62
34,21
33,49
34,59
35,40
35,15
34,46
De 40,01% a 50,00%
43,09
44,64
43,87
-
45,68
43,55
44,47
De 50,01% a 60,00%
57,70
55,13
56,93
54,75
56,56
56,88
56,23
De 60,01% a 70,00%
65,94
64,80
64,78
65,35
64,87
-
64,97
De 70,01% a 80,00%
76,62
73,97
73,10
74,35
76,24
73,22
74,66
De 80,01% a 90,00%
-
86,88
64,78
-
84,96
84,17
85,34
Mais de 90,01%
-
-
98,27
-
94,02
-
96,14
51,88
50,83
57,86
60,52
60,71
54,74
55,90
TOTAL GRUPO
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.5
COMPOSIÇÃO DO ORÇAMENTO CRIANÇA
A participação do Orçamento Criança Exclusivo no Orçamento Total Liquidado (indicador OCA Exclusivo Liquidado/Orçamento Total Liquidado) indica se o esforço alocativo tende a se concentrar na atenção direta à criança e ao adolescente ou, de forma geral, na sua família. O OCA Exclusivo refere-se às “ações implementadas exclusivamente para a atenção direta às crianças e aos adolescentes, tais como promoção da educação e da saúde materno-infantil” e o Não Exclusivo (FUNDAÇÃO ABRINQ, 2007, p. 13) congrega “ações de saúde, educação, assistência social, habitação, saneamento, cultura e esporte que beneficiam diretamente a família como um todo e não apenas a criança e o adolescente”. No conjunto da amostra, o Orçamento Criança Exclusivo representou, em média, 29,60% do orçamento total (Tabela 16). Os municípios do Estado de São Paulo, Sudeste e Norte ficaram abaixo desta participação com, respectivamente, 27,2%, 263% e 27,2%. No Nordeste, registra-se a maior participação relativa do OCA Exclusivo no orçamento total (32,2%). De acordo com o porte, os municípios pequenos (P) registraram maior percentual médio de Orçamento Criança Exclusivo (36,1%). Os de grande porte (G2) apresentaram o menor peso do OCA Exclusivo (23,3%) (Tabela 17).
196
Na maior parte dos municípios analisados (55 representando 30,9% do total), o Orçamento Criança Exclusivo responde por entre 20,0% e 30% do orçamento total liquidado (Tabela 14), sendo que mais da metade destes (29 ou 52,7%) são de grande porte (G1 e G2). Incluindo-se a faixa superior, verificamos que 51,7% dos municípios (ou 92) comprometem entre 20 e 40% de seu orçamento com despesas exclusivas para crianças e adolescentes. Nesse caso, 39,1% (ou 36) são classificados como de grande porte. Para uma pequena parcela de municípios (11 equivalendo a 6,5%), o OCA Exclusivo comprometeu mais de 60,0% do orçamento municipal. A maioria (6) é de pequeno porte (P e PP) (Tabelas 14 e 15). Em termos regionais, 7 se localizam no Nordeste.
TABELA 14 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO OCA EXCLUSIVO LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
NORDESSUDESNORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Até 10,0% De 10,01% a 20,00% De 20,01% a 30,00% De 30,01% a 40,00% De 40,01% a 50,00% De 50,01% a 60,00% De 60,01% a 70,00% De 70,01% a 80,00% De 80,01% a 90,00% Mais de 90,01%
2 4 13 6 7 0 5 2 0 0
1 2 0 2 1 0 0 0 0 0
0 2 0 2 1 0 0 0 0 0
1 7 12 5 1 1 1 0 0 0
2 5 14 5 4 2 2 0 0 0
6 11 16 17 3 2 1 0 0 0
12 31 55 37 17 5 9 2 0 0
7,14 18,45 32,74 22,02 10,12 2,98 5,36 1,19 -
7,14 25,60 58,33 80,36 90,48 93,45 98,81 100,00 100,00 100,00
TOTAL (1)
39
6
5
28
34
56
168
100,00
100,00
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) Foram encontrados 10 (dez) municípios sem lançamento de Oca Exclusivo Liquidado parcial ou total.
197
TABELA 15 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO OCA EXCLUSIVO LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTA L
Até 10,0% De 10,01% a 20,00% De 20,01% a 30,00% De 30,01% a 40,00% De 40,01% a 50,00% De 50,01% a 60,00% De 60,01% a 70,00% De 70,01% a 80,00% De 80,01% a 90,00% Mais de 90,01%
0 6 6 1 1 0 1 0 0 0
6 14 23 6 2 0 1 0 0 0
3 2 11 12 4 3 2 0 0 0
1 2 3 1 3 0 1 0 0 0
0 5 10 15 5 1 3 2 0 0
2 2 2 2 2 1 1 0 0 0
TOTAL
15
52
37
11
41
12
(%)
∑ (%)
12 31 55 37 17 5 9 2 0 0
7,14 18,45 32,74 22,02 10,12 2,98 5,36 1,19 -
7,14 25,60 58,33 80,36 90,48 93,45 98,81 100,00 100,00 100,00
168
100,00
100,00
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) Foram encontrados 10 (dez) municípios sem lançamento de Oca Exclusivo Liquidado parcial ou total.
TABELA 16 PERCENTUAL MÉDIO DE PARTICIPAÇÃO DO OCA EXCLUSIVO LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência (Hab) Até 10,0%
NORDESTE
NORTE
COESTE SUDESTE
SÃO PAULO
SUL
TOTAL
8,27
5,15
-
6,42
0,97
4,78
4,52
De 10,01% a 20,00%
16,66
18,45
16,77
15,83
15,69
15,56
16,05
De 20,01% a 30,00%
24,62
-
-
23,41
25,23
26,91
25,18
De 30,01% a 40,00%
36,17
36,71
34,51
34,74
36,96
34,48
35,25
De 40,01% a 50,00%
44,50
47,49
46,68
44,87
43,09
47,18
44,96
De 50,01% a 60,00%
-
-
-
54,30
51,77
51,30
52,09
De 60,01% a 70,00%
66,22
-
-
66,60
61,60
61,72
64,73
De 70,01% a 80,00%
75,36
-
-
-
-
-
75,36
De 80,01% a 90,00%
-
-
-
-
-
-
-
Mais de 90,01%
-
-
-
-
-
-
-
36,24
27,16
29,85
26,34
29,93
27,18
29,60
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
198
TABELA 17 PERCENTUAL MÉDIO DE PARTICIPAÇÃO DO OCA EXCLUSIVO LIQUIDADO NO ORÇAMENTO TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Faixa de Participação Até 10,0%
G1
G2
M
MP
P
TOTAL FAIXA
PP
-
7,61
2,36
0,19
-
2,89
4,89
De 10,01% a 20,00%
17,83
15,99
16,32
15,44
14,17
16,15
16,05
De 20,01% a 30,00%
24,34
25,04
25,59
22,83
26,12
25,78
25,18
De 30,01% a 40,00%
39,93
34,83
35,84
38,45
34,61
33,76
35,25
De 40,01% a 50,00%
42,70
45,46
45,81
42,73
46,77
42,74
44,96
De 50,01% a 60,00%
-
-
52,61
-
50,56
52,03
52,09
De 60,01% a 70,00%
68,25
66,60
64,55
63,74
64,12
62,55
64,73
De 70,01% a 80,00%
-
-
-
-
75,36
-
75,36
De 80,01% a 90,00%
-
-
64,55
-
-
-
-
Mais de 90,01%
-
-
-
-
-
-
-
26,92
23,31
33,01
29,99
36,07
29,77
29,78
TOTAL GRUPO
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.6
GESTÃO DAS AÇÕES DO OCA
O grau de execução do Orçamento Criança em relação à previsão inicial (indicador OCA Liquidado/OCA Inicial) aponta a tendência à estabilidade da gestão dos recursos para a criança e o adolescente. Tanto orçamentos iniciais subestimados quanto superestimados representam tensão não desejável para a gestão dos recursos, uma vez que dificultam a consecução de metas sociais e estimulam a disputa alocativa ao longo do processo de execução. Considerando-se um mês do ano como equivalente a 8,33% (um duodécimo do orçamento), concebeu-se uma escala para dos limites de adequação e inadequação da execução orçamentária: (a) indicador > 0,917 e < 1,0 = gestão estável; (b) indicador > 0,750 e < 0,833 = gestão sob risco; (c) indicador < 0,75 = gestão inadequada; (d) indicador > 1,0 e <1,0833 = gestão estável com tensão no planejamento; (e) indicador > 1,0833 = gestão não planejada.
199
Como aconteceu nos anos anteriores, a amostra apresentou grande dispersão dos percentuais de execução do OCA. Assim, o percentual médio geral fica prejudicado valendo a interpretação da incidência dos municípios por faixa. Em 2009, 57 municípios ou 32,2% do total apresentaram “gestão inadequada” (Tabela 18), situação muito melhor do que a registrada em 2008, quando a maioria absoluta dos municípios analisados (257 ou 88,6% do total) se colocou nessa situação. Esse cenário relembra o apurado em 2007, porém com menor ênfase, em que a maior parte dos municípios (123 ou 34,0% do total) também deixou de planejar sua gestão orçamentária. Portanto, no geral, reduziu-se a prática de subestimação da previsão orçamentária do Orçamento Criança. Dos municípios que ainda encontram-se nessa condição, 33% ou 19 estão situados em São Paulo. Os demais se localizam nas Regiões Sul e Nordeste, cada uma delas com 14 municípios ou 24,7% da faixa. Esse comportamento predominou entre os municípios de médio porte (M=15 ou 38,5% destes). Na faixa de “gestão sob risco” (>75,0% e <83,3%), temos 85 municípios que representam 47,8% do total, configurando ainda um expressivo percentual de localidades com instabilidade na gestão de recursos paras políticas da criança e do adolescente. Os municípios com execução orçamentária “estável” (faixa de 91,7 a 100%) totalizaram 24,7% (44) das localidades. Dezenove (ou 43%) destes encontram-se em São Paulo e 11 (25%) no Nordeste. Em 2009, 10,1% (18) dos municípios registraram gestão orçamentária “inadequada”. Desses, um terço (ou 6) se situa no Nordeste, e outros 5 (27,7%) em São Paulo. Em geral, são de pequeno porte (P + PP = 33,3%). Tal qual em 2008, não foram encontrados municípios do Centro-Oeste nessa situação.
TABELA 18 PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO OCA EM RELAÇÃO AO OCA INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Freqüência de Execução
NORDESNORTE COESTE SUDESTE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Menor do que 75,0%
6
1
0
4
2
5
18
10,11
10,11
De 75,01% a 83,40%
0
2
1
5
4
3
15
8,43
18,54
De 83,41% a 91,70%
4
0
0
3
6
3
16
8,99
27,53
De 91,71% a 100,00%
11
1
0
7
6
19
44
24,72
52,25
De 100,01% a 108,34%
8
1
1
6
3
9
28
15,73
67,98
14
1
3
6
14
19
57
32,02
100,00
43
6
5
31
35
58
178
100,00
100,00
Mais de 108,35% TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
200
TABELA19 PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO OCA EM RELAÇÃO AO OCA INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Freqüência de Execução
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Menor do que 75,0%
2
4
3
0
3
3
18
10,1
10,11
De 75,01% a 83,40%
2
6
2
1
3
1
15
8,4
18,54
De 83,41% a 91,70%
3
4
3
2
3
0
16
9,0
27,53
De 91,71% a 100,00%
5
18
11
1
6
3
44
24,7
52,25
De 100,01% a 108,34%
0
8
5
2
11
1
28
15,7
67,98
Mais de 108,35%
3
12
15
5
13
5
57
32,0
100,00
15
52
39
11
39
13
178
100,00
100,00
TOTAL
(%)
∑ (%)
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 20 PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO OCA EM RELAÇÃO AO OCA INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência de Execução Até 10,0% De 10,01% a 20,00%
NORDESTE
NORTE
66,68
65,56
-
82,90
COESTE SUDESTE 80,40
SUL
SÃO PAULO
TOTAL
66,20
72,89
49,46
62,42
79,99
81,14
80,46
80,81
De 20,01% a 30,00%
88,46
-
-
89,62
87,85
87,06
88,18
De 30,01% a 40,00%
99,42
100,00
-
98,87
95,12
97,08
97,75
De 40,01% a 50,00%
102,35
101,65
107,05
102,41
104,54
102,95
102,93
De 50,01% a 60,00%
1.640,46
115,02
296,08
2.816,21
806,96
2.919,35
1.888,28
596,11
91,34
215,14
617,34
376,55
1.017,05
666,08
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
201
TABELA 21 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO OCA EM RELAÇÃO AO OCA INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência de Execução
G1
G2
M
MP
P
TOTAL FAIXA
PP
Menor do que 75,0%
64,32
45,23
64,99
-
71,57
63,62
60,67
De 75,01% a 83,40%
79,37
79,79
82,81
81,02
81,64
83,08
80,81
De 83,41% a 91,70%
87,55
87,30
88,63
90,09
89,36
-
88,40
De 91,71% a 100,00%
98,69
97,01
98,50
100,00
96,49
99,60
97,75
-
102,77
103,54
100,55
103,29
101,67
-
274,11
302,36
1.450,84
7.856,59
2.940,58
547,28
-
124,39
138,57
615,13
3.622,30
1.042,83
262,37
De 100,01% a 108,34% Mais de 108,35% TOTAL
692,24
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.7
Prioridade Alocativa do OCA
O perfil da composição do Orçamento Criança (qual maior OCA Eixo Educação Total Liquidado/ OCA Total Liquidado ou OCA Eixo Saúde Total Liquidado/ OCA Total Liquidado) mostra em que eixo de políticas o esforço alocativo se concentra. Trata-se de um diagnóstico importante para análise da prioridade de gestão das políticas para a criança e o adolescente no município. Para se verificar a participação da Saúde e Educação no total dos gastos do OCA, definiram-se faixas percentuais, que variaram da destinação de menos de 30% dos recursos totais para Educação e mais de 70% para a Saúde (Educ<30 e Saúde>70) até outro em que as despesas com Educação se situaram na faixa entre 50% e 60% do OCA e as com Saúde entre 45% e 50% (>50 Educ<60 e 45>Saúde<50). O percentual médio de destinação registrado nas tabelas refere-se sempre ao percentual da faixa mais alta de comprometimento (por exemplo: média referente ao segmento Saúde>70 no cenário descrito). Vale ressaltar que os percentuais apurados não possuem valor legal, visto que se baseiam em critérios gerais de agregação e envolvem o cálculo proporcional pela população de crianças e de adolescentes do valor apurado do OCA Não Exclusivo. Em termos analíticos, as faixas não implicam em maior ou menor adequação da alocação dos recursos. Entretanto, cenários em que a participação de algum dos eixos se encontre nos extremos sugere análise mais aprofundada para se conhecer o motivo da especificidade. Do mesmo modo que em 2008, quando quase a maioria absoluta dos municípios (190 municípios representando 65,5%) registrou percentual médio de participação do eixo Educação no OCA acima de 50%, em 2009, 64,6% dos
202
municípios (115) alocaram seus recursos deste modo. Em 2007, o cenário registrado foi de 61,6% municípios (223) nesta situação. Os municípios encontram-se distribuídos em 3 faixas: Educ>70% (29 ou 16,3% do total), 50%>Educ<60% (54 ou 30,3%), 60%>Educ<70% (32 ou 18,0%). Em relação ao eixo Saúde, a participação da maioria no OCA (100 ou 56,2%) se situou na faixa entre 30% e 50%, cenário que praticamente repetiu 2008 (165 ou 56,9%) e se ampliou relativamente em relação a 2007 (190 municípios correspondendo a 52,5%). As faixas que compõem essa participação são: 30%>Saúde<40% (49 ou 49,0%) e 40%>Saúde<50% (51 ou 51,0%). Continuou ainda a prevalecer um percentual expressivo (45 ou 25,3%) com participação média do eixo Saúde no OCA abaixo de 30,0% (Saúde<30%), tal qual em 2008 (76 ou 26,2%) e menor do que em relação a 2007 (108 ou 29,8%).
TABELA 22 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS PELA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DOS EIXOS DE EDUCAÇÃO E SAÚDE NO OCA TOTAL LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa Percentual de Despesas (%)
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
(%)
∑ (%)
Educ <30
Saúde >70
0
0
0
0
0
0
0
-
-
Educ >70
Saúde <30
1
10
9
1
8
0
29
16,29
16,29
Educ <30
>45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
16,29
>45 Educ <50
Saúde <30
0
0
0
0
1
0
1
0,56
16,85
2
0
0
0
0
2
1,12
17,98
8,43 -
26,40 26,40
Educ <30
>60 Saúde <70
0
>60 Educ <70 >30 Educ <35
Saúde <30 >45 Saúde <50
1
1
2
0
8
3
0
0
0
0
0
0
15 0
>45 Educ <50
>30 Saúde <35
0
0
0
0
0
0
0
-
26,40
>30 Educ <35
>60 Saúde <70
3
4
0
0
0
0
7
3,93
30,34
>60 Educ <70
>30 Saúde <35
0
5
3
1
2
0
11
6,18
36,52
>30 Educ <35
>50 Saúde <60
1
1
0
0
0
0
2
1,12
37,64
>30 Educ <35
>30 Saúde <35
0
1
3
0
1
0
5
2,81
40,45
>35 Educ <40
>45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
40,45
>45 Educ <50
>35 Saúde <40
0
1
0
0
0
0
1
0,56
41,01
>35 Educ <40
>50 Saúde <60
2
2
2
0
1
0
7
3,93
44,94
>50 Educ <60
>35 Saúde <40
1
4
7
3
9
2
26
14,61
59,55
>35 Educ <40
>60 Saúde <70
1
1
0
0
0
0
2
1,12
60,67
>60 Educ <70
>35 Saúde <40
0
2
1
0
1
2
6
3,37
64,04
>40 Educ <45
>45 Saúde <50
0
0
0
0
0
1
1
0,56
64,61
>45 Educ <50
>40 Saúde <45
0
4
1
0
1
1
7
3,93
68,54
>45 Educ <50
>45 Saúde <50
1
4
2
3
4
1
15
8,43
76,97
>40 Educ <45
>50 Saúde <60
1
4
4
0
1
0
10
5,62
82,58
>50 Educ <60
>40 Saúde <45
2
4
6
2
6
4
24
13,48
96,07
>45 Educ <50 >50 Educ <60
>50 Saúde <60 >45 Saúde <50
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
1
0
2 4
1,12 2,25
97,19 99,44
15
52
40
12
44
14
178
100,00
99,44
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
203
4.8
Financiamento do OCA Saúde
O perfil da composição do Orçamento Criança Saúde indica em que áreas o esforço alocativo tende a prevalecer: Saúde, Saneamento ou Habitação. Nesse sentido, verificou-se qual das duas primeiras áreas apresentou maior participação (Indicador Qual maior = OCA Saúde Liquidado/Orçamento Total do Eixo Saúde Liquidado ou OCA Saneamento Liquidado/Orçamento Total do Eixo Saúde Liquidado). Para análise da composição de gastos em Saúde, definiram-se faixas percentuais, que variaram desde o cenário de destinação de menos de 30% dos recursos para Saneamento e mais de 70% para a Saúde (Saneam<30 e Saúde>70) até outro em que as despesas com Saneamento se situaram entre 50% e 60% do OCA Saúde e as com Saúde entre 45% e 50% (>50 Saneam<60 e 45>Saúde<50). Vale destacar que o percentual médio de destinação registrado nas tabelas refere-se sempre ao percentual da faixa mais alta de comprometimento (por exemplo: média para Saúde>70 no cenário descrito). Do mesmo modo, não se pode falar em uma combinação mais adequada. Entretanto, cenários em que a participação de algum dos eixos se encontre nos extremos sugere análise mais aprofundada para se conhecer o motivo da especificidade. A maioria absoluta dos municípios (237 ou 81,7%) registrou composição do OCA Saúde com a área Saúde respondendo por mais de 70% das despesas (Saneam <30% e Saúde >70%), expandindo o perfil de municípios nessa situação identificado em 2007 (288 representando 79,6%). Nos demais cenários, ainda prevaleceram altos percentuais de despesas com a área de Saúde. Foram registrados municípios em cenários cujo peso das despesas com Saneamento é maior, o que sugere a existência de sazonalidade: 60%>Saneam<70% (1 município) e 50%>Saneam<60% (3 municípios) (Tabela 23).
204
TABELA 23 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS PELA PARTICIPAÇÃO DAS ÁREAS DE SAÚDE E SANEAMENTO NO ORÇAMENTO CRIANÇA SAÚDE TOTAL POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa Percentual de Despesas (%)
(%)
∑ (%)
-
-
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Saúde >70
0
0
0
0
0
0
0
Saneam >70
Saúde <30
0
0
0
0
0
0
0
-
-
Saneam <30
>45 Saúde <50
0
1
0
0
0
0
1
0,56
0,56
>45 Saneam <50
Saúde <30
0
0
0
0
0
0
0
-
0,56
Saneam <30
>60 Saúde <70
11
38
27
8
37
8
129
72,47
73,03
>60 Saneam <70
Saúde <30
0
0
0
0
0
0
0
-
73,03
>30 Saneam <35 >45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
73,03
>45 Saneam <50 >30 Saúde <35
0
0
0
0
0
0
0
-
73,03
>30 Saneam <35 >60 Saúde <70
1
2
1
1
0
0
5
2,81
75,84
>60 Saneam <70 >30 Saúde <35
0
0
0
0
0
0
0
-
75,84
>30 Saneam <35 >50 Saúde <60
0
1
1
0
0
0
2
1,12
76,97
>30 Saneam <35 >30 Saúde <35
0
0
0
0
0
0
0
-
76,97
>35 Saneam <40 >45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
76,97
>45 Saneam <50 >35 Saúde <40
0
0
0
0
0
0
0
-
76,97
>35 Saneam <40 >50 Saúde <60
0
0
0
0
0
0
0
-
76,97
>50 Saneam <60 >35 Saúde <40
0
0
0
0
0
0
0
-
76,97
>35 Saneam <40 >60 Saúde <70
1
3
0
0
0
0
4
2,25
79,21
>60 Saneam <70 >35 Saúde <40
0
0
0
0
0
0
0
-
79,21
>40 Saneam <45 >45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
79,21
>45 Saneam <50 >40 Saúde <45
0
0
0
0
0
0
0
-
79,21
>45 Saneam <50 >45 Saúde <50
0
1
0
1
0
0
2
1,12
80,34
>40 Saneam <45 >50 Saúde <60
0
0
0
0
0
0
0
-
80,34
>50 Saneam <60 >40 Saúde <45
0
1
0
0
0
1
2
1,12
81,46
>45 Saneam <50 >50 Saúde <60
0
0
1
0
0
0
1
0,56
82,02
>50 Saneam <60 >45 Saúde <50
0
0
0
0
0
0
0
-
82,02
2
6
10
2
7
5
32
17,98
100,00
15
53
40
12
44
14
178
100,00
100,00
Saneam <30
Saneam <40
>60 Saúde <100
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
205
4.9
OCA DE CULTURA, DESPORTO E LAZER
Este título, de acordo com o padrão adotado em todo o texto, deve vir em CxAb (ou seja , só as iniciais em cxA) A participação relativa das áreas de Cultura, Desporto e Lazer no Orçamento Criança Educação (indicador OCA Cultura + OCA Desporto e Lazer/OCA Educação Total) aponta o grau de esforço para a promoção dessas ações. Em 2009, a participação média das áreas de Cultura, Desporto e Lazer no OCA Educação foi de 3,40%, percentual abaixo do registrado em 2008 (8,26%) e 2007 (6,6%). Os municípios da Região Nordeste apresentaram percentual superior (4.0%) ao da média geral (Tabela 26), ao contrário do que se verificou em 2008, quando o Centro-Oeste registrou melhor desempenho (10,2%). Nesta edição, esta região ficou abaixo com 1,78. Com participação média das despesas com Cultura abaixo de 2,0% do Orçamento Criança Educação (Tabela 25), temos 43,2% ou 77 dos municípios. Por sua vez, praticamente a maioria dos municípios dos municípios (64,0% ou104) destina menos de 3,0% dos recursos alocados em Educação para atividades culturais e desportivas. Destes, 37, 5% se situam no Estado de São Paulo e 24,% são de grande porte (G2). Acima de 5,0%, encontram-se 23,0% ou 33 municípios, dos quais 75,0% são paulistas e a metade é de pequeno porte (P).
TABELA 24 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS ÁREAS DE CULTURA, DESPORTOS E LAZER NO OCA EDUCAÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
NORDESSUDESNORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Até 1,0%
8
2
1
10
8
13
42
23,60
23,60
De 1,01% a 2,00%
7
2
2
2
10
12
35
19,66
43,26
De 2,01% a 3,00%
7
1
2
6
7
14
37
20,79
64,04
De 3,01% a 4,00%
1
0
0
5
3
4
13
7,30
71,35
De 4,01% a 5,00%
5
0
0
3
0
1
9
5,06
76,40
De 5,01% a 10,00%
12
1
0
2
6
9
30
16,85
93,26
De 10,01% a 20,00%
3
0
0
3
1
4
11
6,18
99,44
De 20,01% a 50,00%
0
0
0
0
0
1
1
0,56
100,00
De 50,01% a 75,00%
0
0
0
0
0
0
0
-
100,00
Mais de 75,01%
0
0
0
0
0
0
0
-
100,00
43
6
5
31
35
58
178
100,00
100,00
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
206
TABELA 25 DISTRIBUIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS ÁREAS DE CULTURA, DESPORTOS E LAZER NO OCA EDUCAÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
∑ (%)
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Até 1,0%
7
14
7
0
10
4
42
23,60
23,60
De 1,01% a 2,00%
2
9
15
1
6
2
35
19,66
43,26
De 2,01% a 3,00%
1
13
7
6
8
2
37
20,79
64,04
De 3,01% a 4,00%
3
3
3
1
2
1
13
7,30
71,35
De 4,01% a 5,00%
0
3
1
2
2
1
9
5,06
76,40
De 5,01% a 10,00%
2
8
4
2
10
4
30
16,85
93,26
De 10,01% a 20,00%
0
2
3
0
6
0
11
6,18
99,44
De 20,01% a 50,00%
0
1
0
0
0
0
1
0,56
100,00
De 50,01% a 75,00%
0
0
0
0
0
0
0
-
100,00
Mais de 75,01%
0
0
0
0
0
0
0
-
100,00
15
53
40
12
44
14
178
100,00
100,00
TOTAL
(%)
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 26 MÉDIA DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS ÁREAS DE CULTURA, DESPORTOS E LAZER LIQUIDADO NO OCA EDUCAÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência
NORDESTE
NORTE
COESTE
SUDESTE
SÃO PAULO
SUL
TOTAL
Até 1,0%
0,35
0,35
0,50
0,37
0,56
0,47
0,43
De 1,01% a 2,00%
1,57
1,20
1,54
1,73
1,41
1,33
1,43
De 2,01% a 3,00%
2,62
2,33
2,66
2,45
2,41
2,50
2,50
De 3,01% a 4,00%
3,83
-
-
3,39
3,44
3,43
3,45
De 4,01% a 5,00%
4,49
-
-
4,26
4,41
4,41
De 5,01% a 10,00% De 10,01% a 20,00%
6,48
7,98
12,30
-
-
6,77
6,37
6,53
6,54
-
-
12,11
12,25
10,54
11,61
20,94
20,94
De 20,01% a 50,00%
-
-
-
-
-
De 50,01% a 75,00%
-
-
-
-
-
-
-
Mais de 75,01%
-
-
-
-
-
-
-
TOTAL
4,03
2,24
1,78
3,27
2,75
3,40
3,31
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
207
TABELA 27 MÉDIA DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DAS ÁREAS DE CULTURA, DESPORTOS E LAZER LIQUIDADO NO OCA EDUCAÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência
G1
G2
M
P
PP
Até 1,0%
0,98
0,49
0,50
-
0,50
0,11
0,43
De 1,01% a 2,00%
1,43
1,36
1,42
1,43
1,61
1,29
1,43
De 2,01% a 3,00%
2,46
2,47
2,45
2,58
2,40
2,87
2,50
De 3,01% a 4,00% De 4,01% a 5,00%
3,39
3,32
3,51
3,24
3,47
3,54
3,45
4,21
4,28
4,03
4,61
4,36
4,85
4,41
De 5,01% a 10,00%
6,88
6,88
5,79
6,40
6,48
6,13
6,54
De 10,01% a 20,00%
11,85
12,35
10,44
-
11,94
-
11,61
De 20,01% a 50,00%
20,94
20,94
-
-
-
-
20,94
De 50,01% a 75,00%
-
-
10,44
-
-
-
-
Mais de 75,01%
-
-
-
-
-
-
-
2,30
3,29
2,78
3,51
4,23
2,98
3,31
TOTAL GRUPO
MP
TOTAL FAIXA
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.10
POLÍTICAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
IDEM[CxA só nas iniciais] O Orçamento Criança Proteção Social per Capita (Indicador OCA Proteção Social/ Pop Crianças 0 a 18 anos) constitui uma medida de aferição do esforço alocativo com ações básicas e especiais para a criança e o adolescente desassistido. Ela possibilita comparar o resultado da ação governamental entre grupos, em princípio diferenciados. O OCA Proteção Social per Capita Médio anual de todos os municípios analisados foi de R$ 168,88, valor 31,9% acima do apurado em 2008 (R$ 146,58) e 2007 (R$ 111,05) (Tabela 30). Ele representou gasto médio mensal em 2008 com políticas de proteção básica e especial da criança e do adolescente de R$ 14,07. Em termos regionais, a Região Norte registrou em 2009 o menor OCA Proteção Social per Capita Médio (53,23), valor inferior ao apurado em 2008 (R$ 62,05). O Estado de São Paulo apresentou o maior (R$ 222,68), que foi superior ao de 2008 (R$ 215,04). Os municípios de muito pequeno porte (PP) apresentaram OCA Proteção Social per Capita Médio superior à média geral (R$ 292,16), também superior ao exercício anterior (R$ 284,31). Os de médio e grande porte (M e G1) praticaram os menores valores médios (R$ 128,94 e R$ 140,18), tendo o valor médio dos maiores melhorado em relação a 2008 (R$ 91,53). Cerca de 60% dos municípios (106) gastaram menos do que R$ 100,00 por ano com a criança e o adolescente para fins de proteção social (Tabela 28), cenário pior do que o de 2008 quando quase metade dos municípios (135 ou 46,5%) apresentou gastos abaixo deste valor, porém melhor do que o verificado em 2007, ano em que 173
208
municípios ou 47,8% do total gastaram menos do que R$ 75,00. Desse conjunto, 16 são municípios do Sudeste e 17 do Nordeste, equivalendo a 32,1%-dessa parcela. Em termos populacionais, 28 municípios de grande porte (G2=26,4%) e 18 de médio porte (M=16,7%) apuraram OCA Proteção Social per Capita nesta faixa (Tabela 29), não se registrando ao qualquer um de pequeno porte (PP). Destinando mais de R$ 250,00 para proteção social de cada criança, temos 32 ou 12,2% dos municípios, situação melhor do que a de 2008 (9,3% do total), e de 2007 (8,1%). A metade deles (16) se localiza em São Paulo. Não há município nessa faixa na Região Norte, tal como em 2008 e 2007.
TABELA 28 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS SEGUNDO OCA PROTEÇÃO SOCIAL PER CAPITA MÉDIO POR FAIXA DE VALOR E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Freqüência (R$)
NORDESSUDESNORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Até 25,00
1
0
0
1
1
1
4
2,25
2,25
De 25,01 a 50,00
6
3
0
7
3
2
21
11,80
14,04
De 50,01 a 75,00
5
2
1
6
5
6
25
14,04
28,09
De 75,01,00 a 100,00
5
1
1
2
5
7
21
11,80
39,89
De 100,01 a 150,00
11
0
1
5
6
12
35
19,66
59,55
De 150,01 a 200,00
7
0
0
4
5
8
24
13,48
73,03
De 200,01 a 250,00
3
0
1
1
5
6
16
8,99
82,02
De250,01 a 300,00
2
0
1
1
1
7
12
6,74
88,76
De 300,01 a 400,00
1
0
0
2
2
3
8
4,49
93,26
De 400,01 a 500,00
2
0
0
0
2
2
6
3,37
96,63
Mais de 500,00
0
0
0
2
0
4
6
3,37
100,00
100,00
100,00
TOTAL
43
6
5
31
35
58
178
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
209
TABELA29 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS SEGUNDO OCA PROTEÇÃO SOCIAL PER CAPITA MÉDIO POR FAIXA DE VALOR E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 R$ 1,00
Freqüência (R$)
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Até 25,00
1
2
0
0
1
0
4
2,25
2,25
De 25,01 a 50,00
1
10
6
2
2
0
21
11,80
14,04
De 50,01 a 75,00
2
11
5
2
5
0
25
14,04
28,09
De 75,01,00 a 100,00
2
7
7
0
5
0
21
11,80
39,89
De 100,01 a 150,00
5
8
10
2
9
1
35
19,66
59,55
De 150,01 a 200,00
0
5
2
4
10
3
24
13,48
73,03
De 200,01 a 250,00
1
3
2
2
4
4
16
8,99
82,02
De250,01 a 300,00
2
1
5
0
1
3
12
6,74
88,76
De 300,01 a 400,00
0
3
0
0
5
0
8
4,49
93,26
De 400,01 a 500,00
1
0
2
0
1
2
6
3,37
96,63
Mais de 500,00
0
3
1
0
1
1
6
3,37
100,00
100,00
100,00
TOTAL
15
53
40
12
44
14
(%)
∑ (%)
G1
178
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 30 OCA PROTEÇÃO SOCIAL PER CAPITA MÉDIO POR FAIXA DE VALOR E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 R$ 1,00 Freqüência (R$)
NORDESNORTE COESTE SUDESTE TE
SÃO PAULO
SUL
TOTAL
Até 25,00
19,56
-
-
16,59
12,88
21,13
17,54
De 25,01 a 50,00
38,78
36,26
-
33,73
42,40
34,20
36,82
De 50,01 a 75,00
65,35
57,30
71,72
59,50
64,11
63,16
62,78
De 75,01,00 a 100,00
83,51
95,99
90,14
94,57
89,73
86,92
88,09
De 100,01 a 150,00
119,12
-
128,98
113,58
120,17
126,04
121,16
De 150,01 a 200,00
167,15
-
-
173,96
176,94
175,75
173,19
De 200,01 a 250,00
229,50
-
241,02
224,20
225,93
230,26
229,06
De250,01 a300,00
277,31
-
254,35
290,77
288,40
273,57
275,26
De 300,01 a 400,00
309,26
-
-
378,47
329,63
343,06
344,33
De 400,01 a 500,00
445,54
-
-
-
416,72
457,98
440,08
-
-
-
679,44
-
919,57
839,53
137,68
53,23
157,24
151,40
155,02
222,68
168,88
Mais de 500,00 TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
210
TABELA 31 DISTRIBUIÇÃO OCA PROTEÇÃO SOCIAL PER CAPITA MÉDIO POR FAIXA DE VALOR E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 R$ 1,00
Freqüência (R$)
G1
G2
Até 25,00
16,59
17,00
-
-
19,56
-
17,54
De 25,01 a 50,00
28,39
35,69
39,08
28,66
48,05
-
36,82
De 50,01 a 75,00
59,65
63,51
64,72
53,74
64,11
-
62,78
De 75,01,00 a 100,00
92,29
88,06
87,92
-
86,70
-
88,09
De 100,01 a 150,00
116,87
128,16
115,47
131,61
122,59
109,86
121,16
De 150,01 a 200,00
-
183,91
177,17
168,08
169,53
171,69
173,19
De 200,01 a 250,00
224,20
225,06
222,76
223,45
239,22
229,07
229,06
De250,01 a 300,00
263,66
254,46
284,77
-
269,39
276,04
275,26
De 300,01 a 400,00
-
352,69
222,76
-
339,31
-
344,33
De 400,01 a 500,00
418,01
-
437,92
-
441,13
452,74
440,08
-
769,69
1.016,61
-
896,04
815,43
839,53
140,18
149,95
161,11
128,94
180,19
292,16
168,88
Mais de 500,00 TOTAL
M
MP
P
PP
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.11
POLÍTICAS DO FUNDO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A participação relativa dos recursos alocados no Fundo Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente (FMDCA) no do Orçamento Criança Proteção Social (indicador Fundo da Criança e do Adolescente Liquidado/OCA Total Liquidado) mostra o grau de controle social à que as despesas diretas de proteção à criança e ao adolescente encontram-se submetidas, assim como o peso dessas ações complementares. Em 2009, os recursos médios alocados no FMDCA representaram 11,1% do OCA Proteção Social (Tabela 34), percentual melhor do que o de 2008 (8,2%). Nos municípios do Sudeste, essa participação foi de 18,0% e, nos do Sul, foi de 17,5%. Nos municípios classificados como de muito pequeno porte (P), o peso relativo do FMDCA foi bem superior à média (24,8%), seguidos pelos de pequeno porte (14,3%) (Tabela 35). Contudo, 41,9% (70) dos municípios têm FMDCA inferior a 4,0% dos gastos com proteção social. Desses, 23 (32,8%) estão no Nordeste e 16 (22,8%) em São Paulo. Ainda nesse intervalo, a maior parte (24 ou 34,3%) é de grande porte (G2) (Tabela 33).
211
Um montante expressivo de municípios (35 ou 21) apresenta FMDCA menor do que 1,0% das despesas com proteção social. A maioria se encontra na Região Nordeste (15 ou 41,7%) e é de grande porte (G2 = 10 ou 27,8%). Com FMDCA acima de 10,0%, estão 34,4% ou 58 dos municípios da amostra. Destes, 19 (35,1%), localizam-se no Estado de São Paulo e outros 12 (22,2%) na Região Sudeste. Não há qualquer município da Região Norte nesta faixa.
TABELA 32 PARTICIPAÇÃO RELATIVA DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO NO OCA PROTEÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009
Faixa de Participação
NORDESSUDESNORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO PAULO
TOTAL
(%)
∑ (%)
Até 1,0%
15
4
1
7
5
4
36
21,56
21,56
De 1,01% a 2,00%
4
1
0
4
2
6
17
10,18
31,74
De 2,01% a 3,00%
2
0
1
2
0
4
9
5,39
37,13
De 3,01% a 4,00%
2
0
0
1
3
2
8
4,79
41,92
De 4,01% a 5,00%
3
1
1
0
0
3
8
4,79
46,71
De 5,01% a 10,00%
5
0
0
3
6
17
31
18,56
65,27
De 10,01% a 20,00%
6
0
1
2
7
9
25
14,97
80,24
De 20,01% a 50,00%
3
0
0
6
5
10
24
14,37
94,61
De 50,01% a 75,00%
1
0
1
4
1
0
7
4,19
98,80
Mais de 75,01%
0
0
0
0
2
0
2
1,20
100,00
41
6
5
29
31
55
167
100,00
100,00
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) Onze (11) municípios com dados inconsistentes na faixa de Mais de 75,01%
212
TABELA 33 PARTICIPAÇÃO RELATIVA DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO NO OCA PROTEÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Participação
∑ (%)
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL
Até 1,0%
3
10
8
6
5
3
35
20,96
20,96
De 1,01% a 2,00%
4
6
4
0
2
1
17
10,18
31,14
De 2,01% a 3,00%
2
4
0
0
3
0
9
5,39
36,53
De 3,01% a 4,00%
1
4
1
0
2
0
8
4,79
41,32
De 4,01% a 5,00%
1
6
0
0
1
0
8
4,79
46,11
De 5,01% a 10,00%
2
10
8
0
9
2
31
18,56
64,67
De 10,01% a 20,00%
1
3
7
3
9
2
25
14,97
79,64
De 20,01% a 50,00%
0
5
5
2
7
4
23
13,77
93,41
De 50,01% a 75,00%
1
1
2
0
2
0
6
3,59
97,01
Mais de 75,01%
0
0
0
0
0
2
2
1,20
98,20
100,00
98,20
TOTAL
15
49
35
11
40
14
(%)
167
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) Onze (11) municípios com dados inconsistentes na faixa de Mais de 75,01%
TABELA 34 MÉDIA DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO NO OCA PROTEÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%)
Freqüência
NORDESNORTE COESTE SUDESTE TE
SUL
SÃO PAULO
TOTAL
Até 1,0%
0,18
0,05
-
0,46
0,44
0,27
0,72
De 1,01% a 2,00%
1,64
1,33
-
1,54
1,39
1,55
1,71
De 2,01% a 3,00%
2,11
-
2,84
2,53
De 3,01% a 4,00%
3,41
-
3,46
3,15
De 4,01% a 5,00%
4,72
4,38
4,36
De 5,01% a 10,00%
8,63
-
-
7,11
7,15
6,67
7,03
De 10,01% a 20,00%
15,89
-
11,76
14,99
15,35
14,75
14,67
De 20,01% a 50,00%
36,32
-
-
35,33
31,28
35,59
33,99
De 50,01% a 75,00%
54,13
-
54,74
60,61
55,09
-
49,59
-
-
-
-
82,63
-
-
14,79
18,05
17,49
11,71
11,08
Mais de 75,01% TOTAL
8,20
4,59
1,02
2,81 4,65
2,60 3,20 -
3,34 -
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
213
TABELA 35 MÉDIA DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO NO OCA PROTEÇÃO LIQUIDADO POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%)
Freqüência
G1
G2
M
MP
P
TOTAL FAIXA
PP
Até 1,0%
0,36
0,28
0,35
0,23
0,15
-
0,33
De 1,01% a 2,00%
1,71
1,54
1,47
-
1,49
1,22
1,67
De 2,01% a 3,00%
2,74
2,44
-
-
2,78
-
2,56
De 3,01% a 4,00%
3,20
3,40
3,62
-
3,27
-
3,11
De 4,01% a 5,00%
4,65
4,51
-
-
4,84
-
4,17
De 5,01% a 10,00%
7,51
6,53
7,38
-
6,99
9,23
6,96
De 10,01% a 20,00%
19,74
14,84
15,15
15,87
14,66
13,68
14,55
De 20,01% a 50,00%
-
38,16
33,23
28,96
33,75
33,74
32,75
De 50,01% a 75,00%
61,38
54,13
15,15
-
58,61
-
48,66
-
-
-
-
-
82,63
55,09
7,83
8,51
12,87
9,72
14,29
24,81
11,58
Mais de 75,01% TOTAL GRUPO
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
4.12
GESTÃO DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (FMDCA)
O grau de execução do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA) em relação à previsão inicial aponta a tendência à estabilidade da gestão de ações complementares para a criança e o adolescente. Ele foi apurado segundo os mesmos critérios da análise da execução do OCA (faixas de adequação e inadequação a partir dos um duodécimos do orçamento). A maioria dos municípios analisados 91 (ou 51,4%) apresentou “gestão inadequada” (Tabela 36), situação pior do que a de 2008 em que 101 ou 34,8% do total dos municípios se encontrava nesta faixa. Cerca de um terço (31) são da Região Norte e 22% (20) da Sudeste. Essa prática prevaleceu tanto nos municípios de grande (G2 = 28 ou 52,8% do grupo) quanto nos de pequeno porte (P = 24 ou 54,4% do grupo) (Tabela 37). Os municípios com execução orçamentária “estável” (faixa de 91,7 a 100,0%) totalizaram 28 (15,82%, cenário menos favorável do que o de 2008 no qual 22,1% da amostra, 57 municípios, se encontravam nesta situação. Dos municípios situados em São Paulo como Nordeste, respectivamente, 10 (35,7%) e 8 (28,5%) apresentaram esse
214
comportamento. De acordo com o porte, 20,5% (8 de 39) dos municípios médios (M) e 15,1% (8 de 53) dos grandes (G2) conseguiram esse desempenho. Na faixa de “gestão não planejada” (> 108,35%), encontraram-se também 29 municípios (16,3%), quantitativo inferior ao verificado em 2008 (21,7%). Quase metade (45,4% ou 10 do total da faixa) se localizava no Estado de São Paulo. Cerca de um terço (7 municípios) é de pequeno porte (P).
TABELA 36 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS POR PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO EM RELAÇÃO AO INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Execução
NORDESSUDES NORTE COESTE TE TE
SUL
SÃO TOTAL PAULO
(%)
∑ (%)
Menor do que 75,0%
31
5
1
18
16
20
91
51,41
51,41
De 75,01% a 83,40%
0
0
1
1
5
5
12
6,78
58,19
De 83,41% a 91,70%
3
0
0
3
3
8
17
9,60
67,80
De 91,71% a 100,00%
8
1
1
5
3
10
28
15,82
83,62
De 100,01% a 108,34%
0
0
0
1
1
5
7
3,95
87,57
1
0
2
3
6
10
22
12,43
100,00
43
6
5
31
34
58
177
100,00
100,00
Mais de 108,35% TOTAL (1)
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) O número total de municípios é menor do que o da amostra devido a existência de município sem dado para a execução do FMDCA.
TABELA 37 DISTRIBUIÇÃO DE MUNICÍPIOS POR PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA LIQUIDADO EM RELAÇÃO AO INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 Faixa de Execução
G2
M
MP
P
PP
Menor do que 75,0%
8
28
19
5
24
7
91
51,41
51,41
De 75,01% a 83,40%
1
4
3
1
2
1
12
6,78
58,19
De 83,41% a 91,70%
2
8
3
0
3
1
17
9,60
67,80
De 91,71% a 100,00%
2
8
8
3
6
1
28
15,82
83,62
De 100,01% a 108,34%
0
0
1
2
2
2
7
3,95
87,57
Mais de 108,35%
2
5
5
1
7
2
22
12,43
100,00
177 100,00
100,00
TOTAL (1)
15
53
39
12
44
14
TOTAL
(%)
∑ (%)
G1
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança (1) O número total de municípios é menor do que o da amostra devido a existência de município sem dado para a execução do FMDCA.
215
TABELA 38 DISTRIBUIÇÃO DO PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANCA LIQUIDADO EM RELAÇÃO AO INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL POR FAIXA PERCENTUAL E REGIÃO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%)
NORDESTE
NORTE
COESTE
SUDESTE
35,01
-
-
33,04
38,32
33,42
33,35
De 75,01% a 83,40%
-
-
82,52
80,95
79,70
80,78
80,49
De 83,41% a 91,70%
85,89
-
-
88,38
86,02
86,43
86,61
De 91,71% a 100,00%
99,30
-
91,89
98,06
98,80
98,10
98,21
-
-
-
105,42
102,60
103,84
103,89
Mais de 108,35%
220,09
-
179,18
340,11
22.313,14
3.386,86
7.697,56
TOTAL
63,95
-
106,56
82,48
3.986,69
640,22
1.144,31
Freqüência de Execução Menor do que 75,0%
De 100,01% a 108,34%
SÃO PAULO
SUL
TOTAL
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
TABELA 39 DISTRIBUIÇÃO DO PERCENTUAL MÉDIO DE EXECUÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANCA LIQUIDADO EM RELAÇÃO AO INICIAL POR FAIXA PERCENTUAL E PORTE DE MUNICÍPIO PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA 2009 (%) Freqüência de Execução
G1
G2
M
MP
P
PP
TOTAL FAIXA
Menor do que 75,0%
25,96
31,04
31,76
9,85
35,58
22,66
30,13
De 75,01% a 83,40%
82,52
80,53
81,59
78,18
78,72
80,84
80,49
De 83,41% a 91,70%
89,77
85,05
86,15
-
89,48
85,48
86,61
De 91,71% a 100,00%
100,00
99,27
97,67
98,75
97,03
95,52
98,20
-
-
100,74
104,13
102,82
106,29
103,89
164,08
33.244,97
253,50
220,09
131,86
191,31
7.697,56
16,17
877,27
14.622.719,79
2,14
1,66
0,54
1.034.375,79
De 100,01% a 108,34% Mais de 108,35% TOTAL GRUPO
FONTE: Programa Prefeito Amigo da Criança
216
5
Considerações Finais
O presente relatório compreendeu o esforço da Fundação Abrinq - Save the Children, por meio do Programa Prefeito Amigo da Criança, de transformar em análises e recomendações os dados e indicadores sobre educação, saúde e proteção contra violência e maus-tratos informados pelos 354 municípios que finalizaram o preenchimento do Mapa PPAC situação 2009. Nesse sentido, se constitui também como uma nova etapa de avaliação dos resultados alcançados por esses municípios e do seu empenho em promover ações e políticas em benefício da infância e da adolescência. A multiplicidade de temas abordados neste relatório expressa a necessidade de construir um quadro sobre a condição de vida de crianças e de adolescentes nos municípios brasileiros (leia-se municípios PPAC), que dialogue com os distintos direitos que lhes são assegurados constitucionalmente, dentre os quais35: direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à liberdade e à convivência familiar e comunitária Conforme as análises feitas evidenciaram, ainda há um considerável caminho a ser percorrido pela sociedade e pelo poder público no sentido de assegurar, de forma plena, os direitos acima mencionados. De acordo com as análises dos dados do Eixo 1 - Promovendo Vidas Saudáveis, verifica-se que apesar dos avanços gerais com a diminuição das taxas de mortalidade infantil, muito precisa ser feito para enfrentar as desigualdades regionais do país. Ainda temos municípios no Nordeste com taxas altas, o que evidencia necessidade de ampliação do Programa Saúde da Família no sentido de dar maior apoio às gestantes. As recomendações do Ministério da Saúde estabelecem que a parturiente deve receber, no mínimo, sete consultas pré-natal. É muito importante também, como sugere o documento Pacto pela Saúde, a criação dos planos municipais de saúde, favorecendo a capacitação dos profissionais da rede, bem como diagnósticos e planejamento das ações a serem tomadas visando a redução das taxas de mortalidade. A promoção de vidas saudáveis passa pela prevenção e acesso ao tratamento de uso de drogas. Apesar da drogadição se constituir num problema generalizado na sociedade, os municípios, em geral, ainda não conseguem garantir uma resposta adequada para o enfrentamento de tal realidade. Muitas vezes isso ocorre pela falta de conhecimento apurado sobre a amplitude do problema em nível local, por ainda adotar um tipo de enfoque que marginaliza e segrega o usuário de drogas, em vez de possibilitar o acesso à serviços que favoreçam sua reabilitação e possibilitem sua reinserção social. As análises referentes ao Eixo 2 - Acesso à Educação de Qualidade apontaram para o fato de que ações dos gestores municipais devem ser conduzidas de forma para garantir o direito irrestrito à educação para as crianças e adolescentes das diferentes faixas etárias e níveis de desenvolvimento, bem como atentem sempre para o caráter inclusivo da escola, no sentido de valorizar a convivência e integração dos alunos com necessidades educativas especiais com os demais estudantes. Com base das situações enfocadas neste relatório, evidencia-se a permanência de uma significativa disparidade entre o número de crianças com idade para frequentar a creche e a pré-escola e o número daquelas cujo esse direito foi assegurado. Nesse sentido, é urgente que os governos municipais definam estratégias que permitam ou caminhem na direção de promover um equilíbrio entre a oferta e a demanda, ou seja, que haja sempre a disponibilidade de atendimento à solicitação da família quando esta opta por conduzir sua criança à creche, e que seja universalizado o ensino na pré-escola com qualidade. Faz-se imprescindível também que se mantenha o cuidado e a atenção para com a 35
ECA, Lei 8.069/1990, Art. 4º.
217
inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais na rede pública de ensino regular, de forma para garantir que o processo de ensino e aprendizagem seja realizado em salas comuns ou que não se restrinja ao atendimento em escola e/ou classes especiais. Se os esforços a serem investidos para promover o acesso à educação devem ser grandes, maior ainda deverá ser o empenho do poder público municipal para garantir que todas as unidades escolares disponham de estrutura física adequada e materiais ou recursos pedagógicos em qualidade e quantidade suficientes. Reiteramos que essa é condição fundamental para assegurar que o ambiente escolar seja um espaço propício para o desenvolvimento intelectual, integração e inclusão social e formação cidadã de crianças e adolescentes. Finalmente no Eixo 3 - Proteção contra Maus-Tratos, Exploração e Violência, ao abordarmos a temática de violência contra a criança, vale ressaltar novamente que o número de notificações não revela o número real de casos ocorridos. Devemos considerar ainda a precariedade dos mecanismos de notificação, o despreparo dos profissionais que atuam no atendimento direito no que se refere à identificação de sinais e sintomas que caracterizam esses casos, o desconhecimento dos fluxos de notificação, bem como de sua responsabilidade nesse processo. Conforme estabelece o ECA: “Os casos de suspeita de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais” (ECA, Art. 13). Outro aspecto fundamental que merece destaque e exige a definição de estratégias específicas pelos municípios se refere ao pacto de silêncio. O enfrentamento da questão toma como base a necessidade de rompimento do ciclo da violência, considerando a rede que se organiza ao redor da criança e/ou do adolescente vítima de violência. Deve-se considerar ainda a necessidade de desenvolver um conjunto de procedimentos técnicos especializados para o atendimento e proteção imediata e efetiva às crianças e/ou adolescentes e seus familiares. Os conhecimentos técnicos e a formação dos agentes públicos e campanhas educativas à sociedade civil são importantes fatores de sucesso no enfrentamento dos casos de violência sexual dada à capacidade de identificação precoce e, portanto, de quebra do ciclo da violência. Assim, diminui-se a possibilidade de reincidência de casos e aumenta-se a capacidade de restabelecimento da convivência familiar e comunitária. No que diz respeito ao trabalho infantil, de modo geral, verificou-se que houve nos municípios PPAC uma queda no número de crianças em trabalho infantil acompanhada do aumento da cobertura de crianças e de adolescentes sujeitos a essa condição. Não se pode ignorar a importância de tal resultado, porém, é necessário apontar que ainda são necessários maiores esforços para lidar e combater as piores formas de trabalho infantil, em especial o trabalho doméstico (este tipo de trabalho constitui uma prática comum e muitas vezes aceita em nossa sociedade, porém, além de expor a criança e o adolescente a uma série de riscos, o serviço doméstico ainda lhe tira o tempo do estudo, do convívio com outras crianças e do lazer). No que se refere à execução de medidas socioeducativas, ressalta-se a necessidade da municipalização do atendimento aos adolescentes autores de ato infracional, por meio do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo. É fundamental a mudança de paradigma dos gestores e profissionais responsáveis pelo atendimento desse público, uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza a necessidade de uma abordagem que considera sua condição peculiar de desenvolvimento, estabelecendo um conjunto de medidas socioeducativas em substituição aos mecanismos punitivos, que preveem a inclusão de suas famílias e comunidade local no processo socioeducativo, para que possam restabelecer seu convívio social rompendo com o ciclo de violência e reduzindo a reincidência. É fundamental que os municípios busquem fortalecer suas ações, acompanhar os adolescentes individualmente, criar ou aperfeiçoar seus equipamentos públicos para que se tornem referência, fornecer infraestrutura, formação continuada e salários adequados aos profissionais e servidores públicos, além de estabelecer alianças com todos os setores da sociedade.
218
Sabe-se que alguns dos desafios mencionados neste relatório dificilmente serão superados até dezembro de 2012, quando se encerram os quatro anos das gestões municipais iniciadas em 2009. Entretanto acreditamos ser possível que os municípios PPAC encaminhem desde já soluções para os problemas mais urgentes e qualifiquem ainda mais as políticas e projetos que tenham como finalidade assegurar condições de vida dignas para crianças e adolescentes. Espera-se que as recomendações presentes neste relatório se tornem subsídios para estas ações. Dessa forma, por meio dos aspectos observados para elaboração deste documento, o Programa Prefeito Amigo da Criança reitera a importância e recomenda aos municípios a necessidade do desenvolvimento de uma política articulada, intersetorial e participativa. Para tanto, propõe a elaboração de um Plano Municipal para a Infância e Adolescência36.
Nota: Ao término deste relatório gostaríamos de recomendar aos gestores e técnicos responsáveis pela transmissão das informações municipais ao Programa Prefeito Amigo da Criança que atentem para possíveis distorções ou inconsistências em relação aos dados lançados no Mapa PPAC. Nesse sentido, sugerimos que verifiquem a precisão de dados cujo valor se mostra extremamente alto ou extremamente baixo em relação ao valor médio dos dados de seu grupo. Esse tipo de imprecisão, se confirmada, pode estar relacionada a problemas no processo de registro, coleta e transmissão de tais informações. Sugerimos também que todos os municípios identifiquem o conjunto de questões respondidas como “sem informação” (S/I) e, na medida possível, definam ações ou estratégias que possam ampliar o acesso e o conhecimento de tais informações. Esse procedimento é essencial para que todos os interessados possam compreender, de forma profunda, a realidade do seu município. Bem como, ter em mãos ferramentas seguras que subsidiem os processos de planejamento, monitoramento e avaliação de suas políticas públicas. Por fim, recomendamos a todos que mantenham atualizados os seus bancos de dados e aprimorem continuamente o sistema de coleta e registro de informações. Esse tipo de procedimento poderá contribuir para a precisão e a confiabilidade das informações geradas.
36
Essa proposta será abordada no Seminário Nacional do PPAC que será realizado em julho de 2011.
219
III.
Fontes Consultadas
Estatuto da Criança e do Adolescente BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 19 de abril de 2011.
Convenção para os Direitos da Criança UNICEF. Convenção para os Direitos da Criança. A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança – Carta Magna para as crianças de todo o mundo – em 20 de novembro de 1989, e, no ano seguinte, o documento foi oficializado como lei internacional. art. 37 e 40. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm>. Acesso em: 19 de abril de 2011.
Um Mundo para as Crianças UNICEF. Um Mundo para as Crianças. Um acordo internacional em torno de uma nova agenda para as crianças do mundo. 2002, p.73; Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10131.htm>. Acesso em: 19 de abril de 2011.
Lei nº 8.080, Título II: Do Sistema Único de Saúde BRASIL. Lei no 8.080. 19/09/1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências., TÍTULO II: Do Sistema Único de Saúde, Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm>. Acesso em: 10 de maio 2011
Plano Nacional de Saúde/PNS – Um Pacto pela Saúde no Brasil BRASIL.Ministério da Saúde. PORTARIA nº 2.607, de 10 de dezembro de 2004. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/pns/arquivo/Plano_Nacional_de_Saude.pdf>. Acesso em: 19 de abril de 2011.
Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e Outras Drogas BRASIL, Portaria n.º 816/GM. 2002. Disponível em: < http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2002/Gm/GM-816.htm>. Acesso em: 20 de abril 2011.
Proteção e os Direitos das Pessoas Portadoras de Transtornos Mentais BRASIL. Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001 – Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial Eletrônico [da República Federativa do Brasil], 09 abril 2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm>. Acesso em: 3 de maio de 2011.
Constituição Federal BRASIL. Constituição Federal, 1988.. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 23 de abril de 2011.
Lei no 9.394, TÍTULO III: Do Direito à Educação e do Dever de Educar, art. 11 BRASIL. Lei no 9.394. de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, TÍTULO III: Do Direito à Educação e do Dever de Educar, art. 11. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>.Acesso em: 25 de abril de 2011
Lei nº 7.853/89 - Apoio às Pessoas Portadoras de Deficiência BRASIL. Lei 7.853/89. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei7853.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2011.
Lei nº 10.845.2004. Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência BRASIL. Lei nº 10.845. 2004. Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei10845.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2011.
Plano Nacional de Educação - Educação Especial BRASIL. Plano Nacional de Educação - Educação Especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/plano1.pdf. Acesso em: 30 de abril de 2011.
220
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Aprovada pelo Conselho Permanente na sessão realizada em 26 de maio de 1999, na Guatemala. Disponível em: <http://www.cidh.org/Basicos/Portugues/o.Convencao.Personas.Portadoras.de.Deficiencia.htm>. Acesso em: 30 de abril de 2011.
Decreto 5007 de 2004, Artigos 1º, 2º e 3º. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança Referente à Venda de Crianças, à Prostituição Infantil e à Pornografia Infantil BRASIL. Decreto nº 57 de 08 de março de 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5007.htm>. Acesso em: 19 de abril 2011
Convenção nº 182 sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para a Sua Eliminação Organização Internacional do Trabalho (OIT). Convenção nº 182 sobre a proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para a Sua Eliminação 2000. Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/info/download/conv_182.pdf>. Acesso em: 23 de abril de 2011.
221