Caminhos de Memória 2018 Aurora Gaia

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Retrato de Aurora Gaia, 2018 Lauren Maganete Fotografia Digital 1125x750 N. Inv. 1658

Caminhos de Memória 2018 Aurora Gaia Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro 30 de Junho de 2018


Personalidade 2018 Ser de Cultura desde 7 de Setembro de 1938

Sou terra sou pedra sou norte sou Gaia tu não vês – não sentes – que em mim caminhas e por isso eu amo tanto a Palavra e por isso eu amo tanto os meus livros e por isso eu amo tanto os meus autores e por isso eu amo tanto os meus pintores e por isso eu amo tanto os meus compositores é um gozo físico que se concretiza no acto de ter um livro nas suas mãos no acto de olhar uma pintura no acto de ouvir música E então a vida pára lá fora de mim e não estou só A palavra Dizê-la é como se respira Deixo a palavra ir ao céu da boca e ela a Palavra sai feita respiração quente redonda húmida direita aos sentidos de quem a ouve e vê. Aurora Gaia

Retrato de Aurora Gaia - Medeia de Mário Cláudio Fotografia de Lauren Maganete Casa de Contacto, Ovar, a 22 de Setembro de 2017 N. Inv. 1643


O brilho dos teus olhos e a tua voz. Homenagem a ti minha querida Aurora Gaia, 2016 Elizabeth Leite Ă“leo s/ tela | 1500x1600 N. Inv. 1642


Lauren Maganete fascina por cada instante que partilha com a objectiva que a acompanha em permanência, numa dádiva de construção de uma identidade e interioridade que comunica connosco, de forma impune e transversal em temperamento que não cessa de transgredir… amando. Nessa paixão que nos contagia, fala-nos de si e da sua permanente viagem… porque ela é de permanência… mas em contínuo movimento. Para onde? Talvez não consigamos respostas, porque nos esventra com advérbios de comparação feitos imagens. Momentos ou instantes que nos instigam a falar-lhe… a perguntar-lhe… a interrogar-nos. A sua fotografia é a simplicidade do todo, do conjunto, do percurso no quotidiano que não esgota. O compromisso com os passos que esbarram permanentemente com os seus flashes – clarão disparado ao mesmo tempo que é tirada uma fotografia, para iluminar o objecto fotografado (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa) – cantando memórias que fecundam a alma no ventre da vida. Quem vê pode transpor fronteiras com os passos alheios que se vislumbram num qualquer pensamento abstracto e inquieto. Por estímulos produzidos mecanicamente pela máquina de fotografar poderemos livremente e aleatoriamente, viajar pelo íntimo do Eu e do Outro, numa até simbiose que acorre ao conhecimento. É necessário excitar a memória pela emoção e, desta forma, alcançar o sublime na práxis da vida, uma consistente leitura do passado, poética ou lírica, uma interpretação do presente, escutando uma melodia dos sentidos, e uma projecção do futuro, pautada por um discernimento ancestral e contado ao segundo. Desta ininterrupta mutação do tempo, das interrogações inerentes ao Mundo, do cruzar de experiências, e de uma busca permanente da Memória, o viajante desprende-se das fobias próprias do ser pensante e atravessa desmedidamente os limites do saber, de forma nada inocente, preparando-se para o tempo futuro, sendo este não a morte, mas a realidade imortal do conhecimento. Lauren Maganete fascina pela simplicidade que capta e a complexidade de uma estética narrativa, gravada nas suas fotografias, talepopeia que deleita e excita! J. M. Vieira Duque

Aurora Gaia e Vieira Duque, 2017 Lauren Maganete

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