CARPE DIEM . Aproveita o dia. Era usado como um aviso para não desperdiçar o tempo. Horácio dirigia este conselho aos epicuristas . AB IMO CORDE . Do fundo do coração; sinceramente . ALPHA ET OMEGA . Alfa e ômega; primeira e última letras do alfabeto grego. No Apocalipse designa Cristo, princípio e fim de todas as criaturas . APERTO LIBRO . De livro aberto. Em qualquer parte aberta do livro . BONA FIDE . De boa fé: Enganar-se, proceder bona fide . ...ERGO SUM . ...logo existo . CUM LAUDE . Com louvor. Graduação de aprovação, em algumas universidades equivalente a bom . HIC ET NUNC . Aqui e agora. Imediatamente; neste instante . IN VITRO . No vidro. Expressão que indica as reações fisiológicas feitas fora do organismo, em tubos de... . NOSCE TE IPSUM . Conhece-te a ti mesmo. Frase inscrita na entrada do templo de Delfos, na Grécia. Os filósofos gregos aproveitaram-na para suas lucubrações e a ascética cristã faz dela a base da perfeição . SIC TRANSIT GLORIA MUNDI . Assim passa a glória do mundo. Reflexão da Imitação de Cristo que nos convida a desprezar as... . VAE VICTIS . Ai dos vencidos! Exclamação atribuída a Breno, célebre caudilho gaulês que derrotou e saqueou... . VERBA VOLAT, SCRIPTA MANENT . As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio de grande atualidade que aconselha prudência... . EX NIHILO NIHIL . Do nada, nada. Coisa alguma pode ser criada do nada. Aforismo tirado de um verso de Pérsio, erigido... . SIC ITUR AD ASTRA . Assim se vai aos astros. Expressão virgiliana muito empregada durante as descobertas aeronáuticas . ET CAETERA . E outras coisas. Expressão que se coloca abreviadamente (etc.) no fim de uma enumeração que se poderia alongar
Paulo Pereira
Caminhos de Mim Exposição temporária de pintura e escultura
Civitas, 2008 AcrĂlico s/ tela com bordado 1000x600
O percurso para a concretização dos objectos artísticos, enquanto produtos culturais, assume sentidos diversos e por vezes opostos. Opostos à superfície, pois convergem para uma mesma família de ideias e são produzidos pelo mesmo artista, nas suas diferentes expressões, convergentes quanto ao movimento de fundo do sentir artístico. Nas estéticas contemporâneas, onde o foco da acção se exerce predominantemente no output, no resultado e na concomitante valoração, frequentemente reduzida ao binómio sucesso/insucesso, assiste-se a um esvaziamento do percurso. Ao invés de tomá-lo como uma caixa negra, cujo conteúdo é secundarizado, ou por assim dizer, ignorado, sempre e só com foco com resultado da acção, observase no caso presente da obra de Paper, uma proposta surpreendente, divergente desse mainstream. Através de percursos aparentemente divergentes, com objectos artísticos (resultados) muito diferentes, Paper propõe diferentes caminhos com valor em si, distintos modos de pensar o real, consoante se apresentam os materiais e campos de expressão. No entanto, os seus elementos estruturais, as formas, a luz, sombras, pontos e linhas, convergem para uma linguagem plástica evidente. Desprovida de quase todos os elementos digitais da linguagem plástica e ao mesmo tempo exacerbando tudo o resto relacionado com intenções, insinuações, sugestões ou até manifesto, os trabalhos de Paper encerram em si diversas sínteses do seu tempo, ou vivências do autor no seu tempo. Expressão cultural de alguém atento à contemporaneidade, eco de um olhar sobre o universo mediático, para além dos fluxos predominantes da significação e dicotomias contemporâneas, artesanal/industrial, tradição/modernidade e cultura popular/cultura erudita, este conjunto de peças, expõem um processo criativo que não recusa recursos da modernidade a que outros já recorreram. Se a redução do caos é das mais prementes necessidades humanas, geradora de tensão motivadora da compreensão da realidade, da atribuição de sentido, ela é também geradora de inquietude, tendente à descoberta; principalmente de descoberta de novas formas de comunicar, preferencialmente de forma analógica, de banda larga, como é o caso do spitfire sob as chamas, num cenário de guerra e horror dos fogo florestais; ou até do ecran de linhas em frente ao rosto confuso, perante os novos usos da comunicação para governar o mundo. Não se tome por imediatas as peças em si, por muito apelo que façam à satisfação de legítimas necessidades contemplativas, ou mesmo decorativas do espaço de vida para onde possam ser deslocadas ou separadas do seu conjunto. Antes, e sempre, devem ser colocadas e questionadas pelo seu percurso, quer passado quer presente, quer pelo que anunciam de projecto. Paulo Lucas
Fugam Feruere, 2009 Óleo s/ tela 500x300
A Poesia do Experiencialismo. Metáforas líricas na obra de Paulo Pereira. Pseudónimo Paper. Living means being in the midst of live, seeing life with the gaze in which I have createted it. Franz Kafka, in The Blue Octavo Notebooks O diálogo entre texto e imagem é uma busca constante do ser humano pautada pela modernidade do Romantismo e grande preocupação para o encontro de concepções da imagem poética, reflexo intertextual entre a poesia e a pintura, atingindo a alma artística da poesia da imagem. Assim, e numa perspectiva da Metapoesia Pictórica, a expressão por excelência está contida no Belo e não necessariamente nas palavras. A obra de arte aqui, na génese e na forma, é conteúdo ímpar de palavras omnipresentes que se entrelaçam e se transmutam na Beleza: cor, movimento, sensações, emoções. Inocência? Antes, o abrir das amarras do comum e saltar para o âmago de uma mise-en-scène de trocas entre a Poesia e a Pintura, construindo um diálogo entre a literatura poética e a estética pictórica, fecundando a alma do espectador com a semente do movimento artístico global, sempre transdisciplinar. There are questions we could not get past if we were not set free from them by our very nature. Franz Kafka, in The Blue Octavo Notebooks Assistimos hoje, na produção artística, e no meu entender, a uma tendência para uma arte experiencial, não inocente! A Arte tem de comunicar e, nesse acto, o Artista constrói e desconstrói patrimónios tangíveis e intangíveis de quotidiano, apresentando metáforas, transpondo a visão do imediato, fácil, para o nível de uma consciência inquisitiva que procura o além do óbvio e, quiçá, a mudança. Alcançando novos paradigmas da Vida pela Estética. Nothing holds me. Doors and windows open terraces broad and empty. Franz Kafka, in The Blue Octavo Notebooks Nada me detém! O grito de um trabalho que observo e admiro sob uma assinatura: PAPER. Nesta exposição retrospectiva, com um conjunto de obras de Paulo Pereira, ilustramos um percurso da acção do artista não de forma cronológica, mas de movimento, de Vida, de analogias, onde o objecto artístico se desprende de um qualquer material adjacente ou de suporte, rumo a um lirismo consciente de indagação, denúncia e narração, mas sem sublimar, antes expurgando o seu trabalho de tudo o que é impuro e potenciador de conspurcar a sua mensagem: CAMINHO EM SI… J. M. Vieira Duque, 2018
Coruscare I, 2018 Óleo s/ tela 600x400
Coruscare II, 2018 Óleo s/ tela 550x390
Coruscare III, 2016 Óleo s/ tela 600x1000
Tempestas I, 2016 Poliestireno gravado e policromado 580x420
Tempestas II, 2016 Poliestireno gravado e policromado 580x370
Tempestas III, 2016 Poliestireno gravado e policromado 600x280
Tempestas IV, 2016 Poliestireno gravado e policromado 600x280
Hannibal, 2012 TĂŠcnica mista s/ tela 950x750
Kinky, 2018 Assemblage 300x150x120
Killing Machine II, 2017 TĂŠcnica mista s/ tela 600x500
Killing Machine I, 2017 TĂŠcnica mista s/ tela 600x500
carpe diem Externus Abdominis, 2017 TĂŠcnica mista s/ tela 600x500
The Bird, 2017 TĂŠcnica mista s/ tela 700x500
The Typewriter, 2017 Técnica mista s/ tela 700x500
Remembering Picasso, 2016 Poliestireno gravado 600x400
Bellum, 2016 Poliestireno gravado 330x250
Urbi et Orbi, 2016 Poliestireno gravado 600x1200
EVE, 2016 Poliestireno gravado e policromado 300x300
ADAM, 2016 Poliestireno gravado e policromado 250x250
Somniun, 2018 TĂŠcnica mista s/ tela 950x750 Reverie, 2018 TĂŠcnica mista s/ tela 1200x800
Colorfull Male, 2005 Assemblage Policromada 340x150x90
Colorfull Female, 2005 Assemblage Policromada 320x240x130
Green Sun, 2016 Poliestireno gravado e policromado 830x480
White Sun, 2016 Poliestireno gravado e policromado 830x470
Pink Sun, 2016 Poliestireno gravado e policromado 810x570
Red Sun, 2016 Poliestireno gravado e policromado 580x400
Voyeur, 2018 Assemblage 280x180x180
Painfull Living, 2018 Assemblage 430x230x60
ab imo corde Skyscraper, 2018 Assemblage 560x250x100
Paulo Pereira (Paper)
Nasceu em 1963 em Coimbra, cidade onde residiu até concluir o ensino secundário. O gosto pelas artes e a vontade de aprender a desenhar vem da infância, mas foi na adolescência, com a frequência assídua no CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra), seguindo os conselhos técnicos da pintora Túlia Saldanha, e ouvindo atentamente as palestras do mestre Alberto Carneiro, que percebeu que as artes teriam de fazer obrigatoriamente parte da sua vida. Em 1982 mudou-se para o Porto onde frequentou a Escola de Belas Artes daquela cidade. Em 1987, concluída a licenciatura em artes plásticas (pintura), regressou à sua terra natal onde ingressou na vida profissional como professor. Paralelamente à atividade docente desenvolveu vasta obra em design gráfico e de comunicação, tendo criado e gerido duas empresas nesta área de atividade. O design (mais uma das suas paixões) fê-lo voltar aos estudos, tendo concluído em 2004 o curso de mestrado em design industrial da FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto). Desta frequência resultaram vários projetos de produtos, 3 deles patenteados e um apresentado no programa televisivo Shark Tank, em 2016. Contudo, a pintura tem sido a constante da sua vida. Encara-a de forma diversa, abordando diferentes orientações estéticas que gere por projetos em simultâneo. O seu processo criativo inspira-se nos materiais e nos processos de execução, mais do que numa (com)figuração previamente delineada. O resultado é fruto do processo, sendo por isso tão diversificado quanto os processos utilizados. A esta diversidade criativa soma-se uma vasta produção, o que tem permitido a realização de diversas exposições ao longo dos últimos anos. Nesta podemos contemplar uma amostra dos caminhos percorridos.
Ficha Técnica: Curadoria: Vieira Duque, Conservador e Membro da Comissão Executiva Edição: Fundação Dioníso Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Design: Joel Almeida Organização: Catarina Marques Fotografia: Lauren Maganete Textos: Paulo Lucas Vieira Duque
CARPE DIEM . Aproveita o dia. Era usado como um aviso para não desperdiçar o tempo. Horácio dirigia este conselho aos epicuristas . AB IMO CORDE . Do fundo do coração; sinceramente . ALPHA ET OMEGA . Alfa e ômega; primeira e última letras do alfabeto grego. No Apocalipse designa Cristo, princípio e fim de todas as criaturas . APERTO LIBRO . De livro aberto. Em qualquer parte aberta do livro . BONA FIDE . De boa fé: Enganar-se, proceder bona fide . ...ERGO SUM . ...logo existo . CUM LAUDE . Com louvor. Graduação de aprovação, em algumas universidades equivalente a bom . HIC ET NUNC . Aqui e agora. Imediatamente; neste instante . IN VITRO . No vidro. Expressão que indica as reações fisiológicas feitas fora do organismo, em tubos de... . NOSCE TE IPSUM . Conhece-te a ti mesmo. Frase inscrita na entrada do templo de Delfos, na Grécia. Os filósofos gregos aproveitaram-na para suas lucubrações e a ascética cristã faz dela a base da perfeição . SIC TRANSIT GLORIA MUNDI . Assim passa a glória do mundo. Reflexão da Imitação de Cristo que nos convida a desprezar as... . VAE VICTIS . Ai dos vencidos! Exclamação atribuída a Breno, célebre caudilho gaulês que derrotou e saqueou... . VERBA VOLAT, SCRIPTA MANENT . As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio de grande atualidade que aconselha prudência... . EX NIHILO NIHIL . Do nada, nada. Coisa alguma pode ser criada do nada. Aforismo tirado de um verso de Pérsio, erigido... . SIC ITUR AD ASTRA . Assim se vai aos astros. Expressão virgiliana muito empregada durante as descobertas aeronáuticas . ET CAETERA . E outras coisas. Expressão que se coloca abreviadamente (etc.) no fim de uma enumeração que se poderia alongar
Praรงa Dr. Antรณnio Breda, nยบ4 3750-106 ร gueda Telefones: (+351) 234 623 720 | (+351) 234 105 190 (+351) 913 333 000 Fax: (+351) 234 096 662 www.fundacaodionisiopinheiro.pt info@fundacaodionisiopinheiro.pt conservador.museu@fundacaodionisiopinheiro.pt https://www.facebook.com/fundacaodionisiopinheiro/