Carlos Reis nasceu a 21 de Fevereiro de 1863 em Torres Novas e faleceu em Coimbra a 21 de Agosto de 1940. Discípulo de Silva Porto na Escola de Lisboa; em 1889, foi para Paris como pensionista do Estado e ajudado pelo Rei D. Carlos; foi aluno do famoso retratista Bonnat e P.J. Blanc, decorador oficial. Em 1895 regressou a Portugal, para no ano seguinte concorrer com Ramalho e Artur Melo à cadeira de Paisagem da Escola, vaga pela morte de Silva Porto. Pintor naturalista, optando essencialmente por motivos populares e rurais, tão preferido por este artista de aristocrática linha, nobilíssima figura e elegante espírito como era caracterizado.
Os Pobres A cena, tão comum há algumas décadas, apresenta-nos duas figuras bastante destacadas. Em primeiro plano, com os pés descalços e avolumados pela rigidez do solo, uma senhora e um menino, com roupas de trapos e uma expressão facial cabisbaixa, não nos encaram, olhando para o chão. Num outro plano, quase confundindo-se com o fundo, encontramos uma outra figura que, misteriosa e subtilmente, dá um sentido ainda mais profundo à obra e ao tema tratado. O sentido de que, por vezes, é necessária muita atenção e muita sensibilidade para chegar a realidades menos evidentes, que muitas vezes são as que anseiam mais desesperadamente por ajuda.
Os Pobres, 1901 Carlos Reis (1863 – 1940) Óleo s/ tela 995 x 545 N. Inv. 0012
Véspera de Boda, 1926, de óleo sobre tela, é uma das grandes obras de Carlos Reis, considerada das melhores da vasta galeria do eminente pintor naturalista, que utiliza uma iconografia de costumes de opulenta composição e graça que lhe deram reputação mundial: transparências soberbas e equilíbrio magnífico que esbarra numa melancolia berrante que domina o centro com mulheres a depenarem aves, sentadas no chão e ainda uma outra sentada com uma canastra aos joelhos. Uma obra que pressupõe uma tridimensionalidade, cénica e de subtil tratamento, que nos convida a uma observação e estudo atentos para vislumbrar o pano de linho ao vento por sobre um muro de pedra.
Do mestre Carlos reis há seis trabalhos e entre eles não existem distinções: Vésperas de Boda, enorme nas proporções artísticas, é uma composição de tintas frescas e mocidade radiosa. Dir-se-ia que o artista há medida que os anos passam, rejuvenesce a forma e a realização. Jornal Republica, 04 de Maio de 1940
Vésperas de Boda, 1926 Carlos Reis (1863 – 1940) Óleo s/ tela 1285x1520 N. Inv. 0011
Plus de Vin ou também conhecido O Garrafão Vazio é uma das grandes obras de óleo sobre tela de Carlos Reis considerada das melhores da vasta galeria do eminente pintor. Representa, o quadro, um fim de jantar, de festa na aldeia, pois os motivos populares e rurais são preferidos por este artista de aristocrática linha, nobilíssima figura e elegante espirito, como era caracterizado este pintor Naturalista. Nesta composição pictórica, os convivas debandam numa euforia, num desenho e expressão admiráveis, sem dúvida, o seu grande quadro e faz parte da campanha do vidro, fase pitoresca do artista; uma iconografia de costumes de opulenta composição e graça que lhe deram reputação mundial: transparências soberbas e equilíbrio magnífico que esbarra numa melancolia berrante que domina o centro com uma toalha branca de dobras e uma luz singela e perfeita; o remate de cor e relevo desta composição é conseguido com uma pintura realista de frutas, salientando a melancia aberta; as louças grosseiras e os barros vidrados completam o diálogo presente num sibarita da aldeia que contempla os copos, as garrafas vazias e o garrafão vazio, que segue para o ar livre, ao fundo do cenário, com os demais convivas também de notáveis feições: a boca seca como ponto final desta narrativa popular; caindo o pano com luz que salpica a cabeça da gente que vai para fora, ou de uma nova nota luminosa e discreta fecha a vivacidade do quadro.
Plus de Vin ou Garrafão Vizinho, 1932 Carlos Reis (1863 – 1940) Óleo s/ tela 1310x1510 N. Inv. 0013
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