Paisagem Cultural: Identidades e Origens em Diálogo

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ATELIER

26 CADP



Colecção de Arte Dionísio Pinheiro Atelier 26

Paisagem Cultural Identidades e Origens em Diálogo

Exposição Temporária de Pintura e Escultura 21 / V / 2016 - 21 / VII / 2016


Ficha Técnica Edição Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Curadoria Vieira Duque Pintura e Escultura Atelier 26 Design João Teixeira, Estagiário em Arte e Design, Escola Superior de Educação de Coimbra Fotografias: António Santos João Teixeira Secretariado: António Jesus António Santos Catarina Martins, Estagiária em Técnica de Multimédia, Instituto do Emprego e Formação Profissional de Águeda Cátia Monteiro, Estagiária de Técnica Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade, Esc. P. Aveiro Maio/2016




O ATELIER 26 é um espaço partilhado por um colectivo de amigos que sob a orientação do artista plástico mestre Alberto Péssimo, produz desenho e pintura a óleo ou em acrílico, cerâmica e outros suportes, através da troca de experiências e conhecimentos, numa perspectiva de formação contínua. Funcionando de forma ininterrupta há mais de 10 anos, o ATELIER 26 produziu inúmeras exposições, quer individuais quer colectivas. Algumas destas exposições colectivas têm obedecido a temáticas específicas, nomeadamente na área da homenagem a escritores ou outros artistas, ou respondendo a solicitações de entidades organizadoras. Outra importante faceta da sua produção tem sido a elaboração de painéis de grandes dimensões que podem ser admirados em vários locais públicos. Têm sido também desenvolvidas outras actividades artísticas, evidenciando o ecletismo do colectivo, como publicação de livros de poesia, de contos, de teatro, assim como ilustração de livros, plaquetes, etc. De referir ainda a montagem e apresentação de peças de teatro e recitais de poesia. O propósito do ATELIER 26 é fruir da Arte e da Cultura através do constante aperfeiçoamento para melhor partilhar com o público o fruto das suas experiências e conhecimentos.



Gostava tanto de mexer na vida, De ser quem sou – mas de poder tocar-lhe… E não há forma: cada vez perdida Mais a destreza de saber pegar-lhe. Viver em casa como toda a gente. Não ter juízo nos meus livros – mas Chegar ao fim do mês sempre com as Despesas pagas religiosamente. Não ter receio de seguir pequenas E convidá-las para me pôr nelas – À minha Torre ebúrnea abrir janelas, Numa palavra, e não fazer mais cenas. Ter força num dia pra quebrar roscas Desta engrenagem que empenando vai: - Não mandar telegramas ao meu Pai, - Não andar por Paris, como ando, às moscas. Levantar-me e sair – não precisar De hora e meia antes de vir prà rua. – Pôr termo a isto de viver na lua, – Perder a «frousse» das correntes de ar. Não estar sempre a bulir, a quebrar coisas Por casa dos amigos que frequento – Não me embrenhar por histórias melindrosas Que em fantasia apenas argumento. Que tudo em mim é fantasia alada, Um crime ou bem que nunca se comete: E sempre o Oiro em chumbo se derrete Por meu Azar ou minha Zoina suada…

Mário de Sá-Carneiro, Crise Lamentável Paris, Janeiro 1916 (2016, pelo centenário do suicídio do Poeta. Mas sempre a Arte que persiste e que se renova e que se reinterpreta)



Este projecto, Paisagem Cultural: Identidades e Origens em Diálogo, exposição temporária de pintura e escultura de artistas do Atelier 26, no espaço Ágora da Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, foi pensado e realizado especificamente para o Dia Internacional dos Museus 2016, este ano sob o mote: Museus e Paisagens Culturais. Objectivo: Interligar o Museu e a Paisagem Cultural. Cada um dos 20 artistas participantes adoptou no passado dia 13 de Fevereiro uma obra da Colecção de Arte Dionísio Pinheiro, em exposição permanente no Museu, com o intuito de a partilhar, pela sua visão e mestria, com o público. Conferindo, assim, a contemporaneidade transposta em diálogo pessoal pictórico ou escultural, às leituras que todos poderemos fazer quando visitamos museus. O desafio é este: adoptar para reinterpretar e manter… actualizar… perpetuar… A reinterpretação da Arte, acção em liberdade e puro exercício solitário, é premente hoje como enfoque do individuo que se questiona e procura um crescimento interior em urbanidade, para se dar de forma integra e apaixonada ao outro. A fruição da Arte é isto mesmo, leituras que se partilham sem barreiras ou preconceitos, em estéticas partilhadas que se interligam e se compõem em comunitário. “Sufoco de ter só isto à minha volta! Deixem-me respirar! Abram todas as janelas! Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo!” (Álvaro de Campos, in Ultimatum, 1917)

Ao ouvir Maria Bethânia identifico o eco, o sopro, o cheiro, a repulsa pelo erro humano que maltrata, no seu não entendimento, o humano sentir das Coisas Belas. Sorrir, chorar, rir, beijar, bater, arrancar, abraçar. Possuir cada coisa no olhar e permitir o orgasmo físico da Vida e… Orar… A Arte é, sem dúvida , o que nos perpetua e o que nos diferencia: de bestas a bestiais; de amor a ódio; de indiferentes a alguma coisa. Assim, talvez mereçamos a Felicidade que os Profetas apregoam e a que temos direito de ambicionar.


Família, talvez Cristo! Descida, talvez Pobres! Marfim, talvez Natureza Morta! Caminho, talvez Ciganos! S. João Baptista, talvez Minhota… Chô! Chô! Chô!, talvez Passarada! Paisagem, talvez Golias! Papeleira, talvez Mulher! Atalanta, talvez Concepção! Hipómenes, talvez Velho Atalho! Maquineta, talvez Canto! Abandonado… talvez Serra… Pilar… ao fundo da rua, do outro lado, ao Sul… ali em frente, na margem esquerda, onde também pulsa… a Serra do Pilar… algumas portas adiante, um largo, um Colégio e… o olhar… a Arte no olhar: Génese do que nos permitis fruição. Respirar! O Artista tem essa Liberdade: abrir janelas. O Público tem essa Liberdade: respirar. A este grupo de Homens e Mulheres brindo com o melhor vinho tinto consagrado pela Arte para a comunhão fraterna em diálogos em que se dão graciosamente numa união: sangue jorrasse na tela do leito. Pois assim é a reinterpretação da Arte pela Arte. Pela visão humana que intui, interpreta e comunica com os seus pares na pulsão da Vida. No garante que é possível intuir, talvez, O Permanecer. “O que é preciso é o artista que sinta por um certo número de Outros, todos diferentes uns dos outros, uns do passado, outros do presente, outros do futuro. O artista cuja arte seja uma Síntese-Soma, e não uma Síntese-Subtracção dos outros de si, como a arte dos actuais. (Álvaro de Campos, in Ultimatum, 1917)

Vieira Duque


Alberto Péssimo Adélia F. Amália Soares Ana Vasco Céu Relvas Fernando Barros Gonçalo M. Gracinda Leite (GL) Gui Helena Homem de Melo Isa Aguiar Isabel M José Queiroga Laura Maria Licínio Rego Madalena Pinheiro Manel M Figueira Maria Guia Pimpão Odília Rocha


Cabeça de S. João Baptista, Final Séc. XVIII Vieira Portuense (1765 – 1805) Óleo s/ tela 495x625 Neoclassicismo N.º Inv. 0448


Cabeça de S. João Baptista segundo Vieira Portuense, 2016 Alberto Péssimo Óleo s/ madeira 535x1220 Valor comercial: €2.215,00

Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris. Lembra-te homem, que és pó, e em pó te hás-de converter. Transcrito pelo Padre António Vieira, no célebre Sermão da Quarta-feira de Cinza, recordando a natureza ínfima do Homem, feito de pó, segundo a narração metafórica da criação do homem. Nesta recriação de A Cabeça de S. João Batista, de Vieira Portuense, Alberto Péssimo adiciona ao seu trabalho pictórico esta citação bíblica, como se de um ex-voto se tratasse, transpondo a obra para uma dimensão inusitada, carregada de simbolismo metafísico. Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, após se divorciar tomou como amante Herodíades, esposa do seu irmão Filipe. João Batista censurou-o dizendo: não vos é permitido ter a mulher do vosso irmão. Em resposta, Herodes Antipas mandou encarcerar João Batista. No calor de uma festa, Herodes ficou tão entusiasmado com a dança de Salomé, filha de Herodíades, que lhe prometeu o que quisesse. Salomé perguntou à mãe o que pedir, a mãe respondeu que pedisse a cabeça de João Batista. Voltando à presença do tetrarca, Salomé disse: Quero que me deis a cabeça de João Batista numa bandeja, agora mesmo.


A minhota, 1917 António Carneiro (1872-1930) Óleo s/ tela 820x620 Simbolismo N.º Inv. 0004


Auto-retrato em Traje de Minhota, segundo António Carneiro, 2016 Adélia F. Técnica mista s/ tela 1000x800 Colecção Autor

Foi a criação de um ambiente intimista em que o espaço se apresenta não como um limite, mas como algo aberto onde estados ou movimentos podem emergir, permitindo-nos aceder à contemplação de uma acção ou estado psicológico, o que captou a minha atenção e me fez escolher A MINHOTA para fazer esta tão singela homenagem a António Carneiro. Não me afastando da obra, como talvez fosse suposto fazer, procurei pôr no meu trabalho algo de mim. Para além de fazer dela o meu auto-retrato, temática tão do agrado de António Carneiro, tentei um exercício de texturas e de uma diferente harmonização de cores para representar o espaço em que me coloquei, também como MINHOTA, faltando-me, é certo, a subjectividade, a intimidade e cumplicidade da meditativa figura que me serviu de modelo.


Oratório Maquineta, Séc. XVIII Autor desconhecido Madeira em talha dourada 1030x574x290 Estilo D. José N.º Inv. 0296 Nossa Senhora da Conceição, Séc. XVIII Autor desconhecido Madeira estofada 360x190x99 Barroco N.º Inv. 0058


Nossa Senhora da Conceição, 2016 Amália Soares Acrílico s/ tela 1000x800 Colecção do Artista

A inspiração para esta pintura, nasceu da visualização da escultura barroca, em madeira estufada, de autor desconhecido do séc. XVIII, inserida numa capela dourada, pertença da Fundação Dionísio Pinheiro. Nª Srª da Conceição, Padroeira e Rainha de Portugal e de todos os Povos da Língua Portuguesa. Desde a Dinastia de Bragança, os nossos monarcas, deixaram de colocar a coroa sobre a sua cabeça, nas cerimónias solenes, a mesma era colocada sobre uma almofada ao seu lado direito.


Natureza Morta, Séc. XIX Félix Clouet (1806-1882) Óleo s/ madeira 405x323 Romantismo N.º Inv. 0004


Composição com frutos e azul, 2016 Ana Vasco Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €750,00

Nesta obra, os objectos inanimados da Natureza Morta servem apenas como pretexto para a experiência pictórica, sem particular ligação a valores alegóricos ou simbólicos. É a cor pela cor, a linha pela linha, a forma pela forma, numa procura de harmonia plástica e de composição. O que importa, na verdade, é a exploração do tema à luz de um tempo novo, de novos pigmentos, de novos materiais, de novos objectos, de novos frutos, numa mesa típica do início deste século novo. A Natureza Morta pode ser a expressão do inanimado efémero, como na pintura de Clouet que serve de mote a esta obra, mas pode ser também o contrário disso tudo: uma natureza que remete para a vida, de tão colorida, em que os objectos não existem só para serem contemplados mas para ficarem suspensos entre a beleza e a sua função.


Chô! Passarada, 1943 Acácio Lino (1878-1956) Óleo s/ tela 785x1058 Naturalismo N.º Inv. 0007


Chô Passarada segundo Acácio Lino, 2016 Céu Relvas Acrílico s/ tela 1000x800 Colecção do Artista

É um trecho inspirado no quadro de Acácio Lino e ao gosto da corrente impressionista. A escolha resultou do facto de ele me trazer à ideia duas coisas muito fortes: Memórias de infância na quinta dos avós e o poema - O Melro – de Guerra Junqueiro. Ambos se desenvolvem em ambientes campestres e bucólicos; O Melro, no passal do velho padre - cura que lhe come os trigais; Chô Passarada numa quinta onde o rapaz afanosamente espanta a passarada, batendo com força, numa lata. … “ O velho disse um dia” ... “ Nada, já não tem jeito! Este ladrão Dá cabo dos trigais! Qual seria a razão Por que Deus fez os melros e os pardais?”


Família, c. 1943 Manuel Filipe (1908-2002) Grafite s/ papel 710x470 Neorrealismo N.º Inv. 1063


Refúgio, 2016 Fernando Barros Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €1450,00

A obra “Refúgio”, um abraço artístico ao trabalho de 1943 de Manuel Filipe designado em título de “Família” e sobe égide da “Fase Negra” do autor, apresenta-se-nos recapitulada em adições cromáticas e pinceladas fortes, erigindo o artista Fernando Barros a pressa do sentimento que veicula ao traço valorado do apego, transversal e cognitivo, a razão primeira de se Ser. Quer a “Refúgio” aludir à invariável aproximação ao espaço vivencial e remeter-nos, enquanto observadores para o inquestionável e inquietável “aperto” em “pé descalço”, tão próximo do vivencial familiar de Manuel, e, sobretudo, enquanto atores sociais para o caloroso, e, indissociável, sentimento do cuidar. Este, com tantos exemplares plasmados na estória da nossa arte, e aqui “uno” elevado numa nuvem-sombra de cores vividas que envolve os “figurinos” em cenário simples de áurea esperançosa e em palco tão breve que nos faz ser parte, sempre, do compromisso singelo do estudo “envolvido” de Fernando sobre a “viagem” do intérprete, Manuel.


Os Pobres, Séc. XIX/XX Carlos Reis (1864-1940) Óleo s/ tela 995x545 Naturalismo N.º Inv. 0012

Este trabalho de pintura é uma reinterpretação da obra “Os Pobres” de Carlos Reis. O formato escolhido para a pintura foi o de 1000x800, trabalhado ao alto com grade fina. Depois de ver algumas obras do artista e de ter refletido sobre os pobres em Portugal dei início ao trabalho proposto. Comecei por desenhar na tela os dois elementos principais, mulher e rapaz, mas deslocados. A mulher seguindo o seu caminho e o rapaz procurando outro destino, enquadrados por figuras humanas. Utilizei o acrílico devido à sua fácil aplicação e ao tempo mais rápido de secagem. Este trabalho teve a orientação do Mestre Alberto Péssimo.


Os Pobres, 2016 Gonçalo M. Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €442,80

Textos da obra “Os Pobres”- Raúl Brandão: «Há seres que nascem com esta sina – amargar a vida. Tudo lhe corre torto, até as coisas mais simples que para os outros nem sequer existem. Em que hora aziaga encontrou a má sorte que nunca mais o deixou? A desgraça escarrancha-se no pescoço de certos homens e é para sempre, para toda a vida! Nunca mais os larga. Viera a quebra, aflições ainda mais negras que o coração dos outros. Enganavam-no, com a alegria de o verem rebaixado e perdido, empurrão daqui, empurrão dali, aos tombos por esse mundo. E ele punha-se a olhar para a desgraça, atarantado e estúpido. Que mal fizera para sofrer?» «Ó Senhor!... Tanto tenho andado e tanto tenho sofrido! Quanto mais faço, pior, ainda é pior… E já não posso mais… Acabou-se! Só Deus sabe pelo que tenho passado, as desgraças que tenho rapado e as aflições, para arranjar ao menos o triste pedaço de pão para a boca… O pior é delas. O meu coração estala, tanto tenho sofrido. Trago a noite cá dentro. Que se lhe há-de fazer? Curtir a desgraça. Anh? Tenho pena de ter sido honrado…


Paisagem Outonal, 1895 Cândido da Cunha (1866-1956) Óleo s/ tela 355x270 Ultra-Romantismo N.º Inv. 0018


Árvore, 2016 Gracinda Leite (GL) Madeira e rocha 430x540x1600 Valor comercial: €850

O quadro “Paisagem Outonal” da autoria do Mestre Cândido da Cunha, inspirou-me tristeza e solidão devido aos tons sombrios utilizados, mas também, beleza e serenidade transmitida pelo porte magnífico da árvore. A minha peça retrata a beleza triste duma árvore. A rocha de natureza vulcânica originária da Ilha do Corvo não foi esculpida com o intuito de transmitir a natureza selvagem e inóspita desta ilha dos Açores. Os ramos da árvore foram construídos a partir de raízes de pinheiros provenientes de Trás-os-Montes. Os ramos frágeis e muito elaborados onde surgem minúsculos peixes e pássaros, contrastam com a simplicidade da rocha.


Papeleira c/ alçado, Séc. XVIII Autor desconhecido Madeira exótica, marfim, prata, tartaruga castanha, pau-santo 2200x1042x601 Indo-Português, estilo inglês N.º Inv. 0335


Árvore, 2016 Gui Tecido 1450x650 Colecção do Artista

A obra selecionada por mim para o projecto “Paisagem Cultural: Identidades e Origens em diálogo” foi a Papeleira de alçado Indo-Portuguesa, de meados do Séc. XVIII, de madeira exótica com embutidos de marfim. Toda a papeleira é profusamente ornamentada por incrustações de marfim com motivos vegetalistas e animais inspirados na tradicional Árvore da Vida.


Cristo Crucificado, SĂŠc. XVII Autor desconhecido Marfim c/ cruz em madeira de Pau-santo 870x610x610 Trabalho italiano N.Âş Inv. 0107


Que Deus nos livre dos Médicos 1, 2015 Helena Homem de Melo Escultura feita com uma prótese metálica da anca e uma chapa de ferro cobreado 730x510x80 Valor comercial: €720,00

Que Deus nos livre dos Médicos 2, 2015 Helena Homem de Melo Escultura feita com uma prótese metálica do joelho e com parafusos e uma placa metálica, materiais utilizados na cirurgia ortopédica. Base em madeira 430x180x230 Valor comercial: €600,00

Todo o corpo é substituível. Só a consciência nos torna divinos.


Passos da Vida de Cristo (pormenor), 1968 Martins Lhano (1926 – 1987) Painel c/ 28 placas em esmalte separados por granadas, moldura em madeira e esmalte 489x645 Estilo Limoges N.º Inv. 0480


Descida da Cruz, 2016 Isa Aguiar Impressão em tela e manipulada em acrílico 1000x800 Colecção do Artista

Esta reinvenção incide sobre o pormenor da Descida da Cruz, do magnífico painel de “Passos da Vida de Cristo” de Martins Lhano, um dos mais prestigiados esmaltadores do século XX. A autora cuidou-se de recriar este pormenor da obra através de uma impressão deste pormenor sobre tela e manipulada com tinta acrílica. Basicamente, a intervenção, procura evidenciar a agonia e morte de Cristo expressada pela cor vermelha dominante que, por sua vez, significa o sangue derramado pelos pecados do mundo, mas que é também a força vital da vida. Num outro plano O sofrimento silencioso de Maria, ajoelhada, ao ver o seu filho morto numa Cidade Santa indiferente à morte de Cristo. Por fim, uma imagem central que representa uma nuvem alada que se está a transformar em anjo, antecipando a Ressurreição (Ascensão) de Cristo.


Velho Atalho, Ericeira, 1925 João Reis (1899 – 1982) Óleo s/ tela 400x470 Naturalismo N.º Inv. 0019


Novo Caminho Velho, 2016 Isabel M Serigrafia manipulada c/ acrílico s/ tela 1000x800 Colecção do Artista

A partir da obra “Caminho Velho” de João Reis, Isabel Maria recria um novo caminho numa sequência de serigrafias da obra do autor que aqui é reinterpretada. Caminho velho que vai sendo percorrido nesta possibilidade infinita de olhar, de sentir e de descobrir novos caminhos.


Retrato de Mulher, 1961 Carlos Carneiro (1900 - 1971) Aguarela s/ papel 598 x 477 Naturalismo N.ยบ Inv. 0040


Escrita no Jardim Vermelho, 2016 José Queiroga Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €900,00 L’art est une véritable transmutation de la matière, Giles Deleuze. O artista é aquele que toda a sua vida transportou as imagens na memória, que coleccionou momentos, vivências, pequenas coisas e tudo transforma na linguagem conceptual da sua obra. Meu caro Carlos Carneiro escrevo para confessar que tomei emprestado a brilhante aguarela Retrato de Mulher, para este trabalho a que chamarei Escrita no Jardim Vermelho. Trata-se de uma recriação. A recriação ou reinvenção, não são um processo virgem na história da arte. Os classicistas inspiraram-se da antiguidade clássica, nomeadamente, nos vestígios arqueológicos da Roma antiga que, por sua vez, já havia sido inspirada pela herança grega. A grande revolução no campo das artes, das letras, das ideias e do conhecimento que caracterizou o Renascimento, baseou-se na imitação e superação dos modelos da antiguidade. As estampas japonesas que influenciaram o impressionismo; a profunda influência da obra de Millet na produção de Van Gogh. A arte africana que originou o cubismo. Não faltam exemplos. Agradeço-te, todavia, o impulso para dar expressão a esse salto sobre o abismo do vazio que antecede, melhor direi, que inaugura o acto da criação. Um abraço. José Queiroga.


Natureza Morta, Séc. XX Margarida Tamegão (1901 - 1991) Aguarela s/ papel 595x360 Movimento Gávea N.º Inv. 0445


Os meus Bogalhos, 2016 Laura Maria Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €1000,00

A inspiração da minha obra resulta da empatia ocorrida quando da visita à Fundação Dionisio Pinheiro, com a aguarela “ Natureza Morta, sec.XX” da Pintora Margarida Tamegão.


Cabeça de Golias, Séc. XVIII Vieira Portuense (1765 – 1805) Óleo s/ tela 495x625 Neoclassicismo N.º Inv. 0449


Golias Redimido, 2016 Licínio Rego Acrílico s/ tela 495x597 Colecção do Artista

Francisco Vieira, que escolheu o nome artístico de Vieira Portuense (Porto, 13 de Maio de 1765 - Funchal, 2 de maio de1805) foi um dos introdutores do neoclassicismo na pintura portuguesa. Um dos maiores pintores da sua geração. Este trabalho consistiu em pegar na expressiva pintura da cabeça de Golias deste fantástico pintor portuense do séc. XVIII e recriá-la numa interpretação própria recorrendo aos materiais disponíveis atualmente, acrílico em tela de 60 por 50 cm, transpondo-a para padrão artístico pessoal. Assim fazendo uso do conceito de ‘Surrealismo Metafisico’ tenta-se transmitir com cor forte e formas próprias a derrota do Homem invencível de cada dia, pela vontade de uma nova Ordem e Razão. Todos os ‘Golias’ em todos os tempos, serão derrotados por um David. Aquilo que eramos ontem não somos hoje e amanha seremos sempre um Homem novo. A transformação pela ‘cruz da vida’ é eminente perante nós mesmos.


Serra do Pilar, 1924 António Carneiro (1872 – 1930) Óleo s/ tela 360x270 Simbolismo N.º Inv. 0001


Serra do Pilar, 2016 Madalena Pinheiro Óleo s/ tela 360x270 Colecção do Artista

Nesta composição pictórica, a autora promove uma apetência para a valorização da cor por influências dos estudos de movimentos da modernidade, evidenciando as tendências das várias escolas que integram o movimento Expressionista, versando-se mais para a pintura kandinskyana e do movimento Der Blaue Reiter (Cavaleiro Azul). A percepção da cor e a sua fruição é intencionalmente assediada ao observador, por uma cor límpida e pura que provoca momentos de alegria e êxtase, transportando-nos para um território metafísico de infinita liberdade.


Canto Abandonado, 1948 Fausto Sampaio (1893 – 1956) Óleo s/ madeira 470x605 Modernismo N.º Inv. 0017


Natureza Morta, 2016 Manel Acrílico s/ tela 1000x800 Colecção do Artista

Fausto Sampaio nasceu em Anadia nos finais do Séc. XIX, e com uma sensibilidade inigualável foi um pintor impressionista e paisagista nato. São conhecidas as suas obras que retratam o Baixo Vouga e outros trabalhos que testemunham a sua digressão pelo Império Português. O trabalho apresentado é uma variação inspirada no cubismo de uma natureza morta da sua autoria. Devido ao tamanho e orientação dos trabalhos a composição teve de ser adaptada e modificada para proporcionar equilíbrio ao trabalho final.


Os Ciganos, 1974 Arlindo Vicente (1906 – 1977) Óleo s/ tela 1026x940 Neorrealismo N.º Inv. 0808


O(s) Cigano(s) segundo Arlindo Vicente, 2016 M Figueira Acrílico s/ tela 1000x800 Colecção do Artista

O entusiasmo sentido ao ver uma temática que me é querida tratada por Arlindo Vicente determinou a minha escolha. Para onde caminhamos? Que loucura é esta? “Pode alguém ser livre Se outro alguém não é” Humanismo precisa-se É urgente a defesa dos Direitos Humanos.


Atalanta e Hipómenes, c. 1639 At. Johan Wilhelm Baur (1607 – 1642) Óleo s/ cobre 75x125 Maneirismo/Barroco N.º Inv. 1006


Atalanta e Hipómenes, uma interpretação, 2016 Maria Guia Pimpão Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €1.000,00

Recriação da obra "Atalanta e Hipómenes", uma das pinturas a óleo sobre cobre, que faz parte de um conjunto de oito, com cenas das Metamorfoses de Ovídio, atribuídas a Johann Wilhelm Baur, do Século XVII, e que integram a exposição permanente da Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, em Águeda. " Atalanta era uma jovem a quem um oráculo havia prescrito que, caso se casasse, seria transformada em animal. Para evitar os pretendentes, anunciou que apenas casaria com aquele que a vencesse numa corrida, o que homem algum havia conseguido. Hipómenes, fascinado pela beleza da donzela, pede ajuda à Deusa Vénus que lhe dá três maças de ouro. Atira-as para o chão no meio da competição, e, com isso, distrai Atalanta que se baixa para as apanhar, conseguindo vencê-la." (1) A tela representa Atalanta a apanhar uma das maçãs e Hipómenes ganhando a corrida, numa atitude lúdica, idêntica às brincadeiras da nossa infância. (1) Carlos A. Martins de Jesus e J. M. Vieira Duque, in Vasos Gregos e Pintura de Tema Clássico (adaptado)


Paisagem, 1927 Falcão Trigoso (1879 – 1956) Óleo s/ tela 475x605 Ar Livrismo, Naturalismo N.º Inv. 0005


A Minha Árvore, 2016 Odília Rocha Acrílico s/ tela 1000x800 Valor comercial: €1.000,00

“É na natureza e na pintura que busco as energias do meu dia-a-dia”



Natureza morta com violoncelo, 2016 Colectivo Atelier 26 Acrílico s/ tela 1000x800 Colecção Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro

Uma natureza lançada assim na tela, na livre liberdade da Primavera num gesto sublimado com o melódico gemer do violoncelo, aguarda a rápida maturação das cerejas. As crianças que saem espantadas do sonho vivem à sombra do mar, recuperam das tempestades o secreto desejo alquímico de soprar o vidro. São dias e noites decorridos sem dormir, lendo os infatigáveis clássicos, cujo enredo se repete parcimoniosamente no decurso da história destas guerras de consciências aflitas, entre os diversos deuses aguerridos, com as suas legiões de indefectíveis seguidores, moldando o mapa do petróleo em função dos créditos das suas armas. Para um violoncelo mais vale solo que mal acompanhado. José Queiroga



CARTA A UM PINTOR Pois bem: se disserem que o tempo é de Agosto Desenha o Natal. E as flores entre as mãos. E o lenço no rosto. O lugar vazio ao pé do sol-posto. A noite sem fim. O dia sem fim. Desenha por mim. Desenha por mim. Se vierem todos trazendo o chicote, A lâmina fina escondida na boca, Modera o teu gesto. Não forces o traço. Aponta o olhar ao fundo do espaço. O acto é apenas um fio de laço. Apenas memória, quando houve memória. Também se disserem que é morta a mulher Por dentro dos rios do seu universo, Acorda que é vida nascer e morrer. Nascer e morrer é a vida a correr. É vida a correr. Assim por caminhos de tais soluções, Visões voarás de tais coloridos, Relâmpagos tais dirias no sonho Que até pelos mortos seriam ouvidos. Voltado para o sol, talvez uma rosa, Te dessem, de branco, as mãos invisíveis. Talvez e talvez abrisses o peito E o sangue jorrasse na tela do leito. Natércia Freire, in Liberdade Solar, 1977



Alberto Péssimo Carlos Dias nasceu na ilha de Moçambique em 1953 e aí viveu os primeiros oito anos, os suficientes para alimentar memórias para o resto da vida. Quando pisou o chão da Benfeita depressa se afeiçoou ao seu novo mundo. Carlos da Capela, com que assina os seus textos, de fino recorte aquiliniano, e Alberto Péssimo, o grande pintor da sua geração (e não só), vão nascendo a cada nova obra. Os três (Carlos Dias, Carlos da Capela e Alberto Péssimo) acomodam-se o melhor que podem nas frágeis habitações da vida. Têm muitos amigos, os três, e uma infatigável preocupação cívica e social. Essa preocupação começa na Benfeita, passa pelo Porto e ninguém sabe onde termina. A Benfeita é o nome onde os três se juntam e melhor se entendem. Têm a serra do Açor como capela e a capela da Senhora da Assunção, em frente à casa dos pais, como marco visual inamovível. A magnólia, ao lado, da capela, foi plantada pelos três. As gerações futuras recordá-los-ão com a mesma gratidão e sentido de justiça com que hoje lembram outros benfeitenses ilustres: o poeta e tribuno Simões Dias e o embaixador Leonardo Matias. Gostam de música e poesia e não podia ser doutra maneira. Sempre que podem evitam os protagonismos. São apaixonados pela beleza em todas as suas formas e possibilidades. Alberto Péssimo, o pintor, reúne na sua obra dois princípios que os teóricos da cultura e da arte consideram inconciliáveis: o espírito renascentista e a modernidade. Aceita a tradição e o porvir com um gosto único pela cultura. Isso é próprio dos espíritos verdadeiramente cultos.

Adélia F. Adélia F. nasceu a 24/02/1945 em Manhouce, S. Pedro do Sul. Pinta e expõe com regularidade desde 2000 e está representada em colecções particulares e instituições. A sua pintura, fortemente texturada ou lisa em suaves dégradés de cor e luz, situa-se no domínio do figurativo, ainda que possa fazer algumas incursões pelo abstracto. Trata-se de uma pintura de espaço, povoada por vezes pela figura humana. Mas é sempre o espaço, sobretudo o arquitectónico, que funciona como fundo contextualizante e de referência para as cores e para a luz que tanto a fascinam.

Amália Soares Maria Amália de Jesus Pereira Couto Soares nasceu no Porto a 24/05/37. Autodidacta, frequenta as Oficinas Livre de Pintura na Cooperativa Árvore, e o Atelier 26, sob a orientação do Mestre A. Péssimo.


Ana Vasco

(Lousada, 11 de Outubro de 1968) Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Frequentou o Atelier de Pintura da Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas, de 1999 a 2005, sob a orientação do pintor Alberto Péssimo. De 2005 a 2009 pintou no Atelier Galeria Artenocais, com a orientação do mesmo pintor. Faz parte do Atelier 26, colectivo de artistas que, com o pintor Alberto Péssimo, produzem desenho e pintura. Participou em inúmeras Exposições Colectivas. Presente em diversas Colecções Particulares. Na Primavera de 2013 apresentou a sua primeira Exposição Individual “Rostos de Terra Africana”. Autora dos 14 painéis da obra “Via Sacra” da Nova Igreja do Senhor da Vera Cruz do Candal, em Vila Nova de Gaia. Ilustradora dos livros infantis “A Menina Azul quer voar” e “A Menina Azul e o Gato Marquês” da escritora Fátima Pombo. Casada, mãe de 3 filhos, vive em Francelos, Vila Nova de Gaia.

Céu Relvas MARIA DO CÉU GONÇALVES MATEUS RELVAS nasceu em 1943, na freguesia da Velosa, Concelho de Celorico da Beira. Licenciada em História pela Universidade de Coimbra, foi professora de História do Ensino Secundário, encontrando-se na situação de aposentada. Desde cedo revelou gosto pelo desenho e pintura, mas só a partir de 2003 pode dedicar algum tempo a esta actividade. Fez alguns cursos livres de desenho e pintura na Associação de Solidariedade dos Professores (Delegação de Coimbra). Frequentou o Ateliê Artémis, orientado por Alexandra Alves. Em 2011, frequentou as oficinas de Pintura da Cooperativa Árvore, no Porto, orientadas pelo Mestre Alberto Péssimo e, presentemente, frequenta o Ateliê do mesmo Mestre.

Fernando Barros Nasceu em Amarante a 1951. Gerador de tensões a partir da dimensão espacial, marcada por bidimensionalidade e gosto pela saturação cromática na superfície da obra, com contornos de uma assimilação descomprometida de automatismos e rapidez de execução num vínculo a uma poética surreal e expressionista. A obra de Fernando Barros compõe a leveza e a intensidade de gestos imediatos e cheios de curiosidade aliados a um saudável sentido de experimentação na tela crua que nos leva enquanto observadores à vivência, em muitos casos, não tão distante do cruzamento


da imagem, paisagem, valores e das suas raízes culturais, sempre, reinventando-se como artista a cada trabalho e a cada sentido do valor poético de uma pincelada, num imaginário, por vezes, mordente, provocatório e pujante de alegria órfica. Autenticidade, tradição e modéstia de realismo inegável apresentam-se-nos no redescobrir de cada título. Do sentimento para o breve apontamento teórico ou desenho de viagem; da maturação e da composição experimental para a tela, quase sempre através do pincel e do acrílico sobre escalas heterogéneas. Fernando Barros não nega influências nem origem, a sua, a cada folha par do caderno de esboços, referências ímpares à “Aldeia” Amarantina que o viu nascer e onde materializa o seu trabalho deixando antever que o corte umbilical às margens que envolvem o “fundo Rio” Tâmega está longe de ser uma realidade. Vive a tela de acontecimentos, de cidades, lugares, praças, estórias e da história das gentes, vive do que é e do que foi, reinventa-se aqui a identificação plástica e emocional do autor. O “sempre aprendiz” dos seus mestres, categoria identitária enraizada pela longa passagem nas oficinas da Cooperativa Árvore no Porto, trilha o seu próprio percurso artístico, e, se os “ismos” e as correntes artísticas não são para si o valor de locomoção, não ficamos indiferentes a uma confrontação de ambas existências nos seus trabalhos. A obra também aqui nasce e “respira da serenidade, do vigor e dos traços firmes” em que os ideais se apresentam ingénuos e a verdade artística fortemente ancorada e enraizada na pesquisa aos grandes mestres da pintura portuguesa e internacional. O pintor reúne no seu campo de interação artístico referências espaciais e temporais diversas; Guilherme de Santa Rita, Amadeo de Souza-Cardozo, Eduardo Viana, Stuart Carvalhaes, Júlio, Fernando Lemos ou Menez parecem ter lugar de destaque na sua biblioteca encabeçada por Marc Chagall, a referência inicial. Deste, a importância do elemento temático e as fundas raízes afetivas e culturais. Do francês pós-impressionista Paul Gauguin, debate-se-nos a síntese e a expressão, o simbólico, as cenas rurais e os retratos em correspondência de metáforas visuais. Das suas exposições, o círculo espácio-temporal, no qual a interpretação é determinada pelo valor semiótico que o espectador atribui a cada imagem recolhida. A relação é instantânea. Na mensagem artística, uma realidade que conduz através do olhar até a um mundo consumido pela imaginação e onde a infância se reacende, povoada de recordações metafisicas e de sonhos velozes. A obra de Fernando Barros, traz-nos em traço grosso de cor o paralelismo do literário, a história e a pintura, derrubam-se aqui fronteiras e as pinturas, essas tão próprias, gravam em nós imagens de territórios existentes e memórias do toque num tecido de sensações entre o mundo vivido ou o, por vezes, imaginado.

Gonçalo M Nasceu a 27 de Janeiro de 1949, em Vila Nova de Gaia. É Bacharel em Contabilidade e Administração e dedicou-se à pintura, explorando vários materiais e técnicas. Frequentou o atelier Paulo Renato e a Oficina Livre de Pintura da Árvore. Frequenta o atelier do Mestre Alberto Péssimo e o curso de Pintura da FBAUP. Tem participado em várias exposições coletivas.


Gracinda Leite (GL) Gracinda Maria Rodrigues Leite Pires nasceu na cidade do Porto em 27 de Abril de 1959. Licenciou-se em Medicina pela Universidade do Porto em 1986. Terminou a Especialidade de Estomatologia em 1993 e de Medicina no Trabalho em 2005. As primeiras peças em cerâmica e bronze foram produzidas em 1984. Só em 1997 iniciaria a construção de esculturas em madeira. Frequentou o atelier de cerâmica da Cooperativa Árvore orientado pelo professor João Carqueijeiro em 2011. Participou em cursos livres de cerâmica Raku. Frequentou um atelier de cerâmico orientado pelo Mestre Carlos Dias em 2015. Uma curta-metragem produzida pelo Cine-Clube de Avanca sobre uma peça minha intitulada “Estátua”, ganhou o prémio do melhor filme experimental da 18ª edição do “Videograndprix” de 2012 e Menção Especial do “Prémio Nacional Multimédia”. Participou em várias exposições: Casa Museu D. Hugo, Porto; Centro de Congressos da Ordem dos Médicos, Porto (exposição individual em 2002); Quinta da Boeira, V. N. Gaia; Ordem dos Médicos de Lisboa promovida pela SOPE-AM, Lisboa; Galeria Maria Braga, V. Nova Cerveira; Centro Cultural Casa de Lamas, Vieira do Minho; Museu Municipal e Mosteiro de Arouca; Arouca.

Gui Guilhermina Freitas nasceu em 1960 em S. Mamede Infesta, Matosinhos. Licenciada em Engenharia, lecciona matemática desde 1986. Vive na Maia. A sua paixão pelos tecidos vem da infância, por influência da sua mãe. Frequentou um atelier de cerâmica, orientado pelo Mestre Alberto Péssimo. Esta é a primeira vez que expõe.

Helena Homem de Melo Helena Homem de Melo nasceu há 53 anos na Beira Alta mas foi a infância em Moçambique que mais influenciou a sua alma de artista, enchendo de cor a paleta e os livros que escreveu e imprimindo poesia às esculturas em ferro e às fotografias que tira. Desde 1985 que é médica, dirigindo o Serviço de Radiologia do Centro Hospitalar do Médio Ave. É apaixonada pela família, pelos amigos, pelos doentes, pela natureza e pelo mundo. Aos poucos foi-se tornando “artista”, a partir de coisa pouca, de cinzas, de desperdícios, de ferro velho… Começou do nada, sem escola, sozinha com a sua imaginação. Desde há 9 anos que passou a ser orientada pelo grande Mestre Alberto Péssimo, que muito admira e a quem agradece a influência que sobre si exerce. Já fez mais 20 exposições individuais e mais de 40 colectivas. Está representada em diversas colecções particulares e em vários espaços públicos. Cria esculturas em ferro, recria peças de mobiliário, pinta, fotografa e escreve. Já editou cinco obras literárias. É casada e tem três filhas.


Isa Aguiar Isabel Garcia Aguiar nasceu em 1954 em Oliveira de Azeméis e vive actualmente no Porto. Licenciada em Medicina. Frequenta o curso livre de pintura, orientado pelo Mestre Alberto Péssimo, na Cooperativa Árvore no Porto, desde 2007. Expôs em várias exposições colectivas organizadas : pelo o clube atlier 26; pela cooperativa árvore, anualmente; na O.M do Norte – Arte Médica, anualmente. Expôs individualmente no salão Nobre do Hospital Pedro Hispano- Matosinhos Participou na pintura de 3 painéis, orientados pelo Mestre Alberto Péssimo. Dedica-se também à fotografia tendo exposto na O.M do Norte.

Isabel M Isabel Maria Costa nasceu em 1961 em Oliveira de Azeméis. Licenciou-se em Medicina em 1985 e exerce a sua actividade no Porto. Frequenta a Oficina Livre de Pintura na Cooperativa Artística da Árvore sob orientação do Mestre Alberto Péssimo. Participou em várias exposições colectivas organizadas pela Cooperativa Árvore, Ordem dos Médicos e Atelier 26.

José Queiroga Naquela altura eu era um rio a correr à tua procura e, a cada brincadeira, desaguava em delta nos teus braços. Rebentada a placenta, bebia a luz da noite num desesperado choro repleto de vida e, se não bastasse, tinha as faces vermelhas de tanto gritar. Para quem gosta de datas, estávamos em Setembro de 1953, na cidade de Braga. O Outono ainda mal começara a ensinar a morrer e os dias, em cumplicidade, iam ficando mais curtos debaixo das tílias, cujo perfume era preciso esperar por Abril. As crianças que brincam voam pelos astros em desalinho nas cavernas das mães; como pássaros na primavera libertos para a vida, que dedicadamente municia as suas asas de anjos, em busca do conhecimento obscuro e misterioso que advém da reminiscência dos sonhos. Sentem-se com a inocência e a sabedoria de quem tenha nascido há mais de 5 mil anos, tal como aprenderam nos livros que devoraram. De um dia para o outro a adolescência acabou e um comboio bêbado passou-lhes por cima. De repente, já não cabiam nas calças.

Laura Maria Silva Natural de Oliveira de Frades e a residir actualmente na Maia depois de morar no Porto. Licenciada em Engenharia Química (FEUP), exerceu a sua actividade profissional ligada à Indústria Farmaceútica e Alimentar. Desde 2002 dedica-se à área da Formação.


No período de 2002-2009 frequentou as Oficinas Livres de Pintura da Árvore, Cooperativa de Actividades Artísticas, no Porto, da qual é sócia, tendo por mestre Alberto Péssimo. De 2009 até à presente data frequenta semanalmente o Atelier 26 sob orientação do mestre Alberto Péssimo. Realizou a 1ª Exposição Individual de Pintura em 2010, no Palacete Visconde Balsemão no Porto e, desde então, já realizou cerca de doze. Participou em mais de 50 Exposições Colectivas. Está representada em colecções particulares e em Instituições. Participou também em pinturas colectivas de paineis para Instituições, com o mestre Alberto Péssimo. A sua pintura é essencialmente abstracta com pequenos desvios para o figurativo, na temática de frutos. Os tons quentes dominam a sua pintura. Licínio Rego Licínio Rego Oliveira, nascido a 19 de Fevereiro de 1963 na Freguesia de Paranhos da cidade do Porto. Inicia a sua experiência de artista autodidata aos 15 anos de idade com os primeiros retratos a carvão orientado por Elói Seabra (retratista autodidata já falecido). Esporadicamente foi realizando desenhos a carvão e posteriormente alguns trabalhos em pastel. Recentemente foi fortemente motivado para frequentar a Escola das 'Oficinas Livres' da Cooperativa Árvore - Porto, sob a orientação do Mestre Alberto Péssimo. Desde então e pela mão do Mestre e restantes artistas tornou-se também um do 'Amigos do Atelier 26' vendo um dos seus sonhos realizado. Já tendo participado em várias exposições coletivas associado a este Atelier de ‘Amigos’ e também nas coletivas organizadas pela Cooperativa Arvore e Ordem dos Médicos, instituições das quais é sócio. Madalena Pinheiro Maria Madalena Rodrigues Pinheiro, nascida em Guimarães a 10 de julho de1947. Licenciada em Filologia Românica, pela Universidade do Porto. Autodidata, sócia da Cooperativa Árvore onde frequentou o curso de oficina livre de pintura, atualmente frequenta o atelier 26 sob a orientação do mestre A. Péssimo. Manel

Manuel João Senos Matias Professor Universitário Aulas de Desenho e Pintura da Fundação Calouste Gulbenkian, ACAV, Aveiro, 4 anos (Profa. Lúcia Seabra) Aulas de Desenho e Pintura da Cooperativa Arvore, Porto, 2 anos (Profs. Cristina Guise e Carlos Dias) - Participação em Exposições Colectivas anuais da ACAV; - Participação em Exposições Colectivas promovidas pela Cooperativa Arvore; - Participação em Exposições Colectivas promovidas pelos Amigos Atelier 26.


M Figueira Margarida Figueira nasceu em Melo, concelho de Gouveia, em 27 de Setembro de 1948. Licenciou-se em História pela Universidade de Coimbra e foi professora do Ensino Secundário até 2011, altura em que se reformou. Desde 2004 tem dedicado algum do seu tempo à pintura. Frequentou diferentes oficinas de pintura na Escola Secundária da Quinta das Flores, sob orientação de professores de pintura, na Associação de Solidariedade dos Professores, sob orientação de Jacqueline Moys, na Associação Arte à Vista, sob orientação do professor Jorge Nogueira. Desde 2012, integra o Atelier 26, sob orientação do Mestre Alberto Péssimo. É sócia da Cooperativa Árvore. Participou em exposições colectivas nomeadamente as organizadas pelo Atelier 26.

Maria Guia Pimpão Maria Guia Pimpão, 1945, Covilhã. Mestre em Finanças, Licenciada em Economia, docente aposentada do ISCAC. Frequentou o Círculo de Artes Plásticas-Coimbra, frequenta as Oficinas Livres de Pintura de Alberto Péssimo na ÁRVORE. Sócia da ÁRVORE, AVEIROARTE e ARTISTAS DE GAIA. Realizou exposições individuais, designadamente, nos Museus de Resende, da Fundação Dionísio Pinheiro e Dr Louzã Henriques; no Cine-Teatro de Castelo Branco; no Recordatório Rainha Santa Isabel em Coimbra; na Galeria do Paço da Cultura na Guarda; n’A Tinturaria na Covilhã; nas Bibliotecas Municipais de Belmonte, Fundão, Figueira da Foz, Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho; no Teatro Aberto em Lisboa e na Embaixada de Portugal em Berlim. Participou em exposições colectivas, em Pontevedra, Santiago de Compostela, Corunha, Salamanca, Berlim, Teatro Angrense, Biblioteca Almeida Garrett, Cooperativa Árvore, Museu Soares dos Reis e CAE da Figueira da Foz. Participou em 10 painéis com Alberto Péssimo. É co-autora do livro Lia no País da Poesia, que ilustrou com pintura e do livro 26 pinturas 26 poemas – António Arnaut e ilustrou capas dos livros A Princesa sem Luz e Um Anjo na Cidade. Está representada em Museus, Câmaras Municipais, Hospitais, Hotéis, Previdência Portuguesa, Recordatório Rainha Santa Isabel, Igreja São Miguel - Trancoso e no Google Art Project. Obteve a Menção Honrosa de Prata 2012 e a Menção Honrosa de Ouro 2014 no Prémio Mário Silva.

Odília Rocha Nascida a 3 de Novembro de 1950, desde sempre sentiu um gosto especial pelas Artes Plásticas. Na Escola e já no Liceu participava em exposições de pintura a óleo, aguarela e carvão. Em 1967, participou num concurso de Desenho e Pintura, a nível Ibérico onde ganhou o 2º Prémio, motivando-a ainda mais para esta área. Atualmente, ministra as aulas de pintura na Universidade Sénior, frequenta as oficinas livres da Cooperativa da Árvore no Porto desde 1997, o atelier do Mestre Alberto Péssimo e trabalha no seu próprio atelier.


Desde 1980 que participa em exposições individuais e coletivas em diferentes localidades. Citamos as mais significativas: Cooperativa Árvore; Universidade Católica do Porto; Galeria Esteta, Porto; Galeria CES, Lavra; Casa da Cultura de Paredes, da Covilhã, de Resende; Armamar; Galeria da Casa da Mutualidade da Previdência Portuguesa em Coimbra; Galeria Carmina na Ilha Terceira, Açores; Filantrópica na Póvoa do Varzim; PSP do Porto; Museu Soares dos Reis, Porto; Biblioteca Almeida Garrett, Porto; Rotary Distrito 1970; Galeria do Liceo Casino, Pontevedra; Galeria Artes Galego Portuguesa, Ciudad Rodrigo; Fundação Eugénio Andrade, Fundão; Casa do Paço, Figueira da Foz; 5º Salão Internacional de Arte em pequeno formato 20x20 cm. Brevemente: Carrousel du Louvre - Expoart Paris; Fundação Dionísio Pinheiro - Águeda Participou na pintura de painéis coletivos: em Arganil; Matosinhos; Viriato Hotel Concept; Galeria CES Lavra em Matosinhos; Universidade Sénior Rotary Club de Paredes; Hospital do Vale de Sousa; Peraboa na Covilhã; Lar Stª. Maria da Feira; Belmonte; Coimbra Homenagem a António Arnaut; Fundão - Homenagem a Eugénio de Andrade.



Praรงa Dr. Antรณnio Breda, nยบ4 3750-106 ร gueda Telefones: (+351) 234 623 720 | (+351) 234 105 190 (+351) 913 333 000 Fax: (+351) 234 096 662 www.fundacaodionisiopinheiro.pt info@fundacaodionisiopinheiro.pt conservador.museu@fundacaodionisiopinheiro.pt https://www.facebook.com/fundacaodionisiopinheiro/


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