Pedro d’Oliveira
SOU Exposição temporária de pintura
Esta exposição resulta do desafio de entrar em dois artistas plásticos, Fernanda Santos e Pedro d’Oliveira, auscultando a vida: o palpitar do traço e o circular da policromia, como tecido conjuntivo liquido num sistema vascular fechado, mas de natureza diversificada, fluindo… diagnosticando caminhos, sensações, emoções e interpretações: vermo-nos Ser: Sou! Vieira Duque
Sim, sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, Espécie de acessório ou sobresselente próprio, Arredores irregulares da minha emoção sincera, Sou eu aqui em mim, sou eu. Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou. Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma. Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim. E ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconsequente, Como de um sonho formado sobre realidades mistas, De me ter deixado, a mim, num banco de carro eléctrico, Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima. E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua, Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda, De haver melhor em mim do que eu. Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa, Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores, De haver falhado tudo como tropeçar no capacho, De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas, De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica, Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar, De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo — A impressão de pão com manteiga e brinquedos, De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina, De uma boa vontade para com a vida encostada de testa à janela, Num ver chover com som lá fora E não as lágrimas mortas de custar a engolir. Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado, O emissário sem carta nem credenciais, O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro, A quem tinem as campainhas da cabeça Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima. Sou eu mesmo, a charada sincopada Que ninguém da roda decifra nos serões de província. Sou eu mesmo, que remédio! ... Álvaro de Campos, 6 de Agosto de 1931
A Flor de Deus, 2018 | Óleo s/ tela | 1200 x 2700
Cristo na Cruz, 2017 | Óleo s/ tela | 1000 x 1000
A Mão de Deus, 2017 | Óleo s/ tela | 1100 x 810
A Coroa de Cristo, 2017 | Óleo s/ tela | 1000 x 1000
Pietà, 2018 | Óleo s/ tela | 1200 x 900
Última Ceia, 2018 | Óleo s/ tela | 900 x 12000
Sem título, 2009 Acrílico s/tela 1250 x 1000
Cristo e os Dados, 2017 | Ă“leo s/ tela | 900 x 700
Cristo Elรกstico ou Deus-Homem-Omnipresente, 2018 | ร leo s/ tela | 700 x 500
Cristo na Cruz, 2016 | Óleo s/ tela | 920 x 730
Cristo de Calções Amarelos com Rosas Vermelhas, 2018 | Óleo s/ tela | 900 x 700
Cristo e a Andorinha, 2017 | Ă“leo s/ tela | 900 x 700
A MĂŁo de Deus e a Camisola Verde, 2017 | Ă“leo s/ tela | 1000 x 810
Pietà, 2018 | Óleo s/ tela | 1000 x 810
Cristo, o Pássaro e o Arco-Íris, 2017 | Óleo s/ tela | 1000 x 810
Cristo na Cruz de Calções Amarelos, 2017 | Óleo s/ tela | 1000 x 810
Cristo na Cruz em Céu Azul, 2017 | Óleo s/ tela | 900 x 700
Cristo de Camisola Verde e Calções, 2017 | Óleo s/ tela | 700 x 500
Cristo Crucificado e o Galo de S. Pedro, 2018 | Ă“leo s/ tela | 700 x 500
Cristo na Cruz, 2017 | Óleo s/ tela | 700 x 500
Cristo Despido das Vestes, 2017 | Ă“leo s/ tela | 700 x 500
Cristo Negro, 2017 | Ă“leo s/ tela | 700 x 500
Cristo e o Cรกlice, 2018 | ร leo s/ tela | 700 x 500
Cristo na Cruz com Camisola Verde e Calções Amarelos, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400 Cristo Nu pregado na Cruz, 2018 | Óleo s/ tela | 500 x 400 Cristo e o Coração, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400
Cristo, a Andorinha e o Arco-Íris, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400 Pietà, 2018 | Técnica mista s/ tela | 500 x 400 Cristo Nu, 2016 | Óleo s/ tela | 500 x 400
Cristo na Cruz ou Coração de Cristo, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400 Cristo na Cruz, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400 Os Calções Amarelos, 2017 | Óleo s/ tela | 500 x 400
Cristo na Cruz e os Calções Amarelos, 2017 | Óleo s/ tela | 700 x 500
Cristo na Cruz ou as Calças Cor de Céu, 2017 | Óleo s/ tela | 600 x 500
Pedro d’Oliveira Artista plástico da região de Anadia. Representado em múltiplas coleções particulares e institucionais, quer em Portugal quer no estrangeiro. Maioritariamente figurativos, os seus trabalhos remetem quase sempre para o imaginário dos contos infantis e para temas bíblicos, tudo expresso de modo muito genuíno, através de múltiplas formas plásticas e cores intensas. Bacharelato em Artes Plásticas / Pintura da ESAD, Caldas da Rainha. Licenciatura em Pintura na ARCA / EUAC, Coimbra e profissionalização em Serviço, Universidade de Aveiro. Professor de Educação Visual. Participou em mais de 50 exposições coletivas e 30 individuais desde 1993.
Ficha Técnica: Curadoria: Vieira Duque, Conservador e Membro da Comissão Executiva Edição: Fundação Dioníso Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Design: Joel Almeida Colaboração: Catarina Marques Fotografia: Lauren Maganete Fotografias de Autor: Lauren Maganete Textos: Álvaro de Campos Vieira Duque
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