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Os verdadeiros heróis no combate à fome

MATÉRIA ESPECIAL

Os verdadeiros heróis no combate à fome

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A missão do Banco de Alimentos não seria possível de ser efetivada sem os fundamentais apoios recebidos. A seguir, três exemplos desses heróis sem capa que permitem que mais pratos fiquem cheios: os empresários Adir Fração, Frederico Gerdau e Flavio Burin

Uma das mentes mais brilhantes da ciência, o cientista Albert Einstein (1879-1955), já enfatizava o quão importante é o equilíbrio da troca na vida, demonstrando que a lei do retorno de “dar e receber” tem resultados efetivos. Uma frase atribuída a ele resume bem essa teoria: “A vida não dá e nem empresta, não se comove e nem se apieda. Tudo que ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos”. Livros e estudos também complementam esse conceito, vivenciado rotineiramente nas operações da Rede de Bancos de Alimentos do RS e dos Bancos Sociais, que testemunham a cada dia o valor dos heróis que permitem que a roda da generosidade e empatia continue girando até chegar aos mais necessitados. No livro Dar e Receber, o psicólogo, pesquisador e professor da Wharton School da Universidade da Pensilvânia (EUA) Adam Grant reuniu suas conclusões de pesquisas sobre os motivos pelos quais algumas pessoas chegam ao topo da escala de sucesso, enquanto outras não. Ele explica que um dos grupos de pessoas estudadas, os doadores, integram um tipo raro de indivíduo que ajuda os outros sem esperar nada em troca. Segundo ele, as pessoas mais bem-sucedidas nas mais variadas carreiras não são as mais egoístas e nem as que agem com base no toma lá dá cá. Os que chegam mais longe são os doadores. É do autor a criação do software Givitas, uma plataforma projetada para ajudar organizações sem fins lucrativos e corporações diversas a implementar os princípios de seu livro.

Ademais, recentemente, em meados de 2020, evidências científicas documentaram fortes associações entre voluntariado, saúde e bem-estar. Um estudo da Universidade Harvard, a mais antiga dos Estados Unidos e uma das melhores universidades do mundo, revelou que praticar o bem não só ajuda o próximo como também traz benefícios à própria saúde de quem pratica boas ações. O resultado da pesquisa, realizada durante quatro anos com quase 13 mil pessoas com mais de 50 anos, demonstrou que quem praticava mais de cem horas por ano de serviços voluntários reduziu em 44% o risco de mortalidade e em 17% o risco de desenvolver limitações físicas.

Esse grupo também se mostrou fisicamente mais ativo e com uma situação psicossocial melhor, com mais sentimentos envolvendo positividade e propósito de vida; e menos sintomas depressivos, falta de esperança e solidão.

Como se percebe, atuar coletivamente pelo bem social é uma via de mão dupla e apesar de jamais considerarem esse um dos motivos de estender a mão ao próximo, os instituidores e mantenedores de nossos Bancos Sociais mostram-se verdadeiros heróis incansáveis na busca de ajudar ao próximo, como, por exemplo, os três empresários que destacamos a seguir: Adir Luiz Fração, Flavio Ronald Burin e Frederico Gerdau Johannpeter.

“Fazer o bem, faz bem”

As gerações da família Fração no Brasil mantêm em sua rotina a tradição de seus antepassados – que vieram da Província de Padova, na Itália e se estabeleceram inicialmente em Jaguari, e alguns anos depois, foram para Santa Maria – de olhar para o próximo com empatia e compaixão. Está no DNA da família a preocupação com o social e com os mais necessitados e não poderia ser diferente com o diretor do Banco de Alimentos Adir Luiz Fração, um dos fundadores e mantenedores da instituição. O diretor tem uma fundamental participação no crescimento das operações da Rede de Bancos de Alimentos. “Adir vem trabalhando incansavelmente como diretor voluntário na difusão de novos bancos de alimentos”, conta o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard.

Foi assim em Santa Maria, berço da família, que os Fração ajudaram a criar o Banco de Alimentos da cidade há cinco anos e permanecem como mantenedores, através da Centers, empresa do Grupo. “Eu sou muito grato por ter essa oportunidade de auxiliar no combate à fome. É uma ação que me proporciona alegria e vitalidade”, justifica Adir, comprovando os resultados do estudo dos pesquisadores da Universidade de Harvard. “Fazer o bem, faz bem”, ressalta o diretor voluntário.

Doação de caminhões

Uma das maiores e mais tradicionais transportadoras do país, a transportadora Expresso Mercúrio era da família Fração e acompanhando o perfil de seus sócios, era uma empresa cidadã. Seguindo seus princípios e valores, a empresa foi umas das primeiras a acreditar no potencial de criação de uma organização sem fins lucrativos para combater a fome, e em 2000 se uniu a outros instituidores para fundar o Banco de Alimentos de Porto Alegre, o primeiro do gênero no Brasil.

“Nossa família acreditou muito no propósito do Banco de Alimentos de Porto Alegre. Era algo inovador e que vinha preencher uma lacuna, unindo empresários e organizações pelo empenho de erradicar a fome, a começar por nossa capital”, relembra Adir.

Em pouco tempo de operação, o Banco de Alimentos de Porto Alegre recebeu mais um grande apoio da família: a doação de um caminhão para que um terceiro importante pilar sustentasse a iniciativa: a logística, completando os pilares de coleta e armaze-

A família de Adir Fração foi responsável pela doação de dois caminhões para o Banco de Alimentos de Porto Alegre, além de fundar e manter o Banco de Alimentos de Santa Maria

nagem. “Já tínhamos a parceria de empresários, por intermédio do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul – SETCERGS, que auxiliavam no transporte de doações, mas para o Banco expandir era necessário ter um caminhão próprio. Por isso, a Expresso Mercúrio doou o primeiro veículo, que trabalhou até pouco tempo”, lembra Adir Fração. (Leia mais na página 40)

Alguns anos depois, quando o Banco de Alimentos cresceu ainda mais, os quatro troncos familiares da Mercúrio se cotizaram, compraram e doaram um segundo caminhão. Até hoje, como diretor voluntário, Adir não cansa de contribuir de uma forma ou de outra, trabalhando ativamente nas operações do Banco de Alimentos, seja divulgando o trabalho e captando mais mantenedores, seja difundindo a iniciativa para a criação de mais bancos de alimentos.

Flavio Ronald Burin administra sua empresa, a Rodex Equipamentos Industriais, sob os princípios de responsabilidade social

Engajado no combate à fome, Flavio Ronald Burin auxilia sistematicamente várias instituições, como o Banco de Alimentos, entidade na qual é diretor

“Colocar alimento à mesa de quem mais precisa é uma questão de humanidade”

Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única. A frase eternizada pelo filósofo, médico alemão e Nobel da Paz de 1952 Albert Schweitzer (1875-1965), considerado um dos homens mais importantes do século XX, reflete bem o cotidiano do empresário Flavio Ronald Burin, diretor do Banco de Alimentos de Porto Alegre. Contribuições a famílias e a organizações sociais fazem parte de seu planejamento mensal. Extremamente organizado, ele já deixou registrado em testamento seu desejo de continuidade de seu trabalho social e solidário.

Quando começou a fazer doações de forma sistemática, o empresário buscou instituições confiáveis e ao longo de sua vida vem ampliando sua forma de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos mais necessitados. Mais recentemente, no início da pandemia, quando o flagelo da fome ficou ainda mais forte, ele foi buscar informações sobre o Banco de Alimentos de Porto Alegre e testemunhou a seriedade das pessoas que lutam pelo combate à carência nutricional e alimentar, desde a diretoria até equipe e mantenedores.

“Vi que era um compromisso social organizado, planejado e executado por profissionais capacitados, com um trabalho excepcional e rigorismo em relação à higiene, transporte e armazenamento dos itens que darão alívio à fome crônica. Por isso, decidi me engajar à causa”.

Hoje, mais do que ser um mantenedor, Burin integra o corpo diretivo do Banco de Alimentos e assim como os demais diretores, faz tudo de forma voluntária.

Para ele, colocar alimentos à mesa da população em situação de vulnerabilidade é fundamental e alerta que o Banco de Alimentos necessita de mais apoio do empresariado para que todos contribuam com o mínimo necessário ao ser humano. É uma questão de humanidade.

Responsabilidade social na empresa e na sociedade

Com o mote de amparo voltado para alimentação e educação, Burin também tem consciência de que sua responsabilidade vai além de proporcionar empregos e subsistência a dezenas de famílias. Além de fazer distribuição de resultados como uma forma de bonificação, constantemente faz palestras com temas diversos aos funcionários da sua empresa, a Rodex Equipamentos Industriais - atacadista de máquinas e equipamentos para uso industrial – e sempre aborda a responsabilidade de todos como cidadãos, incentivando atos solidários, que podem começar pela vizinhança. E essa prática tem dado frutos: dia desses um funcionário comentou que havia doado um rancho a um vizinho que estava necessitando. “É recompensador ver tais atitudes se propagando cada vez mais”, afirma o empresário.

Não é à toa que o turnover na Rodex é baixíssimo.

Esse senso social vai muito além dos muros de seu negócio. Há muito tempo Flavio Burin auxilia famílias e instituições necessitadas e há 4 anos contribui financeiramente para 30 mulheres chefes de famílias, moradoras do Morro da Polícia, e recebe um relatório de acompanhamento de uma pessoa conhecida, que já trabalhava incentivando a autonomia e empoderamento delas. E os resultados são visíveis, algumas beneficiárias já caminham para sua autonomia, fazendo bolos e outros itens para vender. “É preciso ter continuidade e persistência para observarmos as mudanças positivas”, destaca Burin, que no total de sua rotina mensal auxilia pessoalmente cerca de 50 famílias.

Além disso, contribui mensalmente para cinco instituições sem fins lucrativos, como a Pequena Casa da Criança, localizada na Vila Maria da Conceição, no bairro Partenon, em Porto Alegre, que serve 1.500 refeições por dia aos seus beneficiários e atende a mais de 800 pessoas, crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social. Além da colaboração regular, o empresário está se articulando com outros doadores para a construção de uma nova escola para a Pequena Casa.

O diretor do Banco de Alimentos de Porto Alegre, empresário Flavio Burin entre as filhas Vitória e Júlia

Muito das ações sociais de Flavio Burin são herança de exemplos deixados por seu pai, Antonio Burin, que criou várias Apaes em diferentes cidades e sempre contribuiu como pode em várias obras sociais. Entre os quatro irmãos, Flávio foi quem mais seguiu o legado do espírito solidário do pai, o primeiro prefeito de Gaurama. Mas seus irmãos,

Legado de geração para geração

sempre que podem, também contribuem com ações sociais. E seguindo os passos do pai, Burin também está dando continuidade a esse legado familiar.

Sua filha Vitória, que também atua na Rodex, está se interessando por obras sociais e sua outra filha, Júlia, em breve deve ser contagiada por essas práticas solidárias. Ambas sabem que o pai já fez um testamento registrando sua intenção de conservação de seus donativos, para não haver interrupção nos auxílios feitos atualmente, quando ele não estiver mais por aqui. “Não quero que aconteça o mesmo que ocorre normalmente quando alguém faz a passagem e não deixa tudo organizado”, aponta.

“Conclamo a todos empresários: ajudem as pessoas”

Um dos maiores empresários do Brasil, Frederico Gerdau Johannpeter acentua a importância de o empresariado assumir o compromisso com o bem social, como o combate à fome

Écrescente o movimento corporativo que prioriza relacionamento comercial com parceiros que possuem programas socialmente responsáveis e atuam sob a ética do desenvolvimento sustentável, ambiental e social. Este é um ponto crucial para o Grupo Gerdau, que faz criteriosa análise dos aspectos ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, em português, ambiental, social e governança) de todos os envolvidos durante tomadas de decisões estratégicas, conforme destaca o empresário Frederico Gerdau Johannpeter, que junto com os irmãos Germano, Klaus e Jorge administrou durante anos a empresa familiar. “O empresariado tem a obrigação de assumir compromisso com o bem comum”, destaca o empresário. Sob essa convicção, a Gerdau acaba de estabelecer novas cláusulas ESG para contratações de fornecedores. A partir de dezembro de 2022, eles poderão incorporar ações de comprometimento social e ambiental à consolidação da parceria com a companhia, incluindo, entre outros pontos, a valorização de um ambiente diverso e inclusivo e a possibilidade de investirem um percentual do valor contratado em projetos sociais, ambientais, culturais e científicos.

As cláusulas também incluem o incentivo ao uso de energias renováveis e biocombustíveis, gestão do consumo de água e da geração de resíduo, entre outros.

Solidariedade

Para Frederico Gerdau, mais do que vislumbrar uma projeção no mercado, uma empresa tem que ser gerida baseada na ética e justiça social. “É preciso que cada um faça o máximo possível para minimizar o sofrimento humano. Por isso conclamo a todos empresários: ajudem as pessoas”.

Foi exatamente esse cuidado com as pessoas que impulsionou os membros da família Gerdau Johannpeter a se unirem ainda mais para amenizar uma das piores consequências da pandemia: o aumento da fome. “Além dos projetos sociais já apoiados pelo Instituto Helda Gerdau, que é mantido pela família, e pela empresa, ampliamos as contribuições pessoais, com doações sistemáticas de alimentos”, revela Frederico Gerdau, primeira pessoa a contribuir financeiramente para o Banco de Alimentos de Porto Alegre, logo após a sua criação, em 2000. “A fome é cruel, impede o crescimento, a esperança e a vida que todo ser humano merece”, completa.

A família Gerdau Johannpeter é uma das principais mantenedoras do Banco de Alimentos de Porto Alegre e, na pandemia, quintuplicou

Sustentabilidade em todas as dimensões

Apesar de dispensar apresentações, alguns indicadores precisam ser ressaltados sobre a companhia, signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

Há muitos anos a empresa gaúcha, destaque no cenário internacional, vem colecionando premiações que reconhecem o trabalho e os investimentos aplicados no desenvolvimento social e ambiental. As mais recentes são o Destaque 2022 no Guia Melhores do ESG e também no ranking das Maiores e Melhores promovidos pela revista Exame, além de ter alcançado no ano passado o prêmio de Empresa do Ano, também concedido pela Exame.

A Gerdau figura entre as empresas mais inovadoras do Brasil, conforme o anuário Valor Inovação Brasil, assim como acumula prêmios nas mais diversas áreas, como diversidade e comunicação, e muito mais.

A maior empresa brasileira produtora de aço, que emprega mais de 30 mil pessoas, tem buscado ser cada vez mais sustentável em todas as dimensões – ambiental, social e governança. Os investimentos também alcançam programas de terceiros, por meio de editais, assim como por apoio a organizações que já executam trabalhos sociais relevantes, sempre buscando fomentar uma sociedade mais justa e igualitária.

as doações de recursos à organização, por intermédio do Instituto Helda Gerdau.

A ação permitiu a aquisição de quatro milhões de quilos de alimentos, suficientes para 12 milhões de refeições. Foram mais de 1 milhão de pessoas beneficiadas, que receberam ainda kits com dois milhões de itens de higiene e limpeza.

“A família tem um caráter extremamente benevolente e sensível às questões humanas e nós, do Banco de Alimentos, somos muito gratos por toda sua generosidade”, destaca o presidente do Banco de Alimentos de Porto Alegre e da Rede de Bancos de Alimentos do RS, Paulo Renê Bernhard.

Qualidade de vida

Como uma árvore forte, enraizada, a cultura empresarial baseada nos valores da família Gerdau se ramificou e as iniciativas sociais foram multiplicadas, fundamentadas na qualidade de vida das pessoas, a começar por seus colaboradores.

Na década de 1970, por exemplo, a Gerdau concedia duas cestas básicas por mês aos seus trabalhadores. “Naquela época não havia a facilidade que existe hoje para se efetuar compras”, relembra Frederico Gerdau.

Na mesma época a indústria passou a doar os alimentos não consumidos nos refeitórios para instituições sociais próximas, a fim de evitar o desperdício. A prática, realizada pioneiramente pela Gerdau há 50 anos, agora é lei.

A lei federal 14.016/20 dispõe sobre o combate ao desperdício e a doação de excedentes por empresas produtoras e fornecedoras de alimentos. (Leia mais na página 27)

Germano, Klaus, Frederico e Jorge Gerdau Johannpeter (esq para dir) dão continuidade ao legado deixado pelos antepassados

Cuidar das pessoas está no gene familiar

A preocupação e cuidado com as questões sociais estão no DNA da família Gerdau Johannpeter. Frederico Gerdau Johannpeter e seus irmãos Germano, Klaus e Jorge são a quarta geração dos Gerdau, que construíram uma das maiores potências empresariais mundiais, cuja empresa foi fundada há 120 anos pelo imigrante alemão Johannes Heinrich Kaspar Gerdau, conhecido por João Gerdau, bisavô dos quatro irmãos.

Frederico aponta como principal fator da projeção da responsabilidade social, praticada tanto pelo Grupo Gerdau como pelos membros da família, o legado de seus antepassados. “Sempre convivemos em um ambiente que cultivava o hábito de tratar bem a todos. Damos e recebemos. Assim é a vida”, destaca, relembrando uma história familiar em tempos pós guerra. “A família enviava alimentos para os sobreviventes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Alemanha, via navegação”, conta o empresário.

O gene humanitário se reflete nos negócios desde o princípio. Quando João Gerdau adquiriu a fábrica de pregos Pontas de Paris, em Porto Alegre, em 1901, logo apoiou ações sociais em igrejas e hospitais, e essa prática só cresceu.

Por isso a família decidiu criar em 1963 a Fundação Gerdau, que em 2005 passa a ser Instituto Gerdau, responsável por coordenar as diretrizes do investimento social da companhia. Em 2020, a família criou o Instituto Helda Gerdau, em homenagem à mãe de Germano, Klaus, Jorge e Frederico, com intuito de separar as ações filantrópicas da empresa, que seguem no Instituto Gerdau, daquelas praticadas pelos quatro ramos da família.

A fome é cruel, impede o crescimento, a esperança e a vida que todo ser humano merece Frederico Gerdau Johannpeter

Amparo do Instituto Helda Gerdau garantiu 12 milhões de refeições em 2022

Não fosse a determinante participação do Instituto Helda Gerdau no amparo ao Banco de Alimentos de Porto Alegre para minimizar os graves efeitos da crise ocasionada pela pandemia, muitas pessoas não poderiam ser atendidas pela instituição e estariam em uma situação imprevisível de fome, miséria, sofrimento e desesperança. O verdadeiro socorro oferecido nos últimos três anos pela família Gerdau Johannpeter, por intermédio do Instituto Helda Gerdau, permitiu que milhares de famílias tivessem alimento à mesa. Somente em 2022, o Instituto doou 4 milhões de quilos de alimentos, o equivalente a 12 milhões de refeições, quantidade suficiente para atender 270 mil famílias.

A mão estendida pela família equilibrou uma balança desigual, já que houve um aumento significativo de pessoas necessitadas contrastando com a diminuição no número de doações durante os dois primeiros anos de pandemia.

Desde a sua fundação, em 2020, o Instituto Helda Gerdau representa uma nova fase de envolvimento da família Gerdau Johannpeter. O Instituto, que é uma associação sem fins lucrativos criada para potencializar iniciativas de impacto positivo voltadas para o empreendedorismo social, com apoio direto dos membros da família, leva mais que o nome da matriarca Helda Gerdau Johannpeter, que deixou um legado filantrópico e ensinamentos sobre a importância de praticar o bem, colaborar e ser útil à sociedade.

Helda, chamada carinhosamente de Oma Helda – oma é avó, em alemão – costurou roupas para orfanatos, asilos e comunidades carentes. Auxiliou os flagelados da enchente de 1941 em Porto Alegre e os necessitados da Segunda Guerra Mundial.

Neta de João Gerdau, que fundou a Gerdau junto com o filho mais velho e pai de Helda, Hugo Gerdau, ela era casada com Curt Johannpeter, alemão radicado no Brasil que assumiu a direção da Gerdau quando o sogro faleceu, em 1946, e foi responsável por uma fase decisiva de expansão da empresa.

Seus quatro filhos, Germano, Klaus, Jorge e Frederico Gerdau Johannpeter, a quarta geração da família, estiveram à frente da empresa por muitos anos e seguindo o DNA filantrópico da família, criaram o Instituto Helda Gerdau.

Valores familiares

O Instituto nasceu do valor familiar de responsabilidade com o próximo, com o propósito de gerar novas e melhores oportunidades para públicos vulneráveis e que favoreçam uma economia mais justa e inclusiva. Suas ações têm como foco as temáticas educação, saúde e geração de renda e crescimento econômico, com apoio a projetos que busquem, por meio de inovação e tecnologia, gerar novas oportunidades para grupos vulneráveis, desenvolver a sociedade e contribuir para um país mais inclusivo.

Helda Gerdau Johannpeter

Longevidade e prosperidade empresarial exige agenda ESG, como se vê nas regras da Gerdau

O zelo e a atenção com as questões sociais e ambientes devem estar intrinsecamente inseridos em todos os modelos de negócios, seja por valores e princípios ou mesmo por exigência do mercado, como os requisitos das novas cláusulas ESG estabelecidas pela Gerdau para contratações de fornecedores. O mundo já acompanha atento a esse termo que vem cada vez mais ganhando força: ESG, do inglês Environmental, Social and Corporate Governance, que em português significa Ambiental, Social e Governança. O fato é que a implementação efetiva de uma agenda ESG é uma decisão estratégica sem volta, caso a empresa projete uma vida longa e próspera.

Para entender esse conceito, cujos pilares passaram a incorporar as esferas econômica e financeira tradicionais para garantir a existência humana, causando um impacto social positivo na sociedade de uma forma economicamente sustentável, vejamos o quadro abaixo.

Os três pilares ESG

Environmental ou Ambiental

Esse pilar determina práticas sustentáveis que promovam o gerenciamento de resíduos e efluentes, a economia circular, uso de energias renováveis, redução de emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás metano), eficiência energética e preservação ambiental. Para alcançar esse índice, as empresas precisam reduzir as emissões de carbono, a fim de evitar o aquecimento global, além de adotar programas de eco eficiência e, até mesmo, desenvolver produtos voltados ao setor ambiental. Assim como fazer a gestão dos resíduos, incluindo a logística e manufatura reversa de eletrônicos.

Social

O pilar social determina ações sociais que contribuem com o bom relacionamento e ambiente de trabalho para os colaboradores, inclusão e diversidade, direitos humanos, proteção de dados e práticas para ajudar comunidades ou pessoas carentes. Uma empresa alinhada a este critério social é aquela que reconhece seus colaboradores, desenvolve pessoas, oferece melhorias na qualidade de vida com boas relações de trabalho, promove doações e auxílios aos mais necessitados e incentiva o trabalho voluntário dentro de comunidades.

Corporate Governance ou Governança

A governança corporativa nada mais é do que regras de compliance, código de conduta das empresas e toda a forma de administração, que deve primar pela transparência e atendimento às legislações vigentes. Algumas ações que podem ser citadas são: definir, assegurar, promover e induzir boas práticas dentro da companhia, com total ética e transparência na governança, garantir a gestão eficiente de riscos, adotar práticas de proteção aos direitos dos acionistas, ter um conselho totalmente independente e o compromisso da geração de valor aos investidores.

Fonte: Ambipar Group

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