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1.3.1 Projetos de investigação em curso
e um novo posicionamento sobre as temáticas que suscitam e que visões externas se lhes propõem desenhar. Em paralelo, o acolhimento de projetos de estágio e a contratação de investigadores e técnicos para apoiar a equipa em permanência na Fundação tem-se revelado uma estratégia muito positiva. Por um lado, permite acelerar e ampliar o tratamento de um acervo documental em constante crescimento, tornando também mais célere a sua disponibilização ao público, mas também consolidar a imagem externa da instituição enquanto polo formador.
Em termos de investigadores residentes ou com projetos de investigação em continuidade, a instituição continuou a contar com a colaboração de Alexandra Saraiva, ao abrigo de uma Bolsa de Pós-Doutoramento atribuída pela Fundação para Ciência e Tecnologia, com a tese de doutoramento, “A monumentalidade revisitada - Hestnes Ferreira, entre intemporalidade europeia e classicismo norte-americano (19742018)” do ISCTE-IUL. Esta investigadora do grupo Dinâmia’CETIUL, propôs-se apoiar o processo de tratamento do acervo do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira e a sua prestação tem sido essencial no processo de inventariação e descrição, seleção de materiais para a exposição Mais que Arquitetura e para a operação de digitalização que a Fundação pôs em marcha no final do ano, mas também no apoio a investigadores, a outras incorporações de acervos e na produção de conteúdos, caso do artigo para o Journal of Architecture and Urbanism, sobre o projeto deste arquiteto para o concurso do edifício municipal de Amesterdão, de 1967, encontrados durante a operação de higienização este ano lançada (“Hestnes Ferreira´s Proposal for Amsterdam City Hall Competition - Analyzed in continuity with Louis Kahn”). Esta investigadora publicou ainda, na Archivoz de setembro, uma entrevista a Carlos Carvalho Dias. Também Mariana de Oliveira Couto, que concluiu o seu doutoramento pela Universidade de Coimbra em 2020 sobre Bartolomeu Costa Cabral, durante o período em que esteve na Fundação Marques da Silva a colaborar no tratamento do acervo deste arquiteto,
publicou na ProArq (caderno 34), artigo “O Edifício na Praça de Martim Moniz (1973-1984), de Bartolomeu Costa Cabral: uma proposta de continuidade”. Catarina Alves Costa e André Eduardo Tavares têm igualmente vindo a dar continuidade aos seus projetos de doutoramento sobre Fernando Lanhas e José Porto, respetivamente, tendo por base a documentação preservada na Fundação Marques da Silva. O conhecimento abrangente que têm destes acervos e as conexões que conseguem estabelecer com a investigação que têm realizado sobre estes arquitetos tem revertido muitas vezes em benefício da instituição que assim pode usufruir dos seus pareceres. Refi ra-se que à imagem de praticamente todos os investigadores que, com o apoio da Fundação, têm desenvolvido trabalhos em profundidade sobre diferentes temáticas ou arquitetos nela representados e que, mesmo depois de concluídos os sues projetos, sempre se têm mostrado disponíveis para esclarecer questões técnicas ou apoiar iniciativas de carácter público promovidas pela Fundação. Aliás, desde 2011, a Fundação Marques da Silva, em cumprimento do acordo estabelecido com os herdeiros do Arquiteto Fernando Távora, tem vindo a benefi ciar da colaboração permanente do Professor Manuel Mendes, que em muito excede o que decorre do objetivo de, conjuntamente com a Fundação, contribuir para a preservação e divulgação do seu legado. Esta teia de relações, que tem vindo a ser construída desde o início da Fundação, é da maior importância já que com ela se têm mantido presentes os investigadores que asseguram o rigor científi co da informação produzida e divulgada por esta instituição. Um posicionamento do qual a Fundação se orgulha e que tudo fará para se manter.