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II. Comunicação

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A Comunicação, juntamente com o Centro de Documentação e a Gestão do Património é um dos três vetores estruturantes da Fundação Marques da Silva. Preservar, estudar e mostrar, para dar a conhecer e valorizar uma herança e memória enraizada na história da arquitetura e urbanismo português, articulando o trabalho desenvolvido sobre e a partir da documentação e núcleos bibliográficos em arquivo, com a sua análise crítica e construtiva, continua a ser uma pedra basilar deste projeto institucional. Isto significa que a articulação e interseção entre estas três vertentes se processa de uma forma constante e intersticial, ajustando-se, como um corpo orgânico, a cada contexto ou circunstância que enfrenta. No plano de atividades proposto para 2020, havia uma clara aposta na abertura e exposição pública de acervos e espaços, uma vontade de dar visibilidade à dinâmica da instituição e ao seu sentido de atualidade. A ocorrência de uma pandemia e a adoção de severas medidas de segurança pública para a sua contenção, com regulamentação restritiva de circulação e a entrada em vigor de um longo período de confinamento veio impor uma reformulação em tempo real da estratégia anteriormente traçada. Alteraram-se calendários, redefiniramse ações de carácter expositivo, apresentaram-se novos projetos e reforçou-se a produção de conteúdos multimédia ou passíveis de divulgação através de canais digitais. O objetivo era manter e ampliar públicos, continuar a alargar o território de ação e a consolidar trabalhos que transportam para um tempo presente uma consciência e conhecimento em expansão sobre a obra dos arquitetos que a Fundação acolhe e documenta. O Plano de Atividades foi suspenso, mas tal não significou cristalização no tempo. Pelo contrário, houve contrarresposta e ajustamento ao desafio de como comunicar e divulgar em tempo de pandemia.

Cabe à Comunicação dar a conhecer o trabalho desenvolvido na instituição, nas suas múltiplas vertentes: tratamento arquivístico, projetos de investigação, produção e divulgação de iniciativas promovidas pela instituição, de conferências a exposições, dar continuidade à linha editorial e assegurar

o contacto externo com outras entidades, individuais ou coletivas, nacionais ou internacionais. Em suma, providenciar instrumentos e plataformas de divulgação que visem apartilha de conhecimentos, a consolidação da sua imagem pública e o reforço da sua relevância enquanto instituição de referência no acolhimento e tratamento de documentação de arquitetura. Neste caso concreto, centrada no período que vai de finais do século XIX ao momento presente, com uma forte ligação à cidade do Porto e à Escola de Arquitetura, mas sem perda de sentido nacional e internacional.

O contexto aparentemente adverso acabou por não ser dissuasor da proposição e materialização dos principais projetos expositivos delineados para 2020, ou para a concretização e desenvolvimento de novos projetos editoriais, alguns de impacto internacional. Ressentiram-se as iniciativas de caracter presencial, como encontros, lançamentos ou conferências, um decréscimo na realização de visitas guiadas, mas em contrapartida surgiram novos conteúdos, produção de vídeos e a edição de duas linhas de podcasts, enquadradas por uma maior presença nos mídia, pela atualização de suportes comunicacionais e por uma presença assídua nas redes sociais.

A Fundação Marques da Silva tem ainda o privilégio de poder continuar a contar com a participação e colaboração de investigadores em muitas das suas iniciativas, eles que são interlocutores qualificados e motores essenciais para a prossecução de grande parte dos projetos de investigação em curso e uma garantia de rigor e qualidade científica da informação veiculada pela instituição ou da relevância dos espaços de reflexão e debate por si propostos. E a cada ano que passa, este núcleo de “colaboradores” tem vindo a ampliar, diversificando vozes e territórios de análise, o mesmo acontecendo com as instituições com as quais se tem vindo a estabelecer parcerias e colaborações. Destaca-se a colaboração com a Faculdade de Arquitectura da U.Porto e o Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, na continuidade de uma cooperação institucional contínua, mas, em 2020, também o surgimento de novos projetos a desenvolver com o Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa,

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